Revista pronews 156

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Capa | Mídia 10 Comunicação

ano XIV | março de 2013




DESDE 1999

ÍNDICE

ano XIV nº 156 março 2013

Mídia 10 Comunicação

CAPA As antigas e recentes polêmicas que envolvem a regulamentação da propaganda direcionada à criança. 18

revista de comunicação e marketing NE

RECIFE•SALVADOR•FORTALEZA•NATAL JOÃO PESSOA•MACEIÓ•TERESINA ARACAJU•SÃO LUÍS • SÃO PAULO A Revista PRONEWS é uma publicação mensal de Walter Lins Pinheiro Junior Editora - ME Empresarial Tacaruna - Av. Governador Agamenon Magalhães, 3341, Sls. 205/206. Torreão. CEP: 50.070-160. Fones: (81) 3426.6144 / 3034.6144 :: EDITOR Walter Lins Jr. walter@revistapronews.com.br :: REDAÇÃO Luciana Torreão - subeditora, Ivelise Buarque e Matheus Torreão redacao@revistapronews.com.br

NA ROTA DO MÍDIA Na estreia da coluna Na Rota do Mídia, a diretora de Mídia da DM/Blackninja, Melissa Fernandes fala de sua trajetória profissional e os desafios da liderança e gestão de pessoas e números. 6

:: COLABORADORES Joelli Azevedo e Marina Barbosa :: PRODUTOR GRÁFICO Bruno Regis producao@revistapronews.com.br :: DEPTº FINANCEIRO Walter Lins Jr walter@revistapronews.com.br :: ASSINATURAS 81 3426.6144 / 3034.6144 producao@revistapronews.com.br :: REPRESENTANTES COMERCIAIS NS&A - CE - Aldamir Amaral (85 3264.0406/ 0576) - nsace@nsaonline.com.br RD Produções e Eventos - Ricardo Douglas (SE - 79 3044.7013/9972.2214) rdproducoes@infonet.com.br Omega Mídia - Renato (SP - 11 8403.0330) renato@omegamidia.com.br

PERFIL

A VEZ DO CLIENTE

O jornalismo que ganhou notoriedade na blogosfera dá lição de competência. 34

A Ibyte aposta no potencial do mercado regional para alavancar negócios. 24

GIRO 6 GIRO BRASIL 8 FICHA TÉCNICA 10 E 34 DE OLHO NA CAMPANHA 26 NA WEB 29 CLICK 37 EU RECOMENDO 40 Todo mês uma agência diferente produz a capa da Revista PRONEWS. Participe pelo e-mail: redacao@revistapronews.com.br 04

:: DISTRIBUIÇÃO LogResolve (PE - 81 2123.1455) Jornal Correio - Rede Bahia (BA - 71 3203.1812) Sistema Verdes Mares (CE - 85 3266.9902) www.verdesmares.com.br Omega Mídia - Renato (SP - 11 8403.0330) renato@omegamidia.com.br :: DADOS TÉCNICOS Impressão: Gráfica FacForm (81 3339.6566) grafica@facform.com.br Tiragem: 7.000 exemplares Formato: 22x30cm Tipologia: Humanist 521 BT Papel: Couché brilho 150g/m² Número de páginas: 40

As matérias assinadas por nossos colaboradores não representam, necessariamente, a opinião da revista.

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Depois que Anvisa determinou a suspensão da fabricação de produtos Ades da Unilever, devido a suspeita de contaminação por produto de limpeza. Certamente o departamento de marketing e assessoria de imprensa da Unilever caíram em campo para gerenciar essa crise principalmente na internet, e começar a operação de gerenciamento de crise e marketing reverso na internet. Uma primeira medida que o marketing da Unilever fez foi não deixar a notícia tomar conta da primeira página do principal buscador mundial (O Google). Pois, seria evidente que os veículos de comunicação entrariam pesados nesse assunto, gerando assim, muito conteúdo, muito tráfego nos sites de notícias e com isso o Google indexaria fácil esse assunto, e consequentemente, o assunto entraria na primeira página e no topo dela, como entrou. Fui buscar no Google a palavra-chave (Ades), os primeiros cinco temas eram destinados ao assunto de forma negativa para a marca. No dia seguinte, voltei a acessar o Google e surpreendentemente o site da Ades está em segundo lugar na primeira página do Google. Mágica? O Assunto esfriou? Claro que não! A resposta é bem simples, no departamento de marketing da empresa, certamente, tem uma célula de inteligência para a internet, além de ações off-line, e nessa inteligência digital, certamente tem profissionais capacitados de marketing digital para produzir conteúdo, monitorar, gerenciar crises na Internet e o melhor, tem um cara faixa preta de SEO e de Adword. Pois, de forma rápida e ágil, a marca Ades voltou a flutuar entre os dois primeiros assuntos do Google nos dias seguintes, quando se busca, por exemplo, palavras-chaves

como: (Ades, Suco de Soja, Suco Unilever, Unilever). Observem também quando você digita: Problemas com Ades no Google o primeiro anuncio pago do Google (adword) é a chamada para o Recall Ades www.ades.com.br. A Fanpage da Ades, que hoje é engajada com mais um milhão de pessoas, também se posicionou rapidamente e respondeu com notas oficiais, mas não deixou de gerar conteúdo relevante com relação à marca. A primeira nota tem mais de 850 curtidas, 650 compartilhamentos e 230 comentários que conflitam entre positivos e negativos. A segunda nota oficial também apresenta números impressionantes em poucos minutos, são: 54 curtidas, 141 compartilhamentos e 128 comentários (positivos e negativos). Deixando claro que não estou defendendo a situação desagradável e muito irresponsável da Empresa Unilever/Andes, sou mais um dos milhares de brasileiros revoltados com o acontecimento, pois, minha família também consome produtos Ades. Estou apenas analisando como profissional de marketing e na visão de marketing, de como devemos ficar antenados ao mercado, saber gerar conteúdo e ao mesmo tempo saber monitorar e gerenciar crises, principalmente, quando o assunto é internet e suas redes sociais. Estou apenas tentando apresentar aos estudantes e amigos de marketing que estão se formando e que amam essa ciência/técnica que o negócio não é fácil, principalmente quando esse profissional vai trabalhar com Internet. Rede Social e Internet é muito mais que postar uma fotinha e dar bom dia! #FicaaDica

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Leonardo Lourenço | leonardo@minutomarketing.com

GERENCIAMENTO DE CRISE


NA ROTA DO MÍDIA

Luciana Torreão |

MELISSA NO PAÍS DAS DESAFIANTES MÍDIAS Nesta edição a REVISTA PRONEWS inicia esta nova coluna – NA ROTA DO MÍDIA, em parceria com a Rota Mídia. E, eu, Luciana Torreão, por coincidência, fui designada para escrever este primeiro texto. Para minha alegria, a primeira a inaugurar a coluna foi a diretora de Mídia da DM/Blackninja (PE), Melissa Fernandes. Colega dos meus tempos de publicitária e profissional de mídia em agência, tive o prazer de ser a primeira pessoa que a ajudou a dar os primeiros passos nessa jornada. Hoje tenho orgulho de, depois de tantos anos, ver a grande profissional que ela se tornou. Psicóloga de formação, Melissa ou Mel, como o mercado publicitário a conhece, começou como produtora Gráfica e em seguida acumulou a função de Mídia na extinta Interativa M&B. Apesar do medo de não dar conta da nova função, a qual ela nada sabia sobre seu funcionamento, encarou os desafios e buscou junto aos profissionais do mercado as informações que precisava para entender e exercer com sapiência a profissão de Mídia. E, este talvez, tenha sido sido seu grande diferencial, pois bebeu diretamente da fonte, o néctar do aprendizado prático. De início ela teve o apoio de fornecedores e veículos, a exemplo de Márcio, da Gráfica Flamar; Adeládio, da TV Globo; a professora da UFPE Tanúsia Vieira, através da antiga agência-escola UniGlobo (projeto do curso de Comunicação Social da UFPE em parceria com a Rede Globo Nordeste); entre outras pessoas. Depois foi em busca de literatura segmentada para entender dos números e termos que não entendia, como GRP, CPM, etc. Mas a psicóloga que entendia de gente e comportamento humano possuía em seu DNA o gene da publicidade. Filha do falecido consultor e publicitário João Carlos Fernandes, ela diz que foi seu pai o grande incentivador para que ela ingressasse no segmento de agência de publicidade. Casada há oito anos com o publicitário André Rozowykwiat, a mãe de Nina diz que, depois de todos estes anos, ainda acredita que não sabe de nada sobre mídia e que tem muito a aprender. Como diretora de Mídia da DM/Blackninja, Mel diz que seu maior desafio foi o de deixar de ser empregada para ser empregadora, estar do lado de lá e ainda assim, orquestrar sua equipe de igual para igual sem perder a humildade nem o respeito. A empresa investiu em cursos de gestão e liderança in company, o que possibilitou que ela pudesse, além de administrar bem uma equipe, obter 06

resultados, ter metas financeiras, entre outros fatores gerenciais. Com relação aos novos rumos da propaganda online e mídias sociais, Melissa diz que percebe que há muito a percorrer, e que muitos clientes ainda são resistentes a investir nestas novas ferramentas. “Por não ser da geração Y, conto com o conhecimento e competência de minha equipe, que me ajuda muito a entender sobre o assunto. Eu escuto muito eles e a gente compartilha as ideias e as decisões”, comenta. Na entrevista a seguir, ela fala sobre sua trajetória, seus desafios, sua vida profissional e seus sonhos. REVISTA PRONEWS – No início de sua carreira, quais foram seus maiores desafios? MELISSA FERNANDES – Aprender uma nova profissão foi um grande desafio, e sempre agradeço a todos que tiveram tempo e paciência, para me ajudar. Você, TV Globo, Flamar entre outros. RPN – E quais os maiores desafios hoje? MELISSA FERNANDES – Ser mãe, mulher, esposa, dona de casa, profissional e ainda ter tempo de fazer as unhas.

RPN – De que forma a psicologia facilitou seu entendimento sobre o mercado publicitário e o comportamento do consumidor, ou não há nenhuma relação? MELISSA FERNANDES – Acho que tem uma relação, principalmente na Mídia, pois trabalhando com e para as pessoas. Entendendo seu comportamento, desejos e sonhos. Acho que a psicologia me ajuda diariamente, seja montando um planejamento de mídia ou nas relações de trabalhos. RPN – Ao longo de sua carreira como mídia, como você vê as transformações no mercado publicitário e o novo mundo das mídias digitais? MELISSA FERNANDES – Acho que durante toda a minha carreira muita coisa mudou, mais acho que as coisas sempre se complementam. Por exemplo, hoje acompanhamos o jogo de nosso time ou a novela, não apenas pelo rádio e TV, mas também pela internet. O desafio é de sempre acompanhar as mudanças do mercado e da tecnologia, e nunca achar que já sabe tudo. Pois todos dos dias temos sempre novas coisas a aprender.


RPN – Qual a diferença entre a Melissa mídia e a atual gestora, diretora de mídia? MELISSA FERNANDES – É um novo aprendizado. Você muda seu ângulo de ver a empresa. Deixa de pensar como funcionário e passar a pensar como empregador. A Blackninja, que na época era a RGA, investiu no grupo de gestores com cursos de liderança, consultorias especializadas e gestão de pessoas, para fazer esse processo. Não foi apenas dar o cargo, mas preparar as pessoas para assumir as responsabilidades dele. RPN – No seu atual cotidiano quais são as facilidades e dificuldades desta atuação? O que mudou? MELISSA FERNANDES – Como diria meu amigo Fred, presidente do Grupo de Mídia, nós somos diretores e mídia, e não diretores de mídia. Pois estamos constantemente no operacional, fazendo um planejamento ou uma compra de mídia. E junto a todas as responsabilidades de ser um gestor, com metas e obrigações. RPN – A Blackninja agora é DM Blackninja. Quais as novidades desta aquisição? MELISSA FERNANDES – No meu dia-a-dia pouca coisa mudou. Algumas vezes estamos trabalhando em conjunto para alguns clientes, mas ainda estamos no processo de fusão. As novidades chegarão em breve. RPN – O que aconselha aos jovens que estão ingressando na carreira de mídia hoje? MELISSA FERNANDES – A sempre estar aprendendo, nunca achar que já sabe tudo. Ouvir as outras áreas dentro da agencia, como atendimento, produção e criação. E nunca diga NÃO, diga sempre vamos tentar. RPN – Nas horas vagas, quem é Melissa Fernandes? MELISSA FERNANDES – É a mãe de Nina e a Mulher de André. RPN – Qual o maior sonho de Melissa Fernandes? MELISSA FERNANDES – No momento, é levar Nina para Paris.

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GIRO que vai proporcionar ao Amazonas e aos demais estados da Região Norte, melhorias no abastecimento de combustíveis. RECIFE GANHA NOVA AURORA COMUNICAÇÃO Acaba de nascer a Nova Aurora Comunicação. Resultado do desejo da jornalista Adriana Maia, sócia da Oficina da Notícia Natal-RN), de trilhar seu próprio caminho com mais personalização, a empresa já nasce com muita história e experiência para contar. A Oficina da Notícia, dos jornalistas Rilder Medeiros e Osni Damásio não deixa de existir. Apenas ganha nome novo a sua parceria no Recife. A identidade visual é da Massapê Comunicação (PE).

CIRCO, UMA NOVA FORMA DE FAZER PUBLICIDADE Os criativos Léo Miranda e Amândio Cardoso agora são sócios da Circo, “uma empresa de ideias”, com muito foco em criatividade e planejamento estratégico para as marcas. Ambos com larga experiência no mercado local, nacional e internacional, apostam no modelo hotshop de agência, amplamente difundido em outros mercados pelo mundo e que agora chega ao mercado local. Hotshop é um modelo de agência de propaganda ágil e enxuta, focada na criatividade, no planejamento e na mídia, onde os donos da agência são da área da criação e estão à frente do modelo de negócio e de todo o processo integrado de trabalho. PITÚ ESPECIAL ABRIL PRO ROCK A Extra Comunicação desenvolveu para a Pitú o layout da embalagem promocional em homenagem ao Festival Abril Pro Rock de 2013. A Pitú, que patrocina o evento, resolveu prestar uma homenagem ao festival, criando pela terceira vez consecutiva uma lata comemorativa do festival. Na criação do layout foi utilizada a marca do festival, adornada com grafismos especiais para emoldurá-la, dando movimento e criando um clima de festa alternativa, bem de acordo com a proposta do evento. As novas embalagens já estão disponíveis e devem permanecer nos pontos de venda até depois do Festival. EMPREENDIMENTO DIFERENCIADO É da Marco Zero Comunicação (PE) o anúncio nacional que comunica a entrega do maior terminal fluvial de armazenamento de combustível do País, instalado no estado do Amazonas e construído pela construtora pernambucana Carrilho para o Grupo Dislub Equador. A peça destaca os diferenciais do empreendimento, localizado estrategicamente no município de Itacoatiara: o terminal conta com uma ampla estrutura, 08

ROTEIRO DAS PAIXÕES Pernambuco se transforma em ponto turístico religioso durante a Quaresma e os diversos espetáculos realizados para relembrar a Paixão de Cristo reúnem milhares de visitantes todos os anos. A tradição religiosa é bastante forte e também já virou tradição o Roteiro das Paixões da TV Jornal. Esse ano, a criação da Gênesis trouxe o toque regional com um ar mais dramático, contando a história de forma simples e envolvente.

SEU CHEVROLET PERFEITO A Chevrolet Tambaí em parceria com a Bold Comunicação (PE) acaba de lançar em sua Fanpage no Facebook (facebook.com/ChevroletTambai ) um aplicativo para os fãs que curtem sua página e que são apaixonados pela Chevrolet. Intitulado de “Seu Chevrolet perfeito”, a ação tem por objetivo estreitar o relacionamento entre a marca e os consumidores, e ainda proporcionar experiência de valor para aqueles que acessarem o app. Funciona assim: através de um quiz, os usuários poderão identificar quais os carros da Chevrolet que mais se identificam com seu estilo de vida, preferência, necessidade e capacidade financeira. Ao final, o aplicativo apresentará até dois carros da Chevrolet com o preço de tabela.



FICHA TÉCNICA NOVO SHOPPING EM VITÓRIA Pioneiro em Vitória de Santo Antão, o Vitória Park Shopping atenderá a uma área de influência com mais de 200 mil habitantes. Responsável pela comunicação do Shopping, a MV2 criou um planejamento estratégico de comunicação que posiciona o Shopping em fases distintas de ação, além de peças de suporte para a área comercial. A campanha apresenta o novo conceito do Shopping: Sua vida melhor, representando toda mudança que o empreendimento proporcionará ao povo de Vitória e região da Mata Sul. A ser inaugurado em nove meses, a campanha segue em fases acompanhando esse processo, envolvendo o público durante esse período como uma preparação para o nascimento do empreendimento. As peças incluem spots 30”, anúncios para jornal e revista, outdoor, outbus, paineis fixos, paineis de estrada, impressos, ações de guerrilha e mídias sociais. Agência: MV2 Comunicação (PE) Cliente: Vitória Park Shopping Atendimento: Fernando Marrocos Planejamento: Elmo do Val e Renata Tavares Criação: Elmo do Val, Tiago Andrade e Miguel Solano Direção de Criação: Leo Vasconcelos Produção: Alessandra Melo e Catarina Moro Mídia: Dedé Silva DIFÍCIL EXPLICAR O H3 Hambúrguer Gourmet, com lojas em São Paulo e Portugal, acaba de chegar em Salvador e a .K preparou sua campanha de lançamento com outdoors, rádio (spot 30"), folheto e campanha promocional. Com o conceito "Hambúrguer Gourmet. Difícil explicar. Experimente", as peças chamam a atenção e convidam o consumidor a experimentar este novo tipo de produto, onde o hambúrguer é consumido no prato e servido com dois acompanhamentos. Agência: .K Comunicação (BA) Cliente: H3 Hambúrguer Gourmet Atendimento: Kiko Silva, Maria Gabriela Mendonça e Renata Neves Criação: Beto Freitas, Caio Junquilho e Neri Molinero Produção: Tânia Duplat e Milena Coutinho Finalização: Márcio Abreu Aprovação: Luís Catarino

O MELHOR LUGAR DO MUNDO A Construtora Carrilho está de lançamento – o Beira Rio Family Class, cuja campanha é assinada pela agência Marco Zero. O projeto é voltado para famílias que desejam oferecer conforto e qualidade de vida para seus filhos e familiares. Tem localização privilegiada, no bairro da Torre, região com vários atrativos. O empreendimento representa um grande prazer tanto pela infraestrutura diferenciada quanto pelas mais diversas opções de lazer e de conveniência no seu entorno: os bairros da Madalena, Casa Forte, Graças e Parnamirim. Desta forma, a campanha publicitária adotou um mascote capaz de traduzir esta alegria de morar em um lugar tão agradável e poder usufruir da área com facilidade, rapidez e liberdade. Um lindo passarinho em desenho animado virou o garotopropaganda da construtora, reforçando o conceito de que “o melhor lugar do mundo é a casa da gente. É da Carrilho." Agência: Marco Zero (PE) Cliente: Construtora Carrilho Atendimento: Alexandre Oliveira Criação: Cláudia Silveira, Guilherme Carvalho e Izabela Domingues Mídia: Sissy Martins RTVC: Eduardo Queiroz

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SUA MAIOR PROTEÇÃO A agência Gruponove lança campanha institucional da Prosegur, maior empresa de segurança privada do Brasil e uma das três maiores do mundo. Com o objetivo de tornar a marca reconhecida como a principal empresa do segmento no país, a agência desenvolveu estratégia de comunicação integrada a partir do conceito "Prosegur. Sua maior (proteção)." O conceito, propositalmente, traz a palavra (proteção) entre parênteses. O sinal de pontuação é utilizado como ícone gráfico, representando, ao mesmo tempo, ênfase e uma metáfora aos benefícios proporcionados pelos serviços da Prosegur. Com veiculação nacional, a campanha conta com filmes para TV aberta e fechada, anúncio para jornais e revistas, e materiais para internet e rádio. Agência: Gurponove (PE) Cliente: Prosegur Atendimento: Giovanni Di Carlli, Fernanda Navarro e Gabriela Arruda Planejamento: Eduardo Breckenfeld e Marilia Lacerda Criação: Aliwton Carvalho, Eduardo Fialho, Rafael Coutinho Direção de Criação: Aliwton Carvalho e Gustavo Rêgo Produção Gráfica: Carlos "Jovem" Oliveira RTVC: Julia Menescal Fotografia: Chico Barros Midia: Naciara Figueiredo Direção de Mídia: Pablo Fernandes

CURTA UM NOVO SBOR Para atender à preferência da família baiana, o refrigerante Goob, produzido pela Indústrias São Miguel (ISM), acaba de lançar sua versão de 1 litro, já encontrada em 250ml, 500 ml e 2 litros. E para divulgar o novo tamanho do refrigerante, a agência Ideia 3 foi a responsável pela campanha publicitária composta por peças para anúncio impresso e distribuição em pontos de vendas. Para a atual campanha foram usadas cores vibrantes que destacam o novo tamanho, e o mote “Experimente. Curta um novo sabor”. A Ideia 3 é a responsável pela conta publicitária da peruana Indústrias São Miguel no Brasil desde sua chegado, no ano passado, com o lançamento do refrigerante Goob. A ISM é um dos maiores fabricantes de bebidas não alcoólicas da América Latina, e se instalou em Alagoinhas, na Bahia. Agência: Ideia 3 (BA) Cliente: Indústrias São Miguel - Refrigerante Goob Diretora de Atendimento: Renata Schubach Atendimento: Cláudia Mâcedo e Julie Setenta Direção de Criação: Wilton Oliveira Diretor de arte: Jan Hlavnicka Redator: Wilton Oliveira Diretora de Mídia: Ana Maria Almeida Mídia: Eva Figueiredo e Ludmila Macêdo Produção: Vilma Palma, Tais Luna e Gilson Azevedo Arte finalista: Rogerio Souza Aprovação: Francisco Galdos Anduaga

VAMOS RECICLAR A DM/Blackninja criou para Vivo ação de oportunidade com foco na preservação do meio ambiente. A agência leva para Unicap e Uninassau a máquina EcoSmart, que recicla latinhas, com a proposta de estimular atitudes sustentáveis e incentivar o diálogo sobre a importância da reciclagem, através de jogo e recompensa. “A Vivo acredita nesta ideia” foi o mote explorado pela iniciativa, que distribui entre os participantes da brincadeira, brindes como caderneta papel e pen drive bambu, com a marca da Vivo. Agência: DM/Blackninja (PE) Cliente: Vivo Diretora de Atendimento: Maria Edith Cunha Atendimento: Nicole Magalhães, Renata Dias e Renato Santana Direção de Criação: Lenilson Lima Direção de Arte: Francis Neto 11


CONTANDO A HISTÓRIA DO BRASIL ATRAVÉS DA MÍDIA Marina Barbosa |

Livro “50 anos de Pesquisa Marplan” relata o desenvolvimento do país entre 1960 e 2010, a partir da relação dos brasileiros com os meios de comunicação Mostrar a evolução do Brasil nos últimos 50 anos através do relacionamento dos brasileiros com os meios de comunicação. Essa é a intenção do livro “50 anos de Pesquisa Marplan”, lançado no mês de março em comemoração ao aniversário da Ipsos Marplan. Há meio século, o instituto estuda o consumo de mídia no país, através de dados quantitativos como a audiência e a inserção dos diversos meios nas distintas classes sociais. Agora, todas essas informações são disponibilizadas de forma contextualizada, entrelaçadas a fatos que marcaram a história do país. “O livro vai além de mergulhar no universo de números e métricas, ele revela uma série de acontecimentos que marcaram o nosso país e o mundo, e nos traz percepções muito importantes”, afirma Diego Oliveira, diretor de contas da Ipsos Marplan e idealizador do projeto. Ele conta que teve a ideia do livro quando percebeu que os fenômenos revelados com as pesquisas Marplan podiam ser perdidos ou esquecidos se não fossem sistematizados. 12

“Os arquivos das pesquisas realizadas desde a década de 1960 ficam guardados num depósito em Jandira, uma cidade próxima a São Paulo. Um dia, ao ver TV, deparei-me com uma reportagem que mostrava um incêndio num depósito em Jandira. Imediatamente pensei no nosso arquivo! Desesperado, liguei para o responsável pelo local e ele me disse que o incêndio havia sido em outro imóvel. Foi exatamente aí que o sonho começou. Convenci-me de que havia chegado o momento de documentarmos a nossa história nesses 50 anos de pesquisa, pois se o depósito incendiado tivesse sido o nosso, não teríamos mais o registro, já que algumas décadas ainda não estavam digitalizadas.” Com a ideia em mente, Diego conversou com a direção da Ipsos Marplan e logo o projeto foi aprovado. A partir de então, eles partiram em busca de profissionais que pudessem ajudá-los a tornar o sonho realidade. Ao lado de historiadores, fotógrafos, designers e revisores, veio a professora de comunicação Karla Patriota, da Universidade Federal e da Universi-


Karla Patriota e Diego Oliveira

dade Católica de Pernambuco. Karla foi a responsável por bolar a estrutura do livro e também pela pesquisa histórica e produção do texto. Para essas últimas tarefas, também contou com a ajuda das publicitárias Gabriela Lima e Marcela Costa, suas orientandas de mestrado. “Montei o projeto do livro com todas as seções e capítulos. Minha ideia era contar a história do Brasil e do mundo fazendo uma ligação com o consumo de mídia no país, ano a ano. Para isso, usamos os dados coletados pelo Ipsos Marplan nos últimos 50 anos”, explica Karla. Ela reitera que o livro não é apenas uma exposição de números e acontecimentos marcantes. Ao contrário, mostra a influência da mídia na vida dos cidadãos e no desenvolvimento do país, na medida em que relaciona o momento histórico ao cenário da comunicação brasileira. “É muito mais do que o mero registro histórico dos fatos ocorridos nos últimos 50 anos e os resultados dos estudos Marplan. Se fosse um livro só com os dados das pesquisas, seria basicamente um anuário e eu abandonei totalmente essa possibilidade. É a revelação dos nossos hábitos de mídia, dos nossos ethos e comportamentos enquanto consumidores, entrelaçados à história do nosso país e do mundo – o que evidencia, com clareza, as influências recíprocas.” Com o livro “50 anos de Pesquisa Marplan”, fica claro que os meios de comunicação contribuem para a percepção que temos do mundo e nossas ações diante dele. Por isso, são parte fundamental do desenvolvimento de uma nação. Para Diego Oliveira, é aí que entra a importância dos estudos Marplan. “A mídia sempre alicerçou a nossa percepção de mundo e moldou facetas do nosso comportamento. Com as pesquisas, revelamos hábitos que mostram desenvolvimento, mudanças e configurações sociais. Dessa forma, os estudos Ipsos Marplan possibilitam revelar o desenvolvimento do país”, diz o idealizador do livro. Gabriela Lima lembra que entender o consumo dos meios de comunicação também é importante para que os mídias aperfeiçoem seu uso e entendam seus consumidores. “Nos-

so comportamento é influenciado por tudo que nos cerca e a mídia ocupa um papel importante nessa relação. Ela molda nosso consumo e nós moldamos sua pauta”, afirma. Além disso, a análise das pesquisas Marplan dos últimos 50 anos mostrou a evolução dos estudos de mídia. Gabriela conta que nas pesquisas da década de 60 eram levados em conta critérios como a quantidade de eletrodomésticos de uma casa. Já as mais recentes analisam até os interesses e as atividades dos cidadãos. Avançando nos estudos Marplan ao longo dos anos, a pesquisadora também notou a mudança na preferência pelos diferentes meios de comunicação. “Na década de 60, o rádio era o favorito, ao lado do jornal. Depois vieram a TV e a internet. Hoje, vivemos tentando conciliar todos eles. As pesquisas acompanharam essas mudanças e refletem o crescimento das mídias e do papel dos usuários. Os estudos atuais mostram uma preocupação cada vez maior em entender o consumidor”, afirma. Já Marcela Costa ressalta a importância do livro como uma fonte de informações que relaciona a mídia ao comportamento e ao desenvolvimento da sociedade. “Tenho estudado muito nos últimos anos e posso dizer que nunca encontrei um livro como este. Facilmente nos deparamos com obras que trazem informações sobre pesquisas de mídia ou o relato de acontecimentos históricos. Mas nenhuma delas apresenta a relação entre esses dois campos, que sempre se influenciam”, afirma Marcela, que está se preparando para fazer doutorado. “Redescobri o Brasil escrevendo este livro e tenho muito orgulho desse trabalho porque sei que ele ainda vai ajudar muitos pesquisadores. Essa obra é muita rica em termos de conteúdo e pode ser uma ótima fonte para pesquisas acadêmicas, além de ajudar os mídias a perceber a importância de compreender seu consumidor e sua relação com os meios de comunicação”, completa. Quando perguntadas se há algum acontecimento histórico que chamou mais atenção durante o processo de produção do livro, as pesquisadoras citam fatos como o protagonismo juvenil durante a ditadura militar e a mudança da posição social da mulher. “Muitas histórias nos chamaram a atenção, mas particularmente o que nos 'animava' era ver como os acontecimentos históricos dialogavam com os comportamentos que eram moldados pelo que o público consumia em termos de mídia”, diz Karla Patriota. O livro “50 anos de Pesquisa Marplan”, concluído após 18 meses de pesquisas, foi lançado em São Paulo no começo de março. Com 454 páginas, a obra é dividida em capítulos que contam, ano a ano, a história do Brasil entre 1960 e 2010, através da relação dos brasileiros com a mídia. Além disso, o livro apresenta uma série de debates com profissionais de comunicação sobre a evolução dos estudos de mídia. Os 2.500 exemplares já estão sendo distribuídos entre parceiros e clientes da Ipsos, além de universidades de todo o país. 13


GIRO BRASIL inovadoras, refletindo uma nova etapa nos investimentos de marketing. Além disso, o Azeite Andorinha estará pelo terceiro ano seguido no programa Mais Você, da apresentadora Ana Maria Braga, com a Andorinha Dorinha.

UM, DOIS E ESTÁ PRONTO Para reforçar a praticidade da linha de temperos “Meus Pratos” no preparo de pratos tradicionais do dia a dia da família brasileira, a Knorr lança campanha com quatro filmes. Criados pela Borghi/Lowe, os comerciais mostram, com um tom humorado, que é possível preparar rapidamente uma refeição, sem perder o sabor e a essência de cada prato: “Um, dois e está pronto!”. A campanha estreia em rede nacional nas principais emissoras de TVs aberta e fechada. Os filmes mostram que usando os produtos, será muito fácil ter uma refeição saborosa e com isso sobra mais tempo com a família. A campanha também contempla uma estratégia 360°, com investimento em outras mídias.

O LADO LEVE DA VIDA Lacta Bubbly acaba de lançar sua primeira campanha publicitária. Criada pela Ogilvy & Mather, a campanha celebra o lado leve da vida. O filme mostra um avião que entra em gravidade zero assim que o piloto morde um pedaço da barra do chocolate Lacta Bubbly e os passageiros, que se preparavam para um salto de paraquedas, começam a flutuar, desfrutando da sensação de leveza das barras que derretem na boca. A trilha sonora do novo comercial é de autoria da banda americana Guards, com o hit I Know It's You, um rock indie que promete agradar aos ouvidos dos brasileiros mais descolados. CAMPANHAS DE MARKETING INÉDITAS O Azeite Andorinha fechou parceria com a revista Caras e patrocinará a Caras Silver Collection, série de utensílios de cozinha que os leitores recebem juntamente com a revista. A parceria garante à Andorinha a presença mais forte e constante na mídia ao longo do ano em receitas, anúncios e ações 14

SELEÇÃO DE CLÁSSICOS KOPENHAGEN Os 85 anos da Kopenhagen têm assinatura nova na criação: DM9DDB. No filme – com riqueza de imagens dos Clássicos da grife com muita Língua de Gato, Chumbinho, Lajotinha e Nhá Benta, um dentro do outro formando o ovo 4 Clássicos, o locutor afirma, só a Kopenhagen tem. A próxima cena reúne imagens do inconfundível marshmallow tradicional com a versão sabor chocolate. E locutor avisa: Ovo Nhá Benta Duo. Só a Kopenhagen tem. Surpreendentemente, imagens de roupas bem elegantes e cartões postais de famosos pontos turísticos tomam o espaço dos chocolates e recheiam uma mala de viagem, quando o locutor anuncia: Viagem de volta ao mundo. Conhecer cinco continentes. Também só a Kopenhagen tem! ENERGIA ROSA CONTRA O CÂNCER DE MAMA A Energizer, companhia americana no segmento de pilhas e baterias, disponibilizou para o mercado brasileiro durante todo o mês de março a edição limitada das pilhas alcalinas Max Energia Rosa. Além do produto com o tema feminino, a ação compreende uma parceria com doação de fundos para a Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). Com um investimento em marketing de mais de R$200 mil para esta ação, o objetivo da companhia é demonstrar para o consumidor o comprometimento da Energizer na causa.


JORNAL CORREIO É FINALISTA DE PRÊMIO INTERNACIONAL COM CAMPANHA DE CDS O jornal Correio (BA) é finalista na categoria Campanha de Marketing com Melhores Resultados da Internacional Newsmedia Marketing Association (INMA), uma das mais tradicionais premiações do planeta sobre iniciativas de marketing para veículos de comunicação. Junto com o Correio, outros 86 finalistas de todo o mundo concorrem a vários prêmios da Associação. O Correio participa da premiação com a ação promocional “Compre Correio, ganhe CD”, que dá aos artistas brasileiros e às suas músicas, mais visibilidade na mídia. Através da ação, o leitor leva para casa um CD de um artista junto com o exemplar do jornal pelo mesmo preço de capa. Com o álbum da banda cearense Aviões do Forró, por exemplo, o Correio vendeu cerca de 170 mil exemplares, um recorde. Essa não é a primeira vez que o veículo participa do prêmio. Em 2009, desbancou 157 jornais de 43 países e ficou em primeiro lugar na categoria Nova Marca, Novo Produto e Desenvolvimento de Audiência, na 74ª edição do INMA. Em 2012, levou o segundo lugar na categoria Relações Públicas e Serviços à Comunidade, com o projeto Jornalismo de Futuro, realizado com alunos da Universidade Federal da Bahia

(Ufba). Neste mesmo ano, garantiu em parceria com o IBahia, o terceiro lugar na categoria “Utilidade Pública e Engajamento Digital” com o aplicativo geolocalização Carnaval 24h/Onde Está meu Trio, projeto que permite aos foliões encontrar o seu bloco através de seus smartphones. Cerca de 30 prêmios serão apresentados em 10 categorias. Também participam do prêmio os jornais brasileiros Diário do Pará, de Belém, e a Gazeta do Povo, de Curitiba. “Os finalistas deste ano realmente capturaram o espírito de transformação da indústria de notícias do impresso para o multimídia, pontuado por formas excepcionais de aumento das receitas, audiência e marca através de marketing criativo”, disse Earl J. Wilkinson, diretor-executivo do INMA. Os vencedores serão anunciados no dia 30 de abril em um jantar no hotel Marriott Marquis, em Nova York. Realizada anualmente desde 1935, o INMA deste ano será julgado por um painel global de executivos da mídia e das comunidades de publicidade de 13 países: Bélgica, Canadá, Chile, Alemanha, Índia, México, Paquistão, Peru, África do Sul, Suécia, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e EUA.

A Internacional Newsmedia Marketing Association (INMA), é uma das mais tradicionais premiações do planeta. Em 2009, o jornal Correio desbancou 157 jornais de 43 países

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DE VOLTA ÀS RUAS Ivelise Buarque |

Decisão governamental favorece mercado exterior na cidade de São Paulo Normalmente, acredita-se que nem tudo que movimentava o passado é uma boa ideia. Mas, neste mês de março, uma decisão da Prefeitura de São Paulo trará muitas novidades para o mercado publicitário: a volta da propaganda de rua. Com a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, em 2007, ficou proibido o uso de outdoors, faixas e cartazes e ainda determinaram-se limites para a adoção de anúncio indicativo nas portas de estabelecimentos. E estas determinações dificultaram o trabalho de agências, empresas de mídia exterior e a visibilidade de marcas junto aos targets. “Infelizmente o mercado publicitário perdeu muito, ou melhor, a publicidade exterior na cidade de São Paulo acabou. As grandes agências de publicidade acabaram com os seus departamentos de criação e de mídia voltados para a nossa área; os grandes criadores de campanhas como Nizan, Washington Olivetto, Petit e outros sumiram da publicidade exterior, e os pequenos e médios anunciantes não têm mais como anunciarem seus produtos. Não anunciam seus produtos, não vendem; não vendem, não aumentam o recolhimento de seus impostos. Hoje a cidade é cinza não tem cor, não tem vida”, lembra o presidente da Fenapex (Federação Nacional da Publicidade Exterior), Luiz Fernando Rodovalho. Contudo, agora, o mercado publicitário comemora o primeiro passo da prefeitura para a normalização da propa-

ganda em mídia exterior, com a assinatura, no final do ano passado, de contratos para exploração do chamado mobiliário urbano. E os motivos para tanto contentamento não são poucos, de acordo com dados sobre o faturamento publicitário, entre janeiro e novembro de 2012, do Projeto InterMeios, este setor foi o que apresentou alguns dos maiores recuos no cenário de investimentos: painel (-27,20%), mídia exterior móvel (-15,47%), guias e listas (-14,9%) e revistas (4,47%). “São Paulo é a sexta cidade mais populosa do planeta, o Centro Financeiro do Brasil, a capital (São Paulo) representa 12% de todo o PIB brasileiro. Quando um mercado como esse não está inserido na Mídia Exterior, todos saem perdendo, o mercado, a população, a cidade, os empresários, os empreendedores e o poder público. Dentre os principais impactos, cito: diminuição em torno de 50% de engenhos publicitários nas principais cidades do país (Recife é um exemplo); a alienação dos jovens paulistas, pois não sabem o que é mídia exterior, mesmo sendo esta mídia utilizada no mundo inteiro (Paris, Lisboa, Barcelona, Nova Iorque, Tóquio); a limitação aos anunciantes, pois são obrigados a procurar alternativas nem sempre tão eficientes e na maioria das vezes mais caras para anunciar seus produtos e serviços”, diz Ricardo Costa, diretor da seccional PE da Central Outdoor. Desta forma, o retorno da publicidade exterior em

Luiz Fernando Rodovalho, Fenapex

Ricardo Costa, Central Outdoor /PE

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Marcelo Marcondes de Moura, Central Outdoor (MG)

São Paulo traz a grande confiança de que novos investimentos irão circular e beneficiar, inclusive, todo o Brasil mesmo com algumas limitações ainda. Por determinação governamental, outdoor, cartaz e faixa continuam proibidos, mas o mercado acredita que haverá abertura para outros formatos de forma gradativa. “A liberação trará diversos benefícios. Ao contrário do que ocorreu quando da retirada, ou seja, abertura e crescimento de empresas do segmento em mídia exterior, gerando mais empregos, maior consumo de produtos dos anunciantes e, diante disto, o efeito dominó: mais emprego, mais consumo, maior arrecadação de impostos, e assim por diante”, comenta o presidente do Grupo Rota Mídia, Wilson Guimarães (PE). Junto com a animação vem a preocupação de manterse na linha e evitar um futuro encerramento completo de toda e qualquer ação desta mídia, como ocorrido há seis anos. Atuar de forma lícita e ordenadamente será o grande desafio agora nas empresas, nesta nova ordem social da publicidade exterior em São Paulo, com a legalização inicialmente apenas da instalação dos novos abrigos em pontos de ônibus (já neste mês de março) e relógios de tempo e temperatura (a partir de maio). “Estar nas ruas do maior mercado do Brasil, de forma organizada e planejada, respeitando a paisagem urbana é o maior benefício que, não só as agências e os anunciantes podem ter, ao verem seus produtos expostos em São Paulo, mas toda a população da cidade, que tem o direito de ser informada do universo de produtos e serviços que ela pode ter as suas mãos. Por isto, os cuidados são aqueles que nunca foram tomados antes: Lei Justa e fiscalização, além de investimentos no setor com equipamentos mais modernos e, acima de tudo, o comprometimento do empresário com o poder público e vice versa”, ressalta Marcelo Marcondes de Moura, diretor presidente da Central Outdoor (MG). Agora, os anunciantes passarão a contar com mais um meio de veiculação de suas campanhas, onde obterão maior impacto e frequência com a possibilidade de melhor uso de mobiliário urbano (abrigos de ônibus e relógios). E sendo assim a mídia exterior volta a se tornar uma grande opção para os anunciantes nacionais e muito atrativa para as empresas e

marcas, pelo seu baixo impacto por mil e visibilidade compulsória. “Esta liberação está sendo muito positiva para a mídia exterior como um todo, pois o mercado está novamente sendo pensado dentro das agencias de publicidade e não somente para São Paulo, mas para todo o Brasil, onde não houve restrições tão extremosas, como a ocorrida nesta cidade. A Prefeitura de São Paulo também está flexibilizando a liberação de espaços culturais, com a divulgação das peças e eventos dos Teatros. Já existem agencias que estão comprando os espaços até o final de 2014, após a Copa do Mundo de Futebol, sem mesmo ter comercializado com seus clientes, com a África, do Nizan Guanaes. As informações que obtive das empresas locais é que todos os espaços já foram comercializados até o final de 2014, demonstrando a importância da nossa atividade na comunicação”, diz Mauro Santos, diretor regional da Bandeirantes Mídia Exterior (PE) e ex-Presidente Nacional da Central de Outdoor. Com esta nova luz sob o setor, as grandes empresas estão refazendo sua programação para 2013 para incluir, mesmo que de forma mais discreta, a propaganda exterior, e as entidades esperam que tudo caminhe a partir de agora de forma harmoniosa. “As agências estão muito interessadas nesses produtos, tanto é que estão vendidos até a copa do mundo. Com isso voltam a criar para a publicidade exterior. Mas, devemos ter engenhos mais harmoniosos, estrategicamente instalados, com integração com a paisagem urbana”, pontua Rodovalho da Fenaprex. E para tudo caminhar bem afinado espera-se um processo que regule de forma adequada o trabalho que começará a ser desenvolvido pelas empresas do segmento. “Esperamos que a publicidade funcione de forma lícita, organizada, que considere a paisagem urbana no contexto e que permita projetos arrojados e modernos. Mas, acima de tudo, que haja fiscalização dos órgãos competentes não só dos produtos nas ruas, mas das empresas que venham a explorar o setor. Se houver leis claras e definidas, e acima de tudo fiscalização, a Mídia Exterior só tem a contribuir com o desenvolvimento da cidade”, frisa Marcelo da Central de Outdoor. O Nordeste, por sua vez, tenta manter-se alinhado com as normatizações, além da constante evolução em virtude das novas tecnologias com outdoors mais bonitos e arrumados, o que leva as exibidoras a permanente busca pela excelência, segundo Ricardo Costa, da Stampa. “Nossas cidades favorecem a visibilidade de engenhos da Mídia Exterior e as agencias de comunicação são extremamente criativas, sabem explorar bem a linguagem do outdoor, toplight, topbus e outros produtos da Mídia Exterior”, destaca Mauro Santos. Mas, antes disso tudo, a região mantém-se atenta às leis vigentes do setor. “Está regulamentada em todas as capitais e principais cidades do interior, como acontece praticamente em todo Brasil e outros países. Em cidades como Recife, Fortaleza e Salvador, o crescimento desta mídia está acima da média nacional, pelo bom desempenho das empresas do segmento e pelo momento econômico dessas cidades”, reforça Wilson Guimarães.

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CAPA

ESTAMOS SENDO RESPONSÁVEIS

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Matheus Torreão |

A repercussão do documentário Muito Além do Peso (2012), o surgimento do coletivo Infância Livre de Consumismo e novas propostas de lei vetadas em São Paulo reacendem discussões acaloradas sobre a regulamentação da publicidade infantil Está prestes a sair da 'infância' o PL 5.921, apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR) em 2001, que propõe a proibição da publicidade dirigida às crianças. O projeto de lei completou 11 anos de tramitação no congresso em dezembro passado, já tendo sido lançado para votação em três comissões diferentes. Há mais de dois anos aguardando um parecer do relator Salvador Zimbaldi (PDT/SP), a proposta segue sem perspectivas de definição. Observando as discussões ao longo destes anos, podemos nos arriscar a resumir o debate em duas linhas de opinião: aquela defendida pelos setores de comércio e pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), que autorregulamentação realizada pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) é suficiente para evitar abusos; e a outra representada por grupos como o Instituto Alana e o coletivo de pais Infância Livre de Consumismo, que

Instituto Alana |

Deputados ligados ao setor de radiofusão e refrigerantes se opuseram ao PL 5.921/2001

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enxergam a necessidade de leis e fiscalização mais rígidas para proteger as crianças e seus responsáveis da manipulação comercial. Paralelamente, segundo pesquisas recentes, o papel dos infantes no mercado consumidor é cada vez mais relevante. De acordo com levantamento do TNS/InterScience, as crianças brasileiras influenciam cerca de 80% das decisões de compra de suas famílias, passando por carros até eletrodomésticos. Sendo um público em via de regra mais ingênuo e vulnerável, é natural que venham sendo um alvo muito procurado pela indústria publicitária não só de produtos infantis, mas daqueles direcionados aos adultos também. “A publicidade voltada para o público infantil estabelece com os responsáveis pelas crianças, e com as próprias crianças, uma relação covarde e desigual. Infelizmente, pelas contingências, muitas crianças passam muito mais tempo diante da 'telebabaeletrônica' – cinco horas de TV diárias em média – do que trocando experiências sócioeducoafetivas com seus pais”, diz a doutora em Sociologia Raldianny Pereira, professora do departamento de Comunicação da UFPE. Para ela, iniciativas como o Somos Todos Responsáveis – movimento da Abap cujo mote principal é que cabe aos pais mediar a relação das crianças com a publicidade – são uma forma velada de isentar de responsabilidade a mídia e o poder público para pôr toda uma sobrecarga em cima das famílias, enquanto seus filhos são bombardeados pelos informes comerciais. “Ora, deixar simplesmente a cargo dos pais a missão de fazer frente à publicidade na vida de seus filhos é atribuir a esses pais uma sobrecarga na árdua tarefa diária de dar conta de todos os desafios que a sobrevivência impõe aos seres humanos, em que pese a educação e orientação de sua prole, além de colocá-los, diante das crianças, na posição de vilões”. De acordo com a professora, os pais são transformados então em 'adultos chatos' que negam sempre os desejos dos pequenos, além de terem a publicidade muitas vezes como agente


Coleção do McLanche Feliz com 10 bonecos. Estímulo velado para o excesso?

contraproducente na luta contra problemas mais sérios como erotização precoce e obesidade. INFÂNCIA LIVRE DE CONSUMISMO – E foi a partir do sentimento de estar enfrentando uma batalha desigual que se fundou, no ano passado, o coletivo de pais e mães Infância Livre de Consumismo. O movimento é formado por voluntários e já conta com 30 mil seguidores em sua fanpage no Facebook. Segundo as mães Silvia Schiros e Vanessa Anacleto, a causa da mobilização não é proibir radicalmente a publicidade de produtos infantis, e sim lutar por uma modificação no diálogo da publicidade com a criança. “Se é certo que a proibição da propaganda dirigida para menores de 12 anos não vai tirar a publicidade da vida da criança, é igualmente certo que ao menos a publicidade não falará mais diretamente com ela. O modelo da propaganda que apela para a emoção da criança, seu amor pelo personagem favorito e a confusão que ela ainda faz entre o filme publicitário e o programa infantil é cruel e nenhum pai ou mãe pode impedir este tipo de sedução”, esclarecem. Outra causa que impulsionou o surgimento do Infância Livre de Consumismo foi a questionada eficiência do Conar na hora de fiscalizar e penalizar certas campanhas consideradas abusivas pelos pais. Dentre os casos de maior repercussão esteve a Tele Sena da Páscoa – produto classificado para maiores de 16 anos que teve, no entanto, a banda infanto-juvenil Restart escolhida para sua divulgação – além de oferecer figurinhas, viagem para Orlando e ser veiculada maciçamente na programação infantil.

A ação publicitária, denunciada enquanto ia ao ar nos meses de março e abril do ano passado, só teve a recomendação do Conar para ser sustada em junho, quando já havia chegado ao fim. “Não acreditamos que o modelo que vivemos atualmente funcione. O Conar é um órgão de publicitários para publicitários e atua com firmeza nas disputas de mercado, mas nem sempre é assim quando a proteção que se busca é à infância”, criticaram as mães. As penas supostamente brandas também são alvos de questionamento por parte dos ativistas. Em seu regulamento, o Conar prevê as seguintes consequências para os infratores: “a.advertência; b.recomendação de alteração ou correção do Anúncio; c.recomendação aos veículos de que sustem a divulgação do anúncio; d.divulgação da posição do Conar com relação ao Anunciante, à Agência e ao Veículo, através de veículos de comunicação, em face do não acatamento das medidas e providências preconizadas”. Em outras palavras, o regulamento do Conar não é lei, portanto, não pode multar uma agência ou forçar a retirada imediata de uma campanha do ar. A AUTORREGULAMENTAÇÃO DO CONAR – Queiroz Filho, diretor da Abap nacional e conselheiro do Conar, por sua vez, rebateu as acusações. “Quando o anúncio é ostensi-

Silvia Schiros é mãe, escritora e voluntária do Infância Livre de Consumismo 19


Chico Barros |

Queiroz afirma que o Conar é rápido, se comparado à justiça

Eloisa Gieseler |

vamente infrator do Código Ético, o Conar, através de suas Câmaras do Conselho de Ética, pode determinar liminarmente a sustação do anúncio, muitas vezes em tempo inferior a 48 horas. Quando isso não ocorre, o processo é distribuído a uma das Câmaras, a um Conselheiro Relator que, tão logo o examine (após tentativa de conciliação entre as partes, se o processo envolver dois ou mais de seus associados), coloca

em pauta para julgamento”, explicou. Queiroz também enfatiza que as decisões do Conar não sofrem alteração na justiça e que o conselho é rápido, principalmente se comparado às ações judiciais. Outro argumento utilizado pela Abap é o de que não cabe somente à associação fiscalizar o conteúdo publicitário. Há outros órgãos e regulamentos a se recorrer, como os Procons, o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e o Estatuto da Criança e do Adolescente. No mês passado, entretanto, justiça paulista anulou três multas aplicadas pelo Procon-SP (sendo este destaque nacional na fiscalização da publicidade infantil) para as marcas Sadia, Nestlé e Del Valle, acusadas de campanha abusiva. A primeira por trocar bonecos de pelúcia por selos de embalagem; a Nestlé por distribuir prêmios, sendo um deles participação no filme da Xuxa e a última por distribuir brindes mediante compra do produto. O que parece haver, na realidade, não é exatamente uma debilidade no sistema processual da autorregulamentação publicitária. Há, de maneira muito mais clara, uma grande diferenciação entre o que os críticos da publicidade dirigida a menores de 12 anos (estando o Procon-SP dentre eles) e o que o Conar, bem como a justiça brasileira, consideram antiético ou 'ostensivamente infrator'. É o que nos confirma, por exemplo, a fala de Stalimir Vieira, assessor da presidência da Abap. “'Coibir práticas consideradas abusivas' é uma expressão de grande relatividade. Se as práticas são verdadeiramente abusivas, existem meios de impedi-las, inclusive o recurso ao Conar. Agora, se são 'consideradas abusivas' há que se perguntar: consideradas por quem? Pelo Instituto Alana? Ora, mas o Instituto Alana é uma entidade radicalmente engajada no combate à publicidade e ao próprio consumo em si. É um grupo de pessoas que se mobilizam em torno de uma bandeira incompatível com o próprio sistema econômico que o Brasil optou por viver”, acusou. O Instituto Alana, ao qual o assessor se refere, é uma entidade de assistência social sem fins lucrativos que existe desde 1994, tendo se tornado a instituição mais notória no combate à publicidade infantil desde a criação do Projeto Criança e Consumo, em 2006. Desde então, o Alana tem sido presença constante nas câmaras e congressos para debater o assunto e apoiou documentários de grande repercussão sobre o tema como Criança, a alma do negócio (2008) e Muito Além do Peso (2012), este último com o foco na relação entre a propaganda de alimentos não saudáveis e a obesidade infantil. Stalimir acredita que o Instituto Alana propõe algo irreal para o Brasil

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“Stalimir é um velho conhecido”, comentou Isabella Henriques, diretora de Defesa e Futuro do Instituto Alana, ao ser confrontada com as críticas do assessor da Abap. Segundo ela, ao contrário do que diz o publicitário, a entidade não discute o sistema capitalista ou o mercado, tampouco é contra o setor publicitário. Justo o oposto: tem como modelo uma regulamentação que já existe em países amplamente democráticos e desenvolvidos. “As regulamentações mais rígidas no que diz respeito a publicidade infantil estão diretamente ligadas aos melhores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano). Qualquer pessoa minimamente informada sabe disso. O que Stalimir diz é uma falácia e uma tentativa de desconstruir um trabalho muito sério feito há muitos anos para confundir a opinião pública. Não é desconhecimento de causa, que ele certamente tem, e sim um discurso que tenta levar engano”, afirmou de forma contundente. Segundo a diretora, o Instituto Alana procura seguir o modelo de leis aplicadas em países como Suécia e Noruega, que possuem uma tradição democrática muito mais sólida que a brasileira. “Ou na Inglaterra, onde não se pode fazer propaganda de produtos alimentícios com alto teor de sódio, gordura ou açúcar e de baixo valor nutricional para menores de 16 anos”, exemplificou Isabella. O VETO DE ALCKMIN – No tangente aos alimentos não saudáveis, inclusive, recentemente o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, teve a oportunidade de sancionar dois projetos lei que pretendiam impor sérias restrições à publicidade destes. Um deles era o PL 1096/2011, de autoria do deputado estadual Alex Manente (PPS/SP), que proibiria a venda de tais produtos acompanhados de brindes ou brinquedos. O outro, o PL 193/2008, foi iniciativa do também deputado estadual Rui Falcão (PT/SP) e pretendia tornar ilegal a veiculação de propaganda de alimentos e bebidas nocivos à saúde direcionada ao público infantil no rádio e na televisão entre 6h e 21h. Não o fez, entretanto, sob a alegação de que decisões deste gênero cabem ao âmbito federal e não estadual, de acordo com a constituição. A resposta do governador, novamente, dividiu opiniões. Para a professora Raldianny, São Paulo perdeu a oportunidade de ser um ótimo exemplo para o restante do país. “Deixar de sancionar uma lei importante para a proteção dos direitos de significativa parcela da sociedade sob a alegação de desrespeito à constituição, com base num critério meramente hierárquico (governo estadual versus federal) não se sustenta. Fica claro que Alckmin se esquivou de assumir uma postura firme em relação à publicidade dirigida ao público infantil que poderia, inclusive, ser copiada por outros estados”, concluiu a doutora em Sociologia.

Já o publicitário Stalimir Vieira tornou a apresentar uma opinião conservadora no que diz respeito ao veto de Alckmin. Segundo o assessor da Abap, “o governador de São Paulo teve o bom senso de não alimentar o avanço de um ideário perigosamente inconseqüente em suas propostas de quebrar um encadeamento de relações de consumo vital para o mercado”. A discussão lançada sobre a publicidade de alimentos não saudáveis, direcionada ao publico infantil tem se tornado cada vez mais acalorada diante das estatísticas atuais. Hoje, segundo dados do IBGE, 33% das crianças brasileiras estão acima do peso e 15% já são consideradas obesas. Em paralelo, temos levantamentos mundiais como o Targeting Children With Treats, realizado no ano passado pela iniciativa Teach: Make a Difference, comprovando que as crianças estadunidenses aumentam o consumo de junk food (gíria americana para alimentos não saudáveis) em 134% quando expostas à sua publicidade.

Ian, obeso aos 4 anos, é personagem marcante de Muito Além do Peso

Para a psicóloga Maria Clara Batista, do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem) de Pernambuco, a utilização de personagens simpáticos ao imaginário infantil e a oferta de brindes ou brinquedos acompanhando estes produtos podem ter como consequência malefícios à saúde e ao discernimento das crianças. “Através das vendas casadas, muitas vezes a criança não está fazendo a opção por um determinado alimento ou produto, mas pelo brinquedo a ele associado. Isto é preocupante por colocá-la em uma posição de passividade ao consumir algo, ao passo que deveria ser estimulada a ser um consumidor autônomo, crítico e ciente de suas próprias escolhas”, opina. Maria Clara também acredita que a associação dos personagens favoritos das crianças - tão caros ao seu universo e que lhes despertam sensações positivas - a produtos não saudáveis pode ser prejudicial. “Na medida em que elas 21


Para a psicóloga Maria Clara, personagens queridos induzem crianças ao consumo

do, não explicito, que faz as crianças consumirem de forma habitual e em excesso”, aponta.

podem ser conduzidas a relacionar diretamente tais experiências agradáveis àquele produto, consumi-los se torna uma forma de buscar reviver estas experiências”, considera a psicóloga. Retomando a fala de Isabella Henriques, para o Instituto Alana, a questão é um tanto mais ampla. “Não gostaria de nenhum tipo de publicidade direcionada à crianças, seja de tomate ou de refrigerante. Mas claro que a questão da obesidade se destaca mundialmente e, por conta disso, há todo um movimento para debater medidas que possam combater essa pandemia”, explica. Segundo a diretora, há um consenso científico de que, com menos publicidade, teríamos menos obesidade, principalmente em relação a crianças. Apesar do sobrepeso ser um problema multifatorial e de suas causas irem muito além da propaganda, para Isabella, é certo que conseguiríamos uma diminuição em números absolutos do problema. “Não estamos falando para as pessoas não comerem esses alimentos, mas precisamos alertar que o consumo de determinados produtos em grande quantidade e de maneira excessiva faz muito mal. Todos concordam, até as próprias empresas. Agora essa publicidade de hoje está dizendo que a nova coleção do Mc Lanche Feliz acaba daqui a 20 dias e para completar são necessários 8 brinquedos. Há um estímulo vela-

A PROGRAMAÇÃO INFANTIL SEM A PUBLICIDADE – Isabella também se posiciona diante de outro argumento polêmico levantado pela Abap. Na página do movimento Somos Todos Responsáveis, o discurso da associação é taxativo: “sem propaganda infantil, não haverá programação para as crianças”. De acordo com a representante do Instituto Alana, existem várias alternativas a serem consideradas nesse sentido. “A partir do momento em que o estado brasileiro tomar essa decisão, isto trará a possibilidade de outras formas de subsídio serem pensadas. No setor de assinaturas, o consumidor já está pagando pelo serviço. Deve 'pagar duas vezes' recebendo tamanho volume de publicidade? Pode-se aumentar o valor da assinatura, por exemplo, isso é discutível”, considera. Outra questão apontada por Isabella é que alguns canais infantis fazem parte de grandes conglomerados de mídia, como o Discovery Kids, pertencente à Discovery Communications, que é detentora de vários canais. “Um modelo que poderia ser instituído é que, nestes casos, os canais infantis fossem financiados pelos outros canais. Uma empresa que tivesse a partir de 4 ou 5 canais adultos também seria obrigada a ter um canal infantil de prestação de serviço”, sugere. No caso das emissoras privadas da TV aberta, para Isabella, temos uma questão mais séria. “A difusão destes veículos funciona graças à concessão pública. Na constituição há dispositivos que exigem que a programação promova a educação e a cultura, e de que conIsabella Henriques, templem as diversas camadas e Instituto Alana faixas etárias da população. Criança, sobretudo, tem que ter prioridade. Todos os canais abertos deveriam ter programação de qualidade voltada ao público infantil”, acredita. No entanto o que acontece, segundo a diretora, é que os canais abertos têm feito programas cada vez mais voltados para o público geral, para não segmentar os espectadores e manter os números de audiência sempre elevados. Como consequência desta prática, inclusive, a programação infantil destes canais estaria diminuindo.

Não gostaria de nenhum tipo de publicidade direcionada à crianças, seja de tomate ou de refrigerante.

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Murillo Medina |

Isabella sugere outras formas de financiar a programação infantil

Através de uma legislação específica, segundo Isabella, poderíamos ter uma programação infantil cujo financiamento seria decorrente do que a emissora ganha em outros horários. “Por exemplo: quanto custa um anúncio num jogo de futebol em plena Copa do Mundo?”, questiona. As mães do Infância Livre de Consumismo também sugerem outra solução possível. “Há diversas maneiras para fomentar uma mídia livre de publicidade infantil. Inclusive a cobrança de impostos sobre a própria verba publicitária, multimilionária, para financiar uma programação infantil de qualidade”, colocam Silvia e Vanessa. Nos defrontamos, enfim, com a última e capital questão: se há algum consenso neste debate, é que simplesmente proibir a publicidade voltada para as crianças não vai protegêlas por completo do apelo das propagandas. De acordo com estudo sobre Mídia, Crianças e Consumo de Tecnologias da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), o programa mais assistido por crianças entre 4 e 10 anos é a novela exibida às 21 horas pela Rede Globo, e isso ocorre basicamente diante da presença de um adulto que está assistindo a esta programação. Para a as representantes do coletivo de pais, a discussão não se trata de colocar as crianças em uma 'redoma', onde elas não terão contato com o mundo. Sendo a propaganda algo inevitavelmente presente na vida de todos nós, adentramos

então em outro ponto relevante do debate: a responsabilidade da família. “No caso da novela, esta exposição está se dando sob supervisão e assim é sempre possível ao pai ou à mãe passar informações e valores sobre o que está sendo visto”, defendem as mães. A diretora do instituto Alana faz coro à opinião. “Não é só a novela das 21h. Os shoppings, os supermercados, a criança vai ter contato com tudo isto. Mas esta interação deve ser mediada por um adulto”, corrobora. Isabella ainda reiterou a importância dos pais ficarem atentos à classificação indicativa do conteúdo que está sendo apresentado aos seus filhos. “É obrigação do estado informar classificação etária, mas se a criança é exposta a uma programação inadequada isso é responsabilidade da família”, finalizou. Se o veto às duas propostas de lei restritivas a anúncios de alimentos não saudáveis em São Paulo; o 'fim da infância' do PL 5.921/2001 que tramita há onze anos no congresso e as recentes anulações judiciais de multas aplicadas pelo Procon-SP por propaganda infantil abusiva fazem parecer que as ações para regular a publicidade direcionada a crianças andam estagnadas, há outros indícios do contrário. Neste mês, passou a vigorar uma nova cláusula no regulamento do Conar que proíbe o merchandising em programas infantis. O Instituto Alana já diz ter sido procurado por agências buscando orientação para idealizar anúncios dirigidos aos pais das crianças, o que demonstra uma crescente preocupação das empresas em relação ao assunto; e observa também a maior abertura das entidades jurídicas nos últimos anos para discutir a causa. Por fim, o debate público entre movimentos como o Somos Todos Responsáveis e o Infância Livre de Consumismo, ainda que antagônicos, traz informações e estimula a reflexão sobre o tema nas mais diversas esferas da sociedade. Que o debate siga evoluindo, tendo como prioridade, sempre, a formação responsável das novas gerações. O documentário "Criança, a alma do negócio", dirigido pela Estela Renner, levanta diversas questões abordadas nesta edição

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A VEZ DO CLIENTE

SINÔNIMO DE TECNOLOGIA PARA TODOS Ivelise Buarque |

Empresa cearense amplia mercado e mostra poder no segmento da tecnologia Não é de hoje que apostar no mercado de tecnologia vem se mostrando um ótimo negócio. E não é à toa, segundo dados da GfK, quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo, o consumo de produtos eletrônicos tem crescido no planeta e, no Brasil, por exemplo, aumentou em 55% o número de smartphones vendidos até novembro passado, mas também vem despontando as vendas de tablets, netbooks e notebooks. E de olho neste potencial do segmento no Nordeste, a Ibyte, empresa do setor fundada em 2000, entrou em processo de expansão com abertura de seis novas unidades, entre as quais suas primeiras lojas em Piauí (em maio) e em Pernambucano (dezembro), em 2012. Agora, prepara-se para traçar novos caminhos com ampliação, ainda neste 2013, deste projeto ambicioso de penetração na região. “A chegada em Recife foi importante por vários fatores: entramos no mercado mais maduro do Nordeste (o que era um objetivo traçado há algum tempo), nos firmamos como varejista regional especializado em tecnologia e aumentamos o alcance da marca própria Ibyte. O potencial do merNelson Gurgel, gerente de Marketing da Ibyte

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cado pernambucano é muito grande e queremos nos próximos anos alavancar nossas vendas na região”, diz o gerente de Marketing da Ibyte, Nelson Gurgel. O novo negócio na capital pernambucana começou já grande com um investimento de mais de R$ 3 milhões e uma estrutura de 250 metros quadrados que conta com 30 funcionários, como atendimento, fiscais, entre outros. E com ele uma nova proposta de trabalho. “A proposta da primeira Ibyte, em Recife, era trazer ao consumidor da cidade um padrão consultivo de atendimento e um mix completo de tecnologia com preços para todos os bolsos”, destaca Gurgel, que frisa que, independente do público, pretendem sempre manter os mesmos padrões de qualidade. E para alcançar esta meta desenvolvem com frequência pesquisas junto ao publico que fornecem o panorama do mercado em atuação e da necessidade do seu consumidor, que aponta que 13,2% do público que vem consumido seus produtos estão concentrados na classe A contra 43,4% na B, C e D. Seu time não conta simplesmente com atendimentos


e sim com consultores que se preocupam em dar melhor orientação de custo e beneficio aos clientes, seguindo a filosofia da empresa de propor soluções tecnológicas adequadas para a necessidade concreta. Ainda mantém a proposta de desenvolver um serviço de personal trainner digital, que contribui para que o consumidor saia orientado sobre o uso da máquina adquirida e programas nela instalados, além da preocupação em trazer no futuro o projeto de assistência técnica na unidade. E agora a proposta vem ampliando novos horizontes. “Estamos em negociação com dois shoppings em Recife e esperamos abrir pelo menos mais uma loja até o final de 2013. Vemos ao longo dos próximos três a cinco anos, potencial de abrirmos pelo menos mais quatro lojas em Recife além da que já temos no shopping recife. Tudo isso vai depender das negociações com os shoppings e das oportunidades”, pontua. MARCA PRÓPRIA - Quando entrou no mercado pernambucano, a perspectiva era bastante positiva e, por conta disto, a Ibyte chegou completa, trazendo consigo, inclusive, sua marca própria: a Golden Tec. A linha de produção da marca já conta com uma produção de cerca de cinco mil unidades nets, notes e ultrabooks e nove mil de produtos desktops, que serão ampliados futuramente com uma investida no setor de tablets. “Tivemos uma excelente receptividade no mercado local. Cerca de 60% dos notebooks que vendemos na loja são da marca Ibyte. Isso mostra que o consumidor apostou e não se arrependeu”, comenta Nelson. Orgulho hoje da marca, a fábrica foi fundada em 2006, em Fortaleza, e deu uma injeção de gás aos negócios da empresa que hoje vem apresentando uma média de crescimento de 15% a 20% com a investida. Mas, a Ibyte ainda pretende ir mais longe em sua investida no mercado nordestino, ampliando não só suas unidades, o balcão de serviços especializados e operações multicanais (que hoje ainda envolvem distribuição e revenda, e-commerce, central de vendas corporativas, entre outros), ainda a serem implantadas nas novas praças. Ela promete uma grande novidade para impactar o cenário da tecnologia brasileira com o lançamento de novo produto, o ultrabook, que vem ganhando cada vez mais atenção do consumidor. “Queremos lançar o ultrabook ainda no primeiro trimestre. Estamos na faze final do processo com algumas homologações para serem finalizadas”, adianta Gurgel, que mantém a perspectiva da Ibyte de manter a postura agressiva. SITUAÇÃO NO MERCADO – Esta posição competitiva reforça a estratégia da empresa que, em menos de um ano, duplicou o número de lojas na região. Com 12 anos de atuação, a Ibyte tem sido considerada a empresa de tecnologia que mais cresce no Nordeste com mais de 350 produtos em

São mais 350 produtos em estoque

seu estoque. “Nosso principal diferencial tem sido a relação custo e benefício. Tentamos manter todo mês ofertas para nos consolidar junto aos nossos consumidores. E, sendo assim, possibilitamos qualidade com acessibilidade, com configuração igual nos produtos próprios e das demais marcas”, diz. Nascida como revendedora de produtos de informática, ela vem se consolidando na região como varejista de grandes marcas e fabricante de desktops, notebooks e netbooks, num universo em que se registram apenas três fábricas. A empresa, que ainda mantém um centro de distribuição com sete mil metros quadrados, mantém-se sempre pronta para atender a demanda produtiva, que prevê inclusive um crescimento cada vez maior e mais significativo diante do cenário atual. “50% a 60% dos notes vendidos hoje em nossas lojas são da nossa marca própria. E, baseada na experiência que temos tido, a nossa expectativa é de crescer muito mais”, comemora. Esta postura de negócios, a empresa tem distribuído entre suas 15 lojas. E, hoje, ela é líder no Ceará e vem ampliando progressivamente sua posição no mercado varejista com suas unidades distribuídas estrategicamente nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão e Pernambuco. E, que segundo o gerente de marketing, consolidam os resultados do trabalho da rede no Nordeste, que ainda verá muito mais. Enquanto isto, a Ibyte aposta ao máximo em ações estratégicas pautada por uma comunicação espontânea (com o aporte de assessorias de imprensa, como a Press Comunicação, em Pernambuco) e um trabalho específico de propaganda. 25


DE OLHO NA CAMPANHA

USE MUITO. PAGUE POUCO Maior operadora de serviços móveis do Brasil, a Vivo reforça a sua presença no segmento de pré-pagos com nova campanha do Vivo Sempre. Com a assinatura da agência Y&R, os filmes apresentam o novo conceito “Use Muito. Pague pouco” e trazem participações muito especiais da atriz Grazi Massafera. Os filmes continuam com uma abordagem leve e bemhumorada, trazendo histórias inusitadas do uso da conexão em nosso dia a dia. No primeiro comercial, um rapaz está na banca de revista apreciando a foto de Grazi em uma revista e decide

ligar para a atriz e dizer como ela é linda. Grazi agradece, mas pergunta como ele conseguiu aquele telefone. “Ah, eu não sabia... Eu apenas fui ligando, fui ligando e ligando...”, diz o rapaz. Já no segundo filme, um homem procura apartamento e usa os recursos do celular para contar para a esposa o que acha dos imóveis: um é pequeno, no outro a vista é medonha, etc. Enfim ele chega a um prédio com apê detonado. Mas, quando vê Grazi entrando no apartamento vizinho, afirma: “Mas tem potencial, viu?... uma reforminha...”

TODA MULHER PODE VIRAR O JOGO Em comemoração ao mês da mulher, a Leiaute criou a campanha Março Mulher com o conceito “Toda mulher pode virar o jogo”, ação temática ligada ao estímulo da autonomia econômica e psicológica da mulher. A campanha apresenta a história de três mulheres que venceram as desigualdades e discriminações de diversos tipos: racial, social, cultural e por deficiência física. Uma homenagem à mulher que luta pela garantia de seus direitos, na qual a Secretaria de Políticas para as Mulheres incentiva, fortalece e assegura que outras mulhe26

res também tenham condições de virar o jogo desigual. A campanha está no ar e conta com as seguintes peças: filmes 30”, spot, anúncios jornal e revista, outdoor, busdoor, mobiliário urbano, internet, cinema e elemídia. Para a internet, foi criado o hotsite http://www.virandojogo.com.br, com o objetivo de incentivar outras mulheres a apostarem em seu potencial e virarem o jogo da submissão, da violência, da passividade e da injustiça social em suas vidas. Por isso, qualquer mulher que virou o jogo pode ser protagonista nessa campanha.


Os brasileiros são conhecidos por seu amor às redes sociais. É um povo curioso e conversador que costuma produzir conteúdo e se relacionar com marcas e empresas no mundo virtual. Atualmente, a maior parte dessas atividades se concentra no Facebook – eleito como a mídia social mais popular do mundo em 2012. Pensando nisso, a Teaser Propaganda (SE) realizou um estudo que analisa o índice de penetração da plataforma nas capitais brasileiras. Nesse balanço, o Recife surpreendeu e revelou-se a terceira capital do país com maior inserção da rede social. Hoje, 73% dos recifenses estão no Facebook, o que representa 1.123.780 usuários na cidade de 1.536.934 habitantes. A capital pernambucana só perde para Florianópolis (SC) e Rio de Janeiro (RJ), que têm índice de penetração de 94% e 75%, respectivamente. Por onde quer que se olhe, é possível notar o amor das pessoas pelo “face”, como é chamado nas conversas do dia a dia. Com o avanço dos smartpho-

nes, os usuários passam todo o dia conectados. São atualizações de status, fotos, curtidas e compartilhamentos em todas as horas e lugares. “Essa é a maior rede social do mundo. Acredito que o sucesso é resultado do seu potencial integrador. O Facebook aproveitou um pouco de cada rede social já existente e uniu tudo numa única plataforma, além de criar novos aplicativos e estar sempre evoluindo. Tudo foi criado de uma forma muito inteligente”, diz Rodrigo de Freitas, diretor de planejamento da Teaser Propaganda e um dos responsáveis pela pesquisa. Os números mostram que há mais mulheres do que homens recifenses no Facebook. Dos usuários, 53% são mulheres e 47% são homens. Já no quesito faixa etária, predominam os jovens de 18 a 24 anos (30% das mulheres e 33% dos homens), seguidos dos adultos de 25 a 34 anos (28% das mulheres e 27% dos homens). Os adolescentes de até 17 anos também marcam presença na rede social e representam 14% dos usuários da cidade. E até os mais experientes já entraram na onda das curtidas, 5% da população acima dos 55 anos está no Facebook. A pesquisa da Teaser também analisou o índice de penetração da plataforma nos outros municípios pernambucanos e chegou à conclusão de que 26% da população do Estado utiliza a rede social. Com 76% de seus moradores

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Marina Barbosa |

A MAIOR REDE SOCIAL DO MUNDO NA TERRA DO FREVO Recife é a terceira capital do Brasil com maior índice de penetração do Facebook


conectados, Recife lidera o ranking, mas é seguido de perto por Fernando de Noronha, onde 72% da população tem Facebook. Granito (37%), Caruaru (32%), Olinda (28%) e Garanhuns (26%) completam a lista das cidades pernambucanas com maior inserção da rede social. Em contrapartida, também foram encontrados municípios que parecem resistir à tendência das curtidas. No resultado geral da pesquisa, Itamaracá, Água Preta, Santa Cruz, Santa Maria do Cambucá e São João aparecem com 0% de penetração. Contudo, Rodrigo diz que isso não significa a ausência de usuários. “Para chegar a esses números, cruzamos os dados do Censo 2010 com o número de usuários fornecido pelo próprio Facebook. A ferramenta da rede social arredonda números e os menores de 20 não são levados em conta, além de não reconhecer certas localidades. Por isso, algumas cidades aparecem com 0% de penetração na pesquisa, apesar de também possuírem usuários”, explica. Os dados foram colhidos no dia 28 de dezembro. BRASIL - Este foi o primeiro ano em que a Teaser Propaganda mediu o índice de penetração do Facebook em todas as capitais brasileiras. Em 2012, a pesquisa foi realizada apenas nas cidades do Estado de Sergipe, terra natal da agência. “Estudamos todas as capitais do país e as cidades de alguns estados parceiros. Pernambuco, por exemplo, ocupa um papel importante no cenário nordestino e abriga alguns de nossos projetos”, diz Rodrigo. Além de Pernambuco e Sergipe, foram quantificados os usuários da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Florianópolis (94%), Rio de Janeiro (75%) e Recife (73%) ocupam o ranking de capitais da pesquisa. Na região Nordeste, as mais bem colocadas são Recife, Salvador (BA – 58%) e Natal (RN – 59%). Já Belém (PA) é a capital brasileira

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com menos inserção da rede social – 31%. Entre os estados analisados, apenas São Paulo não apresenta o maior índice de penetração na capital. A cidade de São Paulo apresentou índice de 70%, enquanto Borá ficou com 82%. Esse município conta com a menor população do Brasil – 805 habitantes, dos quais 660 têm Facebook. Na comparação dos dados de 2012 com os desse ano em Sergipe, percebeu-se um grande aumento no índice de penetração da rede social no Estado. Em Aracaju, por exemplo, houve crescimento de 84% - passando de 22% para 54%. Mas o maior avanço ficou mesmo em Itaporanga, onde houve crescimento de 975%. NEGÓCIOS - O estudo marca o aniversário de cinco anos da Teaser Propaganda. “Essa foi a forma que encontramos de comemorar a consolidação da empresa e mostrar nossa sintonia com o cenário atual da comunicação. Somos uma agência que nasceu com o departamento digital integrado a suas outras seções, pois acreditamos que uma boa comunicação independe de plataformas”, explica Rodrigo. Ele ainda diz que a pesquisa foi de grande utilidade para os negócios da agência. “Agora podemos mostrar com números o sucesso do Facebook no Brasil para os nossos clientes. É uma prova de que cada vez mais pessoas estão recomendando produtos, relacionando-se e fazendo compras na rede social.” Ele lembra que o Facebook já se tornou uma das principais ferramentas de negócios de marketing. Assim, estudar sua inserção na população brasileira ajuda a incrementar as estratégias de divulgação online. “O Facebook foi se popularizando e hoje ocupa um espaço relevante na vida das pessoas. Por isso, é importante que as marcas invistam em anúncios e ações de relacionamento nas redes sociais. Nesse espaço, todos têm a chance de falar e essa capacidade de diálogo pode ser usada para estreitar o contato entre empresas e consumidores”, explica Rodrigo. Contudo, o diretor de planejamento da Teaser lembra que as marcas só alcançam sucesso no mundo virtual quando são capazes de ouvir seus clientes. Ou seja, não basta marcar presença, é preciso desenvolver estratégias de relacionamento. Quanto ao futuro do Facebook, Rodrigo não faz muitas previsões, mas acredita que a plataforma ainda vai crescer. “O boom da rede social aconteceu do ano passado para cá, mas acredito que até 2014 o número de usuários ainda vai aumentar. No momento, não vejo uma mídia que possa substituir o Facebook. Mas percebo que, com a popularização dos smartphones, o Instagram adquire cada vez mais adeptos”, comenta o publicitário sobre a rede social de compartilhamento de fotos, que também já foi integrada às curtidas.


NA WEB WWW.SOMOSTODOSRESPONSAVEIS.COM.BR/ Já que a capa desta edição trata da publicidade infantil, seguem duas páginas institucionais interessantes para quem quer acompanhar mais de perto os debates e se aprofundar sobre o tema. O Somos Todos Responsáveis é uma iniciativa da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), atualizada com notícias e entrevistas, a maior parte em vídeo, que corroboram o discurso a favor da autorregulamentação publicitária.

HTTP://INFANCIALIVREDECONSUMISMO.COM/ O Infância Livre de Consumismo é um coletivo de mães, pais e cidadãos que lutam pela proibição da publicidade dirigida às crianças. O site da entidade é constantemente atualizado com artigos de opinião, entrevistas e notícias relacionados ao tema. O movimento também tem se feito presente no congresso para debater sobre o tema. No Facebook, a página do grupo já conta com 30 mil seguidores.


FICHA TÉCNICA

BENEFÍCIOS DO OVO Criada pela Nazacomm, a campanha do Ovos Avine consiste em uma série de anúncios veiculados na Revista Costumes, com informações técnicas e científicas sobre o ovo, desmistificando seu consumo. Com simpatia e leveza, os consumidores são esclarecidos sobre alguns de seus principais benefícios, e de quebra a Avine sugere uma deliciosa receitinha. Agência: Nazacomm Comunicação (CE) Cliente: Ovos Avine Criação e Direção de Arte: Emanuel Albuquerque Redação: Nazareno Albuquerque Aprovação: Airton Jr.

DE CARA NOVA A TV Tambaú, afiliada do SBT na Paraíba, veiculou campanha para exibir sua nova identidade visual, resultado dos grandes investimentos que a emissora traz em 2013. A nova marca traz um logotipo mais moderno, que demonstra essa fase de transformação do veículo com mais vivacidade, trazendo as cores em sintonia com o SBT. Para divulgar o novo conceito foram veiculadas novas vinhetas, outdoors, anúncio de revistas e banners de internet. A marca foi criada pela agência de publicidade paulista GAD e conta com uma campanha publicitária assinada pela agência paraibana TagZag. Desde seu nascimento como afiliada da extinta TV Manchete, há 21 anos, a TV Tambaú nunca passou por uma reformulação de marca radical. Agência: TagZag (PB) Cliente: TV Tambaú Atendimento e Produção: Thayssa Moraes Criação: Yuri Pinangé Mídia: Maíra Lira Aprovação: Henrique Kirilauskaus e Gabriel Freire

SAGRES PREPARA VOCÊ PARA VENCER Os editais de convocação para o serviço militar foram a inspiração para a nova campanha do Curso Sagres, com sede em Petrolina. Nas peças criadas pela Gênesis Comunicação, o Sagres divulga a abertura do curso preparatório para o concurso de bombeiro da polícia e convoca os alunos a começarem os estudos a partir de agora. A campanha usa linguagem simples e direta, visando estimular o comprometimento prévio dos alunos para que estes apresentem um real diferencial frente aos futuros concorrentes. Agência: Gênesis Comunicação (PE) Cliente: Curso Sagres Atendimento: Clea Barbosa e Juliana Carvalho Planejamento: Hélio Charles Direção de Criação: Luiz Gonzaga Direção de Arte: Júlio Carvalho Redação: Wedna Priscila Arte final: Luciano Gonçalves Mídia: Elton Ferreira Aprovação: Cirilo Neto

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PARAÍBA, MULHER FORTE E DE VALOR A agência paraibana Takes Comunicação lançou a campanha para comemorar o dia internacional da mulher na Paraíba. Com o Slogan “Paraíba, Mulher Forte e de Valor” a campanha eleva o sentimento de autoestima da mulher, destacando suas conquistas, seu potencial, sua capacidade e sua força transformadora. Foram desenvolvidos: filme de 60”, mídia indoor, revistas, jornais, faixas, banners e material impresso. Agência: Takes Comunicação (PB) Cliente: Governo da Paraíba – Secom Atendimento e Planejamento: Mirian Ribeiro Direção de Criação: Anderson Dinho Redação: Pablo Albuquerque Direção de Arte: Pablo Albuquerque Produção Gráfica: Thais Fernandes RTVC: Saionara Cordeiro Mídia: Alexsandro Silvino e Polyanna Cordeiro Aprovação: Estela Bezerra

VIZINHO DO MAR A Nacional Empreendimentos lança no mercado O edifício Helena Borges, em Jaboatão dos Guararapes (PE). A campanha da agência DP-DPA explora diversas vantagens, apresentando o slogan “Venha morar bem, em Candeias, tendo o mar como vizinho”. Foram ressaltados os dois pontos fortes do empreendimento: a localização e a proximidade com a praia de Candeias, que está no caminho para o Complexo Industrial Portuário de Suape, um dos principais polos de investimentos do país. O layout utiliza elementos de praia para aproximar ainda mais o consumidor do clima de beira mar. A mídia foi planejada para impactar a população geral, com anúncios em jornais e peças para apoio promocional, como folders, panfletos e newsletters para envio a mailing especializado. Agência: DA-DPA Comunicação (PE) Cliente: Nacional Empreendimentos Atendimento: Carla da Fonte Diretor de Criação: Fabio Henrique Gomes Criação: Fabio Henrique Gomes e Candice Alencar Mídia: Christina Pessoa Produção Gráfica: Socorro Nascimento Aprovação: Gustavo Pinto Coelho

O DIREITO DE SER DIFERENTE 21 de março é o Dia da Síndrome de Down, data em que o mundo inteiro lembra que as pessoas portadoras dessa síndrome podem ter uma vida normal, integradas à sociedade. Com o conceito “Todo mundo tem o direito de ser diferente”, a campanha traz João, 31 anos, aluno da APAE, campeão baiano de natação, e Débora, 23 anos, também aluna da APAE no curso de Secretariado, mas que agora sonha em ser atriz e fazer uma tatuagem. Os dois protagonizam as peças de TV e jornal em um esforço coletivo da agência e seus parceiros, a quem a SLA agradece pelo empenho. Agência: SLA Comunicação (BA) Cliente: APAE Atendimento: Janaina Santana e Débora Galvão Criação: Lívia Diamantino, Lucas Albuquerque e Patrícia Oliveira Mídia: Carina Spínola, Leonardo Ribeiro e Suely Castro Produção Eletrônica: Lídice Torres Produção Gráfica: Ursula Jordão

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A MEDIDA CERTA PARA O SUCESSO Ivelise Buarque |

SocialBakers reforça a importância do engajamento para o retorno de uma marca O uso das mídias sociais como plataforma de comunicação corporativa é cada vez maior. Hoje 88% das companhias brasileiras utilizam pelo menos uma como ferramenta em suas ações. É o que comprovam resultados do estudo Latin America Social Media Check-up, realizado pela BursonMarsteller (empresa global líder em relações públicas e public affairs), apresentado em janeiro passado. Este relatório analisou o comportamento das 25 maiores empresas do país e da América Latina e provou que todas têm algo em comum:

usam algumas das mais populares redes - entre as quais estão o Twitter, o Facebook, o YouTube, blogs e o Google Plus. E nesta balança é preciso levar em consideração um fator importantíssimo que é como trabalhar bem para ter engajamento ideal. Este foi o ponto de partida do Le Fil Day, realizado pela empresa pernambucana que, há cinco anos, planeja a entrada, a gestão de reputação e oportunidade de negócios de empresas no social media. “Desde sua fundação, a Le Fil busca fortalecer o conhecimento de seus clientes e executi-

Socorro Macedo, diretora executiva da assessoria pernambucana de mídias sociais

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O primeiro evento deste ano, teve o suporte e expertise do gerente nacional da SocialBakers, Paulo Henrique Gomes contou com presença de diversas organizações que vêm fortalecendo suas ações estratégicas nesta área

vos do mercado nas diversas áreas de conhecimento das míditer 1 milhão de fãs se esses nada fazem, não dialogam e nem as sociais. Realizamos grandes eventos em que já passaram dispersam conteúdo ou se engajam com a minha marca. mais de três mil pessoas, nestes cinco anos, e desde junho de Dessa forma, você acha melhor ter 1 milhão de fãs sem ativi2012 a empresa está apostando em um ciclo de pequenos dade ou 100 mil pessoas com muito engajamento? Em mídias debates chamado Le Fil Day, para que a troca dessas informasociais, o segundo, claro! Engajamento é o nível de envolvições sejam bem aproveitadas pelos participantes. Em 2013, mento, interação, intimidade e influência que um indivíduo iniciamos o Le Fil Day com debate sobre inteligência competitem com uma marca ao longo do tempo”, ressalta Macedo. E esta questão do engajamento se reflete no panorativa e engajamento em mídias sociais. Os debates acontecem ma geral que se tem das redes, com no máximo 30 pessoas, na segundo o consultor da SocialBaAssociação Brasil América (ABA) – Aflitos, no Recife (PE). A ideia é Em mídias sociais, não kers, empresa que monitora o crescimento dos países na rede e ajuda proporcionar um ambiente de troca podemos ter a mesma lógica empresas e profissionais a entendede experiências entre os participande mídias tradicionais, a rem e otimizarem os seus desempetes. No ano passado, realizamos nhos em social marketing. Para se eventos sobre as potencialidades do lógica broadcast. É preciso LinkedIn, CRM Social e a gestão de pensar em socialcast, no qual ter uma ideia de como isto avançou: em 2009 a margem de atualizações projetos em mídias sociais”, destaca está incluso a participação diárias somente no Facebook era Socorro Macedo, diretora executidas pessoas, onde muitos 23 e chegaram a 1440 em 2011. va da assessoria pernambucana de falam para muitos. Naturalmente, este índice tem relamídias sociais. ção direta com o aumento de usuáO primeiro evento deste rios que hoje são cerca de 66 milhões no Brasil. 60% da popuano, que teve o suporte e expertise do gerente nacional da lação está nesta rede social e, em sua maioria, na faixa entre 18 SocialBakers, Paulo Henrique Gomes, contou com presença e 34 anos, dos quais 54% agora são do sexo feminino e 40% de diversas organizações que vêm fortalecendo suas ações do masculino. “Para se trabalhar a atividade de uma página, é estratégicas nesta área, como Plaza Shopping, Tintas Iquine, necessário traçar estratégias que alcancem métricas, como o Grupo Pontes Hotel, Globo, Vivo, Sebrae-PE, Aliança ComuROE (Return On Equity, que em português significa mais ou nicação, Compesa e Banco Gerador. “Em mídias sociais, não menos 'Retorno sobre o Patrimônio'). Por exemplo, é preciso podemos ter a mesma lógica de mídias tradicionais, a lógica saber qual o dia da semana que as pessoas mais curtem a fanbroadcast. É preciso pensar em socialcast, no qual está incluso page. Para a Coca-cola, por exemplo, é o sábado e a marca a participação das pessoas, onde muitos falam para muitos. Na desenvolve ações que neste dia são mais efetivas”, pontua lógica de broadcast, quanto mais pessoas me seguem ou são Gomes, que frisa que conhecer a origem dos fãs é fator essenmeus fãs, melhor, mas na lógica das mídias sociais isso precisa cial neste processo que deve envolver conteúdo que seja curestar associado ao engajamento dessas pessoas na minha fantível, compartilhável e acionável. page ou na minha comunidade, por exemplo. De que adianta 33


PERFIL

Ao longo de 20 anos de atuação no mercado, o jornalista Jamildo Melo tornou-se um nome respeitado, renomado, e, para alguns, odiado. Mas, longe do conceito do “ame-o ou deixo-o” ou dos estereótipos que podem estar atrelados à sua carreira, está um profissional que assumiu o jornalismo com amor. Esta paixão do ex-aluno da Universidade Católica de Pernambuco pela busca de informações, pela investigação, pela notícia, lhe proporcionou nesta jornada grandes reconhecimentos profissionais. “Meu primeiro editor no JC, Mauro Gomes, me dizia sempre que a gente deve ser como o aço, que é forjado na porrada. Nunca tive medo de polêmica, de briga, de nada, por mais que tivesse sido pressionado, ameaçado, injustiçado, sabotado. Também vivo sempre na verdade, nunca me desvio dela, então fica mais fácil vencer todas as empreitadas em que me meto. Tive sorte de ter chegado ao jornal em outra época, quando havia equipes grandes. Eu podia passar semanas apurando uma matéria, até vir com um material rico, incontestável”, lembra o profissional que contabiliza diversos reconhecimentos ao seu trabalho. Em sua carreira, ele já conquistou, por exemplo, o Prêmio Cristina Tavares Tavares de Jornalismo (patrocinado pelo Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco) e o Prêmio Embratel, em 2000, com a série SOS São Francisco; o Esso Regional Nordeste e o Fiat Allis de Jornalismo Econômico (divididos com Angela Fernando Belfort), em 2001, com O Desmonte da Malha Nordeste sobre os problemas da malha ferroviária com sua privatização; e o de Vladimir Herzog de Anistia e de Direitos Humanos, em 2004, na categoria Reportagem de Jornal/Região Nordeste, com a série Anatomia da Violência, sobre a criminalidade em Pernambuco, produzida com uma valorosa equipe do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. “Quando comecei no Jornal do Commercio, já estava atuando na prática como repórter especial. Desta época, desenvolvi o gosto por investigar e colecionar documentos. Outro profissional que me marcou muito foi Roberto Tavares, editor-adjunto de redação. Ele insistia com a gente para ter suíte. Dar um furo é fácil, qualquer repórter com um pouco mais de sorte consegue um furo. Pelejar para manter o assunto no ar é que são elas. É um dever não esquecer o que você levanta. Há quem queira, claro, que alguns assuntos sejam enterrados o mais breve possível”, destaca Jamildo. E, seguindo este mesmo raciocínio, buscou manter 34

diversas facetas profissionais, inclusive, atuando durante um bom tempo no jornalismo econômico até assumir em 2006 um novo desafio: editar o “Blog do Jamildo”, alocado no site do Jornal do Commercio, no portal do Uol, que se tornou referência para quem busca informação atualizada em tempo real sobre política e economia. “Na verdade, não escolhi esse caminho. Nunca me imaginei pilotando um blog. Fui convidado pelo diretor de Redação, Laurindo Ferreira, a assumir o posto, há cerca de sete anos. O antigo Blog do JC estava definhando, com audiência em declínio. Aceitei o desafio, porque já tinha feito de tudo no jornal, entrei como estagiário de Economia e já estava há um bom tempo como repórter especial, com vários prêmios nacionais. Não tinha que provar mais nada para ninguém, mas vislumbrei ali a oportunidade de me reinventar. Adoro ter a areia movediça sob os meus pés, de modo a não me acomodar nunca. Só coloquei uma condição para aceitar”, comenta Melo. Helde Regis | JC imagens

Ivelise Buarque |

PRODUZINDO NOTÍCIA COM VALOR


Alexandre Severo | JC imagens

Marcelo Soares | JC imagens

Amildo recebe o Governador Eduardo Campos, na redação do JC Online

Amildo Melo ao lado da amiga Angela Belfort

E a condição foi transformar o espaço na blogosfera mais democrático com uma cobertura de assuntos mais amplo, indo além da conversa política. Desta forma, o blog falaria para todas as pessoas que se interessam por vários assuntos. E, no caso da cobertura do universo político, daria uma nova leitura, voltada para o leitor primeiramente. E esta proposta deu certo. “Hoje, chega uma pessoa e diz que acompanha política pelo blog. É massa, né, não? Sabe porque, não é chato, tem irreverência, instigação. Ousadia. Claro que a liberdade que eu tenho hoje é maior, foi construída. Não é a mesma que eu tinha no jornal, onde me reportava a um editor ou a diretores. O tamanho da tua liberdade é o mesmo da tua responsabilidade. Trabalho em uma empresa que tem valores muito fortes, compromissos muito claros, com honestidade, justiça e ética”, pontua ele. Contudo, para chegar até este patamar, o caminho foi difícil como em todo começo e, neste caso, para este jornalista, o percalço inicial foi dominar bem as ferramentas e lidar com egos e vaidades alheias. “Tive que enfrentar também o preconceito de alguns políticos, que tinham a boca torta pelo hábito vigente. Uma delas, uma figura menor, me disse que não iria mais colaborar com o blog porque não concordava com o direcionamento. Que direcionamento? Eu estava acabando de chegar. E o blog é reconhecido por ser super democrático, não tem espaço mais plural do que a minha coluna eletrônica. Não sou dono da verdade, nunca fui, muito menos em uma tribuna que pertence à cidade. Muitas vezes publico artigos com os quais eu não concordo, mas liberdade de expressão é isto. Eu era a pessoa certa no lugar errado, ao assumir o blog. Imagina um repórter sério, que ganhou a vida denunciando irregularidades, sabotando esquemas, denunciando safadeza de prefeituras, de advogados pilantras. De uma hora para outra, esse cara aparece na vitrine e pode ser atacado com a garantia do anonimato que a internet permite? Foi uma festa”, comenta. E, naturalmente, o repórter sério atrelou ao seu novo trabalho outra faceta sua: a irreverência, que proporciona

uma nova leitura da notícia ao leitor, que busca credibilidade e também algo mais. Afinal, o enfoque crítico ainda tem admiradores, apesar do jornalismo de uma forma geral caminhar cada vez mais para a bajulação, na opinião dele. “A palavra chave é credibilidade. Só que ela não se acha no lixo ou pode ser comprada com um desenho bonitinho na rede. Tem que dar duro, buscar sempre notícias exclusivas e relevantes. Não se envolver em campanhas. Para os mais jovens, não tem segredo. Tem que circular muito para ouvir, estar atento sempre. O tarde de hoje é o cedo de amanhã. E o tempo que você desperdiçou com pipoca, assunto besta, não tem volta. Não ingresse em nenhum partido, busque pensar com a própria cabeça, com independência, buscando sempre respeitar as diferenças”, reforça. Buscar esta credibilidade na blogosfera e no jornalismo online, inclusive, requer muito malabarismo porque, apesar de ser o mesmo produto em embalagem diferente, é necessário outro pique e uma capacidade de envolvimento maior com vários assuntos ao mesmo tempo. E neste processo, para se atingir o padrão que se deseja e alcançar um patamar novo e moderno, é preciso apuração focada e um relacionamento ampliado com fontes. “Ampliei sobremaneira meu número de fontes, posso checar informações com muito mais abrangência, há inúmeras vantagens. Um dos meus maiores prazeres hoje é lidar com meus auxiliares, Gabriela Lopez e Vinícius Sobreira, ver a evolução deles, o comprometimento com a notícia. Tento liderar pelo exemplo. Dou sempre feedback, para que eles vejam que podem melhorar, que vale a pena tentar se diferenciar O blog e o portal NE 10 também me ajudaram muito a trabalhar em equipe. Eu que sempre fui muito auto-suficiente. Como pessoa, foi massa me tornar uma pessoa cada vez mais tolerante. Perdoar os ataques gratuitos que você recebe porque está recebendo por estar ferindo algum interesse político ou econômico. Depois de um certo tempo, fica até engraçado, você tentar entender porque está sendo imolado em praça pública pelos fariseus”, diz Melo. 35


Amândio Cardoso | amandio@agenciacirco.com.br

ARTE É PUBLICIDADE Já estive aqui antes defendendo a minha tese de que a publicidade é arte. O que me leva agora a acreditar é no reverso da minha crença. Ou seja, cada vez mais me convenço de que a intocável “arte“, quando usada por seu criador, transforma-se em publicidade. Tão simples quanto isso. Observem: quem seria capaz de citar-me um artista contemporâneo que cria a sua obra, seja em que área for, e não a divulga? Jacques Villeglé, um francês que faz uso de propagandas dos anos 50 para, de forma muito peculiar, fazer colagens muitos legais. O cineasta japonês Takeshi Kitano, que tem sua origem laboral na TV e hoje é um dos grandes nomes do cinema de arte no mundo. Assim como o fotografo e cineasta americano Alex Prager; o artista plástico mexicano Damián Ortega, que tem as obras esculturais que mais se destacam na América Latina; bem como a australiana Patricia Piccinine, com suas figuras meio humanas, meio animal. Independente do tipo de arte que esses artistas produzem, todos eles divulgam os seus trabalhos. E isso pode ser comprovado nas redes sociais, com posts no Facebook, no Vimeo, com uma chamadinha no twitter levando ao site, ou até mesmo fazendo um belo post card ou com o bom e velho cartaz. Sinceramente, o que seria de uma artista, sem ZERO de divulgação? Sem divulgar, sem publicitar sua obra de arte, tudo o que ele faz seria um sonho onde só ele pode assistir. A arte é uma forma de sonhar compartilhada. E como compartilhar sem divulgar? Não sei. Infelizmente Vincent Willem Van Gogh não teve a oportunidade de “publicitar” os

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seus quadros. Se o tivesse feito, provavelmente não teria morrido como um mero desconhecido e pobre. Quero questionar até que ponto a arte não é de fato uma forma publicitária de você mostra ao mundo o seu sentido de ser. Enquanto muitos repetem a frase feita de que publicidade não é arte, eu prefiro acreditar que, não só isso é um equívoco, como o reverso dessa afirmação (e que dá título a este artigo) é mais do que possível. E ora, se um artista divulga o seu trabalho, acredito que isso é arte. Afinal, a forma dá sentido ao conteúdo na hora de divulgar, levando a obra a não se desvincular do meio. O cartaz é a prova cabal dessa simbiose. A história da propaganda começou com o cartaz, que nessa época era nada mais nada menos de que obras de arte impressas ou pintadas nos muros das cidades europeias. A arte revela-se como publicidade ao longo da historia, por outras questões muito mais relevantes. Como por exemplo, quando o catalão Joan Miró criou um cartaz contra o fascismo na guerra civil espanhola, ele claramente “publicitava” uma mobilização por uma causa política e social. Henri Matisse fez cartazes para as suas exposições... exemplos não faltam. Aqui em Pernambuco, cineastas locais agora fazem “teaser” (termo bem publicitário, diga-se de passagem) para literalmente divulgarem os seus novos curtas e longas. Ou seja, o que antes era chamado de trailer, agora é teaser. Se você é daqueles que já tinham uma resposta pronta para a questão “publicidade é ou não arte”, comece agora a pensar na questão inversa.


VENEZA BRASILEIRA

Calmaria, poucos pedestres, poucos carros, um “quase” silêncio que chega a assustar quem não tem o costume de ver e ouvir a capital pernambucana em um dia de domingo à noite. Momento raro da Veneza brasileira. Momento em que pede para ser contemplada. Esta é Recife. Que por muitas vezes, o tempo não permite que seja apreciada. Recife que merece ser admirada incansavelmente, como fazem João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira e Ascenso Ferreira. Recife das pontes, dos mangues e do Capibaribe. Recife do frevo, do galo da madrugada... dos grandes carnavais. Um Recife que, neste momento, transmite paz.

CÂMERA: NIKON D3100 EXPOSIÇÃO: 10 ABERTURA: F/16.0 DISTÂNCIA FOCAL:50mm ISO: 200

Tati Carvalho | taticbc@hotmail.com

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EU RECOMENDO

Nesta edição recomendamos apenas obras gratuitas, com links para serem baixadas na internet.

MUITO ALÉM DO PESO, de Estela Renner, Brasil, 2012, Documentário, 84 minutos. O documentário dirigido por Estela Rener e produzido pela Maria Farinha filmes, em parceria com o Instituto Alana, trata da obesidade infantil, epidemia que já atinge 15% das crianças no Brasil. Estela traz uma série de questionamentos sobre a publicidade dirigida às crianças. Ela alerta, dentre outras coisas, para a influência da propaganda, as estratégias da indústria alimentícia para vender e o alto teor de substâncias nocivas, como sódio, açúcar e gordura camuflado nos produtos que consumimos. Muito Além do Peso também traz dados chocantes como, por exemplo, o de que pela primeira vez temos uma nova geração com a expectativa de vida menor que a anterior. O filme documentário está disponível gratuitamente para streaming e download no endereço: www.muitoalemdopeso.com.br/ PUBLICIDADE PARA EMPRESÁRIOS: COMO ELABORAR UMA CAMPANHA PUBLICITÁRIA, de Anttonio Blanco, 72 páginas, Editora BMD1 – Consultoria em Marketing Digital Link:www.gestordemarketing.com/publicidade-paraempresarios-como-elaboraruma-campanha A obra escrita por Anttonio Blanco – publicitário que há 19 anos vem fazendo, vivendo e aprendendo em tudo que se refere ao mundo da comunicação e do marketing – é um excelente manual para todos os gestores, empresários e empreendedores que são responsáveis pelas ações de marketing em suas empresas e também para profissionais de comunicação, marketing e publicidade. Os capítulos abordam assuntos como Conceitos e definições de Publicidade, marketing, marketing digital, propaganda; a campanha publicitária - Tipos ou modalidades de campanha - Fluxograma e fases de uma campanha; Sistemas de pesquisa em comunicação; o Briefing; Criação; fases da produção gráfica; classificação dos veículos; distribuição estratégica das mídias; entre outros assuntos de grande interesse para quem precisa e deseja saber mais sobre como funciona o mundo da propaganda 38

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O TWITTER (VOCÊ JÁ APRENDEU EM UMA MESA DE BAR), de Juliano Spyer, 110 páginas, Editora Talk Interactive, Licença Creative Commons Link: www.gestordemarketing.com/page/downloadgratuito-do-e-book-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o Com 46 capítulos, o livro é dividido em três categorias: Tudo o que você precisa saber; Negócios, jornalismo e política; Uso avançado do Twitter. Trata-se de um manual prático com orientações sobre como encontrar pessoas, o que é seguir e ser seguido e como o serviço pode ser utilizado de forma simples e eficiente. “O Twitter está crescendo muito no Brasil. Cada vez mais, novos usuários entram nesta rede, aumentando sua relevância. Mas as dúvidas sobre o Twitter ainda são muitas. Por isso tivemos a idéia de produzir um manual prático. O material vai ajudar muita gente”, diz Luiz Alberto Ferla (@ferla), CEO da Talk Interactive. Segundo Ferla, o conteúdo tem ainda importantes dicas para quem deseja utilizar a ferramenta para fins corporativos e até para ações em campanhas políticas. A idéia do livro surgiu e foi desenvolvida dentro da Talk a partir das dúvidas que muitas pessoas têm em entender essa ferramenta e também sobre a dificuldade de muitos tuiteiros em definir o serviço. MARKETING DIGITAL 2.0, de Bruno de Souza, 262 páginas Link: www.gestordemarketing.com/page/downloadgratuito-do-e-book-marketing-digital-2-0 Neste livro, Bruno de Souza apresenta, em dez capítulos, os principais conceitos sobre como uma empresa pode tirar partido das estratégias de marketing digital. O objetivo é oferecer às empresas de médio e pequeno porte, e aos profissionais iniciantes, uma visão de como funciona o mercado e como empreender ações de sucesso. Bruno de Souza tem 24 anos, e mantém um dos blogs de comunicação digital mais conhecido do Brasil, o Marketing Digital 2.0. É também colunista dos principais sites de tecnologia e marketing do Brasil como Midiaboom, Blog da Geração Y na Exame, Webinsider e ResultsOn.




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