Revista Pack 169 - Setembro 2011

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ANO•13 SETEMBRO

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R$ 15,00

EMBALAGEM

TECNOLOGIA

DESIGN

INOVAÇÃO

ENTREVISTA Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, fala sobre o poder transformador dos consumidores na direção da sustentabilidade

ESPECIAL EMBALAGENS DE VIDRO A indústria de embalagem de vidro tem um importante no segmento de alimentos e bebidas

SUSTENTABILIDADE A conscientização para a mudança sustentável é o grande desafio para os atuais empreendedores. E isso implica no envolvimento de todos os elos da cadeia produtiva: da indústria ao consumidor. Aprenda com quem já está fazendo essa mudança

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carta ao leitor CARTA AO LEITOR

SAIR DO INSUSTENTÁVEL PARA O SUSTENTÁVEL É UMA TAREFA PARA TODOS

N

unca tão discutida como hoje, a sustentabilidade também ganhou enorme repercussão na mídia. Nos últimos três anos, a revista Pack tem desenvolvido uma edição especial sobre o assunto. E, a cada ano, o desafio é continuar promovendo a reflexão dos nossos leitores, com uma nova abordagem para o mundo da embalagem e da indústria de bens de consumo. Para isso, reunimos os membros do Conselho Editorial da revista Pack que nos ajudaram a costurar os temas desta edição especial sobre sustentabilidade. Aprender a fazer a mudança no seu modelo de negócio para a sustentabilidade é um grande desafio que começa com a mudança de valores das empresas e com o envolvimento de todos os colaboradores e parceiros. Isso tem a ver com gestão da sustentabilidade. Ainda poucas empresas sabem como fazê-la, mas quem saiu na frente já colhe os frutos de sua iniciativa. A demanda por líderes sustentáveis aumentou no mercado. O desafio é como transformar um líder comum em um líder sustentável. Qual é o perfil desse novo líder que pode fazer a diferença para esse novo modelo de negócio? Esse é o assunto da reportagem de Ana Carolina Baili. A educação dos consumidores é tida como outro grande desafio-chave para ir em direção da sustentabilidade. Cada um de nós pode fazer uma enorme diferença ao mudar hábitos simples de consumo, por exemplo, fechar a torneira ao escovar os dentes. Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, em entrevista à revista Pack, destacou que, ao fazer esse gesto, o consumidor economiza, ao longo de 70 anos, o equivalente a 180 caminhões pipa de água, cada um com 10 mil litros. Portanto, o potencial de redução é enorme. Ele falou sobre outros desafios para o consumo consciente que

incluem o envolvimento da indústria de embalagem e de bens de consumo. Como a indústria de bens de consumo pode impactar positivamente no comportamento dos consumidores? Muitas informações sustentáveis não são comunicadas de forma clara. Isso pode fazer toda a diferença na escolha deles na gôndola por produtos ambientalmente corretos. Mas, há empresas que o fazem muito bem, utilizando a rotulagem para conversar com os seus consumidores sobre sustentabilidade. Elas já saíram na frente, pois segundo a pesquisa do Instituto Akatu, 50% dos entrevistados leem rótulos. Um bom exemplo disso é a Natura, uma das entrevistadas na reportagem de Analice Fonseca Bonatto. Muito se fala que a sustentabilidade compreende o tripé meio ambiente, social e econômico. Mas, o que dizer então das sacolinhas plásticas descartáveis que se transformaram em vilãs do meio ambiente? Legislações proibitivas surgem a todo o momento em diferentes partes do Brasil. Parece um caminho sem volta. São Paulo vai retirar todas elas do mercado até 2015. O que vai acontecer com essa indústria de sacolinhas plásticas e os funcionários que vivem desse negócio? Será que proibir é a melhor solução? Esse é o assunto da reportagem de Analice Fonseca Bonatto que ouviu as entidades que representam o setor. Ainda no campo da responsabilidade social, a repórter Zulmira Felicio assina uma reportagem sobre a importância de expandir o uso do braille nas embalagens de bens de consumo para promover a inclusão social de deficientes visuais, que mais do que o desejo de consumir, querem exercer a sua cidadania. Ela ouviu a experiência da Sadia que foi pioneira no uso do alfabeto para conversar com esses consumidores especiais. Esses são exemplos a serem seguidos. Podemos aprender com quem está promovendo a sustentabilidade e multiplicar essa mudança pelo nosso futuro comum: um planeta melhor. Até a próxima edição.

MARGARET HAYASAKI

EDITORA-CHEFE

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| margaret.hayasaki@banas.com.br

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sumário

A N O • 1 3 SETEMBRO

MATÉRIAS ENTREVISTA

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Foto: Bio Barreira

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ESPECIAL SUSTENTABILIDADE Foto: iStockphoto

O papel da indústria de bens de consumo na transformação sustentável

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SACOLAS PLÁSTICAS

O impacto econômico e social da sua proibição nos supermercados

ESPECIAL SUSTENTABILIDADE A educação é o caminho para conscientizar os consumidores a utilizar melhor os produtos e refletir sobre os seus hábitos ESPECIAL SUSTENTABILIDADE ROTULAGEM A importância de desenvolver uma comunicação adequada e capaz de orientar com eficácia e clareza os consumidores sobre os ganhos ambientais ESPECIAL SUSTENTABILIDADE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE O desafio desses profissionais é converter práticas de negócios convencionais em estratégias ousadas para um planeta mais sustentável ESPECIAL SUSTENTABILIDADE LOGÍSTICA REVERSA Para muitos a logística reversa de embalagem ainda parece uma operação complexa, mas tecnicamente ela é simples de ser colocada em prática. ESPECIAL SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE SOCIAL O uso da embalagem como inclusão social é a marca de empresas cidadãs que respeitam as diferenças ESPECIAL SUSTENTABILIDADE IMPACTO ECONÔMICO E SOCIAL A proibição da distribuição de sacolas plásticas no comércio coloca a embalagem na berlinda. Saiba como o veto pode afetar os produtores ESPECIAL SUSTENTABILIDADE ARTIGO Lincoln Seragini, diretor-presidente da Seragine Brand Innovation, destaca a importância da sustentabilidade como oportunidade para a reinvenção das embalagens ESPECIAL EMBALAGENS DE VIDRO A embalagem de vidro tem um importante papel na indústria de alimentos e de bebidas, no qual tem grande penetração

SEÇÕES 6

AGENDA

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PACK ONLINE

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ATUALIDADES

Fotos: Divulgação

“Consumir diferente significa sair do descartável e caminhar na direção do durável”

ENTREVISTA Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, revela que hoje 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência de consumo: engajado e consciente

EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN INOVAÇÃO

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2011

15 POR DENTRO DAS LEIS Foto: iStockphoto

20 VANGUARDA 22 LANÇAMENTOS INTERNACIONAIS 58 NOTAS TÉCNICAS

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agenda

62 anos

EM DESTAQUE A 11ª edição da Andina-Pack, que será realizada de 8 a 11 de novembro, em Bogotá, na Colômbia, vai trazer pavilhões especializados, nos quais os visitantes poderão encontrar soluções para cada setor e produto. A feira vai trazer novidades em automatização, robótica, controles de processos, eficiência, redução de custos, segurança e sustentabilidade.

FEIRAS NO BRASIL DATA

FEIRA

LOCAL

ORGANIZAÇÃO

De 20 a 23 de setembro de 2011

Ambiental Expo – Feira Internacional de Equipamentos, Produtos, Serviços e Tecnologias Ambientais

Pavilhão Azul do Expo Center Norte, São Paulo (SP)

Reed Exhibitions Alcantara Machado Tel.: (11) 3060-5001 www.ambientalexpo.com.br

De 27 a 29 de setembro de 2011

Exposucata – Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria da Reciclagem

Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo (SP)

Revista Reciclagem Moderna Tel.: (11) 5535-6695 www.exposucata.com.br

De 3 a 5 de outubro de 2011

Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel

Transamérica Expo Center, São Paulo (SP)

Dias 5 e 6 de outubro de 2011

Fórum Estratégico de Design – Consumidor 3.0: a nova consciência de consumo

Espaço Milenium, São Paulo (SP)

De 8 a 11 de novembro de 2011

Fispal Tecnologia Nordeste – Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para Indústrias de Alimentos e Bebidas

Centro de Convenções de Pernambuco, Recife (PE)

ABTCP Tel.: (11) 3874-2700 www.abtcp2011.org.br ABRE Tel.: (11) 3082-9722 www.abre.org.br Brazil TradeShows Tel.:(11) 3598-7800 www.fispaltecnologianordeste.com.br

EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO Fundador: Geraldo Banas (1913 – 1999) Publisher: Cristina Banas Editora: Elizabetha Banas (1923 – 2007) Editora-chefe: Margaret Hayasaki – margaret.hayasaki@banas.com.br Assessora Técnica: Assunta Camilo (FuturePack) – assunta@futurepack.com.br Revisão: Nazaré Baracho Consultoria Técnica: Guilherme Sergio Maradine Secretária: Sandra Gomes – sandra.gomes@banas.com.br Projeto gráfico: Editora Banas Produção: Luciano Tavares de Lima (gerente) – producao@banas.com.br Designer: Ana Claudia Martins – ana.martins@banas.com.br Capa: Ana Claudia Martins – ana.martins@banas.com.br

CONSELHO EDITORIAL Assis Garcia – diretor do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA; Eduardo Yugue – gerente de embalagens da Nestlé; Geraldo Cardoso Guitti – presidente da Refrigerantes Convenção; Iorley Lisboa – gerente de embalagens do Wal-mart; João Batista Ferreira – CEO da J2B Innovation to Business; Lincoln Seragini – diretor – presidente da Seragini Farné; Luis Madi – diretor - geral do ITAL - Instituto de tecnologia de Alimentos; Nivaldo Ferreira Lima – gerente de compras do McDonald´s Brasil

DEPARTAMENTO DE VENDAS Executivos de Negócios – São Paulo Rajah Chahine Tel.: (11) 3500-1900 – rajah@pack.com.br Cláudio Alves Freire Tel.: (11) 3500-1900 – claudio.alves@banas.com.br

Belo Horizonte M Lage Vendas e Representações. Contato: Marcio Lage Av. Raja Gabaglia, 4000 – sl. 207 – CEP 30494-310 – Belo Horizonte-MG Tel.: (31) 2127-3854 - (31) 9612-8028 – publimg@banas.com.br

Rio de Janeiro Art Comunicação S/C Ltda. Contato: Francisco Neves Rua Des. João Claudino Oliveira e Cruz, 50 – cj. 607 – CEP 22793-071 – Rio de Janeiro-RJ Tels.: (21) 2269-7760 – (11) 9943-5530 – Fax: (21) 3899-1274 – banasrj@uol.com.br

Rio Grande do Sul Interface Comunicação e Propaganda Ltda. Contato: Vera Anjos Av. Taquara, 193 – Cj. 406 – CEP 90460-210 – Porto Alegre-RS Tel./Fax: (51) 3330–2878 – banassul@terra.com.br

Paraná e Santa Catarina Print Technology Representações Comerciais Ltda. Contato: Gilberto Kugnharski/Marilisa da Rocha Av. Luiz Xavier, 68 – 11ªand. – cj. 1118 – CEP 80020-020 – Curitiba-PR Tel. (41) 9942-2569 – gilberto@banas.com.br / marilisa@banas.com.br

FEIRAS NO EXTERIOR

São Paulo – Interior

DATA

FEIRA

LOCAL

ORGANIZAÇÃO

De 20 a 23 de setembro de 2011

Envase Alimentek

Centro Costa Salgueiro, Buenos Aires, Argentina

Instituto Argentino Del Envase Tel.: (54-11) 4957-0350 www.envase.org

De 26 a 28 de setembro de 2011

Pack Expo Las Vegas – Feira Internacional de Embalagem e Processos

Las Vegas Convention Center, Las Vegas, Estados Unidos

PMMI Tel.: (703) 243-8555 www.packexpo.com

De 8 a 12 de outubro de 2011

Anuga – Feira Internacional de Alimentos

Koelnmesse, Colônia, Alemanha

Koelnmesse GmbH Tel.: +49 (0) 1805204220 www.anuga.com

De 8 a 11 de novembro de 2011

Andina-Pack – Feira Internacional de Embalagem

Bogotá, Colômbia

PAFYC Tel.: +57-1-5200155 www.andinapack.com

Aqueropita Intermediações de Negócios Ltda. Contato: Aparecida A. Stefani Tel.: (16) 3413-2336 – Cel.: (11) 9647-0044 – Fax: (11) 3500-1935 – aparecida.stefani@banas.com.br

REPRESENTANTE INTERNACIONAL Argentina 15 de Noviembre 2547 – C1261 AAO – Capital Federal – Republica Argentina Tel.: (54-11) 4943-8500 – Fax y Mensajes: (54-11) 4943-8540 www.edigarnet.com

ACORDO DE COOPERAÇÃO Phone: +1 312/2221010 – www.packworld.com

Rua Edward Joseph, 122 – 11º andar – Edifício Passarelli Jardim Suzana – São Paulo-SP – CEP 05709-020 CNPJ 60.432.796/0001-83 – I.E. 104.259.747.116, C.C.M. 1.249.632-4 NOVO TELEFONE (11) 3500-1900 Impressão: IBEP Gráfica Circulação nacional: Tiragem – 10 000 exemplares

Cartas&E-mails

Periodicidade: mensal Assinatura: Anual (Brasil) = R$ 97,00 • Nº Avulso = R$ 15,00

ERRAMOS

SETEMBRO 2011

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Rua Edward Joseph, 122 – 11º andar – Edifício Passarelli São Paulo-SP – CEP 05709-020

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11 3500-1925 | FAX 11 3500-1935

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PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO E-MAIL redacao@banas.com.br

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Filiada à

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A PACK é dirigida aos profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens, bem como prestadores de serviços relacionados à logística, design e todos os processos relacionados a indústrias de embalagem.

IV P R Ê M

Ao contrário do que foi publicado na nota intitulada “Inspirada na temática festa”, na seção atualidades, a gramatura correta do pacote de biscoito Amori, da Richester, é 150 g e não 250 g.

PACK – EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO é uma publicação mensal da Editora Banas Ltda.

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V I S TA S E G M

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É permitida a divulgação das informações contidas na revista desde que citada a fonte. PACK reserva-se o direito de publicar somente informações que considerar relevantes e do interesse dos leitores da revista.

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@EditoraBanas facebook.com/editorabanas

POR TATIANA GOMES | tatiana.gomes@banas.com.br

O SITE DA PACK TRAZ NOTICIÁRIO ATUALIZADO DIARIAMENTE, ARTIGOS EXCLUSIVOS E TUDO SOBRE O MERCADO DE EMBALAGEM. MAIS: VÍDEOS, FOTOS E A VERSÃO DIGITAL NA ÍNTEGRA DA EDIÇÃO DO MÊS, ALÉM DAS ANTERIORES! [CONEXÃO WEB ] as mais lidas no pack.com.br

[ENQUETE ]

A Braskem, a Fundação Espaço ECO e o Instituto Akatu apresentaram estudo que compara o uso de diferentes sacolas para o transporte de compra de supermercado e os impactos econômicos e ambientais para cada alternativa.

Qual é a embalagem mais utilizada pela sua empresa?

Embalagem plástica rígida – (14,29%) Embalagem de papel cartão – (7,14%)

Análise do ciclo de vida amplia informações para o consumidor avaliar e escolher a sacola mais ecoeficiente de acordo com seu perfil.

Embalagem de papel – (7,14%)

Globalbev lança Amazoo, primeiro açaí cremoso em embalagem tetra pak

Embalagem de alumínio – (0,00%)

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Estudo inédito no Brasil sobre utilização de sacolas de supermercado oferece fundamentos científicos para uma nova discussão sob

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Embalagem de papelão ondulado – (28,57%) 28,57% Embalagem plástica flexível – (28,57%)

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AGOSTO/2011

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RESULTADO

Embalagem de vidro – (7,14%) Embalagem de aço – (7,14)

Globalbev lança Amazoo, o primeiro açaí cremoso.

NESTE MÊS Interaja! Confira a enquete do mês e vote na home do site!

Dudalina usa embalagem verde

Empresa catarinense adere a mais uma ação de sustentabilidade.

Onde achar? http://www.pack.com.br

Puríssima apresenta novas embalagens durante Feira do Empreendedor

O reposicionamento da marca leva em conta a redução de 15% de resina na fabricação de garrafas e a inclusão do sistema Braille nos produtos.

Danone reforça iniciativas sustentáveis com adoção de plástico verde

Strawplast adota novas embalagens, criadas pela Design Inverso

Embalagens de ACTIVIA e DANONINHO com a meta de reduzir em 30% as emissões de CO2.

Confira a lista das dez notícias mais acessadas no site e as leia na íntegra! Fonte: Google Analytics* Período de 25/7/11 a 26/8/11 Onde achar? http://www.pack.com.br/maisnoticias.aspx

Os anúncios desta edição acompanhados dos ícones  têm informações extras no www.radarindustrial.com.br. Lá você encontra mais detalhes dos produtos, especificações técnicas e informações da empresa anunciante. Acesse! www.radarindustrial.com.br

Dúvidas sobre o mercado?

Nossos consultores esclarecem os mais diversos temas do setor. Envie sua pergunta e leia as respostas para nossos internautas no Blog da Pack. E-mail guru@pack.com.br PERGUNTE, ELE RESPONDE!

O NEWSLETTER SEMANAL DA INDÚSTRIA

Toda semana, a newsletter entrega no seu e-mail as notícias mais importantes da indústria de embalagens. Cadastre-se no site! Acesse! www.banas.com.br/banasinforma

Foto: Divulgação

[DESTAQUES]

A catarinense Strawplast conta agora com novas embalagens, concebidas pelo escritório de design e gestão de marcas Design Inverso, de Joinville. A mudança decorreu de um grande estudo das características do portfolio da companhia, que deu origem a duas novas marcas de mercado: LevNoLav e Festkids.

Embalagem do Café Santa Clara Clássico homenageia Círio de Nazaré Para homenagear o Círio de Nazaré, maior manifestação religiosa do mundo e uma das mais tradicionais de Belém do Pará, as embalagens a vácuo e almofada 250g do Café Santa Clara Clássico ganharão nova roupagem e estarão caracterizadas nos pontos de vendas da região. É uma forma especial que o Café Santa Clara achou de estar próximo aos milhões de devotos. Onde achar? http://www.pack.com.br/blog

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atualidades

Da história em quadrinhos para as embalagens A Kimberly-Clark Brasil, multinacional do segmento de higiene pessoal e doméstica, apresenta a nova fralda descartável Huggies Turma da Mônica Conforto Dia e Noite, que possui uma cobertura suave com toque tipo algodão, e oferece alta performance com a exclusiva cintura elástica nas costas, deixando o bebê muito mais confortável. O produto chega ao mercado em uma embalagem com exclusiva decoração baseada nos personagens da história em quadrinhos Turma da Mônica. O design é assinado pela Oz Design. A embalagem é produzida em polietileno de baixa densidade (PEBD), com impressão em rotogravura, pela Rotoplás.

Apelo saudável A Multdia apresenta mais uma novidade saudável com o lançamento da bebida láctea Nutriday em pó com preparo instantâneo e alto rendimento. O produto é apresentado em uma embalagem tipo almofada de 200 gramas. Pode ser consumido quente ou frio, puro, com frutas ou com seu acompanhamento predileto. Esse projeto foi desenvolvido pela Speranzini Design com a criação de Inah Olyntho e Maurício Speranzini. A embalagem flexível foi desenvolvida pela Felinto.

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Kimberly-Clark Brasil, tel.: 0800-7095579.

Cores e forma traduzem bem-estar

Novos elementos icônicos A Castrol confiou à B+G designers o desenvolvimento do projeto de branding para reposicionar sua linha Magnatec, de óleos lubrificantes automotivos, com moléculas inteligentes que aderem ao motor, protegendo-o antes, durante e depois da partida. O trabalho envolveu desde diagnóstico e planejamento estratégico para criação do novo posicionamento Magnatec, mais desenvolvimento da arquitetura da linha, além da criação da nova identidade visual dos produtos, todo o material de PDV e, ainda, um kit de lançamento. “Com o objetivo de facilitar o entendimento do consumidor e do trade e fortalecer a marca Magnatec dentro do segmento, desenvolvemos uma nova hierarquia, realinhando os produtos Magnatec a partir da padronização de marcas, submarcas e novos elementos icônicos”, pontua Luís Bartolomei, diretor da B+G designers.

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Speranzini Design, tel.: (11) 5685-8555.

A identidade visual das embalagens da linha de alimentos saudáveis Crispan e Semix da Kobber foi desenvolvida pela Pande Design. Ela traduz o conceito dos produtos em cores e formas que retratam o bem-estar. O branco predominante remete à saudabilidade. A janela integrada permite que o consumidor visualize o que vai levar para casa. Diferentes pratos simulam o modo de uso e ressaltam o appetite appeal. Os claims do painel principal destacam os principais benefícios. O visual agradou tanto que a Pande estendeu a mesma identidade para as barras de cereais, frutas e crocantes. As fotos destacam a textura e o sabor de cada produto, com o auxílio do branco predominante. Pande Design, tel.: (11) 3849-9099.

B+G designers, tel.: (11) 5090-1460.

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Sabor de

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Novidades deliciosas A empresa Moinhos Galópolis, tradicional em moagem de trigo, do sul do Brasil, está lançando uma nova linha de misturas para bolos e misturas especiais Roseflor que chegam às prateleiras em embalagens do tipo stand up pouch. As misturas para bolos 400g compreendem 10 sabores (nega maluca, chocolate, cenoura, baunilha, laranja, limão, aipim, milho, abacaxi e coco). Além de produtos como mistura para pão de ló, mistura para creme confeiteiro, mistura para cuca e mistura para sonho e grostoli em 400g. A embalagem de PET transparente mais polietileno (PE) pigmentado branco 80g/m2 foi impressa em flexografia pela Bazei Embalagens. Já o design da embalagem é assinado pelo designer Gustavo Spegiorin. Moinhos Galópolis, tel.: 0800-6429800.

Edição comemorativa

Nivea, tel.: 0800-7764832.

Ajinomoto, tel.: 0800-7049039.

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Para festejar o centenário da marca, a Nivea lança versão especial de um de seus principais produtos: o hidratante corporal Nivea Milk Hidratação Intensiva, que chega em edição comemorativa 100 anos. A nova roupagem combina elementos visuais relacionados à famosa latinha azul, criada em 1911, com pequenas e delicadas esferas reunidas em meio a traços prateados que fazem menção à celebração de aniversário. O design do rótulo foi desenvolvido pela Criátomo. A embalagem e a tampa foram produzidas, respectivamente, pela Brasalpla e Weener Brasil. Já o rótulo pela Baumgarten.

A Ajinomoto lança dois novos sabores da sopa individual Vono: frango ao toque de tomate e batata com cenoura. Além disso, todas as embalagens da linha passaram por uma renovação visual, desenvolvida pela Oz Design, para facilitar a identificação com o consumidor no ponto de venda. O principal diferencial está no destaque às imagens dos ingredientes naturais que compõem a variedade de sabores, reforçando o appetite appeal. Para ajudar o consumidor a identificar os sabores, a embalagem apresenta uma faixa central, com cores bem definidas e distintas. O nome da versão também mereceu destaque. A caneca, forte ícone relacionado à marca, ganhou mais destaque para evidenciar toda a cremosidade da sopa e a presença de pedaços dos ingredientes, que também são um diferencial importante de Vono. A embalagem de PET, alumínio e polietileno de baixa densidade (PEBD) foi produzida pela Inapel, com impressão em rotogravura.

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modernidade

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notícias

Vaivém do mercado

Mercado mundial de embalagem verde vai movimentar US$ 212 bilhões em 2015

ANTilHAS ANUNCiA NOVO DiRETOR COMERCiAl

antilhas anuncia Bruno Baptista como novo diretor comercial da empresa. o executivo retorna à empresa, após dois anos, como consultor de estratégia e marketing na Gs&Md – Gouvêa de souza. “nossa meta é duplicar o volume de negócios da empresa até 2015”, afirma o executivo.

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Fonte: Freedonia

será impulsionada pela aceleração da atividade industrial global. o segmento de embalagem degradável vai continuar a experimentar crescimento rápido, mas irá representar somente aproximadamente 1% de todo o mercado de embalagem verde até 2015. a região da Ásia/Pacífico terá crescimento acima da média e se manterá como o maior mercado regional do mundo devido a sua grande indústria de alimentos e de bebidas, que representa a principal aplicação para as embalagens verdes. Já as regiões da américa Central e américa do sul, Europa oriental e África/oriente Médio também vão experimentar crescimento acima da média, no entanto, a partir de bases menores (essas três regiões juntas responderam por apenas 12% da demanda global de embalagens verdes em 2010). Um crescimento rápido poderá ser visto na Ásia, especialmente na Índia, China e indonésia. outros países em desenvolvimento, como rússia, turquia, Brasil e México também devem ter crescimento saudável. os Estados Unidos, que responderam por 23% das vendas dEmanda mundial dE EmbalagEm VErdE globais, em 2010, é (us$ bilHÕEs) o maior mercado nacional de embalagem verde do mundo, com 250 2010 2015 2005 uma ampla margem. outros mercados 200 grandes e maduros são o Japão e ale150 manha. apesar de o Japão se manter 100 como um dos maiores 50 mercados do mundo, o país vai ter a taxa de 0 crescimento mais baiDEMANDA DE AMÉRICA EUROPA ÁSIA/ OUTRAS xa até 2015. no enEMBALAGEM DO NORTE OCIDENTAL PACÍFICO REGIÕES VERDE tanto, boas oportuni7.9% 7.5% 7.2% dades ainda poderão 6.5% 5.7% ser encontradas em 4.5% 4.1% 3.1% 4.0% países desenvolvidos, 2.5% especialmente, para 2005-2010 2010-2015 produtos com embalagens degradáveis.

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a

demanda mundial de embalagem verde (embalagem reciclada, reutilizável e degradável) deve crescer 5,7% ao ano, atingindo Us$ 212 bilhões em 2015. Embora o segmento de embalagem reciclada mantenha-se, de longe, como o principal tipo de produto, vai experimentar um crescimento baixo devido à maturidade de produtos, como latas metálicas e embalagens de vidro. Por outro lado, o crescimento da demanda acima da média é esperado para as embalagens degradáveis e reutilizáveis. Em particular, a demanda de embalagens degradáveis que deve continuar crescendo a uma taxa de dois dígitos anuais. É o que aponta o estudo desenvolvido pela Freedonia. os ganhos em embalagens recicladas serão apoiados pelo aumento da atividade de coleta e da capacidade de processamento, juntamente com uma maior utilização de embalagens recicladas por empresas que buscam demonstrar responsabilidade ambiental e diferenciação de seus produtos. a demanda por embalagens reutilizáveis

RAUl CAPOZZi É NOMEADO DiRETOR COMERCiAl DA JOFER

raul Capozzi é o novo diretorcomercial da Jofer Embalagens. o executivo será responsável pelo crescimento contínuo das vendas, inovando em estratégias comerciais a fim de atender com excelência as necessidades de seus clientes e desenvolver novos negócios. também fazem parte de suas atribuições, dirigir mudanças na comunicação organizacional e nos planos ambientais aspirados pela empresa. AlUiSiO FONSECA ASSUME DiRETORiA DE RECURSOS HUMANOS DA TETRA PAK

aluisio Fonseca é o novo diretor de recursos humanos da tetra Pak para o Brasil e américa Latina. o executivo chega com a missão de implantar a nova estratégia global de transformação, conhecida como Hr transformation, cujo foco principal é o desenvolvimento de pessoas. Fonseca ingressou na tetra Pak, em 1994, como diretor para o segmento de bebidas. iBEMA TEM NOVO DiRETOR COMERCiAl

Hélio Henrique Bustamante é o novo diretor comercial da ibema Companhia Brasileira de Papel. o executivo possui ampla experiência no mercado doméstico/exportações e vinha ocupando o cargo de gerente comercial da ibema. “a companhia vem crescendo muito, nos últimos anos, e a nossa meta é intensificar esse crescimento, fazendo com que a ibema assuma o papel de uma das melhores empresas do mercado”, finaliza o diretor.

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notícias Foto: Divulgação

Receita líquida do setor de embalagem deve chegar a R$ 45,6 bilhões em 2011 Dado é divulgado no Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/FGV realizado pela Associação Brasileira de Embalagem de consumo vêm crescendo em torno de 25% a 30% ao ano, muito maior do que a produção doméstica. Isso é uma realidade de toda a indústria e não vai mudar num horizonte visível”, acredita. No primeiro semestre de 2011, a produção física de embalagem desacelerou em comparação ao mesmo período de 2010, saindo de um crescimento de 15,57% para 2,98%. O setor de embalagem de madeira caiu de 24,63% para 15,83%; os setores de papel, papelão e cartão, de 11,42% para 1,45%; o setor de plástico, de 14,10% para 0,46%; o setor de vidro, de 14,18% para 11,69% e o setor de metal, de 23,89% para 4,38%. A desaceleração por conta das importações de bens de consumo também chegou à indústria usuária de embalagem. A indústria de bebidas, por exemplo, registrou um crescimento negativo, no primeiro semestre de 2011, de -4,57% ante 15,97%, em relação ao mesmo período do ano passado. Todos os setores sofreram uma desaceleração no crescimento, no entanto, o segmento farmacêutico sofreu menos em relação aos demais, registrando um crescimento de 6,38% no primeiro semestre de 2011 ante 9,13% em 2010. Já o segmento de fumo saiu de um crescimento negativo de -11,19% no

Escala de operação da indústria de embalagem (R$ mil)

30.887.402 31.269.475

2011*

32.922.516 33.163.133

2010* 2009

34.905.093 35.396.873

2008

35.848.567 36.686.671

2007 2006

41.773.155 42.749.770 44.549.358 45.590.877

Fonte: IBGE/Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa (2009) Elaboração: FGV

*Dados estimados

D

epois de um crescimento de 10%, em 2010, a indústria brasileira de embalagem, este ano, sofre uma desaceleração natural. No primeiro semestre de 2011, a produção física de embalagem cresceu 2,98% em relação a igual período de 2010. No primeiro trimestre, a taxa de crescimento alcançou 5,01%, enquanto, no segundo, caiu para 0,98%. Para esse ano, a previsão de crescimento do setor é de 1%, com uma receita líquida de R$ 45 bilhões. Esses dados são do Estudo Macroeconômico da Embalagem ABRE/ FGV realizado pela Associação Brasileira de Embalagem. Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nos últimos cinco anos, a indústria de embalagem teve um desempenho muito similar ao da indústria em geral. No segundo trimestre de 2006 até o segundo trimestre de 2011, a indústria cresceu 13,61% e a indústria de embalagem, 13,96%. “Elas estão cada vez mais próximas. No entanto, a produção física de embalagem e as vendas no varejo têm registrado um descolamento, principalmente, em razão da importação de bens de consumo que chegam embalados ao Brasil”, afirma. “As importações de bens

Valor bruto da produção Receita líquida de vendas

Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas

primeiro semestre de 2010 para 7,01% no mesmo período deste ano. No primeiro semestre de 2011, as exportações diretas do setor de embalagem registram faturamento de US$ 229.496 mil. Esse valor representa um crescimento de 24,99 % em relação ao mesmo período de 2010, que, segundo Quadros, reverte a queda registrada durante a crise econômica de 2008. O setor que mais avançou nas exportações é o de metálicas, com crescimento de 68,13% seguido do segmento de vidro, com 60,55%. Nesse mesmo período, as importações de embalagens vazias tiveram um acréscimo de 20,25% com faturamento de US$ 390.135 mil. Esses números indicam que a balança comercial do setor ficou deficitária com US$ 229.496 exportados contra US$ 390.135 mil de importação. Entre os segmentos nos quais as importações de embalagens vazias estão impactando mais, estão os setores de papel, papelão e cartão, com 50,80%, seguido pelo setor de vidro, com 35,71% e plástico, com 20,30%. Apesar do cenário de desaceleração da economia, a indústria de embalagem continua otimista. O Estudo Macroeconômico ABRE/FGV aponta que, em 2011, 40% das indústrias pesquisadas devem fazer investimentos para expandir a capacidade produtiva, 36% preveem investimentos para aumentar a eficiência produtiva e 13%, investimentos para substituir máquinas e equipamentos. Somente 11% das indústrias pesquisadas não preveem um programa de investimento.

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notícias

Falta de coleta seletiva é um entrave para ampliação da reciclagem no Brasil Hoje as empresas recicladoras têm uma ociosidade de mais de 30% por falta de embalagem PET pós-consumo, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet

E

m 2010, o Brasil reciclou 282 mil toneladas de embalagens PEt pós-consumo, um crescimento de 7,6% ante as 262 mil toneladas registradas em 2009. Esse volume representou um faturamento de r$ 1,18 bilhão, valor que já corresponde a 36% de todo o faturamento do setor de PEt no ano passado (embalagens PEt mais produtos reciclados), que foi de r$ 3,27 bilhões. os números fazem parte do 7º Censo da reciclagem do PEt no Brasil, divulgado em agosto, pela associação Brasileira de reciclagem do PEt (abipet). apesar do crescimento, a falta de coleta seletiva é apontada pela entidade como o principal entrave para a ampliação do volume de reciclagem no País. ao considerar o período de 2000 a 2010, o índice de destinação adequada do PEt no Brasil teve um salto significativo, saindo de 26,3% para 56%. Mas de 2006 para cá, o crescimento do índice de destinação adequada do PEt desacelerou. (veja gráfico). segundo auri Marçon, presidente da abipet, as empresas do setor do PEt investiram em capacidade de reciclagem

rEciclagEm dE pEt

43,0% 35,0%

89

17,9%

e inovação. Mas, será difícil continuar crescendo sem um sistema público de coleta seletiva que possibilite o retorno das embalagens pós-consumo à indústria.

38,0 19,0 17,0

EMBAlAGENS

OUTROS

Fonte: Noüs Consulting/Abipet

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19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 Fonte: Noüs Consulting/Abipet

RESiNAS iNSATURADAS E AlQUÍDiCAS

TUBOS

105

20,4%

16,2%

TÊXTEiS

8,0

FiTAS DE ARQUEAR

142

21,0% 18,8%

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26,3% 25,4%

aplicaçÕEs do pEt rEciclado

lAMiNADOS E CHAPAS

231

32,9%

282

Kton

55,6% 56,0% 53,5% 54,8%

262

47,0% 47,0% 51,3%

253

% crEscimEnto

(SOBRE NOVAS EMBAlAGENS)

7,0 4,0 7,0

“Hoje, as empresas recicladoras têm uma ociosidade de mais de 30% por falta de PEt”, afirma. Leandro Fraga, diretor da noüs Consulting, empresa responsável pelo censo, afirma que o setor brasileiro de reciclagem de PEt é maduro. “atualmente, 91% das empresas recicladoras têm mais de cincos anos, ou seja, com grande chance de sobrevivência. Bem diferente do cenário de 2004, quando apenas 30% delas estavam nessa condição.” o volume de PEt reciclado alimenta uma indústria diversificada, onde o maior usuário continua sendo o setor têxtil, com 38% do total reciclado. Em seguida, estão as resinas insaturadas e alquídicas (19%), embalagens (17%), laminados e chapas (8%), fitas de arquear (7%), tubos (4%) e outros (7%). “a participação relativa do têxtil vem diminuindo por conta da maior diversificação das aplicações do PEt reciclado. Para 41% das empresas recicladoras, o bottle to bottle é a aplicação que vai crescer mais”, revela Fraga.

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entrevista

Ted Mininni, presidente

da Design Force Inc. Qual é a importância de envolver o consumidor através do design de embalagem? Utilizar todos os aspectos do design de embalagem para envolver o cliente está no cerne do trabalho da Design Force. O que mais te impressiona em embalagens inteligentes? Elas valorizam a interatividade. Enquanto nós usamos os aspectos visuais alinhados com a marca na embalagem – cores, gráficos, imagens, tipografia, estrutura da embalagem, e comunicação – há ferramentas muito interessantes disponíveis que não existiam no passado. Aplicações inteligentes como o código QR e 2D podem ser incorporados na embalagem. Consumidores mais familiarizados com a mídia social simplesmente podem escanear a embalagem com o seu celular para ter mais informações sobre os produtos. De que outra forma o código QR pode ser usado? Os consumidores podem fazer o download de cupons ou participar de concursos e sorteios. Os jovens consumidores podem escanear códigos para jogar. Tudo isso conduz ao maior engajamento e interação com a marca. É mais divertido e os consumidores se envolvem com a marca de uma forma mais significativa. Em sua opinião, quais são as marcas que estão utilizando bem o QR? Gosto muito do que a Wild Creations, fabricante de brinquedos, está fazendo com o QR. Os pais escaneam a embalagem e podem assistir vídeos de demonstração dos brinquedos no You Tube, além de ler a opinião dos consumidores sobre os brinquedos. Varejistas como a Toys R Us estão usando o código QR para permitir aos clientes receber descontos quando eles tiram fotos do interior da sua loja. A NHL Detroit 14

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Foto: Divulgação

Anne Marie Mohan

Red Wings utiliza o código QR em seus programas que possibilitam aos fãs assistir vídeos. As possibilidades são infinitas. Além de QR, que outras tecnologias estão surgindo em embalagens inteligentes? Outra tecnologia interativa chamada Realidade Aumentada também é muito interessante. O programa Moo Vision da Ben & Jerry´s permite aos consumidores ter informações sobre o produto de uma maneira divertida, escaneando a embalagem. A tecnologia SnapTag™ da SpyderLynk nem exige aplicações especiais, a identidade da marca na embalagem é uma porta móvel. Os consumidores simplesmente tiram uma foto da etiqueta do produto e enviam para o telefone que aparece na embalagem para conversar com a marca. Com informações mais detalhadas disponíveis por meio dessas novas tecnologias, você acredita que a comunicação na embalagem vai diminuir? Não. Isso ainda é de vital importância para estabelecer uma hierarquia de comunicação na embalagem que vende a marca e o produto de uma maneira diferenciada para o seu público-alvo. *Texto extraído da revista Packaging World

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por dentro das leis

Copo descartável pode ser proibido no comércio e em órgãos públicos

Foto: SXC

Preocupado com a produção e o acúmulo de lixo não reciclável em Belo Horizonte (MG), o vereador Sergio Fernando Pinho Tavares (PHS) apresentou dois projetos de lei para proibir o uso de copos de plástico não-recicláveis no comércio e em órgãos públicos da capital mineira.“Essa medida visa a reduzir o impacto ambiental causado pela enorme quantidade de copos usados em larga escala por bares e restaurantes e que são despejados pelo poder público nos aterros sanitários”, defende o autor dos projetos. O PL 1755/11 proíbe os estabelecimentos comerciais da cidade de venderem qualquer bebida em copos de plástico descartáveis. Já o PL 1776/11 é destinado a proibir o uso do material nos Poderes Executivo e Legislativo Municipal, bem como nos órgãos da administração direta e indireta. De acordo com as duas propostas, serão permitidos apenas os copos descartáveis feitos de material biodegradável.

Lacre inviolável para todas as embalagens entregues em domicílio A Câmara de Cuiabá (MT) aprovou uma lei que obriga a utilização de lacre inviolável em todas as embalagens de alimentos entregues em domicílio, para consumo imediato, como pizzas, sanduíches e similares. A lei de autoria do vereador Deucimar Silva (PP) tem o objetivo de impedir que o consumidor final receba seus produtos violados, ou contaminados, por pessoas que não participam do preparo. “O lacre irá garantir ainda que os alimentos se mantenham saborosos, com aroma e temperatura”, explica. Todo alimento terá, obrigatoriamente, um lacre, que pode ser de adesivo plástico ou papel, para proteger os alimentos. Os lacres deverão ter a característica de violados, caso o sejam, visivelmente, para identificação de qualquer avaria pelo consumidor.

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Atualmente, 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência no consumo: engajado e consciente

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Margaret Hayasaki

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evou muito tempo para o consumo consciente fazer parte da prática diária de Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Ele começou a lidar com o consumo consciente em 2001, no Instituto Akatu, que, em 2003, criou uma pesquisa sobre o assunto. “O resultado do meu teste revelou que era engajado no nível mais baixo e levei mais cinco anos para me tornar um consumidor consciente. É um processo de internalizar e, isso, eu chamo de poder transformador contido no ato de consumo. É você se convencer de que esse poder está lá”, ressalta o executivo. Em entrevista à revista Pack, Helio Mattar fala sobre os desafios para expandir o consumo consciente e o impacto disso no varejo, na indústria de bens de consumo e de embalagem.

PACK: A população e o consumo crescem mais do que a capacidade de regeneração dos recursos naturais. Qual é a importância do consumo consciente nesse contexto e como ela pode transformar o comportamento dos consumidores? MATTAR: Para o equilíbrio dos sistemas naturais haveria três possibilidades. A primeira seria a mudança tecnológica; a segunda, as políticas governamentais e a terceira seria a mudança de comportamento do consumidor. Quanto à primeira, se a gente analisa o fato de que hoje já se consome 50% a mais do que a Terra é capaz de regenerar, quando apenas 16% da população mundial consome 78% do total do consumo. Isso significa que, se a gente fosse dar esse modelo de consumo para a população global, seriam necessários cinco planetas. Como a gente só tem um planeta, precisaria de um ganho de produtividade de 80%. Isso é inviável, pois é muito em longo prazo. Portanto, a tecnologia sozinha não resolve. Já as políticas governamentais têm uma dificuldade porque o governo é fortemente pressionado pelos interesses econômicos atuais. Então para se conseguir políticas que vão de fato à direção da sustentabilidade é preciso um grande esforço da sociedade civil que deve estar conscientizada para a necessidade da sustentabilidade. Se a sociedade já estivesse sensibilizada, não precisaria de um esforço para mudança do modelo de consumo. Ela ainda não está sensibilizada a ponto de pressionar o governo nessa direção. Portanto, essa terceira alternativa é o consumo consciente, como instrumento pelo qual as pessoas percebem o impacto do ato de consumo. Percebem que cada pessoa ao longo da sua vida vai ter um forte impacto e decide agir no seu próximo consumo. Vale dizer que, quando ela age no seu próprio consumo, não está agindo sozinha, está agindo por ela, pela sua família, é exemplo para amigos e para comunidade, além disso, ainda pode mobilizar pessoas para agir daquela forma. Ela pode multiplicar essa mobilização. Com consumo consciente, as mudanças tecnológicas e a política governamental, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) consegue-se encaminhar mais rapidamente para a sustentabilidade. PACK: O consumo consciente ainda está engatinhando? MATTAR: Não. O Instituto Akatu já realizou três pesquisas sobre consumo consciente em 2003, 2006 e 2010. Em 2003, analisamos aproximadamente 150 comportamentos de consumo para identificar quais permitiriam segmentar o consumidor segundo a sua consciência. Chegamos a 13 comportamentos divididos em quatro grupos – economia, planejamento, compra sustentável e comportamento de reciclagem – que, dependendo de quanto o consumidor pratica de fato no seu dia a dia, ele vai ser mais ou menos consciente. Qual é a diferença entre os dois níveis mais altos e os dois níveis mais baixos. Os consumidores que estão no nível mais alto de consciência praticam entre 8 e 13 comportamentos de consumo, cujo impacto vai ser de longo prazo e vai ser no coletivo. Os consumidores indiferentes e iniciantes tendem a praticar comportamentos de consumo

em benefício próprio e de curto prazo. Atualmente, 28% dos consumidores brasileiros estão nos dois níveis mais altos de consciência no consumo. Ao todo são quatro níveis: consciente, engajado, iniciante e indiferente. Nesses dois primeiros níveis, que são o engajado e o consciente, estão os 28% - 5% conscientes e 23% engajados - dos consumidores de todas as classes sociais. Dos 5% de consumidores que estão no nível mais alto de consciência, 67% pertencem às classes C e D. Esse índice, em 2003, era de 57%, representando um crescimento de 10%, ou seja, houve um ganho de consciência nas classes C e D. A mídia de massa explica esse crescimento. A pesquisa de orçamento familiar do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) mostra que hoje 97% da população brasileira tem televisão ou acesso à televisão. A pesquisa do Akatu também revela que 88% da população brasileira tem acesso à internet. Metade deles tem acesso em casa e no escritório e a outra metade tem acesso no escritório e em lan house. Questões como a sustentabilidade aparecem na rede não com esse nome. 16% da população brasileira, na pesquisa de 2010, revelou saber o que quer dizer sustentabilidade. 84% não sabiam o que quer dizer sustentabilidade, dos quais, metade acredita que sabe o que é sustentabilidade, mas o que eles sabem é algo totalmente errado. Eles não sabem o que significa a palavra sustentabilidade, mas sabem muito bem o que significa o efeito da sustentabilidade. Se a gente fala aquecimento global, mais de 90% sabe o que é. A sustentabilidade, como um termo abstrato, é desconhecida pelas pessoas. Aí é necessário o trabalho de educação. PACK: O consumidor tem se tornado mais consciente? MATTAR: Não. Quando a gente fez a pesquisa pela primeira vez em 2003, o resultado foi 5% mais consciente, e esse índice não mudou. Qual é a diferença entre o primeiro 5% e o outro: 500 mil pessoas a mais. O percentual de engajaEditora Banas

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entrevista

dos era 38%, e, em 2010, caiu para 23%. Podemos dizer que as pessoas estão menos conscientes? Não. O fenômeno da consciência do consumo é recente. Então, quando muda muito significativamente a situação econômica, como é o caso do período de 2003 a 2010, com queda de juros e desemprego, crédito mais longo e a sua expansão, as pessoas tendem a consumir mais a não ser que elas estejam mais conscientes. Por isso, é que o índice de 38% caiu para 23%, enquanto os 5% se mantêm, mesmo com a força do consumo. PACK: Quais são os desafios para que os consumidores passem a fazer escolhas mais conscientes? MATTAR: O primeiro desafio é fazer as pessoas perceberem que elas têm um poder transformador por meio do seu hábito de consumo. Hoje, quando elas sabem que o consumo tem impacto, a reação delas é: eu sei que tem impacto só que o meu impacto vai ser tão pequeninho que eu não vou sair da minha zona de conforto para fazer diferente, pois não vai fazer diferença nenhuma. Então, é preciso mostrar para as pessoas que hoje nós consumimos, em média, por pessoa, três vezes mais do que a gente consumia há 50 anos. E vivemos muito mais do que no passado.Ao longo da vida, isso tem um enorme impacto. Por exemplo, se uma pessoa que mora em um edifício, ao escovar os dentes fechasse a torneira, ao longo de 70 anos, ela poderá economizar 180 caminhões pipa de água (com 10 mil litros de água cada). Isso dá 1 milhão e 800 mil litros de água o equivalente a ¾ de uma piscina olímpica. Imagine então o que significa tomar banho, lavar a louça, a roupa, o carro, o chão, tudo com a torneira aberta. O potencial de redução é enorme, e uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença. As pessoas precisam se mobilizar para sair da zona de conforto. O segundo desafio, muito importante, é que elas ao fazer a mudança, passem a pertencer a um grupo de consumidores mais conscientes. Se elas não passarem a pertencer, a força da publicidade e a pressão social vão fazer com que elas voltem a consumir de maneira inconsciente. O terceiro desafio é a informação. Os consumidores querem comprar um produto com a menor pegada de carbono possível, mas não têm essa informação.

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PACK: A indústria de bens de consumo e o varejo têm um papel muito importante nesse processo de educação? MATTAR: Eles podem fazer dois trabalhos. Um deles é a educação do consumidor. Tratase de um trabalho de longo prazo, justamente, mostrando que o consumidor tem poder transformador no seu ato de consumo. O outro é de criar a comunidade do consumidor consciente, como fez a Unilever, que criou uma comunidade, reunindo 70 mil pessoas, em que a única atração são as ações O primeiro desafio é fazer as pessoas perceberem de sustentabilidade. Além disso, o que elas têm um poder transformador por meio do varejo consegue seu hábito de consumo dar informação. O Walmart, que ou menos. Tem mais a ver com consutambém é nosso parceiro, está exigindo mir diferente e por razões diferentes. dos seus parceiros a realização de ações Consumir diferente significa sair do sustentáveis. Em 2010, foram lançados descartável e caminhar na direção do 10 produtos com características de susdurável. Sair daquilo que é produzido tentabilidade. Esse ano, 13 produtos. globalmente e ir para produções mais Parte dessas características está na área locais. Sair do uso individual e ir para o de embalagem. Por exemplo, tornar a uso coletivo. Sair do fóssil para o renoembalagem mais leve ou como a Cocavável. Sair do lixo e ir para reutilização Cola, que vai lançar uma garrafa twist, e para reciclagem. Sair do desperdício permitindo diminuir muito o seu volue ir para o aproveitamento integral. me e, portanto, mais embalagens serão Isso tudo não reduz o bem-estar dos transportadas. São ações relativamente consumidores. Por exemplo, o brasileiro simples. As indústrias e o varejo podem joga fora, em média, 1/3 dos alimentos ajudar. Eles têm que se unir para educar perecíveis que ele compra. Mas, ele e informar o consumidor para que ele poderia utilizar as folhas que não estão seja mais consciente. Hoje, eles não tão bonitas; as cascas; as sementes; os fazem tanto assim, mas começam a talos ou as frutas para fazer torta, bolo, fazer. Eles podem fazer muita diferengeleia, sopa. E é alimento do mesmo ça, pois chegam à casa de milhares de jeito. Só que a gente joga no lixo. Se consumidores. Nós fizemos um cálculo a gente fizesse isso, sobraria dinheiro outro dia. Se todo mundo no Brasil para comprar produto orgânico. As que consome o amaciante diluído de pessoas não compram alimentos orgâ2 litros passasse a utilizar o produto nicos porque é muito caro. No futuro, concentrado, em oito anos, os consuos consumidores vão pagar com a saúde midores deixariam de descartar uma e com a limpeza do meio ambiente. lata de lixo do tamanho do estádio do PACK: Nos Estados Unidos, uma loja Maracanã. Imagina o efeito disso sobre vai vender alimentos sem embalagem. o aterro sanitário se essas embalagens O que o senhor acha disso? não são recicladas. MATTAR: Acho uma ótima ideia. No PACK: Vivemos numa sociedade consufuturo, o consumidor não vai levar só a mista. Como é possível consumir mais sua vasilha para leite, mas para xampu, e ser consciente? enfim, para tudo aquilo que é líquido. MATTAR: Para resolver essa equação não Ele vai chegar em casa e colocar num tem tanto a ver com consumir mais dispenser que sai um pouquinho só de

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rem o do

produto, ou seja, vou usar o produto com mais eficiência. PACK: Mas isso não é fim da indústria de embalagem? MATTAR: Vai ser o início de uma indústria de embalagens duráveis e reutilizáveis. A indústria de embalagem vai deixar de ter a função apenas de embalar. Ela vai ter que pensar no ato de embalar e como aquilo que ela está fornecendo para embalar pode ser usado depois na reutilização. É outro tipo de indústria, na qual ela passa a ser uma indústria de bens de consumo diretamente. Eu vou comprar esse produto porque a embalagem permite fácil transporte e envase. A embalagem não vai desaparecer por uma segunda razão. Por que hoje 16% da população mundial consome 78% do consumo total. Quando os outros 84% da população mundial passar a consumir, todos eles vão precisar de embalagem. Se hoje há 2 bilhões de pessoas consumindo e usando embalagem descartável. Vamos passar a ter 7 ou 9 bilhões de pessoas consumindo embalagem durável, em 2050, que custa mais caro do que a embalagem descartável e que, portanto, deixa mais margem para a indústria. Então é outra indústria. Quem conseguir se adaptar mais rápido e ocupar esse espaço mais rápido vai ganhar mais rápido. Vai ser também um novo varejo. Tudo vai ser novo. Vai ser um admirável mundo novo. PACK: Os consumidores brasileiros praticam o consumo consciente de embalagens? MATTAR: O que a gente sabe é que a embalagem é uma preocupação do consumidor. Agora, a preocupação que nós temos é que hoje o consumidor pensa assim: mais embalagem é ruim. Menos embalagem é bom. Se a gente pensar genericamente, é verdade porque a embalagem vai ser usada uma vez e ser jogada fora, de preferência, reciclada. Mas ela só é usada uma vez. Mas, a embalagem tem a função de preservação do produto adquirido. Por isso, ela pode significar menos desperdício porque aumenta a vida útil do produto. Esse equilíbrio no caso da embalagem é muito difícil porque o consumidor não tem a informação. Ele não sabe dessa história de que mais

embalagem, eventualmente, é mais durabilidade. Se ele pegar dois produtos, um com mais embalagem e outro com menos, o mesmo produto, ele compra o produto com menos embalagem. Essa tende a ser a percepção do consumidor porque gera menos lixo. Pois transporta menos embalagens para o supermercado, menos embalagens para o aterro sanitário ou para reciclagem. Recicla menos também. A reciclagem consome energia, água etc. Então, o consumidor pode não ter a percepção com o detalhe que estou dando, mas ele tem a percepção de que mais embalagem é pior. Em alguns casos, pode não ser, mas é difícil caracterizar. Voltamos então para educação e informação. Papel da indústria, do varejo e do próprio setor de embalagem.

que preserva o meio ambiente. Fizemos a pesquisa por várias faixas de preço, a disposição de pagar é praticamente a mesma. PACK: Em sua opinião, quais são os desafios do Akatu daqui para frente?

MATTAR: Podemos falar em dois caminhos. Um é o caminho da educação e o outro, da comunicação. No caminho da educação, o desafio é fazer com que essa geração que está vindo já chegue ao mercado com outra visão de consumo, e para isso, é preciso entrar na educação formal. Nós entramos, temos hoje dois modelos, que são complementares. Estamos expandindo esse esforço para disponibilizar uma metodologia para todas as escolas brasileiras. A gente espera ser bem-sucedido nisso até 2013. Esse é o grande desafio: educar a crianPACK: É preciso informar, mas o ça brasileira para outro tipo de consuconsumidor lê rótulo? mo: o consumo mais consciente. Do outro lado, eu digo que é um desafio de MATTAR: Segundo a pesquisa do Akatu, comunicação, porque não estamos mais aproximadamente 50% da população falando de crianças e jovens, portanto, lê rótulo. É um caminho para consnão existe um local. Para os adultos, cientizar os consumidores. Mas, é nós falamos muito em empresas. Por preciso que essa informação seja dada exemplo, um dos nossos parceiros é o de forma direta e simples. E vai ser um Walmart. Na épocaminho inclusive ca que nós iniciacompetitivo. As As nossas pesquisas mos um projeto empresas que utiindicam que 30% de sensibilização lizam embalagem e mobilização se dispuserem a dos consumidores dos funcionários, dar mais informabuscam informação a empresa tinha ção, com o tempo, 65 mil funcionávão se tornar mais sobre a prática social e rios em 370 lojas competitivas. O ambiental das empresas em 17 estados consumidor vai brasileiros. Nós querer comprar um fizemos um programa de formação e determinado produto porque naquela capacitação de 3200 multiplicadores de embalagem tem informação e na outra todos esses estados e lojas. Desenvolvenão tem. mos uma metodologia, e eles levaram PACK: Hoje o consumidor já prestigia o consumo consciente para todos os as empresas que são mais amigas do demais funcionários da rede varejista. meio ambiente? Foi muito bem-sucedido. Agora, estamos começando a treinar os funcioMATTAR: As nossas pesquisas indicam nários para serem multiplicadores nas que 30% dos consumidores buscam suas famílias e depois nas comunidades. informações sobre a prática social e Gostaríamos de encontrar um caminho ambiental das empresas. Uma pesquisa que, por meio dos colaboradores de do IBOPE indica que mais de 60% dos uma empresa, conseguíssemos chegar consumidores brasileiros trocariam a à comunidade. Ainda não conseguisua marca preferida se soubessem que mos encontrar esse caminho. Nas redes ela está poluindo o meio ambiente. digitais, até esse momento, a gente Então, as informações dos consuminão pode dizer que sabemos mobilizar dores são fortes. Nós temos uma e criar uma comunidade. Estamos pesquisa que revela que 37% dos consunos esforçando. midores pagariam mais por um produto Editora Editora Banas Banas

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O Barricaço é produzido com folha de aço de espessura 0,22 mm, possibilitando uma redução de mais de 35% no peso da embalagem

Um novo conceito de embalagem para massa corrida

P Da Redação

Brasilata investe mais de R$ 2 milhões no desenvolvimento do Barricaço, que chega ao mercado com o lançamento da massa corrida Super Leve, produzida pela Anjo, de Criciúma (SC)

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arcela importante do mercado de massa corrida tem buscado embalagens de menor custo, especialmente, para atendimento do mercado de menor renda. Na busca dessa redução de custo, várias embalagens alternativas foram lançadas, como a barrica de papelão. De olho nessa demanda do mercado de produtos químicos, a Brasilata desenvolveu uma barrica de aço. Após dois anos de exaustivas pesquisas e testes, além de aquisição de máquinas e equipamentos, e investimentos superiores a R$ 2 milhões, a empresa chegou a uma nova embalagem que recebeu o nome de Barricaço. Para obtenção de uma embalagem competitiva, a folha de aço foi dramaticamente reduzida. Enquanto o balde normal de aço utiliza folha de espessura 0,34 mm, o Barricaço é produzido com folha de aço de espessura 0,22 mm, possibilitando uma redução de mais de 35% no peso da embalagem, que pesa 770 gramas com a tampa. Devido a essa redução, é uma embalagem de preço competitivo, mas a Brasilata não revela números. A nova embalagem não possui a mesma resistência de uma lata de aço e essa foi a razão para a adoção de um nome diferente, evitando a comparação com a lata.

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Totalmente resistente à umidade O principal desafio foi descobrir a menor e ao molhamento espessura da folha de aço que pudesse de depósitos e de obras, a embalaresistir ao transporte e armazenamento gem possui uma nas linhas de envase existentes para estética altamente utilizar o Barricaço, apenas pequenos valorizada pela litografia na folha ajustes, que a assistência técnica da de aço. Brasilata efetua.” Por ser uma embalagem rígida, ela não

Antonio Carlos Teixeira, CEO da Brasilata

Essa diferença é informada aos consumidores na embalagem com uma litografia vermelha na tampa especial onde é salientada a maior fragilidade da embalagem e os cuidados que devem ser observados com o transporte e armazenamento. A tampa traz impressas, na cor vermelha, as instruções de manuseio para orientar os operadores de produção bem como os lojistas da revenda especializada e pintores.

estufa e, por ser de aço, não absorve umidade durante todo o ciclo de uso da massa corrida. Facilita ainda o total aproveitamento do produto pastoso e permite envase rápido nas linhas de enchimento. “Podem ser envasados cinco barricaços por minuto. No caso da barrica de papelão com saco plástico, esta velocidade cai para 2,5 por minuto pela dificuldade em envasar o saco plástico e amarrá-lo depois”, explica Teixeira. Ele acrescenta: “Não há necessidade de investimentos

Submetido a vários testes de qualidade, o Barricaço se mostrou perfeitamente adequado para o suprimento de mercados locais e para construtoras, uma vez que suporta bem o transporte em curtas distâncias.

INFORMAÇÕES Brasilata tel.: (11) 3871-8500 | www.brasilata.com.br

Para o desenvolvimento do novo conceito de embalagem para massa corrida, a Brasilata investiu em tecnologias para expansão da folha fina para aplicação de frisos, visando a aumentar a resistência às quedas e para fabricação da tampa com trava. “O principal desafio foi descobrir a menor espessura de folha de aço que pudesse resistir ao transporte e armazenamento. Várias tentativas foram feitas até a obtenção da folha de 0,22mm”, afirma Antonio Carlos Teixeira, CEO da Brasilata. Apesar de menos resistente do que a lata, o Barricaço oferece uma série de vantagens. Não necessita da utilização de saco plástico interno (e, portanto, é uma embalagem mais sustentável), além de ser 100% reciclável.

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lançamentos internacionais

Com o objetivo de se tornar líder em inovação e sustentabilidade ambiental, a PepsiCo Beverages Canada acaba de anunciar a introdução da garrafa 7UP EcoGreen.Trata-se da primeira garrafa de refrigerante feita com 100% de PET reciclado. O desenvolvimento dessa embalagem representa uma conquista significativa para a PepsiCo e um avanço para o setor de bebidas, no Canadá, porque a companhia identificou uma solução para a tecnologia existente, que une as melhores fontes de PET reciclado e técnicas de processamento best-in-classe para produzir PET 100% reciclado, de grau alimentício, de alta qualidade. “Depois de três anos de pesquisa e desenvolvimento, nós descobrimos a solução ideal para desenvolver comercialmente uma garrafa de refrigerante feita com PET 100% reciclado”, afirma Richard Glover, presidente da PepsiCo Beverages Canada. A garrafa é produzida em várias plantas fabris da companhia, no Canadá. Ela investiu US$ 1 milhão em melhorias nas fábricas, incluindo os sistemas de manipulação de resinas e sistemas de inspeção. Em longo prazo, a PepsiCo Beverages Canada pretende ampliar o uso da garrafa de PET 100% reciclado. Atualmente, a companhia é líder de mercado, incorporando 10% de PET reciclado em garrafas de refrigerantes no Canadá e nos Estados Unidos. PepsiCo Canada, www.pepsico.ca

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100% De pet reciclado

Melhor experiência de uso

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do produto A Westland Horticulture modernizou a embalagem da linha de produtos para controle de plantas daninhas. O desafio foi desenvolver uma embalagem integrada que oferecesse ao consumidor vários benefícios para melhorar a sua experiência de uso do produto. Isso incluiu tampa resistente às crianças, um bico, uma tampa dosadora e um anel de EPE para eliminar o desperdício. A RPC Design trabalhou em parceria com a Westland Horticulture no design da embalagem. A tampa foi produzida e fornecida diretamente pela RPC Halstead e a embalagem pela RPC Llanstrisant. A seção de dosagem foi desenhada com algumas modificações para ser usada como uma tampa de uma peça. A embalagem é soprada em polietileno de alta densidade (PEAD) e o formato de uso amigável permite fácil manuseio por consumidores destros ou canhotos. Ela é decorada com um rótulo termoencolhível impresso em alta qualidade. RPC Containers, tel.: +44 (0) 1787 473224.

A indústria de produtos de consumo agora tem um novo nível de conveniência para aplicações de envase a quente e retort, como sopa, bebidas nutritivas, café e chá, com a ajuda da tampa Ideal Closure® 40 mm, desenvolvida pela Crown Closures Americas, uma unidade de negócios da Crown Holdings. Compatível com embalagens plásticas e de vidro, a tampa entrega performance de barreira superior, fácil abertura e diferenciação de marca no ponto de venda. O mecanismo de abertura de dois estágios separa a força necessária para superar o atrito entre a rosca e a embalagem, facilitando ainda mais a abertura para os consumidores. O design da tampa também cria múltiplas oportunidades para as marcas que desejam se diferenciar na prateleira. Logos, mensagens e valores nutricionais podem ser impressos no disco de metal e diferentes sabores podem ser comunicados com uma faixa plástica colorida distinta. A tampa é totalmente reciclável, permitindo aos consumidores descartá-la no mesmo sistema de reciclagem de outras embalagens. Crown Holdings, tel.: (740) 681-6577 www.crowncork.com

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Conveniência na abertura

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Especialistas em inovar na área de amostras e miniembalagens, a Aptar Beauty + Home e a Bioplan – Socoplan realizaram uma parceria para a fabricação e comercialização da Cosm´in, uma miniembalagem com sistema de distribuição: uma cápsula que combina a praticidade e a facilidade de aplicação de um pote com a flexibilidade e superfície de comunicação de um sachê. Cosm´in pode ser utilizada para amostras e venda de miniprodutos ou como embalagem de viagem, o que a torna extremamente versátil. Também pode ser utilizada para uma ampla gama de ações promocionais: unidade de testes ou para uso diário; verdadeira ferramenta de comunicação que pode ser oferecida na loja ou na mala direta; ampla superfície de impressão permite a personalização com imagem do fabricante ou mensagens do produto. Aptar Beauty+Home, tel.: +1 8154770424, Bioplan Socoplan, tel.: +19087537300.

Para o lançamento do novo snack halal, a Ethni´Cook descobriu uma receita testada para oferecer conveniência e frescor na embalagem de Cryovac BDF Soft com fácil abertura. Utilizando a embalagem da Cryovac desde a fundação da companhia, em 2008, a empresa francesa vai utilizar a dinâmica solução de abertura para um novo hambúrger de peixe e o sanduíche croque monsieur que vai ao micro-ondas. A solução escolhida representa a última geração em filme barreira encolhível antifog, resistente e fino, que pode ser facilmente aberto, sem facas ou tesouras. As vantagens de praticidade complementam as fortes possibilidades de apresentação e a compatibilidade do equipamento. Todos esses fatores são chaves para o sucesso dos produtos, com seus tamanhos relativamente pequenos (120-140 gramas por unidade) e a forte necessidade de diferenciação no ponto de venda. Cryovac, tel.; +454485-3714.

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Extremamente versátil

Praticidade e apelo de venda

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É preciso mudar para o futuro do negócio e do planeta A educação é o caminho para conscientizar os consumidores a utilizar melhor os produtos e refletir sobre os seus hábitos. A indústria de bens de consumo pode fazer uma grande diferença nessa mudança

O MARGARET HAYASAKI

lucro é e sempre será a razão de ser de toda empresa. Hoje, mais do que em qualquer outro tempo, o desafio do mundo corporativo é continuar crescendo sem impactar o meio ambiente. E o desafio da sociedade é mudar o seu comportamento de consumo. Como continuar consumindo e ser sustentável? É preciso educar os consumidores para o consumo consciente. Aí entra o papel da indústria de bens de consumo que pode fazer uma grande diferença nessa transformação sustentável. Muito além de criar valor para os consumidores produzindo e distribuindo produtos, a indústria de bens de consumo pode educar os consumidores para utilizar melhor os produtos e para refletir sobre os hábitos de consumo. Muitas já saíram na frente. Não se faz uma revolução sustentável no modelo de negócio de uma empresa sem a participação efetiva de seus colaboradores e parceiros. “A indústria de bens de consumo tem importante papel na orientação e educação da sociedade devido à sua relevância na cadeia de valor, desde a relação com os fornecedores até a entrega ao consumidor final”, explica Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário. É importante que as empresas sejam protagonistas dessa transformação sustentável. “Na gestão empresarial, muitas ferramentas são utilizadas para melhorar o desempenho. A indústria precisa interagir com o consumidor para que a utilização dos bens seja o mais sustentável possível, o que inclui seu uso e descarte de resíduos”, acentua Michel Henrique R. Santos, gerente corporativo de sustentabilidade da 24

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verdes, valorizando as empresas que possuem produtos voltados a esse mercado. “O papel da indústria é detectar essas ondas e se adaptar no sentido de oferecer produtos alinhados com essa nova perspectiva e que realmente entregue produtos sustentáveis do começo ao fim e não apenas prometa – como algumas empresas do mercado fazem”, alfineta.

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A indústria precisa interagir com o consumidor para que a utilização dos bens seja o mais sustentável possível, o que inclui seu uso e descarte de resíduos

Michel Henrique R. Santos, gerente corporativo de sustentabilidade da Bunge Brasil

COMPRA COM MAIS CONSCIÊNCIA E RESPONSABILIDADE

Bunge Brasil. “Comunicar, estabelecer parcerias e garantir produtos de origem sustentável são questõeschave para as empresas hoje em dia. E é importante que o consumidor também assuma seu papel e exerça cidadania”, acrescenta. A indústria precisa estar alinhada às tendências de consumo mundial. “É notável o boom que está acontecendo em busca do consumo consciente, escolhas e hábitos sustentáveis e mudança de atitude – buscando sempre o ser ecologicamente correto”, ressalta Maurício Giamellaro, CEO da GTex Brasil. Segundo ele, pesquisas de institutos renomados comprovam que cada vez mais os consumidores buscam produtos

O Grupo Boticário busca integrar a sustentabilidade em sua estratégia, atuando por meio dos processos e decisões e acredita que essa postura contribui para promover a qualidade de vida dos consumidores e minimizar os impactos ambientais de sua atividade. Um exemplo que envolve as escolhas mais conscientes do consumidor está na adoção de produtos com refil – desde 2006, O Boticário, uma das marcas de consumo do Grupo Boticário, oferece essa opção. “O processo de fabricação dessas embalagens utiliza quantidade menor de recursos naturais do que os necessários para a produção das embalagens dos produtos regulares. Por esse motivo, oferecer o refil contribui para redução do impacto ambiental, além de ser uma opção de reposição de produto mais econômica para o consumidor”, explica Malu. “O refil também incentiva o consumo responsável em tempos em que há uma conscientização maior das pessoas em relação à preservação do meio ambiente”, acrescenta.

A Bunge, atuando do campo à mesa, traz segurança em cada um de seus produtos por ter acesso à sua origem, desde a matéria-prima. “Procuramos comunicar sobre os atributos de sustentabilidade em todos os momentos de contato com o consumidor. Ao oferecermos produtos com qualidade, ao publicarmos um relatório completo de sustentabilidade e ao trabalharmos em parceria em toda a cadeia de valor, buscamos sensibilizar os públicos de nosso relacionamento para que a sustentabilidade esteja sempre na pauta”, revela Santos. “As escolhas não precisam ser verdes necessariamente, pois isso pode implicar em ideologias. Mas queremos que as escolhas sejam conscientes e embasadas no que de melhor estamos fazendo para o ambiente e sociedade”, acrescenta o executivo. Para ajudar os consumidores a comprar com mais consciência e responsabilidade, a GTex Brasil desenvolveu a linha 100% biodegradável de produtos de higiene e limpeza Amazon H2O, composta por lava-louça, sabão em pó, amaciante EDITORA BANAS

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e sabão de coco. “A decomposição dos produtos após o uso ocorre em apenas 21 dias”, diz Giamellaro. “O lava-louça e o amaciante estão disponíveis em embalagem refil que elimina o uso de plástico, rótulo e tampa. Alguns produtos possuem embalagens fabricadas com até 85% menos plástico que as regulares. Além disso, a empresa criou páginas nas redes sociais e apoia o blog “De Bem com o Planeta”, que publica dicas de incentivo para os consumidores cuidarem do planeta”, conta o CEO. Para o Grupo Boticário, contribuir na conscientização do consumidor não é simplesmente um negócio ou um apelo mercadológico. “O Grupo fundamentou seu crescimento em valores sólidos que refletem a preocupação e contribuição com o desenvolvimento social e preservação do meio ambiente, tendo como essência a prática de relações éticas com todas as partes interessadas, valorizando o ser humano, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e respeitando o meio ambiente”, conceitua Malu. “Nos comprometemos a reduzir os impactos ambientais do processo produtivo, compatibilizando o crescimento socioeconômico com a adequada conservação do meio ambiente”, continua. Na opinião de Santos, da Bunge Brasil, o maior retorno ao ajudar a mudar a consciência dos consumidores seria o de respeito ao meio ambiente. “Naturalmente, sempre existem nichos de mercado que podem ser explorados com oportunidades específicas. Mas o trabalho de sensibilização visa a promover o desenvolvimento de toda a sociedade. O que precisamos é ter produtos que se enquadrem à demanda mundial de alimentos, gerados com responsabilidade desde sua concepção. Assim, há ganhos para a imagem da empresa, aumenta-se a confiança do consumidor e, como retorno aos negócios, a preferência. Fecha-se o círculo virtuoso da sustentabilidade”, ensina o executivo. 26

Foto: Jose DAmbrosio

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Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário

A indústria de bens de consumo tem importante papel na orientação e educação da sociedade devido à sua relevância na cadeia de valor SER SUSTENTÁVEL É UM BOM NEGÓCIO É possível manter o crescimento do volume de vendas e de produção e melhorar o impacto ambiental. “É possível e necessário. A Bunge Brasil trabalha na melhoria constante de seus processos, com foco na excelência operacional e perenidade das atividades em um futuro de longo prazo”, destaca Santos. Hoje, a empresa coleciona marcos importantes, como a utilização de mais de 80% de matriz energética renovável em suas operações. “Para se ter uma ideia, a média mundial é de apenas 14% de energia renovável. Em 2010, a empresa consolidou seu enfoque de desenvolvimento em segmentos de energia mais limpa e renovável. Com isso, saímos de mercados com maior potencial poluidor e passamos a investir mais em bioenergia. A redução das emissões, devido a essa mudança, foi de 38% em 2010”, enfatiza o gerente corporativo de sustentabilidade.

No Grupo Boticário, segundo Malu, as decisões e iniciativas são orientadas para considerar as questões ambientais e sociais juntamente com as metas de crescimento e rentabilidade do negócio. Os princípios e as práticas relacionados à sustentabilidade integram de forma prática os processos operacionais e decisórios da empresa. Um bom exemplo disso, segundo ela, é a criação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza há mais de 20 anos, em uma época em que pouco se falava sobre consciência de preservação como forma de sustentabilidade social e ambiental. “Além disso, são desenvolvidas iniciativas como o Programa de Gestão da Sustentabilidade para Fornecedores, que os incentiva à reflexão e à adoção de práticas efetivas favorecendo toda a cadeia de valor; o Programa de Gestão da Sustentabilidade para Franqueados O Boticário, que mobiliza e direciona os esforços da Rede de Franquias na incorporação da sustentabilidade em seu modelo de gestão”, completa.

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A embalagem é um canal de comunicação com o consumidor. No caso da marca O Boticário, por exemplo, além da opção de refis, o consumidor tem o Programa de Reciclagem de Embalagens, que o incentiva a devolver, nas lojas da rede, as embalagens após o uso. “O objetivo é estimular os consumidores a devolverem as embalagens de O Boticário na loja, após o consumo do produto”, diz Malu. A iniciativa contribui para a redução do impacto ambiental e oferece alternativas para a reciclagem e uso consciente dos recursos naturais. “Uma vez retornada, a embalagem é descaracterizada e encaminhada para a reciclagem”, acrescenta.

vantes sobre o que o consumidor pode fazer para evitar descarte inadequado e valorizar o trabalho daqueles que, no final desse ciclo, reverterão aquele resíduo em matéria-prima. “Isso é importante, pois gera emprego e renda. Mas, para isso, deve-se fazer o descarte correto e ter acesso à coleta seletiva”, pondera.

OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DE SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS

O maior desafio do Grupo Boticário é alinhar os diversos stakeholders que se relacionam com o negócio à estratégia de sustentabilidade definida e às práticas dos valores da empresa. “Para isso, são desenvolvidas ações que visam a contribuir para o negócio, junto aos diferentes As lojas O Boticário contam com parceiros com o que a empresa se relaciona, incluindo os forneceurnas para depósito das embaladores de embagens vazias, que selagens”, revela guem para parceiros: O desafio é buscar Malu. “Para esse empresas gerenciadoras público em esde resíduos e coopeo que há de mais pecial, desenrativas de catadores moderno em termos volvemos ações previamente analisadas de análise de e cadastradas por O de tecnologia ciclo de vida Boticário. Em 2010, sustentável das embalagens todas as lojas O Boticáe o Programa rio foram contempladas de Gestão de Sustentabilidade pelo programa. “A cobertura inclui para Fornecedores – iniciativa que mais de 1.600 municípios no País. direciona esforços da cadeia de Com a iniciativa, a marca envolabastecimento para a inserção da ve a rede de lojas, franqueados, sustentabilidade, alinhados às estraconsultoras e colaboradores, além tégias do Grupo Boticário, contridos consumidores, mobilizando buindo para identificar oportunidiversos públicos na responsabilidades, gerir riscos e agregar valor dade de contribuir com a preserao negócio”, acrescenta. vação do meio ambiente”, enfatiza a executiva. Na opinião de Giamellaro, da GTex Brasil, o desafio é buscar o que há Existe toda uma tecnologia por trás de mais moderno em termos de de cada embalagem da Bunge Brasil. tecnologia sustentável. “No caso “Hoje temos uma embalagem exda embalagem sachê do sabão em clusiva, biodegradável, no mercado pó Amazon, por exemplo, somos de margarinas e isso foi resultado a primeira empresa de higiene e de muita pesquisa, visto que é limpeza que utiliza o aditivo oxielaborada 100% com fontes renovábiodegradável na fabricação do veis. É muito mais confortante ao material de embalagem: reduzindo consumidor considerar que, após o a sua degradação de 300 anos (emconsumo, o impacto ambiental do balagens comuns) para apenas 2 resíduo não será maléfico ao meio anos”, salienta. em que vivemos”, afirma Santos. Na embalagem, também, podem ser colocadas informações rele-

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O PAPEL DA EMBALAGEM

“E importante que todos exerçam suas funções, focando em projetos

Maurício Giamellaro, CEO da GTex Brasil

que permitam o menor impacto ambiental possível”, ressalta Santos, da Bunge Brasil. Ele acrescenta: “Os fornecedores de embalagem também podem auxiliar na indústria da reciclagem, trabalhando na tecnologia e nos incentivos suficientes para o desenvolvimento de embalagens mais leves e, preferencialmente, de fontes renováveis. É um desafio, mas é o que o mundo espera hoje.” Essas indústrias de bens de consumo estão promovendo a mudança para a sustentabilidade. Que elas sirvam de exemplo para multiplicar essa transformação sustentável.

INFORMAÇÕES BUNGE ALIMENTOS tel.: (11) 3741-5550 | www.bunge.com.br GRUPO BOTICÁRIO tel.: 0800-413011 | www.grupoboticario.com.br GTEX BRASIL tel.: (11) 2102-0150 | www.gtexbrasil.com.br

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A embalagem pode conscientizar os consumidores Que o desenvolvimento de embalagens sustentáveis hoje é estratégico para o negócio das empresas, já é sabido. Mas será que compreendem a importância de desenvolver uma comunicação adequada e capaz de orientar com eficácia e clareza os consumidores sobre os ganhos ambientais?

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ANALICE FONSECA BONATTO

lém da falta de comunicação de boas ações, outro grande problema apontado por designers entrevistados pela revista Pack é a informação, às vezes, tão genérica, que confunde mais ainda os consumidores. Segundo Elisa Quartim, consultora em design sustentável, a questão ainda é complicada, pois muitas empresas já desenvolvem ações para melhorá-las, mas não as comunicam. São informações importantes, muitas vezes, restritas ao ‘mundinho’ da embalagem. Além de perderem grandes oportunidades, segundo Gisela Schulzinger, sócia-diretora da Haus+Packing e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), muitas empresas, quando comunicam, não fazem isso de maneira clara. Com informações simples e corretas, o consumidor pode analisar e fazer relações que o farão se decidir pela compra. “Quando ele vê a quantidade de material informada, por exemplo, então pensa como será possível reciclá-lo etc e pode decidir melhor sobre a escolha do produto”, analisa Elisa. Há também empresas que querem comunicar e daí criam seus próprios selos, mas a comunicação fica confusa. Ela cita, por exemplo, informações genéricas

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Muitos consumidores serão impactados pelos veículos de comunicação, mas a embalagem tem alcance superior Walmart. O consumidor, já acostumado com o vermelho marcante da embalagem, hoje tem um produto que utiliza 70% menos tinta na sua impressão.

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como ‘embalagem amiga do meio ambiente’ ou outras irrelevantes, colocadas apenas porque estão na moda. Entretanto, o consumidor já olha com desconfiança essas ações. Assim, toda informação deve ser verificável e transparente. Algumas empresas já conseguem passar de forma simples ao consumidor os meandros de suas inovações ambientais. A multinacional americana Sara Lee Cafés desenvolveu o Pilão Origem, este ano, na segunda edição do projeto Ponta a Ponta do

CONCEITO E EFICIÊNCIA DA EMBALAGEM

Também é fundamental comunicar a eficiência do produto sustentável. Isabella Brumatti, do departamenAssim, com a proposta de minito de marketing da Santher, emmizar os impactos ambientais em presa que também todo o ciclo produparticipou do tivo, houve a reduprojeto da rede ção de emissão de de supermerCO2 no transporte cados Walmart de papelão - caixas com o Snob confeccionadas de Eco, conta que papelão ondulado o produto de100% reciclado, senvolvido é com certificação mais compacto, Forest Stewardship com mais folhas Council (FSC) -, por rolo. Conceito e eficiência do Snob de filme plástico nas Eco traduzidos na embalagem Assim, além de embalagens, de água, entre outros conseguir economia de espaço, há recursos. Além de informar as cermenor descarte de subprodutos como tificações – FSC, a classificação na o filme plástico e o papel cartão do categoria de café tubete. O consumidor, ao invés de Superior pelo Procomprar duas embalagens da linha grama de Qualidade tradicional, cada uma com dois rolos do café da ABIC e de 120 folhas, pode comprar uma ter 60% de café com embalagem com três. selo UTZ Responsabilidade Social, a A empresa, que recicla mais de 60 embalagem traz ainda milhões de quilos de papéis de pósinformações quanto consumo por ano em seu processo ao uso de sobras e resíprodutivo, aposta na embalagem duos pós-preparo. como a maneira mais efetiva dessa Embalagem utiliza 70% menos tinta na sua impressão

mensagem chegar ao consumidor. “Muitos consumidores serão impactados pelos veículos de comunicação, mas a embalagem tem alcance superior.” EDITORA BANAS

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A Santher buscou a certificação FSC. No verso, o consumidor encontra uma explicação mais detalhada do produto, como seus principais usos dentro de casa, o descarte da embalagem e a importância da certificação. Questionada como a empresa avalia o recebimento do produto pelos consumidores, Isabella ressalta que o produto foi lançado em julho deste ano, mas os produtos que participaram da primeira edição do projeto da rede de supermercados apresentaram um crescimento em volume de 40% na rede. “Isto mostra que o consumidor está mais atendo para produtos que ofereçam diferenciais relevantes.”

TABELA AMBIENTAL

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Uma das empresas reconhecidas por levar ao consumidor informações sobre sustentabilidade é a Natura. Segundo Emiliano Barelli, gerente de desenvolvimento de embalagem da empresa, desde 2007, existe a tabela ambiental que traz informações relativas a três principais indicadores associados à embalagem e outros três, à fórmula.

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O gerente explica que em relação à embalagem o primeiro indicador que aparece na tabela e em todas as embalagens desde que haja espaço para imprimir, caso contrário são encontradas no site, é o percentual de material reciclado. Assim, a empresa tem diretrizes em que são definidas o que é material reciclado pós-consumo e, por meio de uma parceria com os fornecedores, avalia o

percentual de material reciclado daquela matéria-prima que compõe a embalagem e faz ponderada da massa total dela para poder colocar o percentual ali.

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Portanto, segundo ela, uma das grandes preocupações da empresa era traduzir o conceito e a eficiência do produto na embalagem. Para isso, os ícones e as informações foram cuidadosamente planejados.

O segundo indicador tem a ver com o quanto daquela embalagem pode ser reciclada e o terceiro, com o número de refilagens. “Fizemos uma avaliação do tempo de vida médio de cada embalagem no instante em que o consumidor a pega.” Os três indicadores são para o consumidor compreender a preocupação da empresa com a questão da reutilização da embalagem. Sobre o porquê de muitas empresas Emiliano Barelli, gerente de não publicarem seus indicadores, desenvolvimento de embalagem da Natura segundo ele, a Natura faz um modelo de cálculo da extração da matériaprima até o descarte. Mas podem exisFizemos uma avaliação do tempo de vida tir empresas que médio de cada embalagem no instante fazem, por exemplo, uma avaliação em que o consumidor a pega porta adentro. “É Assim, tanto fornecedores quanto um controle mais designers de lá já foram atrás disso reduzido que pode dar uma há mais tempo. Aqui a discussão visão de um impacto muito é mais recente e, só agora, com a menor e que não necessariamente Política Nacional de Resíduos é. Por isso, muitas empresas acaSólidos, municípios e empresas bam com receio de publicar seus serão obrigados a criar programas de indicadores de forma especímanejo e proteção ambiental. fica. A Natura os publica, mas de A questão para Luiz Morikio, diretor forma global.” de criação da SPO Design, é ética. O TRABALHO COM AS E para as ações se desenrolarem os EMPRESAS empresários devem perceber isto. “Se o dono da empresa estabelece Segundo Elisa Quartim, quando este parâmetro, é mais fácil todos as empresas fazem algum tipo seguirem, mas se não é a cabeça do de mudança, querem comuninegócio desenvolvendo isto, as iniciacar, mas não necessariamente tivas ficam paradas”, avalia. conseguem passar no briefing exatamente como vão comunicar e muitos designers ainda não estão preparados. Porque começou a se discutir isto recentemente. No Europa, por exemplo, a lei que regula os resíduos sólidos já é mais antiga. Desde 2007, a Natura utiliza tabela ambiental com informações relativas a três principais indicadores associados à embalagem e outros três à fórmula

“Cada vez mais tentamos mostrar às empresas o quanto esta questão é importante”, ressalta Gisela Schulzinger. Mas, segundo ela, os argumentos dos empresários sempre esbarram no preço e na falta de valorização dos consumidores. Quando o consumidor valorizar, irá pagar, mas antes é preciso comunicar. “Se isto for só um truque para se diferenciar, daí não dará

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correta, ou seja, sair da linguagem técnica.” Para ela, é um conjunto de ações, mas é a oportunidade de a embalagem ser porta-voz do que a empresa desenvolve.

NOVAS NORMAS SOBRE SUSTENTABILIDADE NA PUBLICIDADE

Gisela Schulzinger, sócia-diretora da Haus+Packing

certo mesmo. Assim, buscamos mostrar cada vez mais o valor que isso pode trazer para a marca e principalmente comunicar de forma

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) divulgou novas normas para a publicidade que contenha apelos de sustentabilidade. Elas entraram em vigor em 1º de agosto e valem para todos os meios de comunicação. Segundo dados divulgados no site do conselho, o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária já apresentava recomendações sobre o tema, mas foram revisadas e reunidas no artigo 36. O sentido geral da nova norma visa a reduzir informações que confundam os consumidores e condena

anúncios que estimulem o desrespeito ao meio ambiente. Assim, o Código recomenda que a menção à sustentabilidade em publicidade obedeça a critérios de veracidade, exatidão, pertinência e relevância. As informações aos consumidores devem ser exatas e precisas, expressas de forma clara e em linguagem compreensível. Além disso, devem ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados. INFORMAÇÕES CONAR tel.: (11) 3284-8880 | www.conar.org.br HAUS+PACKING tel.: (11) 3074-6611 | www.hausmaispacking.com.br NATURA tel.: 0800-115566 | www.natura.net SARA LEE www.saralee.com SANTHER tel.: (11) 3030-0200 | www.santher.com.br SPO DESIGN tel.: (11) 3168-9166 | www.spodesign.com.br

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gestão da sustentabilidade

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Novos gestores

para um novo modelo de negócios O desafio desses profissionais é converter práticas de negócios convencionais em estratégias ousadas para um planeta mais sustentável

A ANA CAROLINA BAILI

sustentabilidade se tornou uma vantagem competitiva, e as empresas que já entenderam isso estão largando na frente, integrando a sustentabilidade em seus modelos de negócio, produtos e posicionamentos. “Mesmo que os retornos tangíveis não ocorram no contexto atual, com certeza, os investimentos em sustentabilidade irão fazer a diferença para a sobrevivência das empresas. Por isso, têm aumentado dentro das organizações a procura e a valorização de profissionais com a visão e energia necessárias para catalisar as mudanças para a sustentabilidade e as características de liderança necessárias para conduzi-las”, explica Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Isso se reflete nas instituições que ministram cursos específicos para formar líderes sustentáveis. “O mercado começou a ver a necessidade de ter no seu quadro de funcionários um gestor de sustentabilidade. Não simplesmente adaptar alguém e sim ter um profissional com essa qualificação. É o gestor que amarra corretamente a entrada desse setor na empresa. Ele que transforma a visão e as ações da empresa. É a pessoa adequada para promover essa mudança sem volta”, diz Mário Monzoni, professor e coordenador do curso Master de Gestão em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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“O gestor é de suma importância para os negócios da empresa, e esse profissional age de maneira estratégica, redesenhando o mercado, considerando o presente e o futuro e reavaliando os modelos de produção. É esse profissional que possui o conhecimento sobre desenvolvimento sustentável e que levará a empresa a romper com paradigmas antigos para atingir um modelo inovador e responsável de gestão sustentável, ou seja, que considere que os resultados da empresa sejam medidos em termos sociais, ambientais e econômicos”, diz Flávia Moraes, sócia-diretora da FCM Consultoria em Sustentabilidade. Gerenciar a sustentabilidade em empresas é uma tarefa complexa que exige um profissional dedicado

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Para cumprir essas tarefas, segundo ela, o gestor de sustentabilidade deve entender o papel da empresa no complexo sistema formado pela cadeia produtiva, que envolve todos os setores com os quais a empresa se relaciona, interna e externamente (consumidores finais, organizações da sociedade civil, meio ambiente, governo, mídia, empregados, distribuidores, organizações internacionais). “Para este profissional é fundamental entender a força e a responsabilidade que a empresa exerce nesse sistema e tomar as decisões para que ela colabore para a sustentabilidade”, acentua a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

a analisar todos os impactos gerados pelas atividades da empresa. Ou seja, é preciso gerenciar compras de matérias-primas, desenvolvimento de fornecedores, produção, design de embalagens, distribuição, comunicação, vendas etc., com foco na saúde pública, no uso responsável de recursos naturais, nas oportunidades de negócios sustentáveis e na diferenciação em um mercado que está se consolidando. “O papel principal do gestor de sustentabilidade é ser o agente de transformação dentro da empresa no que se refere ao modo como ela se relaciona com seus stakeholders e os padrões éticos que permeiam esses relacionamentos. O foco central desse profissional é a gestão dos impactos que os produtos e serviços da empresa

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podem gerar direta ou indiretamente”, revela Marina.

Juliana Nunes, diretora de assuntos coorporativos e sustentabilidade da Unilever

segundo plano e começar a pôr em prática as ações”, diz Juliana Nunes, diretora de assuntos coorporativos e sustentabilidade da Unilever.

Entre as principais mudanças feitas na empresa, como resultado do UM EXEMPLO A SER SEGUIDO setor de sustentabilidade na área de embalagens, está a redução dos Um modelo de empresa na gestão da custos e do seu impacto no meio sustentabilidade é a Unilever. Uma ambiente. É o caso das pioneiras e um de dois lançamentos exemplo a ser seA figura do gestor da empresa. Um é a guido. Desde 2003, é fundamental. No embalagem menor a companhia manpara os amaciantes tém um setor de início da fase de sustentabilidade, e Fofo, com implantação é ele que Comfort que há dois anos, o lançamento das irá administrar a coleta versões de 2 litros do criou um comitê que tem foco maamaciante diluído de informações cro. Ele não olha para a versão de 500 só projetos da área de sustentabiml. As principais vantagens foram: lidade, define os projetos a serem 37% de redução do consumo de implantados e vê ideias de outros plástico para a produção da embasetores. “O processo de implantação lagem; e a mesma porcentagem de do setor de sustentabilidade tem que redução na quantidade de resíduo vir em duas fases. A primeira vem sólido no pós-consumo. No transde reunir uma equipe dedicada que porte, isso significa 63% de redução olhe os processos de manufatura, do consumo de papel na caixa de matéria-prima, entre outros, e não só papelão utilizada no transporte. No a sustentabilidade. Não adianta ter caso da embalagem refil, gera ainda diversas ações externas se o interno mais economia para consumidoras não tiver bem trabalhado. Tem que e benefícios ao meio ambiente, com ter primeiro uma estrutura bem redução de 85% de embalagem plásidentificada e quais são suas necestica em sua produção versus garrafa sidades. Para ai sim irmos para um do amaciante tradicional 2L. EDITORA BANAS

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gestão da sustentabilidade

Outro lançamento é o Omo Líquido Super Concentrado em garrafa de 315ml, 630ml e atualmente e 1050 litros, lançado esse ano. Essa nova versão contribui para o ambiente pelo fato de ser concentrado. Isso gera um consumo significativamente menor de água, embalagens e transporte, com capacidade de reduzir tanto a emissão de gases relacionados ao efeito estufa como os resíduos/desperdícios. E não é só isso, a embalagem em si já traz benefícios, pois seus componentes são recicláveis. A tampa é polipropileno, o frasco é polietileno e o rótulo é PET. O exemplo mostra que a Unilever se reinventou e dá a chave para o sucesso de muitas outras empresas. A preocupação com embalagens não fica só nesses lançamentos. Hoje, todas as embalagens são de plástico reciclável. A tinta dos rótulos dos produtos não contém metais pesados, o material de confecção é de polietileno e à base de água que

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também é reciclável. Outra iniciativa é o projeto Estações de Reciclagem Pão de Açúcar-Unilever, em que todo material reciclável coletado nas estações é doado para cooperativas, e então, volta ao ciclo produtivo. “A figura do gestor é fundamental. No início da fase de implantação é ele que irá administrar a coleta de informações nos setores. Verificar a administração de impactos diretos. Num segundo momento se forma a equipe. É essencial pra isso uma pessoa formada para começar a transformação do conceito”, diz Juliana. Incorporar a temática da sustentabilidade na gestão empresarial é a principal forma de garantir mudanças efetivas nos métodos produtivos do setor privado. “A demanda por profissionais especializados é crescente, pois a economia verde está cada vez mais incorporada no core business da empresa. Sustentabilidade é um caminho sem volta para a nossa sociedade”, finaliza Marina.

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especial sustentabilidade

Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

INFORMAÇÕES CEBDS www.cebds.org.br FCM CONSULTORIA tel.: (11) 3744-0477 | www.fcmconsultoria.com.br FGV tel.: (11) 3799-3342 | www.fgv.br UNILEVER tel.: 0800-7079911 | www.unilever.com.br

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Regresso do bem

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Para muitos a logística reversa de embalagem ainda parece uma operação complexa, mas tecnicamente ela é simples de ser colocada em prática. O retorno da embalagem à origem é um caminho sem volta para o bem do planeta

a logística reversa também é vista como uma excelente oportunidade de crescimento dos negócios para o setor, já que, segundo Carillo, existem poucas empresas especializadas. “Poderíamos ter cadeias de retorno mais direcionadas, por exemplo, para eletroeletrônicos, plástico etc. o lixo já não é tão desprezível. tem um valor importante”, continua.

A cadeida de coleta da lata de alumínio pode ser seguida por outras cadeias de embalagem

Um benchmarking de logística reversa de embalagens é o da lata de alumínio. o setor implantou o sistema, na década de 80, e hoje o índice de reciclagem coloca o Brasil no topo do mundo. Em 2010, o País reciclou 98,2%. Esse índice poderia ser superior a 100% se as estatísticas considerassem a reciclagem das

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m importante passo em direção da sustentabilidade é a logística reversa, principal instrumento da Política nacional de resíduos sólidos (Pnrs), sancionada em agosto do ano passado, que visa a garantir maior eficácia no descarte e na reciclagem do lixo. Mas o que é logística reversa? a sua dinâmica começa no momento em que o produto é produzido, se estende ao ato da compra e reinicia o ciclo quando é devolvido para ser reinserido na sua cadeia produtiva ou como matéria-prima em outra indústria. a sua implantação é simples. no entanto, a logística reversa ainda é vista como um processo de alto custo. segundo Edson Carillo, membro do conselho de ética da associação Brasileira de Logística (aslog), por conta do elevado custo do transporte em relação ao custo do produto, a indústria ainda não adotou a logística reversa. “Já se fala de logística reversa há mais de cinco anos, mas ela ganhou um nível mais relevante com a sanção da Pnrs que vai penalizar quem descumprir a legislação e com a conscientização da população”, afirma. “a logística reversa pode ser utilizada pelas empresas responsáveis como uma estratégia mercadológica para aumentar as vendas, pois passarão a ser vistas pelo mercado com outros olhos”, acrescenta Carillo.

Henio de Nicola, coordenador da comissão de reciclagem da Abal

latas de alumínio importadas. Henio de nicola, coordenador da comissão de reciclagem da associação Brasileira do alumínio (abal), afirma que a cadeia de coleta da lata de alumínio já é uma solução que pode ser seguida por outras cadeias de embalagem. o sucesso do modelo, segundo ele, está no fato de ter sido pioneira na implantação da logística reversa que envolve todos Editora Banas

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lagem de aço (abeaço) anunciou recentemente a inauguração de um centro modelo de logística reversa, na região da Grande são Paulo, que deve ser inaugurado ainda este ano. nos primeiros meses, o centro modelo de logística reversa terá capacidade de receber cerca de duas mil toneladas por mês.

Claudia Barbosa Sia, gerente de marketing e planejamento da Antilhas

os elos da cadeia – supermercado, envasador, fabricante da lata, fabricante da chapa, indústria de fundição e catador– além de ser uma cadeia produtiva que se paga. “outro fator importante é o trabalho de conscientização sobre a reciclagem nas escolas de ensino fundamental realizado pela abal. além disso, o alumínio tem excelente valor agregado. Ele é um material que quando reciclado consegue remunerar todos os elos da cadeia – do catador até a indústria de fundição”, acentua o coordenador de reciclagem. da década de 80 para cá, o modelo de logística reversa de latas de alumínio vem sendo aperfeiçoado em função da alteração do perfil da coleta. a estratificação dos elos da cadeia mudou. “os catadores, as onGs e cooperativas, que estão na base da pirâmide, vêm sendo pressionados pela concorrência com condomínios e edifícios que enviam diretamente a lata de alumínio para o comerciante de sucatas”, explica nicola. Por conta disso, essa base diminuiu, mas com a sanção da Política nacional de resíduos sólidos, o coordenador de reciclagem acredita que ela é 38

Com o centro modelo de logística reversa, o objetivo da abeaço é estimular o valor da sucata (lata de aço), contribuindo com cooperativas e catadores e investir em educação ambiental conscientizando a população para o descarte correto

Em dois casos pontuais realizados no Etna e no Boticário, o projeto recolheu 35 mil quilos de embalagem uma grande oportunidade para recuperar esse terreno perdido, pois a legislação tem um cunho social. “as cooperativas têm que se aperfeiçoar mais para conseguir concorrer com esse elo intermediário, mas elas não têm como arcar com o custo de prensar e transportar a sucata”, afirma. a solução para esse entrave, segundo ele, é que as prefeituras de grandes capitais ajudassem as cooperativas de reciclagem. nicola cita o caso da prefeitura de natal (rn), que vai financiar os custos de uma grande cooperativa local, principalmente, na parte logística para ajudá-la a realizar a coleta seletiva. “Esse é o primeiro passo para realizar o trabalho e um modelo a ser seguido”, conclui.

OUTROS EXEMPLOS outros segmentos de embalagem ainda estão ingressando no mundo da logística reversa. É o caso da indústria de embalagem de aço. a associação Brasileira da Emba-

das embalagens de aço pós-consumo. Hoje, são reciclados no Brasil, aproximadamente 47% das embalagens de aço. a projeção é aumentar esse percentual para 70% dentro de cinco anos, com a construção de novos centros. outro exemplo é o da antilhas Embalagens que desenvolveu um modelo de logística reversa de embalagens para varejistas. Lançado em maio deste ano, o projeto Embalagem Viva vai atender inicialmente somente lojistas da grande são Paulo. o projeto começou a ganhar forma, no ano passado, dentro do comitê de inovação de embalagens. Claudia Barbosa sia, gerente de marketing e planejamento da antilhas, conta que numa das reuniões do comitê nasceu a ideia de oferecer mais um serviço aos seus clientes, mas alinhado a Pnrs. “trata-se de um serviço adicional sem impacto em custo, pois a retirada das embalagens acontece no momento da entrega das novas embalagens”, explica. Para o projeto, a antilhas realizou

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O material coletado é revertido para o Instituto Papel de Menino e Cooperativa Avemare

Daniel Belarmino, coordenador de sustentabilidade da Antilhas

um investimento interno para reciclagem e separação do resíduo em sua planta fabril. “o projeto foi apresentado para todos os clientes da empresa, mas ainda é preciso a adequação das redes de lojas para ampliar a adesão à logística reversa. Em dois casos pontuais realizados no Etna e no Boticário, o projeto

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recolheu 35 mil quilos de embalagem”, revela Claudia. segundo danilo Belarmino, coordenador de sustentabilidade da antilhas, o material coletado é revertido para o instituto Papel de Menino (iPM) - que transforma lixo em arte e trabalha na reinserção social de jovens que cumprem medida

socioeducativa na Fundação Casa (antiga Febem) -, mas também beneficia a cooperativa de reciclagem avemare. Esse é o modelo que deve ser adotado num futuro próximo, em outras regiões do Brasil, como rio de Janeiro, Espírito santo, Minas Gerais e o sul. (M.H.)

INFORMAÇÕES ABAL tel.: (11) 5904-6450 | www.abal.org.br ABEAÇO tel.: (11)3842-9512 | www.abeaco.org.br ANTILHAS tel.: (11)4152-1100 | www.antilhas.com.br ASLOG tel.: (11)3668-5513 | www.aslog.or.br

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especial sustentabilidade responsabilidade social

É necessário expandir

a cidadania O uso da embalagem como inclusão social é a marca de empresas cidadãs que respeitam as diferenças. Hoje o uso do braille já pode ser visto em muitos produtos, mas ainda há uma janela de oportunidades para multiplicar essa transformação social

C ZULMIRA FELÍCIO

omponente obrigatório para os mais diversos artigos de uso e de consumo, a embalagem nos dias atuais – muito mais do que um invólucro do produto – pode carregar outra importante missão: promover a inclusão social. Atualmente, muitas indústrias de bens de consumo têm tomado a dianteira no que se refere à responsabilidade social. Criar embalagem sob o rótulo “responsabilidade social” não é tarefa fácil. É um desafio constante. É dentro desse mesmo cenário que são desenvolvidas as embalagens com sistema em braille que proporcionam aos deficientes visuais o acesso aos produtos de forma segura, com informações de uso, manuseio e consumo. Muito mais do que o desejo de consumir, os deficientes visuais querem exercer a cidadania. Tem decepção maior para um adolescente que vai ao supermercado comprar um Ferrero Rocher e, ao chegar a casa, descobrir que adquiriu outro chocolate? Esta foi apenas uma das muitas questões apontadas pelos alunos do 8º ano, do Instituto de Cegos Padre Chico (IPC), quando vão às compras. “Aqui eles são orientados a serem independentes, ativos, exigir os seus direitos”, explica a diretora Ana Pires. Entidade filantrópica instituída em 1928, o IPC atende crianças do pré ao 9º ano, na faixa de 5 anos a 16/17 anos, faz um trabalho de estimulação precoce para bebês de 0 a 3 anos, incluindo familiares, e ministra cursos de informática para adultos. A professora do 2º ano do IPC, Eliana A. F. da Silva lembra que, antigamente, 42

o deficiente físico ficava encostado, escondido dentro de casa. “Antes tínhamos uma visão de que ele (deficiente) tinha que se preparar para a sociedade, o que não corresponde com a realidade atual. Haja vista as mudanças que ocorreram a fim de driblar as barreiras arquitetônicas, como as guias rebaixadas das calçadas, o piso tátil, os meios de transporte público adaptados, os semáforos sonoros. São pequenos exemplos do muito que ainda deve ser feito”, aponta Anna Miceli, coordenadora pedagógica do IPC, reforçando que a impressão em braille nas embalagens dos produtos é um dos avanços que precisa ser estendido aos demais setores da cadeia produtiva. Hoje o alfabeto se encontra em relógios e alguns produtos de beleza, cosméticos, vinhos, comestíveis, remédios e produtos de limpeza, entre outros.

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A impressão em braille nas embalagens dos produtos é um dos avanços que precisa ser estendido aos demais setores da cadeia produtiva

SEGURANÇA EM CASA Trazer constantemente para a pauta de discussão as questões referentes à acessibilidade. Esta é uma das ações desenvolvidas pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre) em conjunto com entidades que trabalham em prol do deficiente visual, como também com órgãos de defesa do consumidor. São balizados estudos que procuram identificar o hábito de vida e o consumo dessas pessoas, as carências e a demanda na hora da compra. A pessoa portadora de necessidades especiais não pode ficar à margem da sociedade. “Ela tem direito ao acesso aos produtos de forma segura, com informações de manuseio e consumo”, diz Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre. A mesma segurança que ela adquire no ato da compra, pelo fato de

encontrar produtos com inscrição em braille, tem que ser estendida ao ambiente familiar, quando muitas vezes o deficiente visual se encontra sozinho. Ao fazer uso de um remédio, por exemplo, ele precisa ter certeza de que está protegendo sua saúde, através do medicamento correto e seu uso. Há 15 anos, o Laboratório Aché foi pioneiro ao lançar o sistema braille em suas embalagens, muito embora somente em 2010, os rótulos passassem a ser o padrão legal no Brasil com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 71). Desde 2006, o laboratório criou a bula em áudio, sendo o CD enviado gratuitamente pelo correio. Ainda, dentro dessa linha de pioneirismo, o Aché acaba de desenvolver o manual Aplicando Braille em Embalagens Secundárias e as Novas Exigências da RDC 71.

Com informações sobre deficiência visual, a cartilha traz a história do alfabeto Braille e orientações sobre a correta adequação à (RDC) 71, publicada em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A RDC 71 estabelece regras e diretrizes para a rotulagem que visam garantir o acesso à informação segura e adequada em prol do uso racional de medicamentos, sendo válida para todos os fabricantes.

OBRIGATORIEDADE Em agosto, a Comissão de Defesa do Consumidor aprovou o Projeto de Lei 2385/07, da deputada Ana Arraes (PSB-PE), que obriga as empresas produtoras de medicamentos, alimentos e material de limpeza a utilizarem a escrita em braille nas embalagens de seus produtos para fornecer informações básicas EDITORA BANAS

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De acordo com deputado Roberto Santiago (PV-SP), relator do projeto, não consta a exigência de fornecimento de informações relevantes em braille nas normas legais e infralegais sobre rotulagem, embalagem e publicidade de alimentos, medicamentos e saneantes. Em caráter conclusivo, o projeto será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Não existe legislação federal no Brasil que determine a obrigatoriedade da embalagem em braille para alimentos, apenas para medicamentos. “Entretanto, desde 2000, a Sadia orgulha-se do pioneirismo mundial ao lançar embalagens com inscrições em braille, atitude logo foi seguida por outras companhias, inclusive estrangeiras”, afirma Álvaro Azanha, gerente P&D de embalagens da BRF - Brasil Foods, que detém a marca Sadia.

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Na época, a inscrição em braille foi adotada a partir da sugestão de um deficiente visual, funcionário da empresa durante 13 anos. No início do projeto, a Sadia acreditava que a identificação em braille seria útil no momento da compra do produto.

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Entretanto, descobriu que a inscrição exerce um importante papel no uso doméstico. “Tivemos diversas ligações do Serviço de Informação ao Consumidor (SIC) de consumidores elogiando a iniciativa, por ter conferido maior autonomia ao deficiente visual quando no preparo do produto em casa. A embalagem de Strogonoff de Frango, por exemplo, é idêntica à de uma Lasanha (cartucho e bandeja), somente diferenciada pela impressão. No caso de um deficiente visual querer escolher entre um e outro, somente saberia qual era o produto após o aquecimento”, informa o gerente. Azanha explica que hoje todas as embalagens em cartucho trazem a marca da empresa, o telefone SIC, o tipo e o peso do produto

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sobre uso e prazo de fabricação e validade.

Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre

Temos tecnologia diferenciada, eficiência no sistema de produção e sem desperdício do produto, porém tudo isso tem um impacto no custo em braille. O Hot Pocket Pizza, que ganhou o prêmio do World Packaging Organization (WPO) como a embalagem mais inovadora do mundo de 2009, também tem informações em braille no fundo da embalagem.

FÁCIL ACESSO À TECNOLOGIA PARA INCLUSÃO SOCIAL Todas as embalagens em cartão da Sadia apresentam o sistema braille. No caso das embalagens de cartão (cartuchos), os pontos que identificam os caracteres são adicionados na etapa de corte e vinco. A inclusão do sistema não implicou em custos adicionais à embalagem até porque não se trata de outra embalagem, uma vez que apenas agrega o componente da informação em braille. “Entretanto, trata-se de uma embalagem mais sustentável do ponto de vista social. Sob o aspecto da reciclabilidade, é tão sustentável quanto a embalagem que não tem a inscrição”, reforça Azanha. Sadia foi pioneira no uso da embalagem como inclusão social de deficientes visuais

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De uma forma geral, o sistema braille é muito bem-aceito na aplicação em papel cartão e cartucho. Hoje, trabalha-se para seu uso em outros materiais. “Na edição da FCE Cosmetique 2011 foi lançada uma bisnaga plástica com leitura em braille”, diz Luciana, da Abre, destacando que em termos de tecnologia a indústria brasileira está muito bem estruturada. “Temos tecnologia diferenciada, eficiência no sistema de produção e sem desperdício (do produto), porém, tudo isso tem um impacto no custo, e metade da nossa população tem como critério o preço do produto”, define. Esse é o grande desafio da indústria nacional: criar embalagens viáveis e que não impacte com o custo e o meio ambiente. R e c é m - d i v u l g a d o, o E s t u d o Macroe-conômico da Embalagem da Abre, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a produção física de embalagem cresceu 2,98% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2010. No primeiro trimestre, a taxa de crescimento alcançou 5,01%, enquanto, no segundo, caiu para 0,98%. Esse número representa uma expansão de 4,18% entre junho de 2010 e junho de 2011 (12 meses). Os números de desempenho do setor somados aos dados do Censo IBGE - que apontam 148 mil cegos no País -, servem como referência de que há espaço no mercado para o crescimento de embalagem com sistema em braille e muitos novos consumidores a serem conquistados e “da sua importância, contribuindo para a autonomia dos deficientes visuais”, finaliza Anna Miceli do Instituto de Cegos Padre Chico. INFORMAÇÕES ABRE tel.: (11) 3082-9722 | www.abre.org.br BRASIL FOODS tel.: (11) 2322-5000 | www.brasilfoods.com IPC tel.: (11) 2274-4611 | www.padrechico.org.br

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especial sustentabilidade impacto econômico e social

Sacolinhas plásticas na berlinda A proibição da distribuição de sacolas plásticas no comércio coloca a embalagem na berlinda. Saiba como o veto, sem levar em conta o impacto social e econômico, pode afetar os produtores

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sustentabilidade não é apenas ambiental. Ela envolve o tripé: meio ambiente, social e econômico. Assim, a revista Pack ouviu representantes da indústria da embalagem flexível e sindicatos para saber se a proibição ao uso de sacolinhas plásticas no comércio já está impactando as produtoras de sacolas plásticas do mercado nacional que geram renda e emprego.

Os prognósticos ainda são incertos nessa área, mas o impacto dessa medida recai no setor produtivo, cerca de 200 empresas no país fabricam sacolas plásticas, afetando negativamente a atividade e o emprego. “Toda a cadeia produtiva será afetada em troca de algo que não está bem explicado, já que a sacola plástica representa 0,2% do resíduo sólido urbano do país”, avalia Alfredo Schmitt, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief). Segundo o presidente, pode haver demissões na indústria que gera 16 mil empregos diretos apenas na produção de sacolas para supermercado e 30 mil para todo o segmento de sacolas no Brasil. “Considerando os empregos indiretos, talvez ultrapasse 100 mil. Assim, algumas empresas correm o risco até mesmo de fechar”, avalia Schmitt. A questão ainda está sendo discutida no Brasil, mas algumas regiões, como Xanxerê, cidade da região oeste de Santa Catarina, Jundiaí (SP) e Belo Horizonte (MG), entre outras, já baniram ou fizeram parcerias com o comércio para desestimular a distribuição de sacolinhas plásticas. A capital mineira, por exemplo, 46

implementou a Lei Municipal 9.529 desde abril. Lá a opção encontrada pelo consumidor no comércio são as sacolas biodegradáveis vendidas ao preço de R$ 0,19 ou as retornáveis. A reportagem da revista Pack entrou em contato com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e o Ministério do Meio Ambiente para ouvir o posicionamento delas sobre o impacto da proibição das sacolinhas plásticas, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

PERDA DE PRODUTIVIDADE Alceu Lorenzon do Sindicato da Indústria de Material Plástico do oeste de Santa Catarina (Sindiplast/ SC) conta que a proibição reduziu o consumo de sacolas plásticas em mais de 80% em Xanxerê (SC), município que há cerca de dois anos adotou a medida. Hoje o consumidor da região usa sacola retornável

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redes para desestimular a distribuição das sacolinhas, como um dia sem sacolinhas.

Embora os fabricantes de Xanxerê vendam para outras regiões, a queda no consumo, de acordo com Lorenzon, levou a perda de produtividade, faturamento e emprego. Segundo ele, as empresas estão diminuindo ou se adaptando para produzir para outros segmentos, como sacos para lixo.

Para ele, a questão não é ambiental, mas, sim, econômica. “O cliente terá de pagar R$ 0,19 pela embalagem, assim, a medida aumenta a rentabilidade dos varejistas. Os clientes também terão de comprar mais sacos de lixos, porque muitas sacolinhas são reutilizadas nas residências.”

“Dessa forma, a competição aumenta porque muitas empresas estão indo para segmentos iguais”, diz Lorenzon, que também é diretor da Alcaplas, empresa que fornece matéria-prima para o fabricante de sacolas plásticas. Ainda, segundo ele, a empresa teve uma redução de uns15% na produção. A redução não foi maior, pois, além de Santa Catarina, fornecem para o Rio Grande do Sul e Paraná.

SETOR ESTAGNADO Em Belo Horizonte (MG) onde a regra vale desde abril, de acordo com Vandeir Messias Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas e Famacêuticas de BH e região, não houve ainda demissões, porém a medida frustrou a perspectiva de crescimento do setor. “Para o fim do ano, a expectativa era de crescimento, mas agora ficará estável e sem contratações.”

QUESTÃO ECONÔMICA Em São Paulo, a proibição do uso de sacolas plásticas na cidade de São Paulo entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2012 e prevê multa ou licença comercial suspensa para quem desrespeitar a regra. O coordenador da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Lourival Batista Pereira diz que já houve diminuição da produção e também algumas demissões. Por causa de algumas ações das grandes

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ou compra a sacolinha para levar as compras feitas nas grandes redes de supermercado.

MATÉRIA-PRIMA As sacolinhas são feitas de polietileno de alta densidade (PEAD), material também usado na fabricação de embalagens para alimentos, ração, cosméticos, brinquedos, frascos para produtos químicos de higiene e limpeza, tubo de gás, telas de sombreamento (usadas em estacionamentos e na construção civil), entre outros produtos.

Alfredo Schmitt, presidente da Abief

Pode haver demissões na indústria que gera 16 mil empregos diretos apenas na produção de sacolas para supermercado e 30 mil para todo o segmento de sacolas no Brasil Alfredo Schmitt, presidente da Abief, lembra que outras alternativas de matéria-prima esbarram em questões como o abastecimento. “O plástico biodegradável é um material produzido na Alemanha, e a disponibilidade é de 1.200 toneladas/ ano, ou seja, 100 toneladas/mês. Somente a cidade de São Paulo a cada dois dias consome esta quantidade. Portanto, não há oferta suficiente de matéria-prima.” As sacolas de plástico oxidegradável, já usadas em alguns supermercados, apresentam estudos divergentes quanto à sua utilização. “Acho temerário tomar partido sem um completo conhecimento do assunto. E ainda as sacolas retornáveis de supermercados são suscetíveis à contaminação.”

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSUMO RESPONSÁVEL As entidades do setor continuam o trabalho de educação ambiental da

população. Para eles, utilização e descarte corretos das sacolas plásticas estão associados ao comportamento do consumidor. Por meio de campanhas, a Abief defende a conscientização sobre o uso sustentável de sacolas plásticas.

O Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), juntamente com o Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Abief, promove o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que incentiva o consumo adequado dessas embalagens, sem o desperdício. “Mesmo com 39 milhões de pessoas mudando de classe social, ou seja, aumentado o seu poder aquisitivo, nos últimos cincos anos, conseguimos reduzir em quase 4 bilhões o número de sacolas plásticas utilizadas. Isto significa que nosso programa é adequado. Estamos no caminho certo”, diz Schmitt. O consumo de sacolas no país caiu de 17,9 bilhões para 14 bilhões, após as campanhas. EDITORA BANAS

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especial sustentabilidade impacto econômico e social

Segundo a entidade, o programa objetiva ultrapasar 30% de redução no uso de sacolas plásticas até 2012. Além da população, segundo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, o programa consiste em educar a indústria para que fabriquem sacolas dentro das determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e também o varejo. Nesta fase o caixa do supermercado recebe treinamento para que oriente os consumidores sobre a

melhor forma de usar o produto sem desperdiçá-lo. Bahiense defende que as sacolas plásticas sejam fabricadas com a qualidade exigida pela norma - sacolas mais resistentes - porque inibem a prática de se colocar uma sacola dentro da outra ou usar apenas a metade de sua capacidade. Ele ainda defende que o problema não é a sacolinha, mas o desperdício e o descarte inadequado. Além disso, não existe uma política adequada de reciclagem de resíduos pós-consumo que crie condições

para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros. Mesmo com muitas leis surgindo para proibir o uso das sacolas plásticas, para Bahiense, a substituição das sacolas plásticas não parece um caminho sem volta no mercado brasileiro. “A situação está sendo cada vez mais esclarecida, as discussões começam a ganhar força nos âmbitos social, ambiental e econômico. Assim, muitos estão reavaliando suas posições.” (A.B.)

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BRASKEM APRESENTA ESTUDO INÉDITO SOBRE UTILIZAÇÃO DE SACOLAS DE SUPERMERCADO

Da esquerda para direita: Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço Eco, Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem, Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, e Emiliano Graziano, gerente de ecoeficiência da Fundação Espaço Eco

A discussão em torno da melhor alternativa de uso de sacolas acaba de ganhar um importante argumento científico. Trata-se de um estudo comparativo inédito sobre a ecoeficiência do uso de diferentes tipos de sacolas de supermercado, bem como os impactos econômicos e ambientais, que foi realizado pela Fundação Espaço Eco. O estudo foi encomendado pela Braskem, fabricante de resinas termoplásticas, e teve o apoio do Instituto Akatu. Foi analisado o ciclo de vida de algumas opções de sacolas disponíveis no mercado brasileiro, entre elas, algumas descartáveis (de polietileno tradicional, de polietileno de canade-açúcar e as aditivadas com promotor de oxibiodegradação) e algumas retornáveis, como papel, ráfia, tecido e TNT (tecido não tecido).

As alternativas de sacolas foram avaliadas para um período de um ano, considerando vários cenários, envolvendo maior ou menor volume de compras, maior ou menor frequência de idas ao supermercado, maior ou menor frequência de descarte do lixo, tipo de matéria-prima utilizada na produção das sacolas, capacidade de carga, custo de cada sacola, número de vezes em que é utilizada, reutilização ou não da sacola como saco de lixo e envio ou não da sacola para reciclagem. “Foram feitas análises para diversos cenários e identificadas duas tendências. Por um lado, sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações que os consumidores têm menor volume de compras, maior frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo maior, que garanta o reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras, menor frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo menor, com baixa compra de sacos para condicionar o lixo”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço Eco. Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, afirma: “O estudo muda a maneira como o consumidor vai escolher a sacola de supermercado visando a minimizar o impacto negativo e melhorar o impacto positivo.” Segundo ele, o mais importante é conscientizar e educar o consumidor do que proibir o uso das sacolas plásticas. “Com esse estudo, buscamos incentivar uma discussão informada sobre o tema e ao mesmo tempo motivar uma visão abrangente e científica sobre os diversos impactos ambientais associados aos hábitos de transporte de compras de supermercados. Precisamos informar o consumidor para que ele se sinta mais seguro na hora de decidir que sacola utilizar”, diz Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. “Quem ganha com essa análise e com a decisão correta do consumidor é a natureza e, por decorrência, a sociedade”, afirma. Segundo o executivo, o uso do ACV está em contínuo aprimoramento na Braskem, com o envolvimento de diferentes áreas da empresa. “Hoje a análise é utilizada para fortalecer o relacionamento com os clientes. O nosso objetivo é nos tornar um líder mundial em química sustentável até 2020”, finaliza. (M.H.)

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especial sustentabilidade artigo

Unt prat. Ip exerostie dit utet i nos duntreduz lore faccum Embalagem em 25% o espaço ocupado quando está cheia

Embalagem sustentável:

uma nova era para o design As eras evolutivas do design. Na invenção de novas embalagens, tanto em seus tipos, materiais, processos e funções está a grande oportunidade para os cientistas e designers Foto: Divulgação

N LINCOLN SERAGINI*

o início da Revolução Industrial, a embalagem tinha um papel mais voltado à proteção. Os produtos e as embalagens eram mais duráveis, pouco artísticas e a prioridade era a segurança na entrega das mercadorias. A comunicação visual era muito restrita, na qual predominavam as informações de origem e escassas instruções de uso. As embalagens, após sua função primária, tinham outros usos. Nada era desperdiçado. Essa foi a era da Arte Industrial. Com o nascimento do supermercado e o aumento da concorrência, além da proteção, a embalagem assumiu o papel de vendedor e, com isso, o design atrativo passou a ser o grande valor. Iniciou-se a era da Forma e Função e da sedução, porque a lei era vencer a concorrência e fechar a venda. Foi a época de ouro da estética e da funcionalidade da embalagem. Essa foi considerada a era do Desenho Industrial.

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políticas e as ações nesse campo. Nascia assim o conceito de Sustentabilidade, e com ele, no que diz respeito à embalagem, que é classificada como um resíduo sólido dentro da ótica ambiental surgiu, em consequência, a Embalagem Sustentável. Assim, estamos vivendo a era do Design Sustentável.

A partir dos anos 90, a embalagem passou a desempenhar as funções de identidade da marca, entrando na era do Branding, incorporando as experiências e a emoção da marca. Com o aumento do poder das grandes redes de varejo, surgiu, entretanto, um paradoxo, no qual os atributos de valor da embalagem passaram a ser reféns do preço e da quantidade. Qualidade, estética, acabamento, conveniências e sofisticação encontraram seu limite em função do preço baixo que foi acentuado com o crescimento das marcas próprias, que também forçaram a queda dos preços. Naturalmente essa afirmativa se aplica mais à categoria dos produtos de massa do que aos de luxo. Simultaneamente a esse fenômeno, devido ao crescimento da população e do consumismo mundial, cresceu a conscientização das questões de preservação do planeta. Prova disso é o acontecimento da histórica reunião Rio 92, que teve, como marco, a definição do Desenvolvimento Sustentável embasado no tripé socioeconômico e ambiental, que fundamenta até hoje as

dezenas de milhões litros de água/ ano. Em 10 anos, a empresa estima, que esse número será dobrado (conforme um compromisso da companhia ela promete devolver para o planeta igual quantidade). Para não focar somente no sistema Coca-Cola, essa situação se aplicaria a todos os fabricantes, na qual as oportunidades de mudanças sejam A EVOLUÇÃO DO DESIGN relevantes. Num futuro próximo, SUSTENTÁVEL as empresas, por mais icônicas que sejam suas embalagens, não Como evolução, identifico três resistirão, na sequência, a pressões categorias do design sustentável: da sociedade, do conA atual, que predomina sumidor e, finalmente, desde o início, de melhoAs embalagens da legislação. Vai cheria das embalagens, com precisarão ser gar a o dia em que as diminuição dos pesos, decisões ambientais reinventadas dimensões, espessuras, de relevância não ficamenos tintas e vernipara o bem da rão apenas nas mãos zes, com componentes dos fabricantes. humanidade não-tóxicos e de menor A terceira categoria é consumo de energia em a mais desafiadora e a de maior toda a cadeia produtiva e transporpotencial de inovação. A invenção te, incluindo agora a logística reverde novas embalagens, tanto em sa, e fontes renováveis de matériasseus tipos, materiais, processos e primas e energia. São mantidos, funções. Aqui justamente está a entretanto, a estrutura e o aspecto grande oportunidade para os ciengeral. A grande contribuição e a meta tistas e designers. Esta etapa exigirá, dessa filosofia seriam a otimização além de conhecimento novo, nova das embalagens existentes, sendo visão e mentalidade para mudanças já, este objetivo, um grande ganho dos padrões. Enfim, as embalagens para a sociedade. precisarão ser reinventadas para o A segunda categoria, pouco pratibem da humanidade. cada ainda, é a da mudança evolutiva, utilizando tipos, materiais e processos existentes para novos produtos, como também para produtos existentes, resultando em ganhos mais expressivos. Um exemplo ilustrativo (ver fotos) dessa categoria é o projeto do estudante Andrew Kim, denominado Eco Cokem, que num exercício acadêmico, portanto por enquanto um projeto teórico, mas que serve de exemplo. Ele concebeu uma alternativa de recipiente para o refrigerante da Coca-Cola. Essa embalagem reduz em 25% o espaço ocupado quando está cheia e, após o uso, por sua construção, permite o seu amassamento, reduzindo em 66% o espaço para o descarte. *Lincoln Seragini é diretor-presidente da Seragini Brand Innovation. No mundo, a Coca-Cola consome EDITORA BANAS

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especial embalagens de vidro

Ela ĂŠ popular no mercado de bebidas e alimentos

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A embalagem de vidro tem um importante papel nesse segmento, no qual tem grande penetração, valorizando os produtos de consumo

A operação da multinacional americana OwensIllinois no Brasil representa cerca de 60% das vendas na América Latina e 9% do faturamento mundial. Do total de vendas, a divisão de alimentos representa 25%, cervejas 40%, alcoólicos 30% e farmacêuticos 5%. Alexandre Macário, gerente de marketing e vendas para divisão de alimentos da Owens-Illinois Brasil, afirma que as embalagens de vidro existem há três mil anos e sempre estiveram associadas à segurança para o armazenamento, beleza e preservação do sabor e, é assim, até hoje. “Com o aumento do poder de compra da classe C, é interessante notar que em nosso País, o setor de alimentos e bebidas ainda é

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Verallia desenvolve embalagens de vidro que valorizam os produtos

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A

indústria de alimentos e de bebidas é um importante negócio para o mercado de embalagens de vidro, que tem apresentado muitos desenvolvimentos tecnológicos, visando atender a demanda do setor. Para a multinacional Verallia, o segmento de maior representatividade é o de garrafas para cervejas, no qual a empresa tem uma participação entre 30% e 35% do mercado total de embalagens de vidro. Paulo Dias, diretor-comercial da empresa, afirma que a indústria de vidros vem trabalhando forte no sentido de reinventar as embalagens. “Temos lançado novas garrafas e potes que valorizam e diferenciam os produtos dos nossos clientes. Podemos citar o lançamento da família de garrafas para sucos de uva integrais e da garrafa de leite”, afirma. Outro ponto importante, segundo o executivo, é o impacto da embalagem no meio ambiente. Em 2010, a Verallia lançou a linha de garrafas Ecova, inicialmente para vinhos, que são garrafas que mantêm os mesmos padrões estéticos e de qualidade das garrafas padrão, consumindo menos recursos na sua fabricação. “O conceito está sendo expandido para outros segmentos e vamos continuar até que toda nossa linha de produtos esteja adaptada a esse novo conceito”, diz.

Paulo Dias, diretor-comercial da Verallia

aspiracional para grande parte do consumidor, fazendo com que a demanda por embalagens com maior valor agregado aumente ano após ano e a preferência tem sido por embalagens que proporcionam maior shelf life, preservam as características originais e o sabor dos alimentos e bebidas e, tudo isso, com design”, destaca o executivo. A brasileira Vidroporto também tem Editora Banas

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especial embalagens de vidro

Já a Nadir Figueiredo tem o foco de atuação no segmento de embalagem de vidro para o mercado de alimentos, como palmito, pepino, requeijão, conservas, doces e geleias. “Mais do que atender a demanda da indústria, a embalagem de vidro está acompanhando a evolução do consumidor. O consumidor atual é mais exigente. Quer ter garantia de qualidade no produto adquirido. E, além disso, dá atenção a questões mais amplas como a sustentabilidade”, conceitua Luiz Pontes, gerente de embalagens de vidro da Nadir Figueiredo. “A indústria também está buscando a redução de custos e melhoria dos serviços”, complementa.

Contribuindo para o sucesso na gôndola Além de ser essencial ao produto, a embalagem de vidro tem ajudado no sucesso da comercialização de alimentos e bebidas. “O consumidor tem a consciência de que os produtos com melhor sabor estão na embalagem de vidro e os players do mercado, como Aviação, Danúbio, Itambé e Latco sabem aproveitar a embalagem, seja entregando ao consumidor um copo diferenciado ou uma decoração atrativa”, enfoca Pontes. Uma embalagem adequada é fundamental para o sucesso do produto, mas é difícil atribuir um peso para cada um dos elementos do marketing mix. “A embalagem de vidro passa para o produto uma imagem premium, que não consegue ser replicada por nenhum outro material. Associamos a embalagem de 54

vidro a produtos de qualidade superior, e muitas vezes, o consumidor está disposto a pagar um pouco mais pelo produto que está envasado em uma embalagem de vidro”, opina Dias, da Verallia. Além disso, segundo o diretor-comercial, o vidro é transparente, inerte e impermeável, conservando melhor o odor e o aroma, pois não permite a entrada ou saída de nada após o processo de envase e fechamento. “E podemos ver exatamente o que vamos consumir”, conclui. Uma das maiores dificuldades encontradas pela indústria alimentícia é a comoditização entre os produtos de uma mesma categoria. “E uma das vantagens das embalagens de vidro é que elas permitem

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no mercado de bebidas um importante negócio desde a sua fundação. Hoje, os segmentos de cachaça e cerveja responde por 50% das vendas da empresa. “Recentemente, iniciamos a produção de alguns itens destinados à indústria alimentícia e que vem demonstrando potencial para crescimento”, antecipa Gian Bortone, diretor de mercado da Vidroporto.

Gian Bortone, diretor de mercado da Vidroporto

Hoje os segmentos de cachaça e cerveja respondem por 50% das vendas maior diferenciação do produto na gôndola, possibilitando ao consumidor visualizar o que irá consumir, além de vislumbrar a qualidade do produto”, explica Macário, da Owens-Illinois. Outras características do vidro que auxiliam no crescimento desse nicho e que têm a escolha pelo produto em vidro são a possibilidade de retorno e de reciclagem que o vidro oferece. “Um pote de vidro pode ser reutilizado, uma garrafa pode retornar ao engarrafador sem haver qualquer ônus na fabricação de uma nova embalagem e o vidro é 100% reciclável”, ressalta. Um case de sucesso da divisão de alimentos da O-I é o da Conservas Olé, que até 2005, possuía apenas 5% de market share. “A empresa utilizava apenas lata em seu portfolio de vegetais, por este motivo, tinha dificuldade em praticar preços mais compatíveis com os custos e investimentos necessários à melhoria de qualidade de seu produto. Quando iniciamos o trabalho junto a Olé, tínhamos como desafio desenvolver embalagens que se aproximassem

do custo da embalagem no tipo lata recravada, com tampa de fácil abertura e com visualização do conteúdo, diferenciação na gôndola, e conceitos como sustentabilidade e reutilização da embalagem teriam que ser construídos junto aos consumidores”, explica. “Após o lançamento dos produtos com as embalagens de vidro O-I, posicionados cerca de 8% a 10% acima da média, foi possível notar que a Olé, em cinco anos, passou de 5% para 13% de participação de mercado, crescimento acima da média da categoria. Esse aumento significativo chamou a atenção da concorrência que também passou a comercializar vegetais em embalagens de vidro, incluindo essa categoria em seus portfolios”, comemora Macário.

Tendências de uso da embalagem de vidro Existem hoje uma tendência, ou uma busca de diferenciação dos produtos, e uma segmentação cada vez maior do mercado. “Por poder

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consumidor final: sustentabilidade, estilo de vida, segurança, saudabilidade e conveniência, e a O-I acredita que as embalagens de vidro possuem características que permitem aos produtos embalados encaixarem-se em todas elas”, conclui.

“As tendências de sustentabilidade, de proteção ao produto, da total condição de reciclagem, da manutenção das características principais de bebidas e alimentos evidenciam que a embalagem de vidro continuará crescendo de acordo com o bom potencial brasileiro de desenvolvimento”, garante Bortone. “Devido à melhoria nas condições de compras dos consumidores e, como Alexandre Macário, gerente de marketing e vendas para divisão de consequência, o aumento no grau de alimentos da Owens-Illinois Brasil exigência na qualidade de bebidas e alimentos, alguns itens que, no assumir uma infinidade de formatos passado, migraram para outros tipos diferentes, a embalagem de vidro de embalagens com atende perfeitamencustos inferiores, te a essa exigência. Apostamos em notamos um moviA imagem premium mento visando ao embalagens do vidro permite retorno da utilização também que as emexclusivas, reutilizáveis de frascos e garrafas presas reposicionem de vidro”, prevê o e que possam seus produtos, mediretor de mercado. construir marcas lhorando as marPara o gerente de gens do negócio. embalagens de vidro da Nadir Vamos ver cada vez mais produtos de Figueiredo existe a tendência da melhor qualidade em embalagens de segmentação. “Todo material tem e vidro mais leves, com design diferenterá seu espaço, mas o vidro ganha ciado”, enfoca o diretor-comercial força com a Política Nacional de Resída Verallia. duos Sólidos e com a maior conscienNa opinião de Macário, da Owenstização do consumidor. A tendência Illinois, a indústria vidreira está em é o crescimento de produtos embaum momento de se diferenciar, que lados em vidro. O que já podemos não seja pelo preço. “Desta forma, ver em países desenvolvidos, como a buscamos desenvolver embalagens Alemanha”, finaliza. (M.H.) que proporcionem um benefício extra. Por isso, apostamos em embalagens exclusivas, reutilizáveis e que possam construir marcas e possibilitem identificar o produto INFORMAÇÕES a exemplo do que acontece com a NADIR FIGUEIREDO tel.: (11) 2967-8800 | www.nadir.com.br Coca-Cola, Tabasco, Água Perrier OWENS-ILLINOIS etc”, diz. “De acordo com o institel.: (11) 2542-8000 | www.oidobrasil.com.br tuto Faith Popcorn’s BrainReserve, VERALLIA tel.: (11) 2246-7214 | www.verallia.com.br há cinco fatores que direcionarão o VIDROPORTO consumo de alimentos e bebidas nos tel.: (19) 3589-3199 | www.vidroporto.com.br próximos anos do ponto de vista do Editora Banas

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artigo

PRODUTOS ÉTNICOS NO PAÍS DA DIVERSIDADE CULTURAL Considerando a nossa diversidade étnica e o que encontramos nas nossas prateleiras, constatamos que há muito espaço para quem se propor a atender os diferentes grupos

H

á muito tempo, andando num centro comercial, em Essen, na Alemanha encontrei uma loja de produtos pessoais (quase uma perfumaria) que só comercializava produtos para negros. O fato chamou-me atenção, pois aqui no Brasil nunca havia visto loja com tal propósito. Desde então, sempre observo algumas iniciativas para atender grupos étnicos definidos. Na França, há lojas que vendem produtos para imigrantes do Oriente Médio, judeus, entre outros. Nos Estados Unidos, também podemos encontrar o comércio de produtos regionais ou para imigrantes hispanos, muçulmanos, judeus e outras minorias. No Brasil, existem algumas lojas de produtos importados, que atendem consumidores que gostam de produtos diferenciados, ou em alguns bairros específicos, como o da Liberdade, em São Paulo, onde o comércio atende a colônia nipônica e outros orientais aqui radicados. No máximo, encontramos, na periferia, as lojas de “produtos do norte” ou “nordestinos” para atender os migrantes. Elas se resumem a entregar alguns produtos alimentícios regionais, grande parte in natura, temperos e algumas bebidas, como a cajuína ou as cachaças regionais. No censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatouse que o Brasil tem 190.755.799

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habitantes, dos quais 14.517.961 são pretos e 82.277.333, pardos. Fato confirmado pelo simples olhar na maioria das nossas ruas. Porém, quando chegamos às gôndolas, os produtos oferecidos não refletem essa diversidade. A população negra (ou afrodescendente) cresce em importância à medida que aumenta a sua renda salarial. Essa conquista veio em grande parte pela possibilidade que muitos deles tiveram de melhorar a escolaridade com iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) criado pelo governo federal, em 2004, que concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em instituições privadas de educação superior. E, claro, pelo esforço de gente valorosa e trabalhadora. Quando observamos a categoria de produtos pessoais, não vemos refletido esse crescimento. É a categoria que mais cresce e na qual, com certeza, caberiam produtos específicos, uma vez que a pele e os cabelos afros demandam cuidados específicos. Muitas empresas usam o slogan “visão global, atendimento local”, porém poucas oferecem produtos para esse público tão representativo no Brasil. A Unilever foi uma das primeiras a lançar um creme hidratante para pele morena. Recentemente, a Garnier também lançou um produto similar. Poucas empresas têm sabonetes específicos. Só encontramos um desenvolvido pela Colgate Palmolive. Muitas empresas nacionais, mais atentas, entenderam e começaram a produzir produtos dedicados. Um grande e pioneiro exemplo foi o do A grande maioria dos produtos étnicos se apresenta de forma tímida

Instituto Beleza Natural, especializado em estética e salões de cabeleireiros para atender cabelos cacheados, que, mais tarde, lançou a empresa de cosméticos Cor Brasil. Essas iniciativas começaram por volta de 1995. Depois outras empresas, também do Rio de Janeiro, do polo de Nova Iguaçu, como Niely (linha Afro) e Embeleze investiram em linhas específicas. Em São Paulo, no polo de Diadema, a Amend desenvolveu a linha Gold Black e a Nazca, de São Bernardo do Campo, apresentou a linha Origem e a linha Sfera para alisamento e coloração. A Niasi lançou um produto na mesma linha, o FluidGel. Nem na região Nordeste do Brasil, há produtos com esse apelo! O interessante é que a grande maioria dos produtos se apresenta de forma tímida. Somente a Niely utiliza a palavra afro na comunicação da embalagem. Outras marcas usam a foto de uma modelo negra ou morena. Os demais colocam apenas “para pele morena” sem explicar ou explorar. Seria preconceito ou medo de uma repercussão negativa? Impressiona o fato de só encontrarmos um desodorante (Rexona) e nenhum curativo para pele escura nem uma cera depilatória, entre tantos produtos, que poderíamos pensar. Há uma enorme oportunidade de mercado! Quem apostar sairá na frente.

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ASSUNTA NAPOLITANO CAMILO*

* Assunta Napolitano Camilo é diretora do Instituto de Embalagens e da consultoria FuturePack

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MÁQUINA TERMOFORMADORA A máquina termoformadora Speedformer KMD 80 da Kiefel representa uma abordagem totalmente atualizada no projeto de uma nova geração de máquinas. Este novo conceito permite aos clientes uma redução nos custos de produção de componentes termoformados em até 10%. Isto é possível graças à recuperação de energia e consequentemente um consumo de energia menor, velocidade operacional material dependente de até 65 ciclos por minuto, redução de consumo de material por meio da utilização otimizada da área de moldagem e um sistema inovador de transporte de filme que utiliza uma área de 600 x 800 mm. Um moderno sistema de controle integrado é usado com o Simotion fornecido pela Siemens. Esse sistema integrado para posicionamento e um CLP colocado diretamente no servo oferecem um mínimo de ciclos/tempo com resultados funcionais otimizados. KIEFEL do Brasil Equipamentos Ltda. Tel.: (11) 3033-5910 | www.kiefel.com.br

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CONJUNTO TAMPOGRÁFICO A Wutzl desenvolveu um conjunto tampográfico para impressão de tampas PET com capacidade de produção de até 18 mil peças/hora. É equipado com pré-tratamento de superfície por efeito corona e sistema de alimentação inovador e eficiente. Possui funcionamento suave em um conjunto compacto. WUTZL Sistemas de Impressão Ltda. Tel.: (11) 2457-4247 | vendas@wutzl.com.br

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SISTEMA DE PROTEÇÃO E MEDIÇÃO O sistema de proteção e medição Psenvip da Pilz monitora com ótica, baseada em LED, todo processo de dobragem. Instalado na parede superior da dobradeira, o sistema identifica o menor corpo estranho até 2 mm - no campo de proteção entre a unidade de transmissão e de recepção, permitindo um trabalho produtivo com toda segurança. Para isso, o Psenvip registra os dados de comando relevantes na operação de dobra: não apenas a chapa é identificada, mas também o ângulo de flexão é determinado automaticamente e visualizado por uma indicação em display integrada. Pode ser aplicado com sistemas de comando programáveis PSS ou com o sistema de segurança multifuncional PNOZmulti. PILZ do Brasil Sistemas Eletrônicos de Segurança e Automação Industrial Ltda. Tel.: (11) 4126-7290 | vendas@pilz.com.br

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SOPRADORA AUTOMÁTICA DE PET A sopradora Romi PET 230 automática com duas cavidades é indicada para sopro de preformas com alta produção de frascos e garrafas para linha de bebidas, cosméticos, limpeza e frascos de uso geral. Pode operar com capacidade de produção de frascos e garrafas de até 3 litros. A máquina foi apresentada durante a Brasilplast, em março último, operando com preformas de PET de 17 gramas para garrafas de não carbonatados até meio litro, com produção estimada de 2600 garrafas/hora. Indústrias ROMI S/A. Tel.: (19) 3455-9000 | injetora@romi.com.br

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Compacta, a codificadora a laser Videojet Laser 3010 CO2 dispõe de sistema intuitivo com interface sensível ao toque que permite a criação de mensagens de maneira fácil e rápida. É mais leve codificadora laser do mercado, pesando apenas 7 kg. Pode marcar textos alfanuméricos, dados variáveis (número de série, data, hora, turno, datamatrix 2D), códigos de barra, logos, símbolos e elementos gráficos em diversos produtos como etiquetas, embalagens de papelão ou cartão, papel, plástico, vidro e madeira. Dependendo da lente utilizada, o campo de marcação pode ser de até 126x87 mm de área disponível. A instalação e integração são feitas de forma rápida e fácil, tanto com um sistema autônomo em um suporte móvel ou diretamente utilizando suportes opcionais.

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notas técnicas

ENVASADORA A envasadora, modelo PR4000, da Promáquina, foi desenvolvida para envase de produtos líquidos e viscosos em embalagens de gotas. Possui dosagem eletrônica que possibilita ótima precisão, set-up rápido sem ferramentas e com troca simples de formato e interface eletrônica homemmáquina. As tampas são alimentadas de fora para dentro e dessa forma não criam movimentação interna de partículas no equipamento. O avançado sistema de torque magnético na aplicação da tampa de rosca permite maior segurança no processo. PROMÁQUINA Indústria Mecânica Ltda. Tel.: (11) 3686-6722 | comercial@promaquina.com.br

MÁQUINA DE INJEÇÃO-ESTIRAMENTO E SOPRO A máquina de injeção-estiramento e sopro, da Aoki, possui sistema de reciclagem de ar que armazena o ar de sopro usado em um tanque e o reutiliza como ar de operação, além de sistema de ciclo rápido que abre ou fecha simultaneamente o molde injeção de preformas a fim de reduzir o ciclo seco em aproximadamente 2 segundos. O molde de sopro reforçado pode resistir à pressão de até 3Mpa, permitindo a moldagem de embalagens de formatos bastante complexos. A pressão de injeção 25% maior permite uma estabilidade de processo na injeção de preformas de paredes finas de até 1,9 mm. Um sistema traz a unidade de sopro para fora da máquina, facilitando a troca de moldes. Isto previne danificações nos moldes e torna as trocas muito mais simples. AOKI TECHNICAL LABORATORY BRASIL Ltda. Tel.: (11) 4071-4385 | aoki@aokitech.com.br

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ADITIVO PARA ESPUMAS DE POLIURETANO O aditivo Tegostab® B 8247 da Evonik é um estabilizador versátil e de alta potência com características de processabilidade superiores. Isso proporciona excelente compatibilidade para vários padrões de espumas flexíveis com retardantes de chamas. É recomendado para formulações sensíveis a defeitos como, por exemplo, rachos.

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informe publicitário

A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA

RECICLAGEM DA EMBALAGEM FABIO MESTRINER*

É preciso colocar esse debate num patamar mais qualificado de discussão e lembrar que a embalagem existe para atender as necessidades e os anseios da sociedade, e ela pode perfeitamente desempenhar seu papel sem agredir o meio ambiente, com uma gestão adequada de seu pós-consumo. Os países mais desenvolvidos já desenvolveram soluções bastante eficientes para a destinação de suas embalagens. Devemos nos preocupar com esse tema, pois ele entrou na pauta para ficar e vem ganhado importância entre as preocupações dos consumidores, mas a indústria de embalagem e as empresas usuárias precisam afirmar sempre a função social da embalagem e lembrar aos consumidores que a embalagem responde por menos de 10% do impacto ambiental dos alimentos, segundo revelou um estudo realizado com a indústria de alimentos da Inglaterra. Devemos focar na sustentabilidade do “produto” e não da embalagem isoladamente. Uma grande multinacional que não permitiu citá-la nominalmente realizou um estudo abrangente com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 de todos os seus produtos e descobriu que a embalagem representava apenas 1% das emissões. Essa descoberta fez com 64

que ela focasse em seus produtos e não nas embalagens. É preciso mudar o foco das discussões sobre sustentablidade que colocam a embalagem como elemento nocivo ao meio ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pretende promover a melhor gestão dos resíduos sólidos urbanos, na qual a embalagem está incluída. Também será encaminhada, nessa legislação, uma questão crucial, que é a coleta seletiva e o encaminhamento do que foi coletado para reciclagem adequada pela indústria. Agora, falta à sociedade brasileira se conscientizar da importância social da reciclagem de embalagens. Trata-se de uma atividade capaz de gerar uma enorme quantidade de valor, trabalho e renda para pessoas sem qualificação profissional que obtêm o seu sustento do recolhimento de embalagens vazias, que são comercializadas para depósitos de sucatas. Estudos recentes indicam que o número de catadores espalhados pelo Brasil está quase alcançando a casa de um milhão de pessoas. Essa atividade impulsionada pelo trabalho de centenas de cooperativas, ongs e entidades, que procuram instrumentalizar e ajudar o trabalho dessas pessoas, vem ganhando contornos bastante expressivos do ponto de vista social. A Escola Superior de Propaganda (ESPM) criou um curso para ensinar os conceitos corretos sobre a sustentabilidade como forma de contribuir para a elevação da qualidade desse debate. Responsável pela organização e representação da indústria de embalagem, a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) acompanha de perto esse movimento e possui um Comitê de Meio Ambiente e Sustentabilidade que atua nessa área, propondo soluções e interagindo com as entidades públicas e governamentais nas questões ligadas à

legislação e a programas específicos. Dada a importância social da reciclagem de embalagem, esse assunto merece, por parte da sociedade brasileira, das entidades governamentais e, especialmente, das prefeituras, que são o poder público mais próximo dessa questão, uma maior preocupação e um tratamento condizente aos importantes benefícios que a reciclagem pode trazer para o meio ambiente e para toda a sociedade.

Foto: Divulgação

F

elizmente, já existe, nos meios empresariais brasileiros, a compreensão da importância da embalagem para agregar valor e melhorar a competitividade de seus produtos. A sociedade de consumo em nosso país também já se conscientizou dessa importância, pois 86% dos gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza são comercializados no sistema de autosserviço, no qual a embalagem desempenha um papel preponderante. Mesmo assim, a embalagem tem sido vítima de ataques violentos, desferidos de todos os lados, com ou sem fundamento.

A preocupação com o destino dessa população carente precisa estar presente em todas as iniciativas que propõem soluções para essa questão, seja na forma de legislação ou ações governamentais, para que elas não se vejam, de repente, privadas de seu sustento. O Brasil tem muito a ganhar com a reciclagem de embalagens, tanto do ponto de vista ambiental, como também, principalmente, do ponto de vista social.

*Fabio Mestriner* é coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem – ESPM, professor do curso de pós-graduação em Engenharia de Embalagem – Mauá e coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos – ABRE

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