Revista Pronews nº 192

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ano XVII | nยบ 192 | abr de 2016



EDITORIAL | LUCIANA TORREÃO Em tempos em que os indivíduos nas redes sociais são os novos juízes “digitais”, donos da verdade e acham que podem tudo sem ser punidos, vale uma reflexão sobre a conduta e ética de cada um. Ou ainda, vale entender como aquela gafe cometida na vida social ou online, ou um deslize de um anônimo e até celebridades, vira meme e viraliza nas mídias sociais. A desgraça alheia é sempre motivo de escárnio. Antes de julgar e apedrejar pessoas e marcas, coloque-se no lugar

delas e imagine: se fosse você ou sua empresa o alvo? Há quem tire proveito e se dê bem e até ganhe com isso. Seja de modo oportunista em cima da bronca dos outros ou a partir do tal “fale mal, mas fale de mim”. O fato é: sua marca está na berlinda tanto quanto qualquer outra, e inspira muita cautela na hora de colocar conteúdo na internet ou vida real. Vale ficar alerta para, ao menor descuido, saber lidar com a situação de crise ou terrorismo de marca, como bem explica nossa colega e

ÍNDICE Agência MV2 (PE)

NOSSA CAPA 16

O digital leva o Brasil ao caminho de uma nova revolução no meio de comunicação

pesquisadora Izabela Domingues, em seu livro de mesmo nome, que já foi citado anteriormente em outras edições da Pronews. Pensando nisso, levantamos inicialmente essa questão da exposição nas mídias sociais como um fenômeno da comunicação, tendo como base a obra do jornalista britânico Jon Ronson, “Humilhado – Como a era da Internet mudou o julgamento público”. Vale conferir e refletir!

EXPEDIENTE DIRETOR-PRESIDENTE | Walter Lins Jr walter@revistapronews.com.br EDITORA | Luciana Torreão redacao@revistapronews.com.br REDAÇÃO | Ivelise Buarque, Juliano da Hora, Poliana Alencar redacao@revistapronews.com.br PRODUTOR GRÁFICO | Bruno Regis producao@revistapronews.com.br ASSINATURAS | 81 3426.6144 / 3034.6144 producao@revistapronews.com.br DISTRIBUIÇÃO LOGServiços (PE - 81 2123.1455)

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DADOS TÉCNICOS Impressão: Gráfica FacForm (81 3339.6566) grafica@facform.com.br Tiragem: 7.000 exemplares Formato: 22x30cm Tipologias: Swis721 Lt BT / Humanist521 BT Papel: Couché brilho 115g/m² Número de páginas: 40 As matérias assinadas por nossos colaboradores não representam, necessariamente, a opinião da revista. Produza a capa da Revista PRONEWS. Participe pelo e-mail: redacao@revistapronews.com.br

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revista de comunicação e marketing NE

PANORAMA 24

DESTAQUE 34

Lenovo amplia apostas no mercado nacional com linhas Premium

Desenvolvimento profissional e empreendedor é essencial no marketing digital

W’editora

A Revista PRONEWS é uma publicação mensal da Walter Lins Pinheiro Júnior Editora ME. Empresarial Tacaruna - Av. Agamenon Magalhães, 3341, sls 205/206. Torreão, RecifePE. CEP: 50070-160 Fone: (81) 3426.6144 / 3034.6144 3


ARTIGO | MARICI FERREIRA | PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LICENCIAMENTO

PUBLICIDADE DIRIGIDA ÀS CRIANÇAS NÃO FOI PROIBIDA A recente decisão do Superior Tribunal de Justiça, do último dia 10 de março, que julgou a abusividade de uma campanha publicitária da empresa Bauducco de 2010, intitulada “É Hora de Shrek”, nos trouxe algumas importantes reflexões, mas, ao mesmo tempo, grande preocupação, uma vez que a divulgação desta decisão trouxe manchetes equivocadas ao resumir que a publicidade dirigida ao público infantil teria sido proibida pelo STJ. Não foi isso que aconteceu, verdadeiramente. A empresa julgada traz importante reflexão ao mencionar que '... Não se trata de paternalismo sufocante, nem moralismo demais, é o contrário; significa reconhecer que a autoridade para decidir sobre a dieta dos filhos, é dos pais. E nenhuma empresa comercial e nem mesmo outras que não tenham interesse comercial direto, têm o direito constitucional ou legal assegurado de 4

tolher a autoridade e bom senso dos pais. Este acórdão recoloca a autoridade nos pais'. Quem acompanha o tema da publicidade infantil, debatido entre mercados, entidades e poder judiciário há pouco mais de 10 anos sabe que o mercado dedicado ao público infantil, de modo crescente, segue trabalhando suas estratégias com o objetivo de estabelecer uma comunicação adequada e pertinente com o seu consumidor. Acompanhando a repercussão do caso, podemos notar que a maioria da sociedade tem o pensamento comum: de nada adianta proibir a publicidade infantil se a família e a sociedade como um todo não estiverem envolvidas no sentido de formar a base de uma educação voltada para a autonomia, pensamento crítico e educação para o consumo. Veículos de comunicação a favor da proibição da publicidade

infantil se utilizam da hashtag #acabou para falar sobre o tema e de modo equivocado, agem com o intuito de induzir a sociedade a acreditar em um cenário que não é real. A decisão não proíbe e nem aborda a proibição das campanhas dirigidas ao público infantil, seja ela de qualquer segmento, mesmo o alimentício. Ela atacou a prática da venda casada, já debatida exaustivamente por nossos Tribunais. Acreditamos que os parâmetros da publicidade infantil devam ser estabelecidos de forma coletiva, com a participação de entidades, educadores, mercado e representantes da lei. Desta forma, estaremos contribuindo para o equilíbrio das relações de forma ética e democrática. Que essa seja mais uma oportunidade de todos os envolvidos na questão da publicidade infantil agirem com transparência e responsabilidade.


APP.COM

ADOBE PHOTOSHOP MIX Se você está cansado de baixar filtros e mais filtros que ocupam espaço e não te dão autonomia na hora de editar as suas fotos tiradas do celular, seus problemas acabaram! A Adobe traz o Photoshop Mix, que oferece os recursos de edição básica, mas também efeitos sofisticados, como a mistura de imagens através do uso de camadas, ajuste parcial ou total da foto, além de botões para publicação em mídias sociais. Para utilizálo, é necessário ter uma conta na Creative Cloud, a nuvem da Adobe. A vantagem desse cadastro é a sincronização: você pode começar a editar uma foto no aplicativo, salvar e abrir no computador. Gratuito, para Android na Google Store, e iOS na Apple Store

CASTBOX: O RSS dos podcasts Com a explosão dos serviços de streaming, o CastBox chega para ser a bola da vez no universo dos programas de debates e novidades em áudio. O app possui as mesmas funções básicas de um player de audio usual, como Spotify, Musixmatch e outros. A diferença é que sua interface é ao mesmo tempo estilosa e muito intuitiva, fácil de mexer. O Castbox é dividido em gêneros de podcasts, pelos quais você pode navegar é encontrar algum assunto do seu interesse, além de sugerir programas e canais. É possível personalizar a ordem de downloads, assinar e favoritar programas, escutá-los em ordem aleatória e muito mais. Disponível gratuitamente na Play Store do Google

KICKSTARTER: Controle do crowdfunding na palma da mão O app da rede de financiamento coletivo de projetos mais famoso da internet ganhou um aplicativo para deixar todo o processo ainda mais dinâmico, para autores e contribuintes das ações. Agora, o internauta pode navegar por milhares de serviços e produtos atualizados diariamente, e distribuídos em categorias. Através da aba de favoritos é possível acompanhar o andamento da arrecadação. Para quem deseja conseguir viabilizar um projeto, o aplicativo permite um contato em tempo real do andamento de todo o processo, facilitando a interação entre o público. Disponível gratuitamente na Google Play Store e Apple Store 5


TOP CASE

A BELEZA DA EMOÇÃO IVELISE BUARQUE O personagem Paulo Cintura (interpretado pelo ator Paulo César Rocha) da Escolinha do Professor Raimundo, do saudoso Chico Anysio, imortalizou nos anos 90 o bordão “Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa”. A frase marcou não só uma época como enfatiza bem um posicionamento numa época em que crescia a importância pela estética, fosse conduzida para bem estar e o cuidado físico ou simplesmente pela luxúria em si. Nesta época, a atriz Jane Fonda ensinava mulheres a trabalhar a boa forma através de vídeos pessoais sobre ginástica aeróbica e preparação física. E a propaganda no Brasil mostrava um lado mais intimista desta preocupação, inclusive em comerciais que abordavam a higiene em que as restrições ainda não eram como nos dias de hoje. “Interessei-me por propagandas ainda pequena, já como um vislumbre de que elas seriam parte importante da minha vida profissional. Dentre tantas propagandas que marcaram época e que tiveram um significado emocional para mim, por exemplo: o filme 'Mãe e Filha', da colônia Seiva de Alfazema, veiculado em 1988, na qual mãe e filha estão nuas no banheiro após o banho e a mãe começa a passar Seiva de Alfazema pelo corpo enquanto sua filha, bem novinha (imagino uns quatro ou cinco anos de idade) imita seus movimentos”, lembra Karina Milaré, presidente da Reds - Research Designed for Strategy (SP), empresa de pesquisa voltada ao mercado de consumo. O filme 'Mãe e Filha', da colônia Seiva de Alfazema, veiculado em 1988 6

Para a especialista em pesquisa de mercado, inovação e branding, apesar de trazer imagens que poderiam ser consideradas erotizadas e impróprias na propaganda atual, o que mais se reflete é a sua sensibilidade nesta relação, que enfatiza a questão da inspiração maternal. “Esse filme foi de uma sensibilidade ímpar, possibilitando que quem o assistisse pudesse de fato perceber a cumplicidade entre as duas. Nessa época, tinha acabado de fazer 12 anos, o início da idade da rebeldia contra os pais (principalmente contra a mãe) e lembro-me que este comercial despertou em mim a vontade de retomar a cumplicidade com minha mãe, tal como tínhamos na minha infância. A trilha sonora também ajudou muito, Billie Holliday, a cantora preferida, deixou o comercial ainda mais afetivo”, comenta Milaré. De fato, a bela campanha da Phebo para promover a Lavanda Seiva de Alfazema criada pela extinta Deck e dirigida pelo premiado diretor João Daniel Tikhomiroff, fundador e sócio da produtora Mixer. Ao som da bela canção “I'll Never Be the Same” de

Billie Holiday, o filme traz conceito simples, mas memorável que ressalta toda a cumplicidade que mãe e filha compartilham com o produto, com muita sensibilidade. E o resultado da investida contribuiu para renovar a imagem da marca e foi premiado nos principais festivais internacionais conquistando o Leão de Ouro em Cannes e Clio Awards, e ainda concorreu ao Grand Prix do Festival de Cannes de 1988. Premiações realmente refletem muito na referência de um case no mercado, e quando integrado a uma ideia íntima e pessoal junto ao público, é a prova de que campanhas bem pensadas e com apelo emocional se tornam as marcas da comunicação de produtos de higiene, beleza e saúde. “Tenho certeza de que todo mundo se lembra do comercial de Gelol, que dizia 'Não basta ser pai, tem que participar'. Essa frase tornou-se célebre e até hoje é repetida até por pessoas que nem tinham nascido naquela época!”, comenta Karina Milaré, sobre outro trabalho que está em sua memória afetiva, Para a profissional, o destaque principal desta propaganda é o fato de trazer um posicionamento


Gelol - 1984: “Na basta ser pai, tem que participar”

diferenciado, no qual pais precisam estar totalmente integrados na vida dos filhos, algo que já é comum nos dias de hoje. “Na época em que foi feita (1984) isso ainda não era uma realidade. Acompanhar filhos e filhas em suas atividades era uma atribuição predominantemente feminina. Por isso, acho que essa estratégia de envolver os homens na esfera emocional da criação e acompanhamento dos filhos, além claro, de execução primorosa, foi a grande 'sacada' deste filme. Do alto dos meus oito anos de idade, assistir a essa demonstração pública de afeto entre pai, filho e filha (não vamos nos

esquecer da irmãzinha que também enfrentou a chuva para ver o jogo de futebol do irmão) foi realmente marcante e envolvente”, enfatiza Milaré. Apesar da história da propaganda focada em saúde, beleza e bem estar, estar muito associada ao público feminino, a figura masculina também teve seus marcos em campanhas como a do carismático Homenzinho Azul da Johnson & Johnson, que estreou em filme de animação em 1978, com o objetivo de reforçar o produto hastes flexíveis e a importância de seu uso. “Com campanha do bonequinho azul lançada em 1974, o Cotonetes Johnson & Johnson foi trazendo ideia de carinho para adultos. Essa estratégia era muito forte a meu ver por dois pontos. O primeiro traz a essência da marca JJ, o carinho, do universo das crianças para os adultos, ou seja, a marca preserva seus significados associados à infância, mas amplia o target. O segundo traz uma ideia até então nova, pelo menos de

uma forma explicita na propaganda. A de que adulto também precisa ser cuidado e de que gosta de carinho”, recorda Cecília Russo Troiano, diretora geral da TroianoBranding (SP). Com o tema “Gente grande também precisa de carinho”, esse personagem gordinho, careca e simpático simbolizava um padrão real que poderia se comunicar com qualquer consumidores, independente dos padrões estéticos com muita simpatia. Produzido pela Start Anima, o comercial de 30”, também ajudou a posicionar os Cotonetes Johnson & Johnson como um produto com muitos usos e funções para vários públicos além do infantil. Com isso, ganhou Leão de Bronze no Festival de Cannes do mesmo ano, representou o produto em outros 20 filmes e ainda ilustra a embalagem dos Cotonetes Johnson & Johnson.”Esta campanha mostra uma verdade universal no ser humano, de gostar de ser cuidado. Aliás, nisso a JJ é mestre. Não é à toa o personagem

A campanha do bonequinho azul foi lançada em 1974, o Cotonetes Johnson & Johnson foi trazendo ideia de carinho para adultos 7


TOP CASE

“Dove, Retratos da Real Beleza”, criado para a marca pela Ogilvy & Mather Brasil ganhou projeção mundial, e trouxe esta evolução na propaganda ao trabalhar fora os estereótipos e mostrar que o belo está em cada uma

tem vida tão longa e segue até hoje nas embalagens. O eterno, o que fala com a alma do ser humano, não morre nunca”, reforça. Uma campanha mais recente trouxe esse mesmo espírito marcante e envolvente fugindo do conceito convencional: “Dove, Retratos da Real Beleza”, criado para a marca pela Ogilvy & Mather Brasil ganhou projeção mundial, e trouxe esta evolução na propaganda ao trabalhar fora os estereótipos e mostrar que o belo está em cada uma. E assim foi criado um filme de três minutos, que ainda ganhou a versão estendida como um minidocumentário de quase sete minutos, pensado para atender ao desafio de criar para a marca da Unlever uma campanha que incentivasse a auto estima positiva e inspirasse meninas e mulheres a perceber a sua beleza. “A campanha que mais me marcou foi veiculada pela Dove, nem é tão antiga assim, mas num mundo onde tudo muda por segundo... 2014 é quase século passado. A peça foi idealizada pela Ogilvy Brasil e o título era: Retratos da Real Beleza. Na verdade, foi minha 8

esposa que viu a campanha primeiro e mandou pra mim via e-mail. Só fui assistir ao filme uns quatro dias depois. Criativo, bem produzido, corajoso”, destaca Marcelo Caetano, diretor de criação da Viamídia Publicidade (BA). Na proposta, foram reunidas mais de oito mulheres de vários biótipos para se descreverem para o artista forense americano Gil Zamora, trainado pelo FBI e que trabalhava na área com o departamento de polícia de São José, para realizar seus retratos. Posteriormente, outras pessoas são chamadas para descrevêlas, e aí se discute a questão da percepção de como eu me vejo contra como os outros me veem. O case corajoso rendeu o prêmio global de Agência do Ano no Festival de Cannes e 35 Leões em 2013. E o conceito da Real Beleza permanece até hoje com destaque para chamadas em peças e em mídias sociais que reforçam a ideia de que “minha beleza vai além do padrão”. “Viu aí? Uma marca diretamente relacionada à beleza, dando uma sacudida nos padrões. Libertação e autoestima,

essa é a ideia. Ponto pra Dove”, completa Marcelo. Beleza, saúde e bem estar tem sido uma recorrência na propaganda moderna usando-se uma linguagem distinta do que se conhecia no passado, configurando-se que ser sentimental é fundamental. “A publicidade de alguns anos atrás, seguida sempre de um bom slogan, uma trilha encantadora, vez por outra parecia mais freqüente, era muito mais analítica, alegre e emocional. Não que hoje não exista, mas não conseguimos identificar com muita facilidade. Um roteiro bem pensado, uma trilha impactante com um toque emocional apurado e um slogan curto e bem encaixado, eram três ingredientes que juntos faziam um time perfeito que se perpetuam por décadas. Víamos um esforço de sensibilidade marcante. Muitas delas até hoje continuam imortais. Como bons perfumes e certas músicas, a boa publicidade nos transporta ao passado como também nos faz viajar como se estivéssemos naquele cenário”, comenta o empresário e consultor de marketing, Gilson Medeiros Jr.


COMEMORAÇÃO

ABA ELEGE NOVA DIRETORIA A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) elegeu sua nova diretoria para o biênio 2016-2018, e Juliana Nunes, VP de Assuntos Corporativos, Sustentabilidade, RH e Compliance da Brasil Kirin, é a nova presidente da entidade. Ela assume o cargo do até então presidente João Campos, presidente PepsiCo Alimentos, que passa a presidir o Conselho da Associação. Juliana é a primeira mulher a presidir a associação nos seus mais de 50 anos de história. Formada em engenharia de alimentos, atuou durante 20 anos na Unilever em diversas áreas como desenvolvimento de alimentos, logística, assuntos corporativos e sustentabilidade. Como VP da Brasil Kirin é responsável pelas áreas de relações externas, comunicação corporativa, assuntos regulatórios, entre outros. Juliana já faz parte do dia a dia da entidade tanto na diretoria como no Conselho e foi Presidente do Comitê de Relações Governamentais. A chegada de uma mulher à presidência da ABA reflete uma tendência muito discutida no mercado: o 'empoderamento' feminino. A ABA é um exemplo de instituição em que o equilíbrio se faz cada vez mais presente: hoje são mais de 15 mulheres no Conselho Superior e Diretoria Nacional, além de seis na diretoria do capítulo Rio, representando no total quase 50% do quadro. “Começo com um desafio: manter a excelência da última gestão. Digo isso, porque a ABA se transformou nos últimos dois anos, tanto em governança quanto em formas de trabalho inovadoras. Mas terei ao meu lado profissionais experientes, presentes em uma super diretoria e atuando no conselho, incluindo toda a equipe de altíssimo nível da ABA”, explica a nova presidente Juliana Nunes. Nos dois últimos anos, a ABA passou por série de mudanças desde o novo caráter dinâmico dos comitês, a criação do Grupo de Líderes e também de novos canais de comunicação com associados e uma nova sede administrativa. Mas o ponto forte foi a valorização do marketing como agente transformador dentro das empresas. “Acredito que o conceito de transformação atingiu todas as áreas de nossa atuação. Prova disso é nossa mais recente iniciativa, a ABAcademy. Nossa ideia é estabelecer parcerias com as principais universidades para a promover cursos nas áreas de comunicação e marketing”.

Juliana Nunes, nova presidente da ABA

O perfil inquieto da gestão do João Campos é partilhado por Juliana, que já adianta que um novo projeto da ABA deve buscar 'respostas' para a nova geração Millenium, em um comitê voltado para inovação. “Era um sonho tornar a ABA um agente transformador. Um sonho abrir novas frentes, aparar arestas, virar exemplo e ser motivo de orgulho para todos nós. Ao final de dois anos, todos os sonhos se tornaram realidade. E, com certeza, não sonhei sozinho. E se eles se concretizaram, devo muito aos meus parceiros de gestão, minha diretoria, apoiadores, patrocinadores, entidades do mercado, ao meio acadêmico, à WFA, à Sandra Martinelli e sua incansável equipe. E ao conselho da ABA – ao qual agora, nesta fase que se inicia, terei o prazer de presidir”, explica João Campos. A ABA elegeu, além da presidência, outros cargos de liderança que compõem a Diretoria Nacional e Conselho Superior. A partir deste ano, como 1º vicepresidente está Sérgio Pompílio, VP Jurídico e de Assuntos Corporativos da Johnson & Johnson. Entre os vicepresidentes estão Afonso Champi, diretor de Assuntos Corporativos – Brasil e Conosur da Ferrero; Antonio Totaro, diretor de Associações da Ambev; Daniel Aguado, gerente de Comunicação e Marca da TAM; Nelcina Tropardi, diretora Legal para PUB (Paraguai, Uruguai e Brasil) da Diageo; Newman Debs, vice-presidente Jurídico da Unilever; e Poliana Sousa, diretora de Marketing da P&G. Também foram eleitos representantes de outras empresas: Banco do Brasil, BRF, Cargill, Carrefour, CocaCola, Danone, Fiat, JBS, L'Oréal, Mars Brasil, Mastercard, McDonald's, Mondelez, Natura, Nestlé, O Boticário, Oi, Petrobrás, Secom-PR, Souza Cruz e Walmart. 9


FICHAS

VILLA LOBOS A Vale do Ave apresenta seu mais novo espetáculo: Edifício Villa Lobos. Empreendimento de alto padrão e localização privilegiada que começou sua campanha de lançamento desenvolvida pela Massapê nesse mês de março. A campanha está sendo trabalhada em TV, Rádio, Backbus, Outdoor, Internet e Midia Indoor. Agência: Massapê Comunicação (PE) Cliente: Vale do Ave Atendimento: Raul Cantarelli e Camila Montenegro Planejamento: Anselmo Albuquerque e Gabriel Tavares Direção de Criação: Henrique Pereira e Leonardo Siebra Direção de Arte: Henrique Pereira e Paola Fernandes Redação: Leonardo Siebra e Thiago Coutinho Arte Final: Flávio Maranhão Mídia: Natália Lelis e Bruna Albuquerque Produção: Tamires Vieira, Mariana Andrade e Mieko Nakazawa Aprovação: João Carlos Ferreira da Costa

ZERO DE SINAL Para divulgar a nova ação de incentivo de vendas da Construtora Dallas, chamada de “Zero de Sinal”, a agência O2 Comunicação criou uma campanha para veiculação na internet, com newsletter e ações nas redes sociais, além de material para panfletagem e envelopagem do stand de vendas da Dallas. As peças trazem as principais vantagens da ação de vendas, com destaque para os empreendimentos participantes. 10

Agência: O2 Comunicação (PE) Cliente: Construtora Dallas Atendimento: Yoran Junior Criação: Felipe Oliveira Mídia: Cláudia Gusmão Aprovação: Sérgio Arruda/Aline Melo


FATIADORES FAMOSOS A Seara dá continuidade ao seu posicionamento para o presunto da marca e lança campanha que traz Henri Castelli e Raul Gil no mesmo filme, em criação da WMcCann. A nova peça mostra que pessoas ficam tão distraídas na hora de comprar presunto, que não reparam e prestam atenção em mais nada. Ambientada em uma padaria, o filme se inicia com o consumidor desatento ao pegar a bandeja de presunto entregue pelo fatiador. Na sequência, vemos Henri Castelli no papel de fatiador, com olhar sedutor e trilha sonora envolvente. Mas ao entregar o pedido, a menina diz um desinteressado “valeu”. Por fim, Raul Gil é o fatiador que solta o vozeirão indicando a quantidade pedida: 250 gramas! E é surpreendido pela consumidora que pergunta se ele achou que ela não ia reparar. Quando finalmente parece que o apresentador será notado, a moça completa: Esse presunto não é Seara. Pode trocar. A embaixadora da marca, Fátima Bernardes, então convida o espectador a sair do automático e lembra que, além de ser uma delícia, o presunto Seara está com menos sódio e menos gordura. Agência: WMcCann (SP/RJ) Cliente: Seara CCO: Washington Olivetto Atendimento: Rafael Carmineti, Aline Garcia, Camila Machado Planejamento: Débora Nitta, Luciana Padovani, Maristela Raucci, Marilia Duran, Arthur Costa Direção de Criação: Eiji Kozaka e Marcelo Conde Criação: Carlos Eduardo Lopes e Eduardo Bragança Print: Carlos Eduardo Lopes, Eduardo Bragança e Renan Quevedo Mídia: Horácio Rosário, Ricardo Ikeno, Fabiana Ferreira, Henrique Fernandes, Theodora Mello, Mariana Cruz VP de Produção: Marcelo Hack RTV: Julia Seligmann

ESCOLINHA GARANTIDA

Agência: NewStyle (SP) Cliente: Danone Early Life Nutrition Atendimento: Alice Coutinho, Claudia Lopes, Erika Lopes, Flavia Godinho Planejamento: Thiago Nascimento, Julia Santos Direção Geral Criação: Claudio Xavier, Thomas Tagliaferro Direção de Criação: Marcelo Sverzut Criação: Leandro Gimenez, Kayran Moroni Mídia: Martina Azevedo Produção: Claudio Olimpio, Tatiana Monteiro, Marcelo Trevisan, Daniela Silva RTVC: Alessandra Costa Aprovação: Maria Camacho, Karina Carriço, Andreia Xavier

Em março teve início a nova campanha de Milnutri, marca de cereal infantil da Danone Early Life Nutrition. A estratégia de comunicação da marca foi traduzida pela NewStyle para criar a “Promoção Escolinha Garantida”, que irá premiar dez participantes com cinco anos de bolsas de estudo, além de distribuir mil prêmios instantâneos. A promoção acontece em todo o Brasil até o dia 10 de junho. A nova campanha de Milnutri Cereal Infantil ressalta os benefícios de uma nutrição adequada para o desenvolvimento físico e mental na infância, que impacta diretamente no crescimento e aprendizado. Além da nutrição, a escola é um elemento essencial para garantir que as crianças tenham acesso ao conhecimento em busca do seu potencial máximo. Foi pensando nisso que Milnutri Cereal Infantil lançou a “Promoção Escolinha Garantida”. A estratégia criada pela NewStyle contempla veiculação em emissora de TV aberta, rádios, mídia on-line, hotsite da promoção, além da comunicação com megaexposição em pontos de venda de todo o país. 11


DIGITAL

VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA O INBOUND? JULIANO MENDES DA HORA O inbound marketing tem sido a bola da vez na corrida pela atenção e a fidelidade do público. Nove entre dez gestores de conteúdo trouxeram essa pauta à mesa, contagiando outros profissionais e impulsionando o seu crescimento frente a outros modelos de trabalho na promoção de marcas, produtos e serviços. Em 2016, essa força deverá aumentar, de acordo com a última pesquisa divulgada pela Hub Spot, referência global neste conceito, acaba de divulgar um levantamento com cerca de 1.250 profissionais de toda a América Latina a esse respeito. E o resultado? Cada vez mais os modelos tradicionais de propaganda perdem espaço para as novas estratégias. Isso é explicado pela evolução do consumidor ao longo das décadas, que ficou mais atento aos seus direitos e às possibilidades de se informar, e partilhar suas descobertas entre os seus. O boca-a-boca cresceu e ficou mais esperto: todo aquele movimento de mão única (mala direta, feiras, telemarketing e outras) não é páreo para um público que faz por onde valer o seu poder de compra e os valores intrínsecos ao seu estilo de vida e consumo. O inbound trata o consumidor como alguém que precisa de ajuda, não como mero receptor de produtos e tendências, abordadas por vendedores. “O inbound marketing, por meio de estratégias online, busca ampliar e transformar uma rede de contatos qualificados em possíveis 12

consumidores. Para isso, é necessário conciliar com estratégias de marketing de conteúdo e se relacionar com seus clientes para que eles continuem como usuários de sua marca e também a divulguem positivamente”, explica a sócia-diretora da LB Comunica (SP), Camila Leoni. “Os erros mais comuns seriam ignorar essa nova era digital e subestimar os consumidores. Não adianta ter peças publicitárias bacanas e conteúdos interessantes, mas não conseguir entregar ao consumidor o que está prometendo.”

Rodrigo Souto, gerente de marketing da HubSpot no Brasil

E como funciona isso? Através do compartilhamento de informações relevantes, de uma forma criativa e prestativa, o público termina indo atrás daquilo que lhe apresentou tais valores. Isso gera três fatores mais que bem-vindos na promoção de produtos e serviços: identificação, fidelização e multiplicação de suas considerações a respeito da experiência em torno de seu consumo. Dessa forma, podemos

avaliar que não poderia haver época mais propícia a esta visão. Portanto, aqueles que se mantêm antenados com os avanços tecnológicos e a migração do potencial aquisitivo para os canais digitais tem maiores chances de vender mais com menos. Mas não se engane: não basta apenas soltar o seu conteúdo e esperar a magia acontecer. Além da criação, relacionamento intenso com o seu público é intrínseco ao trabalho na imensidão desse território. E nada melhor do que pautar seus próximos passos a partir das reações e feedbacks a serem colhidos. Ou seja, monitoramento constante. A pesquisa mostrou que nas empresas cujo ROI (índice de retorno de investimento) de 2015 foi melhor que o de 2014, 55% dos profissionais responsáveis tinham o hábito de revisar suas estratégias e resultados ao menos três vezes por semana, contra 40% nas companhias em que o índice diminuiu. Mas essa postura ainda está engatinhando nos trópicos. A América Latina apresenta a menor parcela de departamentos que monitoram os resultados: apenas 46% das empresas têm esse hábito, enquanto os vizinhos do hemisfério norte emplacam a marca dos 63%, enquanto a Europa, África e Oriente Médio respondem por 55%. Quanto ao perfil das empresas que têm o inbound marketing como rotina de seus planos de trabalho, as startups e os pequenos negócios saem disparado na frente. 88% das companhias com menos de 25 funcionários já estão praticando-o,


enquanto somente 44% das equipes acima de 200 pessoas estão atentas a esta evolução do marketing. De acordo com a pesquisa, o inbound está se destacando frente às estratégias tradicionais de marketing justamente por “agregar valor de uma forma mais rápida e sustentável do que o outbound, onde grande parte do investimento é direcionado para ações caras e pontuais, como comerciais ou eventos. Enquanto a resposta a um comercial é imediata, algo como um post de blog pode continuar gerando leads e vendas por meses e até anos”, explica o gerente de marketing da HubSpot no Brasil, Rodrigo Souto. Atrair, converter, fechar e encantar. Esses são os verbos essenciais dessa estratégia. O primeiro tem o poder de chamar a atenção de um indivíduo que não conhece a marca, através do uso de palavras-chave e postagens nas mídias sociais que possam oferecer o que ele procura. Se o conteúdo for eficiente, o desconhecido será convertido em visitante do canal que lhe proporcionou determinada

informação. Ele irá evoluir para cliente, fechando com as marcas ali presentes, que deverão fazer a sua parte, promovendo conteúdo dinâmico e personalizado, além de eventos e outras ações, que o encantarão de vez e o transformarão em divulgador. “As formas tradicionais de marketing estão se adaptando, e o ideal é aliar as estratégias para sempre melhorar e criar novas formas de alcançar o consumidor atual, que é altamente conectado e informado”, pondera Camila, que também ressalta a importância de não deixar a filosofia do inbound restrita à vivência interna das agências: os clientes precisam ser orientados para entender a necessidade desse tipo de abordagem. “Nossa principal atuação é nos segmentos jurídico, imobiliário, construção e decoração, engenharia ambiental, cultural e educação. Nós também os orientamos sobre a importância de estarem dentro dessa nova forma de comunicação e buscamos envolver, inclusive, os colaboradores das próprias empresas para participarem. É possível

apresentar resultados destes investimentos e notamos um retorno cada vez mais eficaz”, explica. Como se vê, o mercado está diante de uma boa oportunidade para incrementar negócios e estabelecer novos parâmetros no que se refere à excelência e ao compromisso ético com o consumidor. Para se ter ideia do quanto ela está crescendo por aqui, os brasileiros foram responsáveis por 33% das repostas e, se analisados isoladamente, mantêm os mesmos índices do total, com variação menor que 5%. Esta é a segunda vez que a pesquisa da Hub Spot é realizada fora do mercado da América do Norte, onde ocorre há sete anos. Ela ainda traz dados sobre a terceirização de produção de conteúdo, a relação entre o envolvimento de executivos e o aumento de ROI, e as influências do inbound nos processos de venda, entre outros pontos importantes. A íntegra do relatório está disponível na página oficial: br.hubspot.com/estadodo-inbound

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GIRO PITÚ NO ABRIL PRO ROCK Pelo sexto ano consecutivo, a Pitú ganha roupagem rock'n'roll e lança edição limitada de sua latinha de 350 mililitros em homenagem a 24ª edição do festival Abril Pro Rock. Três milhões de unidades do produto personalizado estiveram disponíveis no mercado de todo o Nordeste, com maior foco no Recife. A embalagem tem layout assinado pela agência Extra Comunicação e possui a mesma identidade visual criada pela organização do evento. Com vibração e personalidade fortes, valorizando principalmente as cores vermelha e amarela, a ilustração retrata um jovem “roqueiro” que revela no corpo tatuagens de diversos símbolos, como caveira, barco à vela, labaredas, guitarra e notas musicais.

SUAVE DESTINO Andorinha apresenta a campanha Suave Destino, que rompe com a tradicional linguagem da categoria de azeites e busca se aproximar do público com muito humor. Criada pela Ampfy e com a assinatura “Andorinha. Um toque suave no seu dia”, a campanha é composta por três filmes, que serão veiculados principalmente no Facebook e Youtube. Os vídeos, carregados de humor, apresentam alimentos vivendo conflitos humanos, que são suavizados com um toque de Azeite Andorinha.

BAILARINAS URBANAS Inspirada na delicadeza das bailarinas em contraste com os grandes centros urbanos, a nova campanha de O Boticário traz o lançamento da coleção de maquiagem Make B. Urban Ballet. Criada pela agência AlmpapBBDO, o filme estreou no intervalo do programa Fantástico, da Rede Globo. A novidade estará disponível nos 3.760 pontos de venda da marca, no e-commerce e com as revendedoras.No filme “Ballet”, dirigido por Paulo Vainer e Fabiana Serpa, da produtora Paranoid, uma bela bailarina encara, confiante, o espelho de um estúdio de dança enquanto se maquia. Bonita e firme em seus movimentos, outra bailarina executa harmoniosos passos de ballet no topo de um arranha-céu. Nos 30 segundos do filme, acompanhamos essas duas mulheres, que traduzem o espírito romântico e ao mesmo tempo cosmopolita de Make B. Urban Ballet, circularem sozinhas e decididas por cenários urbanos. Além do filme, a campanha terá anúncios impressos, mobiliário urbano, material de ponto de venda, estratégia para redes sociais, mídia display e editorial publicado na revista Vogue Brasil (edição de abril). 14


Carol: Reprodução | Instagram

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA No dia 22 de março foi comemorado o Dia Mundial da Água, uma data destinada a reflexão e discussão de temas relacionados à conservação e proteção desse bem tão precioso. Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do uso correto da água, a Companhia Águas de Joinville investiu em uma campanha publicitária diferente este ano, criada pela D/Araújo Comunicação. Visando não apenas a comunicação alusiva à data, a campanha traz apelo mais emotivo para sensibilizar a população sobre a importância do uso consciente dos recursos hídricos. Nas peças, o ator principal é um gato persa, daqueles bem ranzinza, que parece estar sempre de mau humor. Ele passa por diversas situações em que foge da água, mas ao final se rende quando sente sede. A mensagem principal da campanha institucional é: “Até quem não gosta de água sabe a importância dela. Você que gosta e precisa, dê mais importância ainda”. Foram criados três formatos de peças para a campanha: anúncio de página simples para jornal, filme para televisão de 30” e spot para rádio de 30”.

CAROL NAKAMURA NO MODA CENTER SANTA CRUZ Em uma iniciativa arrojada, a diretoria do Moda Center Santa Cruz, o maior centro atacadistas de confecções do Brasil, escolheu Carol Nakamura para ser a sua nova garota propaganda. A assistente de palco do programa Domingão do Faustão, que também é atriz e bailarina, vai estrelar a campanha das peças em vídeo, impressas e para as redes sociais do maior centro atacadista de confecções do Brasil. A beleza, o carisma e a simpatia de Carol Nakamura foram alguns dos requisitos para a sua escolha. A produção da campanha deve acontecer nas próximas semanas no próprio Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco.

FURIOSAÇO COM PÃO VERMELHO O Burger King apresenta o novo Whopper Furiosaço, delicioso sanduíche picante com pão vermelho elaborado com pimenta-malagueta. O lançamento é uma explosão de sabor a cada mordida, com suculento hambúrguer de carne bovina grelhado no fogo como churrasco, queijo, bacon, alface, tomate, maionese, pimenta jalapeño, cebolas crocantes levemente apimentadas e o molho Furioso. Para ajudar a promover esse produto para o mundo, em campanha global desenvolvida pela DAVID, a marca convidou o especialista em vulcões, o cocriador e apresentador do "Angry Planet" George Kourounis, para guiar quatro dos maiores entusiastas do ® Furioso de todo o mundo em uma grande aventura. Oriundos do Brasil, Espanha, Reino Unido e Alemanha, eles tiveram a incrível experiência de grelhar o hambúrguer no fogo da lava de um vulcão, capturado das profundezas do vulcão Pacaya, na Guatemala. O resultado é um Whopper mais Furioso do que nunca. 15


CAPA | TV DIGITAL

E ESSA TAL DE TV DIGITAL? IVELISE BUARQUE Um filho que sempre surpreende para o bem ou mal é uma forma de definir a teledifusão, que começou a dar os seus primeiros passos há cerca de noventa anos. Um fenômeno mundial que trouxe nova forma de informação, lazer e entretenimento, barata e gratuita,

para quantidade infinita de pessoas. Revolução na comunicação que alcança novo patamar no Brasil, que vem se movimentando desde 1996 para o sistema digital com a chegada das TVs por assinatura. Agora, concretiza-se na cidade de Rio Verde (GO), no dia 3 de março, nesta que é

a primeira no cronograma do governo a entrar de vez no mundo digital da televisão, obrigatoriamente até 2023. “A TV digital no Brasil é uma realidade, embora ainda recente e emergente. Existem diferentes modelos, sistemas e padrões de TV digital. Para definir o mais adequado para o país, é necessário um conjunto de especificações técnicas para a implantação do sistema. Ainda tem muita coisa a ser feita no Brasil, inclusive o desligamento do analógico”, diz Camila Leoni, sóciadiretora da LB Comunica (SP). A implantação da TV digital mexe completamente com o modelo da radiodifusão brasileira e aumenta a possibilidade de ofertas para o telespectador em termos de grade de programação, serviços adicionais e recursos interativos. Mas, de fato, o que deve ser questionado não são apenas os rumos que irá tomar com o desligamento do sinal analógico. Devemos nos perguntar, antes de mais nada, se estes supostos avanços Camila Leoni, sócia-diretora da LB Comunica (SP)

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Cleo Nicéas (PE), presidente da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe)

e inovações refletirão a diversidade, a pluralidade e as possibilidades que o novo sistema propõe. “No Brasil, do ponto de vista tecnológico, estamos na ponta do avanço mundial, uma vez que o padrão de televisão digital adotado aqui é o ISDB-TB, uma adaptação do ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), padrão japonês acrescido de tecnologias desenvolvidas nas pesquisas das universidades brasileiras”, diz Cleo Nicéas (PE), presidente da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe). A mudança na faixa 700 MHz de radiofrequências (mais especificamente, 708-803 MHz) vem sendo discutida e trabalhada de forma crescente com o seu aumento progressivo no setor fechado, e privado. Por determinações políticas, em meados dos anos 2000, foram ampliados estudos e pesquisas que avançaram e estimularam cada vez no país mais esta alteração da frequência, atualmente usada pela TV analógica.

O decreto n° 5.820, de 2006, selou o processo de modernização para proporcionar melhor qualidade do nosso sistema de radiodifusão e até instaurar definitivamente a democratização da comunicação e a integração digital da sociedade. “Na minha visão, estamos atrasados com a implantação, e isso está nos fazendo perder 'terreno' quanto à inovação que nosso padrão tinha frente aos demais, quando do tempo que foi adotado. E isso é um problema”, enfatiza o consultor de TV digital, Tom Jones Moreira (SP) do Forum SBTVD (Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre). A introdução desta nova tecnologia vem ocorrendo em vários países do mundo ao longo de quase 20 anos, e com previsão de concretização em pouco tempo, provavelmente. O que coloca realmente o Brasil atrás nessa corrida pela alteração da teledifusão. Estados Unidos foi o primeiro a finalizar as transmissões analógicas e iniciar transmissões exclusivamente em

formato digital, em 2002, com a adequação de todas as estações no país. No Japão, o processo se iniciou em 2003 e atingiu 84% dos domicílios (39,5 milhões) em três anos, após o seu lançamento em 2003. Apesar de ter sido a primeira a dar o pontapé inicial em 1998, Reino Unido, Inglaterra, alcançou 65,9% das suas residências com acesso em 2005. E como este estado da Inglaterra, diversos países da Europa e alguns da Ásia e da Oceania adotaram, começaram ou encerraram seus processos de implantação e transmissão com o novo padrão, antes do brasileiro. “A televisão digital tem avançado mais nos grandes centros, onde as emissoras têm feito maiores investimentos. Mas o Brasil tem mais de cinco mil municípios, e há certo atraso na implantação por parte das empresas radiodifusoras”, defende Marcelo Sampaio Alencar (PB), professor titular da UFCG e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações. Passamos definitivamente da era analógica e estamos cada vez mais no processo de modernização da difusão para proporcionar melhor qualidade do nosso sistema de radiodifusão, e até instaurar definitivamente a democratização da comunicação e a integração digital da sociedade. E este é um dos maiores desafios do país atualmente, de acordo com o próprio Ministério das Comunicações, que completou em fevereiro 49 anos. “A TV é a mesma desde os anos 50 no Brasil, e a chegada do sinal digital traz, além da imagem de alta definição e áudio de cinema, uma promessa de expansão do sinal, que pode chegar em áreas onde hoje o sinal analógico não chega. E com grande diferencial, que é com 17


CAPA | TV DIGITAL

Plataforma HDTV

qualidade. As pessoas esquecem que hoje o que se chama de área de cobertura da TV analógica não leva em conta a qualidade do sinal ou da recepção. Com a TV analógica, você tem chuviscos e chiados e isso está dentro da chamada área de cobertura como 'sinal recebido'. Na TV digital, como se trata de 0 (zeros) e 1 (um) ou você tem sinal ou não tem. Dessa forma, a área de cobertura pode finalmente ser entendida e estendida à populações que hoje só recebe chiados e chuviscos”, enfatiza Moreira. De fato, a realidade da teledifusão brasileira é o acesso restrito a alguns, a recepção de qualidade, seja em virtude do privilégio de recepção pela localização ou pela assinatura de planos da tevê paga. E, diante deste quadro, a revolução se faz mais do que bem vinda como ainda essencial para a sociedade, provocando disseminação e universalização de um sistema que 18

beneficie todos. Mas, apesar dos esforços, ainda há muito que ser feito e um dos passos para ampliar esse acesso à informação e entretenimento (e possivelmente novo instrumento de negócio) depende dessa expansão da nova tecnologia. “Este avanço permite mais facilidade para o cidadão a serviços básicos de informações e favorece uma mudança de comportamento, em que o consumidor passa de uma relação passiva diante do meio televisivo para uma atitude mais participativa, integrada e interativa. Além disso, o processo interativo favorece a inclusão digital, com projetos de educação à distância e treinamentos, dentre outros”, destaca Camila Leoni. Este sistema representa desta forma novo marco da história da televisão no país que desde 1960 já vivenciou quatro mudanças de impacto. E a adoção da TV digital talvez seja a revolução definitiva dos meios de comunicação, especialmente

para as novas gerações cujo acesso às mídias é multiplataforma. “A TV está mais do que pronta para ingressar na era digital, fato que para outros setores já ocorreu há certo tempo, como serviços, comércio, telefonia, entre outros, que já estão digitalizados há pelo menos 10 anos. Portanto, esse avanço segue o fluxo do benefício proposto pela tecnologia e, em minha opinião, só traz vantagens”, comenta Cleo Nicéas. Além disso, gera novas possibilidades e oportunidades no país, gerando novos mercados que se beneficiam igualmente com este avanço. “Primeiramente, há grande mercado para a substituição de todo o sistema analógico de geração, produção, edição, gravação, processamento e transmissão de programação digital. Há também um enorme mercado para a troca dos aparelhos analógicos pelos digitais, estimado em sessenta milhões de novos televisores, que deve ser


Marcelo Sampaio Alencar (PB), professor titular da UFCG e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Telecomunicações

aproveitado pela indústria. Além disso, existe mercado para produtos digitais associados à televisão, pouco explorado, para empresas de comunicação e propaganda que entendam o novo modelo, e para o comércio eletrônico em geral”, ressalta Alencar. Para o especialista, é importante que a iniciativa privada esteja alinhada com o processo para que a televisão digital possa atingir todos os lares e estimular esses negócios. É preciso o comprometimento e investimento na substituição dos equipamentos analógicos existentes, dando prosseguimento a este caminho sem volta para o novo momento da difusão brasileira. A TV digital carrega incrível potencial de aumentar radicalmente todas as capacidades que o mundo da tecnologia pode proporcionar para a sociedade e para o mercado. Uma questão importante que devemos considerar já que o país está realmente passando por avanço. Mas como ainda temos pendente a questão da interatividade e da própria inclusão digital, até onde podemos chegar? “No Brasil a discussão sobre a inclusão digital é recorrente e o Governo Federal inclusive criou o portal de inclusão digital, além de outros projetos desenvolvidos por governos estaduais e municipais. Mesmo com as iniciativas criadas, ainda há bastante coisa que precisa ser feita num país onde muitas pessoas não têm acesso à luz, educação e várias outras necessidades que são direitos básicos de qualquer cidadão”, diz Camila. EVOLUÇÃO DO FENÔMENO – As pesquisas para a tecnologia digital

começaram na década de 70 no Japão e foi progredindo dos estudos e experimentos iniciais para os formatos que estão sendo implantados no mundo. Um processo que tem caminhado de forma lenta se levarmos em consideração os avanços em outras áreas, além da comunicação. E no Brasil esta transição do sistema de TV analógico para o digital adotou um processo escalonado para que o público seja preparado para a nova forma de ver e encarar tevê, que será de longe parecida com o que já se conhece, quando acontecer o chamado switch off, termo em inglês que representa o desligamento do método tradicional. “Foi criado um modelo específico de tecnologia para TV digital no país, específico para nossa realidade. Para isso, foram realizadas pesquisas nas universidades e discussões com toda a classe. Ou seja, do ponto de vista do conhecimento e do desenvolvimento, nosso país só tem a agradecer ao processo de digitalização. Muitos profissionais foram capacitados e novas vagas e funções estão surgindo, o que também é um fator que coloca a digitalização no patamar de desenvolvimento social”, diz Cleo Nicéas.

Para o executivo, com larga atuação nos meios de comunicação, o novo sistema proporciona diversos benefícios que vão além da questão econômica. Haverá melhoria na qualidade do serviço que proporcionará um crescimento do mercado, favorecido pela evolução considerável de áudio e imagem de todos os canais. Mas, em sua opinião, este novo rumo da televisão brasileira abre uma nova janela para outros meios como o rádio, que também será beneficiado com esta mudança. “O espaço deixado pela TV analógica vai abrigar a migração do rádio AM para o FM, abrindo espaço para outro processo de avanço, que é a digitalização do rádio”, acredita o presidente da Asserpe. Desta forma, temos uma mudança no hábito de ver a tevê, que está entranhada na cultura do brasileiro e interfere no modo de pensar, agir e se relacionar com o mundo. Mas, também temos a possibilidade de maior interatividade e melhoria em outras mídias que ainda se mantêm ativas para a grande massa, e que também serão privilegiadas neste movimento. E isto justifica todos os impulsos para a implantação do digital, adequação das emissoras e 19


CAPA | TV DIGITAL consultor de TV, Tom Jones Moreira (SP), Forum SBTVD (Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre)

preparação das residências brasileiras para a revolução que lhes aguarda. “Apesar de algumas emissoras terem investido na interatividade em sua programação, por exemplo, com as votações para programas conhecidos como 'reality shows', ainda não há interação do público telespectador com os aparelhos de televisão, como previsto no padrão adotado no País. Por outro lado, há poucas ações para incluir a população de mais baixa renda, que estão restritas ao programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. Faltam ainda ações que proporcionem acesso nas escolas, principalmente no interior, à televisão digital como meio interativo de educação”, destaca Marcelo Sampaio Alencar. De fato, para o desligamento do sistema analógico até 2018, foi criada o que a imprensa chama de “Bolsa TV digital” que famílias começaram a ganhar e que envolve um pacote para preparação do sistema. Com a medida, os cadastrados no Bolsa Família devem receber todos os equipamentos (conversor, controle remoto, cabos e antena de recepção) para o sinal digital, que ainda facilitará a própria comunicação entre governo e o 20

cidadão com a estrutura adequada, por exemplo. Com isso, todos estarão oficialmente aptos para receber o sinal digital das emissoras e se beneficiar com as vantagens que isso proporcionar com as ações tomadas após a realização no dia 30 de setembro de 2014 do leilão da faixa de 700 megahertz em 2014, conforme edital n°2/2014SOR/SPR/CD-Anatel publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações. A iniciativa gerou a venda de quatro dos seis lotes oferecidos para empresas da faixa de 700 megahertz, radiofrequência que possibilitará além de tudo a expansão da internet 4G no país. No final da transição, os canais utilizados na banda de frequência analógica serão devolvidos à União e utilizados na ampliação pelas organizações de telefonia do novo serviço, que hoje só funciona na faixa dos 2,5 Gigahertz no país. Por isso, esta aquisição é essencial para as operadoras Claro, Vivo, TIM e Algar Telecom que saíram vencedoras e que precisam usar essa infraestrutura para comercializar a rede, numa frequência com maior poder de penetração e que acolherá

uma conexão superior a do 3G. “A interatividade é um sonho que o Governo 'comprou' e não pode entregar por motivos diversos, seja a falta de incentivo das emissoras em trabalhar com o Ginga, de um retorno comercial que pague a conta do desenvolvimento das aplicações, etc. A inclusão digital pode até ser atrelada à interatividade, mas ela é muito mais um fator de entrega da internet para todos do que realmente interatividade para todos. Existem algumas iniciativas isoladas e 'bem sucedidas' encabeçadas por emissoras publicas com o Brasil 4D da EBC. Mas o esforço e a demanda que isso tem empregado, talvez não se sustente comercialmente para as emissoras privadas”, diz Tom Jones. Para o especialista em sistemas digitais e inovação tecnológica, a digitalização dos serviços de broadcast tem muito mais a oferecer do que jogos e entretenimento dentro da chamada interatividade. Mais do que isso, pode contribuir para diminuir o abismo entre o governo e as pessoas através de serviços como T-GOV (Governo pela TV) e Facilidades de Acesso, que possibilita navegação em tevê para diversos usos sem se sair de casa, como realizar marcação de consultas, consultar à FGTS, entre outros. “O Brasil 4D é uma iniciativa neste sentido, mas não podemos negar que hoje temos outros meios como as tevês conectadas (smartvs), e até consolos de vídeo games que podem fazer isso de formas até mais inclusivas. O que falta é uma iniciativa principalmente dos fabricantes em enxergar que os serviços 'inclusivos' podem ser bons para os negócios. Se você é uma empresa e cria um


aplicativo que se comunica com o INSS, e isso facilita a vida da minha mãe que é aposentada, eu serei eternamente fiel a essa empresa. Afinal ela 'facilita' a vida da minha mãe, da minha avó, e que, por tabela, facilita a minha vida também. Até hoje as pessoas não enxergaram isso. Hoje os termos como Gameficação tem tomado os noticiários ditos técnicos, mas acredito que a grande sacada é a acessibilidade do que eu chamo de teleparticipante”, completa Moreira. O Brasil 4D é um projeto criado e desenvolvido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para oferecer serviços interativos destinado para a população de baixa renda que oferece interatividade e orientação sobre serviços públicos pela televisão, de forma gratuita, através da tecnologia Ginga, desenvolvida inteiramente no Brasil. Apresentado e debatido recentemente no “Seminário Internacional de Comunicação”, realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação - Secti, dias 18 e 19 de fevereiro, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife, o Ginga é uma ferramenta do Laboratório TeleMídia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que conectada aos conversores proporciona o recurso da interatividade. Com a tecla Ginga (Software brasileiro que permite interatividade), abre-se, por exemplo, espécie de aplicativo do Bolsa Família, com as datas de pagamento dos benefícios e as condições de acesso ao programa.

rumo à digitalização da televisão com a autorização de 4.986 canais digitais, correspondendo a 77% das geradoras e retransmissoras primárias de televisão no País, até o fim de 2015. Com isso, tivemos 1.796 municípios com ao menos um canal digital autorizado, quer dizer, cobertura de 68% da população brasileira. Agora, embora o desligamento do sinal analógico ainda esteja em estágio inicial, há um grande esforço para que a população de baixa renda tenha acesso à televisão, com todos os subsídios que a nova tecnologia permite. Para tanto, serão distribuídos cerca de 14 milhões de conversores com especificações que permitirão até as famílias com aparelhos antigos (de tubo, por exemplo) desfrutar do sinal digital e dos recursos de interatividade. “A entrada da digitalização nas TVs iniciou um processo de atualização estratégica de todas as emissoras abertas no País. Já podemos ver avanços na produção dessas empresas, uma vez que a tecnologia tem trazido para as TVs um novo universo que tem aglutinado também a produção de audiovisual local e de novos profissionais, que para o mercado só tem a acrescentar e possibilitar novos investimentos na produção de conteúdo”, comenta Cleo Nicéas. Para o Ministério, o avanço na

qualidade de som e imagem que se alcança com o novo padrão de TV digital possibilita que a programação das emissoras carregue uma riqueza maior de detalhes, o que torna a experiência ao espectador mais imersiva. E, por conta disso, as maiores emissoras têm feito grandes esforços na digitalização de suas estações, inclusive operando simultaneamente nas tecnologias analógica e digital durante o período de transição. Contudo, nem tudo é um mar de rosas, segundo alguns especialistas, no que diz respeito ao processo que corre em movimento veloz. “Temos um país continental e nunca houve dúvidas de que o switch off teria adiamentos, mas o entrave existe em diversos pontos focais como concessão de canais, prefeituras que são 'donas de canais analógicos' e não tem dinheiro para digitalizar. Todos esses pontos devem ser discutidos e não podem ser negligenciados”, diz Tom Jones Moreira, que considera que esses problemas de implantação estão em um calendário que busca privilegiar as teles em detrimentos do usuários final, o telespectadores. Em ritmo menos acelerado, pequenas e médias entidades têm solicitado canais digitais para iniciarem suas transmissões, de acordo com o Ministério das Comunicações. Pela

PREPARANDO TERRENO Segundo a assessoria do Gabinete do Ministério das Comunicações, procurada pela nossa reportagem, o Brasil vem caminhando a passos largos

Ginga-template 21


CAPA | TV DIGITAL Portaria MC n° 106, de 2 de março de 2012, somente é permitido que se utilize a multiprogramação nos canais consignados a órgãos e entidades integrantes dos poderes da União, e conforme o Decreto n° 5.820, de 29 de junho de 2006, os canais do Poder Executivo, canais de Educação, canais de Cultura e canais de Cidadania. Desta forma, considera que os esforços empreendidos pelos atores envolvidos na transição de tecnologias tem se mostrado importante para que a população possa desfrutar todos os benefícios que essa mídia pode oferecer, em seu entendimento: qualidade de som e imagem, os recursos de multiprogramação, mobilidade, interatividade, maior cobertura de internet pela telefonia móvel de quarta geração e uma utilização mais eficiente do espectro radioelétrico. E muito mais. Contudo, indo de encontro, ao que se espera, algumas dessas possibilidades estão fadadas para apenas alguns meios, como podemos ver. “Algumas emissoras brasileiras anseiam permitir a discussão de um novo marco regulatório para este setor no País. Para isso será necessário conhecer melhor as maneiras como a introdução da nova tecnologia digital poderá interferir e contribuir no cenário televisivo. Também é importante fazer o levantamento das formas de transição, estudos comparativos, categorização dos serviços e modelos de negócios. Além disso, analisar o impacto fiscal e na balança comercial”, acredita Camila Leoni. Assim, o processo como um todo poderá atender aos objetivos de inclusão social, cultural e educativa da população, inclusive a de baixa renda, que terá por meio do Ginga acesso aos serviços públicos sem sair de casa e as aplicações de entretenimento, tornando a experiência com a televisão mais dinâmica, para o 22

O grande ganho dessa digitalização é do cliente, uma vez que a qualidade do sinal vai poder ser visto em todo estado em ótima qualidade. Cleo Nicéas

Ministério. “O Brasil é um país com uma enorme área geográfica na qual ainda tem muitos lugares com problemas de necessidades básicas para a população, tais como falta de energia elétrica e saneamento. Isso tudo implica num grande desafio, mas com grandes possibilidades e oportunidades à frente. Este avanço permite mais facilidade para o cidadão a serviços básicos de informações e favorece uma mudança de comportamento, em que o consumidor passa de uma relação passiva diante do meio televisivo para uma atitude mais participativa, integrada e interativa. Além disso, o processo interativo favorece a inclusão digital, com projetos de educação à distância e treinamentos, dentre outros”, comenta ainda a especialista. O sistema de TV digital também trará novas possibilidades para o mercado de publicidade, de acordo com a assessoria do Gabinete do Ministério das Comunicações, que considera que o setor na mídia televisiva se manterá mais aquecido.

Analogamente, os anúncios comerciais na TV digital acabam por carregar uma quantidade maior de informação sobre o anunciante, dada a maior resolução da tela. E, consequentemente, ampliará a experiência do espectador com a interatividade através do acesso por dispositivos móveis, como celulares, tablets e aparelhos GPS. Mas, naturalmente, há outros fatores a serem levados em consideração sobre o que concerne à propaganda, o mercado e a nova forma de ver tevê. “O grande ganho dessa digitalização é do cliente, uma vez que a qualidade do sinal vai poder ser visto em todo estado em ótima qualidade. A livre concorrência no que se refere à imagem e som, que anteriormente dependia muito de investimento em antenas, equipamentos, câmeras, etc. hoje, todos esses equipamentos estão mais acessíveis e esse avanço, proporcionalmente, vai incrementar o investimento em mídia no estado e no Brasil”, comenta Cleo Nicéas. O cenário do setor mudará consideravelmente no que diz respeito às ações de comunicação das empresas, uma vez que as campanhas de marketing tradicional tinham determinadas restrições que o sistema digital não tem. Um exemplo disso é que a ações de marketing digital podem ser medidas durante o andamento da campanha, coisa que é muito mais complicada no processo que conhecemos hoje. E isso está além do que se conhece até o momento em relação à presença da internet no cotidiano da mídia televisiva, como o consumo de programas on demand, votações por meios interativos e outras ações que ainda mantém um comportamento passivo do telespectador. Uma questão que pretendemos abordar em outra matéria em sequência sobre o assunto.


CONECTE-SE www.whythelongplayface.com/

www.instagram.com/ canibalvegetarianogram/

WHY THE LONGPLAY FACE? Steven Lear é um londrino que durante o dia trabalha como atendente de uma loja de discos, mas ao sair do expediente, transforma-se num artista digital que desenvolve pôsters que misturam personagens famosos de filmes com capas antológicas dos discos mais famosos da história da música. Entre as misturas, Han Solo de Star Trek no lugar de David Bowie na capa do disco “Heroes”, ou a cabeça de Nicholas Cage no corpo de Prince, em capa do segundo disco do astro Black de 1979. É possível comprar reproduções ou encomendar alguma ideia sua.

CANIBAL VEGETARIANO O artista gráfico e escrito baiano Gabriel Pardal resolveu colocar em desenhos aqueles sentimentos que surgem e não esperam para serem ditos, e nem se importam quais meios serão utilizados para tal. Tudo está registrado num caderno que a partir daí vai para o universo digital, misturando cores, rabiscos, frases, fotos e desenhos, que dialogam sobre questões existenciais e sociais com muito humor e delicadeza. Ele encoraja as pessoas a reproduzirem, desde que seja dado o crédito. Que tal conhecer o trabalho dele?


PANORAMA | LENOVO

TRAJETÓRIA SÓLIDA RUMO AO FUTURO IVELISE BUARQUE Inovação, eficiência e satisfação é a tríade que movimenta o modelo de negócio da Lenovo, por assim dizer, empresa do setor de tecnologia que tem apostado cada vez mais na expansão do portfólio, alto desempenho e comunicação, seja institucional e comercial tanto na mídia tradicional como na digital. Afinal, informação e relacionamento são tudo nesta nova era pautada pela novidade, renovação e novas visões para um mundo mais prático e conectado, o que faz com que o caráter visionário seja fundamental no cenário empresarial. “A Lenovo é uma empresa que tem a inovação e alta performance em seu DNA. O novo posicionamento da marca no mundo é 'Innovation never stands still', ou seja, a inovação nunca fica parada, estagnada. Como exemplo disso, recentemente anunciamos seis novos produtos no Brasil com especificações que devem ditar as próximas tendências no mercado de PCs mundial. São equipamentos de primeira linha das linhas Yoga, X1 e Y, até então inéditos no país e que serão lançados durante o primeiro semestre de 2016”, comenta Sergio Friedheim, diretor de Marketing da Lenovo Brasil. Numa tacada estratégica, a Lenovo realizou em São Paulo grande evento via streaming através de link na fanpage da marca no Facebook (www.facebook.com/lenovobr), na qual o público poderia acompanhar todos os detalhes ao vivo e em tempo real a apresentação da companhia dos novos modelos de produtos no 24

Brasil: o Y700, o Yoga 900s, ThinkPad X1 Carbon, ThinkPad X1 Yoga, ThinkPad X1 Tablet e o ThinkPad X1 AIO. “O atual portfólio de produtos da Lenovo atende diferentes públicos com linhas segmentadas, desenvolvidas para atuar com alta performance frente às diferentes necessidades dos usuários. Buscamos entender o que o consumidor precisa para entregar o produto mais robusto e inovador possível, com nosso posicionamento Premium. Exemplo disso é a nossa linha Yoga, uma das primeiras do mercado a apresentar o modelo híbrido – que permite que o notebook funcione em quatro modos (tablet, notebook, tenda e apresentação) – e tem opções disponíveis no varejo com o Yoga 900 e o Yoga 500, e lançamentos durante esse primeiro semestre do Yoga 900s e do ThinkPad X1 Yoga, o único da linha focado no mercado corporativo”, destaca Friedheim.

ideapad 700 15” in Black Windows 10

Em novembro de 2015, a Lenovo já circulara por várias capitais do país, em especial do Nordeste numa ação estratégica, dentro de um trabalho estratégico de comunicação para integrar a imprensa à marca e ao seu Yoga 500, o mais recente no

mercado de híbridos àquela época, reforçando o conceito desta nova maneira de navegar em um PC que também é um tablet e que pode ser usado de quatro modos diferentes com alta qualidade e performance. E tudo isso num processo de reposicionamento do grupo que desejar ampliar cada vez mais a sua presença no mercado nacional e na região. “O Nordeste é um mercado muito importante para a Lenovo. Acreditamos não somente no potencial do mercado como também na rapidez com que os nordestinos adotam novas tecnologias. No final do ano passado, realizamos eventos para o lançamento da Linha Yoga 500 em duas praças da região: Recife e Fortaleza. Acredito que isto demonstre a importância deste mercado para a Lenovo. Trabalhamos em parceria com uma série de varejos regionais e temos uma equipe de campo que vive e trabalha em cidades estrategicamente importantes para a marca”, lembra Sergio. Apesar da Lenovo manter em sigilo estratégias particulares da empresa e números específicos de investimento dentro de suas áreas, a marca assume que a principal meta é expandir o conhecimento dos brasileiros sobre a marca Lenovo com as novas campanhas de marketing recém anunciadas. “Ainda somos jovens no Brasil, com pouco mais de uma década de atuação local, e estamos investindo fortemente em nosso posicionamento premium, com produtos que tenham inovação em seu DNA. Quanto à marca Moto, o que posso comentar é que ela vai


continuar a existir, assim como a Motorola, sendo enfatizada em nossos produtos, porém insisto que qualquer pergunta sobre a Motorola deverá ser feita à nossa divisão Mobile”, enfatiza o diretor de Marketing. Hero Shot Silver Apesar da Video Beach história do desenvolvimento da voltam para a comunicação que hoje Lenovo ter iniciado na década de 80, está pautada em três campanhas (de com a compra da unidade de PCs da Yoga, X1 e Entreprise), que são as IBM, a companhia só chegou ao Brasil primeiras deste porte da companhia em 2006. E neste período a marca no Brasil. “Anunciamos recentemente investiu pesado em sua presença no três campanhas de marketing de mercado nacional da mesmo forma alcance nacional para as linhas Yoga, que no cenário mundial, no qual já se X1 e Enterprise, criadas em parceria destaca como líder mundiais em PCs com as agências Ampfy e Talent. há 11 semestres seguidos, com Segmentadas, as ações impactam do market share de 21,6%. Uma público corporativo ao jovem e foram conquista mais do que expressiva em desenvolvidas com base em pesquisas um setor concorrido em que alcançar globais da Lenovo – sendo que é a posição significativa no ranking é um primeira vez que a empresa faz diferencial para o posicionamento investimentos desse porte no enquanto negócio. “O mercado de mercado local. O objetivo é que o tecnologia, e especificamente de PCs, brasileiro conheça cada vez mais é extremamente competitivo. nosso portfólio completo, com o Sabemos que o Brasil está passando DNA jovem e inovador”, reforça por um momento desafiador nos Sergio. Um investimento que se indicadores macroeconômicos, complementa às ações em contudo estamos prontos para a comunicação espontânea retomada do crescimento da nossa

desenvolvida pela Hill+Knowlton Strategies para a divisão de computadores, alinhadas com as estratégias desenvolvidas pelas agências responsáveis pelo marketing e as campanhas. “Nossa equipe interna é responsável por gerenciar e administrar os processos que envolvem esse relacionamento entre agências. E tudo é trabalhado para que a comunicação geral da Lenovo seja sempre coesa”, completa o diretor de marketing. E com isso, todo o escopo das ações da companhia fica alinhado e estabelece mais integração com o público que pode acompanhar ainda todas as informações e novidades pelas mídias sociais, na qual também conseguem estabelecer um relacionamento próximo. Em sua fanpage, a Lenovo conta com uma média de 705 mil curtidas com cerca de 46 mil pessoas falando sobre a marca, além de 233k seguidores no Instagram, 117 mil seguidores no Twitter, 9.453 inscritos no Youtube com 1.845.169 views e ainda 297.124 seguidores com 9.161.383 visualizações no GooglePlus.

economia, apostando em novas tendências e também trazendo a inovação e robustez que está no DNA da companhia para todo o nosso portfólio”, diz. Acreditando assim que os desafios no Brasil compensam, a Lenovo não só aposta no desenvolvimento de inovação constante, como numa produção local com uma das fábricas mais modernas da companhia no mundo, na cidade de Itu, em São Paulo, onde fabricam produtos para o consumidor, para empresas e também servidores. Da mesma forma, as apostas também se Sergio Friedheim, diretor de Marketing da Lenovo Brasil 25


INTERNET

TRIBUNAL DIGITAL Como a busca por deslizes virou a principal norma de comportamento digital JULIANO MENDES DA HORA Quem nunca achou graça nos perfis fakes que de tempos em tempos, tomam a internet de assalto, com tiradas engraçadas e memes escoados em escala industrial? Atire a primeira pedra quem nunca se esbaldou de rir e compartilhou com os colegas de trabalho algum vídeo contendo barracos ou gafes atribuídas a pessoas comuns ou celebridades? E o mais importante: quem nunca pegou o balde de pipoca e correu para os links das polêmicas digitais para assistir o show de horrores dos comentários? O lado ruim disso tudo é que a sua marca não está livre disso, e o cenário atual inspira muita preparação e cautela na hora de escoar o seu conteúdo na internet. Os primórdios da internet pareciam promissores: pessoas comuns tiveram acesso pela primeira vez a ferramentas que permitiam ver e serem vistas, sem o intermédio das mídias tradicionais. A interatividade e a velocidade nunca caminharam tão juntas quanto nos últimos anos. Sendo que a espontaneidade com a qual tratamos nossas relações mais próximas foi aplicada na rede, desencadeando uma série de eventos que trouxeram questões e a urgência de debatê-las. O cenário recente de debates acalorados nas redes sociais mostra o quanto ainda temos a aprender a respeito de liberdade de expressão, opinião, preconceito, recorte da informação, valores, injúria O jornalista britânico Jon Ronson, e seu livro “Humilhado” foi lançado recentemente no Brasil, pela Editora Best Seller 26

e difamação. Não são poucos os estudiosos e profissionais que se deparam com esse fenômeno, e a mais recente publicação veio do jornalista britânico Jon Ronson, cujo livro “Humilhado – Como a era da Internet mudou o julgamento público” foi lançado recentemente no Brasil, pela Editora Best Seller. O livro tem seu início a partir de uma questão aparentemente inofensiva, como o surgimento de um perfil falso do autor no Twitter, em 2012. O que para alguns poderia ser um fato sem a menor importância, transformou-se numa bola de neve quando Ronson descobriu que o perfil era, na verdade, uma experiência acadêmica de spambot autônomo de postagens aleatórias na internet. A partir do momento em que ele viu alguns de seus seguidores e pessoas do seu convívio seguindo e interagindo com seu clone digital, a coisa deixou de ser inofensiva e passou a ser preocupante: aquela

combinação de logaritmos estava reescrevendo a sua persona, fazendo com que ele corresse o risco de deixar de ser visto como um jornalista respeitado e se transformar num internauta que passava o dia escrevendo sobre comida e tecendo comentários fúteis sobre assuntos dos mais diversos. Essa experiência o fez refletir sobre a grande quantidade de casos onde pessoas eram alvos de situações que envolviam alguma espécie de humilhação e polêmica, com a participação da grande massa internauta. Muitas dessas situações ele só se deu conta de que não apenas havia observado, como também participou, integrado à multidão de juízes digitais que apontam, julgam e punem em tempo recorde, sem atentar para um recorte mais próximo e o peso que cada situação possui. A partir desse estalo, ele passou três anos entre pesquisas e entrevistas com os personagens reais


Izabel Nascimento, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Lindsey Stone, estudante entrevistada por Ronson

que estão imortalizados na internet. Alguns deles vítimas da falta de bom senso e timing, outras, culpadas pelo ego exacerbado, mas todos com vidas remexidas pelo avesso e cicatrizes que nunca fecharão. Palavras têm poder. E nas redes sociais, elas são amplificadas. A filologia tem dado uma ajuda valorosa na compreensão das transformações dos contextos sociais e culturais através do estudo de textos literários. E a internet não poderia ficar de fora da discussão. “Hoje eu diria que estamos diante de um novo tipo de escrita, que eu poderia chamar de 'resumo cibernético'. O gênero da postagem na internet é rápido, conciso e tende a um gran finale, apesar do enredo pequeno. Normalmente a pessoa quer deixar sua marca, ser "o cara", dizer a palavra certa e assistir a repercussão e o consequente compartilhamento do debate, muito embora temos exemplos de várias discussões que perdem seu foco. O que está em jogo é quem disse aquilo que soou impactante, mesmo que o que tenha sido escrito não tenha qualidade”, pondera a filóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Izabel Nascimento. E aí entra o tribunal das redes, onde sentimentos e desejos de reparo e controle vêm à tona. Em Março do ano passado, a marca de roupas Reserva (de Luciano Huck, campeão de gafes institucionais dos últimos anos) resolveu nortear sua nova

coleção combatendo o preconceito, a partir do uso de palavras que designam animais como ofensa a humanos. Estavam lá o macaco, a galinha, o veado e a baleia, ao lado de modelos que, segundo o senso comum e a equipe de criação, correspondiam aos estereótipos em questão. É lógico que isso repercutiu negativamente, e não adiantaria ninguém tentar dizer que “não foi essa a intenção”. “Sabe aquela frase 'ainda bem que não lêem meu pensamento'? Agora lemos. Não tem como se proteger desse risco, todos estamos abertos a isso. Portanto, mais do que nunca, é preciso muito estudo, muito planejamento e senso crítico na hora de soltar uma campanha”, pondera a publicitária Beth Almeida. “Infelizmente, isso pode até afetar boas sacadas da equipe de criação, mas é melhor não corrermos o risco de podar o crescimento do cliente. Hoje o target se expressa intensamente, para o bem e para o mal. Ele pode ser um apaixonado declarado, mas também pode ser uma criança birrenta”, afirma. E é na birra digital que mora o perigo. Entre as personalidades entrevistadas por Ronson, estava Lindsey Stone, uma estudante que trabalhava prestando assistência a idosos e jovens deficientes. Lindsey tinha um senso de humor afeito às frases nonsense e fotos irônicas e aparentemente inofensivas, como aparecer pisando na grama ao lado de uma placa que proibia tal ato. Ao

visitar um memorial de veteranos de guerra, ela não resistiu a um aviso que pedia respeito e silêncio, e fingiu estar gritando e mostrando o dedo médio ao lado do aviso. Foi o bastante para que recebesse ameaças de estupro e morte por milhares de pessoas. Um fato perigoso que Ronson conseguiu mostrar a partir de sua pesquisa, é que na internet, quem é acusado praticamente não tem direito à defesa. Internautas julgam e condenam, e o alvo de tudo isso passa por um processo de desumanização: em questão de minutos, pessoas e empresas são destituídos de sua parcela humana, transformando-se na personificação do mal, que deve ser combatido. Por isso, quem posta comentários negativos esquece que pode estar sendo preconceituoso, misógino, ou cometendo injúria e difamação pelo calor do momento, por achar que está fazendo um bem à sociedade. “Humilhado – Como a era da internet mudou o julgamento público” serve de alerta tanto para as interações pessoais quanto para as profissionais, e nos força a sair da zona de conforto e do raciocínio raso trazido pelo imediatismo da rede. Cada proposta, cada palavra a ser escoada necessita de tempo, mercadoria que não temos, frente a prazos apertados e clientes com fome de impacto e visibilidade. E agora, o que você prefere? Abocanhar seu espaço no mercado, ou ser engolido por ele? 27


APLICATIVO

OTIMIZANDO TEMPO E TALENTOS Startup pernambucana agiliza relatórios de clipagem através de aplicativo JULIANO MENDES DA HORA

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encomendaram um sistema que permitisse fazer o grosso de todo esse trabalho, bastando para o profissional apenas inserir os dados na plataforma, que posteriormente organizaria toda essa informação através de filtros, de acordo com as necessidades de cada ocasião”.

Como nós estamos em constante evolução, uma das novidades que estamos providenciando se refere à centimetragem do material publicado Ciro Luna

Todo jornalista tem um companheiro de profissão que é pesado, tedioso, mas indispensável na mensuração do alcance de seus clientes e no desenvolvimento de estratégias de comunicação para amplificar canais por onde se deseja escoar a informação. Invariavelmente, sempre chega a hora de encará-lo. Pode ser uma vez por semana, quinzenal ou mensalmente. Senhoras e senhores, com vocês, a clipagem! Só que essa companheira trabalhosa está prestes a perder sua carapuça de chata das assessorias, para adquirir uma postura mais leve e dinâmica, graças a um time de mentes criativas da nova cena digital de Pernambuco, a Badoque, desenvolvedora de soluções em TI. Sob a batuta do administrador Miguel Gaia, do designer Ciro Luna, dos desenvolvedores Hugo Bessa, Bruna Cruz e Hugo Freire, aos quais se junta a jornalista Suzana Valença especialmente para este projeto, o Clipping Box chega como impulsionador de produtividade aos profissionais do segmento de informação. “E tudo começou com demanda da Multi Comunicação, uma de nossas parceiras”, explica Gaia. “Como várias agências, a equipe da Multi sentia a necessidade de tornar mais prática a elaboração de relatórios e envio dessa coleta de dados aos clientes. Por isso, nos

A iniciativa tem um alcance de público bastante amplo: Ele tanto beneficia os profissionais de jornalismo, como também publicitários e as próprias agências

clipadoras, que poderão usar o aplicativo para entregar toda a apuração de acordo com o tipo de relatório solicitado pelas empresas contratantes. “Quem está do outro lado do balcão nem imagina a quantidade de trabalho envolvida no registro e organização dos dados que circulam pela mídia”, afirma Suzana. “Normalmente, depois de apurar onde o seu cliente foi citado ou apareceu, o profissional precisa separar essa coleta por tipos de feedback, quantos foram positivos, quantos foram negativos, verificar números que mostrem a evolução dessa presença midiática, entre outras coisas. O ClippingBox tem essa vantagem de organizar esses dados e nos entregar os números que irão nortear nossas próximas ações. E esse ganho de tempo é muito importante, pois passamos a utilizá-lo para o que realmente interessa, que é criar soluções estratégicas e criativas para os nossos clientes', explica. Entre os filtros presentes no Clipping Box, é possível encontrar matérias cadastradas por veículos, por editoria, por estados, por data, por uma série de tags que cortam drasticamente o gasto de tempo na organização desse material. “Como nós estamos em constante evolução, uma das novidades que estamos providenciando se refere à centimetragem do material publicado


JULIANO MENDES DA HORA

Hugo Bessa, Suzana Valença, Ciro Luna e Miguel Gaia

em jornais e revistas, por exemplo. Para os profissionais de comunicação, é muito importante saber quanto foi o espaço ocupado em uma página por seu cliente”, pondera Ciro Luna. Para quem acha que o Clipping Box só pode ser acessado por quem trabalha na área de comunicação, a equipe da Badoque inova mais uma vez, dedicando uma área do aplicativo totalmente dedicada aos clientes que desejam acessar o desempenho de suas campanhas. “Uma das demandas dos profissionais era justamente ampliar a visão de seus contratantes, para que eles entendessem um pouco melhor a respeito do trabalho realizado e do alcance que os bons profissionais podem proporcionar às suas marcas, produtos e serviços”, explica Hugo Bessa. A interface da ClippingBox

para os clientes dos jornalistas é simples e intuitiva, de modo que qualquer um pode realizar uma busca por palavras-chave, tendo os resultados dispostos na forma de um blog. “O Clipping Box, antes de ser uma ferramenta que otimiza tempo e recursos, proporciona segurança e confiança, fatores imprescindíveis para o sucesso de qualquer ação”, afirma Miguel Gaia. “Antes, quando o cliente queria rever uma matéria de meses atrás, era preciso parar o trabalho e ir até a pasta para buscar isso, e depois enviar. Agora, se ele quiser acompanhar a evolução do trabalho, também pode. É bom para as duas partes envolvidas no processo”, ressalta Suzana. “O nosso feedback tem sido fantástico. Um de nossos clientes nos revelou que antes, relatórios que levavam cerca de

quatro dias para ficar prontos, agora são feitos em quatro horas”, revela Ciro Luna. O ClippingBox está disponível em quatro pacotes. A versão gratuita, indicada para quem quer testar a ferramenta, permite o cadastro de três clientes e processa até 60 clipagens por mês. Os planos intermediários variam entre R$199 e R$299 ao mês, permitindo o cadastro de até 25 clientes e 750 clippings por mês. A versão ilimitada do ClippingBox custa R$499 ao mês e permite o cadastro de qualquer quantidade de clientes e clipagens. A contratação dos serviços ou o cadastro para testar a versão gratuita pode ser feito online mesmo pelo site: www.clippingbox.com.

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OLHAR ACADÊMICO

O DESIGN E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DAS EMBALAGENS DE BENS DE CONSUMO DOMÉSTICO IHIROSHI KOIKE, MESTRE EM CONSUMO, COTIDIANO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL PELA UFRPE E SÓCIO-DIRETOR DA EMBALLA DESIGN ESTRATÉGICO Quando terminei a graduação em desenho industrial, fui direto para o mercado. Queria logo pôr em prática tudo que aprendi em termos de design. Formei um escritório junto com mais dois sócios, colegas de turma. O negócio não evoluiu muito devido à nossa imaturidade administrativa na época e, a partir daí, me lancei de vez no mercado de trabalho como designer, mas sempre com o pensamento de um dia voltar à academia. Uma preocupação que sempre tive era como diminuir o enorme intervalo existente entre a universidade e o mercado. Acho que muitos (as) que sempre estiveram no mercado vão concordar com o que vou dizer: muitas teorias e pesquisas realizadas nas universidades ficam por lá mesmo, não tem aplicabilidade fora dos muros acadêmicos. Como se costuma dizer: “Na prática, a teoria é outra”. Ao voltar à academia e iniciar meu mestrado em consumo, 17 anos depois de concluir a graduação, esta preocupação voltou à tona com toda a força. Para me estimular inteiramente, era preciso uma pesquisa que extrapolasse as fronteiras acadêmicas e que revelasse ao mercado algum conhecimento que pudesse ser utilizado na prática. Como há muito tempo minha área de atuação profissional tem um foco maior no design de embalagens, nada mais natural que inserir este tema no meu problema de pesquisa. Foi então que uni algumas áreas de estudo que sempre tive 30

muito interesse: o design de embalagens, o consumo e a sustentabilidade ambiental. Porque, como designer, algo sempre me incomodou: sempre fiz projetos para encher os olhos dos clientes e consumidores, projetos atrativos, que sejam sucesso de venda e que tragam o máximo de retorno possível aos meus clientes. Até porque, se o meu projeto não vender, meu cliente irá procurar outro escritório de design para contratar. Mas é aí que reside o meu incomodo: ao fazer projetos que vendem bastante, estou contribuindo para este consumo desenfreado que aumenta a cada dia e que está literalmente acabando com os recursos naturais de nosso único planeta. Sim, único planeta. Porque se o mundo consumisse como os EUA, precisaríamos de cinco planetas Terra para sustentar o nosso 1 consumo . Como um designer de embalagens pode continuar a fazer seus projetos de sucesso e ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade ambiental de nosso planeta? Eis aí uma questão de difícil resposta. Se admitirmos a hipótese de que é o 2 consumismo quem mais contribui para a extrema degradação ambiental em que se encontra a Terra, como projetar embalagens para estimular o consumo e ao mesmo tempo, frear este consumo que está destruindo nosso planeta? É uma contradição de nosso sistema vigente. O tema de minha dissertação foi “O Design de embalagens e a consciência crítico-ecológica dos(as) con-

sumidores(as)”. Meu problema de pesquisa foi saber como as embalagens com apelos ambientais influenciam a escolha dos(as) consumidores(as). E esta pesquisa trouxe resultados interessantes, que comentarei a seguir. Para entendermos a persuasão das embalagens de bens de consumo doméstico perante os(as) consumidores(as) e os efeitos do consumismo no meio ambiente, temos que ter uma visão macro-sistêmica e dialética do problema. As embalagens precisam vender para trazer lucro para os fabricantes e varejistas, para que estes possam se desenvolver economicamente. Não há nada de novo nisso. Em nosso sistema voltado ao lucro, produto ou serviço que não se vende está fadado à extinção. E com tamanha concorrência em escala globalizada, não está fácil vender. Tudo que gera uma vantagem competitiva frente aos concorrentes não deve ser descartado nos planejamentos estratégicos das empresas. É aí que um bom design de embalagens pode fazer toda a diferença. Estamos vivenciando um período em que os discursos ambientais estão na moda. A mídia em peso está focando nesse problema. É uma questão a ser resolvida em escala global. As empresas viram aí então ótima oportunidade de negócios. Lançar produtos que se identificassem com essa parcela da população que está preocupada com a preservação ambiental. Produtos que, de alguma forma, ajudem na sustentabilidade do


meio ambiente. Mas como foi dito anteriormente, tudo vale para se destacar na guerra da concorrência. Foi aí que surgiu o greenwashing ou maquiagem verde, que são falsas declarações ambientais presentes nas embalagens, que confundem o(a) consumidor(a) que procura por produtos ou serviços que realmente reduzam o impacto ambiental. Voltando ao designer, como fica a sua situação? O que ele pode fazer para contribuir com a ecologia? Muitas teorias e técnicas apareceram nos últimos anos, como a do Zero Waste ou “desperdício zero”, a Ecological Footprint ou “pegada ecológica” e ainda o conceito do Cradle-toCradle ou “do berço ao berço”, onde todas as partes envolvidas no processo produtivo de um produto possam ser reutilizadas em novos processos produtivos, depois que estas partes forem descartadas. Dentro das conclusões da pesquisa, foi detectado que um produto ou serviço pode ser considerado ecológico se, em alguma etapa de sua linha produtiva, é realizado um procedimento que libere menos resíduos ou poupe algo (matéria-prima, água, energia, combustível, etc.) em relação ao procedimento normalmente adotado, então esse produto pode ser considerado ecológico. Por exemplo, se um designer utiliza menos tinta que o normal em um projeto, já pode dizer que este é ecológico. Se uma indústria utiliza menos água para fazer seu detergente concentrado, já pode chamá-lo de ecológico. Se um refil utiliza menos matéria-prima na sua embalagem do que a embalagem tradicional, o refil é uma embalagem ecológica. E assim por diante. Mas isto não é suficiente. Em um processo produtivo, existem várias etapas. Vamos pegar o exemplo de uma embalagem de sabão em pó: sua pegada ecológica começa com a Pro-

dução da matéria-prima (plantação de árvores certificadas de eucalipto ou pinus, por exemplo). Essas árvores são então retiradas e vem o Processamento (produção da pasta celulósica que irá ser transformada em papel cartão, matéria-prima da embalagem do sabão em pó). O próximo passo é o Acabamento da caixa (corte, vinco, impressão, colagem, etc.), que irá ser envasada pelo produto (que já é outro processo produtivo). Todas essas etapas citadas até aqui liberam resíduos (sólidos, líquidos e gasosos), consomem máquinas e materiais, mão-deobra e energia, que causam impactos ao meio ambiente. Continuando o processo, após ser envasada, esta embalagem segue sua Logística até o ponto-de-venda, onde será comprada pelo(a) consumidor(a) que a levará até sua casa. Após o uso, esta embalagem sofrerá o Descarte, que poderá ser de duas opções: ou ir para o lixo comum e acabar nos lixões ou aterros sanitários ou ser reciclada para novamente virar uma matéria-prima. Mas qualquer que seja o seu destino (é claro que a segunda opção é a melhor), o seu processo produtivo não pode ser desfeito. Então o que resta a todos os profissionais envolvidos em todas essas etapas da cadeia produtiva (Extração da matéria-prima, Processamento, Acabamento, Envase, Logística, Venda, Consumo e Descarte), incluindo os designers, é minimizar os impactos ambientais em cada uma delas. Minimizar, e não evitar, pois a única forma de ter um impacto zero é não consumir, o que resultaria em uma não produção. Mas falando em relação aos designers, somos obrigados a cumprir briefings em que a consequência final é o sucesso de venda do produto. Não é que o design seja o vilão da história. O designer apenas trabalha inserido em um sistema que coloca o desenvolvimento econômico

à frente do desenvolvimento social e ambiental. O desastre com a barragem da mineradora em Minas Gerais é um ótimo exemplo disso. Portanto, dentro de nossas possibilidades, temos que não só usar menos tinta em um projeto ou usar um papel reciclado. Temos que atuar em toda a cadeia produtiva e enxergar oportunidades de uma redução real nos impactos ambientais. Victor Papanek foi um dos primeiros (se não o primeiro) designers a criticar os “caminhos” que o “poder” do design estava tomando. Já em 1971 ele criticava dizendo que o design era uma profissão “fraudulenta”, mas pior ainda era o design publicitário, que se preocupava “em persuadir as pessoas a comprar coisas que não precisam, com dinheiro que não têm, para impressionar os outros que não se importam”. Gui Bonsiepe, outro renomado teórico do design, diz que o designer se distanciou da “solução inteligente de problemas” e se aproximou “do efêmero, da moda, do obsoletismo rápido, do jogo estético-formal” e da “glamourização do mundo dos objetos”. Com esta pesquisa acadêmica realizada, espero então contribuir com uma mudança de atitude por parte da indústria, dos consumidores e dos designers, visando uma ação honesta na preservação ambiental, mas mais do que isso, que deixemos de ser empresários, clientes ou designers, para nos tornamos cidadãos. Cidadãos de um único mundo do qual somos responsáveis.

Referências: 1. Segundo disse o Secretário-Geral da ONU, o chinês Sha Sukang, na Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. 2. De acordo com Giacomini Filho, consumismo é “... o consumo extravagante ou espúrio de bens e serviços”. 31


MUNDO ONLINE | DEBOÍSMO

DE BOAS COM A INTERNET Fanpage criada por adolescentes apresenta desempenho de gente grande JULIANO MENDES DA HORA Quando você iria imaginar presenciar o dia em que o bicho preguiça se tornaria um ótimo comerciante, com uma legião de fãs apaixonados, adquirindo seus produtos através de cartão de crédito, débito e até boleto bancário? Não, você não leu isso errado. Se você esteve antenado com os trending topics dos últimos meses, viu que a internet brasileira foi tomada de assalto pela carinha sorridente e serena deste simpático animalzinho. Pois depois de todo esse tempo, ele não só manteve-se na crista da onda, como profissionalizou-se, atento ao comportamento de seu público. Para quem não está situado na história, basta observar que 32 decididamente, navegar na internet não tem sido uma das tarefas mais prazerosas nos últimos anos. Se em casa a TV, o rádio e os jornais nos bombardeiam com notícias sobre escândalos, aumento de tarifas, crise econômica global e violência generalizada, na web a coisa não tem sido muito diferente. Com o poder de voz dos internautas, a discussão que antes circulava na mesa do jantar, na mesa do bar ou no elevador do escritório, agora está ininterruptamente conectada a nós, através das notificações em tempo real de nossos aparelhos portáteis. Mas uma turma resolveu utilizar o potencial positivo do espaço digital

Laryssa de Freitas e Carlos Abelardo dos Santos 31

para espalhar o bem e ainda faturar com isso. Os deboístas chegaram, e com um potencial de marketing poderoso. Em junho de 2015, fanpage (www.facebook.com/Deboismo/) criada pelo casal goiano Laryssa de Freitas e Carlos Abelardo dos Santos atraiu a atenção dos internautas com a figura simpática de um bichopreguiça. A figura onipresente do animalzinho e sua expressão facial que remete à calma era acompanhada por memes que pregavam a harmonia e camaradagem, com uma linguagem leve e engraçada. Os internautas, que estavam tão inseridos em discussões, blocks e bans em suas relações digitais e off-line, viram na iniciativa um sopro de brisa que trazia um sorriso espontâneo em meio a um clima tão pesado. Para quem ainda não entendeu (ou se recusa a fazê-lo), o

que o simpático bicho-preguiça prega é a reprodução de uma postura oriunda do humanismo secular, corrente filosófica que tem como base a ética e a razão, onde cada indivíduo tem responsabilidade sob seus atos e decisões, que possuem consequências sobre as quais ele deve refletir e encarar de frente, além de sempre focar a vida como uma busca pela melhor compreensão do mundo, através da própria história e da vivência e valores dos outros. Em outras palavras: convivência, respeito e camaradagem em prol do coletivo. Segundo seus criadores, “o deboísmo é um estilo de vida. Ser de boa não significa ser inerte ao mundo, não significa não debater, não significa se calar perante as injustiças. Significa não ofender as pessoas, argumentar de maneira lógica e sensata, sempre respeitando os direitos humanos. Ser de boa significa deixar uma discussão


acabar mesmo sem convencer o inimigo, mesmo se ele partir para ofensas, pois em todo bom debate uma ideia é plantada e eventualmente o sujeito voltará a pensar sobre o assunto. Calma e paciência e o mundo se tornará um lugar melhor.” Atualmente a fanpage que deu origem ao movimento conta com 635.040 curtidas e ampla repercussão em diversos veículos de comunicação. Até o Ministério do Trabalho pegou carona e utilizou essa filosófica repaginada em uma postagem no mês de setembro. “Clima chato no trabalho? Muita fofoca e tititi? Colegas querendo aparecer ou puxar o seu tapete? Pratique o deboísmo! Para que se estressar, se o que importa é trabalho bem-feito?” Diante de tanto destaque, o que era inevitável chegou: a página e a sua relevância cresceram, e quando se deram conta, tanto Laryssa quanto Carlos estavam disponibilizando considerável parcela do seu tempo para dar conta das postagens e parcerias que chegavam de outras fanpages e blogs. Quando perceberam que o meme do bicho preguiça funcionava como uma linguagem universal, sendo utilizado por muita gente que não queria perder o bonde da história, decidiram abrir a loja oficial e comercializar

camisetas e canecas com a carinha serena do mascote, aliada a frases espirituosas. Os criadores não revelam números, mas soltam algumas pistas do que está por vir, como conteúdo em vídeo e em outras plataformas digitais. Diante desse senso de

oportunidade, nunca uma frase fez tanto sentido quanto “em terra de tretas, quem se mantém de boas é rei”. E você, quando vai aproveitar para enxergar e promover um oásis em meio a esse clima quente e seco de crises e desafios a encarar?

Os 10 mandamentos do Deboismo são: 1º: Não tretarás com o próximo. 2º: Não deixarás pequenos problemas do dia a dia te atingir. 3º: Respeitarás pontos de vista diferentes e criarás opiniões independentes, com base em seu próprio raciocínio e em sua experiência de vida. 4º: Contagiarás o mundo com o deboísmo, fazendo de tudo para não provocar o mal. 5º: Farás amor e ficarás de boas, vivendo sempre com aquele sentimento de alegria e deslumbramento. 6º: Tentarás sempre aprender algo novo e deixarás a mente fluir. 7º: Só tomarás decisões importante após longas noites de sono e questionarás as tais verdades absolutas. 8º: Escutarás boas musicas. 9º: Manterás o corpo, a mente e a alma saudáveis, e estarás sempre disposto a perdoar o outro. 10º: Respeitarás a Mãe Terra, pois ela já estava de boa muito antes de você existir, e não farás com os outros aquilo que não gostaria que fizessem com você.

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DESTAQUE | SAULO ANDRADE

A ARTE DE COLOCAR IDEIAS E PROJETOS EM AÇÃO IVELISE BUARQUE Ser o melhor que pudesse ser como pessoa foi a principal meta na vida do especialista Saulo Andrade, coaching em marketing digital, que antes de tudo é um idealista por natureza. Pautou-se na excelência e na busca por relações ricas com aqueles com quem possa compartilhar o que a vida tem de interessante e, em contrapartida, o que pode ampliar a visão do mundo, o cenário profissional e os mercados em ebulição. Pode parecer controverso para o garoto tímido e introvertido, que vivia muito em casa e com poucos amigos, para o expert que mantém admirável network e impressionante rede de amigos, que contribuíram muito para a sua formação no peculiar universo online. “O Gil Giardelli é o profissional que mais influenciou na minha carreira. Acompanhava todos os seus passos (youtube, twitter, site, blog, palestras pelo Nordeste) até conhecê-lo pessoalmente em maio de 2011 e hoje ser considerado um amigo. Contudo, mais recentemente, me influenciaram o André Damasceno do O melhor do marketing e o Flávio Augusto da Silva do Geração de Valor”, destaca Saulo, que vem nadando contra as expectativas familiares e contra as próprias perspectivas convencional do setor. Com a vinculação de muitos dos parentes à ideia do emprego fixo e da carreira formal, inclusive, com trajetória em concurso público, Saulo Andrade enveredou por uma formação em coaching, que descobriu ainda na época em que integrava a 34

Federação Nacional dos Estudantes de Administração – Regional Pernambuco, quando dos investimentos iniciais na Administração. “Organizando o Encontro Pernambucano dos Estudantes de Administração vi no twitter do Administradores.com a matéria 'Coaching: descubra como acelerar sua carreira profissional', a partir daí me interessei pelo tema”, lembra. Para ele, este é um processo que visa ajudar o indivíduo a encontrar sua melhor versão de si mesmo, focada em tarefas, foco e resultado. Foi assim que deixou de lado os pontos de vistas dos pais e da família que acredita naquele ideal “coloca os pés no chão” e decidiu empreender, montar meu negócio, colocar ideias e projetos em ação. “Eu costumo resumir minha vida em A.C (Antes do coaching) e D.C (Depois do coaching). Antes era introvertido, muitos sonhos, ideias e pouca realização. As pessoas me subestimavam, era fácil me colocar 'pra baixo', tinha um certo complexo de inferioridade devido ao fato de descobrir quando criança que era adotivo, fruto de um abuso sexual da sobrinha de meus pais, que ao descobrir quis abortar porém seus tios me acolheram e a única coisa que sei até hoje é que ela mora na cidade do Rio de Janeiro”, comenta ele que assim conseguiu superar o trauma. “Minha primeira palestra foi iniciada contando a história que antes era motivo de meu sofrimento. Isso mesmo, até 2011, com 24 anos eu

não tinha contado a ninguém que era adotivo, pois não me sentia bem”, lembra. Depois desse processo transformador para o especialista, a vontade de empreender com o aporte nessa capacitação falou mais alto, e agora busca proporcionar novas formas de encarar os desafios e empreender neste admirável mundo novo da inovação com foco no Social Media e no Marketing Digital. Uma forma de alinha este foco profissional como a sua enorme relação e envolvimento com as novas tecnologias e as mídias sociais, uma relação antiga que começou ainda na infância. “Desde criança era apaixonado por internet, desde quando meu pai comprou o primeiro PC da casa, um Pentium II com Windows 95, preto e branco. Ele não permitia meu uso e eu esperava ele sair de casa, procurava o fusível do estabilizador que ele escondia e utilizava o PC escondido mesmo. Aprendi a amar essa tecnologia e as oportunidades que ela proporcionava, uma das principais era conhecer pessoas de várias localidades”, diz. Com o tempo, o interesse aumentou e essa conexão se materializou em oportunidades únicas para esse apaixonado como a do estágio em analista de mídias sociais na E.Life (2010), a aproximação com o mentor Gil Giardelli (2011). “Após realizar o sonho de conhecer minha referência na área, tive o prazer de participar do seu curso Redes sociais e inovação digital na ESPM-SP, a convite do mesmo e


pude conhecer diversos profissionais da área, por todo o Brasil e ao voltar pra Recife idealizei o I Pernambuco Social Media, primeiro evento de mídias sociais em Pernambuco, inspirado no Social Media Brasil que acontecia em São Paulo”, comenta. Este projeto inicial rendeu uma segunda edição, com o apoio da 7Pixel e Faculdade FBV Devry, que contou com nomes com vertentes distintas, com projeção e grande reconhecimento, entre os quais Erickson Monteiro do Plugcitários , Gabriel Oliveira e Danilo Rafael do Canal Putzvei, Gil Giardelli, sua referência no mundo virtual, e Murilo Oliveira, então sócio-diretor da iFruit que agenciava webcelebridades como Felipe Neto, e que hoje é sócio diretor da IWM Agency, agência focada em influencers marketing. Este evento deu oportunidade de blogueiros e youtubers locais se projetarem junto ao público, e lhe encaminharam para uma nova realidade: a profissionalização de um universo carente de reconhecimento também no mundo off-line. Foi assim que idealizou em 2014 o Buruçu na web, que reuniu cerca de 30 produtores de conteúdo (entre blogueiros, youtubers e criadores de conteúdo na web em diversas plataformas). “Esta proposta aconteceu na AESO Barros Melo, em Olinda, e contou com diversos nomes que compartilharam seu trabalho e interagiram com seus fãs: Whindersson Nunes, Kaio Oliveira, Ni do Badoque, Maria Claudia que está na edição do BBB 2016, Clarice Freire do Pó de Lua, Erickson Monteiro do Plugcitários, Iran Pontes do Design Culture, Diego Jovino do Suricate Seboso, entre outros, por imaginar um 'Buruçu' entre participantes e os seus fãs”, enfatiza. E assim começou projeto de integração da informação e orientação que muitos que atuam no meio online precisam, e a troca de

informações e conhecimento que muitos anseiam. A relação com o social media começou a se expandir num período em que o mundo web ainda engatinhava em Pernambuco, num momento em que vlogueiros, blogueiros, youtubers e tantos outros ainda se desenvolviam em termos de proposta e formação profissional. E por isso trabalhar na área não era tão fácil até alguns anos e, consequentemente, encarava-se

desafios para atuar e empreender neste setor à época, assim como ainda encontra-se alguns entraves que devem ser considerados. “Não era fácil. O que encontrava era uma certa 'panelinha' entre algumas empresas e profissionais da área. O principal desafio é realmente unir pessoas de qualidade que queiram somar, agregar ao mercado e à cidade com interesses mútuos e não apenas individual. Antes o difícil era conscientizar uma empresa da sua necessidade de estar

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DESTAQUE | SAULO ANDRADE presente no mundo virtual, hoje, até mesmo uma banca de lanches está presente”, diz Saulo. Ele se inspirou no Youpix, neste caso, com a proposta de reunir milhares de pessoas do mundo digital para uma algazarra junto aos seus fãs. Agora profissional, desenvolve trabalho específico para ajudar expoentes do mundo online a empreender com o aporte do coaching, proporcionando no marketing digital transformação necessária para aqueles que realizam seu próprio projeto em universo com suas peculiaridades. “Queria trabalhar com marketing digital e, após alguns anos de estudo e análise, percebi que mídias sociais se resumiam a relacionamento e relacionamento tinha tudo a ver com comportamento. E o coaching trabalha o comportamento e suas ferramentas de gestão e análise que podem auxiliar o marketing digital ao identificar o momento atual de sua atuação online e onde deseja chegar”, ressalta. A ideia, que surgiu após estudos e insights do amigo André Damasceno em seu curso Analista de mídias sociais, estimulou a decidi de contribuir para que os mais diversos profissionais da área potencializassem sua presença digital e formalizassem seus negócios digitais. “Os primeiros passos foram dados com os integrantes do projeto Buruçu na web, procuro me reunir com os mesmos e discutirmos que caminhos atingir para mais oportunidades ao mesmo de valorização de seus trabalhos”, completa. Para o especialista o coaching tem ajudado e pode contribuir muito mais nesta aliança com o social media, auxiliando no melhor entendimento do público em questão e das metas que precisam ser atingidas para que a presença virtual seja potencializada. “Empreender no mundo digital é muito importante porque nenhuma 36

outra mídia possui o alcance e o engajamento com o investimento feito no digital. E os blogs possuem um grande poder de alcance dependendo do seu conteúdo, diferencial (uma vez que há muitos, com mais tempo de acesso). E o coaching pode auxiliar nesse processo de entender melhor o comportamento das pessoas individualmente e em grupos”, destaca. Afinal, distante da imagem anterior dos grandes apresentadores e artistas que inspiravam multidões, a internet e a conectividade possibilitaram que uma leva até então ignorada tivesse o seu protagonismo, ganhando cada vez mais poder de influenciar pessoas, independente de poder econômico. “A internet nos colocou como protagonistas de nossas vidas, o anônimo se mostra ao mundo, as possibilidades desse fenômeno são infinitas. Ela é onipresente e móvel, fácil de se expressar e ter audiência, para quem ficava calado, quieto. Porém, nem todas as pessoas a utilizam da forma correta. Esse é um momento único”, diz Saulo, para quem esse papel passou a ser dos novos astros da web. “Hoje são blogueiros, youtubers, instagramers, twitters que no final das contas são 'gente como a gente'. Por isso, além do entendimento desse processo, o coaching auxilia a encontrar o seu melhor para potencializar e atrair mais oportunidades, direcionar sua carreira, sua 'imagem profissional'. A melhor forma é entender quem é seu público alvo e a partir daí estudar qual ferramenta melhor se adequa ao seu segmento de mercado. Recordo-me que muitos falavam 'não basta estar inserido numa mídia social, é preciso saber como utilizá-la' e hoje o desafio é transformar o prospect em fã, sabe como fã é com seu artista, não é?”, reforça. Para o especialista essa condição se reflete inclusive em

momentos como o atual em que as potencialidades da tecnologia e das mídias sociais possibilita um cenário de empreendedorismo criativo. “Temos 200 milhões de habitantes no Brasil, desses, 100 milhões usam Internet e 90 milhões estão no Facebook, por exemplo, o que mostra isso? Oportunidades! Você precisa saber como se inserir e extrair oportunidades de encontrar um público interessado em sua ideia, produto ou serviço”, completa. Empreender não é fácil e no mundo digital gerir e transformar iniciativa em negócio viável é tão desafiador quanto. Contudo, é uma forma de agregar interesses pessoais com novas oportunidades de carreira profissional, atendendo nova demanda por comunicação segmentada do público, de certa maneira. Desta forma, tornam-se chaves fundamentais do processo usufruir bem este nicho como oportunidade no mundo hoje e aproveitar o trabalho de forma correta para alcançar bons resultados, especialmente no Brasil e no Nordeste. “Ainda precisamos evoluir muito nesse cenário. Grandes players do mercado acabam indo a São Paulo ou outras cidades com maior desenvolvimento do marketing digital. Infelizmente ainda é essa a mentalidade. É inegável que tivemos avanços mas há lacunas de potenciais não aproveitados. O Nordeste é uma região rica em cultura, lendas e tradições, o tradicional ainda predomina e o novo de certa forma incomoda. Mas a renovação, a adaptação a esse mercado digital por parte de empresas tradicionais vêm sendo implantada. Um exemplo é a marca FriSabor por exemplo, que de sorvetes artesanais ganhou corpo e seu diretor Marcelo afirmou que os esforços da marca em meios digitais seriam maior em 2016”, diz.


CLICK | GABRIEL GALVÃO | GABRIEL@GGALVAO.COM.BR

ARRECIFE DE CONCRETO A foto foi feita por acaso. Estava fotografando móveis planejados que tinham sido instalados no Riomar Center já há uns dias, mas ninguém havia lembrado de fotografá-los para o portfolio e site do fabricante. Fiz as fotos da maioria dos móveis e quando fui à sala da diretoria, com aquele janelão e a vista da Via Mangue (antes da inauguração da 2ª etapa), não resisti e fotografei. Fiz as fotos dos móveis dos diretores e voltei para fazer mais algumas, para garantir. Impressionou a dimensão da paisagem e da mistura do verde do rio e do mangue com a dureza sinuosa da via. Mais ainda, fiquei curioso com o paredão de edifícios cobrindo a linha do mar, que quase não dá para ver. Não lembro em qual andar estive, mas era do meio para cima, e o prédio é alto. Mesmo assim, as pessoas que lá trabalham têm uma vista incrível, porém sem a beleza azulada do mar.

DISTÂNCIA FOCAL: 18mm ISO: 1250 ABERTURA: f/9 VELOCIDADE DE DISPARO: 1/1000 seg

CENA COMUNICAÇÃO CHEGA AO MERCADO COM INOVAÇÃO A Cena Comunicação Integrada, da jornalista Cela Sotero, da blogueira e empresária Cuca Amorim e da publicitária Helô Paiva, vai muito além de serviços, como assessoria de imprensa, publicidade, marketing e promoção de eventos, e inova com a Blog.con. O principal objetivo é prestar consultorias (por isso o “N” no “con”) para blogueiros, que formam segmento em constante ascensão no mercado de comunicação local. Assim como acontece com modelos, a Blog.con agencia o blogueiro, com orientações técnicas e comportamentais, de imagem e comerciais. Mais de dez blogueiros, com os mais diversos perfis e dos mais distintos segmentos, já estão sendo agenciados pela Cena Comunicação, Cuca Amorim, Helô Paiva e Cela Sotero e cabe à Cuca Amorim a consultoria e direção específica de cada blogger. A também blogueira vai acompanhar as postagens, tanto a quantidade quanto os textos, apresentação pessoal, relacionamento com empresários e parceiros e comportamento em eventos. Para isso, serão ministrados diversos whorkshops, com profissionais das mais diversas áreas, para garantir treinamentos e capacitações constantes. Helô Paiva assume todo contato comercial, tanto da Cena, quanto de cada blogueiro do mailing da agência. “A nossa intenção é profissionalizar o segmento, por isso, é importante haver igualdade na linguagem das negociações com o empresário. Por isso, acompanhamos todo o processo, desde a formalização do Blog, ter CNPJ é uma das nossas exigências, passando pelo midia kit, até a negociação final”, explicou Paiva. Já Cela Sotero fica à frente do marketing e da assessoria de imprensa da agência e das blogueiras. Todo trabalho de planejamento, produção e acompanhamento de pautas, bem como formatação e execução das ações e eventos, é dirigido pela jornalista. 37


NA ESTANTE

GUIA PRÁTICO DE COMO GERAR NEGÓCIOS ATRAVÉS DAS MÍDIAS SOCIAIS: GERE RELACIONAMENTOS QUE GERAM NEGÓCIOS PARA A SUA EMPRESA, de Ney Lins, Ebook Kindle, 73 págs. Em um mundo cada vez mais social, onde as pessoas passaram de simples espectadores apenas e agora são também as mídias que compartilham e propagam informações e ideias, ninguém pode desdenhar do poder das mídias e redes sociais e o que elas podem fazer contra ou a favor da sua empresa. Toda essa mudança social mudou a forma como as empresas se comunicam, fazem negócios e se comportam mediante seu público. Seus clientes estão passando cada vez mais tempo conectados, seja através de desktops, laptops, tablets ou smartphones. Neste livro, Ney Lins mostra um passo a passo para que qualquer empresa e profissional, independentemente do tamanho ou segmento de atuação, estejam atentos a essas mudanças, busquem estar presentes e saibam a melhor maneira de agir nessas mídias, a fim de evitar desgastes e prejuízos para a marca e, principalmente gerar negócios através dos relacionamentos gerados e cultivados dentro dessas ferramentas. Link do livro: bit.ly/EbookGuiaPraticoMidiasSociais

O DESIGN BRASILEIRO ANTES DO DESIGN, de Rafael Cardoso (org.), Cosac Naify, 360 págs Para quem deseja se inspirar e criar através do olhar brasileiro, este livro contém uma série de artigos que ajudam a compreender as nossas nuances visuais e seus desdobramentos. O livro aborda temas desde o período de 1870 a 1960, sendo este o primeiro volume da série consagrada sobre a história do design no nosso país. O livro inicia uma série dedicada à história do design no Brasil. Neste primeiro volume, de projetos do admirável ilustrador J. Carlos para a revista Paratodos às memoráveis capas de livros de Tomás Santa Rosa; das embalagens de discos da gravadora Elenco aos baralhos da marca Copag, expõem-se trajetórias fundamentais do desenho industrial no país. Obra referencial e imperdível.

STORYTELLING: HISTÓRIAS QUE DEIXAM MARCAS, de Adilson Xavier, Editora Best Business, 304 págs Quando você olha para a Kellogs, Havaianas, Nintendo, Nike e Apple, o quê você enxerga? Além de buscarem inovação e serem adeptas de uma dinâmica agressiva nos negócios, elas são excelentes contadoras de histórias. E por isso, são referência em seus respectivos segmentos a nível global. Criadores e produtores de conteúdo de entretenimento e cultura, profissionais de marketing, de publicidade, de vendas, de jornalismo, de ensino, de política, de qualquer atividade que lide com apresentações de ideias ou projetos, de repente percebem no storytelling uma questão de fundamental importância. Adilson Xavier traz exemplos sobre como elas mexem com a percepção de consumidores mundo afora. Conforme você destrincha as estratégias aqui abordadas, percebe o storytelling como peça fundamental do marketing moderno.

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ACESSE

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