Philos PORTUGUÊS CATALÀ ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO ROMÂNĂ REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA 5 junho 2016 · REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA 5 junio 2016
BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO HOZANA BIDART LUCAS DANTAS FERNANDA FRAGA AURILENE SAMPAIO
NEOLATINA
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EXPEDIENTE
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
Sylvia de Montarroyos
COMITÊ EDITORIAL | COMITÉ EDITORIAL
Lucrecia Welter
REVISÃO DE TEXTOS | SUPERVISIÓN DE TEXTOS
Maus Hábitos
DESENHO E DIAGRAMAÇÃO | DISEGÑO Y DIAGRAMACIÓN
SOBRE A OBRA DESTA EDIÇÃO | SOBRE LA OBRA DE ESTA EDICIÓN
Publicado originalmente em junho de 2016 com o título Philos, Revista de literatura da União latina. Os textos desta edição são copyright © de seus respectivos autores. As opiniões expressas e o conteúdo dos textos são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Todos os esforços foram realizados para a obtenção das autorizações dos autores das citações ou fotografias reproduzidas nesta revista. Entretanto, não foi possível obter informações que levassem a encontrar alguns titulares. Mas os direitos lhes foram reservados. Philos, Revista de Literatura da União Latina é registrada sob o número SNIIC AG-20883 no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais com Certificado de Reserva outorgado pelo Instituto Nacional de Direitos do Autor sob o registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN em trâmite. Revista Philos © 2017 Todos os direitos reservados. | Publicado originalmente en junio de 2016 con el título Philos, Revista de literatura de la Unión latina. Los textos de esta edición son copyright © de sus respectivos autores. Todos los esfuerzos fueron hechos para la obtención de las autorizaciones de los autores de las citaciones o fotografías reproducidas en esta revista. Sin embargo, no fue posible obtener informaciones que llevaran a encontrar algunos titulares. Pero los derechos les fueron reservados. Philos, Revista de Literatura de la Unión Latina es registrada bajo el número SNIIC AG-20883 en el Sistema Nacional de Informaciones e Indicadores Culturales con Certificado de Reserva otorgado por el Instituto Nacional de Derechos del Autor bajo el registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN en trámite. Revista Philos © 2017 Todos los derechos reservados.
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Philos, Revista Philos Revista de de Literatura Literatura da da União União Latina Latina || Revista Revista de de Literatura Literatura de de la la Unión Unión Latina. Latina.
EDITORIAL
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA Em nossa quinta edição, talvez seja melhor passar em revista o caminho percorrido: não há nunca univocidade em nossas edições, o que se anseia é transpor os muros. «É na alma do ser humano que está sua essência.» Nela mora a beleza do divino, fonte das manifestações do amor, da compaixão, da humildade, da gratidão, do altruísmo, da felicidade, valores universais, nos quais o homem busca inspiração para sua tarefa maior, a transcendência na existência. De nossos autores emana o inesgotável manancial de possibilidades originais que apresentam em constantes processos de criação e sensibilidade, elemento fundamental do trabalho poético. Nas mesmas nuances, não esquecendo a difusa atividade minimalista e a quebra do senso lógico, Emanuela Rodrigues fotografa e ilustra nossa edição em dois eixos artisticamente semânticos: o da criação e o da observação; por outras palavras, o do sujeito e o do autor, que (se) opera à sua volta, o do eu e o do uso. Desejamos uma ótima leitura,
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
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EDITORIAL
REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA En nuestra quinta edición, tal vez sea mejor pasar en revista el camino recorrido: no hay nunca univocidade en nuestras ediciones, lo que se ansía es transponer los muros. «Es en el alma del ser humano que está su essência.» En ella vive la belleza del divino, fuente de las manifestaciones del amor, de la compasión, de la humildade, de la gratitud, del altruísmo, de la felicidad, valores universales, en los cuales el hombre búsqueda inspiración para su tarea mayor, la transcendência en la existencia. De nuestros autores emana el inagotable manantial de posibilidades originales que presentan en constantes procesos de creación y sensibilidad, elemento fundamental del trabajo poético. En las mismas concepciones, no olvidando la difusa actividad minimalista y la quiebra del senso lógico, Emanuela Rodrigues ilustra nuestra edición en dos ejes artísticamente semânticos: lo de la creación y lo de la observación; por otras palabras, lo del sujeto y lo del autor, que (se) opera a su vuelta, lo del yo y lo del uso. Deseamos una óptima lectura,
Souza Pereira
EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE
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SUMÁRIO | SUMARIO DOSSIÊ | EXPERIMENTAIS | HAICAI DOSSIER | EXPERIMENTALES | HAIKU
7 Escrever para
o nada,
por BENEDITO
TEIXEIRA PIRES FILHO
10 Liberdade,
LUCAS DANTAS
8 Lei de descaso e efeito,
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por HOZANA BIDART
por
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12 O ser tão do Poemar,
por
FERNANDA FRAGA
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sertão,
por AURILENE
SAMPAIO
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
ESCREVER PARA O NADA Benedito Teixeira Pires Filho por
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Escrever é amar um quem, um alguém, um onde. É um olhar sem esperanças, um amor só de lembranças, É como se fosse uma dança sem par, um ser só, a mesma coisa de amar-se só, Ou conversar sozinho nas horas vagas de sua vida. Escrever? Pra mim, é ser poeta, é viver, e se reinventar em todos os momentos. Escrever? Me dá o poder de argumentar e transformar as palavras em sentimentos pulsantes. Inquietos, e depois os guardo calado dentro de mim. Escrever é assim, como amar, Não esperar respostas e nem dor, É uma meta de promover respostas adaptativas pra si. Reduz respostas ineficientes, e leva o indivíduo a uma nova situação.
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Benedito Teixeira Pires Filho (Itapipoca, 1992). Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UEVA, Técnico de Enfermagem. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
LEI DE DESCASO E EFEITO Hozana Bidart por
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O sangue que escorre do meu peito Ainda tem o gosto de poeira Da areia lamacenta do navio negreiro, A minha favela disfarça a senzala Minhas crianças magricelas Têm ainda a mesma cara. Substituíram as chicotadas Por balas perdidas que nos encontram Que a gente tropeça já na descida Pra não conseguir chegar ao asfalto Aonde quem chega é sempre vigiado Onde se ouve nos rádios da Polícia: “Tá tranquilo, ele tá cercado” E te esperam dar o primeiro passo errado Pra jogar no camburão E ser o primeiro a enfiar a mão na nossa cara, A chicotear com cassetete... A gente, acostumado a apanhar de vara, Onde desde cedo nos algemam no seu fuzil Que nem fazem o favor de virar pro lado Enquanto a gente fala E se explica e gagueja e fraqueja Porque a justiça para a gente é calada Nos tribunais vendem a nossa cabeça E entregam em leilão numa bandeja. Eles põem a gente em cativeiro Cada vez mais cedo pra não dar tempo de crescer E aprender a dizer tudo isso Que mal dão oportunidade de a gente entender, Pois não dá pra chegar nem na porta da escola Sem ser acuado a traficar droga E, cada vez mais jovens, nossas crianças são tomadas Cada vez mais pobres mantêm suas prisões lotadas Cada vez mais nobres exibem suas mãos manchadas Do sangue das nossas crianças Que têm que dividir cela com marmanjo de idade
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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
Que promete futuro e identidade Até porque a gente não sai dali pra faculdade Nossos filhos fadados a nascer em cativeiro A construir a própria senzala - sem dinheiro, Com o entulho que sobra da sua mansão de luxo E se veste com os remendos da sua pele de cordeiro Desde cedo a gente ouve: segue o fluxo E torce pra conseguir dormir à noite Com a polícia revistando nossa senzala Com a polícia justificando a sua falha De matar um inocente a quinze balas Que acertaram de raspão no coração E eles não são culpados, não Culpada é toda esta nação Que culpa a gente de nascer em cativeiro Que não oferece educação ou mesmo emprego Onde os meus filhos eu tenho que fazer bem cedo Pra conseguir ver os meus netos Nascendo já com esse olhar de medo Porque até lá com dez já pode ser preso E vão recrutar cada vez mais cedo E a arma que nos dão não é de brinquedo E a vida roubada nunca foi segredo Pra ninguém. Porque favelado é tudo sem educação E não merece conviver com a sua estirpe De sinhôzinho e sinházinha Que o livro de história prega Mas cada história é contada de um jeito E enquanto enchem a cidade de bustos De um monte de sujeitos ditos justos Vocês esquecem que são dois lados na moeda E que existe uma lei de causa e efeito E essa é a única lei que existe na favela.
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Hozana Bidart (Rio de Janeiro, 1997). Encontra na poesia uma forma de desconstrução: da LGBTfobia, do machismo, do racismo, de preconceitos sociais e culturais e, acima de tudo, luta pela sua ideologia de que a poesia nasceu para ser acessível a todos, como uma espécie de voz e alento, sem perder uma delicadeza poética única. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
LIBERDADE por
Lucas Dantas1
Liberdade! Clamo por liberdade. Quero ter voz e ser ouvido. Quero ir e vir quando eu quiser. Quero pensar e me expressar. Livre! Livre! Livre para voar pelo universo da imaginação. E expressar minha opinião de Como quero ver o mundo se transformar... Em um lugar melhor onde nossas crianças possam brincar. Livre! Para ser o que quiser sem temer a repressão. O gênero, sexo, cor, economia ou religião não representam a autonomia. Livre para caminhar, sem medo de voltar para casa. Livre para me vestir como quiser sem olhares preconceituosos. Livre para amar e ser amado. Livre para orar para quem quiser. Livre em escolher o meu destino. Livre para andar sem os olhos do desprezo social. Clamo por liberdade, liberdade de expressão. Quero ser livre. Livre! E livre poder voar nas asas da ave, Num voo rasante e suntuoso: Voar nas asas da inspiração.
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Lucas de Carvalho Dantas (Sergipe, 1994). Poeta, contista e músico. Natural da cidade Frei Paulo. É autor do livro de poesias “Gotas de Inspiração”. Cursa Física licenciatura na Universidade Federal de Sergipe. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
POEMAR por
Fernanda Fraga1
Não sei medir distâncias, as cores perduram sobre a orla, desacomodam-se em afinação. Envolta em tuas telas de orvalhos, o horizonte imprime A reincidência dos voos, as notas dos versos, as palavras soltas, desdobradas, para tocarem fundo o inabitado de mim. À sombra dos milagres, suas vozes todas, imersas, compõem o formato das asas. Com disfarces, as nuvens ornam o sol, e as águas aperfeiçoam toda a equivalência de poemar. Nas alternâncias do outro lado, um mosaico de imaginários me atinge, Que é onde comungo todos os meus possíveis.
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Fernanda Fraga (Minas Gerais, 1994). É formada em Fisioterapia e pós-graduada em acupuntura. Em 2003 publicou seu primeiro livro de poemas Os Olhos do Coração (Editota Unimontes). Teve participações no Salão Nacional de Poesia Psiu Poético em Montes Claros, Minas Gerais (2000 a 2004). Tem publicações de poesias na Revista Capitolina Cultural. Mantém atualmente um blogger e página no Facebook com conteúdo literário autoral, À Borda. 1
MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA
POESIA
Dossiê de Literatura Neolatina
O SER TÃO DO SERTÃO Aurilene Sampaio por
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No clarão do meio dia, à sombra do sabiá, a cabaça já vazia, enrolo o fumo na palha; Na marmita embalada, com muito apreço e cuidado, o feijão é escoteiro; a mistura é farinha; o tempero, rapadura; pois me ponho a salivar com os olhos cheios de sede de saudade da morena que, em nosso castelo de taipa, rala o milho pro mingau e aguarda o dia inteiro meu retorno pra, no quintal, na contemplação da lua, ao som da minha viola, e ao brilho dos vagalumes, admirar o espetáculo do ser tão, que é sertão.
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Aurilene Sampaio (Itapipoca, 1982). Professora da rede estadual de ensino, nas horas vagas abstrai escrevendo e pintando. 1
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BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO HOZANA BIDART LUCAS DANTAS FERNANDA FRAGA AURILENE SAMPAIO
NEOLATINA