Philos PORTUGUÊS CATALÀ ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO ROMÂNĂ REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA 4 maio 2016 · REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA 4 mayo 2016
JESSYCA SANTIAGO MARIA EUNICE DE LACERDA MANDU HOLANDA FRANCIS DIEGO AMARAL ODENIR FERRO LUCAS DANTAS FILIPE RASSI CAIO LOBO LUCRECIA WELTER
NEOLATINA
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EXPEDIENTE
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
Sylvia de Montarroyos
COMITÊ EDITORIAL | COMITÉ EDITORIAL
Lucrecia Welter
REVISÃO DE TEXTOS | SUPERVISIÓN DE TEXTOS
Maus Hábitos
DESENHO E DIAGRAMAÇÃO | DISEGÑO Y DIAGRAMACIÓN
SOBRE A OBRA DESTA EDIÇÃO | SOBRE LA OBRA DE ESTA EDICIÓN
Publicado originalmente em maio de 2016 com o título Philos, Revista de literatura da União latina. Os textos desta edição são copyright © de seus respectivos autores. As opiniões expressas e o conteúdo dos textos são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Todos os esforços foram realizados para a obtenção das autorizações dos autores das citações ou fotografias reproduzidas nesta revista. Entretanto, não foi possível obter informações que levassem a encontrar alguns titulares. Mas os direitos lhes foram reservados. Philos, Revista de Literatura da União Latina é registrada sob o número SNIIC AG-20883 no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais com Certificado de Reserva outorgado pelo Instituto Nacional de Direitos do Autor sob o registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN em trâmite. Revista Philos © 2017 Todos os direitos reservados. | Publicado originalmente en mayo de 2016 con el título Philos, Revista de literatura de la Unión latina. Los textos de esta edición son copyright © de sus respectivos autores. Todos los esfuerzos fueron hechos para la obtención de las autorizaciones de los autores de las citaciones o fotografías reproducidas en esta revista. Sin embargo, no fue posible obtener informaciones que llevaran a encontrar algunos titulares. Pero los derechos les fueron reservados. Philos, Revista de Literatura de la Unión Latina es registrada bajo el número SNIIC AG-20883 en el Sistema Nacional de Informaciones e Indicadores Culturales con Certificado de Reserva otorgado por el Instituto Nacional de Derechos del Autor bajo el registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN en trámite. Revista Philos © 2017 Todos los derechos reservados.
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Philos, Revista Philos Revista de de Literatura Literatura da da União União Latina Latina || Revista Revista de de Literatura Literatura de de la la Unión Unión Latina. Latina.
EDITORIAL
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA A literatura e as artes exigem que olhemos para fora, ou através delas. Podem, portanto, tornarem-se elementos de reflexão sobre as forças que organizam nosso mundo, bem como meios de expressarmos nossa própria identidade. Durante o processo de construção deste projeto editorial, vivemos um dilema contemporâneo: como democratizar as artes e a literatura em um mundo em transformações não mais permanentes, onde as velhas formas – de pensamento, comportamento, moral, ética, e de arte – já não cabem? E as novas formas ainda não estão claramente delineadas e estabelecidas? Pensando em diferentes maneiras de apresentar e representar a literatura do nosso mundo latino, descobrimos que muitas obras de nossos colaboradores têm a ver com a nossa maneira - não como editores, mas como espectadores -, de enxergar o mundo. Queremos escrever crônicas e poemas, pintar as paredes da cidade, expandir o diálogo entre os nossos irmãos de ramo linguístico. As palavras e as imagens misturam-se, e vêm de lugares onde não conseguimos enxergar. A imaginação constrói e desconstrói histórias. Por isso, na estreia do segundo volume do ano três da Revista Philos, o apresentamos com nova estética..., aquela que alimenta os nossos anseios de permear entre os matizes da arte literária e visual. O novo projeto gráfico e editorial da Philos é assinado pela Maus Hábitos Brasil, a nossa incubadora de design para intervenção cultural subversiva. Queríamos explorar a fragmentação de um estilo clássico utilizado para as revistas literárias da contemporaneidade e, nesse aspecto, pode-se perceber, em nossas páginas, uma sensibilidade minimalista que divaga junto com os olhares atentos do leitor. Neste volume, deixamos fluir as possibilidades de criação de nosso imaginário; abusamos das cores e da inter-relação entre as palavras e seus significados. A Philos número 4 nasce de uma experiência comum, e gera outras, incondicionalmente. Pela forma polissêmica com que damos vida e espaço ao trabalho artístico de nossos colaboradores, nossa obra jamais pode ser percebida e compreendida de apenas uma maneira. A Philos é fruto da identidade coletiva de nossos autores e dos pensamentos que os compõem e os insere na máquina social. As artes e a literatura podem, portanto, se tornar elementos de reflexão sobre as forças que organizam nosso mundo, bem como meios de expressarmos nossa própria identidade. Desejamos uma ótima leitura,
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
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Philos Revista de Literatura da União Latina | Revista de Literatura de la Unión Latina.
EDITORIAL
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA La literatura y los artes exigen que miremos para fuera, o a través de ellas. Pueden, por lo tanto, ser elementos de reflexión sobre las fuerzas que organizan nuestro mundo, así como medios de expresar nuestra propia identidad. Durante el proceso de construcción de este proyecto editorial, vivimos un dilema contemporáneo: ¿Como democratizar los artes y la literatura en un mundo en transformaciones no más permanentes, donde las viejas formas - de pensamiento, comportamiento, moral, ética, y de arte - ya no caben? ¿Y las nuevas formas aún no están claramente delineadas y establecidas? Pensando en diferentes maneras de presentar y representar la literatura de nuestro mundo latino, descubrimos que muchas obras de nuestros colaboradores tienen a ver con nuestra manera - no como editores, pero como espectadores, de enxergar el mundo. Queremos escribir crónicas y poemas, pintar las paredes de la ciudad, expandir el diálogo entre nuestros hermanos de ramo lingüístico. Las palabras y las imágenes se mezclan, y vienen de lugares donde no conseguimos percibir. La imaginación construye y modifica historias. Por eso, en la estrena del segundo volumen del año tres de la Revista Philos, lo presentamos con nueva estética..., aquella que alimenta nuestros anhelos de permear entre los matices del arte literario y visual. El nuevo proyecto gráfico y editorial de la Philos es firmado pela Maus Hábitos Brasil, nuestra incubadora de design para intervención cultural subversiva. Queríamos explorar la fragmentación de un estilo clásico utilizado para las revistas literarias de la contemporaneidade y, en ese aspecto, se puede percibir, en nuestras páginas, una sensibilidad minimalista que divaga junto con el mirar atento del lector. En este volumen, dejamos fluir las posibilidades de creación de nuestro imaginario; abusamos de los colores y de la interrelación entre las palabras y sus significados. La Philos número 4 nace de una experiencia común, y genera otras, incondicionalmente. Por la forma polisémica con que damos vida y espacio al trabajo artístico de nuestros colaboradores, nuestra obra jamás puede ser percibida y comprendida de sólo una manera. La Philos es fruto de la identidad colectiva de nuestros autores y de los pensamientos que los componen y los inserta en la máquina social. Los artes y la literatura pueden, por lo tanto, hacerse elementos de reflexión sobre las fuerzas que organizan nuestro mundo, así como medios de expresar nuestra propia identidad. Deseamos una óptima lectura,
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
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SUMÁRIO | SUMARIO DOSSIÊ | EXPERIMENTAIS | HAICAI DOSSIER | EXPERIMENTALES | HAIKU
7 Valsa
descompassada,
por JESSYCA SANTIAGO
8 Encontro,
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Gramática arcaica, por MANDU HOLANDA
12 Haicai VII -
Outono,
10 Gralha azul, por MARIA EUNICE DE
LACERDA
por
LUCAS DANTAS
por
MARIA EUNICE DE LACERDA
16 Mamãe,
por JESSYCA
SANTIAGO
17 Poesia voo, por FILIPE RASSI
13 Tem gente,
por
FRANCIS DIEGO AMARAL
14 Os sons das chuvas,
por ODENIR
FERRO
18 A musa
silenciosa,
por CAIO LOBO
19 Fruto
proibido,
por
LUCRECIA WELTER
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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
VALSA Jessyca Santiago DESCOMPASSADA por
1
Pense em mim como a caixa de música Empoeirada, esquecida no fundo da estante, Que toca uma música embalada Por memórias de um tempo distante. Você passa e ignora, Não vê que a caixinha lamenta, Acha que está quebrada e precisa Urgente de nova emenda. Mas saiba que ela ainda canta, Pois cantar é só o que sabe Engrenagem enferrujada encerra Uma valsa descompassada Que roda, gira e volta Sempre para a mesma margem! E a cada passo o descompasso aumenta E mostra recorrente antiga imagem E uma melodia repetida que sugere Precisar mesmo de nova engrenagem. Passo a passo passa o tempo Em cadência ritmada Ora leve ora apressada Sem você perceber. E assim desavisado, Cantarola despreocupado Aquele som descompassado Que pensava esquecer.
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Jessyca Santiago 1
(Recife, 1988). Natural de Pernambuco, mora em Shangrila, Belford Roxo, Rio de Janeiro. Graduada em Letras Inglês Literaturas pela UERJ. Trabalha como professora, voluntária e tradutora e possui textos publicados em revistas literárias.
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA Dossiê de Literatura Neolatina
ENCONTRO por
Maria Eunice Silva de Lacerda1
Neste mundo de meu Deus Há muito a apreciar Uma das coisas mais lindas Debaixo do sol ou luar É o mar beijando a areia E a areia beijando o mar Ao longe se avistam ondas Que vem com pressa banhar A alva areia da praia Em galope, à beira mar Chegando, beija a areia E a areia beija o mar No céu azul, as gaivotas Planam a testemunhar Acham tão lindo o encontro Da areia e água do mar O mar beijando a areia E a areia beijando o mar O vento sopra suave Também quer manifestar A grande contemplação Do encontro terra e mar O mar beijando a areia E a areia beijando o mar E o céu tão infinito Tinge de anil o mar Fica tudo tão bonito Mistura de céu com mar Mas o mar só beija a areia E a areia só beija o mar
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POESIA
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
E o sol tão majestoso Dá vida, brilho e calor Torna-se grande cupido Dos mistérios desse amor O mar beijando a areia E a areia beijando o mar
Maria Eunice Silva de Lacerda (Ceará, 1956). Poetisa e escritora cearense, membro do clube de poesia da cidade de Toledo, no Paraná. Artista multipremiada, atuou na área de educação com classes de magistério por cerca de 25 anos. Tem como lema a frase: Participar é preciso. Vencer, se possível. 1
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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
GRALHA AZUL por
Maria Eunice Silva de Lacerda1
Gralha azul pula no galho Que ela mesma plantou Pula e canta afinado Reflorestando o acabado Azul gralha, gralha azul, Inteligência tu tens Parece racional Cultivando vegetal Quem pudera que essa ave Andasse o país inteiro Fosse plantando esperança Através de pinhais verdes Fosse ensinando aos homens Aqueles já esquecidos Que devemos preservar O nosso Brasil querido.
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Maria Eunice Silva de Lacerda (Ceará, 1956). Poetisa e escritora cearense, membro do clube de poesia da cidade de Toledo, no Paraná. Artista multipremiada, atuou na área de educação com classes de magistério por cerca de 25 anos. Tem como lema a frase: Participar é preciso. Vencer, se possível. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
GRAMÁTICA ARCAICA Mandu Holanda por
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Ah! Arcaica gramática! Se deixe seduzir pela lânguida língua da minha gente. Se deixe renovar como as folhas da Caatinga às primeiras chuvas do inverno. Se permita à pluralidade miscigenada desse povo combinada a sua imaginação inusitada que em um átimo verbaliza sentimentos complexos com a facilidade de quem tira água da cacimba. Ah, gramática arcaica! Não abandone seus filhos gerados nessa relação incestuosa. Não seja rigorosa com suas crias concebidas no chão e paridas no suor da lida. Saiba que elas vingam, se criam mesmo abortadas. Bendita poligamia linguística que tanto permite irrestrita e irrepreensível formação oral que tudo pode num molde flexível, sensível e generoso como a criativa fala do meu povo.
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Mandu Holanda (Ceará, 1968). Pedagogo por formação, Oficial de Justiça por profissão, Músico por diversão e Boêmio por vocação. Casado com Lene, pai de Yorrana, Gabriel e Ariadna e avô de Maria Clara. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
HAICAI
Dossiê de Literatura Neolatina
HAICAI VII - OUTONO por
Jessyca Santiago1
cheiro de café adentra o quintal de folhas vermelhas.
Jessyca Santiago 1
(Recife, 1990). Natural de Pernambuco, mora em Shangrila, Belford Roxo, Rio de Janeiro. Graduada em Letras Inglês Literaturas pela Uerj. Trabalha como professora, voluntária e tradutora e possui textos publicados em revistas literárias.
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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
TEM GENTE por
Francis Diego Amaral1
Tem gente que não sabe se volta atrás ou se segue em frente que só consegue a paz em tempos de guerra que só aprende o que é certo com gente que erra Tem gente que nunca saberia o que é o amor se não tivesse experimentado a dor que não saberia o que é alegria se não vislumbrasse a poesia escondida na beleza da tristeza Tem gente que quer ser igual a quem é diferente que só reconhece a verdadeira grandeza quando se aprofunda na imensidão das pequenas coisas da natureza Tem gente Que se engana Ao subestimar A estupidez humana
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Francis Diego Amaral (São Paulo, 1990). Publicitário e escritor. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA Dossiê de Literatura Neolatina
OS SONS DA CHUVA por
Odenir Ferro1
Dentro dos aromas extraídos Da terra lavada, Encantam-se os sons da chuva. E os sons da chuva Renovam-se. Aos aromas Das terras lavadas... ... E das terras lavradas… As gotículas chuviscadas... Chuviscadas pensativas gotículas são. Escorrendo-se Toda, pelos percursos dos amores vividos, existentes, E existidos... Viventes... Existidos, existentes, Silenciados, ou gritantes… Imortais! (Pois que somos todos, perante Deus, imortais...!) Transcendendo-se aos barulhos do todo, de nós, Dentro dos confusos nós de nós. Todos... ...Parecendo-se todos! Os tais, quais, iguais: Desejando, querendo descompromissarem-se de si mesmos, e Pegarem “rabeiras” nos farfalhos das asas, Quando os Anjos abençoam as águas e as terras. Celebrando as vidas Com os cânticos celestiais... Entoados juntos, conosco, e Aos burburinhos dos riachos! A encantadora lua e as estrelas Estão adormecidas na densidade Dramática destas noites escuras... Enquanto que a solidão é tácita. E Os aconchegos e os desassossegos Se aninham com os respingos da chuva.
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POESIA
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
Agora, caindo-se pelas vidraças. Enquanto o cãozinho Scooby Adormece sonhador e tranquilo, Babando. Na almofada Junto à soleira da porta. Na entrada de casa.
Odenir Ferro (São Paulo, 1990). Escritor, poeta e Embaixador Universal da Paz. 1
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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
MAMÃE por
Lucas Dantas1
Mamãe, conte-me uma história! - Mamãe, o que lerás para mim? - Lerei sobre os encantos dos jardins. - Mamãe, o que podes me contar? - Aventuras do fundo do mar - Mamãe, conte-me mais uma história! - Contar-lhe-ei sobre a lendária Tróia. - Mamãe, quero ouvir mais. - Era uma vez um reino com três generais... - Hora de dormir! - Mamãe, por favor, fique aqui! - Conte-me mais uma história! -Era uma vez um gigante Que vivia num castelo Tão grande... Beijo na face - Boa noite, meu anjo!
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Lucas de Carvalho Dantas (Sergipe, 1994). Poeta, contista e músico. Natural da cidade Frei Paulo. É autor do livro de poesias “Gotas de Inspiração”. Cursa Física licenciatura na Universidade Federal de Sergipe. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
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POESIA VOO por
Filipe Rassi1
O ambiente era frio e escuro, mas havia um murmúrio… voa borboleta porquanto é bom voar com asas tão, tão murchas mas eu sei o que é planar; no tempo, na lógica do vento, no espaço heterogêneo de uma mente a poetar. foge borboleta, foge. foge da loucura que te agarra no olhar e goza dos poderes que te dão tuas belas asas e vai-te aleatória sem prender-te num lugar. pula borboleta brinca borboleta mostra-me a beleza que é poder sobrevoar a Terra, o espírito, a flor, o ser, o ar. a alma tem vontade de tamanha liberdade a alma pede formas de poder extravasar e só pode conter-se no esforçado versejar só se achando inteira no espaço de criar poesia... poesia a voar
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Filipe Rassi (Minas Gerais, 1989). Poeta e vocalista de banda de rock. 1
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POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
A MUSA SILENCIOSA por
Caio Lobo1
A palavra quer me expandir Saltando em fuga desenfreada. Tento domá-la no papel, Desliza-me pelas palmas, Muda o passo, Muda vontade. A palavra não é minha, E me escapa em rajadas, Cria de sinopses Não provocadas. Fruto de conexões Que me dão concretude. E automática, tirânica: Quando avança e ataca, Rendo-me fácil. Não sou dono. Sou escravo. A palavra é ritmo que desconheço, Invisível. Coerente a lógica estranha. Não entendo de música, E escrevo sinfonias. Quando ela é, não sou. Quando não sou, já nasceu, Já morreu Milhões de vezes. Efêmera, brilhante e compulsiva. Em seu compasso a vida é leve. Aceito, calado, seu descaso. Não me leva em conta, Seu anseio egoísta É tornar-se verbo Criador de universos, Sua magia me transpassa.
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Caio Lobo (Recife, 1979). Colunista da Philos, é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Leitor compulsivo e romancista. Lançou recentemente o seu livro Trôpegos Visionários pela editora Kazuá. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
Ela cumpre sua função. Ponto. Quando me arvoro no direito De me crer poeta, Torna-se riso, Frases irônicas, Altas gargalhadas. Suspende a pena sobre o papel, E eu, antes arrogante, Agora suplico, demente, Inclino-me e agradeço, Rogando novamente O dom de sua graça.
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Caio Lobo (Recife, 1979). Colunista da Philos, é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Leitor compulsivo e romancista. Lançou recentemente o seu livro Trôpegos Visionários pela editora Kazuá. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
FRUTO PROIBIDO por
Lucrecia Welter1
Deslizo pelos campos férteis Na colheita do fruto maduro Sentindo, na pele, a oscilação caprichosa do clima. Misterioso momento da canção instrumental... Mente aberta, figuras atraentes, convidativas, Em dedicação artística, No redobrado cuidado Com as cores da sedução. Tua postura de guerreiro treinado Protegido pelo escudo sagrado Desfaz-se do elmo do saber E entra em batalha no campo alheio Que, com graça, incendeio E me embaraço E me refaço E me arte faço No compasso do pecado original. Como hóspede clandestina, Na alcova messalina, Eu me acomodo em nosso ninho Que acolheu, com carinho, O encontro de nossas histórias. Esquecendo a avernia do dia, Degustamos o pernoite da noite... Tempo justo de maturação De outros frutos proibidos…
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Lucrecia Welter (Paraná, 1953). Escritora multipremiada e presidente da Academia de Letras de Toledo, Paraná. É Revisora de textos da Revista Philos e Curadora de Literatura lusófona da mesma Revista. Tem diversos livros lançados e publicações em coletâneas poéticas. 1
Philos PORTUGUÊS CATALÀ ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO ROMÂNĂ REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA 4 maio 2016 · REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA 4 mayo 2016
JESSYCA SANTIAGO MARIA EUNICE DE LACERDA MANDU HOLANDA FRANCIS DIEGO AMARAL ODENIR FERRO LUCAS DANTAS FILIPE RASSI CAIO LOBO LUCRECIA WELTER
NEOLATINA