Refrigério 6ª edição.

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Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia, quando Herodes era rei da terra de Israel. Nesse tempo alguns homens que estudavam as estrelas vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém. Eles perguntaram: —Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo. Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito preocupado, e todo o povo de Jerusalém também ficou. Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias. Eles responderam: —Na cidade de Belém, na região da Judéia, pois o profeta escreveu o seguinte: “Você, Belém, da terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais cidades de Judá, pois de você sairá o líder que guiará o meu povo de Israel.” Então Herodes chamou os visitantes do Oriente para uma reunião secreta e perguntou qual o tempo exato em que a estrela havia aparecido; e eles disseram. Depois os mandou a Belém com a seguinte ordem: —Vão e procurem informações bem certas sobre o menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo. Depois de receberem a ordem do rei, os visitantes

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foram embora. No caminho viram a estrela, a mesma que tinham visto no Oriente. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o menino estava. Quando viram a estrela, eles ficaram muito alegres e felizes. Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.


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ublicar a sexta edição da Revista Refrigério é uma grande conquista. Hoje entendo o conselho do escritor aos Hebreus quando diz “Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio d´Ele que a nossa fé começa, e é Ele quem a aperfeiçoa.” Dificuldades existem e estão aí para que com a ajuda do alto possamos superá-las, mas sem permitir que em nenhum momento nossos olhos deixem de olhar para Aquele que renova nossas forças a cada dia para o trabalho e nos faz seguir adiante com a certeza da vitória! Saudamos aos nossos leitores em Valadares, Ipatinga, Caratinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Conselheiro Pena, Resplendor, Teófilo Otoni, Belo Horizonte e a você cuja cidade não foi citada acima, mas tem caminhado conosco com alegria. Temos novidades para compartilhar: já está no ar nosso site e o blog da Refrigério.

Passa lá... Receba como bálsamo vindo de Deus os conteúdos e procure compartilhar esta bênção com os seus amigos. Você verá que nesta edição o tema “Deus” recebeu uma atenção especial, não se trata de uma tentativa de advogar a causa do Eterno, pois Ele não precisa disso. Como nós seres tão finitos e limitados poderíamos definir ou explicar o indefinível e inexplicável!? Com alegria lhe convidamos a dar uma olhadinha nos insights dos nossos escritores e o discernimento deles acerca deste tema. Contamos com suas orações e se Deus quiser estaremos de volta com a sétima edição. Até lá! José Maria de Souza Editor Responsável

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Águas das

Caminho

5 Gente Feliz! 6 O Doutor Três Horas 8 A benção de ser um derrotado 9 Lições que a vida me ensinou 10 Deus existe? 11 Quebrando paradigmas 12 As promessas 14 As pérolas de Rubem Alves sobre a vida e a morte 15 Para quem gosta do que é simples! 16 O aliado perfeito 17 É hora de gargalhar 18 Exercício de amor 19 Velha rabugenta 20 Síntese do essencial 21 Conhecer e interpretar o Ser 22 É Natal. O rei nasceu numa estrebaria 24 O idoso e sua sexualidade 26 O que digo aos ateus?

Bastidores

28 Silêncio! 29 Um homem inteligente falando das mulheres 30 O justo e a sociedade moderna

n JOSÉ MARIA DE SOUZA Direção geral e departamento comercial

32 A expulsão de Deus 34 Vocabulário da Vida 35 Deixe a raiva secar 36 O novo ateu 38 Cada dia 39 A pescaria inesquecível 40 Quem és deixa marca 40 Dez conselhos para a vida

n ISABEL GOMES Atendimento e suporte comercial ao leitor

n CÉLIA CRISTINA Pesquisa, editoração de temas da web

n KARINE CARVALHO Correção e atualização de textos dentro da norma ortográfica

e para qualquer ano novo www.revistarefrigerio.net http://revistarefrigerio.blogspot.com

n GENIDAR RIANI Editoração e designer gráfico

Editor Responsável: José Maria de Souza | Telefone: (33) 8416-8835 | E-mail: jotafeviva@ig.com.br Revisão de textos: Karine G. de Carvalho | Design Gráfico: Genidar Riani - (33) 8437-5000 Impressão: Lastro Editora | Periodicidade: Quadrimestral | Dezembro de 2010 | Exemplar avulso: R$ 5,00 4 Refrigério


Feliz é quem não segue os conselhos dos perversos: essa gente que sonega o direito; persegue o inocente; e, para quem, os fins justificam os meios.

Feliz é quem não relativiza o amar a Deus, acima de tudo, e o amar ao próximo, como a gente gosta de ser amado, como guia para toda a ação. Feliz é quem sabe que toda a vida é sagrada, e a preserva. Feliz é quem vive e anda com os justificados: promovendo o direito e preservando toda a vida. Feliz é o que está plantado na comunidade dos declarados justos: onde esse amor é o modo de viver, e a vida, então, flui como um rio, que o faz crescer como uma árvore sempre verdejante. Feliz é o que dá tempo ao tempo, e, no tempo certo, faz o que tem de fazer. Feliz é o que sabe que o prazer não é um lugar, mas uma construção. Feliz é o que medita em como ser gente como gente deve ser: que medita em como viver a partir do amar a Deus acima de tudo, e do amar ao próximo como a gente gosta de ser amado. Feliz é quem anda nesse caminho onde a maldade não tem lugar: porque esse é o caminho de Deus!

Ariovaldo Ramos 5 Refrigério


Foto: FÁBIO ALBUQUERQUE

O Doutor Três Horas

Meninas com salão de estética e beleza marcados, rapazes nadando logo de manhã pra evitar o “stress”, a companhia responsável pela formatura e baile acertando os últimos detalhes no auditório da Universidade e no Salão Nobre. Todos estavam ansiosos, preocupados, assustados, cheios de expectativas. Carros iam e vinham da portaria das faculdades. O pessoal da decoração dava os últimos toques na arrumação da mesa do Corpo Docente, a empresa de som ligava cabos enormes em todos os pontos do auditório, a iluminação colocava as últimas lâmpadas que faltavam, a floricultura acertava os corredores por onde as moças e os rapazes iriam descer e o outro por onde iriam subir. As camareiras davam os últimos retoques nas lindas togas de formatura, os fotógrafos montavam o estúdio móvel na porta do Salão Nobre, a cantina precavia-se de muitos salgadinhos e refrigerantes, enfim, tudo corria contra o tempo, contra o relógio. Três da tarde. A cerimônia iria começar às 4h, impreterivelmente. O Prof. Dr. Astrogésilo Pessoa Couto, grande celebridade e Reitor da Universidade, não se dava ao luxo de começar um minuto atrasado. Dizia-se que acertava o seu relógio pelo Big-Ben de Londres, até que inventaram o tal “relógio atômico”, que ele fez questão de instalar no seu computador. Assim, acontecesse o que acontecesse, às 4 horas a cerimônia iria começar. Muita gente rica chegando. O estacionamento da faculdade mais parecia um desfile de moda e revenda de automóveis importados: BMW, HONDA, DAEWOO, AUDI etc. Até FERRARI e JAGUAR apareceram! Madames muito bem vestidas estavam presentes. Havia gente da TV, cujos filhos estariam se formando. Mas tinha também um bom grupo de gente simples, humilde, lutadora, que também tinha filhos se formando ali. Seus trajes demonstravam que haviam alugado no “Black Tie” mais próximo do bairro. Não tinham familiaridade com a roupa, com os 6 Refrigério

saltos, com as gravatas, com os colares. Até ficavam um tanto desconcertadas, pois queriam fazer bonito e não envergonhar os filhos. Quatro horas. Como já dissemos, a empresa responsável pela cerimônia deu início ao evento. Algo em torno de 700 pessoas presentes. Também, pudera: 89 formandos, 35 em Letras, 12 em Pedagogia, 30 em Direito e 12 em Engenharia de Informática. Uma grande festa. Lugares contados, reservados para duas ou três pessoas de cada formando, e o restante disputado palmo a palmo pelos presentes do lado de fora ou em pé nos arredores. Havia um telão para que todos acompanhassem do lado de fora. Primeiramente a entrada do Reitor. Palmas efusivas. Então a mesa diretora e, por fim, o corpo docente, palmas afetuosas. Apresentação das funções de cada um e tudo o que, de praxe, se costuma fazer numa cerimônia de formatura e colação de grau. Cantaram o Hino Nacional Brasileiro com o tradicional CD da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, gravação épica e universal para o Brasil. As palavras do Paraninfo, do Patrono da Turma, enfim, tudo o que se costuma haver nessas páginas indeléveis na vida de quem se forma. No momento da entrada, as torcidas no meio do auditório. Alguns estavam organizados, com línguas-de-sogra e cornetinhas (reprimidas pelo Reitor tão logo descobrira). Outros, mais discretos, levaram faixas, onde se lia: “SONINHA, VALEU O ESFORÇO – PARABÉNS, DOS SEUS PAIS QUE LHE AMAM”; “AÍ, MARCÃO, VALEU, SEU BABACA! SEUS AMIGOS”; “CARLINHOS, PARABÉNS! TE AMO! SUA NOIVA”. Cada um se emocionava do seu jeito. Umas garotas choravam, outras coravam. Os rapazes erguiam as mãos como se fosse um gol do seu time. Outros faziam o “V” da vitória, e um a um foram chegando com suas togas bem alinhadas e majestosas.

Chegada a hora de passar a palavra ao orador das turmas (combinaram ter um só orador, pelo tempo despendido na cerimônia e pela proximidade do horário do baile, que se seguiria dentro de uma hora), o Julinho, ou melhor, Dr. Júlio Lacerda Loyola Anastácio (nome de advogado desde nascença), foi aclamado, quase levado nos braços dos formandos, que estavam do lado direito do auditório, que tinha formato de teatro. Sua prédica havia sido impressa para todos acompanharem. Os formandos sugeriram o que o Julinho teria que falar. Estava tudo previamente combinado. “Ilustríssimo Senhor Doutor Professor Astrogésilo Pessoa Couto, digníssimo Reitor de nossa egrégia Universidade, Senhor Professor Carlos Marques Lara, digníssimo pró-reitor da área de humanas, etc... etc...” Num outro trecho as tradicionais palavras: “Foram árduas as nossas batalhas: cansados do labor diurno, cá chegávamos, com fome, tanto do pão quanto do saber, e éramos fartos pelos nossos valorosos Mestres, que tudo davam de si... etc”. Tudo ia muito bem. Até que Julinho se engasgou, ao dizer uma palavra que estava além do texto: “Agora, Senhor Reitor e senhores formandos, preciso dizer algo pessoal...” Os formandos gelaram. - “Ele vai fazer besteira”. - “Julinho, cala a boca, termina logo”. - “Ih, cara, sujou. Ele vai embolar tudo”. - “Sabia que no final ele iria melar”. Mesmo conhecendo a cara de desaprovação da turma, Julinho continuou, branco, pálido, engasgado, mas firme, dizendo: - “Senhor Reitor, Corpo Docente, Formandos, Familiares e Amigos: Preciso confessar algo, para fazer justiça e, ao mesmo tempo, reconhecer o que é certo. Todas as coisas aqui foram muito importantes: aulas, colegas, materiais didáticos, a seriedade de nossa secular instituição, tudo. Mas há algo que está faltando no meu texto, e não lerei o que vou dizer, porque o que tenho pra falar vem das letras escritas a ferro, (circula na rede WWW.)


dentro da minha alma. Devo este dia inesquecível e histórico às 3 da manhã de cada dia desses 5 anos. - “Três da manhã?”, pensaram os formandos. “Esse cara bebeu. Ah, Julinho, para de enrolar e desce logo... Ah, se te pego na saída...” - “Nunca desfrutei de amizade com o meu pai. Na verdade sempre o desprezei. Tanto é assim que ele não está aqui, entre os meus convidados, porque não pode se locomover e eu não fiz o menor esforço para trazê-lo. Aqui estão minha mãe e irmã, mas não meu pai. E ele é responsável pelas três da manhã. Durante 5 anos eu acordei várias vezes no meio da madrugada, e, não raras vezes, às 3h da manhã. Meu pai, que empregou quase todo o seu parco salário no meu curso, mesmo sendo por mim ignorado, entrava no meu quarto, com hercúleo esforço, às vezes caía, mas sempre levantava, e orava a Deus. Sim, ele me apresentava a Deus. Tenho marcas no meu cobertor que não foram feitas por doces ou refrescos que derrubei, nem pontas de cigarro que deixei acesas na minha cama. São as lágrimas do meu pai, que pedia a Deus para fazer-me feliz, fazerme íntegro, para guardar-me de acidentes, para proteger-me de bandidos, para abrir o meu entendimento na compreensão das matérias, para abrir-me oportunidades de trabalho na área. Ele chorava, pedia, dizia

a Deus para que tocasse no meu coração e fizesse de mim um homem e um cristão. Mas, Senhor Reitor, não foi isso o que mais me tocou. O que marcou a minha vida, e é a razão desta homenagem, era a frase com a qual ele sempre se emocionava e chorava copiosamente junto a mim. Ele dizia: ‘Deus, como eu amo ao meu filho, fruto de mim mesmo! Deus, como eu o admiro! Deus, como eu o quero bem! Deus, faça o que quiser comigo, mas abençoe o meu filho, porque, depois de Ti, ele é a razão do meu viver! E dá-me o privilégio de que um dia ele me ouça, que ele me ame também!’ Júlio chorava. O Reitor tossia, para disfarçar a emoção, os formandos estavam com a cabeça baixa, pois sabiam que o Júlio tinha feito a coisa certa e estavam envergonhados de terem desaprovado sua atitude no início. O auditório se derretia. E, num ápice de dor e amor, Júlio gritou: - “Meu pai, como eu queria te dizer EU TE AMO!” De repente a porta do corredor central se abre subitamente, e uma cadeira de rodas entra, guiada por uma enfermeira, e o pai de Júlio entra, magrinho, cabelos grisalhos, rosto cansado, voz baixa, mas grita com toda a força do seu ser: - “Eu sei que você me ama, filho! EU SEMPRE TE AMEI! Seja feliz, meu filho, seja feliz!!!” Júlio quebra o protocolo e sai correndo da tribuna corredor adentro e vai abraçar

o seu pai, chorando no seu ombro copiosa e demoradamente. Todos, unanimemente, chorando e gritando “BRAVO! BRAVO!”, aplaudiam longamente a cena fantástica e novelesca que ora se fazia viver no mundo real! Foram 5 minutos, os cinco minutos mais importantes já vividos naquela universidade! Chamado novamente à tribuna, recebeu o seu grau e diploma. Então gritou: - “PAI, ISSO É POR VOCÊ! TE AMO!” O pai sorriu, mas já não tinha forças para falar. No seu coração ele via galardoado todo o seu esforço, o salário minguado dedicado à faculdade do rapaz, e, principalmente, às três horas de toda madrugada. Ele estava feliz. Podia morrer tranqüilo. Mas, morrer, já? Ele não tinha planos para morrer agora, naquele instante. Queria desfrutar dessa alegria indizível. Deus ainda lhe deu alguns anos, os melhores da vida dos dois, do Dr. Júlio e do seu pai, que se tornaram os melhores amigos. Aliás, Júlio ficou conhecido na comunidade acadêmica como “Doutor Três Horas”. “Honra a teu pai e à tua mãe, para que se prolonguem os teus dias, na terra que o Senhor teu Deus te dá.” (Ex. 20.12.) Que Deus dê aos leitores, que têm pais vivos, a oportunidade de fazê-lo em vida. Flores no túmulo murcham. Flores no coração desabrocham. Para sempre... Circula na rede www

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A bênção de ser um derrotado Ninguém gosta de perder... A perda sempre gera momentos de dor, angústia, frustração, insegurança em relação ao futuro e quase nunca estamos preparados emocionalmente para perder, seja pela surpresa, pelo inesperado que nos atropela de repente ou por precisar abrir mão de algo importante. Numa sociedade viciada em ganhar, onde, desde muito pequenos, somos adestrados e incentivados a agir sempre competitivamente em todas as coisas, aprendemos que somente os fracos perdem. Em tempos como os que vivemos, a derrota parece ser o não sucesso, o não se sobressair tanto no mercado de trabalho como na conquista de uma pessoa desejada, não alcançar algo que se quer ou perder para alguém mais forte, aparentemente melhor preparado que a gente. Não é tão incomum, e aliás está se tornando uma doença crônica que vai se alastrando incontrolavelmente, ouvir até mesmo os ambientes religiosos reproduzindo o velho discurso a favor da “vitória” a qualquer custo. Mesmo que para isto seja preciso abrir mão do bom senso, do Evangelho puro e simples ensinado por Jesus, não como um meio de ganhar tudo o que se quer ou se deseja, mas, mesmo na aparente derrota, encontrar o caminho da consciência pacificada de que todas as coisas cooperam sempre para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo um propósito infinitamente maior do que perder ou

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ganhar. Até mesmo a perda ou o não ser atendido na petição que fazemos se torna motivo de glória e livramento incontáveis vezes. Na perspectiva do Reino nem sempre os “vitoriosos”, os “fortes” ou aqueles que chegam em “primeiro lugar” cheios de “honras” herdarão a terra. Tenho visto uma geração inteira dentro dos templos/mercados pagando, e pagando muito caro, alguns dão o que não podem para tentar se tornar “vitoriosos” segundo as suas próprias perspectivas viciadas e distorcidas. Dão ofertas/oferendas generosas, fazem pactos, propósitos, compram o favor das entidades ou das forças e elementos da natureza afim de se tornarem imbatíveis. Querem fechar o corpo, ganhar força e poderes sobrenaturais para jamais perderem. Como se fosse possível, tentam até mesmo comprar o “in-comprável”, acham que Deus é um negociador que distribui bens, fortuna e sucesso em troca de moedas, sacrifício ou serviço abnegado. Eles até ganham alguma coisa, conquistam lugares, pessoas, situações e demandas, mas acabam perdendo o essencial da vida. “Ganham” sempre, mas ganham sem paz, sem alegria, sem sabor e sem verdade. Precisamos entender que nossa limitada e frágil humanidade, nossa derrota diante das vitórias que provocam mais mal do que bem, na verdade, é uma bênção. É exatamente a capacidade de perder que nos faz crescer para a vida. A perda não é sinal de fraqueza, mas sim de força pois é neste momento que a consciência

de que não somos indestrutíveis cresce ou que nossa aparente força nada é, que descobrimos o dom do quebrantamento. Por incrível que pareça, o poder de Deus em nossas vidas se aperfeiçoa mesmo é na fraqueza, no reconhecimento de que o controle de todas as coisas é somente Dele. Perder ou ganhar, neste sentido tanto faz, é só mais um aprendizado. A arrogância dos “vencedores” e dos “poderosos” é, de fato, a anti-vitória. Quem ganha sempre forçado ou comprado, está acumulando para si próprio uma perda irrecuperável, a destruição dos valores fundamentais da vida, da segurança de passar pelo vale da sombra da morte sem temer mal algum porque a presença Daquele que habita o coração dos quebrantados e humildes o acompanha. Não! Eu não quero ganhar sempre, decretado, comprado ou profetizado... Ganhando ou perdendo, vou seguir minha vida habitando com Aquele que me faz mais do que vencedor até mesmo nas derrotas que me sobrevém, sendo seguido pela bondade e pela misericórdia todos os dias da minha vida. Eu não sei se amanhã eu vou ganhar ou perder, a única certeza que está viva e pulsante no meu coração, todos os dias, é que eu sei em Quem tenho crido e sei também que Ele é fiel e poderoso para me guardar até mesmo no dia da derrota, no dia mal. O Deus que chamou para junto de si os fracos e sobrecarregados te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!


Lições que a

vida

me ensinou Parte II

“Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi. Na edição passada você viu algumas, aqui vai o restante.” 26. Enquadre todos os assim chamados “desastres” com estas palavras ‘Em cinco anos, isto importará?’ 27. Sempre escolha a vida. 28. Perdoe tudo de todo mundo. 29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta. 30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. 31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. 32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso. 33. Acredite em milagres. 34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez. 35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora. 36. Envelhecer ganha da alternativa - morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenas uma infância. 38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou. 39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. 40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. 41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa. 42. O melhor ainda está por vir. 43. Não importa como você se sente, levante-se, vistase bem e apareça. 44. Produza! 45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente. Regina Brett

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Deus existe? Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim... Alemanha Inicio do século 20 …desafiou seus alunos com esta pergunta: ‘Deus criou tudo o que existe?’ Um aluno respondeu valentemente: Sim, Ele criou… Deus criou tudo? Perguntou novamente o professor. Sim senhor, respondeu o jovem. O professor respondeu, ‘Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?’ O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito. Outro estudante levantou a mão e disse: Posso fazer uma pergunta, professor? Lógico, foi a resposta do professor.. O jovem ficou de pé e perguntou: professor, o frio existe? Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio? O rapaz respondeu:’ De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição

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para descrever como nos sentimos se não temos calor. E, existe a escuridão? Continuou o estudante. O professor respondeu: Existe. O estudante respondeu: Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. ‘A luz pode-se estudar a escuridão não! Até existe o prisma de Nichols, para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não! Um simples raio de luz atravessa as tre-

vas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente. Finalmente, o jovem perguntou ao professor: Senhor, o mal existe? O professor respondeu: Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal. E o estudante respondeu: O mal não existe senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz. Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado… Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome? E ele respondeu: ALBERT EINSTEIN.


Os cristãos não têm mais templos, nem sacerdotes que oferecem sacrifícios a um Deus ultrajado em sua justiça, e não precisam guardar dias sagrados ou observar rituais para a purificação pessoal e veneração a Deus. O apóstolo Pedro é porta voz da doutrina do Novo Testamento a respeito do culto ao ensinar que aqueles que estão em Cristo são semelhantes a pedras vivas, edificados como casa espiritual, para sacerdócio santo, a fim de que ofereçam sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo (1Pedro 2.5). O único sacrifício espiritual agradável a Deus que um cristão pode oferecer é a sua própria vida: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (gr. logiken: genuíno, legítimo, autêntico). Em outras palavras, se a igreja, em Cristo, é templo de pedras vivas, cada cristão é um sacerdote, e sua própria vida, o sacrifício, então o culto ganha outra dimensão. Este novo conceito de culto traz duas implicações. A primeira é que “a vida é um culto”, e nesse caso, “quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Coríntios 10.31). O que costumamos chamar de louvor, com pessoas reunidas para cânticos, é um momento no todo da adoração, e não a totalidade de nossa devoção a Deus. A segunda implicação é que apresentar a vida como um sacrifício vivo a Deus, necessariamente desemboca no serviço. Russell Shedd diz que “o corpo e a mente não são sacrificados num altar, segundo o modo da antiga aliança, mas incorporados no serviço ativo dentro do corpo de Cristo, a Igreja. Os dons distribuídos pelo Espírito Santo são um

sinal claro da aprovação de Deus aos sacrifícios vivos que lhe foram oferecidos”. Reuniões para louvor e cânticos, muito embora justificadas pelo Novo Testamento, eram, entretanto, um parêntesis na vida de serviço sacerdotal da Igreja no mundo, e não a totalidade de sua dedicação a Deus. Os cristãos não prescindem dos grandes ajuntamentos para louvor e edificação… mas a celebração não encerra a totalidade da vivência da fé, sendo, de fato, apenas uma de suas partes… sendo inclusive muito reducionista do amplo sentido de servir a Deus. A igreja de Jesus é, portanto, desafiada pelo Novo Testamento, a viver além dos limites do templo, do domingo, do culto e do clero. Muito provavelmente nada disso seja novidade. O problema é que nossa prática eclesiástica não acompanha nossa lucidez teológica... a igreja não se vê mais como um instrumento nas mãos de Deus para “fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão no céu quanto as que estão na terra” (Efésios 1.10). Isto é, a igreja perde o sentido de missão, pois se o Senhor Jesus quer exercer sua autoridade no universo criado por meio da igreja, ela não pode permanecer intra-muros... O maior desafio pastoral contemporâneo é pegar os cristãos reunidos no templo, no domingo, para o culto onde o clero desempenha sua performance, e despejá-los na segunda-feira para a vivência da fé, onde quer que se encontrem. Deixar que a igreja se compreenda como “comunidade reunida para o culto” é uma completa distorção dos propósitos de Deus. Pr. Ed René Kivitz

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As Promessas Não ligo para aquilo que os meus inimigos pensam de mim. O que eles pensam nada revela a meu respeito mas diz muito sobre as condições do seu trato digestivo. Nietzsche dizia que havia pessoas que não gostavam dele porque suas palavras eram fogo para suas bocas. Mas as palavras, como as pimentas, podem ser fogo na boca e fogo em outro lugar. Quem diz que não gosta de pimenta, fico logo suspeitando que sofra de hemorróidas. Assim, não ligo se alguém pensar mal de mim. Mas se os meus amigos pensarem mal de mim - isso sim vai me causar sofrimento. Se pensam mal de mim sendo meus amigos, isso quer dizer que existe uma pitada de verdade nos seus pensamentos. Os pensamentos dos amigos são espelhos. Aí vou ficar com vergonha, e vou começar a fugir da presença deles. Deus é feito a gente. Não sofre nem um pouco com aquilo que o Diabo e sua gangue pensam dele. Mas o caso é diferente quando o que está em jogo são calúnias e vilezas que dele pensam - quem diria? - justamente aqueles que se dizem seus amigos. Acho mesmo que este é o sentido da doutrina da Igreja, que afirma que o Filho de Deus continua a ser crucificado todos os dias - tantas vezes quantas missas forem celebradas. Sempre me perguntei se esses sacrifícios não teriam fim. Só tardiamente compreendi que Jesus Cristo não para de ser crucificado porque os que se dizem seus filhos, amigos, adoradores, devotos, etc., não param de espalhar aos quatro ventos mentiras horríveis so-

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bre o seu caráter e os seus sentimentos. Abertamente eles não têm coragem de dizer. Abertamente é só piedade e temor. Falam “graças a Deus“, “se Deus quiser“, “louvado seja Deus“, fazem sinal da cruz, vão às igrejas, acendem velas, lêem a Bíblia. Mas secretamente, à boca miúda, sem palavras, espalham que Deus é um anormal, sádico, corrupto que se vende por pouca coisa. E isso é a pior cruz para ser sofrida: os maus pensamentos dos amigos. Se eu tivesse amigos assim, trataria de me mudar para bem longe deles. Se você não está entendendo o que estou dizendo, trato de explicar. Quando a gente dá uma coisa a gente está dizendo o que pensa do outro que recebe o presente. Dou água para a planta porque sei que planta gosta d\’água. Dou um osso para um cachorro porque sei que cachorro gosta de osso. Dou alpiste para um passarinho porque sei que passarinho gosta de alpiste. Isso vale também para os presentes que damos às pessoas. Eu estava com um casal amigo fazendo compras numa loja de presentes. Muitas eram as opções. Entre elas uns aventais lindos, coloridos, finos. Era ver e sentir-se tentado a dar um de presente para a mulher. Minha amiga, esposa do meu amigo, me segredou baixinho: “Se ele (o marido) me der um avental de presente, eu me divorcio...“ Claro! O presente estaria dizendo: “Querida, como você fica bonita na cozinha!“ Mas ela não queria ser definida como cozinheira. O presente diz o que a gente pensa que o outro é.

Um CD de música clássica diz que o outro, tal como ele existe na minha cabeça, é um apreciador de música erudita. Se o CD for de sax-jazz já a imagem do outro será diferente, mais sensual. Um livro de poesia dirá ao outro que ele (ou ela) é uma pessoa sensível e amante do silêncio. Panelas, ferramentas, brinquedos, echarpes, cuecas de seda, sutiãs de rendinha, um livro de arte erótica, uma garrafa de vinho, Bíblias e terços, caixas de bombons: cada um desses presentes diz ao outro o que penso dele. Deus também merece presentes. Deus também quer ficar feliz. As pes-


soas que dizem gostar dele tratam de dar-lhe presentes (como os Magos) os melhores, os que lhe darão maior prazer. Presentes para fazer Deus sorrir de felicidade, presentes para fazer Deus voltar a ser criança! O presente que dou deve ser a realização do desejo do outro. E quais são os desejos de Deus - a se acreditar nos presentes que

lhe são oferecidos? Antigamente os mais devotos, para fazer Deus ter prazer, se autoflagelavam com chicotes e coisas pontudas. Quando eu era menino vi mulheres carregando pesadas pedras nas cabeças, como presente a Deus. Hoje estas coisas viraram presentes brega. Deus melhorou, e só aceita cascas de feridas mais delicadas. Na casa de presentes a Deus se encontram, por exemplo, as seguintes opções: subir, de joelhos, o caminho até a igreja do Pe. Cícero; subir, de joelhos, a escadaria da Igreja da Penha; arrastar uma cruz, a pé, por cinqüenta quilômetros; ficar sem comer por três dias; abster-se de beber cerveja por todo um mês; não tomar Coca-cola por nove meses; não transar ou não se masturbar até que a graça seja concedida. O que dizem tais presentes sobre o caráter de Deus? Dizem que ele não é Deus, é um ser monstruoso, sádico, que fica feliz quando nós sofremos; corrupto, concede graças a troco de dor. Se eu fosse Deus trataria de me mudar para bem longe, um outro universo onde só houvesse plantas e animais. Plantas e animais entendem mais de Deus do que nós. Portanto, com um pedido de perdão por tanta ofensa, sugiro que na passagem do ano façamos promessas bonitas a Deus, promessas que digam que o achamos normal e

bonito como nós. Ele não é sádico. Não tem orgasmos quando nós sofremos. Ele sofre quando sofremos e dá risadas quando damos risadas. Assim, se oferecermos presentes de felicidade ele ficará feliz e voltará. Como exemplo aqui vão algumas das promessas que farei. Vou andar diariamente, sem obrigação de fazer exercício, por algum bosque ou jardim desse universo maravilhoso, por puro prazer. Vou comprar uma cachorrinha cocker-spaniel. Vou gastar tempo observando o vôo dos pássaros, a forma das nuvens, a folhagem das árvores. Vou ver de novo O Poeta e o Carteiro. Vou fugir do agito, do ruído, da confusão. Vou cultivar a solidão e o silêncio: um espaço sagrado. Vou fazer um jardim , com água e sinos que o vento toca. Vou ouvir muita música, canto gregoriano, Bach, Beethoven, Mahler, César Franck. Vou ler o Fernando Pessoa inteiro. Vou aprender a cozinhar. Vou receber os amigos. Vou brincar, com coisas e com pessoas. Que Deus me ajude. E que ele se alegre com minhas promessas.

Rubem Alves

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As pérolas de Rubem Alves sobre vida e morte Rubem Alves é um de meus autores prediletos. Seus livros nos convidam a lê-los novamente para não somente entender o que ele diz, mas para tentar viver. Por falar em vida, postarei aqui alguns dos seus pensamentos sobre vida e morte, tirados do seu livro “Desfiz 75 anos”. Claro, que com 75 anos você se torna muito mais sábio, prioriza a essência das coisas. Por isto, vale a pena ouvir o que este homem tem a nos dizer, e. Se possível tentar interiorizar e praticar: “... as crianças falam sobre a morte com naturalidade. Não são como os adultos que não sabem o que fazer com a palavra e procuram sempre não dizê-la. (...) Todos os homens devem morrer. Todo mundo sabe disso. A única dúvida é sobre o ‘quando’. Mas os grandes não querem e não sabem falar sobre a morte porque todos têm medo dela. Esses todos que devem morrer se dividem em dois grupos. Primeiro é o grupo daqueles que vão morrer, mas vivem como se fosse viver para sempre. Esses são os tolos. O outro é o grupo, daqueles que vão morrer, sabem que vão morrer e, por isso mesmo, cuidam do tempo de vida que lhes resta. Esses ficam sábios. (...) Assim, vou morrer. O que não quer dizer que muitos que não receberam o aviso não venham a morrer antes de mim. A morte é traiçoeira. (...) Sabe de uma coisa, minha neta? (...) Todos aqui em casa me amam. Eles 14 Refrigério

sofrem por saber que estou com câncer, (...) mas, eu não quero palavras de consolo. Eu gostaria mesmo é que eles viessem até mim como você veio com a sua pergunta franca, e conversássemos sobre a vida que me resta - e a vida que resta para eles também... Você foi a única... E assim você ficou muito mais perto de mim.... (...) mas, vovô, qual a vantagem de conversar sobre a morte? A morte é nossa eterna companheira. Está sempre à nossa esquerda, à distância de um braço (...). O que se deve fazer quando se é impaciente é virar-se para a esquerda e pedir conselhos a sua morte. Você perderá uma quantidade enorme de mesquinhez se sua morte lhe fizer um gesto, ou se a vir de relance, ou se, ao menos, tiver a sensação de que sua companheira está ali, vigiando-o. (...) A morte é a única conselheira sábia que possuímos, (...) Ela lhe dirá que nada importa realmente, além do toque dela. Sua morte lhe dirá: “Ainda não o toquei.” A morte nunca fala sobre si mesma. Ela só fala sobre a vida. Basta pensar nela para que a gente ouça a sua voz silenciosa nos perguntando: “E a sua vida como vai? O que você está fazendo com o tempo que lhe resta?” Quem ouve essa PERGUNTA ESTÁ A CAMINHO DE TORNAR-SE SÁBIO.

Silvia Geruza jubis4@gmail.com


Para quem gosta do que é simples!

Não se preocupe com Deus. Ele cuida de Si mesmo. Ele se defende. Ele é maior de idade. Não se angustie por Deus. Ele não se transtorna e nem se abala. Não defenda Deus. Se Ele não defender a Si mesmo, por que haverá você de fazê-lo? Você tem melhores argumentos? Não se aflija em fazer Deus compreensível. Isto não é possível. Ele revela a Si mesmo ou nada é discernido. Fale de Deus como Ele fala de Si mesmo. Fale de Jesus como Jesus falou de Si mesmo. Fale do Evangelho como ele fala em si mesmo. Nunca discurse Deus. É obra de artífice de ídolos de linguagem. Nunca filosofe Deus. É a louca-loucura dos sábios, que é a maior insensatez para Deus. Nunca doutrine sobre Deus. É melhor oferecer bula de remédio a um doente analfabeto. Confie sempre na verdade. Ela é invencível. Confie sempre no amor. Ele é de Deus; pois Deus é amor. Confie sempre que a paz é a melhor arma e a melhor defesa. Creia simples e tudo será maravilhoso. Creia complexo e você jamais terá alegria. Creia, apenas creia, e tudo passará a ser possível. Mas, sobretudo, seja sincero com Deus e com você mesmo, pois, sem isso, nada acima é verdade. Nele, Caio 15 Refrigério


O ��iad� ��r��it�!

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LOUVAREI AO SENHOR toda a minha vida. Em qualquer lugar, a qualquer hora, haverá em minha boca palavras de louvor. Meu coração se orgulha por causa do Senhor; os desanimados ouvirão o que Ele me fez e ficarão alegres. Venham todos e dêem glória ao Senhor junto comigo; levantemos bem alto o seu nome. Procurei o Senhor. Ele veio ao meu encontro e me recebeu. Tirou todo o medo que havia em meu coração. Os fracos e pobres olham para o

Eu lhes direi o que significa amar e obedecer ao Senhor. Você deseja ter uma vida longa e que vale a pena viver? Cuidado então com o que fala! Evite dizer mentiras e falar mal dos outros. Afaste-se do pecado e esforce-se para fazer o bem. Procure viver em paz com todos; esforce-se ao máximo para conseguir isso. Pois os olhos do Senhor vigiam bem de perto os justos e Ele ouve com atenção todos os pedidos que eles fazem. Mas, para os perversos, o olhar do Senhor é de ira. Ele fará sumir da terra

Senhor e recebem luz para o seu caminho; nunca ficam envergonhados. Eu estava desesperado, mas pedi ajuda ao Senhor e Ele me ouviu. Livrou-me de todos os meus problemas. O Anjo do Senhor cerca com sua proteção e livra quem ama a Deus. Vamos, ponham o Senhor à prova e vocês hão de experimentar a sua bondade. Feliz é o homem que confia totalmente no Senhor! Se você pertence ao Senhor, ame e obedeça a Ele; para quem faz isso, nada falta. Até os leões novos e ativos passam fome, mas quem procura o Senhor nunca passa necessidade. Filhos e filhas venham me escutar!

a lembrança dos maus. Sim, os justos pedem ajuda ao Senhor e Ele os livra de todas as suas dificuldades. O Senhor está sempre perto de quem tem o coração partido e o espírito humilde. O justo passa por muitos sofrimentos, mas o Senhor o livra de todos eles. O Senhor cuida do bem-estar físico do justo; não permite que um único osso seja quebrado. O mal acabará destruindo o malvado; quem odeia o justo será condenado. Mas o Senhor livra da destruição a vida dos seus servos. Ninguém que confia nEle será condenado. SALMO – 34


É hora de gargalhar! Deus e Einstein

Enquanto isso, segue o ateísmo e seus paradoxos

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Exercício de amor A

s pessoas me perguntam todos os dias a mesmas coisas, entre elas a seguinte pergunta: Como posso amar a quem odeio, a quem detesto, a quem repudio tudo o que mostra ser e tudo o que faz? Amar o inimigo apresenta o amor como uma decisão de misericórdia justa; a qual vê o mal, mas, ao mesmo tempo, não o combate com o próprio mal; porém com o bem. Sim! Com o bem feito de ações de bondade séria, e que não barganham com o mal; mas que também não o resiste nos termos propostos pelo ódio; antes o enfrenta do modo mais odioso e, ao mesmo tempo, vulnerabilizante para o mau e para o mal — ou seja: com aquilo que é bom, mesmo que isso signifique ceder tudo, menos fazer concessões ante ao que seja verdade e justiça. Portanto, sendo capaz de enfrentar sem violência até à morte; sem, porém, jamais matar ou se encher de ódio; pois, o ódio é a arma do mal, e, assim, usá-lo como “instrumento” já é combater o mal com o mal, e, desse modo, inviabilizando o poder das armas do amor; e mais que isto: colocando o inimigo como nosso senhor, posto que aquele que odeia ao seu inimigo ou ao seu adversário é escravo daquele a

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quem odeia. Somente quem ama anda livre entre os homens. Amar o inimigo é o amor negativo. Porém, o amor positivo é aquele que encontra reciprocidade nos vínculos, fazendo com que amar seja agradável e prazeroso. Entretanto, amar a quem nos ama e amar a quem gostamos ou a quem tem como nos recompensar é algo que até os seres humanos mais alienados de Deus sabem fazer por natureza; isto se não se perderem na total desafeição. O amor é tanto mais amor em sua largueza e divindade tanto mais quanto ele NÃO seja recompensado como galardão fraterno. Assim, caso você realmente queira crescer em amor, faça o seguinte: Ore todos os dias pelos seus inimigos ou antagonistas. E não se preocupe com a falta de romance na oração. Porém, ore sinceramente; e peça ao Pai que eles entendam a verdade do amor e do sentido das coisas; enquanto você pede ao Senhor que mantenha a sua vida na vereda do amor soberano sobre o ódio ou sobre as tentações de pagamento do mal com o mal. Amor não é acordo. O amor acordo é um aspecto do amor que une amigos e que une homem e mulher. Entretanto, até com aqueles [seja o cônjuge ou o amigo]

com quem temos acordo, ainda assim, haverá sempre uma multidão de ocasiões em que o amor terá que cobrir os desacordos do tempo, das estações e das circunstâncias. Vamos parar de falar em amor e, ao invés disso, nos exercitarmos nele? Se esta é a sua decisão, então faça uma lista das pessoas que o aborrecem ou que agem contra você? Sim! Veja quem são as pessoas que você gostaria que sumissem do mundo! Fez? Então, agora, comprometa-se a orar por essas pessoas todos os dias, sem dar ideia a Deus acerca deles, porém, sincera e limpidamente apenas pedindo que o amor de Deus seja revelado a tais pessoas. Você pode sinceramente orar dizendo — “Pai, perdoa-lhe, pois, em sua loucura ele (a) não sabe o que faz?”. Se você deseja deixar o lixo de fora de seu ser e abraçar o sentido do Evangelho para sua existência, certamente o exercício que eu aqui proponho lhe será o mais vantajoso de todos! Nele, que nos ensinou a orar dizendo: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”,. Caio


A Velha Rabugenta Quando uma velha senhora morreu na seção para o tratamento de doenças da velhice em uma pequena clínica perto de Dundee, na Escócia, todos estavam convencidos de que ela não havia deixado nada de valor. Então, quando as enfermeiras verificaram seus poucos pertences, elas encontraram um poema. Sua qualidade e conteúdo impressionaram todas as pessoas, e todas as enfermeiras queriam uma cópia da mesma. A única herança que a velha deixou a seus sucessores foi este poema, simples, mas eloquente, Então, esta velha senhora da Escócia, sem posses materiais para deixar ao mundo, é a autora deste poema “anônimo”. Que vêem amigas? Que vêem? Que pensam quando me olham? Uma velha rabugenta não muito inteligente de hábitos incertos, com seus olhos sonhadores fixos ao longe? A velha que cospe comida que não responde ao tentar ser convencida... “De, fazer um pequeno esforço?”A velha, que vocês acreditam que não se dá conta das coisas que vocês fazem e que continuamente perde a sua escova ou o sapato? A velha, que contra sua vontade, mas humildemente lhes permite a fazer o que queiram, que me banhem e me alimentem só para o dia passar mais depressa.... É isso que vocês acham? É isso que vocês vêem? Se assim for, abram os olhos, amigas, porque isso que vocês vêem não sou eu! Vou lhes dizer quem sou, quando estou sentada aqui, tão tranquila como me ordenaram... Sou uma menina de 10 anos, que tem pai e mãe, irmãos e irmãs que se amam. Sou uma jovenzinha de 16 anos. Com asas nos pés, e que sonha encontrar seu amado. Sou uma noiva aos 20, Que o coração salta nas lembranças, Quando fiz a promessa. Que me uniu até o fim de meus dias com o AMOR de minha vida. Sou ainda uma moça com 25 anos, Que tem seus filhos, Que precisam que eu os guie... Tenho um lugar seguro e feliz ! Sou a

mulher com 30 anos. Onde os filhos crescem rápido. E estamos unidos com laços que deveriam durar para sempre... Quando tenho 40 anos. Meus filhos já cresceram E não estão em casa... Mas ao meu lado está meu marido. Que me acalente quando estou triste. Aos cinquenta, mais uma vez comigo deixam os bebês, meus netos, e de novo tenho a alegria das crianças, meus entes queridos junto a mim Aos 60 anos, sobre mim nuvens escuras aparecem, meu marido está morto; e quando olho meu futuro me arrepio toda de terror. Os meus filhos se foram, e agora tem os seus próprios filhos... Então penso em tudo o que aconteceu e no amor que conheci. Agora sou uma velha. Que cruel é a natureza.... A velhice é uma piada que transforma um ser humano em um alienado. O corpo murcha. Os atrativos e a força desaparece Ali, onde uma vez teve um coração. Agora há uma pedra. No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva. E o meu coração cansado, ainda está repleto de sentimentos vivos e conhecidos. Recordo os dias felizes e tristes em meus pensamentos volto a amar e a viver o meu passado. Penso em todos esses anos que foram, ao mesmo tempo poucos Mas que passaram muito rápido. E aceito o inevitável.. Que nada pode durar para sempre... Por isso, abram seus olhos e vejam. Diante de vocês não está uma velha mal-humorada diante de vocês estou apenas “EU...” Uma menina, mulher e senhora Viva...!! E com todos os sentimentos de uma vida... Lembrem deste poema da próxima vez que se encontrar com uma pessoa idosa mal-humorada e não a rejeitem sem olhar primeiro a sua alma jovem… Você… Vai estar algum dia em seu lugar! 19 Refrigério


Síntese do Essencial...

2:9-21

Romanos 1

O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade. Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.

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Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei”, diz o Senhor. Pelo contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.


Conhecer

e interpretar o Ser Q

uão difícil é interpretar o Ser. Sofremos por sermos mal entendidos, e mais, por tentarmos compreender num mundo de valores fragmentados. Sem contar que somos – tanto o que interpreta como o que é interpretado – passíveis de diversas influências, incapazes de gerir nossos sentimentos ou manifestá-los nos momentos corretos e com as pessoas certas. Aristóteles já assim entendia quando propôs seu desafio – “Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil”. A comum afirmação que dizem, inerente a natureza humana, de que a primeira impressão é a que fica, deve ser ponderada, no sentido de não devermos passar adiante tal idéia de um Ser, sem o ter compreendido e conhecido o suficiente. Somos mais que um momento. Assim, quando fazemos juízo de um comportar, isoladamente, expandindo-o sem conhecermos e percebermos o “cosmos de vida” desta pessoa, e principalmente os fatores recentes que agem diretamente na ação dela; estamos prestes a cometer um engano. Já que pegamos o que é parte e transformamos no todo. Mesmo que tal ação ou comportamento fosse o último “fôlego de expressão” de um Ser, não devemos lançar mão da taxatividade. Pois não se constrói um Ser de um dia para o outro, num átimo apenas. É um universo em constante construção e descobrimento, onde o presente é o fruto

de um passado, refletindo o comportar humano e sua constituição, assim como o futuro é do presente. Sem excluir com isso a extraordinária capacidade de adaptação do homem, de romper com paradigmas, de viver uma nova ordem de superação. Portanto, injusto é restringir o Ser a um momento de sua ação, estendendo toda nossa compreensão com base nesse instante, seja por não temos elementos capazes de construir um juízo valorativo sólido; seja por mero desprezo ao desconsiderar os fatores que incidem e refletem o comportar humano; e mais, seja por negar a natureza e o universo do homem que o faz tão especial e mutável. Lourival Rosa Filho

lourivalrosafilho@yahoo.com.br

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Mistério divino: o criador do universo, aquele que do nada tudo criou, que chamou à existência as coisas que não existiam, que lançou os fundamentos da terra e espalhou as estrelas no firmamento, fez-se carne e habitou entre nós. Sublime mistério: o transcendente tornou-se imanente, o infinito entrou no finito, o eterno entrou no tempo, aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo tornou-se um bebê e foi enfaixado em panos. Inescrutável mistério: o Rei dos reis, soberano Senhor dos céus e da terra, diante de quem todo joelho se dobra, nasceu não num palácio, mas numa estreba22 Refrigério

ria, não num berço de ouro, mas num berço de palha. Que implicações têm a manjedoura? Jesus não nasceu numa estrebaria apenas porque as estalagens de Belém estavam cheias. O improviso jamais pegou Deus de surpresa. O acaso para ele não existe. A estrebaria não foi um acidente, mas um apontamento divino. Não foi apenas a indiferença e a insensibilidade dos belemitas que empurraram José e Maria para um estábulo, mas foi a mão da providência, a vontade soberana do Eterno que os guiou à manjedoura. E por quê? Porque Jesus, o Cordeiro de Deus, deveria identificar-se

com o homem em seu nascimento e em sua morte. Se nascesse num palácio identificar-se-ia com os nobres, mas nascendo numa manjedoura identifica-se com todos os homens. Ele é Deus, mas desce da altura de Deus não para a altura do homem, mas para a baixeza deste. Ele não veio para identificar-se com os nobres num palácio, mas com os pobres numa estrebaria. Na verdade, ele veio para identificarse com todos os homens, porque se num palácio só alguns entram, numa estrebaria todos podem entrar. Diante do trono de Deus, não há espaço para o homem se exaltar. Todos estão no mesmo nível da es-


trebaria. Para alcançar o homem caído Cristo desceu. Desceu da glória para a terra, da divindade para a nossa humanidade. E não só para a nossa humanidade, mas para a nossa humildade. De Senhor se fez servo. Sendo rico se fez pobre. Sendo Deus eterno, se fez homem. Sendo santo se fez pecado. Sendo bendito se fez maldição. Como disse o apóstolo Paulo: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si

mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8). A manjedoura é muito mais do que uma simples peça do presépio. Ela é um símbolo; mais do que um mero símbolo, é uma eloquente mensagem de Deus aos homens. Ela é um golpe mortal na soberba humana. Ela fala que o Senhor soberano do universo, renunciou as glórias indescritíveis da Glória, para descer até nós, nascer num berço de palha, crescer numa carpintaria, morrer numa rude cruz para resgatarnos dos nossos pecados. A manjedoura fala-nos do abnegado amor de Deus, que nos amou de tal manei-

ra que nos deu tudo, nos deu seu próprio Filho para morrer a nossa morte, para que pudéssemos viver a sua vida. Natal, portanto, é muito mais do que festa gastronômica, muito mais do que confraternização familiar, muito mais do que troca de presentes. Natal é a festa da salvação, é a soberana Graça de Deus estendida aos pecadores, é o céu descendo à terra, para revelarnos o coração amoroso de Deus, disposto a perdoar pecadores tão necessitados como você e eu. Rev. Hernandes Dias Lopes

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O idos� � �u� ���u��ida�� Nossa velhice é ainda bem jovem. Somente a partir da década de 70 é que a geriatria começou a ser interessante em nosso país. Desde então, estudiosos do envelhecimento têm tido a pretensão de delinear o perfil do idoso saudável. Vivenciar o processo de envelhecimento não nos incapacita. É possível buscar a qualidade de vida em cada fase do desenvolvimento humano. “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”. Com certeza, Jesus se referia à vida abundante em todas as fases da vida. Dentre os vários aspectos da saúde está a sexualidade, que auxilia o indivíduo no alcance de sua harmonia. A sexualidade engloba toda a nossa capacidade de sentir prazer. É uma forma de expressão pessoal, é como estabelecemos relação conosco mesmos e com o mundo, é a nossa individualidade. “É uma reação física e emocional ao estímulo sexual; está além do impulso e do ato sexual. Para muitos idosos ela oferece a oportunidade não apenas de expressar paixão, mas afeto, estima e lealdade.” É preciso saber envelhecer, buscar prazer e serenidade, soltar-se das presas previsíveis do entorpecimento da solidão, que provocam o isolamento social e, consequentemente, a instalação de doenças. Portanto, a sexualidade (capacidade de sentir sensações prazerosas) 24 Refrigério

permeia as relações do indivíduo. Fornece provas afirmativas de que se pode contar com o corpo e seu funcionamento. Permite que as pessoas se afirmem positivamente. Traz consigo a possibilidade de emoção e romance. Expressa a alegria de estar vivo. Oferece um constante desafio ao crescimento e mudanças para novas direções. O ato sexual é uma das manifestações da sexualidade. Por isso, é possível viver uma vida relativamente satisfatória sem sexo, se isso for o que se escolheu. Por outro lado, os idosos que gostam do ato sexual precisam ser encorajados e apoiados, assim como receber informações necessárias e


uma orientação adequada, se surgir alguma dificuldade. O organismo como um todo se modifica com a idade, e dentro desse contexto, a sexualidade também se transforma, mas não se torna menos agradável. Segundo Lewis e Butler, nós somos vítimas de nossos próprios preconceitos. Associamos masculinidade com desempenho físico. Os homens idosos se julgam e são julgados pela comparação da frequência e potência de seu desempenho sexual com as de um homem mais jovem. Essas comparações raramente valorizam a experiência e a qualidade do sexo. As mulheres idosas enfrentam uma pressão menor em termos de desempenho, mas também se preocupam

com as mudanças. A pressão predominante é a mesquinhez estética, que generaliza a ideia de que apenas as jovens são bonitas. Infelizmente, muitas acreditam nisso. Esquecem-se de que, a experiência e a qualidade do sexo superam as de outrora. Mesmo que a sociedade conceitue envelhecimento como perda de poder e de possibilidades, precisamos enfatizar que essa é mais uma fase propícia à sexualidade (capacidade de sentir sensações prazerosas) e ao sexo (atividade sexual), enfim à vida. O propósito do sexo vai muito além da procriação. Norman Geisler diz que o sexo tem três propósitos básicos: procriação (Gn 1.28), unificação (Gn 2.24) e prazer (Pv 5.18,19). Segundo Rubem Alves, “o prazer exige tempo. Quem está no prazer não deseja que ele chegue ao fim.

(...) O prazer é preguiçoso. Arrastase. Demora. Deseja parar para começar de novo. E depois de terminado, espera a repetição”. Os idosos com limitações, em função das doenças, podem adaptar seus desejos sexuais, na maioria dos casos, para conseguirem uma expressão satisfatória. Nem a idade, nem a maioria das enfermidades, automaticamente implicam no fim do sexo. Não há na biologia do envelhecimento nenhum fator que encerre de forma automática a função sexual. De acordo com Mira y López “a vida sexual transforma-se constantemente ao longo de toda evolução individual, porém só desaparece com a morte”. Desvendar a sexualidade do idoso certamente tornará essa fase mais propícia a novas conquistas nos aspectos físico, social, afetivo, espiritual, dentre outros. Finalmente, “para aqueles que não possuem dentro de si os meios para uma vida feliz e virtuosa, qualquer idade é um fardo”. Mary Gláucia Ribeiro m.glaucia@uol.com.br

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O QUE DIGO AOS ATEUS? Amado irmão em Cristo, Caio Fábio: Graça e Paz! Que resposta você teria sobre a existência de Deus para alguém que se declara ateu, apóia suas convicções nos livros de filosofias humanas e acredita ter neles as respostas para suas crises existenciais? A Bíblia não discute a questão da existência de Deus (pelo menos no meu precário entender) e os seus ensinamentos partem do princípio da inquestionável existência de Deus, se direcionando àqueles que crêem na existência Dele. Como conversar com quem não crê, a respeito da fé? Ou não devemos conversar sobre Deus com essas pessoas? Naquele em Quem cremos existir, Flavia Resposta: Querida Flavia: Graça e Paz! Deus não existe. Deus é. O que existe vem do que é. Deus é. Eu existo. O que existe e sabe que existe, deveria saber que vem Daquele que é. De fato, deveria pelo menos intuir que Dele se deriva. Entretanto, não tem como provar para outros que Aquele que é, existe; visto que Aquele que é, só é porque não existe como existente entre os que existem; pois, se assim fosse, Ele não seria, mas apenas existiria; e por isso, apenas seria. O que existe -, primeiro se torna existente, para então ser. O que é, porque é, é; e cria o que existe. Assim, o que existe sabe 26 Refrigério

de si e pode conhecer Aquele é, mas não tem como prová-Lo a outros que apenas existem, pois, Aquele que é, não habita a existência como objeto de prova. Então, discutir a existência de Deus seria algo tão fútil e pálido quanto discutir se você existe. Quem olha para você e diz que você não existe, equivale àquele que olha para a Criação, para si mesmo, e para tudo o que a Existência implica, e não vê Deus. Deus é, mas a criação existe. E existe maior do que qualquer indivíduo existente. Portanto, aquele que olha para o Existente Criado (Cosmos) e nada vê e nada sente, é como aquele que fica diante de você e convoca uma conferência para decidir se você existe ou não. É loucura? Sim! É! Tanto num caso como no outro! Ora, em tal caso, quem assim o fizesse, não estaria de fato discutindo a sua (tua) existência, mas sim a sua (tua) aceitação ou não como existente por esse (o individuo discutidor) que se julga o validador do que existe ou não existe. Nesse sentido a gente vê o sentimento que gera o ateísmo, vestindo-se de antipatia, implicância, raiva, revolta, amargura, arrogância, vaidade, soberba (ou seja: de supremas burrices!) — no trato com o próximo. Sim! Há ateus de Deus e há os ateus de homens — os chamaríamos de a - homens?! Negar que o próximo exista e seja, é equivalente a dizer: Deus não é; Deus não existe! — e ainda assim se desviar do individuo que não existe como se ele

existisse. Sim! Porque nunca vi um ateu viver até o fim às implicações filosóficas do ateísmo. Um ateu que se satisfaz com filosofias é um ateu querente, um ateu crente, e crente do tipo obscurantista, posto que ainda é capaz de se satisfazer com as lendas de existência da Filosofia. De fato, direi rapidamente a você como deveria ser a vida de um ateu engajado e crente (vida curta, porém sincera!): Um ateu não deve chorar jamais, amar jamais, beijar com sinceridade jamais; se preocupar com justiça, verdade, carinho, amizade, amor, e ódio, jamais; e jamais deveria ter ciúmes, e nem se enciumar de nada; menos ainda se importar com a vida e a morte; e, sob hipótese alguma deveria ter dor de consciência; e jamais sentir-se devendo nada aos céus, à terra e menos ainda aos homens; e sem esquecer-se de que tanto faz qualquer coisa, pois, se não há Deus, não há sentido, não há razão, não há porquê; pois, se não há Deus, o que quer que pela força ou pela inteligência ou mesmo pela maldade se fizer impor (caso assim alguém deseje e consiga) — em nada está sendo melhor ou pior do que qualquer coisa ou qualquer um. Sim! Sem falar que filhos nada mais são, em tal caso, que o produto de nós e para o nosso melhor uso e conforto (afinal, somos inteligentes!), não importando o uso. Sem Deus, com tudo e com nada; e sem sentido para tudo ou nada; mas, ha-


vendo sinceridade, pelo menos levando até as últimas consequências as implicações de uma existência sem Deus — dever-se-ia abraçar gelo na alma, sem alma, sem direito a emoção, sem permissão para dançar, sem licença para amar, sem nada a celebrar ou a chorar; sem chegadas e sem despedidas; sem berços e sem túmulos; sem nada além de nada; e, em caso de honestidade maior, abraçando o suicídio como devoção. Apresente-me esse ateu (ainda que morto), e o saudarei com respeito. Até mesmo Friedrich Nietzsche não levou seu ateísmo até às últimas conseqüências, posto serviu-se todas as possibilidades que somente num mundo com Deus se poderia ter. Quanto ao mais, quando não são apenas pessoas sinceramente traumatizadas, os ateus são, em geral, apenas uns vaidosos e entupidos; e que brincam de ateísmo sem saber nem bem quem são; pois, sabem que não sabem viver sem as bênçãos de um mundo que (ainda que morrendo) ainda se levanta para trabalhar e volta para dormir, em razão de que uma leve pulsão de Deus ainda é aceita GOVERNADOR VALADARES 195x14 como essencial para a vida — HIQUE.FH11 inclusive

pelo seu amigo, amante da filosofia, e que vive a vida com muita ordem, sem saber por quê; e sem nem mesmo achar que existe a necessidade de saber; pois, tal questão não existe na premissa de seu ateísmo alienado. Assim, valorize o ateísmo dele e você estará dando pirulito pro menino! Não faça isto! Ele brinca disso. Esse é o joguinho do bichinho. Não faça isso não. Ele é só grandão, mas é menino. Não se troque com ele. Você é adulta. Não entre na criancice. Está na hora delezinho ficar sem a chupeta; e a sem plateia. Chegou “a hora” dele jogar o “pipo” fora. Deixe o ateu ser ateu. É assim que é. Até que ele tenha que deixar de se distrair brincando de ateísmo, e, assim, se dês-trair em seu próprio engano. Portanto, toda vez que ele puxar este assunto, diga a ele pra parar de ser chato que nem um crente chato; desses que ficam enchendo a paciência dos outros com suas filosofias (doutrinas) e suas insistências fanáticas. Quase todo ateu tem grande vocação religiosa, frustrada ou traumatizada — Thu Oct 21 11:12:45 mas quase sempre 2010 tem. Page 1 C

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Assim, digo: Não se preocupe em provar Deus para ninguém. Seu único discurso sobre Deus é viver Deus com tanta certeza em fé, que nenhum ateísmo seja sequer por você reconhecido, do mesmo modo que você não perde tempo provando sua existência para ninguém que vendo não aceite o que vê: você. Deus se entende com os crentes, por que não se entenderia com os ateus? Fique tranquila! Pior do que eles são os que dizem crer. Afinal, até o diabo crê; e treme. Mas há os que dizem crer, mas que não temem. A esses, digo: exorte, pregue, e profetize; pois são eles os que de fato fazem mal ao que Deus chama de verdade entre os homens. Sim! Em geral é por causa destes que aqueles em existem; ou melhor: se manifestam. É isto que penso! Receba meu carinho e minhas orações! Nele, que é; e pronto!

Reverendo Caio Fabio

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Silêncio!

Minha alma pede silêncio! Não! Não o silêncio de fora... Quero o de dentro... O mais raro... Pois é quando me faltam as palavras Que realmente te adoro. Tu não és o que eu digo. Se fosses, serias menor. Tu és mais, muito além. Do que, ao falar, Te defino. E definir-Te, é reduzir-Te, Tu não cabes nas palavras Tu és A Palavra, que quando dita, emudeço! Tu és A Palavra, quando não dita, adorada! Grande, Excelso, Sublime, Todo-Poderoso e Senhor. Mesmo essas são sombras. Do que verdadeiramente és. Minhas tentativas são pobres, reles palavras ao vento. Por isso, hoje, o silêncio. A nuvem do não-saber. A escuridão que me basta.O paradoxo eterno. Adorar-te no que não digo, pois quando me calo. É que, de verdade, te encontro! José Barbosa Junior

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Um homem inteligente falando das mulheres Aquele que acha uma mulher, acha a felicidade: é um dom recebido do Senhor. Provérbios 18:22

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desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana. Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de autosobrevivência, lanço a campanha ‘Salvem as Mulheres!’ Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam: Habitat Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente. Alimentação correta Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um ‘eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Flores Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade. Respeite a natureza Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram

por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso. Não tolha a sua vaidade É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie. Cérebro feminino não é um mito Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres. Não faça sombra sobre ela Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. Só tem mulher quem pode! Luiz Fernando Veríssimo 29 Refrigério


O Justo

ea

Sociedade

Moderna

Na verdade que já os fundamentos se transtornam, o que pode fazer o justo? (Salmo 11:3)

O

s escândalos constantes envolvendo políticos e religiosos, a banalização do sexo, o desprezo à família e ao casamento como colunas da sociedade, têm chocado a muitos dos que mantém sua consciência calcada em valores antes tidos como absolutos. Se estes fatos não têm chocado a alguns, acredito que isto por si só é um indício de como de tão corriqueiros podem convencer pela repetição e intensidade que são naturais, partes da realidade humana e, portanto, não precisam ser encarados com tanta preocupação. Ora, o termo chocar indica literalmente o encontro de duas forças que justamente por serem antagônicas opõem-se, ou seja, vêm de lados opostos – opiniões diferentes, na direção um do outro – convivência em lugares e situações, ocorrendo, então, o impacto. Assim é o choque que sofre a consciência dos que receberam um tipo de formação de caráter que parece não se encaixar na realidade dos dias atuais. Estes – a maioria mais velhos – tiveram mestres próximos como o pai, a mãe ou outro paren30

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te, o professor, o pastor ou o padre que diziam-lhes o que era certo e o que era errado, sendo que dificilmente havia quem duvidasse já que esse era o senso comum. A vida era tão simples e restrita às pequenas comunidades que o pensamento divergente de algum outro grupo distante demorava a chegar para afetar a formação dos que em busca de novidades estivessem ávidos por filosofias que servissem de contestação ao modo de vida vigente. A era das comunicações e das viagens rápidas chegou e aproximou a todos de modo que o pensamento dos mestres próximos já não interessa mais. Uma pesquisa recente revelou que nos EUA é maior a porcentagem dos jovens que consultam a internet para esclarecer dúvidas sobre quaisquer assuntos da vida, do que qualquer outro grupo que se valha das fontes tradicionais de aconselhamento, mesmo sabendo que muitas fontes da rede não são confiáveis. É a busca do conhecimento pelo conhecimento. E é óbvio que este tipo de comportamento é comum

por aqui também. Além disso, a juventude sempre busca ícones, gente famosa, rica, bonita, talentosa para se espelhar. E o pior é que não é para se espelhar somente nestes quesitos, mas passam a considerálos guias para suas vidas no tocante a pensar sobre todos os assuntos como casamento, sexo, drogas, família, Deus, aborto, etc. Por esta causa acredito que nós que acreditamos em Deus e na consciência formada a partir de valores cristãos devemos ter e ser gente exemplar para que os mais novos e todos os outros, que mesmo tendo mais idade não têm referência de vida na palavra de Deus, possam admirar e imitar. Sim e não podemos nos deixar levar por espiritualizações e tergiversações do tipo “Jesus é o único exemplo.” E por que digo isto? Porque a referência de quem não acredita em Deus e na sua Palavra primeiramente sempre vem de pessoas como elas. Não é o que a Bíblia diz? Somos cartas de Cristo “... e escritas não com tinta mas com o espírito do Deus vivo, não em tabuas de pedra mas nas tábuas de carne do co-


ração. Falando deste tipo de exemplo, o apóstolo Paulo diz ao pastor Timóteo que trazia “... à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.” Veja só, se Timóteo tinha uma fé genuína era porque gente de sua família o ensinou a ser assim. Gente que soube ser exemplo pois sabemos que só palavras, principalmente dos da família, não convencem. Hoje , porém, está muito em voga o bordão “ faça o que eu falo mas não faça o que eu faço.” Sim, “Na verdade que os fundamentos se transtornam, e o que pode fazer o justo?” Primeiro não ter vergonha de ser justo, honesto, de ter uma palavra firme, de acreditar na família como instituição divina, de acreditar que a união conjugal entre um homem e uma mulher é uma criação divina e que só dará certo se vivida segundo as orientações do Seu criador. O justo pode viver segundo estes va-

lores e também defendê-los mesmo sabendo que nem sempre será ouvido, já que ser firme no que se crê hoje em dia não é muito popular se bater contra (olha o choque de novo) a opinião dos que crêem diferente. Diante da pressão, é comum nos intimidarmos quando vemos que somos minoria em nossa forma de pensar e viver. Mas sendo Deus conhecedor da natureza e das tendências humanas deixou uma advertência já bem no começo de nossa história no livro de Êxodo: “Não seguirás a maioria para torceres o direito”. É claro que o direito aqui refere-se especificamente a questões de justiça, mas o princípio vale para todas as questões. Portanto, ninguém que queira ser um referencial de vida justa, honesta, sincera e de contentamento com o lugar que Deus lhe deu na existência conforme a sua fé deve se deixar confundir pelo relativismo moral e ético que se instalou nas mentes da maioria. Muito menos, ingênuo ao ponto

de não discernir os sofismas que apresentam as novas formas de se entender valores absolutos de Deus cada um a seu modo. O justo pode e deve atuar como uma luz na escuridão, ser um muro nas tempestades de confusão espiritual e existencial, as quais têm sido constantes na vida das pessoas. Pode ser exemplo de piedade com contentamento apesar da inquietação megalomaníaca de todos e que tem empurrado a muitos para uma busca desenfreada por mais dinheiro. Não basta só falarmos no e do que acreditamos, é preciso provar que nesta crença está a base da nossa vida, para que ela não seja simples postulados aprendidos e repetidos sem compromisso. Esta é a fé genuína de que a bíblia fala. É desta fé que precisamos hoje para sermos exemplo. Sérgio Luiz do Espírito Santo E-mail: sergioluesp@hotmail.com

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A EXPULSÃO DE DEUS F

inalmente, a verdade é dita na TV Americana: Anne Graham Lotz, filha de Billy Graham, um respeitado ministro do evangelho naquele pais, estava sendo entrevistada no Early Show e a apresentadora Jane Clayson perguntou a ela: - Como é que DEUS teria permitido algo horroroso assim acontecer como no dia 11 de setembro? Anne Graham deu uma resposta extremamente profunda e sábia. Ela disse: - Eu creio que DEUS ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós. Por muitos anos nós temos dito para DEUS não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas. Sendo um cavalheiro como DEUS é, eu creio que Ele calmamente nos deixou. Como poderemos esperar que DEUS nos dê a Sua bênção e Sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco? À vista dos acontecimentos recentes, ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc. Eu creio que tudo começou em 1960 quando Madeline Murray O’Hare, ativista radical atéia, entrou com uma ação contra a Sistema Público de Ensino da cidade de Baltimore , no qual ela afirmava que era inconstitucional participar das orações e devocionais bíblicas nas escolas no inicio das aulas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião. Felizmente seu filho Willian Murray pivô desta ação, hoje convertido a Cristo Jesus, é ministro do evangelho em Dallas e atualmente lidera uma coalizão para liberdade religiosa, em março de 2007 esteve na Corte Suprema dos Estados Unidos para pedir que o Poder Judicial devolva aos cidadãos o direito a orar nos ambientes públicos do país. Sua mãe foi seqüestrada e brutalmente assassinada

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por um funcionário de nome David Waters do escritório American Atheists, em agosto de 1995 e seus restos mortais só foram localizados em janeiro de 2000, em Camp Wood no Texas. Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas... A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, não devemos roubar, e devemos amar o nosso próximo como a nós próprios. E nós concordamos. Logo depois, o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto estima. Seus filhos, Michael e John, ainda são vivos. No entanto, seu neto Peter, no dia 25 de dezembro de

1983, pulou do telhado de um museu em Boston. Ele sofria de esquizofrenia. E nós dissemos: “um perito nesse assunto deve saber o que está falando”, e então concordamos com ele. Depois alguém disse que os professores e os diretores das escolas não deveriam disciplinar os nossos filhos quando eles se comportassem mal. Os administradores escolares então decidiram que nenhum professor em suas escolas deveria tocar em um aluno quando se comportasse mal, porque não queriam publicidade negativa, e não queriam ser processados. (Há uma grande diferença entre disciplinar e tocar, bater, dar socos, humilhar e chutar, etc.) E nós concordamos com tudo. Aí alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem abor-


to, se elas assim o quisessem, e que nem precisariam contar aos pais. E nós aceitamos essa sugestão sem ao menos questioná-la. Em seguida algum membro da mesa administrativa escolar muito sabido disse que, como rapazes serão sempre rapazes, e que como homens iriam acabar fazendo o inevitável, que então deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas quantas eles quisessem, para que eles pudessem se divertir à vontade, e que nem precisaríamos dizer aos seus pais que eles as tivessem obtido na escola. E nós dissemos, “está bem”. Depois alguns dos nossos oficiais eleitos mais importantes disseram que não teria importância alguma o que nós fizéssemos em nossa privacidade, desde que estivéssemos cumprindo com os nossos deveres. Concordando com eles, dissemos que para nós não faria qualquer diferença o que uma pessoa fizesse em particular, incluindo o nosso presidente da República, desde que o nosso emprego fosse mantido e a nossa economia ficasse equilibrada. Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia, e uma apreciação natural da beleza do corpo feminino. E nós também concordamos. Depois uma outra pessoa levou isto a um passo mais adiante e publicou fotos de crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição na Internet. E nós dissemos, “está bem, isto é democracia, e eles têm direito de ter a liberdade de se expressar e fazer isso”. A indústria de entretenimento então disse: “Vamos fazer shows de TV e filmes que promovam profanação, violência e sexo ilícito. Vamos gravar música que estimule o estupro, drogas, assassínio, suicídio e temas satânicos.” E nós dissemos: “Isto é apenas diversão e não produz qualquer efeito prejudicial. Nin-

guém leva isso a sério mesmo, então que façam isso!” Agora nós estamos nos perguntando porque nossos filhos não têm consciência, e por que não sabem distinguir entre o bem e o mal, o certo e errado, por que não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios... Provavelmente, se nós analisarmos tudo isto seriamente, iremos facilmente compreender que nós colhemos exatamente aquilo que semeamos! É triste como as pessoas simplesmente culpam DEUS e não entendem por que o mundo está indo a passos largos para o inferno. É triste como cremos em tudo que os jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia nos diz. É triste como todo o mundo quer ir para o céu, desde que não precise crer, nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina. É triste como alguém diz: “Eu creio em DEUS”, mas ainda assim segue a satanás, que por sinal, também “crê” em DEUS. É engraçado como somos rápidos para julgar mas não queremos ser julgados! Como podemos enviar centenas de piadas pelo e-mail, e elas se espalham como fogo, mas quando tentamos enviar algum e-mail a respeito de DEUS, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-lo a outros! É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na Internet, mas uma discussão pública a respeito de DEUS é suprimida rapidamente na escola e no trabalho. É triste ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no Sábado ou Domingo, mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana. Gozado que nós nos preocupamos mais com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito do que com o que DEUS pensa.

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Vocabulário da Vida Parte II

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equeno dicionário para se entender mais profundamente o significado de algumas palavras muito importantes na vida de qualquer pessoa, explicado com o sentimento, sem a formalidade das regras gramaticais ou amarras filosóficas.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser. Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade. Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz. Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los. Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante. Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia. Perdão: É uma alegria que a gente dá e que pensava que jamais a teria. Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever. Obsessor: É quando o Espírito adoece, manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele. Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz. Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece. Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio. Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro. Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar; e estando perto, querer parar o tempo. Supér�luo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro. Solidão: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto. Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas. Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho. Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra; geralmente pior.

Livro: O Homem que Veio da Sombra | Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro

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Deixe a raiva secar Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.

Efésios 4:26

Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar. Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã. Júlia então pediu à coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial. Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: ‘Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mãe, com muito carinho ponderou:

‘Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa? Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando: ‘Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?

Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa. ‘ ‘Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou. ‘ E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro. Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impedem que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil. Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar. Nilse Faier

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O Novo Ateu H

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oje, o ateu não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina. O novo ateísmo não precisa negar a fé; apenas cria substitutos para ela. “Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador”. Sabemos que existem vários tipos de ateus. Existem aqueles que não crêem em Deus por não encontrarem respostas para os grandes dilemas da humanidade como violência, miséria e sofrimento. Não conseguem relacionar um Deus de amor com o sofrimento humano. Outros não crêem porque não encontram uma razão lógica e racional que explique os mistérios da fé, como a criação do mundo, o dilúvio, o nascimento virginal, a ressurreição, céu, inferno, etc. Diante de temas tão complexos que requerem fé num Deus pessoal, Criador e Redentor, muitos não conseguem crer naquilo que lhes parece racionalmente absurdo. Os dois tipos de ateus já mencionados são inofensivos. Na verdade, são pessoas que buscam respostas, são honestos e não aceitam qualquer argumento barato como justificativa para suas grandes dúvidas. São sinceros e lutam contra uma incredulidade que os consome, uma falta de fé que nunca encontra resposta para os grandes mistérios da vida e de Deus. No entanto há um outro tipo de ateu, mais dissimulado, que cresce entre nós, que crê em Deus e não apresenta nenhuma dúvida quanto aos mistérios

da fé, nem em relação aos grandes temas existenciais. Ele vai à igreja, canta, ora e chega até a contribuir. É religioso e gosta de conversar sobre os temas da religião. Contudo, a relevância de Cristo, sua morte e ressurreição para a vida e a devoção pessoal é praticamente nula. São ateus crédulos. O ateu moderno não é mais somente aquele que não crê, mas aquele para quem Deus não é relevante. Este é um novo quadro que começa a ser pintado nas igrejas cristãs. Saem de cena os grandes heróis e mártires da fé do passado e entram os apáticos e acomodados cristãos modernos. Aqueles cristãos que entregaram suas vidas à causa do Evangelho, que deixaram-se consumir de paixão e zelo pela Igreja de Cristo, que viveram com integridade e honraram o chamado e a vocação que receberam do Senhor, que sofreram e morreram por causa de sua fé, convicções e amor a Cristo, fazem parte de uma lembrança remota que às vezes chega a nos inspirar. Os cristãos modernos crêem como os outros creram, mas não se entregam como se entregaram. Partilham das mesmas convicções, recitam o mesmo credo, freqüentam as mesmas igrejas, cantam os mesmos hinos e lêem a mesma Bíblia, mas o efeito é tragicamente diferente. É raro hoje encontrar alguém em cujo coração arde o desejo de ver um amigo, parente, colega de trabalho ou escola convertendo-se a Cristo e sendo salvo da condenação eterna. Os dese-


jos, quando muito, se limitam a visitar uma igreja, buscar uma “bênção”, receber uma oração; mas a conversão a Cristo, o discipulado com todas as suas implicações, são coisa que não nos atraem mais. Os anseios pela volta de Cristo, o desejo de nos encontrarmos com Ele e ver restaurada a justiça e a ordem da criação ficaram para trás. Somente alguns saudosos dos velhos tempos lembram-se ainda dos hinos que enchiam de esperança o coração dos que aguardavam a manifestação do Reino. A preocupação com a moral e a ética, com o bom testemunho, com a vida santa e reta não nos perturba mais - somos modernos, aprendemos a respeitar o espaço dos outros. O cuidado com os irmãos, o zelo para que andem nos caminhos do Senhor, as exortações, repreensões e correções não fazem parte do elenco de nossas preocupações. Afinal, cada um é grande e sabe o que faz. Enfim, somos ateus modernos, o pior tipo de ateu que já apareceu. Citamos com convicção o Credo Apostólico, mas o que cremos não tem nenhuma relevância com a forma como vivemos. A pessoa de Cristo para muitos é apenas mais uma grife religiosa, não uma pessoa que nos chama para segui-lo. O ateísmo moderno se caracteriza pela irrelevância da fé, das convicções, do significado da igreja e da comunhão dos santos. A irrelevância de Deus para a vida moderna é intensificada pela cultura tecnocrática. Temos técnicas para tudo: para ter um matrimônio perfeito, criar filhos felizes e obedientes, obter plena satisfação sexual no casamento, passos para uma oração eficaz, como conseguir a plenitude do Espírito Santo e muitos outros “como fazer” que entopem as prateleiras das livrarias e o cardápio dos congressos. A sociedade moderna vem criando os métodos e as técnicas que reduzem nossa necessidade de Deus, a dependência dEle e a relevância da comunhão com Ele. Chamamos uma boa música de adoração, um convívio agradável de comunhão, uma moral sadia de santificação, assiduidade nos programas da igreja de compromisso com o Reino de Deus.

As técnicas não apenas criam atalhos para os caminhos complexos da vida, como procuram inverter os pólos de atenção e dependência. Tornamonos mais dependentes de nós do que de Deus, acreditamos mais na eficiência do que na graça, buscamos mais a competência do que a unção, cremos mais na propaganda do que no poder do Evangelho. Tenho ouvido falar de igrejas que são orientadas por profissionais de planejamento estratégico. Estudam o perfil da comunidade, planejam seu desenvolvimento, arquitetam seu crescimento e, de repente, descobrem que funcionam, crescem, são eficientes, e não dependem de Deus para nada do que foi planejado. Com ou sem oração a igreja vai crescer, vai funcionar. Deus tornou-se irrelevante. Tornamo-nos ateus crentes. A minha preocupação não é simplesmente criticar o mundo religioso abstrato, superficial e impessoal que criamos ou criticar a tecnologia moderna que, sem dúvida, pode e tem nos ajudado. Minha preocupação é com o coração cada vez mais distante, mais abstrato, mais centralizado naquilo que não é Deus, mais dependente das propagandas e estímulos religiosos, mais interessado no consumo espiritual do que numa relação pessoal com Deus. Como disse, o ateu hoje não é mais aquele que não crê, mas aquele que não encontra relevância para Deus na sua rotina, não precisa da comunhão dEle para a vida. A sutileza do novo ateísmo é que ele não precisa negar a fé, apenas cria substitutos para ela. Mantém o crente na igreja, mas longe do seu Salvador. Este ateu está muito mais presente entre nós do que imaginamos.

Rev. Ricardo Barbosa de Souza 37 Refrigério


Cada dia

Cada dia é um presente dado por Deus, embrulhado com o lindo papel da sua misericórdia! Cabe a nós humilde e alegremente recebe-lo das mãos do nosso Criador, e acrescentar-lhe um pedido; que nos conceda também sabedoria para administrar o nosso dia... Os prós e contra, Ter ou não dinheiro, Comprar ou vender, Um jeitinho bom para lidar com o próximo, Mente livre de questionamentos e ansiedades, Um renovo de confiança a cada hora. Com certeza se em todas as nossas ações houver sabedoria vinda de Deus não precisaremos temer o dia seguinte, com suas incertezas e mistérios, pois saberemos semear neste dia chamado hoje, boas sementes... Alegria, fé, esperança, equilíbrio, bondade e amor garantirão colheita e provisão certa para todos no dia de amanhã. Os possuídos pela sabedoria divina encerram cada dia com braços erguidos, e um louvor nos lábios e um sussurro carinhoso “obrigado Deus, obrigado pai, até amanhã se o Senhor quiser!” Moisés amigo de Deus, sabia disso e fez questão de registrar para nós esta informação no salmo 90:12 “Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” Davi o rei, discerniu também esta necessidade de termos a ajuda de Deus nos embates da vida diária, e a importância de festejarmos em seu louvor! “Este é o dia da vitória de Deus, o SENHOR; que seja para nós um dia de felicidade e alegria!” (salmo118:24) Dias atrás chorei de alegria ao ver na TV o resgate de 33 mineiros no Chile que ficaram presos a quase 700 metros de profundidade em função de um desabamento na mina na qual trabalhavam... Interessante é que quando cada um saia da capsula que o resgatava do seio da terra, usava uma camiseta com uma frase escrita: “Obrigado Deus!” Logo me lembrei de Moisés, o amigo de Deus, quando ele encerra o seu salmo com estas palavras... “Derrama sobre

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“Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” Moisés

nós as tuas bênçãos, ó Senhor, nosso Deus! Dá-nos sucesso em tudo o que fizermos; sim, dá-nos sucesso em tudo.” E ouso acrescentar... Sim, Senhor! Hoje, amanhã e sempre! Penso que não preciso escrever mais nada, pois eu já sei o que fazer com cada dia que recebo de Deus... E você? Graça e paz e todo o bem é o que desejo a você! José Maria de Souza


A Pescaria Inesquecível “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”

E

(Provérbios 22:6 AA)

le tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite… Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo: - Você tem que devolvê-lo, filho! - Mas, papai, reclamou o menino. - Vai aparecer outro, insistiu o pai. - Não tão grande quanto este, choramingou a criança. O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações a vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão

era inegociável! Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele. Isso aconteceu há mais de 30 anos… Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o imenso peixe toda as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando. Esta conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA. A boa educação é como uma moeda de ouro. TEM VALOR EM TODA PARTE! Extraído de “Histórias para Aquecer o Coração dos Pais”, Jack Canfield e Mark Victor Hansen, Editora Sextante.

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U

ma professora de Nova York decidiu honrar cada um de seus alunos que estavam por se graduar no colégio, falando-lhes da marca que cada um deles havia deixado. Chamou cada um dos estudantes à frente da classe, um a um. Primeiro, contou a cada um como haviam deixado marca na vida dela e na da turma. Logo presenteou cada um, com uma faixa azul, impressa com letras douradas, na qual se lia, “Quem sou deixa marca.” Por fim, a mestra decidiu fazer um projeto de aula para ver o impacto que o reconhecimento teria na comunidade. Deu a cada aluno mais três faixas azuis e lhes pediu que levassem adiante esta cerimônia de reconhecimento. E que deveriam acompanhar os resultados, ver quem premiou quem, e informar à turma no final de uma semana. Um dos alunos foi ver um jovem executivo de uma indústria próxima e o premiou por tê-lo ajudado com o planejamento de sua carreira. Deu-lhe uma faixa azul, e colou-a em sua camisa.Em seguida deu-lhe as duas faixas extras e lhe disse: “Estamos

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fazendo em aula um projeto de... ‘reconhecimento’, e gostaríamos que você encontrasse alguém a quem premiar e lhe desse uma faixa azul.”Mais tarde, nesse mesmo dia, o jovem executivo foi ver seu chefe que tinha reputação de ser uma pessoa amargurada, e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. Então o jovem executivo lhe perguntou se ele aceitaria o presente da faixa azul e se lhe dava permissão de colocá-la em sua camisa. O chefe disse: “Bem…claro!” Então o jovem executivo pegou uma das faixas azuis e a colocou no casaco do chefe, bem sobre seu coração… …e oferecendo-lhe a última faixa, perguntou: “Poderia pegar esta faixa extra e passá-la a alguém mais a quem queira premiar?” “O estudante que me deu estas faixas está fazendo um projeto de aula, e queremos continuar esta cerimônia de reconhecimento para ver como vai afetar as pessoas.” Nessa noite, o chefe chegou em casa, sentou- se com seu filho de 14 anos, e lhe disse: “Hoje me aconteceu algo incrível!” “…estava

no meu escritório e um de meus empregados veio e me disse que me admirava; então me deu uma faixa azul por me considerar um gênio criativo.” “Imagina! Ele pensa que eu sou um gênio criativo! Logo me pôs uma faixa azul que diz: ‘Quem sou deixa marca.’ ” “Deu-me uma faixa extra e me pediu que encontrasse alguém mais a quem premiar. Quando eu estava dirigindo para casa esta noite, comecei a pensar a quem poderia premiar com esta faixa,e pensei em ti.Quero premiar a ti.” “Meus dias são muito agitados e quando venho para casa, não te dou muita atenção;grito contigo por não tirar boas notas e pela desordem em teu quarto…” “Por isso, esta noite, só quero sentar-me aqui e …bem… te dizer que és muito importante para mim.” “Tu e tua mãe são as pessoas mais importantes em minha vida. És um grande garoto e te amo muito!” O garoto surpreendido começou a soluçar e a chorar, e não conseguia parar. Todo o seu corpo tremia. Olhou para seu pai e entre lágrimas lhe disse: “Papai, momentos atrás me sentei em meu quarto e escrevi uma carta para


ti e para mamãe, explicando porque tinha tirado minha vida, e lhes pedia que me perdoassem.” “Ia me suicidar esta noite depois de vocês terem dormido. Eu pensava que vocês não se importavam comigo.” “A carta está lá em cima, mas não creio que eu vá precisar dela, depois de tudo o que conversamos.” Seu pai subiu ao segundo piso e encontrou a carta, sincera e cheia de angústia e dor.

No dia seguinte, o chefe regressou ao trabalho totalmente modificado. Já não estava amargurado, e se empenhou em fazer todos os seus empregados saberem que cada um deles faz a diferença. Por outro lado, o jovem executivo ajudou muitos outros jovens a planejarem suas carreiras, inclusive o filho do chefe, e nunca se esqueceu de recordar-lhes que eles deixavam mar-

cas em sua vida.Ainda mais, o jovem e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa. “Quem és, deixa marca”. ou não terias recebido isto. Estou passando a faixa azul para ti. Quem és deixa marca! E o jovem rapaz e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa: Quem és deixa marca.

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Dez conselhos para a vida e para qualquer Ano Novo

n Creia, você sempre encontrará pessoas mais ricas, mais bonitas, mais talentosas e mais novas que você. Portanto, não cobice ser o que outras pessoas são, possivelmente elas nem gostem de si mesmas. n Não acredite cegamente em ninguém. O coração humano é corrupto e enganoso. Os aplausos podem se tornar gritos de “crucifica-o”, numa velocidade impressionante. n Ame seus inimigos, eles pelo menos foram honestos com você. Respeite o inimigo leal mais do que respeita o amigo desleal. n Cuidado para não falar demais. Como maçã de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita com prudência. Quando falar demais, não tenha medo de voltar atrás e dizer que falou bobagem. n Não viva preocupado apenas com seu caráter, você também depende de sua reputação. Caráter é o que somos e reputação é o que os outros sabem sobre nós. Assim, não basta à mulher de César ser honesta, ela precisa parecer honesta. n Ame a discrição. Buscar fama, aplauso, proeminência é luciferiano. Não queira aparecer a qualquer custo, talvez você não suporte as pedradas que virão sobre sua vida. Lembre-se que todos temos telhado de vidro. Os dis-

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cretos ficam com o juízo só de Deus que é misericordioso, por isso, Davi pediu para cair nas mãos de Deus e não na dos homens. n Respeite o dinheiro. Não acredite que dinheiro é um poder neutro. Ele foi chamado por Cristo de Mamon, um deus idolatrado pelos pagãos. Saiba que você terá sempre que lutar para subjugá-lo, caso contrário, perderá sua alma. n Não tenha medo de duvidar. Somente os tolos não questionam. Duvidar não é sinônimo de incredulidade. Se alguém disser que nunca hesitou em sua fé, pode apostar, é um mentiroso. Só os que ousam obedecer ao pedido de Deus, “Venha e me questione”, crescem espiritualmente. n Não se puna tanto quando errar. Lembre-se que erros são parte de todos os processos pedagógicos. Apenas procure aprender e amadurecer com seus erros. n Não se leve tanto a sério. Ria de si mesmo mais do que ri das tontices alheias. Ninguém é totalmente normal e você não serve de padrão para a vida de ninguém, cada um precisa talhar em pedra sua própria senda. Soli Deo Gloria Ricardo Gondim



O que ficou estabelecido na Cruz

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Artigo 1º - Fica decretado para a consciência de todo homem que a Cruz de Cristo é a Realidade Primeira de todas as coisas, visto que antes de haver Luz, houve Cruz. Artigo 2º - Fica estabelecido que toda a criação teve sua origem no Sangue, pois que o Cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação de todos os mundos. Artigo 3º - Fica para sempre declarado que a Luz só pôde ser criada porque a Cruz fez separação entre a Luz e as Trevas, sendo que ambas existem por decreto da Palavra de Deus, e somente se explicam no Eterno Sacrifício de Cristo antes de todas as criações. Parágrafo Único: Em Jesus Cristo o Verbo se Encarnou, e a Cruz histórica é a Encarnação do Sacrifício Eterno realizado antes de todas as coisas e por todas as coisas. Artigo 4º - Por decreto irrevogável está para sempre estabelecido que todo joelho se dobre e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a Glória de Deus, o Pai. Artigo 5º - Fica decretado que o Mistério dos Mistérios é a Cruz de Cristo, e que dela são beneficiárias todas as criaturas, especialmente os seres humanos que Hoje assim já crerem. Artigo 6º - Pela Vitória do Sangue de Jesus ficou estabelecido o Fim do Mundo e o Início de Todas as Coisas. Por isso, a eternidade já reina nos corações dos que crêem. Os inimigos dessa Vitória já foram despojados de seus poderes, estando apenas se servindo da ignorância dos que ainda não creram. Parágrafo da Vitória: O Diabo e seus anjos foram despojados de seus poderes na Cruz de Jesus, tendo agora apenas o poder que a mal-

dade humana lhes fornece como alimento. Mas o tempo está próximo. Artigo 7º - Fica decretado que todo aquele que crer em Jesus terá acesso à Árvore da Vida e à exclusividade de uma Comunhão com o Pai que apenas a cada indivíduo concerne em Deus. Parágrafo Diferencial: Todo aquele que crê anda com a marca do Cordeiro na fronte e é identificado pelos poderes invisíveis, mesmo estando calado. Artigo 8º - Pela sabedoria eterna de Deus se fez decreto a seguinte certeza: Jesus é a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. Artigo 9º - Por decreto do amor de Deus e de Sua fidelidade está estabelecido que ninguém que creia em Jesus será lançado fora da Redenção, e também que nada separará tal pessoa do amor de Deus para sempre. Nem o abismo! Parágrafo da Vida: Quem crê está para sempre perdoado e pode andar tranqüilo em qualquer lugar, especialmente nos ambientes de seu próprio coração. Artigo 10º - Fica de uma vez e para sempre estabelecido que aos homens é dado o direito de existir, porém toda existência só se transformará em Vida mediante a consciência do amor, pois Deus é amor. Parágrafo Eterno: Ele é o Primogênito de toda criação, e por meio dele todas as coisas foram criadas; dele são todas as coisas, portanto, para Ele um dia todas as coisas retornarão. Na Cruz Ele reconciliou consigo mesmo todas as coisas, e todo aquele que crê tem que ter esse entendimento, para que viva bem, ame o próximo e não destrua a Terra.


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