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Com a pandemia do novo coronavírus, a rotina de mais de 75 mil estudantes da rede munici pal de ensino de Joinville tem sido diferente. O apoio da tecnologia como mediadora no contato en tre aluno e professor tem sido uma das saídas para manter o ritmo efetivo das aulas. Mas para ir além, professores têm buscado novos recursos para melhor desempenho de suas práticas pedagógicas e encon trado no universo digital ferramentas que possibilitam inovar, engajar e envolver a todos.
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Na Escola Municipal Pastor Hans Müller, a pro fessora de Geografia, Cheila Schlickmann, apesar de dizer que não é “a rainha da tecnologia”, sempre buscou alinhar seu planejamento com o apoio de fer ramentas digitais. Com turmas de sexto ao nono ano, já é comum em suas aulas contar com o uso da lousa digital ou desenvolver provas online, ainda em perí odo de aula presencial. Com a migração temporária do ensino para a plataforma Educa Joinville, Cheila tem buscado alternativas que avancem do ponto bá sico entre enviar o conteúdo e receber o exercício.
“Eu nunca fico fazendo a mesma coisa, porque fica monótono e o aluno não vai aprender nada com isso. Da mesma forma eu pensei no aluno lá na casa dele, se toda semana mandar o mesmo estilo de ati vidade, vai desmotivar. Comecei a pensar em algo para mudar e fazer diferente”, conta a professora. Foi aí que Cheila resolveu fazer uma pesquisa sobre apli cativos para criação de avatares com voz e imagem. A ideia é simples: permitir que o aluno crie sua ver são em desenho e responda às questões de revisão de conteúdo que ela liberou na plataforma.
Eu nunca fico fazendo a mesma coisa, porque fica monótono e o aluno não vai aprender nada com isso. Da mesma forma eu pensei no aluno lá na casa dele, se toda semana mandar o mesmo estilo de atividade, vai desmotivar. Comecei a pensar em algo para mudar e fazer diferente.” Cheila Schlickmann
Felipe Gabriel Gutz da Silva
A atividade, apesar de não ter sido obrigatória, gerou a curiosidade dos alunos e a participação com a disciplina. “A direção tem nos incentivado a fazer os encontros online e eu pensei em começar não fa zendo comigo mesma, mas fazer minha versão em avatar e fui pesquisar”, conta Cheila. “Eu fiz uma revisão geral sobre o que tinha sido visto até o mo mento e coloquei um roteiro com algumas perguntas que achava essencial dominar daquele assunto e eles foram respondendo.”
Com a escolha do aplicativo Voki para a ativida de, os alunos conseguem colocar a própria voz, além de customizar o boneco para que fique próximo a sua versão real, e contam com a possibilidade de compar tilhamento. De acordo com artigo apresentado no Congresso Nacional de Educação (Educere), ainda em 2015, as pesquisadoras Aylla Monise Ferreira da Silva e Anne Lorena Ferreira da Silva descrevem que o “aplicativo on -line promove a instituição de metodologias de ensino/ aprendizagem diferenciadas (...) e proporciona ao aluno a construção de conhecimento, afirmando processos de autonomia na aprendizagem, em especial para estudan tes da Educação Básica. Interfaces tecnológicas como a disponibilizada pelo Voki possibilitam que o aluno pos sa conquistar um recurso para mediar seu processo de aprendizagem: por meio de seu registro digital”.
Além de ser uma ferramenta inclusiva e que des perta o estudante a trabalhar melhor a oralidade, por meio das pronúncias e entonação com as palavras, o uso do aplicativo Voki pode ser mais uma alternativa para aplicação de avaliação entre os professores. “Ago ra está dominado, daí pra frente é avançar”, acredita a professora sobre o envolvimento dos alunos com as práticas de ensino digitais.
Aprenda a criar o seu avatar
É muito comum nas redes sociais encontrar perfis que, ao invés de fotos pessoais, usem os seus avatares. Isso estourou ainda em 2016, mas até hoje é comum encontrar a versão em dese nho com colegas e amigos virtuais. Desde a escolha do corte do cabelo, cor dos olhos e acessórios, cada usuário tem a liberdade de escolher aquilo que mais se identifica e combina com a sua ver são real. Quer aprender? Veja o passo a passo:
2.
Ao baixar o aplicativo, escolha o tipo de avatar que você quer desenhar. 1.
Um dos aplicativos mais usados para criação de avatar é o Doodle Face. Para ter acesso, basta procurar pelo nome na loja de aplicativos do celular.
3.
Em seguida, aparece apenas um boneco e que, por etapas, você começa a dar vida: escolha do cabelo, tom da pele, cor dos olhos, boca e por aí vai. Ao final, ainda pode escolher acessórios e o look que mais combina com o seu perfil.
Existe uma infinidade de aplicativos para criação de avatar. Este acima é apenas uma das inúmeras opções que você pode encontrar na loja de aplicativos do seu celular.
Gabriela de Souza Orçati Provas online
Até antes mesmo do isolamento social e o afastamento dos alunos da escola, Cheila Schlickmann já fazia o uso de ferramentas digitais como apoio em suas aulas. Além de suporte para apresentação dos conteúdos, incentivada pela professora Vanessa Lemos Cruz (capa da revista its teens, na edição 48), modelos de provas digitais com uso de aplicativos já vinham sendo feitos com os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, de sexto ao nono ano, na Escola Municipal Pastor Hans Müller.
Com o Plickers, ferramenta que pode ser encontrada tanto na versão web como em aplicativo e disponibilizada de forma gratuita, o professor pode utilizar de testes que ajudam a envolver a turma e avaliar o nível de entendimento com o conteúdo abordado, além de engajar o aluno na disciplina, repensar os métodos de avaliações e desenvolver o interesse coletivo. Ainda na plataforma, o professor consegue ver o desenvolvimento individual de cada estudante, por meio de gráficos e relatórios gerados.
Na prática, basta que o professor tenha cadastro na ferramenta e acesso a internet. É de responsabilidade dele de criar as pastas na plataforma, desenvolver as questões com as alternativas e fazer a inclusão dos alunos. Para que os estudantes consigam interagir, o professor imprime cartões e distribui para a turma que, com a leitura de QR Code, tem a resposta na hora e em tempo real. “Cada vez que a gente tenta usar a tecnologia, uma coisa diferente, a resposta é muito boa, não tem como não usar”, comenta Cheila.