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Gisela Lopes Peçanha
Gisela Lopes Peçanha Niterói/RJ
Era
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Eu vi onde era: uma esfera. Um passo para o infinito Um sonho de uma nova era: Era.
Eu percorri léguas Enxuguei mares Vi estrelas se apagarem: Despencarem. Vi a lua nua e prosa Despida das vergonhas e dos sonhos E um sol tão só e frio Refrigerando jardins E congelando nuvens: Eu vi o fim do mundo...
Conchas se tornando areia Areias parindo conchas E um Deus louco recolhido Engolindo um pranto profundo. Provei do fim de tudo. E das coisas.
De onde brotaram teus sonhos? Quem foram teus ancestrais? Quem teceu tua seiva (e tua história) Que hoje, aqui jaz?
E nesse labirinto (Lindo, velho e findo) Do nada dos fins e inícios Suspiro do éter que brota Origem da alma que dorme: Tornei-me sopro... Ferrugem....
Fagulha.