Roteiro 233

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Ano XIII โ ข nยบ 233 Outubro/novembro de 2014

R$ 5,90


C E R E J A

Um olhar muda tudo CASA COR, a mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas. Os olhares mais inspirados e inspiradores estão aqui. O seu não pode faltar.

01 de outubro a 18 de novembro SIGS Quadra 01, Lote 635, Brasília-DF.

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Poltrona Pastil, criada por Eero Aarnio na década de 1960.

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Por tudo isso e muito mais é que a matéria de capa desta edição, tão bem concebida por André Sartorelli, só poderia ser dedicada a esse ídolo que há mais de cinco décadas encanta homens, mulheres, jovens e crianças de todos os cantos desse nosso mundão, e que estará brilhando no palco armado no Estádio Mané Garrincha, na noite de 23 de novembro próximo. Um domingo especialíssimo para os brasilienses que o recebem, de braços abertos, pela primeira vez (página 22). É também pela primeira vez que a mostra Kandinsky: tudo começa num ponto chega ao Brasil, tendo como porta de entrada a nossa cidade. Fica por aqui até 12 de janeiro para, só depois, completar seu périplo de um ano por Rio, Belo Horizonte e São Paulo. A revolução abstrata def lagrada pelo russo que viveu entre 1866 e 1944 pode ser contemplada no CCBB, onde estão expostas obras e objetos do artista plástico que foi também um pensador da arte e da cultura (página 28). Imperdível. Imperdível ainda é a mostra Caymmi 100 anos, em cartaz no Museu dos Correios até 4 de janeiro. Dividida em quatro partes, apresenta grande acervo iconográfico do compositor baiano, com algumas pinturas de sua autoria, capas de discos, fotos, além de áudios que colocam o visitante em contato com os temas presentes na obra de Caymmi, como a Bahia e suas tradições, o mar e as personagens femininas (página 30). Em Água na boca, a partir da página 4, um convite para conhecer as receitas inusitadas do restaurante Jambu, as delícias refrescantes do chef Lui Veronese e o leitãozinho à pururuca do Bartolomeu. Só de citar essas novidades gastronômicas as papilas gustativas já se manifestam! Boa leitura e até dezembro

Divulgação

Quase todo mundo sabe, mas é sempre bom lembrar fenômenos desse porte para que ninguém jamais os esqueça: o ex-Beatle Paul McCartney é um colecionador de recordes, sendo o músico mais citado no livro Guiness, com 22 registros, 16 só da época dos Beatles, o grupo que mais vendeu discos em todos os tempos. E olhe que a feliz conjunção astral de Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr só durou dez anos, entre 1960 e 1970! De sua posterior carreira solo, destaque para o feito impressionante de ter reunido num só local – no caso, o nosso Maracanã – um público de 184 mil pagantes, no memorável show de 21 de abril de 1990.

28 galeriadearte Improvisação n° 11, óleo sobre tela de 1910, é uma entre as mais de 100 obras do artista plástico russo Wassily Kandinsky expostas até 12 de janeiro no CCBB.

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Maria Teresa Fernandes Editora

ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SHIN QI 14 – Conjunto 2 – Casa 7 – Lago Norte – Brasília-DF – CEP 71.530-020 Endereço eletrônico revistaroteirobrasilia@gmail.com | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa André Sartorelli | Colaboradores Adriana Nasser, Alessandra Braz Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Ana Vilela, Beth Almeida, Cláudio Ferreira, Eduardo Oliveira, Elaina Daher, Evam Sena, Felipe de Oliveira, Gustavo Torres, Heitor Menezes, Júlia Viegas, Lúcia Leão, Luís Turiba, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Melissa Luz, Pedro Brandt, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Vicente Sá, Vilany Kehrle | Fotografia Eduardo Oliveira, Fabrízio Morelo, Gadelha Neto, Rodrigo Oliveira, Sérgio Amaral, Zé Nobre | Para anunciar 9988.5360 Impressão Editora Gráfica Ipiranga | Tiragem: 20.000 exemplares. 3

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águanaboca Fotos: Divulgação

Os camarões ao molho de tucupi

A pré-sobremesa que tem uma formiga como ingrediente

O lagostim sobre pão de especiarias

Receitas inusitadas

Até formigas capturadas na fronteira do Brasil com a Venezuela figuram entre os ingredientes de pratos preparados pelo restaurante Jambu, da Vila Planalto Por Beth Almeida

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chef Leandro Nunes mudou-se do Pará para Brasília ainda criança. Mas as lembranças gustativas familiares continuaram bem vivas em sua memória, mesmo depois de ter ido morar na Europa, onde se formou pela tradicional escola francesa Le Cordon Bleu e trabalhou no Café Constant, de Paris, e no dinamarquês Noma, eleito mais de uma vez o melhor do mundo pela revista britânica Restaurant. Prova disso é a casa que inaugurou recentemente no pioneiro bairro da Vila Planalto: o Jambu. Como não poderia deixar de ser, os ingredientes amazônicos e do cerrado têm lugar de destaque no cardápio, que pode ser servido na forma de menu executivo em três etapas, no almoço, a R$ 49 por pessoa, ou de gourmet interativo, no jantar, a R$ 130. Este último é praticamente um desafio que a clientela pode fazer ao chef, escolhendo oito ingredientes entre 31 propostos, divididos em proteínas, frutas, hortaliças, castanhas, tubérculos, laticínios e outros. O cliente pode acrescentar a esses oito outros dois que não estão na lista. Feito isso, o desafiador terá que esperar por dez dias para que Leandro elabore um jantar completo, em oito etapas,

das entradas à sobremesa. Um bom exemplo do resultado é uma de suas criações mais recentes, uma pré-sobremesa do cardápio escolhido por uma cliente chamada Verônica. São quatro passos: primeiro, uma flor de jambu, que dá aquela dormência na boca e prepara para o passo seguinte, um pedaço de requeijão maçaricado com uma pequena esfera de geleia de pera, e, logo depois, uma formiga – sim, uma formiga cujo sabor é um misto de capim-limão com gengibre – regada a um shot de cerveja preta aromatizada com casca de ipê roxo. A formiga é despachada para ele pelos índios Baniwa, que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela. São coletadas pela tribo e congeladas. No restaurante, continuam congeladas até irem diretamente para as mesas. Sim, o sabor de capim-limão com gengibre é natural delas. “Conheci essas formigas, que os índios chamam de naniwara, quando trabalhava no Noma. Um amigo belga do chef René Redzepi esteve na Amazônia e levou alguns exemplares. Já aqui no Brasil, quando soube que eles estavam comercializando e que o D.O.M. do Alex Atala já tinha no cardápio, consegui com eles o contato e resolvi fazer algumas experimentações”, conta Leandro. Segundo ele, a clientela gostou da novidade.

“De 150 pratos servidos, menos de dez dispensaram a formiga, mas a maioria porque eram vegetarianos”, conta. Outra opção de menu para o jantar é o Carta Branca (R$ 92), que inclui couvert e mais quatro pratos, listados ou não no cardápio, escolhidos pelo chef. Um cardápio-surpresa. Já no almoço, o menu tem três etapas, em que o cliente pode escolher entre quatro tipos de entradas, cinco pratos principais e quatro sobremesas, com opções sem glúten, sem lactose e vegetariana. Os pratos mudam de acordo com a disponibilidade de ingredientes no mercado e a criatividade do chef, mas não dá para perder pelo menos um deles, que está no cardápio desde a inauguração: um camarão ao molho de tucupi, iogurte, leite de coco, jambu e dendê, acompanhado de arroz negro. Esse, se sair do cardápio, tomara que volte rapidinho. O mesmo vale para o lagostim sobre pão de especiarias queimado propositalmente, molho bisque (feito a partir de cabeças de lagosta ou lagostim) e azeite de coentro. Uma festa para o paladar. Jambu

Avenida JK, Acampamento Rabelo, Vila Planalto, bem em frente ao balão da L4 (3081.0900). De 3ª a 6ª feira, das 11h30 às 14h30 e das 19 às 23h; sábado, das 12 às 15h e das 19h30 às 20h30.


Sérgio Amaral

Delícias

refrescantes

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partir deste final de novembro, quem se acostumou a usufruir do agradabilíssimo ambiente do Oliver, no Clube de Golfe, poderá ter um motivo a mais para frequentar o local. Trata-se do Cru, um espaço que vai funcionar na recente ampliação do restaurante e que promete cair no gosto da clientela ávida por novidades. A ideia é trabalhar com ingredientes frescos e de baixa temperatura, preferencialmente crus, em um cardápio característico da cozinha de vanguarda assinada pelo chef Lui Veronese. “Queríamos algo que combinasse com a casa e que pudesse ser oferecido a preços justos”, explica Rodrigo Freire, um dos proprietários do Oliver, que buscou a parceria com Veronese. Seguindo esse princípio, o cardápio da casa promete ter ceviches, carpaccios, tartares e, para quem ainda tem saudades da antiga Azulejaria, de Gil Guimarães, ostras frescas. Elas estarão dispostas em um enorme balde de inox, que faz parte do balcão do bar, com muito gelo e garrafas de espumantes, inclusive champanhe francês, que poderá ser pedido em taças. Convite certo para uma happy hour animada, embalada pela música de um DJ residente, que poderá até dar uma pausa no som, porque será facilmente substituído pela verdadeira orquestra de pássaros e cigarras do lugar. Lui Veronese (na foto à direita) promete apresentar no Cru um pouco do que aprendeu durante três anos na Euro-

pa, onde estagiou em restaurantes célebres como o inglês Le Manoir aux Quat’ Saisons e os espanhóis El Celler de Can Roca, Arzak e El Bulli, de Ferran Adriá, em sua última temporada (2010/2011) antes do fechamento definitivo. Antecipando-se à inauguração do novo espaço, Veronese serviu três cardápios temáticos, como forma de testar receitas e a aceitação dos comensais, sempre às quintas, sextas e sábados. Um deles, o que homenageou o Dia da Criança, fez alguns chorarem, segundo o chef. “Foi um cardápio para adultos, mas com tema infantil e com sabores que lembravam a infância”, explica, detalhando alguns dos pratos escolhidos: pipoca caramelada com curry, o tradicional filé com fritas, mas regado a uma espuma de gorgonzola e com a carne cozida a baixa temperatura, e, de sobremesa, uma lembrança dos tempos em que o jovem chef saía às ruas, todo 27 de setembro, Dia de Cosme e Damião, em busca de doces como maria-mole, suspiro, jujubas e até chocolate que explode na boca, fruto de processo característico da cozinha de Adriá. Os menus-degustação continuam após a inauguração da casa, sempre em cinco passos – duas entradas, dois pratos principais, sobremesa e dois aperitivos (a RS 120). Outro exemplo do que esperar do cardápio é o trio de ceviches da foto acima (R$ 30) – o clássico (peixe branco, leite de tigre, milho verde e batata doce); o do cerrado (peixe branco, leite de tigre de limão cravo e cajuzinho do cerrado); e o sensei (salmão, leite de coco, li-

mão, shoyo e gergelim). O leite de tigre é um molho tradicionalmente usado para marinar o peixe desse prato peruano. Por falar em cozinha do Peru, Lui será assessorado por dois chefs daquele país, que vão mostrar aos brasilienses nuances da culinária nikkei. “Brasília estava precisando de um lugar assim, para curtir com os amigos e usufruir de um cardápio como o nosso, feito por profissionais que amam a gastronomia”, enaltece Freire. Para degustar o que o Cru tem a oferecer, além das mesas e do balcão, diversos bangalôs, com cadeirões, no melhor estilo lounge, ambiente ideal para um bom papo e uma boa paquera. Quem pode querer mais? Cru

Clube de Golfe de Brasília (3323.5961)

Felipe Menezes

Por Beth Almeida

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Assar e comer sem pressa Por Ana Vilela

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ó para descobrir a forma correta de fazer o baby leitão à pururuca, porém ao forno, macio e bem temperado, foram dois anos de tentativas, erros e acertos, até chegar à versão servida hoje no restaurante Bartolomeu, na 409 Sul. As primeiras experiências foram feitas na matriz de Goiânia, aberta há seis anos. Em Brasília, o Bartolomeu comemora em novembro seus sete primeiros meses de funcionamento. Na cozinha, o chef Almir Campos – que já foi de Brasília para Goiânia e voltou à capital do país para mais um desafio – conta que leva 72 horas para temperar o leitãozinho de 25 dias, que, depois, passa três horas no forno. “Quando está no forno, ainda tiro para esfriar, para que não asse muito rapidamente, e recoloco depois”, explica. A pressa, no Bartolomeu, é inimiga tanto na cozinha quanto na hora de comer. “Não temos pressa em fazer nada, tudo tem um tempo certo, tudo aqui é artesanal”, acrescenta Almir, que chega a preparar 30 leitões em uma semana de movimento médio. O assado também é

feito sob encomenda (R$ 390, com cerca de 5,5 quilos). À mesa, é hora de mais vagar, de apreciar aos poucos o menu-degustação: uma taça de vinho, entradas (salada tropical, frios, foccacias mistas, mortadela, salames e linguiça especial), pratos principais (leitão, tornedor de filé ou fraldinha, galeto, cordeiro, bacalhau ou salmão, lasanha ou conchiglione), com acompanhamentos (batata, polenta, arroz siciliano, arroz com alho e amêndoas, farofa de ovos e chuchu gratinado), e, finalmente, sobremesas, como as casquinhas doces (tudo por R$ 68, tanto no almoço quanto no jantar). No cardápio à la carte, pernil de cordeiro com polenta (R$ 125, para cinco pessoas); pernil de leitão com salada (R$ 115, para três pessoas); arroz de pato (tradição portuguesa, R$ 120, para três pessoas); e bacalhau ao pil pil na brasa acompanhado de arroz siciliano (tradição espanhola, R$ 125, para três pessoas). Aos domingos, paellas variadas, de chambaril, tradicional e de bacalhau, arroz espanhol etc. (R$ 88 por pessoa). Escolher um vinho para acompanhar qualquer uma das carnes realmente não

um é problema no Bartolomeu, que também é uma adega. Os sommeliers, entre eles Luciano Alves, são a “carta de vinhos”. São mais de 450 rótulos, segundo o proprietário, o publicitário João Paulo Araújo, e mais de 26 mil garrafas dispostas em praticamente todas as paredes do espaço, criando um ambiente aconchegante, bem-climatizado e com luz na medida certa. “Geralmente, pedem a carta. Tenho que quebrar o gelo, vou conversando, traço o perfil do que o cliente gosta, do que vai comer e apresento opções. É mais trabalhoso, mas também mais elegante”, analisa Luciano. Quem quiser comprar e levar para casa tem 20% de desconto. Toda a concepção do Bartolomeu é do empresário Pedro Vasco, pai de João Paulo, que incluiu aqui o menu-degustação, inexistente em Goiânia. Na hora de escolher o nome, uma homenagem ao bandeirante paulista Bartolo Bueno da Silva, colonizador do Brasil central, que veio em busca de ouro e se tornou o famoso Anhanguera. Pedro Vasco, engenheiro formado pela UnB, um dia fechou sua construtora, depois de 30 anos de funcionamento, e decidiu que faria


Fotos: Divulgação

algo de que gostasse. “Começou como hobby, nunca pensou que viraria um negócio”, relembra João Paulo. Mas a empresa deu certo e se firmou. Há três anos, o publicitário, nascido em Goiânia, começou a trabalhar com o pai, depois de 20 anos morando em São Paulo. Quando estava prestes a voltar de novo para a capital paulista, conversou com Pedro Vasco e decidiu abrir em Brasília a segunda unidade. Em janeiro de 2013 começou a busca por um espaço. Foram nove meses de reforma e para montar a equipe. “Eu me mudei para cá só por causa do restaurante”, afirma. Além da área aberta ao público, dois ambientes à parte são opções para festas e eventos, um para 30 a 35 pessoas, com paredes totalmente decoradas por vinhos e mais vinhos, e outro para até 80 pessoas. “Não cobramos aluguel, apenas montamos o cardápio, um menu especial de eventos, e cobramos o pacote completo”, explica João Paulo, que conseguiu uma forma de ser empresário e publicitário ao mesmo tempo: “A minha onda, a minha parte é o público, a comunicação do restaurante nas mídias sociais. E venho to-

dos os dias, recebo as pessoas, converso”. O plano para 2015 é abrir cerca de dez lojas de vinho pelo Distrito Federal. Voltar para Goiânia ou São Paulo? “Sinto-me muito feliz de estar morando aqui, não tenho vontade de me mudar de Brasília”, diz João Paulo, que escolheu a ci-

dade pela experiência do pai. “Ele ficou aqui durante 12 anos e diz que foi uma cidade muito generosa com ele.” Bartolomeu

409 Sul – Bloco C (3442.1169) De 3ª a sábado, das 9 à 1h; domingo, das 11 às 17h

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Hora de confraternizar

Fotos: Divulgação

Acima, misto de calabresa e kafta, do Beirute; abaixo, dadinhos de tapioca, charque e carne de sol, do Carpe Diem.

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uriosa essa competição: durante 18 dias, 18 bares brasilienses se empenham em conquistar a preferência do eleitorado para seus petiscos, seu chope, sua cerveja, seu ambiente, seu atendimento. Mas quem acaba ganhando, de fato, é a clientela. Afinal, não é toda hora que se tem a oportunidade de saborear deliciosos tira-gostos – suficientes para duas, três, em alguns casos até quatro pessoas – ao preço promocional de R$ 30. É assim que o Festival Bar em Bar, promovido pela Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel), vem conquistando, ano a ano, um público cada vez maior pelo país afora. E chega à sua oitava edição exibindo números recordes: são nada menos de 280 bares no

Distrito Federal e em 11 Estados – Alagoas, Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Ceará. Para o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, o bar faz o papel de sala de estar do brasileiro. “É onde ele encontra os amigos, reúne a família. Do futebol à política, da religião à novela, no bar se discute tudo. A conversa, o riso, a boa comida, a cerveja gelada, o garçom amigo e a música ambiente estão presentes e contribuem para uma experiência agradável, que se tornou parte da rotina do brasileiro. O Festival Bar em Bar é uma ode a esses espaços e aos encontros que neles acontecem”, afirma. “Porção no prato, amigos na mesa” é

o lema do festival este ano, expressando o caráter democrático e de confraternização dessa verdadeira instituição nacional que é o boteco. “Nossa intenção é aproximar o bar dos brasilienses, mostrando que esse é um local de convívio alegre, de socialização, e que garante até mais segurança para as regiões onde se localizam”, afirma o presidente da Abrasel-DF, Rodrigo Freire. Aqui, são 18 bares com diferentes estilos de cozinha e ambiente, o que se reflete na variedade dos petiscos criados especialmente para o festival. Temos desde os brasileiríssimos dadinhos de tapioca com queijo coalho do Carpe Diem até a chorillana do restaurante chileno Caleuche (um misto de carne bovina e calabresa acebolados) ou o trio de ceviches do Oliver, iguaria típica da cozinha peruana. A Argentina marca presença com o choripan do Parrilla Madrid (três sanduíches de linguiça de porco caipira com vinho e molho chimichuri) e o Líbano com a kafta do Beirute. E é claro que não poderiam faltar petiscos típicos de botecos, como bolinhos, mandioca e batata fritas, carne de sol, linguiça acebolada e peixe empanado. No conjunto da obra temos uma seleção de comidinhas diferenciadas e de sabores atraentes (veja relação completa dos petiscos na página ao lado). Como nas edições anteriores, haverá um benefício especial para os clientes do Cartão BRB: uma semana estendida do festival, de 24 a 30 de novembro, durante a qual eles terão 20% de desconto no preço dos petiscos. Para isso, basta que paguem a conta com o Cartão BRB na função crédito. Ao longo do festival os bares participantes receberão a visita de uma comissão julgadora, formada por profissionais especializados, que elegerá a cerveja mais gelada, o melhor chope, o melhor petisco, o melhor atendimento, o garçom destaque e o melhor ambiente. O resultado do concurso será divulgado logo após o festival. Festival Bar em Bar

De 6 a 23/11 em 18 bares da cidade (semana estendida, de 24 a 30/11, apenas para clientes do Cartão BRB). Informações: www.barembar.com.br


Bar em Bar 2014 Balcony 412

412 Sul – Bloco C (3245.5535). De 2ª a sábado, das 18h30 à 1h. Croquete de fraldinha com gorgonzola e chips de provolone, acompanhados de maionese e alho (para duas pessoas).

Beirute Norte

107 Norte – Bloco D (3273.0123). De domingo a 4ª, das 11 à 1h; de 5ª a sábado, das 11 às 2h. Misto de porções de kafta à palito e calabresa puxadas na cebola e acompanhadas de farofa de ovos e molho à vinagrete (para duas pessoas).

Beirute Sul

109 Sul – Bloco A (3244.1717). De domingo a 4ª, das 11 à 1h; de 5ª a sábado, das 11 às 2h. Misto de porções de kafta à palito e calabresa puxadas na cebola e acompanhadas de farofa de ovos e molho à vinagrete (para duas pessoas).

Café Savana

116 Norte – Bloco A (3347. 9403). Diariamente, das 11h30 à 1h. Bolinhos de camarão e bacalhau (porção com três unidades de cada um, para duas pessoas).

Caleuche

310 Norte – Bloco A (3245.5535). De 3ª a 6ª, das 18 às 24h; sábado, das 12 às 16h e das 18 às 24h. Chorrillana – misto de carne bovina e calabresa aceboladas, rodeadas por batatas fritas e finalizadas com ovo frito (para duas pessoas).

Carpe Diem

104 Sul – Bloco D (3325.5301). De 2ª a sábado, das 12 à 2h; domingo, das 12 às 23h. Dadinhos de tapioca com queijo coalho dourado e geleia de pimenta, charque desfiado com cebola roxa e carne de sol com cebola roxa e cachaça (para três pessoas).

Carpe Diem La Cuccina

Terraço Shopping (3363.1777). De 2ª a sábado, das 12 à 2h; domingo, das 12 às 23h. Dadinhos de tapioca com queijo coalho dourado e geleia de pimenta, charque desfiado com cebola roxa e carne de sol com cebola roxa e cachaça (para três pessoas).

Chiquita Bacana

209 Sul – Bloco A (3242.1212). 3ª e 4ª, das 17h à 1h; 5ª e 6ª, das 17 às 2h; sábado, das 14 às 2h; domingo, das 14 à 1h. Tiras de filé mignon aceboladas, acompanhadas de batatas fritas (para duas pessoas).

Godofredo

408 Sul – Bloco B (3965.6666). De 2ª a 4ª, das 18 às 24h; 5ª a sábado, das 18 às 2h. Mix de petiscos: espetinhos de filé mignon com queijo coalho, espetinhos de frango, salsichão tipo holandês e mini batatas recheadas com calabresa e cream cheese (para duas pessoas).

Miau Que Mia

304 Sul – Bloco D (3443.5743). De 2ª a domingo, das 11h30 às 2h. Combinado Miau: linguiça de pernil apimentada, carne de sol, mandioca frita e molho barbecue (para quatro pessoas).

Nosso Mar

115 Norte – Bloco B (3349.6556). 3ª, 4ª e domingo, das 12 às 24h; 5ª a sábado, das 12 à 1h. Trio Maravilha: mix de manjubinha frita, isca de peixe empanada e batata recheada com camarão ao molho de catupiry (para duas pessoas).

Oliver

Clube de Golfe (3323.5961). De 2ª a 5ª, das 12 às 24h; 6ª e sábado, das 12 à 1h; domingo, das 12 às 17h. Trio de ceviches: clássico (peixe branco, leite de tigre, milho e batata doce); do cerrado (peixe branco, leite de tigre de limão cravo e cajuzinho do cerrado; e sensei (salmão com leite de coco, limão, shoyo e gergelim).

Paradiso

306 Sul – Bloco B (3526.8072). De 2ª a 5ª, das 11h30 à 1h; 6ª e sábado, das 11h30 às 2h. Trio de espetinhos de filé mignon, filé de frango e filé suíno feitos na chapa e servidos com farofa de ovos e vinagrete.

Parrilla Madrid

408 Sul – Bloco D (3547.4398). De 3ª a sábado, das 18 às 24h. Choripan: porção com três sanduíches de linguiça típicos argentinos, pão ciabatta artesanal, linguiça de porco caipira com vinho e chimichuri (para três pessoas). Fotos: Divulgação

Primeiro Cozinha de Bar

SIG Quadra 8 (3021.6771). De 3ª a 5ª, das 17 às 2h; 6ª a domingo, das 12 às 2h. Rua das Paineiras – Lote 6 – Águas Claras (3028.4366). De 3ª a 6ª, das 17 às 2h; sábado e domingo, das 12 às 2h. Mix de petiscos: rissole de camarão, punheta de bacalhau, lula à sevilhana e tilápia com farofinha de Doritos (para duas pessoas).

Resenha Bar e Restaurante

410 Sul – Bloco D (3244.0421). 3ª, das 12 às 24h; de 4ª a sábado, das 12 à 1h; domingo, das 12 às 22h. Espetinhos Resenha: um de picanha, um de frango, um de queijo coalho e um à milanesa, acompanhados de farofa, vinagrete e batata frita (para duas pessoas).

Toca do Chopp

Quituart – Canteiro central do Lago Norte, altura da QI 9 (9642.9636). 6ª, das 18 às 24h; sábado e domingo, das 11 às 18h. Petiscos de frango com molho picante, polenta trufada frita e molho de queijo azul (para duas pessoas).

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picadinho Trufas brancas Divulgação

Segue em frente a temporada de trufas brancas no Gero (Shopping Iguatemi, tel. 3577.5520), coincidindo com a comemoração do quarto aniversário de sua chegada a Brasília. Os interessados devem fazer suas reservas com antecedência. “Recebemos remessas semanais, mas elas saem muito rapidamente. Por isso, pedimos que os clientes nos liguem antes para saber se o menu está disponível”, orienta o manager do restaurante, Célio Freitas. Para celebrar a data, o chef Ronny Peterson incluiu também sete novos pratos no cardápio, com entradas, risotos, peixes, carnes e sobremesas. “Trabalhamos com releituras contemporâneas de clássicos da gastronomia regional italiana”, afirma. Entre as novidades, o risoto de provolone com ragu de cordeiro (R$ 79), o linguado ao limão com tomate cereja, alcaparras e purê de batata (R$ 79) e o porco ao forno com tagliolini na manteiga (R$ 79).

“Estou bebendo estrelas”

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Após a inauguração, no início de outubro, de sua primeira filial, no Lago Sul (QI 17, Edifício Fashion Park, tel. 3365.1292), o El Negro, um dos mais apreciados restaurantes de carnes nobres da cidade, pretende seguir em frente com um ambicioso plano de expansão. “Nos próximos dez anos, abriremos mais cinco casas, incluindo uma em Miami, onde já começamos a procurar o local ideal”, revela um dos proprietários, João Clerot. Em estilo portenho, a filial do Lago Sul exibe novidades no cardápio – as principais são o kobe bife e alguns cortes típicos da Argentina, como a entraña. No mais, segue o padrão gastronômico da matriz da 413 Norte, com destaque para o ancho premium, as linguiças artesanais e o matambre ao molho chimichurri.

Avenida Paulista Após voltar a funcionar no horário do almoço, o Avenida Paulista (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, tel. 3255.6000) lança mais uma novidade. O chef Jairo Susyn criou receitas especiais para o bufê do almoço, uma para cada dia

Entraña No El Negro, como vimos, ela é apresentada como um corte típico argentino; no Toro (104 Sul, Bloco C, tel. 3225.0494), a nacionalidade indicada é a uruguaia. Pouco importa. Certo é que a entraña, retirada da parte interna da costela, sem osso, super macia e com baixo teor de gordura, tornou-se repentinamente a nova queridinha dos apreciadores de carnes nobres. Essa aí da foto é servida no Toro, no almoço ou no jantar, ao preço de R$ 69. João P. Telles

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Quem também aniversaria é a franquia brasiliense do California Coffee (Terraço Shopping, tel. 3366.3388). Nada melhor, para comemorar, do que reforçar o cardápio com uma nova guloseima: o bolo de churros com cobertura e recheio de doce de leite argentino (R$ 12,50 a fatia). Além disso, até o final do mês os clientes serão presenteados com 20% de desconto nos pratos do dia, criações do chef Mário Saraiva, ex-Empório Albamonte, inspiradas em nomes de cidades, praias, pontos turísticos e times esportivos da Califórnia.

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Bolo de churros

Black friday de vinhos A mesma Decanter, em parceria com a Art du Vin, vai promover nos dias 27 e 28 próximos o Wine Friday Brasília, juntando degustação e venda promocional de vinhos num só local, o Espaço Patrícia Buffet, localizado no prédio da Assefe (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 1). Aproximadamente 220 rótulos de 15 países serão oferecidos nos dois dias, das 18 às 22 horas, com 20% de desconto – uma boa oportunidade de reabastecer a adega para as festas de fim de ano. Entre as muitas opções, os italianos Rosso di Montalcino DOC, Brunello di Montalcino DOCG e Sessantani Primitivo di Manduria, o espanhol Marqués de Murrieta Reserva e os chilenos Tabalí Reserva Especial Syrah e Tabalí Reserva Especial Blend. Venda antecipada de ingressos, a R$ 90, nas lojas das duas importadores ou pelos telefones 3349.1943 e 3365.4078 (nos dias do evento o preço sobe para R$ 140).

El Negro em expansão

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A célebre frase do monge beneditino Dom Pérignon, ao beber pela primeira vez uma taça de champanhe, nos idos do Século XVII, foi lembrada na noite de 6 de novembro por um dos convivas da degustação de espumantes Cave Geisse, na loja da Enoteca Decanter (208 Sul, Bloco A, tel. 3349.1943). E não era para menos. Entre as quatro maravilhas servidas pelo enólogo da vinícola, o chileno Carlos Abarzua, figurava o icônico Cave Geisse 2002, com 70% de Chardonnay e 30% de Pinot Noir, só agora posto à venda, após 12 anos em contato com as leveduras – o que lhe conferiu complexidade e estrutura, com notas de mel, castanhas e especiarias. Daquela safra foram produzidas apenas 450 garrafas em formato magnum (de 1,5 litro), disponíveis na Decanter ao preço de R$ 750. Também merecedor de sinceros elogios, a outra novidade da noite – o Extra Brut, 50% Chardonnay e 50% Pinot Noir – tem preço bem mais em conta: R$ 85 a garrafa de 750ml.

da semana: terça-feira, filé de peixe e brunoise de legumes da terra acompanhados de purê de batata; quarta, picadinho de filé mignon com farofa de ovo e banana à milanesa; quinta, paillard de filé à milanesa com cebolas confitadas; sexta, filé à parmegiana com fettuccine ao sugo (foto). Para os domingos, um menu especial com carnes e frutos do mar.


O que vem a ser: um espaço dedicado ao preparo e venda de embutidos, bacon, presunto, salsichas, terrinas, galantinas, patês e confits, expostos em vitrines refrigeradas. Brasília acaba de ganhar sua primeira salumeria italiana, localizada no Vitrinni Shopping, na Avenida Castanheiras, em Águas Claras. Comandado pelos chefs Ville Della Penna (foto) e Luiz Beto, o Piccolo Emporium (tel. 3797.1644) é um lugar onde o cliente encontra desde um café espresso ou um lanche rápido até pães, frios, pizzas e pratos da cozinha italiana, como a porqueta à pururuca e recheada, o rotolo de contra-filé recheado com fritada (omelete no vapor), o filé de frango ao molho de limão siciliano e o frango assado ao molho vermelho (R$ 35,90 o quilo). Todos os pratos e produtos podem ser degustados no local ou embalados para viagem.

Até 16 de dezembro o Babel (215 Sul, Bloco A, tel. 3345.6042) estará oferecendo a seus clientes a degustação de oito sabores de risotos, com preço promocional (R$ 79,90) durante três dias da semana, de segunda a quarta-feira. Os apreciadores da tradicional iguaria italiana poderão “risotear” à vontade, alternando frutos do mar, presentes em quatro receitas, com funghi secchi chileno hidratado no vinho tinto, cubos de filé com gorgonzola, tomate seco e parmegiana com queijo parmesão e caldo de carne.

Também no almoço

Felipe Menezes

Pizzas funcionais

Diego Koppe

No Bar do Calaf (Setor Bancário Sul, Quadra 2, tel. 3325.7408) a novidade é o bufê de lanche da tarde, das 15 às 19h, de segunda a sexta-feira. Quem for lanchar nesse horário terá à disposição salgadinhos assados e fritos, pães recheados, pão pizza, pamonha, diferentes sabores de bolos, salada de frutas, ovos mexidos e frios a R$ 32 o quilo.

O Nolita Coffee & Fun (QI 9/11, Lago Sul, tel. 3248.1133) acaba de lançar o Nolita’s Breakfast, nada menos que 50 itens servidos em sistema de bufê montado entre 8 e 13 horas. “Pensamos naqueles que gostam de diversificar e comer um pouco de cada coisa, e com essa fórmula nossos clientes poderão beliscar um pouquinho aqui e acolá e voltar para casa satisfeitos”, diz a proprietária do café, Michele Calmon. A chef Rafaela Jardim criou, exclusivamente para o café da manhã, bombinhas de cream cheese com morango, chocolate e baba de moça, que se juntam às quiches de alho poró e Lorraine, ao sanduíche de salmão e aos pães artesanais com milho. Integram o bufê, ainda, ovos mexidos, salsichas, pastas, bolos e bebidas diversas, como suco laranja, chás, leite quente e chocolate. Tudo isso por R$ 29,90.

Farinha de arroz e biomassa de banana verde, e nada de farinha de trigo. A pizza sem glúten e sem lactose do restaurante Duoo (103 Sul, tel. 3224.1515) é levíssima e pode vir em oito sabores, como explica o proprietário, Nicolas Fujimoto. “Chegar na massa final foi um desafio enorme, pois, justamente por não possuir glúten, a massa não é maleável e flexível como a tradicional. Testamos cinco receitas até chegar ao ponto ideal, com a combinação dos ingredientes, com o sabor aproximado e a leveza”, explicou. As pizzas funcionais são servidas em festival (R$ 44,90), toda segunda e terça-feira, a partir das 19 horas. Os sabores variam a cada semana, mas os quatro mais pedidos são repetidos na semana seguinte.

Sempre lotados à noite, o La Bonne Fondue (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, tel. 3223.0005) e o Paradiso Cine Bar (306 Sul, Bloco B, tel. 3526.8072), também decidiram abrir as portas no almoço. Além dos fondues e raclettes que são sua especialidade, o La Bonne Fondue oferece, de terça a domingo, pratos de cozinha contemporânea preparados pela chef Luciana Andrade – massas, risotos, carnes nobres e frutos do mar, destacando-se o magret de canard da foto acima, com risoto de uvas vermelhas (R$ 78), os medalhões de filé ao molho de cogumelos com risoto de queijo (R$ 49) e o risoto de linguiça picante (R$ 42). Especializado em drinques, o Paradiso Cine Bar montou um cardápio para o almoço de segunda a sábado com sete versões de grelhados, seis molhos e dez acompanhamentos. Os pratos criados pelo chef Kiko Avelar levam nomes de filmes famosos, como o Mamma mia (foto abaixo), composto de frango à parmegiana, arroz branco e batata frita (R$ 23,90). Quem estiver com disposição para brincar pode assumir a direção do filme, isto é, montar seu próprio prato.

Felipe Menezes

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Café da manhã reforçado

Festival do risoto

Café colonial

Henrique Ferrera

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A primeira salumeria

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GARFADAS & GOLES Luiz Recena

lrecena@hotmail.com

Das libações

e eleições

Um gole de vinho muito bom é melhor do que um beijo na boca? Não! E duas meias taças de espumante? Também não! E uma tulipa de cerveja estupidamente gelada, servida com o colarinho de lei? Bem, bem... Não também, claro que não. Nada é melhor do que um beijo na boca! E assim filosofava o poeta e poetava o filósofo na primeira incursão aos néctares depois de duzentos dias no deserto, vitima de fatal conluio entre a família, o clero, a máfia de branco e os militares. E o que fazem os milicos na frase? Nada! Mas na minha geração, se houvesse coisa ruim, era culpa deles. Então: abaixo a ditadura! E assim, devidamente observado, o colunista pousou de leve os lábios em ósculos alcoólicos. Motivo: bons desempenhos e vitória eleitoral no Distrito Federal. Conclusão: o beijo quase proibido, em copos inadequados e néctares sem trato não é, nem de longe, melhor do que o verdadeiro beijo na boca. Os sabores sabiam amargos, talvez prejudicados ainda por inexplicável e deslocado peso na consciência. Então, nos vemos no fim do ano quando nova, minúscula, esperadíssima janela abrir-se-á outra vez.

Ninho antigo Para lamber as próprias feridas, o velho animal volta à tepidez da toca. Na Quituart, tudo e todos estão nos devidos lugares. O chope virou uma quitu-cola qualquer, mas o novo filé do Claude está cada vez melhor. E a clássica paletinha de cordeiro do Armando continua fora de série. Sim, o Claude aprontou mais uma: fez agora uma cachaça própria. Quem provou, gostou. Fiz promessa de, para o ano, mesmo sem ser desse ramo, molhar o beiço. É danado o gordinho esse, no?

Vida no shopping? Doutor Paixão havia dito. Não, comecemos de novo e sem cacófato. José Luiz é de Bagé e falou: tem carne nova no Iguatemi. No Pobre Juan, cuja pobreza mora só no nome, não nos preços, que podem ser mais salgadinhos do que o molho da costela. Essa, aliás, não é cara e serve muito bem. Côte de Boef é seu nome de batismo, tendo vinho tinto no lugar da água benta. Muito saborosa, mais ainda com um sal de correção. Madame comeu carpaccio, sem reclamações.

Segunda tentativa O maior momento da primeira visita repetiu-se na segunda: o reencontro com Sérgio, garçom das antigas, competente veterano de guerras passadas nos primeiros times do La Boucherie e Entrecôte. Autor reconhecido é meio caminho andado. Uma festa! A fraldinha estava sensacional e o entrecôte do amigo e advogado no ponto certo. Uma taça de bom tinto para o amigo, sobremesa e café. Convidado, o colunista só espiou l’addition: do ponto para o mal... ou para o plus. Na gerência, nova na casa, mas não no ramo, “a moça que joga pôquer” esbanja simpatia e está cheia de planos. Vale uma aposta para eventos de fim de ano.

Vinho novo Casa nova de vinho não é mais notícia. Só na Quituart, onde finalmente surgiu a primeira: o corajoso é o sommelier Cesar Lima e a casa se chama Bahcovinhos. Alguns anos na Europa poliram conhecimentos de Cesar, que elegeu a Itália para promoções natalinas. Bons rótulos, diferentes, com preços idem. Salute!

Massagem fisioterápica e linfática, tratamento complementar de celulite e obesidade. Técnica japonesa. 12

Mariinha, profissional com mais de 40 anos de experiência. 910 Sul, Mix Park Sul, Bloco I sala 18. Tel.: 3242.8084


PÃO & VINHO ALEXANDRE FRANCO pao&vinho@agenciaalo.com.br

Lembranças e saudades

Vinho. A bebida mais social de todas. Aquela com a qual vivemos alegrias, esperança, tristeza, saudade... São inúmeras as minhas memórias associadas ao vinho, abraçadas às emoções mais diversas. Em Brasília, onde residi por dois anos, uma estada que parecia a princípio me afastar de amigos e parentes transformou-se em temporada de conquista de novas e boas amizades, que giraram sempre em volta do vinho. Para citar uma das muitas ocasiões que me trazem recordações profundas dessa época, na despedida de meu querido amigo Luiz Recena, que partia então para sua aventura baiana, reuni uns poucos especiais amigos em comum em minha casa e bebemos juntos não menos que 19 garrafas de bons caldos, dentre os quais destaco um Ferreirinha Reserva Especial. A casa que produz o maior ícone português, o Barca Velha, adota a rotina de rotular esse mesmo vinho, nos anos em que o enólogo entende que a safra não atingiu o seu máximo, como Ferreirinha Reserva Especial, e aí temos uma excelente oportunidade de beber um vinho espetacular por um preço muito razoável. Daquela feita foi a safra de 1996, e ainda hoje posso recordar claramente de seus tons atijolados típicos da idade, seus aromas delicados de cerejas e algo medicinal, e seu palato ainda de acidez fresca. D’outra feita, com minha esposa, que aliás quase nunca bebe álcool, em viagem de férias a Angra dos Reis, uma parada estratégica em Penedo acabou por nos levar a degustar, já no hotel, antes de irmos dormir, uma garrafa do ótimo espanhol de Rioja Conde de Valdemar Crianza, aqui também um 1996, mas à época ainda potente, de cor rubi intensa, aromas intensos de frutas maduras, vermelhas e negras, carvalho bem equilibrado

e palato sedoso. Bebeu duas taças e foi “de gatinho” para o quarto, acompanhada dos risos dos meus filhos. Como não lembrar do majestoso almoço com meu melhor amigo, Canaan, e nossas esposas, na Arzuaga, no coração de Ribeira del D’Ouro, onde degustamos, entre vários outros, uma garrafa do seu Gran Reserva 2001, e rimos juntos. De rubi profundo, nariz amplo e complexo, com frutas negras maduras, tabaco, cedro e algo de mineral, e uma boca potente mas elegante. O brinde com sócios e parceiros, a comemorar o início de um novo negócio, com o excelente Charles de Gaulle, da Casa Drappier, um champanhe safrado, dourado, de aromas de frutas vermelhas e muita panificação, boca cheia, cremosa, com muita fruta e elegância. A inesquecível sensação de orgulho ao beber com meu filho um fantástico vinho do Porto, Vintage Fonseca Guimaraens 2008, de cor intensa, muito escuro, e nariz muito complexo, mas especialmente com inacreditáveis notas de casca de laranja que marcam na alma e boca sedosa, com final interminável. E meu amado pai, que há pouco me deixou, que nunca bebeu álcool, mas ria do meu entusiasmo em degustar um bom vinho, que foi sempre meu herói, meu amigo, meu confessor e meu conselheiro, mais que tudo sempre o meu porto seguro. Ele, que vai estar sempre comigo, da sua última viagem, antes de adoecer, me presenteou com uma garrafa de Barca Velha 2004 que ainda nem degustei e nem tão cedo o farei, mas que sei terá a cor vermelha intensa de coragem e perseverança, aromas suaves de paz e elegância e uma boca doce como o beijo de um pai eterno, com final saudoso para sempre.

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DOIS ESPRESSOS E A CONTA cláudio ferreira claudioferreira_64@hotmail.com

Comida de fazenda

Brasília tem cada vez mais opções para quem quer desfrutar de algumas horas – de preferência no fim de semana, com calma – de um almoço em ambiente rural. É daqueles programas para reunir família e/ou amigos, se preparar para um pouquinho de estrada de terra e esquecer o futebol das 17h na tevê. Basta seguir algumas dicas simples para garantir uma refeição diferente – para melhor, é claro! Se você está de dieta e não tem permissão para um dia de folga, esqueça os restaurantes rurais. Muitos têm mesas dedicadas às saladas, mas ninguém, em sã consciência, vai andar quilômetros de carro para comer alface ou agrião. Permita-se experimentar o que não está no seu prato no dia a dia. Comida gorda? Tem e muita. Mas a semana seguinte, esta sim, pode ser recheada de saladas. O domingão rural só vale a pena se a tabela de calorias ficar em casa. Mas também não é preciso querer “honrar” o montante pago – no caso do preço fixo por pessoa – e comer como se nunca mais fosse voltar. Justamente porque há muito porco, frango ao molho pardo e outras iguarias, é bom ir com civilidade até o bufê. Guardando o devido espaço para as sobremesas, geralmente doces caseiros de comer ajoelhado. Mas já provei até uma paella na área rural, por isso quem tem alergias ou não se dá bem com misturas esdrúxulas também pode se conter. Falando em quilômetros de carro, é preciso estar disposto a desbravar novos locais. Em geral, ou o próprio restaurante ou o amigo que já foi faz um mapa, disponível no site do restaurante na internet, em cartões de visitas ou em rascunhos feitos pelos habitués do local.

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Mesmo com o mapa, as dúvidas não desaparecem. Essa estradinha de terra estreita conta como “terceira à esquerda?” Um balão pintado no asfalto tem o mesmo valor de um balão de grama? O que vale mais, o mapa ou a placa? Placas, aliás – dicas para os donos dos restaurantes – são muito benvindas, principalmente nas bifurcações, onde o cliente de primeira viagem fica com uma interrogação na cabeça e um erro pode custar muitos quilômetros e muitos minutos. Chegando lá, é bom soltar as crianças e relaxar, mas com limites. Boa parte dos estabelecimentos tem atrativos que vão além da comida – de cavalos a jardins imensos. Alguns, no entanto, estabelecem normas para evitar contratempos com a criançada aventureira, que nunca vê um bicho de perto ou uma árvore de frutas comestíveis. Sabe aquele ditado “quem pariu Mateus que o embale”? Procure segui-lo literalmente: filhos são responsabilidade dos pais e garçons não são babás. Ter tempo é essencial, porque, depois da comilança, até faz mal pegar o carro rápido e sair em busca da cidade grande novamente. Ainda mais porque, acompanhando torresmo e doce de leite tem, no mínimo, um licor e, no máximo, muito álcool. O amigo da vez, para os restaurantes rurais, é imprescindível. O mapa estará ao contrário, a estrada é longa e o caminho é deserto. Esses são lugares em que a propaganda convencional existe, mas o boca-a-boca é o que realmente funciona. Tanto que o marinheiro de primeira viagem estranha a intimidade entre donos, chefs e clientes mais antigos. É assim mesmo: na vida do campo, mesmo que seja por apenas um almoço de domingo, tudo é mais simpático e menos formal.


Banco do Brasil apresenta

Exposição

12 de novembro de 2014 a 12 de janeiro de 2015

CCBB Brasília - Entrada Franca

Venha conhecer a trajetória e as ideias do artista russo Wassily Kandinsky, pioneiro do abstracionismo. A mostra inédita reúne mais de 150 obras, entre trabalhos do próprio Kandinsky e de artistas contemporâneos a ele, além de peças da arte popular e da cultura xamânica que influenciaram a visão estética do artista ao longo dos anos. Ministério da Cultura Ministério da Cultura

Ministério da Cultura

Ministério da Cultura


Tadeu Fesse

dia&noite estranhomundo Ele foi um artista múltiplo, cuja produção, vida e arte se entrelaçam de maneira inseparável, dando origem a uma obra densa, de caráter fortemente autoral. Estamos falando do mineiro de Araguari Farnese de Andrade (1926/1996), que começou sua carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, passou a criar assemblages, isto é, colagens com objetos e materiais tridimensionais, tais como cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos corroídos pelo mar. De 25 de novembro a 11 de janeiro, esse universo peculiar do artista poderá ser desbravado por quem for à mostra Farnese de Andrade – Arqueologia existencial, na Caixa Cultural. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um conjunto de obras pertencentes a coleções particulares e dos herdeiros do artista, mapeando sua produção ao longo dos anos 1970, 1980 e 1990. Apontado como dono de uma personalidade difícil e de um trabalho marcadamente auto-biográfico, Farnese revelou nas obras sua densa trajetória pelas memórias de infância, do pai, da mãe, dos irmãos, da sagrada família mineira e de sua fase oceânica, além de um certo aspecto libertário e transgressor, a partir de sua mudança para o Rio de Janeiro. Um dos mais valorizados artistas brasileiros, Farnese tem obras nas maiores coleções particulares e museus do Brasil e do mundo. De terça-feira a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca.

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arteemabadiânia

Antônio Karneiro, da Bahia, Bráulio Bittencourt, de Minas Gerais, e os brasilienses Paulo Maurício, Pedro Gadelha e Taigo Meireles. Esses cinco artistas plásticos participam da 8ª edição da mostra coletiva Arte cidadã, em cartaz até 27 de novembro na galeria de arte do 10º andar do anexo IV da Câmara dos Deputados, com entrada franca. Antônio Karneiro apresenta quatro obras em óleo sobre tela que seguem o estilo clássico das escolas europeias – realismo, impressionismo, surrealismo, cubismo e o expressionismo – mas também passeiam pela pop arte. Paulo Maurício nasceu em Petrópolis (RJ) e radicou-se em Brasília em 2002. Deficiente visual, com campo de visão inferior a 70 % do normal, ele traz quatro telas de pop arte pintadas em acrílico sobre tela. Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília, Taigo Meireles apresenta quatro obras baseadas em pesquisas realizadas em jornais e Wikipédia, utilizando tinta, reproduções e fotografias. De segunda a sexta-feira, das 9 às 17h.

regard

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Obras trabalhadas em nanquim com colagens e cores vibrantes. A arte da paulista Thais Lino tem inspiração no tempo em que morou na África e conheceu a cultura de vários países que visitou naquele continente. A mostra Regard, em cartaz no Salão Negro da Câmara dos Deputados, apresenta dez obras da designer de interiores e pesquisadora de arte que começou a pintar ainda criança e participou de ateliês livres em sua adolescência. Com estilo contemporâneo e modernista, Thais Lino apresenta dez obras que retratam a África sob seu olhar (regard, em francês). Todos os dias da semana, inclusive feriados, das 9 às 17h. Entrada franca.

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As milhares de pessoas de todas as partes do Brasil e de outros países que chegam todos os meses a Abadiânia, distante 103 km de Brasília, para visitar a Casa Dom Inácio de Loyola e se consultar com o espírita João de Deus, nem imaginam que a cidade abriga uma galeria de arte, a Anexxo. Pois é lá que o artista plástico Rodrigo Franzão está apresentando seu trabalho, nove telas com cores vibrantes e arranjos geométricos abstratos, realizadas com tecido, fio de cobre e agulhas, elementos presentes no cotidiano do ser humano. O artista paulista de 32 anos mora na cidade goiana desde que encerrou sua carreira didática de professor de língua portuguesa por quase uma década. A exposição fica em cartaz até o dia 30 de novembro, de segunda a sábado, das 9 às 19h. Entrada franca.


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artemultimídia Ele nasceu em São Paulo há 60 anos, estudou cinema e dirigiu sete filmes de curta-metragem em Super-8. Depois de passar temporadas em Nova York e em Oslo, Alex Flemming se mudou em 1995 para Berlim, onde vive até hoje. Autodidata e inf luenciado por uma câmera fotográfica que ganhou aos sete anos de idade, tem na fotografia o ponto de partida de sua arte, permeada por pinturas, gravados, esculturas e intervenções sobre mobiliários. Até 15 de janeiro de 2015, a Galeria Almeida Prado (405 Norte) apresenta a mostra Alex Flemming – Desenhos e colagens, com trabalhos realizados entre 1991 e 2014 pelo fotógrafo, pintor, escultor, gravador, artista multimídia e poeta. É uma retrospectiva de vários períodos da carreira de Flemming, destacando a aviação, um tema recorrente em sua trajetória, já que é filho de pai aviador com mãe comissária de bordo. Outras obras exploram o corpo masculino como objeto de desejo, associando o culto ao corpo à descartabilidade do consumo e do bombardeamento incessante de informações característico do avanço tecnológico nas comunicações. De terça a sexta, das 12 às 20h; sábado e domingo, das 13 às 19h.

metamorfoses

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De uma simples caneca com uma fenda para encaixar a linha do saquinho de chá, passando por cadeiras coloridas, mesas estilosas e joias de carvão. Até 28 de novembro, o Museu da República apresenta a exposição de design polonês The spirit of Poland, uma iniciativa de artistas poloneses para mostrar a cultura material de seu país, sua história e seu desenvolvimento atual. Dorota Kabala, curadora e uma das expositoras, destaca o local escolhido para sediar a mostra, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. “É uma grande honra poder apresentar nossa exposição em um lugar tão espetacular. O design polonês está sendo exibido num edifício icônico do modernismo brasileiro, tão reverenciado pelo público em todo o mundo,” afirma. A exposição apresenta objetos exclusivos e desenvolvidos com a indústria a partir de novos materiais e tecnologias. Outros são baseados em habilidades artesanais exclusivas, como as joias de carvão, feitas à mão por escultores e desenvolvidas pelo estúdio bro.Kat. Também estão lá objetos icônicos dos anos 50, criados pelo renomado artista polonês Roman Modzelewski em 1958 e introduzidos no mercado cerca de 50 anos mais tarde pela Vzór. De terça a domingo, das 9 às 18h30, entrada franca.

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Sessenta obras do acervo da Caixa Cultural unidas pela similaridade do suporte, o papel. Até 11 de janeiro, desenhos e gravuras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Artur Barrio, Marcelo Gassmann, Djanira, Fayga Ostrower, Tomie Ohtake, Anna Bella Geiger e Glênio Bianchetti podem ser vistos na mostra Metamorfoses – O papel no acervo da Caixa. Para Allan de Lana Frutuoso, curador da exposição, o valor cultural, artístico e histórico do acervo é incalculável por ref letir, em alguns momentos, a história do país. “O Brasil sempre teve uma produção potente nessa área, cobrindo parte do modernismo da década de 20, passando pelas vanguardas das décadas de 50 e 60, cobrindo, inclusive, momentos de reclusão da arte em choque com o regime militar”, comenta Lana. Entre os trabalhos exibidos, merecem destaque duas gravuras realizadas em serigrafia pelo pintor Di Cavalcanti: Mulata, de 1965, e um registro de 1973, sem título. Obras expressivas de mestres como Tomie Ohtake, Wagner Hermusche e Fayga Ostrower, premiada com suas gravuras na Bienal de Veneza nos anos 1950, também fazem parte da mostra. De terça-feira a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca.

Eles vêm de vários Estados e se juntam a cinco convidados, num grande salão de artes visuais. Até 11 de janeiro, a arte contemporânea expressa em diferentes mídias, linguagens, materiais e suportes estará em exposição no Situações Brasília, Prêmio de Arte Contemporânea do Distrito Federal, o único brasiliense com características de salão e de âmbito nacional. Para chegar aos 20 selecionados, a comissão curadora constituída por Cristiana Tejo, Ricardo Sardemberg e Evandro Salles analisou 437 propostas e elaborou uma lista de artistas que foram convidados a participar do evento e terão suas obras adquiridas e doadas ao acervo do Museu da República: o paraense Luiz Braga, a gaúcha Lucia Koch, o amazonense Rodrigo Braga (radicado no Rio de Janeiro), o brasiliense Gê Orthof e o paulista Paulo Monteiro. Os 20 selecionados receberão R$ 3 mil a título de ajuda de custo para participar da iniciativa: Ana Muglia (RJ), André Hauck (MG), Beto Shwafaty (SP), Carolina Valansi (RJ), Cristina Salgado (RJ), Diego Bressani (DF), Elen Gruber (SP), Érica Ferrari (SP), Evandro Soares (GO), Felipe Abdala (RJ), Ícaro Lira (CE), Ismael Monticelli (RS), João Angelini (DF), Marcelo Moscheta (SP), Mariana Manhães (RJ), Marie Carangi (PE), Marlene Stamm (SP), Pedro David (MG), Regina de Paula (RJ) e Sandra Rey (RS). De terça a domingo, das 9h às 18h30. Entrada franca.

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lafontaineporchagall Entre 1927 e 1930, o artista russo Marc Chagall (1887/1985) fez 97 gravuras em metal inspirado na obra do escritor francês Jean de La Fontaine (1621/1695), mais conhecido por suas fábulas que encantaram gerações. Com curadoria de Enock Sacramento, a mostra inédita Marc Chagall, Fábulas de La Fontaine está em cartaz no Museu dos Correios até 11 de janeiro. Além de conhecer as gravuras, o público pode ouvir, ler e conhecer as obras inspiradoras por meio de livros e de áudios disponíveis na exposição. E pode escolher sua fábula preferida e levar uma cópia para casa. De acordo com Ambroise Vollard, que foi o marchand de Chagall, “a estética do artista é bem próxima da obra de La Fontaine, por ser ao mesmo tempo densa e sutil, realista e fantástica.” Os temas de Chagall buscam explorar um universo mágico, que vai além da realidade e universalidade. Para Enock Sacramento, a mostra é “uma oportunidade rara de conhecer essa série em que o mais importante artista plástico judeu do Século XX recria plasticamente a fina ironia dos textos alegóricos do escritor francês”. De terça a sexta, das 10 às 19h. Sábados e domingos, das 12 às 18h. Entrada franca.

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O poeta e escritor Mário de Andrade (1893/1945), célebre por obras como Macunaíma e Pauliceia desvairada, era também um contumaz escritor de cartas. A correspondência do modernista é reconhecida por seu expressivo volume e pela qualidade dos interlocutores envolvidos. Trocavam cartas com ele os mais importantes poetas, escritores, músicos, teóricos e artistas desse período, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Enrico Bianco, Cícero Dias e Victor Brecheret. O estudo dessas cartas revela o ideário modernista do autor, tema central da exposição em cartaz no Museu dos Correios até 4 de janeiro. Com curadoria de Denise Mattar e cenografia de Guilherme Isnard, apresenta também o lado humano das pessoas envolvidas, suas dores, amores, brigas, disputas, picuinhas e brincadeiras. Devido à fragilidade do papel envelhecido, as cartas são apresentadas sob forma de fac-símile. Considerando-se também a dificuldade de compreensão da caligrafia antiga, parte delas foi transcrita e impressa para facilitar a leitura. Parte das cartas foi gravada pelo ator João Paulo Lorénzon, sendo esse material apresentado em fones de ouvido, o que estende a abrangência da mostra aos deficientes visuais. A exposição é complementada por uma cronologia de Mário de Andrade e um vídeo que contextualiza aquele período para o público, através de fotos de época. Há ainda uma instalação interativa que recompõe cartas de Mário de Andrade.

filmelivre

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Até 2 de dezembro estão abertas as inscrições para a edição 2015 da Mostra do Filme Livre, a maior de filmes independentes brasileiros. Neste ano foram inscritas mais de mil produções e escolhidas 180. Em 2015, como sempre, não haverá limite de selecionados. Se todos os inscritos, no pensamento da curadoria, tiverem a ver com a MFL, todos serão selecionados. A atenção é para filmes que ousem em sua linguagem, e que não sejam meras cópias do que “funciona” no circuito comercial. Para quem faz filme que percorre caminhos menos óbvios na linguagem audiovisual, a MFL é a vitrine ideal para que ele seja visto, debatido e valorizado. Inscrições somente online no site www.mostralivre.com.

Catherine Peillon

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solomúsica A soprano argentina María Cristina Kiehr é a atração do mês no projeto Solo Música, da Caixa Cultural. Cantora referencial na música antiga, já gravou diversos CDs, trabalhou com alguns dos principais maestros e grupos de renome. Contudo, apresentar-se sozinha em um palco, sem músico acompanhante, era um sonho para ela. Ano passado, ela aceitou o desafio de criar um recital para voz solo, com o repertório que quisesse. O resultado poderá ser visto dia 17 de novembro, segunda-feira, às 20 horas. O programa traz em seu início e fim obras de compositores nórdicos. Começa com a obra do dinamarquês Christoph Ernest Friedrich Weyse (1774-1842) e encerra com uma peça do compositor sueco Ole Jacobsen (1872-1921). Entre elas, interpreta obras de diversos compositores e períodos musicais: Knud Jeppesen, Jacques-Martin Hotetterre, Giovanni Baptiste Bovicelli, John Dowland, Zad Moultaka e a compositora alemã do período medieval Hildegard von Bingen. Maria Cristina reservou ainda uma parte rara dedicada a compositores latino-americanos: obras do folclore da Argentina e da Venezuela. Ingressos a R$ 10 e R$ 5, na bilheteria da Caixa Cultural. Informações: 3206.6456/3206.9448.


Pascale Montandon

vemaíotranscendência De 2 a 7 de dezembro, o Museu dos Correios recebe a segunda edição do Festival Internacional Cinema e Transcendência, que promete encantar a plateia com produções que fogem aos temas do cinema convencional e apresentam olhares diferenciados sobre a realidade, a espiritualidade, a arte e o pensamento contemporâneo. Entre os dez títulos da programação está A dança da realidade (foto), filme inédito do chileno Alejandro Jorodowsky, realizador de cults como A montanha sagrada. Sob curadoria do cineasta e músico André Luiz Oliveira e da produtora e jornalista Carina Bini, as produções do festival vêm dos Estados Unidos, Brasil, Japão, Inglaterra, Canadá, Chile e Índia. Além das exibições, estão programados dois debates reunindo o curador André Luiz, o jornalista e escritor Luis Pellegrini, ex-editor da revista Planeta, o mestre em Psicologia Clínica e Doutor em Desenvolvimento Sustentável Marco Aurélio Bilibio e a artista brasileira Tiffani Gyatso, especializada em arte sacra do budismo tibetano. No sábado, 6, a partir das 19 horas , o palco do festival será ocupado pelo grupo Jazz Brasil e no domingo, 7, às 18 horas, André Luiz Oliveira, Cláudio Vinícius e Ocelo Mendonça apresentam o show Mensagem de Fernando Pessoa, no qual poemas do escritor português recebem roupagem musical. Entrada franca.

curtaaosdomingos Divulgação

Até abril do próximo ano, os que se amarram em curtas-metragens devem reservar os fins de semana para assistir à programação do CCBB, com entrada franca. Em cartaz desde 31 de outubro, o projeto Curta ao meio-dia traz uma seleção especial de filmes nesse formato para atrair os frequentadores daquele espaço que querem ocupar o tempo entre o café da manhã e o almoço. Durante cinco meses, os tradicionais piqueniques em família e as visitas às exposições do CCBB podem ser complementados com programação de 12 curtas diferentes a cada mês. Entre eles estão alguns consagrados em diversos festivais, como Brinquedo popular do nordeste (foto), de Pedro Jorge de Castro (premiado no Festival de Brasília em 1977) e O lobisomen e o coronel, de Elvis K. Figuereido e Ítalo Cajueiro (melhor filme brasileiro no Anima Mundi em 2002). Durante as férias escolares, o Especial Crianças trará exibições de Meu amigo Nietzsche, de Fáuston da Silva, e A menina espantalho, de Cássio Pereira dos Santos, entre outros. Às sextas, sábados e domingos, das 12 às 12h30, com entrada franca. Programação em www.bb.com.br/cultura

triodovento

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superaçãopeladança Uma produção inspirada em exemplos de pessoas – artistas profissionais ou aficionados desconhecidos – que, por amarem tanto o f lamenco, jamais permitiram que a arte se afastasse de suas vidas, não importando os desafios e dificuldades encontrados ao longo de suas trajetórias. Assim é o espetáculo Vidas flamencas, idealizado por Patrícia e Renata El-moor, a partir de biografias de bailaoras e bailaores que perderam a audição, estiveram prestes a se tornar paraplégicos, enfrentaram algum tipo de enfermidade ou suportaram a dor da perda de um ente querido, mas jamais se renderam às intempéries da vida e as superaram de forma magistral. Dias 27 e 28 de novembro, às 21h, com ingressos a R$ 40 e R$ 20. Informações: 3273.7374.

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Luciana Viana (voz), Cairo Vitor (violão) e Pedro Miranda (contrabaixo acústico) formam o trio que tem como proposta musical fazer uma canção brasileira com sonoridade que se coloca entre o popular e a música de câmara. Eles apresentam, dia 19 de novembro, seu show Casa da saudade, com repertório de canções brasileiras inéditas de compositores de Brasília, São Paulo e Goiânia, além de músicas de Edu Lobo, Djavan, Chico Buarque e Milton Nascimento. A estreia do Trio do Vento aconteceu em Brasília no mês de junho deste ano. De lá pra cá, já foi selecionado para se apresentar em dois festivais de canção: Canta Cerrado do SESI – GO e FAMU (Festival Anapolino de Música). Neste, recebeu o prêmio de melhor interpretação de música inédita. Às 22 horas, no Feitiço Mineiro (306 Norte), com couvert a R$ 15.

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dia&noite desaparecendo Esse é o nome do novo CD da banda brasiliense Tiro Williams, que fará show de lançamento dia 28 de novembro, na Club 904 (904 Sul), a partir das 22h30. É o segundo álbum do grupo, em atividade desde 2007. O CD de estreia, lançado em 2009, teve repercussão bastante positiva, com comentários elogiosos de diversos críticos musicais. O disco foi eleito o segundo melhor do ano pela Trama Virtual e a música O verão figurou entre as melhores de 2009 em mixtape feita pelo mesmo site. O jornal Correio Braziliense também listou o álbum entre os melhores do ano. O segundo CD foi gravado entre 2013 e 2014, com produção de Gustavo Bill. É o primeiro lançamento da Tiro Williams com a presença do tecladista/guitarrista Felipe Aguiar, que integra o grupo desde 2011. A capa é de Júlio Cesar Lapagesse e as músicas do novo disco estão disponíveis para streaming e download gratuito em tirowilliams.bandcamp.com.

Dani Azul

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A obra de Nelson Rodrigues é a inspiração da Cia. Novos Candangos na montagem que ocupará o palco do Teatro Plínio Marcos da Funarte nos dias 28, 29 e 30 de novembro. A encenação tem como referência o musical Rocky horror picture show, de Jim Sharman, levando os personagens de Nelson Rodrigues para um universo onírico, no qual se confundem as noções de real e imaginário, traição e assassinato. No texto, Glorinha, uma jovem de 16 anos, é objeto do desejo de seu tio Raul, que a criou desde criança, após a morte de sua mãe. Conduzida por uma colega, a moça conhece e se fascina pelo mundo dos prostíbulos, ao mesmo tempo em que prepara uma terrível vingança contra o assassino de sua mãe. Com direção de Diego de Leon, Perdoa-me por te traíres tem no elenco André Reis, André Rodrigues, Diego de Leon, João Campos, Luana Proença, Luísa Duprat, Tati Ramos, Rafael Toscano e Xiquito Maciel. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Os dez primeiros a chegar entram de graça, e quem vier de bicicleta paga só R$ 5.

Três mulheres com mais de 45 anos de idade em aventura onde elementos biográficos e narrativas inventadas criam uma atmosfera intimista para tratar, delicadamente, de temas tão caros nos nossos dias como relacionamentos afetivos, perdas, sonhos e buscas. Assim é a peça Poeiras, idealizada e produzida por Tatiana Carvalhedo e dirigida por Nathan Andrade. Num momento de rompimento de fronteiras entre as artes, onde o teatro subverte de muitos modos os limites entre realidade e ficção, a encenação com não-atores tem se mostrado um campo fértil. Roupas, chão, livros, chuva, saudade, gargalhadas, imagens, o tempo... Entre caixas abarrotadas por lembranças, um leve instante da realidade das três mulheres sobre a ausência. O que resta são memórias. Tudo, um dia, será poeira no tempo. No Espaço Cena Brasília (205 Norte), até 30 de novembro. Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Ingressos a R$30 e R$15. Mais informações: 3349.3937.

San Roge

clonwpiniquenostrilhos Depois de passar por Ceilândia, Taguatinga e Guará, os palhaços do grupo Marmotagem & Cia. encerram o projeto de apresentações nas estações de metrô nos dias 4 e 5 de dezembro, na estação da Rodoviária do Plano Piloto. Criado há dois anos pelos atores Tina Carvalho e Kaian Ákatra, o espetáculo Clownpinique desta vez adquiriu novas atualizações nas aventuras dos personagens, Marmota e Maneco, acompanhados de um músico bastante excêntrico, interpretado por Gabriel Preusse. A nova montagem tem direção de Luciano Porto, um dos fundadores do consagrado Udigrudi Teatro e Circo, que com sua experiência trouxe mais unidade às cenas. Durante o piquenique , entre objetos inusitados, comidas e muita música, os personagens se entregam à comicidade, brincadeiras e estripulias com acrobacias. Para os atores da peça, o objetivo maior da ação é levar a alegria e a cultura do teatro e do clown à população que não possui acesso às casas de espetáculos, além de possibilitar a quebra da rotina dos passageiros. Todas as apresentações acontecem às 17h, gratuitas e com classificação livre. Das 17 às 17h40, com entrada franca.


queespetáculo

Balé e sonhos U

ma adaptação do filme A fantástica fábrica de chocolate, de Mel Stuart, poderá ser vista por meio da dança, em Brasília, dia 29 próximo, no Teatro da Unip. São 95 bailarinos, a maioria crianças e adolescentes da escola de balé Etude Seasons, que desde 2001 vêm fazendo sucesso na Capital com espetáculos como Les sylphides, Brasil brasileiro, A magia, Quebra-nozes e Natal encantado, entre outros. A fantástica fábrica de chocolate conta com atores de teatro de Goiânia e Brasília, com destaque para a professora e bailarina Natália Loose, 23 anos, que já abrilhantou, com solos de balé, lançamentos de livros como A noite dos casacos vermelhos, de Reivaldo Vinas, e a bailarina Jéssica Merino, 26 anos, professora das crianças. “Elas estão muito felizes”, comemora. Marshmallows, bombons, bonecas de chocolate, oompa-loompas (seres que trabalham na fábrica de chocolate) e caramelos são alguns dos figurinos do corpo de baile infanto-juvenil no enredo de muita fantasia e sonhos. A Etude (francês) Seasons (inglês) – ou Estudo em Estações –

tem se destacado em festivais de dança de Joinville, Santa Catarina, e recebido prêmios em competições de Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte. Alguns integrantes se apresentaram recentemente em palcos de Berlim. A escola é dirigida por Maria do Carmo Poggi, paulista de Pirassununga, radicada em Brasília, que estudou em Cannes, durante três anos, com a diretora do balé Rosella Hightower, e desde 1979 se dedica à dança. O espetáculo faz parte do Festival da Primavera promovido pela Etude Seasons, que no dia 25 de outubro apresentou os balés Paquita e Les sylphides, no Teatro La Salle, lotado, e no dia 1º de novembro o Quebra-nozes, no Teatro da Unip, além de realizar um workshop, dia 2 de novembro, na própria escola, com a dupla de bailarinos Marisoll Gallo e Elydio Antonelli, de Ribeirão Preto, vencedores de concurso de pas de deux na Rússia. “Nesses espetáculos, como em A fantástica fábrica de chocolate, há um sentimento tão grande, uma energia que encanta”, comenta Maria do Carmo. Que o diga João Gabriel Alves de Oliveira, bailarino brasiliense de 14 anos, há oito no balé da Etude Seasons. “Minha mãe dançou du-

rante 30 anos, sempre gostei, e meus pais me apoiam”, diz o menino, com a convicção de que adotou a dança para vencer. A fantástica fábrica de chocolate

29/11, às 20h, no Teatro da Unip (913 Sul). Ingressos a R$ 60 e R$ 30, à venda na Etude Seasons (703 Norte, Bloco D, Sala 51, telefone 3328.0780). Fotos: Divulgação

Por Súsan Faria

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graves&agudos

A primeira vez Demorou, mas finalmente Brasília poderá ver ao vivo o mais bem sucedido e duradouro fenômeno do pop-rock mundial

Por Heitor Menezes

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as muitas voltas que esse mundo deu em volta do sol, uma delas coincidiu com mais este esplêndido nariz de cera e a vinda do Paul McCartney a Brasília. Dia 23 de novembro, acredite, o domingo terminará diferente, pois Paul, um dos mais adorados e bem sucedidos dos Beatles, vai se apresentar ao vivo (morto jamais poderia, exceto Elvis, mas isso é outra história), no Estádio Mané Garrincha, o colosso do Eixo Monumental. Isso, for the first time em Brasília. Pois é com grande alegria que pessoas de várias gerações deverão comparecer em massa ao Mané, haja vista que um show de Paul McCartney não é coisa corriqueira nesse quadrante, mas é bem ali (“Out there”) e a experiência, bem, desde o ano passado o queixo deste escriba está caído no gramado do Serra Dourada. Força de expressão, é claro, mas o que se viu em maio de 2013, em Goiânia, quando Paul & banda lotaram o Estádio Serra Dourada, foi a confirmação de que um show de McCartney é a catarse e o banho de felicidade que a gente estava esperando há anos. Aliás, de que a gente sempre precisa. Manda ver você, ao vivo, no meio do “na-na-na” de Hey Jude, comandado pelo homem em carne, osso e telão de led. Se as lágrimas não vierem, é porque você morreu e não tinha vaga no Campo da Esperança.


Fotos: Divulgação

Do contrário, é a experiência de estar no meio de um set musical que enfileira grandes canções, tanto da gloriosa carreira solo quanto dos Beatles. Afinal, o homem foi parceiro do John Lennon e é coautor de sucessos beatlônicos eternos, patrimônios da humanidade, que sobrevoam gerações e continuam encantando para o infinito e além. Fato amplamente registrado, em Goiânia um bicho-grilo, aliás, vários, driblaram a segurança e subiram pelas calças do Paul. Um deles, batizado de Harold, teve seu momento de fama e cantou Hey Jude, pousado no ombro do cantor. Não resta dúvida de que você vai ver o Paul McCartney no Mané e também vai abraçar os amigos e o amor ao som de uma viagem musical inesquecível. Paul tem um repertório tão grande à disposição que justifica as três horas de som, duração média de seus espetáculos. A turnê Out there começou lá atrás, em 4 de maio de 2013, em Belo Horizonte. É a mesma que passou por Goiânia e

Estoque inesgotável de belas canções Todos conhecemos bem a trajetória de Sir Paul McCartney. Nos Beatles, junto com John Lennon, George Harrison e Ringo Starr, escreveu pedras fundamentais do pop/rock e construiu uma imagem, espécie de template daquilo que um grupo musical precisa fazer para ser bem sucedido na vida. Talento, antes de mais nada. Findos os Beatles, Paul passou os anos 70 com Linda McCartney e os Wings dando vazão ao estoque de belas canções que, quem sabe, poderiam bem estar no repertório dos Fab Four. Destaques dessa fase: Band on the run, Let me roll it, Jet, Maybe I’m amazed, Hi, hi, hi, Listen to what the man say e Another day, todas presentes na atual turnê. E depois que os Wings acabaram, o Paul dos anos 90 em diante. Alguém lembra do que veio depois? Tirem os “ao vivo”, falemos dos discos de canções originais. Se Paul um dia fizer turnê só com as canções desse período, também vai valer a pena. Refresco para a memória ou o lado B de Paul McCartney: em 1993, saiu Off the ground, do qual Hope of deliverance foi tocada maravilhosamente em Goiânia. Em 1997, Flaming pie, onde se destacam a faixa título e a singela Calico skies. Em 1999, um ano depois da passagem de Linda, o tributo ao rock’n’roll Run devil run (com David Gilmour na guitarra) tem três ótimas originais: a faixa título, Try not to cry e What is. De Driving rain (2001), destaques para Magic, Tiny bubble e Rinse the raindrops. Do calmo e sofisticado Chaos and creation in the backyard (2005), espécie de “McCartney III”, produzido por Nigel Godrich (Radiohead), sem medo de ser feliz podemos juntar ao grande songbook mccartneyano as faixas Fine line e Promise to you girl. De Memory almost full (2007), o retorno às grandes canções, temos Dance tonight, Ever present past, Only mama knows e See your sunshine. E do mais recente, New (2013), temos o velho Macca se reinventando, atualizando o som e ainda compondo e produzindo grandes canções: Save us, Queenie eye e New merecem estar no repertório de shows desse adorável senhor que tantas lembranças e alegrias nos traz. 23


graves&agudos gs e solo, como parece aplacar uma certa solidão de palco associada a Paul. Abe Laboriel Jr. (bateria), Rusty Anderson e Brian Ray (guitarras, baixos e teclados) e Paul “Wix” Wickens (teclados) também ajudam nos vocais e estão com o Beatle McCartney desde os tempos do álbum Driving rain (2001). É mais tempo do que Paul passou com os Beatles ou com os Wings. Out there – Paul McCartney

23/11, às 20h, no Estádio Mané Garrincha. Abertura dos portões às 16h30. Ingressos (inteira): cadeira superior, R$ 220; cadeira inferior, R$ 450; pista, R$ 300; pista premium, R$ 700 (à venda no site www.tudus.com.br e na bilheteria do Mané Garrincha).

Fotos: Divulgação

termina a temporada 2014 em São Paulo, dia 26 de novembro. Interessante. Começou no Brasil e, por enquanto, termina (?) no Brasil, prova do apreço que o artista tem para com o público brasileiro. Em geral, os sets da turnê têm umas 40 canções, normalmente começando com Eight days a week e encerrando com a trinca que fecha o disco Abbey road: Golden slumbers/Carry that weight/The end. Porém, Paul tem sempre uma surpresa para a plateia, a esta altura completamente extasiada/anestesiada com o coquetel sonoro. Para os beatlemaníacos mais atentos, vale a menção à excelente banda de apoio, que não só reproduz fidedignamente os arranjos das fases Beatles, Win-

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As mais tocadas na turnê Out there 1. Eight days a week 2. Save us 3. All my loving 4. Listen to what the man said 5. Let me roll it 6. Paperback writer 7. My Valentine 8. Nineteen hundred and eighty-five 9. The long and winding road 10. Maybe I’m amazed 11. I’ve just seen a face 12. We can work it out 13. Another day 14. And I love her 15. Blackbird 16. Here today 17. New 18. Queenie eye 19. Lady Madonna 20. All together now 21. Lovely Rita 22. Everybody out there 23. Eleanor Rigby 24. Being for the benefit of Mr. Kite! 25. Something 26. Ob-la-di, ob-la-da 27. Band on the run 28. Back in the U.S.S.R. 29. Let it be 30. Live and let die 31. Hey Jude 32. Day tripper 33. Hi, hi, hi 34. Get back 35. Yesterday 36. Helter skelter 37. Golden slumbers 38. Carry that weight 39. The end


Fotos: Divulgação

Outra faceta Vocalista do Natiruts lança disco solo em que abraça a black music de sotaque brasileiro

Por Pedro Brandt

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antor, guitarrista e compositor brasiliense, Alexandre Carlo sem­ pre comentou em entrevistas, desde o surgimento de sua banda, o Natiruts (na época, ainda com o nome Nativus), o apreço por outros estilos musicais além do reggae, em especial a MPB e a black music. E são justamente essas outras sonoridades que Alexandre explora em seu primeiro álbum solo, Quartz. A música black brasileira tem um sotaque todo próprio, com temperos nacionais, como pode ser percebido nos discos de Cassiano, Hyldon e Tim Maia, passando pela banda Black Rio, Cláudio Zolli, Ed Motta e tantos outros que beberam da matriz norte-americana de soul, r&b, funk e outros gêneros dançantes. Alexandre Carlo se insere nessa tradição de uma maneira bastante contemporânea, adicionando elementos como hip hop e batidas eletrônicas aos arranjos das composições. As dez músicas de Quartz foram gravadas por um time de grandes músicos brasilienses, resultando em arranjos elegantes e vibrantes, que passeiam com desenvoltura por samba funk, samba soul e também pelo r&b mais contemporâneo. Alexandre é dono de uma voz macia, que complementa com propriedade o trabalho instrumental. E por falar em

voz, o disco contou com as participações de Ellen Oléria, Caê du Samba (irmão de Alexandre) e dos rappers paulistanos Projota e Rashid. A agenda da carreira solo é tocada em paralelo às datas do Natiruts. Por enquanto, os shows de Quartz puderam ser conferidos em poucas ocasiões. Em Brasília, por exemplo, ele fez uma única apresentação, em 24 de outubro. Alguns dias antes, Alexandre Carlo conversou com a Roteiro. Alguma das músicas de Quartz poderia ter aparecido em um disco do Natiruts? Já fiz algumas canções que não eram reggae se tornarem reggae para entrarem no repertório do Natiruts. Agora poderei distinguir melhor o que vai para o Natiruts e o que não. Os temas de reggae são mais voltados para natureza, espiritualidade, temas sociais. O samba funk, o soul, privilegiam mais o groove, o ritmo etc. Mas existirão os pontos onde eles se encontram. Quem você elencaria como referências primordiais para o disco? Ouço muita coisa diferente. Mas existem certos artistas que conseguem imprimir uma linguagem única que acaba virando referência. Djavan, Michael Jackson, Stevie Wonder e Gilberto Gil são alguns que entram nesse time.

O Natiruts tem uma agenda bastante intensa. Foi difícil conciliar com os shows do Quartz? Você percebe quem é o público da sua carreira solo? Os shows são bem pontuais. Por parte do público menos atento, acostumado a ler só a manchete e não a notícia inteira, existe até a pergunta se estou saindo do Natiruts. Alguns chegam ao ponto de dizer que o Quartz é um disco de reggae. Quanto ao público do Quartz, ainda não sei qual é o perfil. É um começo, um primeiro trabalho. E tenho a noção de que, durante um longo período, haverá muitos outros discos a lançar para construir uma carreira nesse segmento. Você cogitaria encerrar o Natiruts para seguir uma trajetória solo? Eu adoro reggae e nunca vou deixar de fazê-lo. E o Alexandre Carlo faz outro tipo de som. Completamente diferente. Então não há motivos para deixar o Natiruts.

Quartz

Primeiro disco solo de Alexandre Carlo, vocalista do Natirutis. 10 faixas. Sony Music. Preço médio: R$ 25, na Fnac e Livraria Cultura.

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No reino do vinil Por Ana Vilela

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e novembro é o mês da vitrola, o jeito é falar dela entrando pelas portas do gastropub Victrola, localizado na 413 Norte, onde antes funcionava o bar Vinil. Lá, além de ser possível curtir saudosos rocks e pops dos anos 1960 a 1980, além de jazz, blues, samba, bossa nova e MPB, o cliente também pode tomar conta das pickups no projeto DJ por um dia. São cerca de quatro mil vinis ao alcance da inspiração e do estilo de cada um. Se preferir, o DJ ainda pode levar de casa as suas músicas preferidas. Na primeira semana de novembro,

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Vanessa Carvalho: DJ por um dia

quem estava por lá era a servidora Vanessa Carvalho, que já é quase uma profissional. “É a quarta vez que venho. É divertido, relaxante, a gente sai da correria do trabalho, vem para cá e não pensa em outras coisas”, comenta. O que gosta de tocar? “Rock dos anos 1980 e 1990, mais para metal, mas tem que ver o público, depende ainda de como você está no dia.” Quem a acompanhava era o também funcionário público Gustavo Ivalski, que, por hobby, já fazia as vezes de DJ. Mas nada de bolachões: “É a primeira vez que mexo com vinil e aprendi com a Vanessa a lidar com o equipamento”. Neste semestre, além do DJ por um dia, estão sendo promovidas noites temáticas comandadas por DJs da cidade, como Abissal, Dena Clara e Alex Vidigal, sempre homenageando grandes nomes da música. E o Vitrolinha, realizado pela primeira vez no Dia das Crianças, vai acontecer de novo este mês, inserindo os pequenos no mundo da tecnologia e das músicas do passado. Além das músicas, o próprio aparelho, uma evolução do fonógrafo criado em 1877 por Thomas Edison, é novidade para a geração 2000, que quer ver como a estranha máquina funciona. Quem está à frente do bar agora é o

engenheiro Cristian Oliveira, sócio-proprietário. Ele conta que foram adquiridos 3,5 mil discos do Vinil, mas que vem incrementando o acervo, já próximo de quatro mil unidades. Da coleção, Cristian destaca os discos da época da censura, com a pesada palavra estampada na capa e músicas arranhadas, a exemplo do disco As aventuras da Blitz 1, da banda Blitz. “É um pouco de história passada por meio do vinil”, reflete. Antes cliente do Vinil, Cristian comprou a ideia do bar, do qual gostava muito. “Tem um saudosismo, sim, o pessoal quer ouvir um som legal, sem ser essas músicas de hoje, que tem muito pouca coisa disponível em vinil. Quem manda é o cliente e sempre digo ao DJ: se vier aqui e pedir um disco, tem que colocar”, enfatiza o também sócio-proprietário do Liv Lounge, que fica no Condomínio Life Resort, no Lago Paranoá, e do recém-inaugurado restaurante Fusion, no Setor Sudoeste. Inaugurado em março deste ano, o bar optou pelas cervejas especiais e drinques. A carta de cervejas selecionadas traz mais de 40 rótulos, com uma página dedicada apenas às produções brasileiras. Entre elas a Biritis – A cerveja do


Fotos: Divulgação

Mussum (Rio de Janeiro, 600ml, R$ 38); a Baden-Baden Stout (Campos do Jordão, 600 ml, R$ 26); a Amazon Stout Açaí (Belém, 355 ml, R$ 16); e as 3 Lobos Exterminador, de trigo e capim-limão, e 3 Lobos Pele Vermelha, uma India Pale Ale com laranja-daterra (Belo Horizonte, 355 ml, R$ 30). Na hora de degustar um rock, pode ser pedida também a britânica Trooper, uma Iron Maden Beer (500 ml, R$ 46), da cervejaria artesanal Robinsons, ou a Bamberg Sepultura Weissbier (Votorantim/SP, 600 ml, R$ 32). No Festival Double Drink, sete opções são servidas em dose dupla, de terça a sábado, das 18 às 21h. Pede um e ganha outro. Pode ir de Mojito (rum, folhas de hortelã, suco de limão e água com gás, R$ 15); Cosmopolitan (vodca, contreau, suco de limão e

de cramberry, R$ 18); Sexy Devil (vodca, vermute e suco de cramberry, R$ 18); Sexy Angel (vodca, vermute e curaçau blue, R$ 18); Kir Royal (espumante brut, licor de cassis e cereja, R$ 18); ou um dos clássicos Cuba Libre (rum com Coca-Cola e gelo, R$ 12) ou Caipirinha (R$ 10). Servidas a música e a bebida, é hora de escolher um petisco. O bar também vem chamando a atenção por seu cardápio, todo remodelado pela chef Daniela Goulart. Um dos petiscos mais pedidos é o filé mignon aperitivo preparado em molho bechamel, shoyu e ervas finas (200 g, R$ 30). Há ainda pastéis recheados com gorgonzola e cream cheese acompanhado de chutney de abacaxi (R$ 18); canapés, hambúrguer de picanha defumada servido sobre bruschetta, miniovo frito e crocante de bacon (R$ 28); e o chi-

Victrola

413 Norte – Bloco E (3032.2626) Domingo, 3ª e 4ª feira, das 12 às 15h e das 18 às 24h; de 5ª a sábado, das 12 às 2h.

Con�ra a programação completa no site:

Museu Correios apresenta

www.festivalcinemaetranscendencia.com

II Festival Internacional Cinema e Transcendência 02 a 07

cken fingers, empanados ao molho de tangerina e geleia de pimenta, vem sequinho, bem crocante (R$ 28). Agora, o Victrola também tem almoços. Os pratos variam de R$ 35 a R$ 41: filé mignon alto ao molho dijon com batata rosti, folhas verdes e molho de manteiga de garrafa com ervas (R$ 39); salmão grelhado em crosta de gergelim ao molho teriaki acompanhado de risoto de cogumelos (R$ 41); e frango ao molho oriental com amendoim acompanhado de rolinho primavera e carpaccio de abobrinha levemente picante (R$ 35). O cardápio finda com a energia do lugar, sempre alto-astral.

Dezembro 2014

Con�ra a programação completa no site:

Local:

www.festivalcinemaetranscendencia.com

Consulte a classi�cação indicati�a na programação!

Museu Correios

Setor Comercial Sul, Quadra 4, Bloco A, nº 256, Asa Sul - Brasília- DF

Produção:

Apoio:

FILMS

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© Kandinsky, Wassily, AUTVIS, Brasil, 2014

galeriadearte

No branco (óleo sobre tela, 1920)

A revolução abstrata Por Alexandre Marino

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Igreja vermelha (óleo sobre compensado, 1901-1903)

onto. Na visão do artista plástico russo Wassily Kandinsky, aí está o começo de tudo, não o fim. Na arte, não se trata de um sinal geométrico, mas certa mancha de cor, que começa a tomar forma. Uma força que se torna uma linha, várias forças que se tornam sentimentos e emoções. Estados da alma. Kandinsky, nascido em 1866 em Moscou, refletiu sobre as cores e as formas e essas linguagens artísticas que libertam o que o ser humano aprisiona em suas profundezas. Foi assim que ele fez nascer a arte abstrata. Toda a trajetória de Kandinsky pode ser melhor compreendida na exposição realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, que desde o dia 12 apresenta aos

brasilienses mais de uma centena de obras e objetos do artista, incluindo seus contemporâneos e influências. Um acervo que tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo e outros sete museus da Rússia, além de coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. É uma oportunidade rara para conhecer uma parte importante da história da arte. Kandinsky, ao entregar-se à sua inquietação, foi aquele ponto que significou, senão o início de tudo, pelo menos a ruptura e o reinício. Kandinsky foi não apenas um pintor, mas um pensador da arte e da cultura. Escreveu ensaios e poemas e criou novos sentidos para a arte popular do norte da Sibéria e para rituais xamânicos praticados por povos isolados nas imensidões russas.


ra nos períodos mais controversos da ex-União Soviética”. Ao dedicar-se a expressar o estado de espírito e as emoções profundas do ser humano por meio da cor e da forma, buscando a coerência com suas reflexões teóricas, Kandinsky chegou ao abstracionismo, provocando uma ruptura e abrindo horizontes para as artes. Ele consolidou a nova linguagem entre 1910 e 1920, quando suas reflexões e experiências conduziram sua expressão por novos caminhos. Nascido em Moscou, passou parte da infância em Odessa e estudou Direito e Economia na Universidade de Moscou. Ao conhecer a obra dos pintores impressionistas franceses, ficou tão encantado que se mudou para Munique, na Alemanha, para dedicar-se ao estudo das artes plásticas, depois de recusar uma cátedra de Direito numa universidade russa. Artista inquieto, criou em 1911, com outros artistas, entre os quais sua companheira Gabriele Münter, o grupo Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul). Nos anos seguintes publicou Do espiritual na arte, primeira fundamentação teórica da arte abstrata, e em seguida um livro de memórias e uma coletânea de poemas. Mas Kandinsky também foi arrastado pelos movimentos históricos, como não poderia ser diferente. Com o início da Primeira Guerra Mundial, ele saiu da Alemanha e voltou para Moscou, onde se envolveu com os eventos culturais e

Amazona com leões azuis (óleo sobre vidro, 1918)

Fotos: Divulgação

A exposição Kandinsky: tudo começa num ponto, que permanecerá em Brasília até 12 de janeiro, seguindo depois para o Rio, Belo Horizonte e São Paulo, é inédita no país. Não apenas pela dimensão e importância do acervo, como também pelo longo período, quase um ano, em que permanecerá no Brasil. Os principais museus do mundo não costumam ceder suas preciosidades por tanto tempo. Os curadores Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky organizaram a exposição em cinco blocos, nos quais os visitantes conhecerão as principais obras de Kandinsky, as influências que recebeu e seu relacionamento com outras artes e artistas. São eles: as raízes de sua obra em relação com a cultura popular e o folclore russo; o universo espiritual do xamanismo no norte da Rússia; na Alemanha, suas experiências no grupo Der Blaue Reiter e sua vida na cidade de Murnau; diálogo entre pintura e música e sua amizade com o compositor Schonberg; caminhos abertos pela abstração, Kandinsky e seus contemporâneos. “Na exposição, encontraremos também um Kandinsky poético e lírico, no momento de seu auge criativo”, explica o diretor geral da mostra, Rodolfo de Athayde. Ele atribui à curadora Evgenia Petrova a visão peculiar que a exposição oferecerá aos visitantes, em muitos aspectos diferente da visão que o Ocidente tem sobre o artista. Athayde define a curadora como uma figura lendária, “guardiã dos 400 mil tesouros do museu russo, que sobreviveram a uma revolução social, duas guerras mundiais e a sanha de uma visão autoritária imposta à cultu-

políticos na Revolução Russa. Chegou a cooperar com o comitê popular de educação, no ensino da arte e na reforma de museus, mas a pressão ideológica, que impunha o chamado “realismo socialista” aos artistas e combatia a “arte burguesa decadente”, o levou de volta à Alemanha, em 1921. Sua arte libertária não se compatibilizava com as regras impostas pelos ideólogos comunistas. Na Alemanha, assumiu o cargo de professor da Bauhaus, inovadora escola de arquitetura e artes, fechada depois da chegada de Hitler ao poder, em 1933. O artista transferiu-se para Paris, mas sete anos depois a França foi invadida pelas tropas nazistas. Sem energia para mudarse novamente, já septuagenário, Kandinsky viveu com discrição seus últimos anos, até morrer em 1944, aos 78 anos. Vencido o obscurantismo nazista, foi aclamado como o mestre de uma das grandes revoluções da história da arte. A permanência de sua obra, cuja importância o tempo se encarrega de comprovar, revela que regimes autoritários e opressores são incapazes de calar o espírito humano, a quem ele deu voz por intermédio de suas telas e seu pensamento. Os tiranos morreram. Kandinsky levará milhares de brasileiros às exposições do CCBB. Kandinsky: Tudo começa num ponto

Outono (óleo sobre compensado de madeira, 1901-1903)

Até 12/1 no CCBB (SCES, Trecho 2). De 4ª a 2ª feira, das 9 às 21h, com entrada franca.

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galeriadearte

Caymmi, vida e obra Por Pedro Brandt

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igura essencial da música brasileira, Dorival Caymmi completaria 100 anos em 2014. Em Brasília, as celebrações do centenário do cantor, violonista e compositor baiano se concentraram em outubro. Primeiramente, com a série de shows Quando se canta todo mundo bole, realizada no CCBB, com oito apresentações (sempre com um cantor e uma cantora) divididas em quatro programas temáticos, e, a partir de 28 de outubro e até 4 de janeiro, com a exposição Caymmi 100 anos, no Museu Correios. Além da temática, os dois projetos têm em comum a participação de familiares do homenageado. As atividades de Quando se canta todo mundo bole foram inauguradas com uma bate-papo musical conduzido por Stella Caymmi, neta de

Dorival e autora da biografia Caymmi – O mar e o tempo. Stella voltou a Brasília para o lançamento da exposição – da qual é curadora – e, na ocasião, dividiu as atenções com o tio, Danilo Caymmi, que passou pela cidade, na semana anterior, para cantar com a filha, Alice, em Quando se canta todo mundo bole. Durante a apresentação da exposição, no auditório do Museu Correios, Danilo e Stella contaram várias histórias sobre vida e obra de Dorival e, entre um caso pitoresco (o período, antes da carreira de músico, como vendedor de bebida falsificada) e outro (a história por trás de Maracangalha, que envolve a vida dupla de um amigo), interpretaram várias das canções de Caymmi. O clima de descontração foi ainda maior com a presença, não programada, de Dori Caymmi, que, coincidentemen-

te, estava em Brasília para ministrar um curso de música na Universidade de Brasília. “Um dos objetivos dessas palestras é formar massa crítica, para que Dorival não seja lembrado apenas no centenário”, afirmou Danilo. Stella comentou com entusiasmo a realização dos eventos em Brasília em homenagem ao avô. “A capital representa o Brasil e recebe muitos visitantes de todo o país. Por isso é importante que ela esteja aqui. Até porque talvez essa exposição não passe por outras cidades”. Danilo lembrou que o pai esteve várias vezes em Brasília. “Não existia tratamento acústico no Hotel Nacional e ele falava com a Elizeth Cardoso à distância, pelo corredor”, contou o músico. Entre as homenagens programadas para Dorival estão um disco com os filhos cantando algumas de suas composições, um livro in-


Fotos: Divulgação

Exposição no Museu Correios homenageia centenário do cantor e compositor baiano

Stella, Danilo (em pé) e Dori Caymmi

fantil, um documentário produzido pela Rede Record, um balé e um selo postal comemorativo. A exposição Caymmi 100 anos é dividida em quatro partes: Linha do tempo, Música, Vida familiar e Rádio. Pelo passeio, que ocupa dois andares do Museu Correios, o visitante poderá conhecer um grande acervo iconográfico, com algumas pinturas de autoria do cantor, as capas de seus discos e diversas fotos, além de acompanhar, com o auxílio de fones de ouvido, as fases e temas presentes na obra do homenageado, como a Bahia e suas tradições, o mar e as personagens femininas. Na seção Rádio, as pessoas poderão se divertir em um karaokê com as canções de Caymmi. A decoração da exposição acompanha o universo do cantor, com direito a uma jangada e utensílios de pesca.

Durante a apresentação, Danilo foi perguntado com que palavra definiria o pai. “Simplicidade”, respondeu. Stella pensou por alguns segundos e sentenciou: “Uma palavra? Eu precisaria de vários livros!”. Dorival Caymmi foi uma pessoa capaz de sintetizar de maneira simples assuntos e sentimentos complexos, o que ajuda a entender a beleza e a importância de sua produção artística para a cultura nacional. Um personagem fascinante que o brasiliense tem a oportunidade de conhecer melhor em seu centenário, numa exposição que convida o visitante a navegar em suas águas. Exposição Caymmi 100 anos

Até 4/1, de 3ª a 6ª feira, das 10 às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12 às 18h, no Museu Correios (SCS, Quadra 4). Acesso livre. Mais informações: 3213.5076.

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luzcâmeraação

The rover – A caçada, de David Michôd

Novo cinema em Brasília Mostra com dez filmes da distribuidora Vitrine, oito deles inéditos, vai exibir parte da produção independente de qualidade que se faz no Brasil e no mundo Por Sérgio Moriconi

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s amantes da arte cinematográfica já sabem: fora do circuito comercial de exibição, normalmente localizado em shopping centers, um grande cinema pulsa. Normalmente, as produções menores (com as exceções de praxe) conseguem dar seus primeiros passos em direção ao grande público através de distribuidoras também pequenas. Na história do cinema há inúmeros casos de nanicos que se tornaram gigantes de bilheteria. Encurralado (1971), obra de estreia de Steven Spielberg, não deixa de ser um caso emblemático. Ainda que distribuído pela Universal, o filme havia sido originalmente produzido para a TV, com um orçamento de míseros 450 mil dólares, e filmado em apenas 13 dias. Mas a questão fundamental não é essa. Boa parte dos produtores e realizadores do cinema independente de qualidade busca as pequenas distribuidoras porque sabem que elas pensam como eles. O foco é antes de tudo cultural. Fundada há apenas quatro anos, a Vitrine Filmes surgiu para apoiar principalmente filmes nacionais de reconhecido empe-

nho artístico, de pequeno e médio portes, com dificuldades para “abrir salas” (usando aqui um jargão de cinema) nas principais cidades do país. Acreditem se quiserem, o problema atinge quase dois terços da produção cinematográfica em todo o mundo. Nos seus poucos anos de atuação, a Vitrine vem demonstrando que tem um faro aguçado para pescar obras de grande interesse de um modo geral ignoradas pelos grandes do mercado. Foi assim com O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, indicação brasileira para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, obra vencedora de inúmeros prêmios em festivais no Brasil e no exterior, assim como com Eles voltam, de Marcelo Lordello, vencedor há dois anos do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e também com Frances Ha, de Noah Baumbach, filme que encantou plateias do mundo todo, adquirido pela Vitrine num momento em que ela se abria para as produções internacionais. Os três filmes citados acima estarão no Festival Cine Vitrine, de 21 de novembro a 3 de dezembro, no Cine Brasília, juntamente com Os dias com ele, Sudoeste, The rover – A caçada, Avanti Popolo, Quan-

do eu era vivo, A floresta de Jonathas e Além da estrada. São, todas elas, realizações interessantes e muito diferentes entre si. O australiano The rover – A caçada, de David Michôd, chegou a ser comparado com o célebre “conterrâneo” Mad Max, pelo fato de também ser uma ficção científica situada dez anos após um colapso econômico que devastou a civilização mundial. Muitos críticos chegaram a considerar o filme “pós-apocalíptico”, o que não deixa de ser um interessante paradoxo. Michôd consegue um tênue equilíbrio entre entretenimento e reflexão, deixando muitas perguntas no ar sobre a nossa contemporaneidade. O Festival Cine Vitrine apresenta dois interessantes road movies, gênero que se adéqua muito bem às indagações que costumamos fazer sobre nossa identidade num mundo cada vez mais globalizado e fraturado socialmente. Além da estrada mostra uma personagem em busca da descoberta de sua identidade. Estreante em longa-metragem, o diretor Charly Braun perambulou com sua equipe e atores pelo Uruguai, deixando em nós, espectadores, a impressão de que o processo de realização do filme era análogo


Quando eu era vivo, de Marcos Dutra

retora Maria Clara Escobar e seu pai, o filósofo Carlos Henrique Escobar. “Através dos traumas pessoais, a narrativa pretende espelhar os traumas da nação, principalmente relacionados ao sombrio período da ditadura militar. O trunfo do filme é a personalidade muito específica de Escobar. Recluso em Portugal e voluntariamente afastado de amigos ou familiares, o entrevistado demonstra grande amargura em relação à história, à política (seja ela de esquerda ou direita) e às pessoas de maneira geral.” Pouco mais se poderia acrescentar a esse comentário crítico. Numa perspectiva diferente, o documentário Sudoeste pode ser definido como uma fábula em que a experimentação estética (o uso do preto e branco enfatiza isso) tem tanto valor quanto o assunto abordado. O que dizer então de filmes tão absurdamente distintos quanto Avanti Popolo, A floresta de Jonathas e Frances Ha. O primeiro valeria a pena apenas pela presença póstuma de Carlos Reichenbach no elenco. Quem

conhece os filmes do grande diretor paulista vai entender muito melhor o conceito do filme de Micheal Wahrtmann, seu caráter engajado e metalinguístico. O segundo, sucesso no Festival de Rotterdam, parte do fato real de um rapaz que se perde na floresta por mais de 40 dias para propor uma narrativa rarefeita repleta de mistério e sedução. Frances Ha é sem dúvida o contraponto perfeito para todos ou outros filmes da mostra (e não só os mencionados no parágrafo anterior). Consagrado em 2005 com o autobiográfico A lula e a baleia, Noah Baumbach recupera nessa singela obra todo o frescor experimentado por aqueles que puderam testemunhar os primeiros filmes da nouvelle vague francesa dos anos 60, especialmente as obras iniciais de François Truffaut e Agnès Varda. Um bálsamo. Festival Cine Vitrine

De 21/11 a 3/12 no Cine Brasília. Ingressos: R$ 16 e R$ 6.

Fotos: Divulgação

àquele vivido pelo principal protagonista. Com dois curtas premiados na bagagem, Braun trabalha bem com a dualidade das dimensões ficcional e real. Numa certa medida, o mesmo se dá com Eles voltam, drama em que adolescentes de uma família de classe média alta são submetidos ao contato com diferentes classes sociais, subvertendo seus cotidianos habituais, horizontes e perspectivas de vida. Qualquer semelhança com O som ao redor não é mera coincidência. Ambos são legítimos representantes do dinâmico e interessantíssimo novo cinema pernambucano. Bastante repercutido pela crítica brasileira e internacional, O som ao redor se passa quase todo em um bairro do Recife, repleto de condomínios modernos cercados por aparatos de vigilância. A chegada de seguranças privados na área aumenta a tensão dramática e conduz a narrativa para caminhos improváveis. Há claramente no filme referências ao cinema e cineastas brasileiros dos anos 60, especialmente Glauber Rocha. Existe suspense, mas da forma como vemos em Quando eu era vivo, de Marcos Dutra. Como já havia feito em Trabalhar cansa, seu primeiro longa, o diretor cultiva o terror de forma original, manipulando regras e convenções, explorando um gênero com muito pouca tradição o Brasil. Hibridismo é um dos aspectos mais acentuados das outras produções programadas no festival da Vitrine. Os dias com ele traz uma premissa até pouco tempo atrás incomum no documentário. O filme trata da relação entre a di-

Frances Ha, de Noah Baumbach

Avanti Popolo, de Micheal Wahrtmann


Salvador – BA

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