Revista its Teens Mavegantes nº 17 2024 | R$ 15,53
Bomfim Gerente de projetos especiais
Em mais um ano letivo, a revista its Teens marca presença na Rede Municipal de Ensino de Navegantes com edições que valorizam e mostram as boas práticas e iniciativas escolares, além de assuntos que são relevantes e podem contribuir no momento de leitura em sala de aula. Nossas revistas são pensadas a partir de temas capazes de somar no desenvolvimento social e cultural de nossos leitores.
Aproveite esta primeira edição de 2024 que chega até a sua escola, fique por dentro do que movimentou os primeiros três meses letivos e compartilhe com a sua turma o que foi pauta nesta edição: que tal aprender (ou relembrar) sobre a influência da imigração aqui no Brasil? Quem sabe conhecer mais sobre programação ou, ainda, descobrir como o buraco negro acontece?
Confira esses e mais assuntos que fazem parte da edição de maio da revista its Teens! Aproveite e escaneie o QR Code e participe da próxima edição com sugestões de projetos da sua escola ou temas que podem fazer parte da revista its Teens!
MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI
IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC
MARCELLO CORRÊA PETRELLI
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TIRAGEM: 2.000 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3247-4700
/ EXPEDIENTE
A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA / EDITORIAL 4 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
Renata
ENCONTRE AS FIGURAS ESCONDIDAS
Você é capaz de encontrar os dez legumes e frutas escondidos?
Observe a imagem e descubra.
Confira as respostas na página 43.
/ DIVERSÃO
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 5
SPOILER
As cores do mundo de Lúcia
DIÁRIO ESCOLAR
Além da Europa: influência de outros povos na cultura brasileira
CONHECIMENTOS
GERAIS
5 movimentos artísticos brasileiros para você conhecer
AEDES AEGYPTI
Dengue em quadrinhos
NOTÍCIAS DAS ESCOLAS
PRESERVAÇÃO
Guardiões do oceano
CAPA
Treinando habilidades
CULTURA POP
Vigor, superpoderes e uma longa continuidade
WI-FI
5 plataformas para começar a programar
NOSSO
PLANETA
Tempos diferentes: você sabia que a percepção das horas pode mudar próximo ao buraco negro?
COMO FUNCIONA?
De camaleões a polvos: por que os animais mudam de cor?
VOCÊ SABIA?
Ilha de Okunoshima: o mundo secreto dos coelhos no Japão
GALERIAS
SAIDEIRA
Os construtores e o admirável mundo novo
DIVERSÃO
Encontre as figuras escondidas
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6 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
As cores do mundo de Lúcia
POR ANA PAULA MASSIROLI DIAS coordenadora Pedagógica da Educação
Especial
no segmento Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação
No Brasil, encontramos muitos livros de literatura infantil que tratam de aspectos ligados àqueles que vivem isolados da sociedade por algum tipo de deficiência ou discriminação. Um ótimo exemplo é o livro da editora Paulus “As cores do mundo de Lúcia”, de Jorge Fernando dos Santos, com ilustrações de Denise Nascimento. Com sutileza, autor e ilustradora retratam o problema da cegueira.
Nesse livro, Lúcia é uma menina de sete ou oito anos, muito inteligente e que adora brincar. Alegre e carinhosa com os pais e os avós, ela não pode enxergar, pois sofre de cegueira congênita. No entanto, descobre uma maneira divertida de perceber as cores no mundo a sua volta. Ela sabe usar como ninguém a audição, o olfato, o paladar e o tato, sentidos aguçados que lhe permitem superar a deficiência visual.
O leitor percorre caminhos com a pequena personagem e vai descobrindo pouco a pouco como a menina celebra a vida e se encanta com as coisas simples que estão ao seu redor.
As associações dos sentidos com as cores são a tônica constante do livro. Cada cor tem um simbolismo distinto e a menina aprende a conviver com o mundo da escuridão por meio dos aromas, do tato e do som.
O branco lhe lembrava o algodão e o sabor “variava da acidez do sal de cozinha ao aroma adocicado das flores da jabuticabeira do jardim de sua casa”. Na época da floração, vinham abelhas com seus zumbidos e surge outra associação — “o som do branco era um zumbido suave e constante”.
E o verde? Está presente nas folhas da roseira, na folha cheirosa da hortelã, no vestido de aniversário presenteado pela avó, por isso, o som do verde se assemelha à melodia “Parabéns pra você”.
Por fim, vem o negro. Esta era a única cor que a menina podia ver. Mas ao lado do negro, vem uma feliz descoberta – ao receber do jardineiro o presente de uma jabuticaba bem madurinha, vem a delícia de saber que esta cor resulta da mistura de todas as cores.
Um fato chama a atenção do leitor. Lúcia, a mãe, a avó e os demais personagens da história aparecem sempre com os olhos fechados, só o jardineiro, encarregado de cuidar das flores do jardim, está com os olhos bem abertos.
Quem cuida de flores deve estar com os olhos abertos para não perder os momentos do desabrochar das pétalas. Quem não pode vê-las deve ter sensibilidade para senti-las por meio do tato e dos aromas.
Que tal continuar a leitura no mês e procurar por estes títulos?
Meu amigo faz iiiii
Andréa Werner
A escova de dentes azul
Marcos Mion
A menina que abraça o vento: a história de uma refugiada congolesa Fernanda Paraguassu
Marcelo, marmelo, martelo
Ruth Rocha
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 7
/ SPOILER
ALÉM DA EUROPA:
A influência de outros povos na cultura brasileira
POR
REDAÇÃO ITS TEENS
Na mistura de temperos da culinária, nos ritmos cativantes da música ou nos detalhes da arquitetura de Norte a Sul, a diversidade cultural é uma das marcas registradas do Brasil. Com heranças de povos de múltiplas origens, as influências convergem, formando um país com características únicas. Muito se fala da contribuição dos imigrantes europeus nas terras brasileiras, como as técnicas de cultivo dos italianos, a arquitetura portuguesa ou até mesmo as festas populares alemãs, características presentes em todo o território catarinense. No entanto, indivíduos de outras nações registraram suas raízes na construção da identidade brasileira.
AFRICANOS
Trazidos forçadamente para a colônia pertencente a Portugal, a fim de trabalhar para os senhores de engenho, os africanos eram obrigados a renunciar a seus costumes e crenças para seguir os valores dos colonizadores. Originários de diferentes regiões do continente, alguns hábitos culturais resistiram ao passar do tempo, se tornando uma das bases da singularidade do Brasil, juntamente com indígenas e portugueses.
Com as mulheres africanas responsáveis pela cozinha dos engenhos, a difusão na alimentação se ampliou. Temperos como pimenta, azeite de dendê e até mesmo o leite de coco foram introduzidos na gastronomia local. Vatapá, acarajé e moqueca são outros exemplos da influência.
Ritmos musicais e expressões artísticas foram igualmente incorporados — o samba, o afoxé e a capoeira estão presentes na cultura brasileira até os dias atuais. A herança africana nesta área inclui também instrumentos como tambor, cuíca, berimbau e atabaque.
Muitos termos e expressões foram incorporados e adaptados na Língua Portuguesa, enriquecendo o idioma. Caçula, por exemplo, vem de kazuli (o mais novo da família), moleque era mu’leke (filho pequeno ou garoto). Já a palavra dengo, no dialeto quicongo, significa um pedido de conforto em meio a dias difíceis.
/ DIÁRIO ESCOLAR
8 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
JAPONESES
Abrigando a maior comunidade japonesa fora do Japão, o Brasil recebeu os primeiros imigrantes no início do século 20, em 1908. Estabelecendo-se, majoritariamente, em São Paulo e no Paraná, os nipônicos deixaram heranças culturais em diversas áreas no país.
No esporte, a chegada das artes marciais ocorreu em 1914 pelo mestre Mitsuyo Maeda — para além das técnicas de combate, o judô, o caratê e o jiu-jitsu tornaram-se uma filosofia englobando a disciplina e o respeito. As práticas se popularizaram entre os atletas brasileiros e tiveram um papel importante no cenário esportivo nacional.
Embora o sushi seja um dos pratos japoneses mais famosos internacionalmente, o legado culinário ultrapassa as peças com salmão. Legumes, frutas e verduras — como brotos de feijão, acelga, espinafre japonês e pera — foram incorporados às dietas brasileiras. Os cultivos de chá, hortaliças e soja também foram desenvolvidos pelos imigrantes.
Na cultura pop, os animes e mangás se tornaram populares no país a partir da década de 1990, ainda que tenham sido exibidos nos anos anteriores. Atualmente, festivais culturais fazem parte da programação de diversas regiões do país, com apresentações de danças, músicas e cosplays
Assim como as encantadoras cerejeiras passaram a embelezar os parques, as carpas decoram lagos e aquários. Outra curiosidade é que os famosos chinelos de dedo brasileiros foram inspirados no zōri, uma tradicional sandália japonesa feita de palha de arroz, madeira lacada, couro e borracha.
ÁRABES
Na metade do século 20, muitos imigrantes árabes, principalmente do Líbano e da Síria, deixaram seus países em busca de um novo lar: o Brasil. Tendo o Sudeste como principal destino, os recém-chegados encontraram nos centros urbanos brasileiros uma chance de mudar de vida.
Estabelecendo-se como comerciantes, o início foi como mascate, uma espécie de vendedor ambulante. Donos do próprio negócio, muitos buscavam progredir para o varejo e o atacado, até atingir as indústrias, contribuindo para o desenvolvimento da economia em diversas regiões do país.
Muito além das famosas esfihas, os imigrantes deixaram suas influências na gastronomia, introduzindo noz-moscada, cravo, canela, homus e o azeite de oliva na culinária brasileira.
Devido aos oito séculos da dominação árabe na Península Ibérica, região no sudoeste da Europa, muitos traços culturais chegaram às terras brasileiras junto com os portugueses, como na arquitetura e em técnicas agrícolas. A Língua Portuguesa igualmente passou por esse processo — palavras como açúcar (vindo de as-sukkar, significando areia branca) e xarope (xarab, ou bebida poção) são exemplos da influência. Com um alto nível de escolaridade, muitos indivíduos de origem árabe marcaram presença nas áreas do direito, medicina, engenharia e artes.
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 9
5 movimentos artísticos brasileiros para você conhecer
POR REDAÇÃO ITS TEENS
Com raízes profundas em tradições de diferentes povos, a cultura brasileira surge como uma identidade única, apresentando singularidades em todo o território. Essa fusão de influências moldou diversas expressões artísticas, refletindo a riqueza e diversidade dos quatro cantos do país. Embora alguns movimentos tenham surgido em outras localidades, ao serem incorporados pelo povo passaram a ser repaginados, adquirindo novas maneiras criativas de expressão pelas distintas regionalidades da nação. Conheça cinco manifestações culturais características brasileiras.
/ CONHECIMENTOS GERAIS
10 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
1. Literatura de Cordel
Com origens ainda no século 12, no tempo do Trovadorismo medieval — prática literária em que os trovadores cantavam histórias para a população —, e passando pela modernização durante a Renascença, com a invenção da prensa mecânica, a literatura de cordel se tornou um dos movimentos mais marcantes do Nordeste brasileiro.
Com uma linguagem coloquial, composta por rimas, métricas e temas do cotidiano, a prática chegou ao país por meio dos portugueses. Por volta do século 18, a popularização dos cordéis, também conhecidos como poesia popular, veio devido aos violeiros que passavam pelas ruas da cidade cantando rimas envolvendo temáticas regionais.
Pendurados em cordas, os poemas eram, originalmente, vendidos em feiras, já que a impressão em grande quantidade era fácil e as narrativas simples facilitavam o acesso da população. As ilustrações dos folhetos feitos por meio da xilogravura, técnica de gravura em madeira pressionados contra o papel, são uma das características mais marcantes da prática.
O primeiro brasileiro a escrever cordéis, com mais de 240 obras em seu repertório, foi Leandro Gomes de Barros. Seus versos se tornaram populares pelo país todo, servindo como base para grandes produções nacionais, como o “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. Fortalecendo o folclore e a memória regional, a literatura de cordel ganhou o título de Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2018, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
2. Tropicalismo
A década de 1960 no Brasil foi marcada por momentos de intensos conflitos e transformações. Durante os tensos momentos da Ditadura Militar, uma expressão cultural surgiu para mudar o rumo da história da música brasileira.
Com grandes nomes liderando o movimento, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, o Tropicalismo possuía ideais revolucionários e libertários, buscando quebrar barreiras no universo musical. Combinando elementos tradicionais nacionais com melodias do rock e do pop, o objetivo era incorporar características da cultura jovem mundial com a brasileira.
A transformação não causou impactos apenas na música, sendo aderida pela cultura em geral, como na moda, com estilo de roupas hippie, e no comportamento da população.
3. Capoeira
Nascida como uma forma de resistência e de preservar a identidade da cultura originária, a capoeira foi uma resposta dos escravizados no tempo colonial do Brasil. Unindo o esporte e a arte, a prática incorpora elementos coreográficos e musicais em meio aos movimentos ágeis.
A musicalidade é uma das protagonistas durante as rodas de capoeira, com instrumentos musicais tocados ao vivo durante a prática. Berimbau, atabaque e pandeiro são alguns dos exemplos.
O precursor do ensino da capoeira foi Manoel dos Reis Machado, também conhecido como mestre Bimba, que criou o ritual da formatura e o estilo regional da luta. Diferentemente da categoria Angola (a tradicional), a prática incorporou técnicas e movimentos de outras modalidades e passou a ocupar as academias.
Desde 2008, a capoeira é reconhecida como Patrimônio
Cultural Brasileiro pelo Iphan. Anos mais tarde, em 2014, veio o reconhecimento internacional com o título de Patrimônio
Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
4. Movimento Antropofágico
Marcando a primeira fase modernista do Brasil, o movimento Antropofágico tinha o objetivo de inovar a identidade cultural brasileira. Liderado pelo poeta Oswald de Andrade e pela pintora Tarsila do Amaral, o início da corrente artística veio com a divulgação do Manifesto Antropofágico, em 1928.
Escrita por Oswald, a publicação era composta por diversas metáforas e simbolismos, como a ideia do movimento “devorar” técnicas de culturas estrangeiras e as reelaborar na arte nacional.
Algumas obras destacadas dentro do movimento foram o “Abaporu”, de Tarsila do Amaral; “Macunaíma”, de Mário de Andrade; e “Laranja da China”, de Antônio de Alcântara Machado.
5. Cinema Novo
Buscando romper com o cinema tradicional, muitas vezes inspirado pelo estilo hollywoodiano, um grupo de jovens cineastas se reuniu no Rio de Janeiro, no final da década de 1950, para debater os problemas do industrialismo cultural e incentivar mudanças no cenário da época.
Com o lema “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, as obras buscavam representar a realidade cruel da miséria e violência no país, criticando as injustiças sociais. Os filmes eram produzidos muitas vezes com um orçamento reduzido, em locações reais e utilizando atores não profissionais.
Outra característica do movimento foi a presença das visões pessoais dos diretores nos conteúdos, fazendo com que não houvesse uma estética específica nas obras. Uma marca do Cinema Novo foi o longa-metragem “Cinco vezes favela” (1962), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, Cacá Diegues, Leon Hirszman, Marcos Farias e Miguel Borges.
Outro nome importante foi Glauber Rocha, desenvolvedor da “estética da fome” e diretor dos filmes “Deus e o Diabo da Terra do Sol” (1964) e “Terra em Transe” (1967).
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 11
DENGUE
EM QUADRINHOS
A arte foi instrumento de combate em uma unidade de Navegantes; saiba a solução que os estudantes descobriram para acabar com o mosquito
POR ANA CAROLINE ARJONAS
O QUE VOCÊ
VAI ENCONTRAR POR AQUI:
alunos aprendem sobre prevenção e cuidado enquanto produzem quadrinhos animados.
Tempo de leitura: 5 minutos
A criação dos quadrinhos foi uma das atividades desenvolvidas pela turma
12 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
/ AEDES AEGYPTI
Com poucas falas, muita cor e personagens marcantes, as histórias em quadrinhos começaram a surgir no século 19, sendo utilizadas para ilustrar a trajetória de figuras famosas e até mesmo problemas sociais. Em Navegantes, no Centro Educacional Municipal (CEM) Professora Badia de Faria, o recurso foi utilizado para representar um vilão dos últimos meses: o Aedes aegypti.
Com atividades que incluíram as criações dos diálogos em balões e a produção de um vídeo com as mensagens gravadas, o ponto de partida foi a observação e a proximidade da turma com os quadrinhos. “É um estilo de narrativa que é trabalhado do primeiro ao quinto ano, mas essa turma tem interesse. Percebo porque toda semana pegamos livros na biblioteca e a maioria escolhe gibis”, conta a educadora Francielle Bispo, que salienta a presença de duas alunas da turma que já possuem um canal no YouTube de contação de história.
Além de trabalhar habilidades importantes, como as decisões em grupo e os conhecimentos multidisciplinares, a iniciativa foi uma oportunidade de promover a conscientização sobre o Aedes aegypti, mostrando que o cuidado é uma obrigação de todos. “Trabalhamos que cada um tem que fazer sua parte, que é um problema de saúde pública. Não adianta só eu, que moro bem distante da escola, cuidar da minha casa e quando chegar aqui na escola a comunidade não cuidar. Acho que criou um sentimento de coletividade, da importância de: ‘Eu preciso fazer minha parte e eu preciso denunciar quem não está fazendo’”, explica a professora, que dividiu as tarefas com a agente de educação Rosimeri Pereira.
Pensando naquele conhecimento que ficará registrado na memória, existem diversos momentos marcantes para a turma, como aquele em que o grupo participou do “Fato ou fake”, atividade em que a profissional aproveitou para identificar informações falsas sobre a proliferação da dengue. “É importante trazer a vivência da criança para que tenha um aprendizado significativo. É mais rico quando alinhamos vários elementos, reforçando outros componentes”, completa Francielle.
No caso de Heitor Bernardo Luzia, 8, terceiro ano, a atenção é redobrada, já que agora o olhar está mais atento aos espaços do bairro. “Aprendi que a dengue é causada por mosquito, que quando transmite a doença faz um estrago total”, diz o estudante. Se alguns estão preocupados com a área externa, há aqueles que começaram a verificar o que está sendo feito em casa, caso de Sofia de Andrade Brick, 8, terceiro ano. “Aprendi que não podemos deixar a água parada porque os mosquitos podem se reproduzir, então temos que manter tudo protegido para que todo mundo vença a dengue.”
Ciclo da vida dos animais, fotografia, criação das onomatopeias, interpretação de gráficos e história em quadrinhos foram alguns dos temas abordados durante o trabalho que envolveu diversos componentes curriculares. “Eles são ótimos semeadores, e é tão bacana vê-los replicando ideias. É algo que incentiva a leitura, a produção, a criação, então é muito bacana”, finaliza a professora, que enaltece a participação de toda a turma na criação dos quadrinhos digitais e gravados.
A turma do terceiro ano trabalhou diversas habilidades no projeto sobre a dengue
Fotos: CEM
Professora Badia de Faria/Divulgação
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 13
Escola desenvolve projeto de leitura
Incentivando a leitura nas turmas iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes do primeiro ano da Escola Municipal Professora Maria Tereza Leal estão fazendo parte do projeto “Maleta de Leitura”. Coordenado pela professora Isabela Helena Inácio, semanalmente os alunos levam a maleta com uma obra para casa para ler com a família e concluírem as atividades juntos. Após os sete dias, o livro retorna para a escola e os pequenos compartilham com a sala a experiência da leitura com os pais.
Palestra sobre o bullying debate a importância de combater o preconceito
Reforçando a importância de boas práticas e da empatia na sala de aula, a Escola Municipal Professora Rosa Maria Xavier de Araújo proporcionou aos estudantes um momento de debate sobre o preconceito.
Com o tema “Combate ao bullying: as consequências jurídicas da prática”, as turmas do sétimo, oitavo e nono ano ouviram a palestra ministrada pelo advogado Dr. Alex Anhaia, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
/ NOTÍCIAS DAS ESCOLAS
Foto: EM
Professora Maria Tereza Leal/Divulgação
Foto: EM Professora Rosa Maria Xavier de Araújo/Divulgação
14 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
Professor da Rede Municipal participa da Conferência Nacional de Educação em Brasília
Eleito delegado na etapa estadual da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024, o professor da Rede Municipal de Ensino Fábio Gardioli de Carvalho participou do evento no Distrito Federal. Realizado na Universidade Nacional de Brasília (UNB), a Conae é executada pelo Fórum Nacional de Educação (FNE) e promovida pelo Ministério da Educação (MEC), colaborando com a construção do Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034. “Foi de grande importância participar dos debates em Educação. As pautas em discussão são referências para a elaboração do PNE. Os Fóruns Municipais contribuem para uma educação democrática, pautada na valorização dos educadores e educandos, no avanço da qualidade do ensino em toda a sua dimensão”, comenta o professor.
Alunos participam de experiências em laboratório de Ciências
Em andamento desde o ano passado, a Escola Municipal Professora Badia de Faria inaugurou o laboratório de Ciências na unidade. Para a professora Jucéli Sedrez de Souza, que pode perceber a empolgação dos estudantes durante as atividades, o espaço já está fazendo sucesso entre eles.
O laboratório tem como objetivo aproximar os alunos do componente curricular e incentivar a curiosidade pela área. “A ideia é motivar, mostrar novos horizontes, fazer com que eles entendam que não é tão simples assim realizar uma descoberta, por exemplo, que tem os processos, que as pessoas precisam estudar bastante, então sempre pensando em motivá-los para que eles fiquem mais interessados na escola”, explica a professora.
A primeira experiência foi com a extração do DNA. Outros assuntos trabalhados foram o Reino Monera e o Reino Fungi, momento em que os alunos puderam acompanhar de perto o crescimento dos seres microscópicos. “Eles conseguem observar todos os processos e, com isso, acredito que fica mais fácil internalizar o assunto”, comenta Jucéli.
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 15 Fotos: EM
Professora
de Faria/Divulgação Foto: Fábio Gardioli de Carvalho/Divulgação
Badia
GUARDIÕES DO OCEANO
Promover a cultura oceânica é uma missão prevista pela
Organização das Nações Unidas (ONU), e uma turma de Navegantes já sabe como contribuir com a causa
POR ANA CAROLINE ARJONAS
O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR POR AQUI:
estudantes participam de feira de conhecimento e recebem bolsa de estudo. Tempo de leitura: 5 minutos
A observação é parte fundamental para o projeto que será desenvolvido pela turma
/ PRESERVAÇÃO 16 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
Cinco estudantes foram premiados com bolsa de iniciação científica do CNPq
Cenário ilustrado em diversos filmes e séries, a curiosidade sobre o que há abaixo dos mares já foi o ponto de partida de diversas produções cinematográficas — seja no terror ou na ficção. Entretanto, há casos em que o interesse abre portas para a educação, mostrando que a vida dos animais pode ser instrumento de estudo.
Na Escola Municipal Professora Maria Ivone Müller dos Santos, a proximidade com a natureza tem sido o incentivo para a turma do sétimo ano, que participou da primeira Feira de Conhecimento. Trazendo curiosidades dos animais marinhos, a escolha do tema foi livre. Entretanto, o que o grupo não esperava era o resultado da participação: a premiação com bolsas de iniciação científica júnior, asseguradas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que contemplou cinco alunos. “Eles estavam passando o conhecimento daquilo que tinham pesquisado. Acho que foi uma experiência bem rica, nunca tinham participado de uma feira de conhecimento”, explica a professora de Ciências Tamily Roedel.
Para Nathieli Maria Patzlaff, 13, sétimo ano, a experiência foi uma oportunidade para expor aquilo que foi aprendido durante o estudo. “Fiz sobre algas marinhas. Trouxe um aquário, quis representar onde as algas ficavam e falei um pouco sobre as características, como as proteínas e as cores”, conta a jovem, que presenciou o trabalho dos colegas de escola, abordando a rotina de diversas criaturas.
No caso de João Pedro Fermino Canabarro, 14, sétimo ano, a participação na feira foi muito mais que o resultado da bolsa: está sendo a proximidade com a ciência e a vontade de aprender cada vez mais. E há quem já esteja pensando no futuro. “Vamos ter ótimas experiências, quem sabe um dia alguém seja biólogo. Minha mãe ficou muito orgulhosa e muito feliz, foi uma oportunidade incrível”, pontua Maria Clara dos Santos, 13, sétimo ano, que compartilhou com os demais colegas uma reação padrão entre as mães: o orgulho, sentimento que também foi vivenciado pelas famílias de Letícia de Moura Machado dos Santos, 12, e Gabriely da Costa de Almeida, 14.
Com a bolsa, o foco está no clube que será criado na unidade, com o intuito de promover a cultura oceânica, assunto que é uma das metas da Organização das Nações Unidas (ONU). “Se trabalharmos agora, futuramente eles podem fazer alguma coisa [...], cada um dentro da sua área pode colaborar de alguma forma”, comenta Tamily, ressaltando a importância da parceria entre os estudantes e o desenvolvimento de cada um.
Com o objetivo de trabalhar a questão científica e a rotina em campo, o próximo passo já está definido. “Pretendo analisar a praia com eles, ver a questão do microplástico. Pegar o lixo, caracterizar e separar, fazer uma coleta de água, fazer análise para ver se achamos plâncton”, finaliza a educadora.
Vale ressaltar que por meio do programa da Escola Azul, os estudantes participam de diferentes projetos e atividades, que também são internacionais, como um booklet da Europa.
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 17
EM Professora Maria Ivone Müller dos Santos/Divulgação
Fotos:
/ CAPA 18 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
O QUE VOCÊ
VAI ENCONTRAR
POR AQUI:
estudantes desenvolvem habilidades em salas de recursos multifuncionais.
Tempo de leitura: 9 minutos
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 19
POR ANA CAROLINE ARJONAS
Fotos: Bruno Golembiewski
Compreender as individualidades não é apenas aceitação, mas uma forma de respeito ao outro. Em um mundo com oito bilhões de pessoas, é fato que cada um de nós é único, com habilidades e dificuldades características. Entretanto, o segredo para trabalhar o desenvolvimento e a evolução pode estar na maneira como crianças e jovens são estimulados a trabalhar as adversidades, exemplo do que ocorre nas salas de recursos multifuncionais em Navegantes.
Planejada para atender alunos que apresentam algum tipo de deficiência, é neste espaço que os movimentos e o aprendizado ganham vida, deixando claro como cada um é capaz de ultrapassar os próprios limites, levando em consideração o tempo e as peculiaridades, afinal, nem mesmo o período de aprendizagem é igual para todos — e aquelas que estão em sala reconhecem a importância da individualidade, como acontece no Centro Educacional Professora Maria de Lourdes Couto Cabral — CAIC.
Com atendimentos no contraturno, o intuito é conhecer cada aluno que é diagnosticado, pensando em um plano capaz de abordar as necessidades e trabalhar aquilo que é preciso melhorar. Porém, esse plano só é possível após a conversa com os responsáveis e análise de cada caso, informações que fazem a diferença na abordagem. “Trabalhamos as especificidades, o que identificamos que eles não têm desenvolvido. Grande parte do nosso público tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a maior parte deles precisa de desenvolvimento social, eles não socializam, não conseguem desenvolver, então essa é uma habilidade que trabalhamos”, conta a professora do atendimento educacional especializado Mayara Cristina Fujii. Ao todo são 150 crianças atendidas, com atividades distintas e planos que levam em consideração a melhor forma de desenvolvimento. Isso porque enquanto alguns precisam de auxílio para coordenar a movimentação, outros possuem dificuldade para identificar palavras e a funcionalidade dos números, por exemplo. “Trabalhamos mais na alfabetização. A maior parte dos nossos alunos têm atraso cognitivo. Nos anos iniciais, eles vêm da Educação Infantil, e eles sabem, reconhecem as letras, reconhecem os números, porém não tem funcionalidade, eles não sabem para que servem”, explica a profissional, que menciona a dificuldade compartilhada com as demais professoras da escola, que encontram no atendimento educacional especializado a parceria necessária para entender as limitações de cada aluno e a forma correta para trabalhar com cada um.
/ CAPA
20 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 21
Fotos: Bruno Golembiewski
O imaginário também é utilizado pelas professoras, que fazem questão de mostrar como a educação pode ser divertida e significativa. “Trabalhamos de forma mais lúdica, a forma que, às vezes, não é passado em sala de aula, por exemplo, raciocínio lógico, organização, concentração e foco”, explica a professora do atendimento educacional especializado Suelen de Souza Estácio, que divide os atendimentos com Mayara e faz questão de salientar que a velocidade de cada criança também faz a diferença — enquanto algumas preferem atividades mais ágeis, outras conseguem aprender melhor com mais calma.
Para a diretora do departamento pedagógico, Eliane Félix Coimbra, a inclusão no espaço é uma oportunidade para pensar em quem serão esses estudantes no futuro. “Aprendem habilidades para ter uma vida funcional. Em alguns casos, quando a questão da socialização também é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, os atendimentos em grupos são feitos”, explica a especialista. Mais que a importância no momento de interação com os estudantes, as professoras também são fundamentais para manter o acompanhamento e o direcionamento na unidade. “Elas acompanham o processo, tanto de inclusão na sala regular como esse processo de triagem, mediante as dificuldades de outros alunos que não são diagnosticados”, menciona a profissional.
Entre a conversa com os pais, o acolhimento do jovem e a definição do que será estudado, é essencial compreender a singularidade do processo. “Estamos com cerca de 926 alunos. Todo dia recebemos laudos novos, a investigação não tem um número específico. Toda sala tem criança com laudo ou em investigação”, pontua a coordenadora da educação especial Ana Paula Massiroli Dias.
No caso de Luana da Silva Oliveira, 13, oitavo ano, as transformações estão sendo sentidas em casa, e quem comprova é a mãe, Lenir Rodrigues da Silva. “É bem legal ver a felicidade dela. Ela fez bastante amizade e ajudou muito no movimento social e motor”, diz a responsável.
/ CAPA 22 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
Aprendem habilidades para ter uma vida funcional. Em alguns casos, quando a questão da socialização também é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, os atendimentos em grupos são feitos
Eliane Félix Coimbra
Presença garantida na bocha
E a transformação fica ainda mais evidente quando o assunto é o esporte. Isso porque os alunos da unidades participam de campeonatos de bocha, esporte que é adaptado para a necessidade de cada competidor. Luana da Silva Oliveira é uma das atletas da unidade. Ganhadora de três medalhas, a participação nas quadras é seguida de perto por aqueles que vivenciam a emoção do esporte, caso da agente de educação Cleuza Gomes Lourenço. “Como ela tem dificuldade de movimento na mão direita, ela joga com a esquerda e tem que acertar a bolinha o mais próximo possível da branca. Temos que auxiliar, colocar a cadeira do lado, direcionar para que jogue mais perto possível da bola branca”, menciona a educadora que também acompanha a evolução em sala, sendo a responsável por compreender as atividades desenvolvidas por Luana e como as tarefas podem ser adaptadas.
Em um país com mais de 18 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é essencial mostrar que o futuro pode ser diferente. Para o diretor da unidade, Valdemir Chagas Santos Júnior, a prática é uma possibilidade de promover a diversidade. “Permite que os estudantes de diferentes origens, habilidades e características compartilhem experiências, construindo uma cultura de respeito, preparando o aluno para uma sociedade melhor”, acrescenta o profissional.
Para Vanilsa Cristina Santana Franco, o filho Kleber Luiz dos Santos Júnior, 12, sétimo ano, está apresentando melhoras que só foram conquistadas graças aos treinos de bocha. “Ele é uma criança muito tímida, quem conhece sabe que é difícil ele falar com as pessoas [...]. Ele começou a desenvolver a fala, coordenação motora. Hoje o Kleber fala na partida, se comunica com o professor”, sintetiza a mãe, deixando evidente a ligação do filho com o educador e a felicidade após cada conquista e participação em campeonatos. Além do desenvolvimento na escola, ambos participam de atividades na Apae.
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Fotos: Bruno Golembiewski
VIGOR, SUPERPODERES E UMA LONGA CONTINUIDADE
ENTENDA OS MAIORES ERROS E ACERTOS DO UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO DA MARVEL, DESDE O ESTRONDOSO INÍCIO ATÉ OS DESASTRES CRITICADOS POR FÃS
POR GUSTAVO BRUNING
Quem gosta de cinema não tem como ter escapado, nas últimas duas décadas, do fenômeno que foi a proliferação dos filmes de super-heróis. A introdução da Marvel Studios, mais especificamente, aqueceu o cenário a partir de 2008, reunindo personagens que até então nunca haviam sido prestigiados na tela grande.
O império da Marvel se formou com vigor e é, hoje, repleto de vitórias. No entanto, como todo império, teve seus equívocos grotescos e hoje acumula fragilidades. Diante de tanta exposição e uma proporção imensurável, será que o estúdio está com os dias contados? Por que a Marvel fez sucesso? Quem será a cara da companhia no futuro?
/ CULTURA POP
24 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
EXISTIA UMA IDEIA…
O embrião
A Marvel Comics, que publica os quadrinhos, abriu as portas há 85 anos e foi comprada e incorporada pela Disney em 2009. Nos anos 1990, no entanto, buscou uma solução para sair do vermelho: vender os direitos de alguns personagens para estúdios de cinema. Foi daí que surgiram as aclamadas adaptações “X-Men: o filme”, de 2000, e “Homem-Aranha”, de 2002.
Vingadores com vigor
Cenário do cinema aquecido
Na telona, Wolverine, Homem-Aranha e Hulk alavancaram a popularidade da Marvel, fazendo com que a empresa decidisse produzir os próprios filmes. Contudo, havia um problema: os heróis mais conhecidos já estavam em posse dos grandes estúdios.
A decisão de Kevin Feige, o figurão por trás do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), foi encabeçar a repaginação da Marvel Studios apostando em personagens menos populares, como Homem de Ferro, Thor e Capitão América.
O sucesso se provou estrondoso logo no primeiro filme, “Homem de Ferro”, em 2008. A reunião de vários heróis, em 2012, tornou “The Avengers - Os Vingadores” uma referência para outras franquias.
Um dos méritos, somado ao elenco brilhante, foi a continuidade das histórias, que são interligadas entre os longas-metragens e, ao mesmo tempo, funcionam de forma independente.
A Saga do Infinito reuniu os 23 primeiros longasmetragens, divididos em três fases. Isso culminou em uma batalha derradeira, na qual todos os heróis introduzidos até então enfrentaram o vilão Thanos, em “Vingadores: ultimato”, de 2019.
O que o futuro reserva
Estamos em meio à quinta fase, com 33 filmes lançados até maio de 2024. Além disso, a expansão para o streaming, com seriados no Disney+, serviu para destacar personagens secundários. Desde então, diversos nomes já deram adeus à franquia, abrindo espaço para outros. Para muitos, o clímax desse universo já se foi, mas há a esperança de que as próximas produções tragam um sopro de ar fresco. “Capitão América: admirável mundo novo” chega em 2025, com um novo titular assumindo o icônico escudo, enquanto “Thunderbolts” deve formar um time inédito. O que mais promete, entretanto, é a futura formação do Quarteto Fantástico.
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ERROS E ACERTOS DE CADA FASE DO MCU
FASE 1
Erro
“Homem de Ferro 2” tinha potencial para dar certo, incluindo um vilão interessante, um orçamento maior e a introdução da Viúva Negra. No entanto, se tornou um filme bagunçado e aproveitou Tony Stark muito mal.
Acerto
A prévia do encontro dos Vingadores, exibida nos créditos finais de “Capitão América: o primeiro vingador”, de 2011, deu o tom do longa fenomenal que estava por vir. A reunião de heróis, já apresentados em seus respectivos filmes, ocorreu no ano seguinte.
FASE 2
Erro
Quando Thor retornou, veio sem parte da magia que define o deus do Trovão. Ao contrário da estreia do herói no MCU, “Thor: mundo sombrio” chegou como uma sequência desinteressante, quase apática e sem nada de novo.
Acerto
Além da gloriosa chegada dos Guardiões da Galáxia no filme de James Gunn, a segunda fase teve outro marco: “Capitão América 2: o soldado invernal”. Dirigido pelos irmãos Russo, que logo depois assumiram a saga dos Vingadores, é quase um filme de espionagem perfeito, com as melhores cenas de ação do MCU até hoje.
/ CULTURA POP 26 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
FASE 3
Erro
Enquanto as duas primeiras fases tiveram seis filmes cada, a terceira soma 11 aventuras. A bomba foi “HomemFormiga e a Vespa”, sequência do longa que apresentou o divertido Scott Lang. Aqui o protagonista perde o carisma, enfrenta uma vilã esquecível e some em uma história fraca.
Acerto
“Capitão América: guerra civil” se deu bem introduzindo tanto Chadwick Boseman como Pantera Negra quanto o Homem-Aranha de Tom Holland. O terceiro ato, aliás, subverteu as expectativas de uma batalha grandiosa. O maior acerto, porém, foi o grand finale da Saga do Infinito, dividido em duas partes. Ver os heróis viajando no tempo, para momentos anteriores dos filmes, foi pura nostalgia.
FASE 5
Erro
FASE 4
Erro
Enquanto “Thor: amor e trovão” falhou no exagero do tom cômico, o problema desta fase foi a abundância de seriados lançados no Disney+, considerados cânone no MCU. Foram oito produções, com 57 episódios, que deveriam ser assistidas por quem desejasse estar a par da grande história.
Acerto
A combinação “Homem-Aranha: sem volta para casa” e “Doutor Estranho no multiverso da loucura” ampliou os horizontes do MCU para além da realidade que conhecíamos. Enquanto o primeiro levou multidões à loucura ao colocar versões passadas do Amigo da Vizinhança lado a lado, o segundo teve o toque peculiar do diretor Sam Raimi, repleto de referências ao terror.
Mesmo com a quinta fase em andamento, é possível dizer que “Homem-Formiga e a Vespa: quantumania” é o fundo do poço do MCU. Essa bomba não foi alvo de tantas críticas negativas à toa, especialmente em função da péssima qualidade dos efeitos especiais e do abandono da boa comédia, marcante nos dois filmes anteriores. Nem a gloriosa Michelle Pfeiffer salvou.
Acerto
A expectativa é que o acerto venha em julho, com a estreia de “Deadpool & Wolverine”. Até então, nenhuma produção desta fase realmente brilhou. No entanto, há motivos para se animar: a quarta aventura do HomemAranha, uma série da vilã Agatha e o filme “Thunderbolts”, que promete reunir um novo grupo de heróis.
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PARA COMEÇAR A PROGRAMAR 5 PLATAFORMAS
POR LUCAS INÁCIO
1. Arranhando na programação
Quando o assunto é tecnologia, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) é uma das grandes referências mundiais. Por isso essa dica é tão importante, pois o instituto criou o Scratch, um site que ensina programação de um jeito em que se usa muito a criatividade.
É como se você tivesse à disposição uma tela em branco em que pode criar jogos, contar uma história, montar uma animação, entre outras possibilidades, e, a partir daí, a plataforma permite desenvolver e aprender a programação neste ambiente livre. Para isso, são utilizados blocos de código, o que deixa tudo mais intuitivo e livre para a criação desde o início da jornada.
2. BitMakers
Calma, essa dica não é sobre criação de música, mas o nome do projeto deixa a gente intrigado, de fato. Direto do YouTube e com esse trocadilho maravilhoso vem o Canal BitMakers, com um curso de 22 aulas curtinhas para aprender a programar. São passos rápidos e práticos para crianças e adolescentes entrarem no mundo da programação com videoaulas.
/ WI-FI
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3. Mais uma do YouTube
Existem vários canais sobre programação no YouTube e lá você pode encontrar professores que ensinam de um jeito fácil e que prende a atenção. Tem os canais Programação
Dinâmica; Código Fonte TV; Cursos em Vídeo; Laboratório da Júlia; eXcript.
No canal do Léo Andrade, você encontra uma playlist de um curso de programação com 23 videoaulas, entre dez e 30 minutos, que vão aumentando conforme o estudante avança, deixando essa jornada mais complexa e cheia de recursos.
De jogos a sites, passando também pelos aplicativos, é possível aprender muito neste canal com mais de 100 mil inscritos.
4. É possível e simples programar em 3D
Para quem começou a programar há pouco tempo, parece que vai demorar mil anos ou que vai ser impossível chegar ao nível de programar em 3D, mas o Tinkercad deixa essa tarefa muito mais fácil e acessível.
Ao ter um terceiro eixo para movimentar ao longo da programação, as possibilidades na hora de montar são diversas: é possível montar estruturas e, caso você esteja meio perdido, o site oferece um blog cheio de dicas e encaminhamentos, afinal, são mais de 50 milhões de usuários.
A cereja do bolo é que suas criações no Tinkercad podem ser impressas em 3D, abrindo várias possibilidades para criar ainda mais coisas num futuro próximo.
5. Code Combat
Se a ideia é aprender a programar jogando, um dos mais conhecidos e prestigiados da área é o Code Combat (“combate de código”, em tradução livre). Trata-se de um RPG em que o jogador deve fazer as missões passadas percorrendo seu mapa, tal qual o próprio modelo de RPG permite, porém só é possível comandar o avatar com códigos nas linguagens oferecidas: Python e JavaScript (duas linguagens altamente aplicáveis).
O visual é divertido e tudo é bem explicado pelo próprio jogo, que tem versão em português e pode ser jogado direto no navegador. Por ser um sucesso, o game também tem sua versão paga e com mais recursos, mas a versão gratuita é suficiente para aprender bastante e iniciar no mundo da programação.
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TEMPOS DIFERENTES:
VOCÊ SABIA QUE A PERCEPÇÃO DAS HORAS PODE MUDAR PRÓXIMO AO BURACO NEGRO?
Você já imaginou que o tempo pode ser diferente para cada indivíduo? Por mais que as 24 horas e a volta no relógio, composta pelos 60 segundos, seja a mesma para todos, há um lugar em que a percepção é alterada, modificando os efeitos do espaço-tempo. A diferença ocorre perto do buraco negro, região da galáxia em que a gravidade é intensa, responsavel por modificar as leis da física — e aqui nem mesmo a luz é capaz de fugir do campo gravitacional.
Presente em diversas partes do universo, inclusive na Via Láctea, o buraco negro não é algo palpável ou que pode ser identificado por seus limites. Na verdade, uma das principais características para a identificação é aquilo que se forma ao redor. “No entorno do buraco negro se formam objetos que estão caindo, são destruídos e formam um disco em volta, semelhante aos anéis de saturno”, explica o professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Alexandre Zabot.
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POR ANA CAROLINE ARJONAS
FORMAÇÃO E TIPOS DE BURACOS NEGROS
Se você ainda está tentando imaginar como é um buraco negro ou como acontece a formação, é essencial ter em mente que o processo começa com a morte de uma entrela — o fim é seguido de uma explosão da supernova e a formação do buraco negro. A estrela, responsável por equilibrar a força gravitacional, com a passagem dos anos acaba convivendo com o dilema entre expansão, fusão nuclear e colapso gravitacional, momento em que a gravidade inicia a explosão. Seja pelo tamanho ou formação, existem algumas classificações para os buracos negros. “Todos que conhecemos ou são com massa muito pequena, na ordem da massa de uma estrela, ou uma massa muito grande, milhões e milhões de vezes a massa de uma estrela. A diferença é a quantidade de massa que eles têm. Também muda a questão da localização e da quantidade de objetos. Os buracos negros estelares se distribuem por toda a nossa galáxia e outras, então ele se distribuem uniformemente”, menciona Alexandre.
Confira as principais principais características de cada categoria:
Buracos negros estelares: composto após o colapso da estrela, o buraco possui um tamanho maior do que a massa do Sol — é necessário ter cerca de 2,5 a 3 vezes a massa da estrela;
Buracos negros supermassivos: acredita-se que a formação é por conta da fusão com outros buracos negros. A principal diferença é o tamanho — pode ter milhões ou bilhões de vezes a massa do Sol. É importante lembrar que quando dois buracos negros se fundem, o tamanho não será a soma da massa de ambos, já que parte do volume é convertido em energia.
Também existem os buracos negros intermediários e os primordiais. Enquanto a primeira categoria engloba os que possuem um tamanho médio, maior que o estelar e menor que o supermassivo, o segundo é para aqueles pequenos — a formação do segundo estaria ligado ao Big Bang. Vale destacar que existem poucas informações sobre as duas classificações.
HORIZONTE DE EVENTOS E PERCEPÇÃO DE TEMPO
É compreendendo o horizonte de eventos que podemos imaginar a diferença na percepção de tempo. Isso porque a região é conhecida por estar ao redor de um buraco negro. “É uma região, uma fronteira, não é uma barreira física. É uma região no espaço a partir da qual tudo que estiver para dentro dela não consegue sair do buraco negro. Por isso é um buraco negro, não conseguimos ver nada lá dentro”, esclarece o professor. E quanto mais perto, mais lento serão os minutos. “O tempo vai passando mais devagar à medida que se aproxima do horizonte do buraco negro. Quando chega no horizonte de eventos é como se o tempo parasse para alguém que vê de fora”, declara o professor. E o “congelamento” das horas não é a única mudança no horizonte de eventos. Na verdade, há outra consequência muito característica: a mudança no comprimento e volume. “Quando você cai em um buraco negro, a gravidade é extrema, então você é esticado igual espaguete”, completa Alexandre, que nomeia o evento como efeito de marea.
Mesmo sem saber ao certo o que acontece no centro de um buraco negro, a mudança gravitacional é uma das certezas, sendo a responsável por mudar o entendimento sobre tempo, tamanho e massa. Sendo assim, é importante pensar neste espaço da galáxia como algo único. “Uma região do espaço que tenha propriedades especiais em relação ao espaço-tempo, ou seja, como as medidas são feitas naquela região e como o tempo passa naquela região. Não se trata de um objeto, uma superfície que tem um material específico. É uma região especial do espaço”, finaliza o profissional.
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DE CAMALEÕES A POLVOS:
POR QUE OS ANIMAIS MUDAM DE COR?
POR REDAÇÃO ITS TEENS COM REVISÃO DE TAMILY ROEDEL
Enquanto alguns se escondem em tocas ou encontram refúgio em uma vegetação densa, outros animais possuem um artifício que os ajudam a sobreviver no reino animal — a camuflagem. Seja para despistar predadores, ou até mesmo responder às mudanças do ambiente, estes seres vivos são capazes de se adaptarem facilmente.
Muitas criaturas já nascem com características que os ajudam na camuflagem, como a mariposa-pavão, que possui padrões nas asas que assemelham aos olhos de corujas, mas também há aqueles que detêm células especiais na pele ou pigmentos que podem ser controlados pelos animais, como cromatóforos e leucóforos, que permitem a mudança de cor para se misturar ao ambiente.
Segundo a professora de Ciências Tamily Roedel, existem dois tipos de mecanismo. “Na camuflagem, os animais se confundem com o meio em que vivem e podem ter coloração, formato ou textura semelhante ao ambiente. No mimetismo, buscam semelhança com o ambiente em que vivem. É uma característica promovida pela adaptação ao ambiente para obter vantagem ou fugir de predadores.”
O polvo, por exemplo, é capaz de mudar de cor e textura rapidamente para se misturar com o seu entorno, assim como o camaleão. Já os ursos polares e os tubarões contam com colorações que se ajustam à luz do ambiente, e assim passam despercebidos. Esses animais se enquadram na camuflagem.
O peixe-papagaio e o mandarim podem mudar de cor devido à regulação térmica, escurecendo ou clareando a pele para controlar a quantidade de luz absorvida e se ajustar à temperatura. No caso do louva-a-deus, a alteração ocorre em resposta a emoções, como o estresse, sendo uma forma de comunicação.
No mimetismo, a falsa-coral e borboletas Papilio laglaizei imitam outras espécies venenosas e tóxicas, o que faz com que predadores não se aproximem. Já as aranhas do gênero capturá-las. Essa técnica não se limita aos animais, pois algumas orquídeas igualmente, em suas folhas, simulam fêmeas de insetos para atraí-los a fim de favorecer a polinização na natureza.
/ COMO FUNCIONA?
32 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
COMO OS ANIMAIS
CONSEGUEM SE COMUNICAR?
Ao longo da história, a comunicação sempre desempenhou um papel essencial para os seres humanos, pois permite compartilhar conhecimentos, emoções e ideias, sendo crucial para o progresso em diversas esferas da vida. Entretanto, como isso se aplica ao mundo animal? Embora as espécies não possuam um sistema complexo de linguagem como nós, cada ser desenvolve suas formas de interação adaptadas às necessidades e ao ambiente, muitas vezes combinando mais de um aspecto, pensando na sobrevivência, reprodução e organização social.
COMUNICAÇÃO VOCAL
O modo mais comum, semelhante à dos humanos, é a emissão vocal. Papagaios, baleias e morcegos são exemplos de animais que utilizam esse meio para identificar a localização, alertar sobre perigos ou até mesmo detectar características de outros bichos.
SINAIS VISUAIS E TÁTEIS
Os sinais visuais são igualmente uma das maiores formas de comunicação, incluindo posturas corporais, gestos e exibição de cores — aqui se destacam os pavões, primatas e abelhas. Falando em inseto, outro meio comum entre estes seres são os sinais táteis, em que transmitem informações pelo contato físico. Elefantes, polvos e gatos igualmente se utilizam dessa técnica.
COMUNICAÇÃO QUÍMICA
A liberação de substâncias químicas, como os feromônios, também entra na lista. Animais como cachorros, formigas, lagartos e roedores deixam rastros como o suor ou a urina a fim de marcar território, identificar membros da mesma espécie e atrair parceiros.
A interferência das atividades humanas nos habitats dos animais trouxe desafios para esse processo. Construções, tráfego e a poluição podem interromper os padrões de comunicação de espécies terrestres, aquáticas e aéreas, dificultando a interação entre os seres.
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secreto dos coelhos no Japão
Okunoshima: Ilha de o mundo
POR REDAÇÃO ITS TEENS
/ VOCÊ SABIA?
34 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
Para quem é fã de pet, visitar um ambiente cheio de bichinhos livres parece um paraíso, não é mesmo? Em um arquipélago japonês, nos arredores de Hiroshima, centenas de coelhos dominam a região da Ilha de Okunoshima.
O destino atrai pessoas de todo o mundo e encanta os visitantes com a presença dos animais, sendo possível alimentá-los e acompanhá-los nas atividades turísticas. Sem um número exato da população felpuda, é esperado que a quantidade aumente ao longo do tempo, já que não existem predadores naturais no local, e cães e gatos são proibidos.
Com ambientes para acampar, rotas para passeios de bicicleta e belas praias para desfrutar, a ilha conta com outro ponto turístico relatando a história da região. Aberto em 1988, o museu contempla informações do passado envolvendo a Segunda Guerra Mundial — isso porque o local abrigou uma fábrica secreta de armas químicas.
Removendo a localização da ilha de alguns mapas e acobertando a verdade dos moradores, o governo japonês buscava manter as produções de forma sigilosa. De 1929 a 1945, milhares de gases mostarda e lacrimogêneo foram fabricados, materiais descartados pelas forças aliadas após o fim da guerra.
Há quem acredite que a aparição dos coelhos tenha a ver com esse período: usados como testes para os experimentos dos gases, os animais teriam sidos liberados após a Segunda Guerra Mundial. Também há aqueles que defendem a ideia de que um grupo de estudantes soltou uma pequena ninhada no local em 1971, enquanto outros dizem que turistas britânicos deixaram um casal de coelhos na ilha.
Seja qual for a verdade, ainda não se sabe de fato como os bichinhos se tornaram habitantes da região. Anos após ser evitada pelas pessoas, devido ao passado sombrio, a ilha ganhou uma nova vida com a presença dos felpudos.
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 35
CENTRO EDUCACIONAL MUNICIPAL PROFESSORA
/ GALERIAS
MARIA DE LOURDES COUTO CABRAL – CAIC
CMEC CIDADE DA CRIANÇA
CEM PROFESSORA MARIA REGINA GAZANIGA DA COSTA
CEM PROFESSORA CLARINDA MARIA GAYA
CEM PROFESSORA LEONORA SCHMITZ
36 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
CEM PROFESSORA MARIA REGINA GAZANIGA DA COSTA
CMEI PROFESSOR JOSÉ DOS PASSOS LEMOS
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 37
CMEI BRUCE CRANSTON KAY
CMEI BRUCE CRANSTON KAY
CMEI PORTAL DO SABER
CMEI LACI ANA DE BORBA CESÁRIO
CMEI PROFESSORA BERNARDETE
/ GALERIAS
CMEI PROFESSORA JULIETA PEREIRA MULLER
CMEI PROFESSORA MARIA CARLOTA VIEIRA
CMEI PROFESSORA ALESSANDRA
ZILDA DA SILVA
CMEI PROFESSORA ISABEL FLORES PAGANI
38 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
MARIA SEDREZ DA SILVA
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 39
CMEI PROFESSORA NEROZILDA PINHEIRO FERREIRA
CMEI PROFESSORA ADÉLIA DE SOUZA FERNANDES
CMEI PROFESSORA NATALINA SABEL DO AMARAL
CMEI PROFESSORA SILVETE COUTO DE MIRANDA
CMEI RECANTO DOS BAIXINHOS
ELSIR BERNADETE GAYA MÜLLER
CMEI RECANTO DOS BAIXINHOS
/ GALERIAS
EM PROFESSORA BADIA DE FARIA
40 ITS TEENS - NAVEGANTES / MAIO 2024
EM PROFESSORA
EM PROFESSORA MARIA HOSTIM DA COSTA
PRÉ-ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA NAZIR RODRIGUES REBELLO
EM
EM PROFESSORA MARIA IVONE MULLER DOS
EM PROFESSORA MARIA TEREZA LEAL
NDMAIS.COM.BR/REVISTA-ITS-TEENS 41
PROFESSORA ENI ERNA GAYA
SANTOS
OS CONSTRUTORES E O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
Numa bela cidade morava um grupo de pescadores, que todos os dias se aventuravam no mar, cada um com suas habilidades e dificuldades. Entre eles havia um construtor de barcos artesanais, responsável pelas embarcações que os levavam para além do horizonte.
Certo dia, outro construtor chegou ao local. E, além dos modos diferentes de vestir-se e falar, trazia consigo muitas ideias e uma máquina engenhosa. Dizia que com ela era capaz de fazer os mais eficientes barcos que essa comunidade jamais havia visto.
Em alguns dias começou o seu trabalho e, de fato, passou a produzir admiráveis embarcações. Mas, com o passar do tempo, esses barcos começaram a apresentar problemas estruturais.
O antigo construtor usou as falhas do seu concorrente como argumentos para defender a sua prática e começou a recuperar parte da clientela perdida, embora seu trabalho tivesse resultados mais demorados e pouco conseguisse acrescentar de novidade aos seus projetos.
No entanto, um dia, ambos os construtores receberam cartas, com mensagens semelhantes, marcando um encontro na praça central da cidade, em dois bancos de cores diferentes, que compartilhavam o mesmo encosto e, portanto, permitiam que seus ocupantes ficassem sentados de costas um para o outro.
Cada construtor recebeu instruções para sentar-se em um deles, chegando em horários próximos, mas distintos, para que não vissem quem estaria no banco oposto. Deveriam, silenciosamente, no momento estipulado, trocar mensagens que respondiam às seguintes perguntas: “O que seu barco tem de único? E o que faria o seu trabalho ser melhor?”
Curiosos, ambos compareceram no dia e hora marcados com um papel nas mãos e, no horário orientado, trocaram suas respostas. Minutos depois, um jovem se aproximou dizendo :
- Agora que vocês já leram o que o outro trouxe, podem virar-se e conhecer de quem é a resposta. E continuou:
- Podem agora, sem preconceitos e rivalidade, reunir a experiência e habilidade de um com a competência e engenhosidade do outro? Precisamos de vocês trabalhando juntos para atenderem às necessidades da nossa comunidade.
A partir daquele dia, só havia uma empresa construtora de barcos naquela cidade, que passou a ser famosa por ter as embarcações mais resistentes e inovadoras de toda a região.
Enquanto educadores, construímos uma embarcação para que as nossas crianças e jovens ganhem novos horizontes em um mar de desafios, que é este mundo globalizado.
Nas últimas décadas, vivemos mudanças muito intensas que trouxeram, por meio da tecnologia, não apenas novas formas de fazer as coisas, mas também de pensar e, consequentemente, de aprender. Como pais e/ ou educadores, precisamos criar oportunidades para o desenvolvimento saudável da infância, por meio da reflexão sobre essas transformações, analisando as informações que recebemos e mostrando a importância do respeito e da cooperação em nossas relações com nossas comunidades.
Mas, além de ser alvo de reflexão, a revolução científica e tecnológica pode trazer muitas ferramentas, que tornam o que ensinamos mais fácil de entender, atrativo, prazeroso e conectado com diversas áreas de conhecimento e modos de ver, compreender e atuar no mundo.
Há infinitas possibilidades neste admirável mundo novo para serem exploradas pelos construtores da educação. E, para os que estão dispostos a dialogar sobre suas práticas e saberes e querem aprender uns com os outros, elas podem ajudar a realizar as transformações da nossa realidade, que tanto desejamos, precisamos e buscamos construir.
*O título faz alusão à obra de Aldous Huxley “Admirável Mundo Novo”, distopia futurista de 1931, uma narrativa de ficção com possibilidades de reflexão sobre o nosso futuro na vida real, diante dos avanços tecnológicos.
/ SAIDEIRA
POR ELIANE FÉLIX COIMBRA diretora do Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação
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RESPOSTAS
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/ DIVERSÃO