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BRINCANTES

Em um espaço pensado e projetado para as crianças, o conhecimento é adquirido por meio da diversao, com novas vivências e momentos em grupo

Que levante a mão quem nunca imaginou o cenário perfeito para brincadeiras, que deu vida aos objetos e itens, criando um mundo paralelo a partir dos detalhes. Nos primeiros anos de vida, a imaginação é uma das habilidades mais valiosas, responsável por transformar os momentos e as relações. Para incentivar as práticas que vão além da sala de aula, a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, por meio da Diretoria de Educação Infantil, deu vida ao projeto Creches Inovadoras.

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O objetivo é apoiar as novas abordagens propostas pelos Núcleos de Educação Infantil Municipais (Neims), diversificando o ensino. O pontapé inicial foi dado quando as unidades começaram a enviar sugestões. “A proposta surgiu a partir da inovação que algumas unidades se propuseram a fazer em sua prática pedagógica. Com o desejo de não cair no conformismo, eles foram elaborando propostas inovadoras e encaminhando para a secretaria para aprovação e apoio”, declara a diretora de Educação Infantil, Débora Raquel Schutz.

O Neim Monsenhor Frederico Hobolt faz parte do projeto, apresentando às crianças os territórios brincantes. Com espaços pensados de acordo com a idade, inserindo aquilo que é importante para cada turma, o que vale é oferecer o ambiente adequado para o desenvolvimento. Por lá, a criançada já sabe o que esperar em cada dia da semana — casinha, biblioteca e cinema, locais que já fazem parte do cotidiano.

Para transformar a rotina, a inspiração foi o Neim Doralice Teodora Bastos, um dos primeiros a inovar na educação da Capital. O intuito é potencializar as brincadeiras e vivências dos pequenos, utilizando os locais para criar novas interações. “Os territórios são espaços organizados, estruturados. A gente prioriza também utilizar elementos da natureza no espaço cozinha, preferencialmente no espaço externo”, comenta a supervisora Patrícia Silveira de Sá.

Mas se engana quem pensa que as definições partem apenas de alguns profissionais. Toda a equipe tem a oportunidade de observar e compreender os desejos e anseios das crianças, afinal, são elas que precisam interagir. “Nós temos um grupo que se reúne para pensar nos espaços. Temos três grupos de ação, dos territórios externos e internos, eventos e teatro”, conta a diretora Eliane Gomes Bongiolo.

No primeiro semestre, os pequenos também puderam usufruir do território bem-estar, além do espaço luz e sombra. Toda evolução parte do mesmo princípio: acompanhar as mudanças. “As crianças, no contexto atual, nos mobilizam a inovar, pois estão inseridas numa sociedade dinâmica e tecnológica. É papel da educação possibilitar essas outras experiências para as crianças que frequentam a Educação Infantil”, completa Débora.

Brincando de casinha

É quase impossível encontrar alguém que não tenha brincado de casinha. Com as diversas possibilidades de criar e recontar histórias, a diversão é uma das mais conhecidas, passada de pais para filhos. Para quem frequenta o Neim Monsenhor Frederico Hobolt, o ambiente conta com diversos “cômodos”, incluindo a interação com as bonecas, carrinhos, cozinha e escritório — uma novidade para a turma.

Por lá, feijão, macarrão, pedras e um pouco de areia podem ser misturados na mesma panela, servidos junto com frutas de madeira e talheres de brinquedo. As professoras ficam responsáveis por agendar o horário de cada turma no espaço, disponível às terças e quintas-feiras.

Os grupos arrumam o lugar de acordo com as preferências, levando em consideração quem quer brincar com cada brinquedo. No caso dos menores, para quem tudo ainda é novidade, os detalhes, sons e formatos despertam a curiosidade. Os maiores já estão prontos para criar e usar a imaginação, compartilhando os itens e a diversão.

O papel das professoras é acompanhar o desenvolvimento, interferindo o mínimo possível no que será decidido pela maioria. Eles é quem devem definir o que será feito, qual deve ser a brincadeira e como cada item vai ganhar vida. É essa autonomia que abre espaço para o desenvolvimento, seja das habilidades individuais ou aquelas que são conquistadas em grupo.

A coordenadora e professora auxiliar Silvana Faustino acredita que a inovação só faz sentido quando olhamos para trás. “Só acontece se a gente realmente revisita a nossa criança, porque quando a gente organiza esse espaço, não é o organizar para um adulto, é pensar que eu já fui criança.”

Instalada em setembro deste ano, a criação é uma das preferidas entre a garotada. No próximo ano, a meta é criar o território em um espaço fixo, com opção de visitação todos os dias da semana.

A estreia do dinossauro

Além da alegria de brincar com as panelas e fogões, um espaço novo chamou a atenção: o território dinossauro. Pensado a partir do carinho que muitos têm pelo animal, a primeira visita foi marcada pela caça e pelo som dos bichos — teve quem se aventurasse na busca dentro da caverna, montada com alguns panos. O ambiente é a prova de que a opinião dos pequenos é essencial para direcionar as criações. “Tem projetos de sala que eles vão para o coletivo e aqueles que do coletivo vão para a sala, por exemplo. Então nós temos um grupo agora que está com os dinossauros. Eles já vão fazer os ovos de balão. Eles começam isso em sala e depois vão para o território”, conta a supervisora Patrícia Silveira de Sá.

Inovação em 2023

Atualmente, seis Neims contam com propostas inovadoras que vão além do que é vivenciado em sala de aula, seja em espaços externos ou com brinquedos não estruturados. Para o próximo ano, o objetivo é manter as ideias que já estão em prática e incentivar o desenvolvimento de outros seis projetos. Com criatividade, imaginação e liberdade, as crianças vão aprendendo desde cedo que é possível experimentar todas as possibilidades.

Letícia Martendal

Após um ano inteiro de dedicação aos estudos, as crianças também merecem um descanso. Ajude os estudantes a chegarem ao seu destino de férias!

Letícia Martendal

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