Reino Unido - Outubro 2010 - nº 94
Eleições: Brasil rumo ao 2º turno
Editorial
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Brasil vai ao segundo turno das eleições presidenciais, contrariando a previsão de que Dilma Roussef seria a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da nação, garantindo a vitória já no primeiro turno da disputa. Na onda da popularidade do preReino Mulher Turismo Unido sidente Luiz Inácio Lula da Silva, a vitória de Dilma era desenhada a cada pesquisa Como planejar Cabelo, cabeleira, As mil e uma noites as suas finanças cabeluda... de Marrakesh divulgada pelos institutos de opinião do país. Pelo menos até dias antes do pleito, quando denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, que culminaram com 42 Turismo 7 a queda da ministra Erenice Guerra, e o Painel dos leitores crescimento da ex-petista e candidata do Partido Verde, Marina Silva, contribuíram 48 Motores para abortar uma vitória praticamente Reino Unido 8 certa da petista. Comprovando a força da mulher no atual 50 Esportes cenário político brasileiro, para que uma – Dilma - ocupe pela primeira vez a ca- Cultura 20 deira no Palácio do Planalto, a ajuda de 54 Classificados outra – Marina - será fundamental. Afinal, os quase 20 milhões de votos angaria24 dos pela ex-Ministra do Meio Ambiente Capa 56 Palavras cruzadas do governo Lula serão decisivos no segundo turno, dia 31 de outubro. Desde a noite do último dia 3, Marina vem sendo Brasil 32 57 Mônica cortejada pelo PT de Dilma e pelo PSDB de José Serra. Se o clima no primeiro turno já foi marcado Mulher 36 58 Endereços por ataques de lado a lado, a previsão é que a temperatura suba ainda mais nesta reta final de campanha, quando os brasileiros decidirão quem comandará os rumos Revista Real - nº 94 - Outubro 2010 do país de 1º de janeiro de 2011 a 31 de 147 Jack Clow Road - London – E15 3AR dezembro de 2014. Fone: 020 8534 6183 Além das eleições e de uma análise do Marketing e Comercial quadro eleitoral para o segundo turno, leia Adriana Martins vendas@revistareal.com também uma matéria sobre como planejar marketing@revistareal.com as finanças e projetar a sua independência Mariana Elias financeira. Conheça opções do que fazer comercial@revistareal.com neste início de outono na coluna “Pra Ver Redação em Londres e Por Aí” e programe-se para Bete Kiskissian (Reino Unido) Carol Morandini (Reino Unido) o Native Spirit Festival. Giovana Zilli (Reino Unido) E mais: às mulheres, dicas de como cuidar Colaboradores dos cabelos e fazer uma boa maquiagem. Alberto Luiz Schneider (Brasil) Cavi Borges (Brasil) Aos homens, as últimas do esporte e os Editor-chefe Devaldo Gilini Júnior (Brasil) Régis Querino 50 anos do Salão do Automóvel, em São Eloyr Pacheco (Brasil) editor@revistareal.com Fabiola Vicençoni (Reino Unido) Paulo. E à garotada, um presente especial: Janaína Ávila (Itália) Diagramação e Finalização sorteio de livros educativos da Turma da João Guilherme Brotto (Reino Unido) Raf Comunicação Luciano Vidigal (Brasil) Mônica. Veja na contracapa desta edição Natasha Schiebel (Reino Unido) Capa Rogério Fischer (Brasil) como participar. Ivo Akio Saudações democráticas. Que nessas Distribuição Ilustração BR Jet Delivery eleições, vença o Brasil. Edvaldo Jacinto Correia brjetlondon@yahoo.com Régis Querino Editor-chefe
Fotógrafo Rafael Bastos (Reino Unido)
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O conteúdo dos anúncios e informes publicitários são de responsabilidade dos anunciantes
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Bárbara Grasso Londres
Nota da redação: Prezada Bárbara, enviamos o contato da Patrícia ao seu email. Ótimo saber que a matéria despertou o seu interesse e a inspirou em seus projetos. Boa sorte! Obrigado! Poderia usar muitas palavras, mas nenhuma se compara com o obrigado. Obrigado não por ter mostrado a minha foto, não por ter falado dos meus cursos, mas obrigado por ter mencionado a ideia, obrigado por ter aberto espaço para abrir a mente das pessoas, para algo novo e importante. Obrigado por tudo, pelo grande presente em participar do “Brasileiro em Londres”(Real, edição 93, setembro 2010).
Federico Rances Londres
Participe do painel. Mande o seu email para editor@revistareal.com Cartas
Prezado Régis, Moro em Londres e sempre acompanho a revista Real. Na edição número 92 de Agosto saiu uma reportagem intitulada “Investindo na carreira sem gastar” e eu gostaria de entrar em contato com a ganhadora da bolsa, Patricia Salume. Fico feliz toda vez que vejo brasileiros voando alto aqui em Londres, e como ela trabalha numa área que estou muito interessada, nada melhor que falar com ela. Será que seria possível você me passar o e-mail dela ou algo do tipo? Parabéns pela revista e aguardo resposta. Abraço,
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REINO UNIDO
Seminário do GEB debate situação dos nãodocumentados
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Frederico Câmara expõe na Galeria 32
A Galeria 32, na Embaixada do Brasil, apresenta, de 15 de outubro a 17 de novembro, a exibição de Frederico Câmara. O trabalho é resultado da expedição do artista à China, no segundo semestre de 2009. Na viagem, que contou com o apoio do British Council’s Darwin Now Award, Câmara fotografou os principais zoológicos e aquários chineses para a criação de um atlas mundial, dividido por regiões e países. Para a exibição, a Galeria 32 será transformada numa sala de projeção, onde uma seleção de fotografias do artista será exibidas em larga escala, recriando um espaço de contemplação do ambiente em que a foto foi tirada. A Galeria 32 fica na 32 Green Street, London W1K 7AT, e abre de terça a sexta, das 11h às 18h, e aos sábados, das 11h às 17h. A entrada é franca. 8
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O Grupo de Estudos sobre Brasileiros no Reino Unido (GEB) promove no dia 26 de outubro, às 19 horas, no Royal Holloway, University of London (Montague House, Montague Place, 11 Bedford Square, London WC1E 6DP), o seminário “Being young, undocumented and Brazilian in Britain: intersecting everyday lives and migratory projects”, com Nando Sigona, da Oxford University/City University. O evento é gratuito, mas os interessados devem se registrar pelo email geb.anasouza@yahoo.co.uk.
Pesquisa com crianças imigrantes e nãodocumentadas O Centro de Migração da Universidade de Oxford (COMPAS) tenta entender as experiências e a vida cotidiana de crianças e adolescentes com status imigratório irregular no Reino Unido, investigando os serviços e os recursos aos quais elas têm acesso, principalmente em relação à saúde e à educação. Para participar, contate a pesquisadora Ana Souza através do email anasouza.umc@gmail.com ou pelo telefone 075 0537 4079. Podem participar famílias com filhos de 0 a 18 anos que morem em Birmingham ou em Londres, nas regiões de Tower Hamlets, Newham, Brent ou Harrow. Os pesquisadores garantem o anonimato dos participantes.
MRE lança “Guia de Retorno ao Brasil” O Itamaraty lançou em setembro o “Guia de Retorno ao Brasil - Informações Úteis sobre Serviços e Programas de Acolhimento”. Elaborado pela Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Secretaria de Políticas para as Mulheres, Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça e Departamento de Polícia Federal, o guia tem informações sobre programas e serviços disponíveis no Brasil a brasileiros que retornam do exterior em situação de desvalimento. O material será distribuído em toda a rede consular brasileira no exterior.
ABEP promove congresso em Oxford A ABEP - Associação de Brasileiros Estudantes de Pós-Graduação e Pesquisadores na Grã-Bretanha, em parceria com a Oxford University Brazilian Society, promoverá seu III Congresso no dia 29 de outubro, no Wolfson College, University of Oxford. O congresso promoverá o debate sobre o papel do pesquisador brasileiro no exterior, dentro do contexto da Política de Ciência & Tecnologia e de Educação de Ensino Superior do Brasil. Os estudantes e pesquisadores brasileiros podem submeter pôsteres relativos aos seus trabalhos até o dia 15 de outubro. A inscrição custa £5 para associados da ABEP e £10 para não associados. Informações: www.abep.org.uk.
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quando tinha 84 metros de altura e 15 metros de circunferência, e muito mais. Para chegar lá, basta descer na estação de South Kensington do metrô (District, Circle e Picadilly). O museu abre diariamente das 10h às 17h.
Ale Trail: a rota da cerveja
tom of the Opera... Comprando tickets com antecedência é possível encontrar preços acessíveis (a partir de £15 já é possível curtir alguns desses espetáculos). Que tal procurar um musical para curtir com os amigos em uma noite gelada de outubro? Entre na página do www.google.co.uk e digite “musicals” no sistema de buscas para encontrar vários sites que vendem ingressos.
Visitando Liverpool
Por João Guilherme Brotto e Natasha Schiebel
E Reino Unido
m outubro o frio começa a pegar de verdade por aqui e as idas aos parques e aos mercados ao ar livre, por exemplo, começam a se tornar mais ocasionais. Foi pensando nisso que elaboramos algumas dicas diferentes para este mês. Confira:
Natural History Museum
Todo mundo sabe que o britânico é fã de uma cerveja gelada (ok, talvez nem tão gelada...). Por isso, uma rede de pubs de Londres desenvolveu uma rota para os amantes de uma boa “birra”, como nós. Você vai a um pub da rota, toma uma pint (ou quantas quiser) e ganha um carimbo. Ao completar cinco carimbos (um em cada pub) você ganha uma camiseta bem legal! No site www. londonaletrail.co.uk você encontra os endereços dos pubs que fazem parte da rota.
Foto: Leonardo Cassarani
Musicais em Londres
Você já conhece o Museu de História Natural? Como boa parte dos museus da cidade, a entrada é gratuita e o que você encontra é extremamente interessante. Além da maior coleção de fósseis de dinossauro do país, há também um modelo em tamanho real de uma baleia-azul com quase 28 metros de comprimento, uma colônia de formigas, uma sequóia gigante que foi cortada em 1892, 10
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Andando pela cidade não é difícil perceber que existem muitas opções de bons shows, como Chicago, Dirty Dancing, We Will Rock You, Lion King, The Phan-
Em setembro visitamos Liverpool e ficamos encantados com a atmosfera da cidade, que respira The Beatles 24 horas por dia, 7 dias por semana! Em um fim de semana é possível conhecer o museu dos Beatles (The Beatles Story), a casa onde John Lennon morou quando adolescente e a casa da família McCartney, a Penny Lane (rua que inspirou uma das músicas mais famosas do grupo)... Enfim, pra quem é fã do quarteto que se formou na cidade, é uma visita imperdível! Além disso, curtir uma noite no The Cavern Club (pub onde os caras tocaram 292 vezes!) é sensacional. Dá pra ir de ônibus (www.nationalexpress.co.uk), de trem (www.thetrainline.com), de carro ou até mesmo de avião (os preços são mais caros). Uma viagem que vale a pena! Pra Ver em Londres www.praveremlondres.com
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Celebração à cultura indígena Brasil marca presença na quarta edição do Native Spirit Festival
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ondres sedia, de 12 a 22 de outubro, o 4º Native Spirit Festival, evento que apresenta anualmente filmes, discussões e performances celebrando as culturas indígenas e a proteção aos seus direitos. Este ano o festival acontecerá na School of Oriental and African Studies (SOAS), University of London; na Amnesty International Human Rights Action Centre e no Birkbeck College. Serão apresentadas produções de diversos países, entre outros, Brasil, Colômbia,Venezuela, Noruega, Estados Unidos, Chile e México. O festival é um projeto da Native Spirit Foundation, uma organização de trabalho voluntário, sem fins lucrativos, fundada em 2005 pelo artista Freddy Trequil, um membro respeitado da comunidade indígena chilena mapuche. A fundação busca divulgar as culturas indígenas e fomenta projetos educacionais dentro dessas comunidades. Nos últimos três anos, o festival tem propiciado encontros que promovem a conhecimento e a sabedoria indígenas e a preservação de seus valores e tradições. Cineastas, artistas em geral e voluntários do mundo todo tem contribuído, através de imagens, música e textos, para a apresentação de outros paradigmas e visões de mundo. Vozes indígenas oriúndas de cada região da Terra partilham desse processo de conscientização. 12
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Segundo os organizadores, “a mundevidência indígena está intimamente ligada à natureza. Para estes povos, o mundo natural é considerado sagrado. Assim, o estabelecimento de elos e o encontro de paralelos entre as culturas indígenas a sociedades modernas apresenta-se como elemento chave para compreendermos nós mesmos e o mundo que nós desejamos para o futuro.” Do Brasil serão apresentadas as produções “Corumbiara, They shoot Indians, don’t they?”, dia 15, às 18 horas, na SOAS, e “ Children of the Amazon”, dia 20, às 18h30, na Amnesty International. Mais informações sobre o festival e a programação completa você encontra no website www.nativespiritfoundation.org.
4º Native Spirit Festival Quando: 12 a 22 de outubro Locais: SOAS, University of London Thornhaugh Street, Russell Square, London WC1H Amnesty International 17-25 New Inn Yard, London EC2A 3EA Birkbeck College Malet Street - London WC1E 7HX
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Sinfônica Heliópolis Orquestra formada por jovens de baixa renda se apresenta em Londres
Reino Unido
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música como arte de transformação na vida das pessoas. Assim poderia ser definido o trabalho da Sinfônica Heliópolis, de São Paulo, que se apresenta em Londres no dia 15 de outubro, às 19h30, em St. John’s, Smith Square. Formada por jovens de famílias de baixa renda, a Sinfônica Heliópolis nasceu da iniciativa do maestro Silvio Baccarelli, em 1996, depois que um incêndio devastou a maior favela da capital paulista. Sensibilizado com a situação das famílias, ele iniciou o ensino de música instrumental de orquestra para crianças e adolescentes numa escola pública da região. Meses depois, 36 garotos iniciaram o estudo de violinos, violas, violoncelos e contrabaixos no Auditório Baccarelli, de propriedade do maesto, na Vila Mariana, em São Paulo. Em 1998, com a ajuda de outros profissionais, o projeto foi inscrito na Lei Nacional de Incentivo à Cultura, através da criação da Sociedade de Concertos de São Paulo/Instituto Baccarelli, que passou a receber recursos de patrocinadores do setor privado.
O projeto cresceu e passou a atender jovens de todo o Brasil, que participam de audições. Os selecionados recebem bolsas auxílio para que possam se dedicar ao estudo instrumental e conquistar seu espaço no meio artístico. Desde 2004, cerca de 7 mil jovens receberam orientação, participaram da orquestra ou receberam treinamento no instituto. Além de Londres, a Sinfônica Heliópolis tem apresentações agendadas na Alemanha e na Holanda como parte da turnê europeia, que contará com a participação de 75 integrantes da orquestra.
Programa e ingressos A Sinfônica Heliópolis terá a regência do maestro Roberto Tibiriçá em sua apresentação londrina, na St. John’s, Smith Square, London SW1P 3HA. Constam do programa a execução de obras de Antonín Dvorák e Heitor Villa-Lobos. Os ingressos custam £10 e podem ser adquiridos pelo 020 7222 1061 ou no site www. sjss.org.uk.
Benjamin Taubkin toca no Rings Place
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pianista brasileiro Benjamin Taubkin se apresenta no dia 6 de novembro, no Kings Place, em Londres, dentro da programação do London International Festival of Exploratory Music (Lifem). O concerto solo de Benjamim Taubkin é baseado no seu mais recente trabalho, gravado a convite da gravadora americana Adventure Music. Apresentando um repertório que inclui trabalhos originais, bem como composições de Tom Jobim, Coltrane e Pixinguinha, Taubkin desmontra o extraordinário talento que o consagrou como “graciosamente minimalista’ pelo All Music Guide. O CD foi 14
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gravado na prestigiosa casa de piano Fazioli Sallon e lançado em 2010 nos Estados Unidos e no Brasil. Seus projetos atuais como músico e como diretor incluem uma coletânea latino-americana (América Contemporânea), uma de choro (Moderna Tradição), um trabalho com o grupo tradicional de música Abaçai e seu projeto de jazz Trio +1. No ano passado ele se apresentou em Londres, lotando o Vortex Jazz Club e sendo elogiado em críticas da Time Out e do Metro. O Kings Place fica na 90 York Way, London N1 9AG. Os ingressos custam £9.50 e podem ser adquiridos pelo telefone 020 7520 1490.
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Planejando as finanças
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Calcular minuciosamente os seus gastos e projetar investimentos são passos fundamentais para a conquista da independência financeira
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uitos trabalhadores têm dificuldade de controlar suas finanças pessoais, pois isso exige dispêndio de tempo e organização. Se você enfrenta esse problema, lembre-se que as finanças e a economia farão parte do dia-a-dia para o resto da sua vida. Portanto, quanto mais cedo você se disciplinar em relação ao assunto, mais rápido começará a conquistar a independência financeira. Quando falamos em administrar as finanças pessoais, o primeiro passo é identificar exatamente para onde vai o seu dinheiro. Dessa forma, você deve se fazer a seguinte pergunta: “Quanto eu gasto com:”
• Lazer (cinema, museus, shows, restaurantes ...)
filhos), o que em finanças chamamos de “Centros de Custo”. Essa informação tem um aspecto importante, pois lhe permitirá mostrar e educar financeiramente outros membros da família, principalmente o(s) seu(s) filho(s). Categorizar e controlar suas despesas pessoais e/ ou familiares possibilitará analisar com critério suas despesas mensais, disciplinar seus hábitos de consumo e planejar melhor sua vida financeira. Analisando os seus gastos, você terá condições de projetar o orçamento mensal. Mas lembre-se que isso o conduz a controlar e confrontar o projetado com o realizado. Em outras palavras, quanto você tinha disponível para gastar com aquele item e quanto você tem efetivamente gasto.
• Investimentos (poupança, fundos de investimento, ações ...)
Como definir o melhor investimento
• Moradia (aluguel, council tax, gás, eletricidade, água ...) • Internet • Alimentação (supermercado, padaria ...) • Transporte público • Telefone (fixo e celular)
• Saúde (remédios, consultas médicas ...) • Educação (livros, cursos, material escolar ...) • Tarifas bancárias (custo mensal da conta corrente, juros de empréstimos ...) Procure distribuir estas despesas entre os membros da sua família (se você for casado e tiver 16
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Como o objetivo de muitos brasileiros que vivem no Reino Unido é poupar dinheiro, o que chamamos de investimentos na nossa classificação de despesas, é importante definir uma meta mensal para poupar. E, de preferência, quando receber o seu salário (semanal, quinzenal ou mensal) imediatamente colocar esta meta numa conta separada para esta finalidade, chamando este dinheiro de “imobilizado”.
Chegamos então a uma questão importante a ser discutida: qual a melhor opção de investimento para aplicar seu dinheiro? A rentabilidade média das contas poupanças nos bancos do Reino Unido, para ficarmos no exemplo da opção mais segura de investimento, são baixas (média de 2,60% ao ano). Talvez não fosse interessante transferir esse dinheiro ao Brasil e ter acesso a taxas melhores de investimentos? No Brasil, a poupança hoje apresenta uma rentabilidade média de 6,60% ao ano. Somos um dos países do mundo que apresentam uma das mais altas taxas de juros. Isso é ruim quando a população precisa tomar dinheiro emprestado, mas, em contrapartida, quando se tem dinheiro disponível para investimentos, a opção de aplicá-lo no Brasil se torna muito interessante. Porém, neste momento nos deparamos com algumas variáveis pessoais e econômicas que devem ser levadas em consideração antes de se tomar a decisão de transferir o dinheiro para o Brasil: • Quanto você irá aplicar? E, principalmente, verificar conforme o seu planejamento se você não precisará ter acesso a esse dinheiro no período que ainda estiver no Reino Unido.
• Quanto tempo você pretende permanecer no Reino Unido antes de retornar ao Brasil? • Qual a atual cotação da libra esterlina frente ao real? Qual a tendência dessa taxa de câmbio para o futuro? • Quais as taxas a serem pagas para transferir este dinheiro da conta corrente no Reino Unido para a conta investimento no Brasil? • Qual a diferença de rentabilidade que será obtida com as aplicações no Brasil? Leia na próxima edição da Real algumas dicas de investimentos que você pode fazer no Reino Unido e no Brasil. Kleber Canuto é Mestre em Administração pela Universidade Federal do Paraná.
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Nome: Surama de Sá Gaffke Idade: 31 anos Local de origem: Curitiba-PR Por que você resolveu vir morar em Londres? Eu morei na Itália por oito meses, pois a intenção era fazer uma especialização em moda, porém, nao gostei muito de morar lá. Então vim passar dez dias em Londres e gostei da cidade. Pensei que vindo pra cá poderia melhorar meu inglês, fazer um curso na área de moda e ter uma nova experiência de vida.
Reino Unido
Há quanto tempo você está aqui? Desde abril de 2008. Como foi a primeira reação ao chegar? O que você mais estranhou? Foi um pouco difícil de acostumar com o ritmo de vida e trabalho.O que foi estranho no começo era o fato de ter que morar com pessoas que nunca vi na vida e compartilhar áreas em comum da casa, como banheiro, sala e cozinha. O que mais gosta e o que não gosta na cidade? O que mais me fascina em Londres é a versatilidade, a mistura de culturas e a possibilidade de a cada dia encontrar pessoas de outras nacionalidades e compartilhar experiências diferentes. Qual o seu lugar predileto em Londres? Qualquer lugar à beira do Rio Thames e o Richmond Park. Fale da sua rotina. Trabalha? Estuda? Hoje em dia eu trabalho como vendedora numa loja de roupas espanhola, já estudei seis meses de inglês e fiz um curso de Make up Artist. Agora estou procurando ter experiência na área de make up. Você já passou por alguma situação difícil, alguma “roubada” por aqui? Roubada não, mas já passei por várias situações difíceis devido a barreira da língua, por não conseguir me espressar como gostaria.
Como conheceu a Real? Que seção ou assunto você mais gosta na revista? Através de uma amiga que comentou comigo sobre a revista. A parte que fala sobre o Brasil nos mantém atualizados e nos conecta um pouco com a nossa cultura e terra natal. Tem alguma sugestão ou tema de interesse que gostaria de ler nas páginas da Real? Direitos que nós, estrangeiros ou ítalo-brasileiros, temos, uma vez que trabalhamos e pagamos taxas nesse país. Alguma dica para os recém-chegados em Londres? Se veio pra estudar, estude; se veio pra guardar dinheiro, guarde. Seja qual for o seu objetivo, corra atrás para realizá-lo; não se deixe desviar ou desistir por influências ou dificuldades e aproveite todas as oportunidades que Londres te oferecer. A experiência está valendo a pena? Com certeza, não sou mais a mesma pessoa de dois anos e meio atrás. Aprendi muito, amadureci e hoje não me arrependo de ter vindo pra cá. O que você mais sente falta do Brasil? Da comida e do calor humano dos brasileiros. Pretende voltar para o Brasil? Sim. Acho que Londres vale a pena como experiência de vida, mas não moraria aqui para sempre.
Quer participar do “Brasileiro em Londres”? Envie um email para jornalismo@revistareal.com 18
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CULTURA
Cinema
BrazilianFilmFestival: portasabertasparao ReinoUnido
Cultura
Além de trazer a nova safra de filmes nacionais a Londres, o evento discutiu políticas para financiar e incentivar o cinema brasileiro
As produtoras Paula e Lucy Barreto, Sir Ben Kingsley e esposa, a atriz brasileira Daniela Lavender; o diretor Fernando Meirelles, a diretora do festival, Adriana Dutra, a produtora Mariza Leão e Patrícia Fernandes, do BNDES
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o escurinho do cinema, burburinhos, gargalhadas e lágrimas. A plateia, formada por brasileiros, ingleses e estrangeiros de vários países que vivem em Londres, se emocionou com os filmes apresentados no 2o Brazilian Film Festival of London. Entre os 20
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dias 1º e 5 de setembro foram exibidos 10 longas-metragens no Apollo Cinemas, em Picadilly Circus, e sete documentários no Southbank Centre, além da abertura na British Academy of Film and Television Arts (Bafta), que contou com a presença ilustre do ator britânico, Sir Ben Kingsley.
O filme “Salve Geral”, de Sérgio Rezende, e o documentário “Dzi Croquettes”, de Tatiana Issa e Raphael Álvares, foram os grandes vencedores da mostra e levaram o prêmio “Lente de Cristal”, mas as demais produções também agradaram. A estudante brasileira Márcia Lomba, que
Sucesso de público: salas lotadas para ver o melhor do cinema nacional
mora há quatro anos em Londres, se surpreendeu com “Olhos Azuis”, de José Joffily. “Adorei, fantástico, bem forte e chocante. Eu e meu amigo inglês, que fez questão de vir comigo ao festival, ficamos encantados”, disse. A garçonete Roseli da Silva assistiu a quatro filmes no festival e o favorito foi “O Contador de Histórias”, de Luiz Villaça. “Eu chorei muito, gostei muito da forma como retrataram, no filme, a história da Febem e do menino Roberto”, contou. Roseli, que há sete anos trocou o Brasil pelo Reino Unido, já garantiu presença no festival do ano que vem. “Eu acho maravilhoso poder seguir daqui , de Londres, o que o Brasil está produzindo. Estou orgulhosa do nosso cinema”, destacou. Adriana Dutra, uma das diretoras e fundadoras do Circuito Inffinito de Festivais, que realiza o Brazi-
lian Film Festival of London, ficou entusiasmada com a receptividade do público e dos produtores de cinema no Reino Unido. “Foi muito bom ver as salas de cinema lotadas, e, melhor ainda, saber que mais da metade do público era de ingleses. Isso mostra o interesse pelo cinema produzido no nosso país. Não tenho dúvidas de que o terceiro festival de Londres, no ano que vem, vai ser ainda maior”, ressaltou confiante. O Circuito Inffinito promove e difunde o cinema brasileiro fora do país desde 1997. Longas-metragens, curtas e documentários produzidos no Brasil são exibidos em 10 cidades pelo mundo, como Roma, Nova Iorque, Miami e Barcelona. Uma curadoria, formada por especialistas em cinema, é responsável pela escolha dos filmes, de diferentes gêneros,
que melhor representam o que diretores e produtores vem fazendo no Brasil. E o resultado que se viu em Londres foi sucesso de público, com sessões lotadas e uma média geral de quase 80% de ocupação das salas durante as exibições.
Marketplace: os desafios do cinema brasileiro Pipoca e aplausos à parte, o Brazilian Film Festival também foi palco de debates importantes sobre os rumos do cinema brasileiro no mercado estrangeiro. Pela primeira vez foi realizado no Bafta o Marketplace, espaço para discutir políticas públicas e privadas de financiamento das produções brasileiras e acordos de co-produção com outros países, no caso, o Reino Unido. outubro 2010
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da, alertaram as produtoras Lucy e Paula Barreto, que também estavam no debate. Mãe e filha, sócias de uma das mais importantes e sólidas companhias produtoras de cinema do país, a LC Barreto, explicaram que é sempre um processo difícil captar recursos para fazer filme no Brasil. Segundo Paula, que produziu “Lula, o filho do Brasil”, filme que abriu o festival londrino, muitos empresários ainda não se conscientizaram que cinema pode ser um negócio lucrativo. “Eles ainda têm uma visão muito fechada. Então, mesmo que a gente consiga patrocínios de empresas privadas, sempre temos que recorrrer à Ancine, e enfrentar todos os trâmites burocráticos necessários para se conseguir dinheiro público”, lamentou.
Cultura
Co-Produção viabiliza projetos
Pelo segundo ano consecutivo, a Real foi parceira de mídia do maior Circuito de Cinema Brasileiro no exterior
Entre os participantes, Alberto Flaksman, assessor internacional da Ancine (Agência Nacional do Cinema), apresentou dados importantes sobre a produção cinematográfica no Brasil, que vem retomando os rumos. Por ano são produzidos, em média, 75 filmes, entre longas-metragens, curtas e documentários. E, segundo Flaksman, a maioria financiada com o dinheiro 22
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público. A lei do Audiovisual, lei federal 8.625/93, tem sido fundamental para a captação destes recursos. Através da lei, pessoas físicas e empresas podem abater até 3% do imposto de renda investindo em cinema. Nos últimos cinco anos foram mais de 450 milhões de dólares (R$ 773 milhões) distribuídos. Uma quantia expressiva, mas que ainda não é suficiente para atender a deman-
Um dos caminhos para driblar a verba apertada é a co-produção com países mais ricos, ou com uma indústria cinematográfica mais sólida. Estes países financiam, em média, 60% do projeto. O Brasil já tem acordos de co-produção assinados pelo mundo. Os tratados facilitam os trâmites durante as filmagens e na pós-produção, mas não são suficientes para que as parcerias aconteçam. É preciso que os filmes sejam interessantes do ponto de vista comercial no estrangeiro, o que nem sempre ocorre. “Os produtores e diretores brasileiros são maravilhosos, mas eles ainda não enxergaram que os nossos filmes precisam ‘viajar’”, enfatizou o assessor da Ancine. Samantha Horley, produtora de cinema inglesa , concordou .“Venho tentando filmar em co-produção com o Brasil há tempos, mas não encontro filmes que se encaixem, que funcionem comercialmente fora do país. É preciso pensar nisso na hora de investir num roteiro.” Texto: Fabiola Vicençoni Fotos: André Stefano
FernandoMeirelles: umcasoàparte
O diretor Fernando Meirelles tem novo projeto para 2011
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e para muitos cineastas brasileiros as co-produções ainda são solo desconhecido, Fernando Meirelles passeia por este terreno com bastante intimidade. O diretor, convidado especial do Brazilian Film Festival, vem acumulando trabalhos e prestígio fora do país desde que filmou “Cidade de Deus”, em 2002. O longa, que conta o drama dos moradores de uma das favelas do Rio de Janeiro nas décadas de 60 e 70, fez sucesso e ganhou vários prêmios internacionais. Meirelles chegou a ser indicado ao Oscar pelo filme. Uma surpresa para o diretor, que não imaginava ir tão longe. “As coisas foram acontecendo. Quando fiz ‘Cidade de Deus’, pensava na audiência brasileira, não esperava uma repercussão daquelas. Foi um acidente”, declarou. Em 2005, Fernando Meirelles foi convidado pela produtora britânica, Gail Egan, a dirigir “O Jardineiro Fiel”, um longa filmado na Inglaterra e no Quênia, com atores britânicos
consagrados, como Ralph Fiennes e Rachell Weiss. Mais uma vez , premiações internacionais e elogios ao cineasta brasileiro. Egan, que também participou do bate-papo no Marketplace, contou que já estava encantada com o trabalho de Meirelles, mas filmar com ele foi ainda mais surpreendente. “Era o primeiro trabalho dele fora do Brasil, em co-produção com um outro país, mas ele parecia muito seguro do que fazia”, contou. A próxima co-produção na carreira de Meirelles veio em 2008, desta vez entre Brasil, Japão e Canadá. Meirelles dirigiu “Ensaio Sobre a Cegueira”, baseado na obra do escritor portugûes, José Saramago. O filme, também falado em inglês, abriu o Festival de Cannes. O mais novo desafio de Meirelles parece ser ainda maior. Em mais uma co-produção com o Reino Unido, Meirelles vai dirigir um filme falado em oito línguas diferentes. Os detalhes da produção, que deve começar no início de 2011, ainda não foram
divulgados pelo cineasta. Christine Langan, diretora artística da BBC Filmes e co-produtora de Fernando Meirelles neste último projeto, afirmou ter certeza que a escolha do diretor foi acertada. Langan acredita em parcerias como esta, com cineastas brasileiros, para incrementar o cinema no Reino Unido. “Nós, os ingleses, temos uma boa estrutura para fazer filmes, mas temos esse jeito, todo particular. Precisamos de sangue novo, internacional, para chacoalhar”, concluiu. A declaração arrancou aplausos da plateia. Cineastas, iniciantes e apaixonados pela Sétima Arte deixaram o debate inspirados e otimistas. A produtora Liziane Roncato disse que ficou mais animada para correr atrás de co-produções. “Estas parcerias só vão ajudar o cinema brasileiro e, com certeza, nós também vamos colaborar oferecendo mais criatividade para o cinema inglês.” Texto: Fabiola Vicençoni Fotos: André Stefano outubro 2010
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Eleições 2010 Brasil vai ao segundo turno Contrariando as expectativas, a petista Dilma Rousseff cai na reta final do primeiro turno e vai enfrentar o tucano José Serra no dia 31 de outubro
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Brasil volta às urnas no dia 31 de outubro para decidir quem comandará os rumos do país de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2014: Dilma Rousseff, do PT, ou José Serra, do PSDB. Segundo os analistas politicos, as denúncias de corrupção contra o governo na reta final do primeiro turno, que levaram à queda da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, e o crescimento da candidatura de Marina Silva, do PV, nos últimos dias de campanha, foram decisivos para que a petista ficasse com 46,90% dos votos válidos e não levasse a eleição no primeiro turno. Beneficiado pela ascensão de Marina, o tucano Serra garantiu vaga no segundo turno com 32,61% dos votos (veja os números da eleição na página 30). O apoio de Marina Silva e os quase 20 milhões de votos arrebatados pela ex-Ministra do Meio Ambiente no governo Lula no primeiro turno serão decisivos na definição do futuro presidente. Tanto que já na noite do dia 3 de outubro, quando se definiu o segundo turno, ela passou a ser assediada por representantes das duas frentes. Até o fechamento desta edição, Marina Silva ainda não havia divulgado oficialmente se apoiaria um dos candidatos no segundo turno ou manteria uma posição neutra.
Quem é quem A mineira de Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff, 62 anos, é ex-ministra da Casa Civil. Durante o regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Filiou-se ao PT em 2001, após ter 24
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deixado o PDT. Formada em economia, foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Em 2005, sucedeu José Dirceu na Casa Civil, envolvido no caso chamado mensalão, em que parlamentares teriam recebido dinheiro para votar a favor de projetos do governo. O paulista José Serra, de 68 anos, foi deputado federal, senador, ministro da Saúde e do Planejamento, prefeito de São Paulo e governador do estado. É formado em economia e engenharia. Iniciou a vida política no movimento estudantil. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante o regime militar, passou 13 anos no exílio. Ajudou a fundar o PSDB no final da década de 80.
Serra vence em Londres José Serra venceu a votação realizada no Consulado Geral do Brasil em Londres, no dia 3 de outubro, numa disputa acirrada com Dilma Roussef. Serra fechou o pleito com 1.152 votos do total de votos válidos, o equivalente a 37%. Dilma Roussef ficou com 1.106, ou 35,6%. Em terceiro lugar ficou a candidata do PV, Marina Silva, que somou 782 votos. Os outros candidatos somaram 70 votos. Foram 142 votos em branco e 114 nulos. Somente 48% do total de 6.981 eleitores cadastrados no Consulado em Londres votaram no dia 3 de outubro. Da Redação
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O avesso do avesso Dilma achou que levaria no primeiro turno - não deu. Marina foi a grande vencedora - mas ficou fora da disputa. Serra esteve perto da derrota - e ganhou sobrevida. É a eleição presidencial no Brasil.
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Rogério Fischer
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Brasil acordou na segunda-feira, 4 de outubro, menos entorpecido. Pois a impressão é de que o País dormira e acordara assim, anestesiado, nos últimos dois meses, quando esteve em curso um fenômeno nunca antes visto por estas plagas: a extraordinária transferência de votos de um mandatário para um candidato. Do alto de seus 80% de aprovação popular, Luiz Inácio Lula da Silva por pouco, muito pouco, não conseguiu que sua ungida, a descendente de búlgaros Dilma Rousseff, vencesse a eleição presidencial já no primeiro turno. Até uma semana antes do pleito, essa era a expectativa. Dilma passava dos 50% de intenção de voto. A pomada anestésica que Lula aplicou no eleitorado brasileiro tem nome e sobrenome: mercado interno e crédito. Ao universalizar a concessão do Bolsa-Família – sem as amarras que este mesmo benefício tinha no governo FHC – e alimentar o salário mínimo com reajustes anuais acima da inflação, o petista fortaleceu a economia popular, balançando o bambuzal da pirâmide social: milhões de pessoas que estavam na linha de pobreza foram alçados ao degrau de cima. Só não vê quem não quer: os pequenos e médios supermercados de bairros periféricos andam abarrotados de gente que não passava pelos caixas. Moro, aqui na “pequena Londres”, Londrina, bem próximo à parte mais pobre do Jardim Califórnia, ali nos fundos da antiga fábrica Carambeí, e sou testemunha desse fenômeno: gente pobre, moradora de barracos à margem do fundo de vale, ainda mal vestida, a maioria negra, desfila cuidadosamente pelos corredores com carrinhos lotados de gêneros de primeira necessidade. Às sextas e sábados, quando o estabelecimento oferece carne e hortifruti a preços promocionais, é praticamente impossível a quem tem pouca paciência suportar as filas no sacolão e no açougue.
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Essa gente mais simples, que de maneira geral nunca havia votado no PT, seja por mera despolitização ou por puro preconceito contra comunistas comedores de criancinhas, hoje vota em Lula – e em quem ele indicar – até a morte. Vá tentar explicar a esse pessoal, que não consumia quase nada e agora come carne toda semana, que é preciso mudar o governo. É dar murro em ponta de faca. Entra por um ouvido e sai pelo outro.
Catapulta eleitoral
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Além de catapultar cerca de 20 milhões de pessoas da Classe E para a classe média, amplificando um carisma de berço, Lula também mexeu com a classe imediatamente superior àquela, com crédito, muito crédito. Quem já estava na Classe C, e também na D, em especial os que têm o privilégio de receber um holerite no fim do mês, de repente se viu na condição de comprar uma casa própria, novinha em folha, com subsídio governamental de R$ 17 mil e juros civilizados de 4,5% ao ano. Esse juro civilizado também foi oferecido, via BNDES, a pequenos e médios empresários, que seguraram as pontas do emprego em tempos de crise mundial. A redução ou isenção de impostos federais para os produtos da linha branca manteve o fôlego da indústria e do consumo e, com isso, atravessamos sem maiores sobressaltos a recessão global que deixou os EUA grogues e quase levou metade da Europa a nocaute.
Por outro lado, ao chegar ao poder, o PT reproduziu práticas políticas absolutamente detestáveis – às vezes, com assustadora inovação. Vamos lidar com um Congresso de picaretas? Então, paguemos uma propina ordinária à banda fisiológica dos deputados que sai mais barato – e dá-lhe mensalão! Tráfico de influência, presentinhos na garagem de casa, dólares na cueca: de repente, o Brasil se assustou com a ganância dos novos donos do poder. Efeito colateral imediato: parte da classe média, que sempre votou, como simpatizante, no Partido dos Trabalhadores, o partido que chegaria ao poder com orçamento participativo e, sobretudo, probidade à toda prova, sentiu-se traída. Viu que gente combativa, que abominava corrupção, lobbies e favores, e que preconizava um outro trato com a coisa pública, na verdade era o mesmo do mesmo. Com isso, Lula conseguiu um feito extraordinário: a grosso modo, quem sempre votou no PT passou a odiá-lo e quem nunca havia votado no PT virou petê de carteirinha. O outro lado da mesma moeda. O avesso do avesso.
Caldeirão eleitoral Daí o entorpecimento a que o País foi submetido: as classes mais populares agarrados à figura messiânica de Lula, enquanto a parte pretensamente mais politizada ficou se digladiando, nos bares, nas faculdades, nas barbearias e nos shopping centers, sobre a trajetória agora tortuosa do partido que nasceu para implementar novas práticas políticas e que, nesse campo, fizera gol contra. Nesse caldeirão, em que petistas aninhados na máquina viravam a cara para os ex-simpatizantes, e vice-versa, em que UNE e centrais sindicais abandonaram as ruas e se trancaram na sala, Lula escolheu para sucedê-lo a pessoa-forte de seu governo, a ex-militante de esquerda Dilma Rousseff, que ocupara um cargo estratégico no governo – Minas e Energia, numa época em que só se falava de etanol e, depois, de pré-sal – e outro ainda mais forte, a Casa Civil, parede-e-meia com o gabinete presidencial. Nessa condição, foi eleita por Lula para tocar o PAC. Nada melhor para propagandear alguém do que colocá-la sob os holofotes de um Programa de Aceleração do Crescimento despejando bilhões de reais em obras de grande porte, com inaugurações suntuosas. “Votem nela e estarão votando em mim”, anunciou o presidente. E a candidatura Dilma crescia de forma geométrica. Em poucas semanas o favorito José Serra – principal líder do grupo tucano que comanda a oposição – ficou a ver navios.
O fator Marina E assim ficaria, se não tivesse pintado na parada uma tal de Marina Silva. Acreana, petista desde criancinha, filha da floresta, legítima herdeira do legado de Chico Mendes, ela ocupou o Ministério do Meio Ambiente em todo o primeiro mandato de Lula 28
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e um pedaço do segundo. Foi substituída justamente depois que bateu de frente com o trator Dilma: as obras do PAC, em especial as hidrelétricas, não podiam esperar os rigorosos estudos de impacto ambiental então exigidos pela pasta. Defenestrada do governo, Marina levou a bandeira da sustentabilidade para a sigla que, em tese, é seu campo mais fértil: o Partido Verde. Colocou-se para o eleitorado como alternativa diante do embate que se pretendia plebiscitário entre Dilma e Serra. Não por acaso Lula martelou anos a fio a tecla pela qual quis comparar seu governo com o de FHC. E assim a eleição estava caminhando, até a última semana, quando Marina, que se arrastava em décimos percentuais, cresceu vigorosamente. Nos últimos dias disparou um torpedo marquetólogo: segundo ela, o País estava, enfim, preparado para ter uma mulher na presidência e só um segundo turno poderia mostrar ao eleitor as diferenças entre ambas.
O segundo turno Marina quase conseguiu. Bateu na casa dos 20 milhões de votos e, com isso, deu a vaga no segundo turno de bandeja para Serra, que pouco fez para isso – a oposição tucano ao governo Lula foi risível e o carisma pessoal do candidato do PSDB fica pouco acima do rodapé. Foi a grande vencedora do primeiro turno – paradoxalmente, foi a que caiu fora da disputa. É, agora, o apoio desejado por ambos os
candidatos. E Marina necessitará de muita convicção e jogo de cintura para portar-se com altivez e sem perder o amplo cacife que conquistou: por um lado, é oriunda do PT, participou efetivamente da construção do partido e do governo Lula; por outro, encabeçou uma chapa de oposição a esse mesmo governo. Ela que desembrulhe esse dilema perante o eleitor. De resto, o primeiro turno da eleição presidencial mostrou que o eleitor continua o mesmo, produzindo líderes e piadas. No primeiro caso, encaixa-se Aécio Neves, que ocupou o governo de Minas por dois mandatos, elegeu-se senador com ampla votação, levou Itamar Franco junto e é, desde já, o principal líder da oposição, vitaminando um PSDB que perdeu Tasso Jereissati e Arthur Virgílio. Em caso de nova derrota de Serra, que perdeu para Lula em 2002, é o nome mais forte para enfrentar Dilma ou Lula em 2014. No segundo caso, encaixa-se Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, o humorista que arrebanhou 1.350.000 votos. Isso significa, em números redondos, que de cada 15 eleitores paulistas, um votou nele. Na impossibilidade de votar no rinoceronte Cacareco ou no macaco Tião, ou escrevendo qualquer outro nome na cédula de papel, que não existe mais, o brasileiro sempre encontra uma brecha para desafogar suas mágoas. Ou seu espírito zombeteiro. A opinião do colunista não representa, necessariamente, a posição da Revista Real
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Eleições 2010 O placar no Brasil e nos estados*
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Eleições presidenciais
Candidato
Partidos
Número de votos
Percentual dos votos válidos
Dilma Rousseff
PT/PRB/PDT/PMDB/PTN/ PSC/PR/PTC/PSB/PC do B
47.651.108
46,91%
José Serra
PSDB/PTB/PPS/DEM/ PMN/PSDB/PT do B
33.131.867
32,61%
Marina Silva
PV
19.636.335
19,33%
Plínio
PSOL
886.816
0,87%
Eymael
PSDC
89.350
0,09%
Zé Maria
PSTU
84.609
0,08%
Levy Fidelix
PRTB
57.960
0,06%
Ivan Pinheiro
PCB
39.136
0,04%
Rui Costa Pimenta
PCO
12.206
0,01%
Segundo turno: 31 de outubro de 2010 • Dilma Rousseff (PT) x José Serra (PSDB) Governadores eleitos no 1º turno
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Estados que vão ao 2º turno
Estado
Candidato-Partido
Estado
Acre Amazonas Bahia Ceará Espírito Santo Maranhão Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Paraná Pernambuco São Paulo Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Santa Catarina Sergipe Tocantins
Tião Viana (PT) Omar Aziz (PMN) Jacques Wágner (PT) Cid Gomes (PSB) Renato Casagrande (PSB) Roseana Sarney (PMDB) Silval Barbosa (PMDB) André Puccinelli (PMDB) Antonio Anastasia (PSDB) Beto Richa (PSDB) Eduardo Campos (PSB) Geraldo Alckmin (PSDB) Sérgio Cabral (PMDB) Rosalba Ciarlini (DEM) Tarso Genro (PT) Raimundo Colombo (DEM) Deda (PT) Siqueira Campos (PSDB)
Alagoas Teotônio Vilela (PSBD) x Ronaldo Lessa (PDT) Amapá Lucas (PTB) x Camilo Capiberibe (PSB) Pará Simão Jatene (PSDB) x Ana Júlia (PT) Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) x Zé Maranhão (PMDB) Piauí Wilson Martins (PSB) x Silvio Mendes (PSDB) Rondônia Confucio Moura (PMDB) x João Cahulla (PPS) Roraima Neudo Campos (PP) x Anchieta (PSDB)
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Candidato-Partido
Deputados campeões de votos*
Deputado
Votos
1º Tiririca (PR-SP) 2º Garotinho (PR-RJ) 3º Manuela D’Avila (PC do B – RS) 4º Ana Arraes (PSB-PE 5º Ratinho Jr. (PSC-PR)
1.353.820 (6,35%) 694.862 (8,69%) 482.590 (8,06%) 387-581 (8,80%) 358.924 (6,32%)
*em números absolutos *Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
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Visão do Brasil
Brasil
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presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o grande eleitor de 2010. Na história republicana brasileira jamais houve um presidente, em fim de mandato, com a musculatura política de Lula. Como a Constituição impede a re-reeleição – e Lula não pleiteou o terceiro mandato – em algum lugar do oceano político desaguaria a potência de um presidente cuja aprovação é altíssima. Logo, Dilma Roussef será eleita por obra e graça do lulismo – um fenômeno político que superou em potência e criação o petismo, do qual emergiu. Por um lado, é bom que se diga, reconhecer a condição de Lula como o grande eleitor não retira méritos de Dilma; por outro,
não se pode negar que teria sido melhor para a democracia brasileira a escolha de um candidato que representasse uma instituição ou concerto político, e não a vontade cesarista de um líder. Não se trata de querelas menores, como o fato de Dilma não ter tido cargos eletivos, pois ela 32
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Por que Dilma ser esteve à frente de importantes cargos políticos – cuja relevância chancela pretensões presidenciais. Trate-se de uma questão maior: a sofisticação institucional da escolha que, em democracias sólidas, emana das instituições, através de instrumentos bem mais legítimos, como as prévias. Nesse sentido, a escolha de Barack Obama – em prévias internas que mobilizaram os democratas americanos de Leste
a Oeste, derrotando inclusive os barões do Partido, liderados pelo casal Clinton – é um exemplo. Nossa democracia não chegou nesse nível. O principal candidato da oposição a Lula, José Serra, foi escolhido por um
conclave de cardeais tucanos, com a benção tácita dos barões da imprensa paulista. Houvesse prévias nas frentes tucanas, a chance de Aécio Neves vencer, na maioria dos diretórios do PSDB, exceto na sessão paulista do partido, era bem mais do que razoável. Sob esse aspecto, a fragilidade institucional da candidatura de Marina Silva (PV) é ainda pior: ela entra no partido virtualmente indicada candidata a presidente.
á eleita no dia 31 de outubro
Alberto Luiz Schneider
seu percurso político – que prometia melhorar a vida dos pobres e diminuir a concentração de renda. Outro – formalmente assinado em 2002, na “Carta ao Povo Brasileiro”, onde se comprometia a cumprir todos os contratos em vigor e, implicitamente, sugeria um governo market-friendly. Interessa menos, para grandes contingentes populacionais, que o governo Lula não tenha viabilizado a melhoria das condições de vida através de uma plataforma socializante, como propunha o mito de fundação do Partido dos Trabalhadores. Do ponto de vista dos mais pobres,
A força do lulismo Se Dilma Roussef for eleita, será por força do lulismo, cujo fenômeno político é preciso compreender. Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que Lula cumpriu, ao mesmo tempo, dois contratos políticos com os eleitores. Um – contraído ao longo de
a maioria dos signatários do lulismo, a vida melhorou, e melhorou graças a políticas públicas – como o Bolsa-Família, aumentos consistentes do salário mínimo, crédito aos mais pobres, programas como o Pró-Uni e o Luz para Todos,
investimento públicos e privados, geradores de empregos, sempre com a mão visível do BNDES, etc. E não por obra da natureza. Lula também cumpriu a “Carta ao Povo Brasileiro”, pois manteve o tripé da política macroeconômica herdada do fernando-henriquismo, a saber, câmbio flutuante, metas de inflação e responsabilidade fiscal. Mas, se sob certo aspecto o governo Lula manteve as linhas gerais do governo anterior, em outros operou mudanças, no sentido de um novo desenvolvimentismo, como o aumento do ativismo estatal atesta, mediante a construção de grandes obras públicas, entre elas as hidroelétricas do rio Madeira, a transposição do São Francisco, programas ambiciosos como o Minha Casa-Minha Vida, etc.
E também a valorização do serviço público, com a abertura de novos concursos. As universidades federais foram reequipadas, com equipamentos e recursos humanos, e novas foram criadas, gerando milhares de vagas. Intervenções que puseram em marcha o crescimento do mercado interno, criando empregos, e angariando apoios. Com isso, o governo Lula superou o raquitismo estatal dos anos de outubro 2010
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Pedro Malan no Ministério da Fazenda, cuja visão liberal da economia e da sociedade liquidou qualquer veleidade social-democrata que o PSDB pudesse acalentar.
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Projeto pluriclassista O “milagre” do lulismo foi a construção de um projeto pluriclassista, movido pelas circunstâncias e as possibilidades, mas ao fim e ao cabo consistente, de modo a abarcar o agronegócio e a agricultura familiar; incitando, ao mesmo tempo, o espírito animal dos empresários e conferindo importância aos sindicatos e aos sindicalistas; vestindo o boné do MST (evitando criminalizar os movimentos sociais) e encorajando os usineiros a produzirem álcool e açúcar para gerar empregos e dólares ao país. Nesse sentido, o lulismo é diferente do petismo, cujo compromisso de classe, ideológico, ainda se faz notar, como também é diferente do fernando-henriquismo, que assumiu uma visão liberal no trato com a sociedade civil e, na política externa, adotou uma tênue visão americanófila, em linha com os interesses objetivos e subjetivos da elite brasileira. Como nos lembra o cientista político Andre Singer (“Raízes Sociais e Ideológicas do Lulismo”, “Novos Estudos”, 85, nov 2009*), as opções políticas de Lula o aproximaram das massas deserdadas, historicamente refratárias ao discurso do PT, assim como distanciaram o partido da classe média tradicional, o núcleo central da resistência anti-lulista, em parte, ressentida com a perda de
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exclusivismo social representada pela ascensão de quase 30 milhões de pessoas, em parte desapontadas pelas alianças de Lula (Renan Calheiros, Collor, Sarney etc.). Sob esse aspecto, nota Singer, Lula se aproxima da herança varguista. O que está em disputa, neste momento, é a natureza do governo Dilma, se mais “petista” ou mais “lulista”. Ambas as perspectivas incomodam os setores mais conservadores, mas o viés “petista” os assusta, levando-os a flertar com uma retórica tardo-udenista. O cerco a Dilma por parte de setores da imprensa – do qual a Revista Veja é o exemplo mais eloquente – visa enfraquecê-la, pois derrotá-la agora é impossível, de modo a forçá-la a não flertar com o “radicalismo” petista e não acelerar o ativismo estatal, visto como essencialmente corrupto ou ineficiente, frente à suposta superioridade racional (e mesmo moral!) do capital privado.
Quem viver verá A tese – segundo a qual Dilma representaria um “verdadeiro projeto de governo petista” – carece de fundamentos e evidências, na medida em que ela é uma neopetista, egressa do PDT, partido cuja origem brizolista/varguista é evidente. (O que, talvez, explique a opção de Lula). Dilma, apesar do passado hard e de uma visão pró Estado ativo, é muito próxima do capital produtivo, com bom trânsito no empresariado. A hostilidade a Dilma vem, sobretudo, da imprensa e suas conexões com a classe média tradicional e o rentismo, setores que se sen-
tiam mais protegidos – senão concreta, ao menos simbolicamente – no governo Fernando Henrique Cardoso. À direita e à esquerda, quem esperar radicalismo de Dilma pode se frustrar. Quem esperar o enfraquecimento do Estado Democrático de Direito, tanto à esquerda, como à direita do espectro político, pode ficar falando a públicos hiper ideologizados e a minorias raivosas. A pergunta, essa sim, por ora irrespondível e relevante, é se Dilma Roussef terá condições políticas, pessoais e circunstancias para liderar o concerto pluriclassista herdado de Lula, tendo aliados sedentos, como o PMDB e o PT, e adversários escandalizantes e lacerdistas, como a fração mais barulhenta frente oposicionista demo-tucana. Terá Dilma virtúde e fortuna para dar continuidade à obra política de Lula? Quem viver verá. Alberto Luiz Schneider é Doutor em História pela Unicamp. Foi Pesquisador Associado do Departamento de Português e Estudos Brasileiros do King’s College London. Atualmente é Professor de História do Brasil da Universidade Camilo Castelo Branco (São Paulo). A opinião do colunista não representa, necessariamente, a posição da Revista Real
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Cabelo, cabeleira, cabeluda... Como na música da Gal Costa, seja qual for o seu tipo de cabelo, ligue-se nos cuidados básicos que deixam as suas madeixas mais lindas e saudáveis
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uem mora no Reino Unido sabe que nem é preciso chegar o inverno para que as temperaturas caiam bruscamente. O outono está aí e os dias frios já provocaram as primeiras mudanças no comportamento: agasalhos esquecidos nos últimos meses foram tirados dos guarda-roupas e de dentro das malas para serem usados no dia-a-dia. Os cuidados com os cabelos também mudam com o início do outono-inverno, que vai dominar a cena, pelo menos, nos próximos seis meses ou sete meses. Naturalmente, nessa época do ano, aqueles convidativos banhos quentinhos e demorados são um apelo ao bem-estar, ainda mais depois de um dia estressante de trabalho. O problema é que a alta temperatura da água retira o óleo do couro cabeludo, que tem função de proteção natural e lubrificação dos fios. Com isso, 36
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a tendência é que o cabelo fique ressecado, quebradiço e com pontas duplas. Além desses efeitos indesejados, a água quente pode provocar uma descamação do couro cabeludo, que pode ser confundida com caspa. Para evitar esses danos, a melhor coisa é usar água morna na hora de lavar as madeixas. As baixas temperaturas também afetam os fios dos cabelos. Neste caso, evite sair de casa com os cabelos molhados, pois facilita a quebra da fibra. Dormir com o cabelo molhado, também, nem pensar! Isso faz com que os seus cabelos fiquem fracos e quebradiços. Usar chapéus, boinas, lenços e gorros, nessa época do ano são uma boa pedida para se proteger do frio, mas cuidado! Se usados com muita frequência, eles aumentam ainda mais a oleosidade do cabelo e podem ocasionar o surgimento de fungos e bacté-
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rias no couro cabeludo. Quando for lavar os cabelos, procure massagear o couro cabeludo. Dessa forma, você estará ativando a circulação e oxigenação do couro. A massagem também acelera o crescimento dos cabelos. Já abordamos os assuntos no mês passado, na matéria “Mulheres, preparem-se para o frio!”, mas nunca é demais lembrar: os secadores podem ser usados sem medo, desde que a secagem seja feita corretamente com a proteção de um creme termoativado, que vai proteger o seu cabelo e minimizar os efeito da alta temperatura. E além de usar shampoo e condicionador de boa qualidade e adequados ao seu tipo de cabelo, fazer hidratação é a melhor opção para manter os fios saudáveis no inverno.
Sem medo da tesoura
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Se no verão é comum as mulheres frequentarem os salões para ousar em novos cortes, mais curtinhos e batidos, aproveitando os dias de calor, algumas acham que nas estações frias do ano a visita ao cabeleireiro pode ser adiada. Ledo engano! Para manter os cabelos saudáveis e cheios de vida, é preciso saber a hora de tirar alguns dedinhos do comprimento. Caso contrário, os fios começam a ficar opacos e quebradiços. As pontas não aparadas regularmente são partes mortas do cabelo. Não à toa, é necessário podá-las com-
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mo uma planta, para que os fios continuem crescendo bonitos e saudáveis. O tempo em que cada pessoa tem de aparar as pontas do cabelo não é regra. Mas, em geral, dois meses são o intervalo ideal entre um corte e outro. Portanto, faça uma auto-avaliação: se as pontas estiverem opacas, quebradas, esbranquiçadas, se dividindo ao meio ou mais ásperas, é o momento de passar a tesoura, para o bem dos fios e do seu visual.
A hora de podar as madeixas Sinais que alertam você de que chegou a hora de dar uma aparada na juba: • Se as pontas estiverem porosas ou ralas; • Queda acentuada de cabelo. Vários motivos podem acarretar a queda de cabelo e quem sofre com ela deve prestar atenção e procurar o real motivo. Se os fios não forem cortados regularmente, no entanto, é uma razão a mais para os fios começarem a cair; • Fios que continuam embaraçando nas pontas e prendendo o pente ou escova, por mais que seja lavado e hidratado; • Cabelo descolorido requer cuidado extra. Por mais que a tintura disfarce a aparência esbanquiçada das pontas mortas, produtos químicos sempre deixam o cabelo mais frágil.
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Os segredos da maquiagem
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Como pequenos truques no dia-a-dia podem ajudar você a disfarçar olheiras e espinhas
maquiagem é a melhor amiga das mulheres na hora em que é preciso disfarçar olheiras, espinhas ou pequenas cicatrizes no rosto. Mas são precisos alguns cuidados básicos no momento de escolher os produtos, que têm que combinar com o seu tom de pele. Opiniões de profissionais da área de beleza são fundamentais, mas na correria do dia-a-dia, quando você não tem aquela folguinha do final de semana para ir ao salão, valem algumas dicas básicas para andar bonita por aí.
Textura e cor Eis o primeiro passo para fazer uma maquiagem perfeita. O truque é testar o corretivo no pescoço ou no colo, para escolher a tonalidade mais próxima de sua pele. A textura do produto também é importante. O corretivo em formato bastão é mais indicado para peles normais ou secas. As peles oleosas e com acne necessitam de produtos secativos, que tratam o local e também disfarçam as espinhas. Para peles que apresentam pequenas imperfeições e não precisam de grandes coberturas, o corretivo líquido é a melhor opção.
ordem o resultado fica mais natural. Para o dia-a-dia, recomenda-se que a base seja dispensada, usando-se somente o corretivo junto com o pó compacto. Há também os chamados duo-base, que concentram em um só produto os benefícios do corretivo e do pó. Mas cuidado: o produto pode deixar um aspecto pesado no seu rosto. Portanto, testar é fundamental.
Cuidados básicos Antes de se maquiar, é importante limpar e tonificar a pele. Para esconder as indesejadas olheiras, use compressas geladas; Não exagere no uso de corretivo, base ou pó. Em excesso, os produtos têm efeito contrário: ao invés de esconder as imperfeições, deixam-as mais visíveis; Aplique poucos pontos de corretivo na pálpebra inferior, espalhando o produto com leves batidinhas com os dedos, para evitar que fique marcado;
Corretivo x base
Escolha criteriosamente o corretivo que mais se assemelha ao tom de sua pele, para não dar aquele aspecto artificial;
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Qual produto aplicar primeiro: o corretivo ou a base? A melhor maneira para resolver o dilema é testar. Escolha os produtos certos para o seu tipo de pele e teste em qual
Observe que o corretivo, a base e o pó usados no verão podem não ser os ideais para serem usados no inverno. Apesar do pouco sol na Inglaterra, no verão a tendência é que a pele pegue uma corzinha e os tons usados podem variar.
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A Mesquita Koutobia, cart達o postal de Marrakech 42
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As mil e uma noites de Marrakech A tradição islâmica e a arquitetura peculiar da cidade marroquina remetem o visitante às estórias de tapetes voadores
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o Marrocos, a forte influência do Islamismo pode ser observada além de véus que cobrem o rosto das mulheres, preces com hora marcada e restaurantes que não vendem bebidas alcoólicas. Ela também determina que os gatos sejam abundantes e os cachorros, considerados impuros pelo Alcorão, quase inexistentes. E que homens andem de mãos dadas, como sinal de amizade e respeito, enquanto marido e mulher evitem o contato em público. Apesar do grande número de turistas que visitam o país todos os anos, as velhas tradições culturais têm sido bravamente preservadas, até mesmo em centros maiores, como Marrakech. Assim como todas as grandes cidades marroquinas, Marrakech tem uma parte moderna, construída durante a colonização francesa, no século passado, e outra medieval, a Medina (que significa cidade em árabe). É no centro desse labirinto de prédios rosados que encantadores de serpente, malabaristas, saltimbancos, mulheres que fazem tatuagem de henna e predizem o futuro, se reúnem todos os dias. Há quem diga que hoje Djemaa El Fna sobrevive do turismo, mas muitos moradores se reúnem na praça para ouvir histórias e ver as danças dos povos berberes das montanhas ou comprar poções bizarras de ervas, pele e ossos de animais. Do alto das sacadas dos restaurantes que circundam Djemaa el Fna se avistam as Montanhas Atlas ao longe, enquanto a vida acontece no coração de Mar-
rakech. Se não fosse pelo descaso de alguns turistas, com suas coxas e ombros de fora, e os banners da Coca-Cola em árabe, poderíamos estar numa praça medieval, das que só existem em histórias de tapetes voadores.
Fé, tradição e história Sexta-feira, ao meio dia, é quando os muçulmanos se encontram na mesquita para rezar. Segundo a religião, o bom seguidor deve rezar cinco vezes todos os dias: ao amanhecer, ao meio-dia, à tarde, ao pôr-do-sol e à noite. Alto-falantes instalados nos minaretes não deixam ninguém esquecer suas obrigações. Mas para quem planeja ir a Marrakech na esperança de visitar as mesquitas, cabe lembrar que elas são usadas estritamente para oração: homens na frente, mulheres atrás, organizados em filas. Nada de turistas. Preservadas nas sombras da mesquita e abertas à visitação, as tumbas da dinastia Saadi abrigam mais de 160 nobres, soldados e o próprio sultão Ahmad al-Mansur, que governou o Marrocos no final do século 16 e transformou Marrakech na capital do império. A beleza dos entalhes e o colorido dos azulejos das três salas e pátio que formam esse cemitério não é segredo, portanto, a melhor maneira de evitar as filas é chegar cedo ou deixar a visita para o fim do dia. Pelas paredes, trechos do Alcorão se confundem com arabescos. As inscrições em alguns túmulos nos transportam ao período de turbulência e 70 anos outubro 2010
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Turismo
As tumbas da dinastia Saadi
de guerra civil, vividos pelo país depois da morte do sultão, em 1603: “A morte o encontrará, aonde quer que você esteja, até mesmo entre as paredes de um forte, a morte o encontrará.” O Palácio El Badi, apelidado “o incomparável”, é da mesma época. Enquanto superstições protegeram as tumbas Saadi dos saques, hoje só restam ruínas das 360 salas do palácio, uma vez forradas de mármore e ouro. Porém, o enorme pátio interno, com seus jardins e piscinas, abriga o Festival de Marrakech, a maior celebração de artes populares do país, todos os anos, em julho. Assim como os Saadi, os governantes da dinastia Alaouite, que assumiram o poder com o fim da guerra civil, também se diziam descendentes do profeta Maomé, o que explica o poder da religião em muitas decisões políticas. Os Alouites ainda reinavam quando França e Espanha começaram seus ataques, no século 19. Enfraquecidos, os últimos sultões do Marrocos viram o país ser dividido, enquanto os chefes das tribos berberes resistiam à invasão europeia. O enfraquecimento da França durante a Segunda Guerra Mundial fez com que o movimento de independência ganhasse força. Liderado por Mohammed V, descendente ao trono, o povo marroquino conquistou a independência em 1956. Desde então, o Marrocos tem sido uma espécie de monarquia constitucional, onde o rei é quem escolhe o Primeiro Ministro. No entanto, os últimos dez anos foram palco de uma maior abertura democrática. Djemaa El Fna
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Pechinchar é lei no comércio local
O Rei Mohammed VI libertou milhares de presos políticos, instituiu o ensino da língua berbere em algumas escolas e baniu a lei da poligamia, dando às mulheres direitos similares aos dos homens, coisa inédita num país muçulmano. Entretanto, ainda existem leis que limitam a liberdade de imprensa, proíbem o homossexualismo e permitem a pena de morte.
Dança berbere, uma atração
Marrocos, um país fascinante O desejo de se tornar uma nação moderna e democrática, misturado às tradições de origem milenar, fazem do Marrocos um país fascinante. Marrakech é uma boa porta de entrada para testemunhar esses contrastes. O bairro de Guéliz, o centro administrativo e comercial da cidade construído durante o domínio francês, tem hotéis e restaurantes modernos, lojas de grife, casas noturnas (algumas não-oficialmente gays) e o estupendo jardim Majorelle. Cactus, vitórias-régias, bambus, palmeiras e 15 espécies de pássaros vivem no jardim criado pelo pintor Jacques Marjorelle, nos anos1920, e vendido em 1980 ao estilista francês Yves Saint Laurent. Todavia, Guéliz não tem o mesmo charme da Medina. O espírito da cidade ainda se encontra entre os muros de pedra calcária cor de rosa, que cercam a parte medieval e seus ícones. O imponente minarete da Mesquita Koutobia, do alto de seus 70 metros, parece lembrar a todos, jovens e velhos, estejam em Guéliz ou na Medina, que o legado dos antigos desconhece o passar do tempo. outubro 2010
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Os tradicionais potes de barro
Turismo
Onde ficar Riad Carina www.riadcarina.com No estilo butique, tem cinco quartos, pátio com velas, uma pequena fonte e música relaxante. O terraço, onde é servido o café da manhã, é muito acolhedor, de onde se pode ver e ouvir as cegonhas nos muros do Palácio El Badi (€45 a €75).
Felinos marroquinos fazem a siesta
Como cartão postal oficial de Marrakech, Koutobia atrai visitantes e também guias indesejados, além de crianças que se divertem jogando futebol nas amplas calçadas que cercam o monumento. Às vezes, os meninos deixam a bola de lado e se oferecem para mostrar o caminho até a próxima atração ou restaurante. Logicamente, nada é de graça, e uma vez aceitada a companhia, fica difícil se livrar dela pelo resto do dia sem antes oferecer uma boa gorjeta. Adultos e crianças, os guias não-oficiais estão por todas as partes e não é difícil ser abordado por mais de uma dúzia deles, em apenas um dia. Ainda que seja difícil disfarçar a condição de turista num país como o Marrocos, vestir-se como os moradores pode ajudar a evitar aborrecimentos e companhias indesejadas. Texto e fotos: Giovana Zilli 46
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Hotel Sherazade www.hotelsherazade.com Apesar do título “hotel”, esse é na verdade um dos riads, casas tradicionais transformadas em hotéis, pioneiros em Marrakech. Oferece simplicidade e bons preços no coração da Medina (€30 a €50). Relais de Marrakech www.lerelaisdemarrakech.com Localizado a 10 km do centro, na estrada de Casablanca, Relais de Marrakech tem camping com piscina, restaurante e ótima infraestrutura, além de tendas nômades (€33) e quartos (€44) para alugar.
Como chegar Ryanair (www.ryanair.com) é a opção mais em conta, com voos saindo de London Luton, Edinburgo, Bristol e East Midlands. Já a Easyjet (www.easyjet.com) tem voos de London Gatwick e Manchester.
Mais informações www.visitmorocco.com www.ilove-marrakesh.com www.marrakechfestival.com www.jardinmajorelle.com
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MOTORES
Salão do Automóvel celebra 50 anos O mais importante evento do setor na América Latina, realizado a cada dois anos, chega à 26ª edição em São Paulo
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Motores
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26º Salão Internacional do Automóvel – de 27 de outubro a 7 de novembro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo – promete acelerar ainda mais tanto os negócios quanto os batimentos cardíacos dos seus visitantes, apaixonados ou não por carros. Organizado e promovido pela Reed Exhibitons Alcantara Machado, o evento está em festa pelo seu cinquentenário, no momento em que o Brasil alcança o posto de quarto maior produtor mundial de automóveis. Associado a um mercado automotivo em expansão, o Salão deste ano espera receber 600 mil visitantes, que terão a oportunidade de ver de perto 42 diferentes marcas, entre nacionais e importadas, quantidade superior às 36 apresentadas na edição de 2008. Ao todo, estarão expostos 450 modelos de veículos, ante os 400 do Salão anterior. O evento estará aberto ao visitante durante 12 dias, transformando os 85 mil metros quadrados de área num grande acontecimento. De acordo com Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, 40% dos modelos apresentados no Salão do Automóvel são inéditos. “Além do show de novidades, o Salão é a oportunidade para se examinar os avanços e as tendências futuras da indústria de automóveis quanto a tecnologia, design e carros-conceito, tão ansiosamente aguarda48
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dos pelo público”, ressalta. O Salão do Automóvel ganhou as ruas da cidade de São Paulo, com o apelo dos 50 anos. Além disso, a edição comemorativa do Salão foi apresentada, na forma de road shows, em outras seis capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio e Salvador.
Parceria sem fronteiras Outro ponto a ser considerado é a repercussão internacional do Salão do Automóvel. Desde a edição de 2008 o evento compõe o calendário oficial da OICA (Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Espaço com destaque garantido para produtos e imagem institucional dos fabricantes – de automóveis nacionais e importados - o Salão “quer dividir o brilho de seus 50 anos com todos os players que atuam no mercado brasileiro”, assegura De Vera. A aliança sem fronteiras está estampada, inclusive, na presença das logomarcas das montadoras de automóveis parceiras do evento no site do Salão (www. salaodoautomovel.com.br). O site ganhou dinamismo, novos links e um convite ao maior relacionamento. As experiências pessoais dos visitantes do Salão ganham maior expressão e
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2008
Criatividade na festa 1996
as mídias sociais vinculadas ao evento (Blog, Twitter, Orkut, Flickr e Facebook) contribuem para difundir ainda mais a informação, com inúmeras ações promocionais interativas com o público. Outro importante serviço oferecido pelo site do Salão do Automóvel é a venda online de ingressos, única forma do interessado em visitar o Salão antecipar sua presença na edição dos 50 anos. Devaldo Gilini Júnior devaldojr@gmail.com sportcarsnaweb.blogspot.com
Enquanto os expositores preparam novidades e atrações para seus estandes e tentam se superar em atividades interativas e lúdicas, a organização realizou o primeiro Concurso Cultural do Salão do Automóvel em conjunto com a Livraria Saraiva. Participaram do concurso estudantes de cursos técnicos e superiores de graduação nas áreas de Design, Design Gráfico, Desenho Industrial, Publicidade e Comunicação, que criaram um Cartaz Comemorativo dos 50 Anos do Salão do Automóvel. Os três melhores cartazes, criados para expressar a trajetória e a chegada do Salão do Automóvel ao seu cinquentenário, receberão, pela ordem de colocação, 1 MacBook; 1 Blackberry e 1 monitor LCD, e serão expostos durante o Salão do Automóvel. Repetindo o sucesso de 2008, a Reed Exhibitions Alcantara Machado renova a parceria com o Instituto Ayrton Senna para divulgar o trabalho da instituição e mobilizar a sociedade a abraçar a causa da educação. 26º Salão Internacional do Automóvel 27 de outubro a 7 de novembro Pavilhão de Exposições do Anhembi Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo www.salaodoautomovel.com.br
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ESPORTE
Brasil x Ucrânia em Derby
Esporte
Foto: Mikhail Slain
Zico deixa o Flamengo
A seleção brasileira volta à Inglaterra para mais um amistoso, no dia 11 de outubro, diante da Ucrânia. Desta vez o palco não será o Emirates Stadium, campo do Arsenal, em Londres, onde o Brasil fez vários amistosos nos últimos anos. A cidade de Derby foi a escolhida para sediar o jogo, que acontecerá às 19h30, no Pride Park Stadium, quando a renovada seleção de Mano Menezes enfrenta os ucranianos, 26 º colocados no ranking da Fifa e anfitriões, ao lado da Polônia, da fase final da Eurocopa 2012. Antes de enfrentar a Ucrânia, o Brasil, do atacante Robinho (foto), jogaria contra o Irã em Abu Dhahi, nos Emirados Árabes, no dia 7 de outubro.
Carpegiani assume o Tricolor O técnico Paulo César Carpegiani assumiu o São Paulo no começo de outubro, em lugar do 50
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Zico, o maior ídolo do Flamengo, durou apenas quatro meses no cargo de diretor executivo do clube, aumentando a crise na Gávea. Ele anunciou a saída no final de setembro, afirmando ter sido atacado injustamente e que não seria possível fazer o que planejara. As pressões que sofreu dentro do clube, especialmente do Conselho Fiscal, que é presidido por Leonardo Ribeiro, também conhecido como Capitão Léo, foram cruciais para a decisão de Zico. Ribeiro acusou o ídolo flamenguista de tirar proveito da parceria entre o Flamengo e o CFZ, clube de Zico. Em campo, o rubro-negro amarga péssima campanha no Brasileirão, rondando a zona do rebaixamento.
Romário e Bebeto são eleitos Foto: José Cruz/ABr
interino Sérgio Baresi, assinando contrato até o final de 2011. O treinador, que comandava o Atlético-PR no Brasileirão, fez elogios ao time do Morumbi. “É uma honra trabalhar em um clube com uma estrutura fantástica, que faz parte da elite do futebol brasileiro. Terei todas as condições de desenvolver um trabalho”, disse Carpegiani, 61 anos, que comandou o São Paulo em 1999, mas não conquistou título. A missão do treinador é levar o time, que ocupa posição intermediária no Nacional, a disputar uma vaga para a Libertadores 2011.
Os tetracampeões Romário e Bebeto vão fazer parceria agora em outro campo: o politico. Os dois foram eleitos deputados federais pelo Rio de Janeiro nas eleições de 3 de outubro. O Baixinho, filiado ao PSB, foi o sexto deputado mais votado do estado, com 146.859 votos. O ex-jogador acompanhou a apuração em seu comitê, mas só comemorou quando 99% das urnas já haviam sido apuradas. “Agradeço a todos vocês de coração, vocês vestiram mesmo a minha camisa”, disse aos amigos. Bebeto (PDT) teve uma votação mais modesta, 28.328 votos, mas foi beneficiado graças ao desempenho de seu colega de partido, o ex-cantor Wagner Montes, que foi o deputado mais votado do Rio, com 528.628 votos.
Malouda sonha jogar no Brasil O meia francês do Chelsea, Florent Malouda, 30 anos, disse que sonha em encerrar sua carreira no futebol brasileiro. O jogador afirmou que já até escolheu as equipes pelas quais gostaria de atuar no final da sua vida profissional: Vasco ou Flamengo. Um dos motivos que o levam a ter tal vontade é sentir a emoção de disputar um clássico no estádio do Maracanã. “Por enquanto, fico na Europa. O objetivo é jogar a Copa-2014 e, depois, ir para o Brasil , o país do futebol, para jogar em um clube como Flamengo ou Vasco, só para sentir a emoção de uma rivalidade carioca”, disse o meia, à revista francesa “Onze Mondialo”.
Demitido do Galo, Luxa assume o Fla
Diego Hypólito tem futuro incerto
Vanderlei Luxemburgo, demitido em setembro após uma campanha pífia à frente do Atlético Mineiro, quando o time figurou entre os rebaixados do Brasileirão, ficou poucas semanas desempregado. No dia 4 de outubro foi anunciado como o novo técnico do Flamengo, que passa por uma crise diretiva e também ronda a zona de descenso do Nacional. Desgastado com a direção e diante do elenco, o técnico Silas foi demitido depois de ficar apenas 10 jogos à frente do time, onde teve um desempenho abaixo da média: uma vitória, seis empates e três derrotas. Para assinar com o rubro-negro, Luxemburgo, famoso pelas onerosas comissões técnicas que leva aos clubes que o contratam, concordou em levar consigo apenas um auxiliar técnico e um preparador físico.
Maior nome da história da ginástica masculina no Brasil, Diego Hypólito tem a carreira ameaçada. O ginasta rompeu o ligamento interno do tornozelo esquerdo, além de ter um osso fora do lugar, lesão de cartilagem e fragmentos de ossos soltos, fruto de uma lesão mal tratada em 2006. O caso é tão raro que ele terá que ser operado este mês na Suíça. “Esta lesão pode me tirar muito tempo, então estou com medo, com uma insegurança muito grande. Não quero sair da ginástica sem ser medalhista olímpico. Trata-se da coisa que eu mais sonho na minha vida, penso nisso todos os dias desde que acabaram as últimas Olimpíadas”, comentou o atleta.
Violência afasta holandês da seleção O treinador da seleção holandesa, Bert van Marwijk, excluiu o volante De Jong, do Manchester City, dos próximos dois compromissos da equipe pelas eliminatórias para a Eurocopa-2012. Depois de protagonizar um lance violento na final da Copa do Mundo, quando entrou com a sola da chuteira no peito do espanhol Xabi Alonso, De Jong quebrou a perna do atacante francês Ben Arfa, do Newcastle, em partida do Campeonato Inglês. Em um primeiro momento, Marwijk disse que conversaria com o jogador na concentração, mas, depois, decidiu cortá-lo da convocação, para “preservar a imagem do futebol holandês”.
EUA: domínio no basquete Depois da seleção masculina ganhar o Mundial da Turquia dos donos da casa, a equipe feminina norte-americana conquistou no dia 3 de outubro o título mundial, disputado na República Tcheca. Na final, os Estados Unidos venceram as anfitriãs por 89 a 69. Na disputa do bronze, a Espanha derrotou a Belarus por 77 a 68, com 22 pontos de Sancho Lyttle. A torcida tcheca, como prêmio de consolação, pôde aplaudir a MVP do campeonato, Hana Horakova. A jogadora deixa o Mundial com médias de 12,1 pontos, 5,5 rebotes e 3,8 assistências por partida. O Brasil foi apenas o nono colocado do Mundial, entre 16 seleções participantes.
Foto: Morio
Massa é só figurante na F1 O brasileiro Felipe Massa terá que se contentar com o papel de figurante no Mundial de F-1. Como Fernando Alonso está na briga pelo título, o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, disse à “Gazzetta dello Sport” que o papel de Massa nas últimas corridas da temporada é ajudar o espanhol. “Eu quero um Massa forte para tirar os pontos de rivais. Aqueles que correm pela Ferrari não correm por si mesmos, mas pelas cores da Ferrari.” As últimas corridas do calendário são: Japão, no dia 10 de outubro; Coréia do Sul, dia 24; Brasil, dia 7, e Emirados Árabes, no dia 14 de novembro. Mark Webber, da Renault, lidera com 202 pontos, seguido por Alonso, com 191 e Lewis Hamilton, da McLaren, com 182 pontos. outubro 2010
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PALAVRAS CRUZADAS
A origem das palavras cruzadas
Palavras Cruzadas
A brincadeira que inspirou um dos passatempos mais populares de nossos tempos data do século IV a.C. Nos laterculus, como o jogo era conhecido, os antigos romanos tinham de formar palavras cruzandoas de maneiras que constituíssem palíndromos - isto é, podiam ser lidas tanto na vertical quanto na horizontal, ou de frente para trás e vice-versa. “As inscrições mais antigas desse jogo foram encontradas nas ruínas de Pompéia, a cidade italiana destruída no ano 79 pela erupção do Vesúvio”, afirma o designer de jogos Luiz Dal Monte Neto. Nos moldes atuais, porém, as palavras cruzadas apareceram pela primeira vez no jornal New York World, em 22 de dezembro de 1913. O inglês Arthur Wynne, responsável pela seção “Diversão” do jornal, recebeu a incumbência de inventar um jogo especialmente para a edição dominical. Wynne baseou-se em um passatempo que conhecera quando criança e que tinha regras semelhantes às dos laterculus romanos. Mas, em vez de fornecer as palavras que deveriam ser cruzadas, Wynne resolveu dar apenas dicas e criou um diagrama na forma de um losango. Uma década depois, a criação de Wynne já estava em jornais europeus, além de em todo o continente americano. 56
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Projeto LatinoAmericano para portadores de deficiência 020 7793 8399 www.ladpp.org.uk
Home Office
Immigration &Nationality Directorate Whitgift Centre Wellesdey Road – Croydon CR19 1AT Concessão e extensão de vistos: 087 0606 7766 Solicitação de formulário para extensão de visto: 087 0241 0645
Immigration Advisory Service (IAS)
Orientação jurídica em inglês sobre pedidos de vistos. County House: 190 Great Dover Street - 2º andar - London SE1 4YB 020 7967 1200 www.iasuk.org
UK Concil for International Student Affairs Informações para estudantes estrangeiros sobre vistos, cursos,bolsas de estudo e assuntos relacionados ao ensino no Reino Unido. 020 7107 9922 www.ukcosa.org.uk
Citizens Advice Bureau
ONG que oferece aconselhamento em diversas areas, com vários escritórios no Reino Unido. www.citizensadvice.org.uk
Gay Switchboard
Informações sobre acomodação, ‘civil partnership’, imigração e legislação, entre outros. 020 7837 7324 (24h)
Consumer Direct
O Consumer Direct funciona como uma espécie do nosso Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) do Reno Unido, orientando em relação aos direitos e a quaisquer problemas que o consumidor possa vir a enfrentar. Saiba mais no www.consumerdirect. gov.uk/
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