06 GUIA MÉDICO
“MINHA RESPONSABILIDADE ERA FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DAS PESSOAS” Foto: Cíntia Fotografias
É PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL PENSAR NA VITÓRIA FRENTE À PANDEMIA SEM ASSOCIAR À FIGURA DA MÉDICA DRA. GEOVANA; CONFIRA UM POUCO DO DIA A DIA DE TRABALHO DA CAPITÃ DA LINHA DE FRENTE NO COMBATE À COVID-19 EM LENÇÓIS PAULISTA ANGELO FRANCHINI NETO
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magina só ser um médico infectologista durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19)? Que responsabilidade! Enquanto muitos de nós ficamos em casa com medo de um inimigo invisível e morta, pessoas com a Dra. Geovana Momo Nogueira vestia o jaleco, as luvas e a máscara, e ia para a linha de frente no combate à doença. Incansável, Dra. Geovana chorou de tristeza e também de alegria, perdeu noites e mais noites de sono, perdeu também amigos, pacientes diversos, mas nem por isso desistiu. Seguiu em frente e salvou muitas vidas. Tanto que, hoje, é praticamente impossível desvincular o nosso processo de vitória sobre a Covid-19 sem antes nos lembramos da Dra. Geovana. Entrevistamos essa heroína, que merecidamente, estampa a capa do Guia Médico e representa todos os profissionais da saúde. Confira!
O COMEÇO DE TUDO
“Comecei a ter notícias do início de uma doença no final de novembro de 2019, na China. Era uma espécie de pneumonia diferente. Nós, no meio médico da infectologia, conseguimos ter acesso a essa doença com certa antecedência. Em dezembro do mesmo ano, quando houve
a primeira notificação do novo vírus que levava à morte, logo tivemos certeza de que aquilo iria chegar ao Brasil e acometer todas as cidades do nosso país. No Carnaval de 2020, bem na Quarta-feira de Cinzas, tivemos a confirmação do primeiro caso no Brasil. E lógico, nós já sabíamos que a Covid-19 já estava circulando aqui. Em março de 2020, eram poucos casos, mas na Europa, o número de mortes e casos explodia. Havia disputa por oxigênio. E, de repente, precisamos aprender a cuidar da nova doença. Bem naquela época, eu estava grávida e a previsão do parto da minha Cecília era para agosto de 2020. Comecei então a atender os primeiros casos da doença ain-
da gestante e sem estar vacinada. Tomava todos os cuidados, como o uso de máscara e a higienização frequente das mãos, mas o distanciamento do doente era impossível manter. Como eu iria examinar o paciente? Tínhamos medo muito grande, mas eu precisei assumir a linha de frente totalmente. Minha responsabilidade era cuidar das pessoas, fazer a diferença na vida delas, entender que a intervenção precoce, aquela de cuidar e manter em vigilância precocemente, era o que fazia a diferença na Covid-19. Daí veio a primeira onda, a segunda... E talvez teremos uma terceira, quarta. Não conseguimos prever tudo isso”.
DRA. GEOVANA MOMO NOGUEIRA DE LIMA INFECTOLOGIA - CLÍNICA GERAL
CRM: 128.515