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PERFIL

Se por um lado o segmento de genética segue com boa demanda, há desafios a serem superados, como a necessidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aumento de países que possuem protocolo sanitário com Brasil para poder exportar material genético, a adaptação às mudanças climáticas e a crescente preocupação com a sustentabilidade e o bem-estar animal. “Para se manter competitivo e em expansão, o setor deve continuar buscando inovações e aprimorando suas práticas, visando a garantir a produção eficiente e sustentável de leite no futuro”, alerta Roberta.

Os projetos da Fazenda Floresta em 2023 incluem a finalização da área de Compost Barn, um sistema de manejo sustentável que proporciona maior bem-estar animal, melhor higiene e otimização do uso de recursos naturais. A obra deve resultar em um aumento significativo na produção de leite e reprodução dos animais, além de contribuir para a melhoria da qualidade do produto. “Além disso, continuarei investindo em análises e pesquisas na área de fertilização in vitro, para acelerar a disseminação da genética superior em nosso rebanho”, diz a criadora.

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Gestão eficiente

Na liderança de várias empresas, Roberta Bertin aposta na valorização e no desenvolvimento contínuo das suas equipes para alcançar uma gestão eficiente. “Ter uma excelente gestão de qualidade e fornecer ferramentas adequadas que facilitem e apoiem os colaboradores em suas atividades também são fundamentais. Para motivar minha equipe, procuro compartilhar constantemente meu conhecimento, servir como exemplo, dedicar-me e mostrar o papel de cada um no plano estratégico da empresa. Acredito que a motivação também vem do reconhecimento do trabalho bem-feito, da comunicação aberta e do incentivo à inovação e criatividade”, assegura.

A empresária sabe que exercer liderança não é uma tarefa simples, pois requer a habilidade de unir todos sob uma mesma visão e direcioná-los para alcançar os objetivos da empresa. “Um líder eficiente deve ser capaz de ouvir, compreender e apoiar sua equipe, enquanto mantém o foco nas metas e resultados. Além disso, é fundamental ser flexível e adaptável, sabendo lidar com as adversida- des e desafios que possam surgir ao longo do caminho”, acredita Roberta.

Esses conceitos ela vem aplicando em todas as áreas que atua. Uma das empresas que comanda é o Axys Análises Clínicas Veterinária – Unidade Lins, que integra uma rede de laboratórios reconhecida como um dos mais completos e inovadores centros de diagnósticos veterinários do país, associando alta tecnologia com conhecimento técnico de doutores, mestres e especialistas no assunto. Há ainda o laboratório Reproll, especializado em produção in vitro de embriões e que presta serviços para inúmeros produtores de todo o Brasil e da América Latina, produzindo em média 1.200 embriões/mês de diversas raças bovinas, seja de corte ou leite. Roberta ainda conta com uma loja de produtos pecuários e veterinários, a Vetlins.

Casada com Rogério Barros há 19 anos, com quem tem dois filhos (Antonio e Julia), Roberta defende que haja mais mulheres atuando no agronegócio. “Atualmente, muitas mulheres ocupam posições de liderança e sucessão familiar, assumindo papéis que, no passado, eram predominantemente masculinos. Elas estão à frente dos negócios de suas famílias, desempenhando funções de responsabilidade direta na agricultura e na pecuária”, destaca.

No entanto, um dos maiores desafios enfrentados pelas mulheres no agronegócio é o reconhecimento de seu trabalho e competência. Ainda existem preconceitos e estereótipos que podem dificultar o progresso das mulheres no setor, exigindo delas um esforço maior para provar sua capacidade e conhecimento. “A superação desse desafio passa pela quebra de barreiras culturais e pela promoção da igualdade de gênero no agronegócio, garantindo que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento profissional e acesso a recursos e tecnologias que os homens. Além disso, é importante fomentar a formação e capacitação das mulheres no setor e destacar o papel fundamental que elas desempenham na pecuária e no agronegócio como um todo”, espera Roberta Bertin, que atua em várias entidades do setor. Ela é diretora de Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL), representante no estado de São Paulo da Associação Brasileira dos Produtores de Leite(Abraleite) e membro do Comitê Brasileiro da Federação Internacional do Leite (FIL/IDF).

Francieli Spadari

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