15 minute read

Rubens Pinto Lyra

O Proto-Fascismo Brasileiro e o Nazi-Fascismo

Por Rubens Pinto Lyra

Advertisement

Conforme assinala Umberto Eco, consagrado romancista italiano, o proto-fascismo “trocou a violência aberta, característica dos seguidores de Hitler e Mussolini, por uma retórica agressiva” (1998, p. 16). É o que ocorre no Brasil. Essa retórica, utilizada por Bolsonaro, se traduz em constantes ameaças, como a de “fuzilar a petralhada” (RIBEIRO, 2018), que ele combina com atuação “normal”, a nível institucional. O presidente militar joga com essa dubiedade com objetivo de manter a fidelidade de seus militantes e, ao mesmo tempo, assegurar apoio político para governar. Como não pode atacar diretamente as instituições democráticas, se manifesta com frequência por pessoa interposta – como o fez através do Deputado Federal Daniel Silveira - atacando, através dela, instituições como o STF e pregando o retorno ao AI 5. Existe também crescente, embora dissimulada, presença de representantes do aparato de segurança pública e da Justiça em ações que reforçam as estratégias utilizadas por lideranças autoritárias do executivo federal. Segundo Carvalho, “a mais comum é a intimidação, deturpando instrumentos legais, com objetivo de calar, destruir a imagem e desestabilizar emocionalmente aqueles que se manifestam contra as propostas e ações da atual administração” (CARVALHO, 2020). Foi o caso do mais importante influenciador digital do país, Filipe Neto, indiciado por um delegado por corrupção de menores, sob a alegação que divulgava material impróprio para esses menores. Mas também têm aumentado significativamente ameaças e ataques violentos e machistas, de procedência não assumida, claramente voltados contra integrantes do espectro político institucional mais à esquerda, ligados ao movimento LGBT, todas mulheres parlamentares filiadas ao PSOL. Acuada, uma delas afirmou que tem sido preciso se esconder no seu próprio gabinete e outra que se trata de crimes “transfóbico e político”. No Brasil, a extrema direita não conta com milícias organizadas, como os fascistas, mas com milícias virtuais, verdadeiras falanges que atuam nas redes sociais através

do marketing religioso e político, manipulando os desejos e as carências de incautos. Ela também não dispõe, como Goebbels, na Alemanha, da máquina estatal para divulgar inverdades. Mas utiliza o mesmo método do dirigente nazista e dos fascistas: a propagação massiva de mentiras. Esta, sob a forma de fake news, ocorreu em larga escala nas eleições presidenciais, com a difamação sistemática do candidato Fernando Haddad para, com sua repetição exaustiva, tentar fazê-las passar por verdadeira. A divulgação incessante dessas fake news é capitaneada por uma militância engajada e profissionalizada na fabricação de mentiras, que tem servido para difundir múltiplas expressões do negacionismo, legitimando um poder legalmente institucionalizado, porém destruidor, a partir da desinformação e do falseamento do real (SANTOS, 2019). Umberto Eco ressalta um outro aspecto do proto-facista: ele é “um conservador dos valores tradicionais, do ideário militar e do machismo. Transfere sua vontade de poder para questões sexuais, o que implica desdém pelas mulheres e uma condenação intolerante a hábitos sexuais não conformistas, como a homossexualidade” (ECO, 1998, p.17). No caso brasileiro, a defesa dos valores tradicionais tem especial relevância, manifestando-se em ultra-conservadorismo caricato, como comprovam as inacreditáveis declarações do novo Presidente da Fundação de Artes – FUNARTE, Dante Mantovani. Para esse dirigente, terraplanista e aluno de Olavo de Carvalho: “O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. Esta, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo” (AZEVEDO, 20020). A ideologia obscurantista dos bolsonaristas, se não considera, como os nazistas, uma determinada raça inferior, tem uma concepção que se aproxima desta. Com efeito, o jornalista de extrema direita Sérgio Nascimento de Camargo, Presidente da Fundação Palmares, destinada à promoção e ao resgate da cultura negra, considera que “a escravidão foi horrível, mas benéfica para os descendentes dos escravos”. Suas opiniões justificadoras do escravismo estão em consonância com as do “Príncipe”, o deputado federal Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), de quem Bolsonaro confessa ser grande admirador. Esse deputado afirma que a “escravidão faz parte da natureza humana”. Mas talvez a mais chocante dessas declarações tenha sido a de Victor Batista, coordenador de articulação às comunidades quilombolas. Ele usou as redes sociais para proferir a seguinte barbaridade: “o escravo brasileiro levava, nos meados do século XIX, vida quase de anjo, se compararmos a sua sorte com a dos operários ingleses do século XIX”. Há uma notória afinidade entre essas concepções e a dos donos de escravos, os quais, durante a campanha abolicionista, alegavam não sentir entusiasmo por ela porque sabia “o país sem preparo, sem meios de utilizar uma raça ignorante e eivada de princípios perniciosos” (BARBOSA, 1985, p.49). No Estado fascista não havia lugar para as liberdades individuais e para a livre expressão do pensamento. No Brasil elas continuam em vigor, mas os proto-fascistas tupiniquins estão em campanha permanente para liquidá-las. Ressalte-se, a esse respeito, a contribuição pessoal dada por Bolsonaro. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a sua ascensão à Presidência aumentou em cinqüenta em quatro por cento os ataques contra jornalistas e imprensa em geral, sendo mais da metade provenientes do atual presidente (FENAJ, 2020). Em 2020, o número de ataques foi 106% superior ao registrado em 2019, sendo que Bolsonaro foi mais uma vez o principal responsável (41%, dos casos). “Na Alemanha das décadas de “vinte e trinta do século XX, os nazistas chamavam a imprensa de Lugenpresse (imprensa mentirosa) e Hitler se referia aos políticos como ‘galinhas carcarejantes’. Qualquer semelhança com Trump e Bolsonaro não é mera coincidência”. A ideologia proto-fascista, no Brasil, não é associada, como no nazismo e no fascismo, a partido político, ou embasada em texto supostamente científico, como é o caso do nazismo, cuja Bíblia era Mein Kanft. Bolsonaro sequer é filiado a um partido. Seu traço característico é a colagem de idéias sem consistência teórica, mas com retórica, intimidadora ou sedutora, conforme o caso. Nas palavras de Janio de Freitas: “O governo Bolsonaro não tem a direcioná-lo uma doutrina, nem de arremedo, que lhe dê fisionomia como razão de ser e propósito. O nível médio de ignorância entre os que o habitam não permitiria lidar com idéias, rasas que fossem, nem com noções de ordem cultural, simplista embora (FREITAS, 2019).

No fascismo, sublinha Eco (1998, p. 18), “o irracionalismo depende também do culto da ação pela ação. A ação é boa em si. Portanto, deve ser realizada antes de e sem nenhuma reflexão”. Como dizia o próprio Mussolini: L’azione há seppellito la filosofia. “O fascismo adotou a solução de um pragmatismo radical, servindo-se de uma teoria que emasculava a teoria em geral” (KONDER, 1977, p.5 -7). No discurso ou na ação, para ele, interessam apenas os resultados. As declarações de Bolsonaro sobre o coronavírus, expressas em rede nacional de televisão, remetem às concepções acima referidas. Elas foram qualificadas de “estarrecedoras”, “desonestas” e “criminosas” pelas entidades mais representativas da área da saúde e pelas sociedades médicas, por minimizarem a importância desse vírus, ao qualificá-lo de “gripezinha”, desdenhando das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde de seu próprio governo, como o isolamento social. Esse “pragmatismo radical” colidiu frontalmente com as evidências científicas que pautam a atuação da Organização Mundial de Sáude (OMS). O Diretor da OMS Tedros Ghebreyesus, no mesmo dia dessa inacreditável declaração de Bolsonaro, qualificou o coronavírus de “inimigo da Humanidade”, deixando claro o radical descompasso das declarações do Presidente com as evidências científicas, unanimemente proclamadas pelos especialistas na matéria. Fiel ao seu negacionismo, mesmo com o Brasil ultrapassando a casa dos duzentos e cinquenta mil mortos pelo Covid-19, Bolsonaro diz que a pandemia “pode ter sido fabricada” (FOLHA Uol, 2021). Comporta-se, pois, o militar-presidente, como os fascistas, que extraem de seu fundamentalismo “um gozo sádico de mal estar entre as pessoas, semeando a confusão entre elas, fazendo da contradição e do paroxismo um empreendimento de efeitos hipnóticos” (LIMA, 2013). “O gozo perverso do negacionista”, enfatiza Bocayuva (2021), “alimenta a barbárie e intensifica a resistência ao registro do ódio crítico da ciência e da constituição de práticas republicanas”. Outra manifestação proto-fascista diz respeito à intolerância e à perseguição aos diferentes, aos seus modos de ser, agir e pensar. Os simpatizantes do fascismo desqualificam os que não se adequam a sua camisa-de-força ideológica. Afirmam que as universidades são “um ninho de comunistas”, fonte de “balbúrdia”, incompetência e pouca produtividade. Com a proposta “Escola sem Partido”, pretendem incriminar os que se consideram de esquerda, estimular o denuncismo, utilizando práticas policialescas, como a gravação de aulas de professores tidos como “socialistas” e “partidários”. Essa hostilidade em relação ao mundo intelectual e à cultura “sempre foi sintoma de fascismo” (ECO, 2002, p.16). O bolsonarismo, na esteira de Hitler e de Mussolini, estimula o militarismo, disseminando as escolas militares, ou militarizadas, para, supostamente, melhorar a sua qualidade “garantindo que o professor possa exercer a sua autoridade na sala de aula” (EXAME, 2019). Jânio de Freitas lembra, a esse respeito, o papel decisivo que tiveram as escolas militares na Alemanha, ao longo dos anos trinta, para a infiltração do nazismo e do culto ao ditador (FREITAS, 2019). Em fevereiro de 2021, Bolsonaro editou quatro decretos, diminuindo o controle do Exército no acesso a armas de fogo e permitindo a certas categorias a compra de mais de uma arma de uso restrito, colocando ao alcance dos interessados um verdadeiro arsenal. Em carta aberta dirigida ao Supremo Tribunal Federal, o Ministro da Defesa e de Segurança Pública do governo de Michel Temer, Raul Jungmann, insuspeito de quaisquer simpatias para com a esquerda, produziu o mais forte libelo até agora dirigido contra os aspectos belicistas do bolsonarismo. Para Jungmann,“é inafastável a constatação de que o armamento da cidadania para a ‘defesa da liberdade’ evoca o terrível flagelo de guerra civil e de massacre de brasileiros por brasileiros, pois ainda não se vislumbra outra motivação para tão nefasto projeto”. E argumenta: “ao longo da história, o armamento da população serviu a interesses, golpes de Estado, massacre e eliminação de raças e etnias, separatismos, genocídios e de ovo da serpente do fascismo italiano e do nazismo alemão”. Nesse mesmo diapasão, também preocupa a ideologização intensa da parte podre das polícias militares, a rebelião armada e quase assassina em quartéis e a pressão perigosa das tropas. Nesse contexto, apresentador muito popular da TV disse que “sonha que um general no Brasil diga a todos os ‘denunciados’ que eles têm 24 horas para deixar o pais ou serão fuzilados” (DEMORI, 2021). Os proto-fascistas são agenciadores

de intrigas, de fofocas inventadas para prejudicar supostos adversários e desafetos. É precisamente o caso do demiurgo saído das urnas. Ele sempre pretendeu que a facada de que foi vítima teria sido resultante de um complot da esquerda, apesar do laudo pericial acatado pelo juiz que apreciou o caso atestar a insanidade do seu agressor. No caso dos nazistas, exemplo desse comportamento foi difusão de teoria fantasiosa, baseada em uma suposta conspiração mundial urdida por uma aliança entre os judeus, a finança internacional e a Rússia Soviética, destinada à destruição da Alemanha (INGRAO, 2019, p.182-185; EVANS,2018, p.267). A versão tupiniquim dessa teoria se traduz na extensão, pelo bolsonarismo, do conceito de “comunista” a quase todos os seus opositores que, supostamente, pretendem trocar o verde-amarelo da bandeira brasileira pela cor vermelha, com a colaboração da mídia. Não podemos deixar de sublinhar algo que nos parece essencial: os diferentes aspectos em que se manifesta a ideologia ultra-conservadora do governo Bolsonaro estão interligados. Estão subsumidos ao entendimento de que o Estado deve patrocinar uma revolução na área cultural, de modo a liberá-la da influência nefasta de um suposto “marxismo cultural”. Essa expressão tem significado semelhante ao de “bolchevismo cultural”, tendo sido cunhada por Hitler para designar a produção artística e cultural alemã, abominada pelos nazistas que a consideravam influenciada pelos comunistas (à época, chamados de bolcheviques) e pela “judiaria internacional”. Até a Teoria da Relatividade foi considerada mera “especulação judaica” (HOFER, s/d, p, 81-82). Em harmonia com essas concepções, o então Secretário Especial de Cultura do governo federal, Roberto Alvim, qualificou a cultura brasileira de “doente” e “degenerada”, praticamente reproduzindo, nas linhas abaixo, o discurso de Goebbels, nº 2 do regime nazista: “a arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional, dotada de capacidade de envolvimento emocional e será também imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações de nosso povo”. Posicionamento em consonância com o pedido do Presidente para que “faça uma cultura que não destrua, mas salve nossa juventude”. Essa “revolução cultural”, traduzindo uma política de Estado, resgataria, “imperativamente” uma visão conservadora da família, do patriotismo e da religião, invocando a “profunda ligação de Deus” com esses supostos pilares da nacionalidade. Trata-se, inequivocamente, de uma concepção totalitária, na qual – à diferença do nazi-facismo - o fundamentalismo cristão, sobretudo neo pentecostal, desempenha um papel essencial. Marcelo Zero sintetiza o quadro comum que perpassam momentos históricos diferentes em sociedades distintas, como a Alemanha na época pré-hitleriana e o Brasil atual, sendo alguns de seus principais componentes : “A mobilização de milícias armadas; o recurso “goebeliano” às reiteradas e sistemáticas mentiras; a estratégia de enfrentamento permanente; a identificação de adversários como inimigos internos a serem eliminados; o moralismo conservador expresso na luta contra corruptos; o racismo; o darwinismo social; o culto à anti política e, sobretudo, a valorização da força como instrumento da ação política, e mesmo, da “jurídica” (2021).

Rubens Pinto Lyra é Doutor em Ciência Política e Professor Emérito da UFPB.

Redes sociais como espaços relacionais na internet

Por Ana Célia de Sá | Coluna Comunicação na Web

As plataformas de redes sociais on-line são, por natureza, espaços relacionais. Elas estão baseadas nas conexões (interações e laços) entre os seus atores, formando uma estrutura social que coloca as relações no centro de sua existência. Em linhas gerais, essa caracterização também pode ser associada às redes sociais off-line, mas é na internet que elas ganham velocidade e amplitude jamais vistas, graças a fatores como a instantaneidade do tempo real, o espaço digital desterritorializado e os recursos que viabilizam conversações síncronas e assíncronas.

O entendimento sobre redes sociais evidencia a horizontalidade entre os participantes, o dinamismo das interações e a flexibilidade organizacional. “O conceito de rede social é focado na descrição e na compreensão das estruturas sociais. Trata-se de uma metáfora para observar essas estruturas, cujo foco principal está nos modos de conexão entre os atores sociais. Uma rede social, assim, é definida como um conjunto de atores (podendo ser percebidos como pessoas ou instituições) e suas conexões (frequentemente apontadas como os laços sociais que unem os agrupamentos)” (RECUERO, 2014, p. 403).

Primo (2007) sublinha os aspectos humanos das redes sociais on-line perante a tecnologia pura e simples. Para ele, a rede social conectada se mantém viva por meio das interações entre os envolvidos, indo além da conexão de terminais. “Certamente, a Web 2.0 tem um aspecto tecnológico fundamental. Mas não se reduz a isso. De fato, as interações sociais são sensíveis a certos condicionamentos trazidos pelo aparato tecnológico em jogo. Porém, a dinâmica social não pode ser explicada pela mediação informática” (PRIMO, 2007, p. 7).

Percebe-se, assim, a necessidade de combinar a tecnologia e a atuação humana para possibilitar a formação de um verdadeiro ambiente comunicacional direcionado a uma estruturação social na internet. Isso afasta o determinismo tecnológico e põe o ser humano na liderança das transformações no contexto do ambiente digital, legitimando processos como a convergência midiática, a cultura da participação e o conheci-

mento compartilhado.

As conexões entre atores da rede social servem às trocas de informação, opinião e conteúdo. Elas abarcam a interação, as relações e os laços sociais – a primeira funciona como matéria-prima dos demais e representa um processo comunicacional com reflexos entre os atores. Com suporte na reciprocidade, a interação gera as relações e ajuda a estabelecer os laços sociais. Na internet, o processo é mediado por computador, com uso de ferramentas habilitadas a proporcionar interações em tempo real ou em temporalidades diferentes (RECUERO, 2011).

Ao conectar atores no ciberespaço, a interação remete aos laços sociais, que podem ser fracos ou fortes, a depender do grau de intimidade, da durabilidade e da força; e simétricos ou assimétricos, de acordo com o nível de mutualidade. Para Recuero (2011), todos eles – inclusive os laços associativos, também identificados por estudiosos do assunto – derivam de situações relacionais, edificadas via comunicação mediada por computador, e é a observação sistemática das interações e das mensagens que permite identificar seus elementos e sua robustez, cada qual com seu papel na estruturação das redes.

Os sites de redes sociais geraram novas percepções e práticas sociais, modificando as conexões e os fluxos de informação. É o que explica Recuero (2014, p. 409): “[...] esses sites não apenas permitiram a representação individualizada dos atores, mas também a publicização de suas conexões. Assim, constituíram-se em suportes das redes, passando por apropriações sociais e emergentes, gerando novas práticas sociais com impacto na interconexão entre os indivíduos e no capital social construído. Esses sites, portanto, não apenas publicam redes, mas as modificam. E, modificando suas conexões, alteram também os fluxos de informação, gerando impactos nos processos comunicativos”.

As mudanças nos fluxos informativos podem ser observadas na difusão do produto midiático. No ambiente multidirecional da internet, em particular das plataformas de redes sociais, o jornalismo deixa de ser o único emissor de conteúdo, embora ainda concentre um grande número de conexões e, com isso, tenha exposição privilegiada junto aos usuários. De qualquer maneira, pode-se afirmar que houve uma quebra do padrão de distribuição unidirecional característico da mídia tradicional, reposicionando o papel do público, tornado mais ativo no processo de construção e fruição da notícia.

Esse cenário digital contribui para driblar os fluxos de conteúdo da mídia corporativa, estimular os processos interativos e participativos entre jornalismo e público, oxigenar a produção noticiosa e fortalecer as redes informativas. Mesmo que não se configure de forma plena, essa atualização pode promover um despertar da consciência pública em prol de relações comunicacionais mais transparentes e polifônicas.

REFERÊNCIAS:

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. E-Compós, Brasília, v. 9, p. 1-21, 2007. Disponível em: <http://www.e-compos.org.br/e-compos/article/view/153>. Acesso em: 13 ago. 2018.

RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011. (Coleção Cibercultura)

________________. Redes Sociais. In: CITELLI, Adilson et al. (Orgs.). Dicionário de Comunicação: escolas, teorias e autores. São Paulo: Contexto, 2014.

Ana Célia de Sá é jornalista e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCOM-UFPE).

Ana Célia de Sá é jornalista e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGCOM-UFPE).

This article is from: