Roteiro 270

Page 1

Ano XVI I โ ข nยบ 270 Dezembro de 2017

R$ 5,90

Adeus, 2017 Bem-vindo,

2018



/hiv.aids.ms /minsaude /MinSaudeBR /minsaude

#VamosCombinar


EMPOUCASPALAVRAS Divulgação

Muito bom chegar ao final do ano com a sensação de que trouxemos para nossos leitores, ao longo de 2017, inúmeras boas notícias nas áreas de gastronomia, diversão e arte. Diferentemente do que dissemos na última edição de 2016, que o ano não deixaria saudades, agora podemos nos referir a 2017 como o ano do início de uma retomada econômica capaz de fortalecer empreendimentos gastronômicos e projetos culturais geradores de emprego e renda em 2018. É ou não animador poder anunciar em nossas páginas mais de uma dezena de inaugurações de restaurantes, como informamos na seção Picadinho? (página 16). Duas delas estão mais detalhadas em matérias da seção Água na Boca, a partir da página 6: a inauguração de um novo bistrô no Lago Sul e de um restaurante de comida argentina no Venâncio Shopping. Não bastassem tantos motivos para comemorar, a proximidade do Natal e do Réveillon nos faz pensar em reunir os amigos, os colegas de trabalho e a família em torno de uma boa mesa. Apresentamos, então, 25 maneiras de curtir o Natal e o Ano Novo, seja em restaurantes, seja em casa, com ceias prontas encomendadas para ninguém ter trabalho na cozinha (página 6). Com a intenção de chamar bons fluidos para 2018, fomos em busca de festas descoladas capazes de agradar a todo tipo de público: desde quem se amarra em shows ao ar livre na Esplanada dos Ministérios até quem prefere e pode bancar uma das festas mais disputadas da cidade, mais precisamente no Pontão do Lago Sul, com tudo a que tem direito, de comida a show pirotécnico (página 26). Fim de ano é também momento de reflexão, proposta do Festival Internacional Cinema e Transcendência, que o CCBB apresenta entre 19 e 30 de dezembro. Com curadoria do cineasta e músico André Luiz Oliveira, tem na programação o recente Poesia sem fim, do chileno Alejandro Jodorowsky, e o clássico Encontro com homens notáveis, obra-prima do encenador teatral Peter Brook, raro nas telas do cinema (página 33). Dito isso, só nos resta desejar aos leitores um Natal iluminado e um Ano Novo de muito crescimento pessoal e profissional. Boa leitura e até breve, já que teremos ainda, este mês, uma edição especial sobre os 30 anos de inscrição de Brasília na lista do Patrimônio Mundial da Unesco.

6

águanaboca

As ceias do restaurante Chocolat Glacé estão entre as 25 opções gastronômicas que a Roteiro selecionou pra você festejar em grande estilo o Natal e o A no Novo.

16 18 19 20 22 24 27 28 30 34

picadinho garfadas&goles pão&vinho diáriodeviagem dia&noite caianagandaia queespetáculo graves&agudos luzcâmeraação crônicadaconceição

Maria Teresa Fernandes Editora

ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SHIN QI 14, Conjunto 2, Casa 7, Lago Norte – Brasília-DF – CEP 71.530-020 Endereço eletrônico revistaroteirobrasilia@gmail.com | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa Carlos Roberto Ferreira, sobre foto do Freepik | Colaboradores Alessandra Braz, Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre Franco, Ana Vilela, Cláudio Ferreira, Conceição Freitas, Elaina Daher, Heitor Menezes, Laís di Giorno, Lúcia Leão, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Pedro Brandt, Ronaldo Morado, Sérgio Moriconi, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Teresa Mello, Vicente Sá, Victor Cruzeiro, Vilany Kehrle | Fotografia Rodrigo Ribeiro Para anunciar 98275-0990 | Impressão Editora Gráfica Ipiranga Tiragem: 20.000 exemplares.

issuu.com/revistaroteirobrasilia

facebook.com/roteirobrasilia

@roteirobrasilia


Você pode ser ciclista, motociclista ou motorista. Mas você sempre vai ser um pedestre.

A vida passa pelo trânsito.

O Distrito Federal tem cento e cinquenta mil ciclistas, trezentos mil motociclistas e um milhão e setecentos mil motoristas. Cada um deles também é pedestre. Aqui no DF já somos quase três milhões de pedestres. Todos vulneráveis. Todos potenciais vítimas dos perigos do trânsito. Porque, para o pedestre, a vida também passa pelo trânsito.


André Zimmerer

ÁGUANABOCA

Conchiglioni de berinjela, da Casa de Madeira

25 formas de comemorar o Natal POR LÚCIA LEÃO

É

tempo de festa! Mais um ano, um ciclo que se encerra, e só isso justificaria as celebrações. Mas é da nossa tradição também aproveitar a época para confraternizações com familiares, amigos, colegas de trabalho ou até aquela turma da academia ou do bar que estreitou relações ao longo do ano, entre goles de cerveja ou gotas de suor. Brindes, trocas de presentes e boa comida. É da nossa tradição! Muitos bares, restaurantes e bufês de Brasília se prepararam para receber essa clientela ávida de festa com promoções e/ou cardápios especiais. Dos fornos e cozinhas dos bufês, confeitarias e padarias – ou “boulangeries”, que sugerem mais sofisticação – saem receitas elaboradas à risca para a estação. Selecionamos aqui algumas delas, que contemplam diferentes estilos, sotaques, gostos e bolsos, tanto para as prévias como para as ceias de Natal e Ano Novo. Anote: Nikkei O sofisticado restaurante de comida nipo-peruana criou três pacotes para eventos de confraternização neste final de ano. No mais simples, o cardápio com entrada, prato principal, sobremesa e bebidas não alcoólicas custa R$ 80 por pessoa. O intermediário, com opções de steak mignon e salmão grelhado, custa R$ 86. Se optarem pelo Festival Nikkei, os convivas pagarão R$ 96 por pessoa para se servirem à vontade, por até três horas, de sushis, sashimis, ceviches, tempurás e toda a gama de especialidades da casa. A promoção é válida para grupos a partir de dez pessoas.

Divulgação

Oliver Oferece preços especiais para grupos, de segunda a quarta-feira, para almoço, jantar ou happy hour. As refeições, com entrada, prato principal, sobremesa e bebidas não alcóolicas, custam, neste período, R$ 98 por pessoa, mesmo valor da happy hour, que dá direito a petiscos e a uma cerveja por pessoa ou a uma garrafa de espumante a cada quatro pessoas. No cardápio das refeições, de entrada, bruschetta ou ceviche; prato principal, filé ao molho gorgonzola, filé de Saint Peter com aspargos, cogumelos frescos e camarões e risoto al mare; de sobremesa, petit-gâteau ou gelato de nocciola. Na happy hour a casa serve bruschettas de tomate, ceviche, linguiça ao molho de mostarda Dijon, filé em tiras com risoto de parmesão, risoto cítrico com camarão e carpaccio.

6

Mucho Gusto O restaurante de comida tex-mex apostou em promover as festas de confraternização na casa dos clientes ou nos locais de trabalho. Leva todo o serviço, incluindo garçons e músicos, para quem quiser, e anima os encontros com nacos, empanadas, tacos e tortillas. As festas podem durar até quatro horas e custam a partir de R$ 70 por pessoa, com o mínimo de 20 participantes. As bebidas são cobradas à parte. Para as confraternizações no próprio restaurante, o Mucho Gusto oferece, até o final de dezembro, desconto de 20% na comida para grupos a partir de dez pessoas. Nebbiolo Oferece pacotes personalizados ao gosto do cliente. A partir de R$ 90 por pessoa é possível escolher menus fechados com sugestões de


versão minimalista – pequenas porções, próprias para serem compartilhadas em grupo ou degustadas como aperitivo. O chef William de Oliveira destaca o pappardelle ao molho de pesto baru e curry com lula e muçarela de búfala (R$ 56 e R$ 37, na versão minimalista), risoto de camarão com burrata, tomate cereja e ervas (R$ 72/R$ 48) e lula com shitake ao molho oriental acompanhado de purê de banana marmelo (R$ 56/R$ 37). Outras opções para compartilhar são o risoto de queijo brie, (R$ 53/R$ 35), o ravioli de muçarela de búfala (R$ 48/R$31) e o medalhão de filé ao molho funghi (R$ 66/R$ 43).

entrada, prato principal, sobremesa e bebidas não alcoólicas. Com vinho e cerveja, o valor fica em torno de R$ 170. Os clientes podem optar pelo espaço interno ou reservar o salão de eventos, localizado na parte de cima do restaurante, que acomoda 40 pessoas. Tasca da Vila No português da Vila Planalto, as confraternizações natalinas acontecem, por certo, em torno de uma boa bacalhoada regada a vinho. A casa preparou um cardápio especial bem típico da “terrinha”, para grupos a partir de dez pessoas, com preço individual de R$ 85. Inclui entrada de broa caseira com azeite e bolinho de bacalhau, bacalhau nas natas ou filé a portugália como prato principal e pastel de nata como sobremesa, além de três garrafas do vinho tinto português Terras do Fado. A promoção é válida de segunda a sábado, para almoço ou jantar, e o atendimento para grupos é sob reserva.

Otramanera O restaurante, que já dispõe de espaço exclusivo para receber grupos e reuniões privadas, preparou dois cardápios para este fim de ano, com valor individual de R$ 59. O primeiro começa com ceviche de peixe, tem o Lomo Saltado a Lo Pobre (carne de porco grelhada com azeite de carvão, tomates, batatinha frita, arroz e ovo frito) como prato principal e bolo Três Leches de sobremesa. Já no segundo menu a entrada é a Salada Criolla (tomates, cebola roxa marinada, abacate fatiado e lascas de aipo), o prato principal é a Bandeja Paisa (arroz, feijão vermelho, ovo frito, linguiça especial e fatias de abacate com salsa criolla) e a sobremesa é de compota de banana.

Loca Como Tu Madre A empresária Giovanna Maia aposta em um menu saboroso, de olho no custo-benefício, para almoços corporativos. A ideia é atender quem prefere fazer os encontros durante o dia, mas não abre mão de algo especial. O menu com três etapas sai a R$ 41 por pessoa e inclui três opções de entrada, cinco de prato principal, incluindo uma vegana, e minichurros de doce de leite de sobremesa. No cardápio, os carros-chefes da casa: o picadinho, a sobrecoxa desossada, o medalhão de filé, a tilápia e a kafka vegana. O pacote ainda pode ganhar um upgrade com a inclusão de cerveja, caipirosca e caipirinha para acompanhar os pratos. Nesse modelo, o valor sobe para R$ 90 por pessoa.

Telmo Ximenes

Cantucci

Se a sua festa está programada para a noite, o restaurante de comida mediterrânea oferece neste mês um pacote especial para jantares completos em grupos a partir de quatro pessoas pelo valor individual de R$ 59. São três opções de entrada – bruschettas, arancini toscano (bolinho de risoto com linguiça, muçarela e manjericão com aioli de manjericão) e panelinha de filé –, quatro sugestões de prato principal – filé à Wellington, moqueca de polvo, nhoque de banana e peito de frango ao molho de framboesa – e duas de sobremesa – torta brownie e crumble de maçã. Para acompanhar o menu, as sugestões são o chope artesanal Colombina (R$ 8) e o vinho Toro Loco (R$ 49). Contê Caracterizada, desde a sua inauguração, por reunir grupos de amigos para todo tipo de celebração, o restaurante preparou, para dezembro, um cardápio especial com ênfase em peixes e frutos do mar, todos oferecidos em porções individuais e também na

Casa de Madeira A vista privilegiada, o aconchego e a localização discreta já são grandes trunfos do restaurante para receber grupos de amigos e reuniões corporativas de fim de ano. Aliado a isto, ela oferece, este mês, cardápios personalizados que podem ser desde uma sequência de petiscos para a happy hour ou um menu com entrada, prato principal e sobremesa para almoços e jantares, incluindo vinhos e cervejas a preços promocionais. Entre os petiscos e entradas, duas especialidades: o pastel de camarão com geleia de pimenta e “smorrebrod serrano”, pão italiano tostado no forno com azeite, servido com presunto serrano, creme de gorgonzola, figos e nozes picadas. Como pratos principais, algumas opções são o filé de salmão com arroz negro e o carré de cordeiro servido com risoto de gorgonzola. Como sobremesa, peras ao vinho e o petit-gâteau da casa. Stadt Bar & Music Se a proposta do grupo é se reunir para beber, a cervejaria pode ser uma boa opção para as confraternizações de fim de ano. De terça a quinta-feira e aos domingos, todas as bebidas e petiscos do cardápio terão, este mês, 50% de desconto. São chopes de fabricação própria, drinks preparados com cerveja e petiscos que levam, nas receitas, malte, lúpulo ou a própria bebida. Na promoção, os chopes Stadt saem da torneira a preços convidativos: Brasília (Lager), de R$ 9,90 por R$ 4,95; Capital (Pilsen), de R$ 8,90 por R$ 4,45; a queridinha Delirius (Belgian Strong Ale), de R$ 11,90 por R$ 5,95; Ipê Roxo (cooler de uva), de R$ 10,90 por R$ 5,45; Monumental (IPA), de R$ 18,90 por R$ 9,45; e JK (Weiss), de R$ 16,90 por R$ 8,45. Apetitá Se há quem queira só beber, há também os loucos por sobremesa. Se for este o caso do seu grupo, uma boa pedida é a doceria e gelateria que este mês estará com o preço único de R$ 25 para todas as sobremesas servidas para grupos de no mínimo cinco pessoas. Por esse valor cada um pode escolher entre cookies, brownies, suspiros, petit-gâteu, waffle, banana flambada, crumble de maçã ou cartola (banana flambada e queijo Minas padrão maçaricado). Todas as sobremesas são servidas com uma bola de sorvete Cairu, de Belém do Pará, considerada uma das melhores sorveterias do país.

7


ÁGUANABOCA

Divulgação

Dom Francisco

Já o chef Francisco Ansiliero focou suas atenções na apoteose, o gran finale: as ceias de Natal e Ano Novo. A casa funcionará normalmente nos feriados, inclusive nas noites de 24 e 31, com menus especiais que contemplam as tradições de ambas as ocasiões. A ceia de Natal terá peru assado com arroz de frutas secas (R$145) e bacalhau na brasa (R$ 175). Os valores incluem entrada de salada de frango defumado ou carpaccio de rosbife e sobremesa – rabanada, é claro, de maçã e conhaque, ou torta de chocolate e marshmallow. O menu para a virada do ano começa com a obrigatória salada de lentilha – prosperidade! – com nozes e ervas ou parrilla de vegetais com ricota de cabra. Como pratos principais, mignon suíno recheado com cogumelos frescos acompanhado de musseline de mandioca (R$ 145) ou bacalhau em posta na brasa acompanhado de batatas rústicas (R$ 175). As opções de sobremesa são panacotta com calda de romã e tiramisù.

para jantares em grupos durante todo o mês de dezembro, exceto aos sábados e domingos. Com cardápio fechado e preços individuais entre R$ 139 e R$ 179, se incluirem vinho e espumante, os pacotes contemplam duas entradas – pão com chimichurri e provolleta parrillera (provolone assado com pimentão e ervas) e salada Mariana (alface americana, tomate, cebola, palmito, cenoura, mostarda, parmesão, maionese caseira e batata palha) –, um prato quente – ojo de bife (miolo do contrafilé), bife de chorizo ou salmão parrillero servidos com arroz parrillero feito com arroz, ovo, linguiça, picante, cebola e batata palha, arroz branco ou com brócolis, farofa com ovos, batatas fritas e legumes na brasa – e sobremesa – panqueca recheada com doce de leite ou petit-gâteau de chocolate, ambos acompanhados de sorvete de creme. As reuniões podem ser no salão principal, no mezanino ou na sala vip, que comporta até 16 pessoas. Belini Pães & Gastronomia Quem prefere celebrar em casa, mas não está disposto a ir para a cozinha, pode ter uma ceia completa com a assinatura de ninguém menos do que o chef Simon Lau, contratado pela Belini para elaborar pratos exclusivos para as festas de fim de ano. E como não podia deixar de ser ele preparou um menu pra lá de sofisticado: entradas de salmão defumado ou marinado – o graylax norueguês (R$ 62 a porção de 250g) e terrine de foie gras temperada na cachaça (R$ 240 a porção de 150g); os pratos principais são a paleta de cordeiro ao Cabernet Sauvignon e cogumelos e confit de pato com chutney de manga (duas porções por R$ 129). Para a sobremesa, a sugestão é o arroz doce dinamarquês com amêndoas tostadas e molho de cerejas frescas (500g) - de quatro a seis porções por R$ 76. Além do menu assinado, a Belini oferece um amplo cardápio de pratos típicos natalinos, como o peito de peru com purê de maçã (R$ 100 o quilo), o salpicão de frango (R$ 70 o quilo) e as rabanadas, que podem ser assadas (R$ 60 o quilo) ou recheadas com doce de leite (R$ 69 o quilo) ou nutella (R$ 89 o quilo). Para a ceia de Natal as encomendas devem ser feitas até o dia 20. Para outras datas, o prazo de entrega depende da demanda.

Divulgação

Le Vin A casa francesa se preparou para oferecer uma opção especial e sofisticada de celebração do Natal e Ano novo, com almoço nos dias 24 e 31 de dezembro e jantar nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro. O menu elaborado exclusivamente para as datas terá paleta de cordeiro com vegetais assados como prato principal, precedido, no bom francês, por um amuse bouche (entrada) e finalizado com pain perdu,que aqui conhecemos por rabanada. O prato serve duas pessoas e custará R$ 197.

Johnnie Special Burger Para os encontros da galera mais jovem, descontraída e adepta da cultura do fast-food, uma boa pedida para as confraternizações de fim de ano pode ser a hamburgueria artesanal, que preparou um pacote para grupos com rodízio de sanduíches, entrada e sobremesa, ao preço de R$ 45,90 por pessoa. Outro trunfo da casa é que os encontros podem entrar pela madrugada na lojas de Águas Claras e da Asa Sul, que ficam abertas durante as 24 horas do dia. Os pacotes ainda podem ser negociados para incluírem refis de refrigerante. Santé 13 O restaurante optou por entrar no clima de festas com um cardápio que remete às tradições gastronômicas natalinas. O chef Divino Barbosa criou, para o mês de dezembro, um prato especial de filé de anchova negra grelhado em crosta de panetone ao molho de pitanga, acompanhado de risoto de maracujá. É servido nos almoços e jantares e custa R$ 69.

8

Otro Parrilla A promoção especial de fim de ano da premiada casa de carnes é

Tejo Outra opção para festas em casa sem trabalho na cozinha são as ceias de Natal preparadas por encomenda pelo português Tejo, e que poderão ser retiradas no restaurante até as cinco da tarde do dia 24. Além do cardápio normal, com vários receitas de bacalhau, a casa oferece um prato especial criado pelo chef Manuelzinho Pires: peru recheado com castanhas portuguesas (R$ 98 o quilo). Os clientes podem levar também as tradicionais rabanadas e os vinhos mais harmônicos para a ceia, indicados pelo somellier Eugenio Cue: o tinto alentejano Adega da Vila (R$ 89) e o branco espanhol Yllera Verdejo Vendimia Nocturna (R$ 162).


Oliver

Dudu Bar e Simples Assim O chef Dudu Camargo promete um Réveillon farto e saboroso para os clientes que optarem por receber 2018 em um das suas três casas em Brasília (Dudu Bar da Asa Sul e do Lago Sul e restaurante Simples Assim, de Águas Claras). Nos três endereços, a festa terá cardápio exclusivo, que começa com antepastos e aperitivos à vontade (pastéis, brusquetas, pequenos hambúrgueres, conserva de frutos do mar e cogumelos, coalhada seca e quibe cru, entre outros), um prato principal (a escolher entre nove opções, como a picanha suína grelhada ao molho de melaço, o robalo grelhado ao molho de queijo brie com risoto de frutas vermelhas, o risoto de cogumelos oriental com sashimi de salmão e o filé grelhado ao molho de queijo mascarpone) e sobremesa de trio de brigadeiro. Os ingressos custam R$ 200 e já estão à venda nos próprios restaurantes. Não incluem as bebidas.

Clube de Golfe – SCES, Trecho 2 (3323.5961). Diariamente, das 9 à 1h.

Nikkei

SCES, Trecho 2 (2099.2460). 2ª feira, das 19 às 24h; de 3ª a 6ª, das 12 às 15h e das 19 às 24h; sábado e domingo, das 12 à 1h.

Mucho Gusto

309 Norte, Bloco A (3208.4128). De 3ª a domingo, das 18 às 23h.

Nebbiolo

409 Sul, Bloco D (2099.6640). De 3ª a 6ª feira, das 12 às 15h e das 19 às 24h; sábado, das 12 às 16h30 e das 19 às 24h; domingo, das 12 às 16h30.

Tasca da Vila

Rua 1, Lote 1, Acampamento DFL, Vila Planalto (99244.1669). Diariamente, das 11 às 22h.

Loca Como Tu Madre

306 Sul, Bloco C (3244.5828). De 2ª a 5ª feira, das 12 às 15h e das 18 às 24h; 6ª e sábado, das 12 às 15h e das 18 à 2h.

Feitiço Mineiro Instituído há mais de 20 anos, o Show da Virada no Feitiço Mineiro já é uma das grandes tradições do Réveillon da cidade. Este ano, a casa oferecerá seu bufê mineiro tradicional no fogão à lenha, além dos pratos obrigatórios nas ceias de Ano Novo, como o leitão assado, peru, bacalhau e arroz de lentilha. O pacote para a festa (show, ceia e bebidas não alcoólicas) custa R$ 200.

Cantucci

403 Norte, Bloco E (3328.5242). De 2ª a sábado, das 12 às 23h.

Contê

403 Sul, Bloco D (3554.9474). De 2ª a 4ª feira, das 12 às 15h e das 18 às 24h; 5ª, das 12 às 15h e das 18 à 1h; 6ª e sábado, das 12 à 1h; domingo, das 12 às 17h.

Otramanera

413 Sul, Bloco A (3222.6450). De 3ª a domingo, das 17 à 1h.

Chocolat Glacé Outra opção para receber bem amigos e familiares em casa sem ter o trabalho do forno e fogão são as ceias preparadas pelo restaurante Chocolat Glacé. São três cardápios fechados e dimensionados para servir até 15 pessoas. Primeiro, a Ceia Promocional (R$ 690): arroz com passas, chester assado e ladeado com farofa natalina, pernil assado com suco de laranja e cebolas carameladas, purê de mandioca e rondelli ao molho branco. Segundo, a Ceia Brasileira (R$ 1.200): arroz com passas, salpicão, lombo suíno em crosta de ervas ao molho ferrugem, peru assado (ladeado com castanhas portuguesas, batatas douradas, cebolas glaceadas e farofa de frutas secas), purê de maçã, farofa de cream cracker, ravioli de queijo ao molho de shitake, remesas de cheescake, rabanadas e tronco natalino. Terceiro, a Ceia Sofisticada (R$ 1.400): nove pratos salgados (arroz com amêndoas, salada de bacalhau e grão de bico, bacalhau Chocolat Glacé, terrine de salmão, peru assado com cuscuz marroquino e frutas, tender ao molho de mostarda e mel, mousseline de batata baroa, farofa, raviole de queijo brie e damasco ao molho branco) e três sobremesas (rabanadas, quindão e zucotto. As encomendas devem ser feitas até o dia 22, para o Natal, e até o dia 29, para o Réveillon.

Celebrar a vida, reunir a família, fortalecer os laços de amizade, evocar as melhores energias para mais um ano, um novo ciclo. É disso, e para isso, que são feitas as festas de fim de ano. Um brinde!

Casa de Madeira Divulgação

Fogo de Chão Reconhecido pelo rodízio de carnes nobres, o restaurante também investiu nas ceias de Natal e Ano Novo e vai oferecer jantares nas noites dos dias 24 e 31 agregando aos assados do cardápio pratos típicos da época, como chester, leitão à pururuca, arroz à grega, salada de tender com abacaxi e mix de vegetais, queijos, castanhas e frutas da época que comporão o bufê de mais de 40 saladas e pratos quentes. Tudo como manda a tradição das mesas fartas! E falando em tradição, na ceia da virada não faltarão a lentilha, servida em forma de salada, e a romã, alimentos que atraem sorte e prosperidade. A ceia de Natal custará R$ 190 e a de Ano Novo R$ 200, incluindo uma sobremesa. Crianças até seis anos não pagam e para os jovens clientes entre sete e 12 anos o preço é de R$ 60. As bebidas não estão incluídas.

Avenida do Sol, Condomínio Quintas do Sol, Quadra 2, Lote 50, Jardim Botânico (3547.6001). De 4ª a 6ª feira, das 17 às 24h; sábado, das 12 às 24h; domingo, das 12 às 17h.

Stadt Bar & Music

SIG, Quadra 3, Bloco G (3551.5559). De 3ª a 5ª feira, das 17 às 24h; domingo, das 17 às 22h.

Apetitá

410 Sul, Bloco D (99963.1497). De 2ª a 5ª feira, das 12 às 20h; 6ª a domingo e feriados, das 12 às 22h.

Le Vin

Espaço Gourmet do ParkShopping (3028.6336). De 2ª a 5ª feira, das 12 às 24h; 6ª e sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12 às 19h.

Dom Francisco

Asbac – SCES, Trecho 2 (3224.8429) e 402 Sul, Bloco B (3224-1634). De 2ª a sábado, das 12 às 15h30 e 19 às 24h; domingo, das 12 às 23h.

Johnnie Special Burger

Águas Claras (3383.3900), 312 Sul (3242.9117), Conjunto Nacional (3326.7723), Sudoeste (3797.5007), Guará (3551.7751) e Gama (3054.2575).

Santé 13

413 Norte, Bloco A (3037.2132). De 2ª a 4ª feira, das 12 às 23h; 5ª, das 12 às 24h; 6ª e sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12 às 17h.

Otro Parrilla

SCES, Trecho 2, Lote 40 (3345.1348). De 2ª a 5ª feira, das 12h às 15h30 e das 19 às 24h; 6ª e sábado, das 12h à 0h30; domingo, das 12 às 18h.

Belini Pães & Gastronomia

113 Sul – Bloco D (3345.0777). De 2ª a sábado, das 6h30 às 23h; domingo, das 7 às 23h.

Tejo

404 Sul, Bloco B (tel. 3264.7005). De 3ª a sábado, das 12 às 15 e das 19 às 23h; domingo, das 12 às 17h.

Dudu Bar

303 Sul, Bloco A (3323.8082). De 2ª a 5ª feira, das 12 às 15h e das 18 à 1h; 6ª e sábado, das 12 às 2h; domingo, das 12 às 17h.

Dudu Bar Lago

QI 11 Bloco I Loja 40/46, Lago Sul (3248.0184). De 3ª a 5ª feira e feriados, das 12 às 15h e das 18 à 1h; 6ª e sábado, das 12 às 2h; domingo, das 12h às 24h.

Simples Assim

Avenida Jacarandá, Lote 19, Águas Claras (3973.0234). De 3ª a 5ª feira, das 12 às 15h e das 18h às 23h30; 6ª e sábado, das 12h às 23h30; domingo, das 12 às 17h.

Feitiço Mineiro

306 Norte – Bloco B (3272.3032). De 2ª a sábado, das 12 às 2h; domingo, das 12 às 17h.

Fogo de Chão

SHS Quadra 5, Bloco E (3322.4666). De 2ª a 6ª feira, das 12 às 16h e das 18 às 23h30; sábado e domingo, das 12 às 23h30.

Chocolate Glacé

SRTVS, Quadra 701, Edifício Centro Empresarial Brasília, Térreo (3226.2901). Diariamente, das 8h30 às 18h.

9


Fotos: Divulgação

ÁGUANABOCA

Bistrô de raiz POR VICTOR CRUZEIRO

Bistrô – s.m. Restaurante pequeno; bar; pub; originalmente, o “proprietário de uma taverna”. De origem desconhecida, presumivelmente de um dialeto regional.

N

10

ovas casas surgem em Brasília a todo momento aproveitando-se do título bistrô, como uma maneira de inserir-se numa moda chic. Porém, mais do que seguir uma trend, as casas que assumem esse nome devem levar em consideração o que faz um bistrô, o que ele carrega consigo e o que ele quer passar. Um bistrô não é um restaurante cinco estrelas. Ele pode ganhar prêmios? Sim, claro, como qualquer um que se esforce pela união de inventividade e excelência. Mas não demanda um salão com mesas forradas e talheres de peixe e salada ao lado de porcelanas brancas. O bistrô vem da taverna, dos pequenos restaurantes rústicos do interior da França, on-

de – conta-se por alto – soldados russos que ocuparam o país após as guerras napoleônicas ordenavam que a comida viesse rápido – bystro, ou rápido, em russo. Mesas e cadeiras de madeira, porções bem servidas, um ambiente animado e, muitas vezes, cheio. Um bistrô é muito mais um local de encontro saboroso do que de fruição gastronômica. Um lugar para ir com amigos e comemorar um aniversário, dividindo espaço com um casal que janta casualmente. Um lugar para se falar alto porque um DJ ou um músico preenche animadamente o ambiente. Poucas casas abraçam essa proposta verdadeira, com medo de recair no imaginário abismo da “baixa gastronomia” e perder a finesse. Mas esse não é tanto o medo do Floreio Bistrot. Aberto há pouco tempo no reservado, mas lindo, espaço de uma floricultura na QI 29 do Lago Sul, o Floreio pretende conjugar o ambiente naturalmente pitoresco da loja com uma longa experiência na gastronomia brasiliense. As idealizadoras são as

sócias Tania Comelli e Regina Perreira, cuja história em Brasília remonta ao lendário Tropical Dreams, que deu vida à 304 Sul nos anos 90, e ao Bendito Suco, que recentemente encerrou suas atividades na 413 Norte para renovar os ares em outro local. A nova casa conversa com o ambiente da floricultura. Combinado ao uso quase total da madeira, as mesas e paredes trazem obras do saudoso Nemm Soares, precocemente ido em 2016, dando cor e formas únicas ao Floreio. Uma aconchegante – e pequena – área interna possibilita um jantar romântico à luz de velas, enquanto do lado de fora há um amplo e rústico pátio para animadas festas e happy hours (que já começaram na inauguração, com o DJ Criolina). As sócias prometem um lugar que acompanhe a sazonalidade de um público diferente. Além da gastronomia, elas pretendem consolidar ali um mercado colaborativo e realizar projetos pontuais. “A região precisa de um lugar assim”, conta Tania, que aponta as diferenças entre o Floreio e casas mais centrais: “O público do Lago Sul preza por receber amigos em casa e lá permanecer. É preciso conquistá-lo aos poucos, conhecendo suas vontades e combinando-as com eventos atraentes”. A primeira experiência foi com um sábado de samba, mas o futuro reserva também uma carta de drinks e mesmo festas de grande porte, como a Bendita Festa, realizada por vários anos no Bendito Suco. Quanto à comida, não espere haut cuisine (o que é errado esperar de qualquer lugar que não pretenda exatamente isso). O cardápio simples, artesanal e convidativo faz jus tanto ao bistrô quanto à floricultura. Os pratos são coloridos e trazem flores ou ervas, como hortelã, do próprio local. As tortas, com preços entre R$ 29,90 e R$ 34, vêm acompanhadas de uma colorida salada, e há tembém carnes, como filé ao funghi (R$ 45) e polpetas no molho de tomate (R$ 35). De sobremesa, a Divina Torta (R$ 13), herdada do Bendito Suco, é uma boa pedida, além, é claro, dos famosos sucos, com frutas frescas e da estação. Eis uma nova possibilidade num lugar que ainda tem muito a oferecer. Floreio Bistrot

SHIS QI 29, comércio local (3367.29060). Diariamente, das 17 às 24h (ou até o último cliente).


Fotos: Sarah Stedille

Comida argentina do cotidiano POR LAÍS DI GIORNO

“S

omos La Argentina Al Plato, jovens argentinos e empreendedores. Trazemos uma culinária simples, cotidiana e muito saborosa. Uma viagem breve e especial por los caminitos de Buenos Aires, las sierras cordobesas e los vales argentinos”. Quer embarcar nessa viagem? Basta visitar o recém-inaugurado LaaP, localizado no Venâncio Shopping. Após dois anos em Águas Claras, a marca se expande com a nova unidade no centro de Brasília, onde pretende ver e ser vista. Com um ambicioso plano de crescimento, o restaurante pretende seduzir não somente novos clientes, mas também possíveis investidores que acreditem no potencial da gastronomia hermana. Agrônomo por formação, o empresário Gonzalo Gomez comanda o restaurante ao lado da esposa, a também agrônoma Claudia Martino. Juntos, decidiram deixar de lado a profissão para empreender e conquistar um espaço no mercado gastronômico da capital federal. “Estou à vontade como empreendedor, e a gastronomia me agrada. Sempre cozinhei em casa, e no início do LaaP coloquei a mão na massa, lavei muito prato. Nessa aventura já fiz muita coisa”, conta Gonzalo. Todo esse esforço tem sido recompen-

sado com o crescimento da marca. “Fomos sempre de menos para mais. Quando começamos éramos cinco, hoje temos 20 funcionários ao todo”, comemora. A receita de sucesso inclui uma autêntica comida argentina a preços justos. A ideia é conquistar cada vez mais um público fiel e assíduo. Para Gonzalo, Brasília normalmente oferece lugares sofisticados, mas caros. “La Argentina Al Plato busca fugir desse conceito. A gente aproveita essa mudança no paladar do brasileiro, que hoje está podendo consumir melhores carnes, melhores bebidas, e queremos oferecer isso a um preço mais acessível”, afirma. Para garantir o padrão e a qualidade da gastronomia, os parceiros são escolhidos a dedo e há um acompanhamento direto dos insumos servidos. “Isso nos permite praticar preços mais em conta”, explica Gonzalo. Sua gastronomia do cotidiano tem agradado o paladar do brasiliense com seus cortes especiais típicos argentinos grelhados na parrilla, além das tradicionais empanadas, das milanesas e dos hambúrgueres. Destaque para a milanesa Al Plato, filé fino de carne bovina acompanhado de salada e batatas rústicas. Custa R$ 28 e serve duas pessoas. Vale provar ainda o assado de tira com molho chimichurri e cortes que mudam semanalmente (R$ 59), as macias

empanadas de frango suave (seis unidades por R$ 37,80) e o choripan Jackie, feito com linguiça suína artesanal, rúcula e picles ao molho Jack Daniels (R$ 23,80). Não poderiam faltar na sobremesa os doces típicos argentinos, como o irresistível alfajor de dulce de leche com sorvete de creme (R$ 18). Como uma boa casa de comida argentina, a carta de vinhos oferece rótulos nacionais e importados e vem nessa linha da sofisticação do paladar do brasileiro, que aos poucos está conhecendo os vinhos e degustando bebidas mais sofisticadas. As cervejas artesanais também entram nessa linha, trazendo selos como Corona, Patagonia, Quilmes e Colombina. Apesar de oferecer o mesmo cardápio do LaaP de Águas Claras, o novo endereço teve sua proposta adaptada para atender a um público que trabalha e frequenta o restaurante no meio do expediente. A opção do almoço executivo e a happy hour são as novidades da unidade do Venâncio Shopping voltadas para esses clientes. Além disso, a arquitetura ganhou mais destaque com a assinatura do Studio Grell, mesclando o industrial rústico com elementos aconchegantes, além de uma varanda com jardim e vista agradável. LaaP

Venâncio Shopping – Térreo (3546.2744) De segunda a sábado, das 11h30 às 23h.

11


ÁGUANABOCA

Saúde em domicílio Q

12

uando adolescente, Pedro Coe pegava o jet ski e vendia sanduíches nas lanchas ancoradas perto do restaurante da família, o Doca, no Setor de Mansões do Lago Norte. Cresceu vendo o pai cozinhar e a avó fazer uma peixada “deliciosa”. O curso superior de Gastronomia foi uma consequência natural. Formado, fez pós-graduação em Administração na Fundação Getulio Vargas, pois, para ele, não bastava criar: era preciso atingir o público consumidor. E para esse público o chef de 28 anos planejou o melhor: “Eu queria entregar mais do que um prato para as pessoas, queria entregar saúde, porque alimentar é nutrir com saúde e equilíbrio”. Assim surgia a Bálsamo Congelados Saudáveis, em sociedade com a mãe e com cinco funcionários na central de produção – instalada no local do restaurante desativado, à beira do Lago Paranoá. Inspirado no Bálsamo Spa, criado em 2004 pelo pai, Pete Coe (com ele na foto), Pedro desenvolveu receitas com características da alimentação vegetariana: refeições, caldos, lanches, leites e sucos sem origem animal, açúcar, glúten ou lácteos. Nem corantes ou conservantes. “O spa vem curando as pessoas por meio da alimentação, e o congelado é uma forma de dar continuidade, de levar pra casa”, destaca. O cardápio lista 14 pra- tos, como bobó de mandioca (com arroz de

couve-flor e brócolis), risoto de abóbora (com arroz cateto integral, shimeji, alecrim, manjericão e leite de coco), rocambole de grão-de-bico, quibe de quinoa (com abóbora, alho-poró, tofu, hortelã e vegetais) e panqueca de vegetais (com massa de trigo sarraceno com espinafre, batata-doce, abobrinha e cogumelos). As embalagens têm 300g e custam R$ 23,50 e R$ 24,50. Há 14 caldos naturais – de cará com escarola, de batata-baroa com agrião, de mandioca com couve, de milho verde com espinagre, entre outros – vendidos a R$ 14,50. E os quatro tipos de leite vegetal garantem a nutrição por meio de proteínas e fibras: de amêndoas, de amêndoas com ameixa, de castanha de caju com canela e de castanha do pará, cacau e baunilha. A garrafa de 300ml sai a R$ 14. Os sucos levam nomes como Juventude (uva, amora e água de coco) e Verão (laranja, beterraba, cenoura e ginseng). Entre os lanches, o chef prepara cookies com cacau e ameixa e ainda pão sem queijo – feito de batata-doce e chia –, além de brownie: “Ele leva massa de abacate, 100% cacau e farinha de arroz”. Para garantir mais qualidade e evitar os cristais de gelo entre as fibras do alimento no congelamento tradicional, Pedro adquiriu geladeiras industriais de ultracongelamento, onde a temperatura marca 40º C negativos. Ali ficam estocados também os kits com sete unidades de refeições (R$ 160), de caldos, de leites

etc. “A busca pela alimentação saudável é uma tendência global”, diz o chef e empresário, que investiu no visual gráfico do cardápio, no qual frutas, folhas e legumes são aquarelas criadas pelo artista Fepe, “um brasiliense que mora em Madri”. Com três anos de atividade, os congelados estão disponíveis em 47 pontos de venda, sendo 40 deles no Distrito Federal e o restante em Goiânia e Rio Verde (GO) e em Paracatu e Unaí (MG). Em Brasília, são encontrados em conhecidas redes de produtos naturais. A loja virtual (www.balsamocongelados.com.br) é abas­ tecida com ficha técnica e tabela nutricional dos pratos e das bebidas, e o delivery atende todo o DF, com taxa de entrega a R$ 15. A validade dos congelados é de seis meses em freezer a 18º C negativos ou de três meses a 12º C negativos. Bálsamo Congelados Saudáveis

Encomendas: pedidos@balsamocongelados. com.br, 3711-1709 e 9939-5424 (WhatsApp). Fotos: Divulgação

POR TERESA MELLO


Sob medida pra você

C

omida saudável, fresca, sob medida e entregue na sua porta? Exatamente. Essa é a proposta do serviço online Chef Gui Cruxên. Mas, antes de saber sobre esse restaurante virtual, um tempero a mais: um pouco da história do chef. Foi assim... Primeiro, ele pensou que a Mecatrônica seria seu caminho. Chegou a iniciar o curso na Universidade de Brasília, mas sua rota seria outra. Deixou essa história de Engenharia pra trás e foi cozinhar. Isso mesmo. Pôs na mala sua paixão e seguiu para a Espanha. Lá, formou-se em Gastronomia e Artes Culinárias na Escuela de Cocina de Plasencia. Por aqui, já tinha iniciado o curso de Gastronomia no Iesb, finalizado quando

Sua proposta funciona assim: no site, deve ser escolhido um tipo de carne (entre frango, peixe ou vermelha) ou de massa e dois acompanhamentos, exceto para massas ou pratos vegetarianos. Não há frituras. O tempo médio de entrega é de 24 a 48h. Quem quiser pode pedir vários pratos de uma só vez e congelar para a semana. “Há pessoas que pedem até 40 pratos”, diz. Tem salada no pote, sopas e cremes, risotos integrais e massas fit. Os pratos são trocados a cada três meses, para que os clientes não se cansem. Também são preparadas refeições especiais, sem glúten ou lactose, por exemplo. Se a pessoa foi ao nutricionista, pode passar as orientações para o Guilherme que ele vai fazer tudo conforme indicado. Chef Gui Cruxên

Encomendas: contato@chefguicruxen.com e 98400.3512. www.chefguicruxen.com Fotos: Divulgação

POR ANA VILELA

retornou da Europa, e estagiado na Grand Cru, ajudando no preparo de ingredientes e na elaboração de pratos pequenos. Para ganhar ainda mais experiência, trabalhou no Brooklyn Star e no Masten Lake, em Nova York, e no Sandó by Arzak Instructions, em Madrid. Terminada essa fase, seguiu para Lima. Trabalhou no ámaZ, de Pedro Miguel Schiaffino, e depois passou uma temporada no Instituto Le Cordon Bleu, onde se especializou em Gestão de Hotelaria. Juntando essa bagagem, e tudo o que aprendeu com a família da mãe, de volta a Brasília, em 2016, começou a preparar e a entregar pratos saudáveis. E, este ano, abriu a sua cozinha no Sudoeste. “Cozinhar não é apenas minha profissão, é minha paixão”, afirma Guilherme, que foi fortemente influenciado pela família da mãe, que é do Pará. Como quase toda boa história de um chef, sua primeira escola foi em casa, ou melhor, em família, pois, segundo ele, no lado paraense todos são de cozinha. Comida igual à que Gui Cruxên oferece até já tem por aí, mas a ideia dele vai além: entregar tudo feito no dia, com alimentos frescos, sem conservantes e com temperos como sal rosa e azeite de oliva. “Sempre que possível, verduras e legumes são orgânicos”, comenta o chef, que compra de agricultores familiares do Distrito Federal, valorizando a produção local, apesar da grande dificuldade de encontrar tudo orgânico sempre.

13


ÁGUANABOCA

Que delícia de praça! POR VICENTE SÁ

S

14

erá que você consegue imaginar uma praça descolada e diferente, tão diferente que até muda de lugar a cada seis meses? Uma praça com cadeiras de praia e uma decoração ousada, que seja ladeada por contêineres coloridos, cada um abrigando uma lojinha diferente, onde você pode adquirir drinks especialíssimos e comidinhas transadas, como kebabs, racletes e baguetes? Se você não conseguiu imaginar, não tem problema: ela já existe. Chama-se Praça Contém, passou seis meses na 105 Norte e agora está ocupando o gramado ao lado da Funarte, no Eixo Monumental, próximo à Torre de TV. O projeto do cenógrafo Sandro Biondo nasceu de uma viagem que ele fez à Alemanha, onde se entusiasmou com a utilização de contêineres para as mais va-

riadas atividades. De volta, resolveu colocar um pouco de tropicalismo na coisa e criar a praças de cadeiras de praia cercadas de contêineres de serviços. Com a parceria dos amigos Ana Júlia

Melo, André Pires e Lucas Tobias e do designer Felipe Fonseca, surgiu a Praça Contém, projeto que busca ocupar os locais vazios da cidade mostrando uma identidade candanga, com culinária e bebidas especiais e um centrinho cultural com espaço para os talentos da arte local. Assim, envolvendo a praça, temos um círculo de bambus e dentro dele outro círculo, com três contêineres: o do Mimobar, para drinks e bebidas em geral; o de culinária, que traz os quiosques Katarlounge, de narguilés, Calil, de cozinha contemporânea, Swiss, de queijos e racletes, e Mostaza Burguer, cujo nome explica o cardápio; e o CCCM, Centro Cultural Contém/Mimobar, com galeria, espaço para shows musicais e filmes. Neles, o cliente pode adquirir sua comida e bebida e voltar para saborear no centro da praça, em cadeiras de praia e mesas de tonéis reaproveitados.


No Mimobar você pode adquirir cervejas long necks ou drinks assinados pela mixologista Júlia Santa Rosa. O cardápio é composto por spritz, gins e vodcas refrescantes, ideais para serem aproveitados no final da tarde em uma boa roda de conversa ou assistindo ao pôr do sol. E como o projeto gira em torno da sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, existe o incentivo ao reuso de descartáveis. Assim, cada reutilização de taça ou copo dá direito a um desconto de dois reais no segundo drink. O projeto também utiliza a água usada na pia para, depois de filtrada por plantas, irrigar a mini horta de hortelã e manjericão utilizados nos drinks do Mimobar. No Calil, você tem kebabs de carne e vegetariano a R$ 20 e a porção de sacanagem, aquele petisco de nome malicioso

com tomate cereja, salsicha, queijo prato, queijo muçarela, azeitonas, salaminho e manjericão, acompanhada de molho de iogurte (R$ 16). No Swiss, você encontra racletes especiais com preços que vão de R$ 25 a R$ 35 e sanduíche de camarão a R$ 35 e de lagosta a R$ 40. Na Mostaza Burguer, os hambúrgueres são artesanais e os pães especiais. Destaque para o mostaza bacon e o mostaza burguer, acompanhado de cebola caramelada (R$ 25, ambos). A praça tem no centro uma decoração temática que torna o ambiente mais descontraído e que muda a cada 30 dias. De qualquer ponto você pode ouvir a música que vem do CCCM, “o menor centro cultural do mundo”, como brincam os organizadores. Nele também são passados filmes, acontecem shows e exposições. Atualmente o artista Muha Bazila

está expondo sua Strike the Pose, uma dezena de aquarelas que sublinham os passos do lendário Willi Ninja, dançarino de voguing. Os organizadores do projeto avisam que o CCCM está aberto aos artistas da cidade tanto para exposições como para apresentações musicais, lançamentos de livros e teatro. É só fazer contato. Muita gente que conheceu a Praça Contém na 105 Norte já aprendeu o novo endereço e a tendência é que ele volte a encher nos dias em que não chover. A proximidade com a Sala Funarte já está rendendo frutos: recentemente, um grupo de dançarinos de tango que se apresentava ali continuou a dançar na praça, para delírio dos frequentadores. Praça Contém

Gramado ao lado da Sala Funarte, no Eixo Monumental. De 4ª a 6ª feira, a partir das das 17h; sábado e domingo, a partir das 16h. Entrada franca.

Fotos: Bruno Cavalcanti

O que rola

15


PICADINHO

Tempo de inaugurações Para todos eles, a palavra de ordem é driblar a crise. Assim, para nossa surpresa, contabilizamos nas últimas semanas mais de uma dezena de inaugurações de casas gastronômicas. Duas são temas de matérias mais extensas nesta edição: o Floreio Bistrot (página 10) e o argentino LaaP (página 11). As outras são essas aí:

Raimundo Sampaio

Ouriço

seus hambúrgueres e sua batata rústica. O projeto arquitetônico da nova casa leva a assinatura das designers de interiores Lany Bandeira e Liza Sanvi, que contaram com a colaboração do artista Glaiton Domingos. No cardápio, a novidade são os hambúrgueres em versões vegetarianas, um de shitake com queijo cheddar, maionese caseira, alface americana e pão australiano e outro de grão de bico com cream cheese, maionese caseira e salada (R$ 24, ambos).

Maceió) Deco Sadigursky abriu de uma só vez mais duas unidades, nas quais investiu R$ 1 milhão, gerando 50 empregos diretos e 25 indiretos. Uma fica no Sudoeste (CLSW 302, Bloco B, tel. 3344.8791) e a outra em Águas Claras (Shopping DF Plaza, às margens da EPTG). Como não poderia deixar de ser, uma versão vegetariana também foi incorporada ao cardápio: o Super Brie (R$ 24). Os demais hambúrgueres têm preços entre R$ 15 a R$ 24. Em 2018 deverão ser abertas mais três unidades em Brasília, uma em Maceió, uma em Goiânia e duas em Belo Horizonte.

The Black Beef Ostras frescas, vindas de Santa Catarina, são um dos destaques do Ouriço (SHIS, QI 21, Bloco D, tel. 99558.0179), novo restaurante do chef Thiago Paraíso, do Saveur Bistrot, também no Lago Sul. Especializado em frutos do mar, o cardápio oferece bruschetta de camarões com queijo, carpaccio de vieiras e tartare de atum como opções de entrada. Entre os pratos principais, que podem ser individuais ou compartilhados, estão lagosta grelhada, parmegiana de camarões e moqueca com arroz ao alho e farofa de banana. Com capacidade para 46 pessoas e arquitetura de Lena Vieira, o local ganhou contornos de ondas do mar.

Divulgação

Chiquinho Sorvetes

Apenas quatro meses após aportar em Brasília (na 402 Sul, Bloco B, tel. 3225.78991), a hamburgueria do chef baiano (radicado em

Esse já está mais do que familiarizado com Brasília. E não para de investir aqui. Sua mais nova unidade no DF – a 20ª – é um quiosque de 12m2 no Shopping Riacho Mall (QN 7, Área Especial 1, Riacho Fundo), onde os clientes podem saborear casquinhas, milkshakes e sundaes. “Esse território apresenta alto potencial para os negócios e queremos ampliar ainda mais nossa atuação nas redondezas. O público se identifica com nosso portfólio e valoriza a qualidade dos nossos produtos”, comemora Rainer Faria, sócio proprietário da holding CHQ, detentora da marca Chiquinho Sorvetes.

Geleia

Pedro Augusto

Leonardo Maia Arquitetos

A febre das hamburguerias atingiu o Setor Sudoeste duas vezes neste mês, com a inauguração de uma unidade da brasiliense Geleia e outra da alagoana The Black Beef. A da Geleia, localizada no Bloco C da CLSW 105 (foto), é a quarta loja do grupo (as outras ficam no Gama, Santa Maria, Samambaia e Águas Claras), que fez fama na cidade com

16

Mangai Após quase uma década de sucesso no Centro de Lazer Beira Lago, próximo à Ponte JK, esse ícone da comida nordestina abriu sua segunda unidade brasiliense no Shopping ID, no Setor Comercial Norte, com 1.100m2, 95 funcionários e capacidade para atender simultaneamente até 350 pessoas com o mesmo cardápio das demais unidades. No almoço, bufê com mais de 200 opções; durante a tarde e à noite, além do bufê, servirá lanches (tapiocas, queijos, pães, cuscuz), comidinhas nordestinas e pratos para compartilhar. Na happy hour, das 17 às 20h, chope e caipiroscas com descontos especiais.


Viva La Quiche!

No dia 7 de dezembro foi a vez do empresário Guto Jabour abrir as portas da primeira loja física de seu GB Vinhos, no Shopping Iguatemi (Piso 2, tel. 3797.0003). A largada foi em grande estilo, com degustação de uma linha de espumantes da vinícola italiana Foss Marai, representada por Rafaela Cançado (com Guto na foto). Maior clube de vinhos on line do DF e um dos maiores do país, o GB parte agora para a venda direta aos consumidores, oferecendo uma carta de 150 rótulos – tintos, brancos, rosés e espumantes – com preços que vão de R$ 25 a R$ 9 mil (é quanto custa o Solaia Magnum, da célebre vinícola italiana Antinori).

Estúdio Criativo

Caminho semelhante tomou a Viva La Quiche! Até agora funcionando exclusivamente no sistema de delivery, acaba de inaugurar uma loja na 407 Sul (Bloco D, tel. 3033-4030). “O período de adaptação foi muito importante para acertarmos o atendimento e alguns problemas de infraestrutura”, afirma a proprietária, Valéria Morais. O cardápio foi turbinado com quatro sabores salgados, três doces, uma salada e um creme de ervilha. A expansão para uma loja física estava nos planos da empresa desde a sua concepção, fruto de um longo processo de pesquisa e análise de mercado. Na loja, os apreciadores dos quiches passaram a ter a possibilidade de harmonizá-los com vinhos, cervejas especiais, sucos e refrigerantes.

CowTainer

Divulgação

Marcus Oliveira

GB Vinhos

Bem na entrada do Pier 21 acaba de vir à luz o CowTainer, confortavelmente instalado em cinco grandes contêineres. Costela de boi (foto) e cervejas artesanais são as especialidades da casa, comandada pelos empresários Marcelo Dantas (Beirute) e Márcio Schettino (Empório Santo Antônio). São três ambientes, com capacidade para 120 pessoas: uma varanda no térreo, que abriga a maior parte das mesas, uma sala mais reservada no andar superior, própria para grupos menores, e um grande balcão onde os clientes podem tomar seu chope e saborear os petiscos do cardápio.

17


GARFADAS&GOLES

Natal e Ano Novo:

LUIZ RECENA

lrecena@hotmail.com

novos?

O doce perguntou ao doce: qual era o doce mais doce? E o doce respondeu ao doce: o doce de batata doce! O título e a linha seguinte esvaziam qualquer dúvida filosófica: não há nada de novo nos doces, nos natais, nos reveións. A humanidade avançou tanto que parou no tempo. Tento sempre lembrar aos meus amigos de esquerda que a dialética está acima, anterior aos “ismos” (marxismo, capitalismo. socialismo, sexismo, cervejismo, feminismo, etcsismo...). A dialética é. Ponto com. O Natal é igual: Papai Noel existe. Quer negar e reclamar? Negue e reclame! Mas saiba que está perdendo tempo (e se for candidato estará perdendo votos!). É Natal! Oh, tempo de lembranças! Como decidir entre um Chapadão tinto, de tampa de ficha, e um Jaguari branco, de rolha? Os natais ficam minúsculos diante da grandeza dos fígados juvenis. Olhar o tempo é um exercício de dezembro. É imperativo. Vamos nessa!

GIL GUIMARÃES deu pinote e conquistou São Paulo com a napoletana, vera pizza italiana. Ganhamos em qualidade e referência nos Baco das asas Sul e Norte. E Brasília ganha em exposição nacional.

o CA Norte. E no meio dessa confusão, o Trow. Os meninos, para nossa sorte, investiram nas lendas nórdicas e fizeram um belo bar. Agora, com um cozinheiro pernambucano, vai voar ainda mais alto.

NO LAGO NORTE a Quituart continua com seus bastiões e sebastiões, tocas e cavernas, mas com duas novidades boas: o Twuin, de lei e ordem, mas que não está nem aí para piscadelas, cílios ou pestanas. E se o Paulinho não entender, que mais não diga, porque falou mal em hora errada. Assunto para 2018. A outra boa nova é o Luís e sua Porchetta. Ou a Porchetta e o Luís: sabor e simpatia, quem veio primeiro? Não importa, vamos curtir os dois.

ALGUNS CLÁSSICOS devem ser lembrados. O aniversário do Dom Francisco e o barco singrando o Paranoá como um cisne branco em noite de lua. Os novos cardápios do Manoelzinho no Tejo. Harmonias dignas de sinfonias. Por fim, mas não menos importante, o passeio japonês pelas borbulhas estelares e milionárias de Armand de Brignac. Comida crua e defumada podem combinar, sim, com um belo e verdadeiro champanhe francês.

PONTE É DA BRAGHETO e não masculina e machista. Era uma construtora e não um riacho, acho, hoje só eu e o Ari Cunha, que, aliás, me ensinou a história, sabemos disso. Vimos, lemos e ouvimos, mas ninguém mais presta atenção. Vidas que seguem, entre rorizes e rolembergues. Quase uma rima.

A DERRADEIRA NOVIDADE vem... do Venâncio 2000!. Quem diria, este colunista a elogiar shoppings e maracanãzinhos de alimentação... Mas meus bons votos estão à saída do prédio, na DOC Vinhos. Jovens e empreendedores, proprietários e vendedores armaram um belo time, conhecedores do que fazem, solícitos e educados, ajudam quem entra para comprar. Não tem tempo perdido.

PASSADA A PONTE, o encanto da surpresa: o bico inicial do Lago Norte mudou. O que chamávamos, com o regulamentar preconceito, de “alpes suínos” virou o Varjão. E antes dele,

18

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!


PÃO&VINHO

Preferências do ano Neste dezembro, encerrando nosso ano de Roteiro, em vez da tradicional coluna sobre espumantes prefiro trazer uma seleção de alguns dos meus tintos preferidos degustados em 2017. Iniciamos pela minha descobeta nos nossos hermanos vizinhos. A Domaine Bousquet faz logo ali em Tupungato, dentre outras maravilhas de alma francesa, o excelente Gaia, que em 2013 apresentou ótimo resultado no seu corte 50% Malbec, 45% Syrah e 5% Cabernet Sauvignon. De cor violácea, traz todo o bosque em frutas no aroma e com húmus e trufas no paladar. Delicioso e gastronômico por um preço muito atraente na Winemania. De logo mais ao norte o grande Montes Alpha M 2011, de cor rubi intensa, taninos aveludados, com nariz a frutas vermelhas maduras, toques de cedro e canela e boca com baunilha e café. Grande como sempre. Atravessando o Atlântico, em uma passada pelo sul da terrinha, o top de Paulo Laureano, seu Alicante Bouschet 2008, mostra por que ele é considerado o mestre absoluto dessa casta. Ameixa e chocolate com toques de menta e carne curada ao nariz, boca equilibrada e gastronômica, trazendo um delicioso toque defumado. Um gigante para mais dez anos. Da vizinha Espanha, dos meus preferidos, o Casa Cisca 2012 da Família Castaño, os reis da Monastrel, é dos melhores de todo o ano. Vinho escuro, impenetrável, encorpado, mas muito sedoso e bem equilibrado. Muita fruta madura, em geleia e deliciosas especiarias. Na boca é elegante, untuoso, de grande estrutura. Inesquecível. Logo ao lado, para mim ainda a melhor origem vínica, a França, pode nos dar o que há de melhor no mundo do vinho. Iniciamos pelo Figure Libre Cabernet Franc 2009, para mim até o momento o melhor vinho do Languedoc que provei. Opaco na cor, com fragrâncias de cerejas negras,

ALEXANDRE FRANCO pao&vinho@agenciaalo.com.br

cassis e toque apimentado. Na boca, percebe-se o carvalho bem integrado e algum grafite. Encorpado e redondo, mas bem temperado, com uma acidez que o leva à gastronomia, final longo e elegante. Muito bom! Em seguida, vamos a Chateauneuf-du-Pape, Domaine Les Escondudes 2013. A região comumente produz cortes de muitas castas juntas, mas esse exemplar é um 100% Grenache. De cor rubi brilhante, apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, algum morango e algo apimentado, além de tons terrosos. Na boca, apresenta taninos delicados e ótima acidez. Vinho bem equilibrado e perfeito para acompanhar um cordeiro. Daí à minha região vínica preferida em todo o mundo: a inigualável Borgonha. Primeiro, o Savigny-les-Beaune 2010 do Domaine Pavelot. De cor rubi clara, abre com delicados aromas de frutas do bosque e evolui para tons de terra. Na boca traz toques minerais e graníticos. Elegante, sensual e saboroso. Subindo um pouco o nível fomos a outro Savigniy-LesBaune, agora um Hospices de Baune 2011 Premier Cru de Pierre André. Cor rubi, aromas de cerejas vermelhas e negras com agradável toque de couro. Palato com pimenta doce e algo trufado. Muito saboroso e gastronômico. Excelente! E, por fim, no topo do Olimpo, o Vosne-Romanée de Camile Giroud 2008. Rubi brilhante, mais que generoso em frutas vermelhas. Abre com clara framboesa e pimenta doce. Boca de groselha, com boa densidade e estrutura em taninos bem integrados à imensa fruta. Maravilhoso! Para finalizar, não poderia me furtar a um exemplar da Bota. E tinha de ser o ótimo Brunello 2012 de Pian delle Querci. Típico Brunello moderno, de cor rubi brilhante e nariz com frutas vermelhas e notas de chocolate. O palato é complexo, com frutas de bosque, trufas e ervas. Ótima acidez, como cabe a um italiano de estirpe, de bom corpo e muita gastronomicidade.

19


DIÁRIODEVIAGEM

Um novo soberano

em Versalhes

POR MÔNICA SIQUEIRA

I

20

r à França e visitar o Palácio de Versalhes, 20 km distante de Paris, passou a ter um charme a mais. Há menos de um ano o super chef estrelado Alain Ducasse inaugurou naquele local, símbolo máximo da monarquia francesa, o restaurante Ore, uma volta no tempo e na história, com reinterpretações dos prazeres da cozinha francesa. Atraídos por essa novidade, resolvemos fazer uma reserva de almoço para 11 de outubro passado, justamente na data em que foi lançado um documentário sobre Monsieur Ducasse. Assim que chegamos, ainda encantados com a beleza e a grandeza daquele palácio de 2.153 janelas e 700 quartos, pudemos constatar o vai-e-vem de funcionários da equipe do chef francês que preparavam os salões privativos do restaurante para o lança-

mento oficial do filme La quête d’Alain Ducasse, algo como A busca de Alain Ducasse, ainda inédito no Brasil. Dirigido e produzido pelo roteirista e

jornalista Gilles de Maistre, o filme é resultado de um período de dois anos no qual o cineasta seguiu os passos do chef com o propósito de traduzir seu processo


que na maioria dos outros restaurantes estrelados, e sem perder o brilho. De entrada resolvemos optar por um frois gras de pato confitado com marmelo, salmão com creme de limão e zimbro e pão de sarraceno. O prato principal trouxe deliciosas vieiras com abóbora e molho ácido e filé mignon com batatas em camadas e fois gras frito (foto à esquerda). De sobremesa, um souflé de pistache. Dito assim, parece algo simples, só que nada é simples quando se trata de Ducasse. Para quem quer exclusividade, o Ore oferece a possibilidade de jantares privativos com cerimônias que reinterpretam três séculos de tradições, com rituais à mesa, receitas e produtos do passado com diversos formatos e número de pessoas. Nos meses de junho e setembro há eventos noturnos (“Les grandes eaux nocturnes”) nos jardins de Versalhes, onde é possível jantar e ainda assistir à queima de fogos ao som de uma orquestra barroca em meio a um show de luzes no Grand Canal. Nada mau. No Réveillon deste ano Versalhes reviverá os ricos cenários do Rei Sol, com garçons vestidos a caráter e um cardápio de oito pratos, vinhos e champanhes. A reserva custa 1.000 euros (R$ 4 mil, aproximadamente) e deve ser feita no e-mail evenement@ducasse-chateauversailles.com.

Como diz o próprio chef no documentário recém-lançado, o Palácio de Versalhes é mágico. Monsieur Ducasse também é. Ore

Castelo de Versalhes – Pavilhão Dufour, 1º andar. Reservas: 33-1-30841296 ou ore@ducasse-chateauversailles.com Fotos: Divulgação

criativo e descobrir as razões de seu sucesso no mundo da gastronomia, sucesso esse que se expande e atravessa fronteiras de sete países onde se localizam seus 23 restaurantes, três deles com as cobiçadas três estrelas do Guia Michelin (Plaza Athénée, em Paris, Le Louis XV, em Mônaco, e Alain Ducasse at the Dorchester, em Londres). Quando passávamos pelas salas que levam aos ambientes privativos, um dos funcionários do Ore nos apresentou, orgulhoso, vitrines de três metros de altura onde se viam as famosas porcelanas Bernardaud e demais utensílios, estilo Louis XV, da marca Ercuis, todos folheados a ouro. E nos revelou que as baixelas e taças ali expostas são em número suficiente para receber com elegância mais de 500 privilegiados convidados. Fomos informados também de que todas as receitas do Ore – boca, em latim, e uma referência à forma como os antigos cozinheiros de Luís XIV se referiam à preparação do cardápio do rei, “le bouche du Roi” – são elaboradas com os produtos orgânicos cultivados no próprio palácio, em plenos domínios de Maria Antonieta e Luís XVI. O Ore oferece menus de café da manhã, almoço e chá da tarde a preços que variam de 20 a 80 euros, menores até do

Alain Ducasse e Mônica Siqueira

21


Divulgação

DIA&NOITE

océueaterra Foi a curiosidade sobre a profundidade subterrânea, que abriga seres cuja existência pode remontar ao surgimento da vida, que despertou o interesse de Isabela Couto para o trabalho exposto em sua primeira mostra individual. “São vidas que existem há milhões de anos e que ainda hoje permanecem desconhecidas. Nossa ignorância a respeito desses seres é tão grande quanto sua quantidade”, afirma a artista plástica brasiliense. Com curadoria de Cinara Barbosa, a exposição em cartaz no Elefante Centro Cultural (706 Norte) apresenta instalações artísticas com desenhos, aquarelas e objetos. Alguns trabalhos levaram mais de seis meses para serem concluídos, em razão dos detalhes e das dimensões. Com desenhos de 1,5 metro e aquarelas de 2 metros, Isabela mostra sua direção na contramão de um mundo instantâneo que não permite a pausa. Na primeira parte da mostra, o visitante terá contato com as instalações intituladas A queda e A criação. Na segunda estão as obras O subterrâneo e Caminho. Em cartaz até janeiro, com entrada franca.

sómulheres Divulgação

gelonoparque Não basta ser uma pista de patinação montada durante o verão no Parque da Cidade. Melhor é ser uma megapista de patinação no gelo em pleno Parque da Cidade. O lugar onde a diversão está não poderia ser mais tradicional: o parquinho do foguete, que marcou a infância de muita gente boa da cidade. São 1.600m² de área coberta, sendo 600 m² de pista de patinação que pode fazer a alegria de 150 pessoas simultaneamente. Para os pais que levarem os filhos, mas não quiserem patinar, há uma área de espera para acompanhantes e um parque temático da Galinha Pintadinha para os menores, além de praça de alimentação para se fazer uma boquinha a preços populares. A diversão ficará no estacionamento do parquinho do foguete até 28 de janeiro, funcionando de segunda a sexta, das 12 às 23h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 23h. Ingressos a R$ 30 (meia hora) ou R$ 50 (uma hora), de segunda a sexta-feira. Aos sábados, domingos e feriados, R$ 35 e R$ 60. Os carrinhos para crianças de dois a quatro anos custam R$ 30 (por 15 minutos) de segunda a sexta-feira e R$ 35 aos sábados, domingos e feriados. Para a brincadeira com a Galinha Pintadinha os ingressos saem por R$ 15 (30 minutos) mais R$ 5 a cada cinco minutos ou fração.

sensaçãodefesta No dia 7 de abril do ano que se aproxima, o Estádio Mané Garrincha, vai se transformar num imenso nigthclub internacional. Ele será sede da Sensation Oficial Brasil, uma festa que transforma as maiores arenas do mundo em gigantescos nigthclubs e é famosa por já ter reunido dezenas de milhões de pessoas vestidas de branco. Realizada em diversos países, esteve recentemente na Holanda, na Austrália e nos Emirados Árabes. De acordo com um dos organizadores, Marcelo Flores, da produtora Playcorp, há 18 anos cada nova edição é inaugurada em Amsterdã. "Este ano, porém, decidimos, pela primeira vez na história da Sensation, lançar a próxima aqui no Brasil, porque a festa tem alta aderência com o perfil dos brasileiros, proporcionando emoção, intensidade, beleza e alegria”. A Sensation Brasil receberá uma edição nunca antes vista em nenhum outro lugar do mundo, com muitos efeitos de pirotecnia, lasers, show de luzes, acrobacias e coreografias. Estima-se que a festa reúna mais de 60 mil pessoas vestidas de branco em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, divertindo-se ao som dos melhores artistas da e-music. Ingressos entre R$ 165 e R$ 1.065, à venda em www.ingressorapido.com.br e www.sensationbrasil.com.

Divulgação

Divulgação

22

Ana Lúcia Laudares, Ana Pimentel, Angélica Bittencourt, Eusanete Sant’Anna, Junira M. Klein, Malu Perlingeiro, Maria Alice Prata, Roselena Campos, Salma S. Manzano (foto) e Socorro Mota são as artistas plásticas de diferentes regiões do país que apresentam seus trabalhos na exposição Elas & Elas no Pátio. Estão lá obras elaboradas com diversas técnicas, tendências e estilos, respeitando a individualidade de cada artista. Até 31 de janeiro, no espaço Pátio Galeria, no 1º piso do shopping, com entrada franca. Informações: 2107.7400.


Divulgação

pequenocineasta As férias de janeiro terão sabor de cinema para as crianças e adolescentes que participarem do Festival Internacional Pequeno Cineasta, entre os dias 4 e 21. Com o objetivo de apresentar e qualificar a produção audiovisual infanto-juvenil do Brasil e do mundo, o CCBB apresenta extensa programação de oficinas gratuitas e filmes premiados pelo júri oficial e popular da última edição realizada no Rio de Janeiro. O destaque vai para o filme australiano Ironia, vencedor na categoria internacional. Criado e dirigido pela atriz e produtora Daniela Gracindo, em 2010, o festival promove um grande debate sobre o universo infantil, discutindo os conceitos educacionais atuais e os valores dentro da diversidade cultural. Em suas seis edições anteriores, exibiu cerca de 500 filmes de 28 países, atingindo um público de 36 mil pessoas. “A cada ano percebo uma evolução no uso da linguagem cinematográfica e, consequentemente, na qualidade dos filmes inscritos”, avalia Daniela Gracindo. Na edição de 2018 serão exibidos mais de 50 curtas-metragens feitos por crianças de diferentes nacionalidades e idades. Mais informações: www.pequenocineasta.com.br.

músicanaconfraternização

rougeestádevolta

Ana Art

As menininhas que curtiram a banda sucesso no início dos anos 2000 podem se preparar para rever as cinco integrantes da Rouge em show marcado para 24 de março no Net Live Brasília. É uma comemoração dos 15 anos do grupo, ainda com sua formação original: Lissah Martins, Karin Hills, Lu Andrade, Aline Wirley e Fantine Thó. Criado em 2002 no reality show Popstars, a banda estorou com a música Ragatanga e vendeu milhões de cópias no Brasil. Inspirado em girls bands estrangeiras como as Spice Girls, o grupo se separou em 2005 e desde 2012, após muitos pedidos de fãs, vinha ensaiando a volta aos palcos. Em 2018 a banda gravará um DVD com momentos dos shows pelo Brasil. Ingressos entre R$ 45 e R$ 300, já à venda em www.eventim.com.br, na loja Eventim do Brasília Shopping (Piso G2), em A loja.com (307 Sul), na Fnac ParkShopping e na boate Victoria Haus (SAAN).

A trilha sonora tem programação variada que vai da MPB ao jazz. Quem estreou no palco da Happy Hour do Conjunto Nacional foi Alysson Takaki, no dia 14. Depois foi a vez de Myrian Greco. Outros cantores conhecidos da cidade têm presença confirmada às quintas e sextas-feiras de dezembro, das 18 às 21h, na área gastronômica da Ala Norte, primeiro piso. O projeto foi feito especialmente para os encontros e confraternizações de amigos que querem atrair bons fluidos para 2018. Na quinta, 21, quem garante o astral da happy hour é Mirian Marques, que interpreta grandes sucessos do jazz internacional e da MPB. No dia seguinte, o palco será ocupado por Leonel Laterza (foto), o mineiro de Uberaba que escolheu nossa cidade para morar e é uma das vozes mais conhecidas da noite brasiliense. Dia 28 de dezembro, quinta-feira, o aquecimento do Réveillon ficará a cargo de Sérgio Pingo, que já participou do musical Veja você Brasília, de Oswaldo Montenegro. Dia 29 de dezembro, sexta-feira, o projeto se encerra com o Antena Um Duo, no formato voz, violão e contrabaixo, mostrando os clássicos que fizeram sucesso nas décadas de 70, 80 e 90. Entrada franca.

bêabach

Divulgação

Eros Lima de Nardi

Quatro atrizes tocando flauta, violão e violoncelo interpretam os clássicos de Johann Sebastian Bach (1685-1750) enquanto dançarinos se transformam em seres fantásticos, objetos e pessoas da época do compositor alemão. De 4 a 14 de janeiro, o CCBB apresenta o espetáculo Bê a Bach, definido por seus idealizadores como “uma viagem multissensorial que apresenta a música clássica a crianças a partir de um ano de idade por meio de movimento, formas e cores”. Resultado da união das companhias Furufunfum e Noz de Teatro, Dança e Animação, tem direção de Anie Welter e Marcelo Zurawski. Gostar de Bach, reconhecer que sua música provoca a imaginação e pode ser divertida foram os motivos que levaram as duas companhias a realizar seu primeiro espetáculo juntas. Quinta-feira, às 15h, e de sexta-feira a domingo, às 15h e às 17h. Duração: 50 minutos. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.

23


CAIANAGANDAIA

O melhor do Réveillon A

24

no novo, nada melhor que Vinícius de Moraes, um cara que entendia de felicidade. Junto com Antonio Carlos Jobim, mandou essa: “A felicidade é como a pluma/ Que o vento vai levando pelo ar/ Voa tão leve/ Mas tem a vida breve/ Precisa que haja vento sem parar”. Portanto, rime breve com leve e na virada de ano passe flutuando com o seu amor e os seus amores. Um beijo, um brinde, tudo se renova. Dia 1° é igualzinho Quarta-Feira de Cinzas. Uma ressaca, pra tudo começar de novo! Já que o mandamento número um, ser feliz, está entendido, vamos ao mandamento número dois: escolher um lugar de animação e mesa farta, no roteiro selecionado que segue, para fazer a contagem regressiva e celebrar a virada com boas vibrações e ventos. No dia 31 de dezembro, a partir de 22h, é assim que a felicidade voa pelo ar. Começando pela popular virada de ano na Esplanada dos Ministérios e na Prainha dos Orixás (ao lado da Ponte das Garças, Lago Sul). A Secretaria de Cultura garante que a festa nos dois pon-

tos terá estrutura capaz de atender às demandas da população. Na Esplanada, além da queima de fogos, o bloco Os Filhos de Gandhi, Joelma (ex-Calypso) e Alcione garantem um sonzão pra deixar o pessoal de alma lavada, chova ou não na noite de Ano Novo. Na prainha dos Orixás, o samba também deve dar o tom, com as atrações a serem anunciadas em breve pelo GDF. Que tal o Réveillon com Luz & Harmonia, do Iate Clube? Uma das festas mais tradicionais e disputadas da capital terá a decoração do salão social do clube assinada pelo cenógrafo Ricardo Azevedo e bufê do premiado El Hajj. A tradicional queima de fogos na virada dura dez minutos (na foto acima, a do ano passado), com a animação da Bateria Nota Mil. A festa vai até às 4 da manhã, ao som da Yellow Band e DJs do grupo Toccatta. Para as crianças, brinquedoteca e berçário. “Alto padrão”, como promete o comodoro Rudi Finger. Detalhes de preços e reservas de mesas no Espaço Concierge do Iate. Sócios e não sócios bem-vindos.

Grande pedida também é o Baile de Máscaras da Asbac (Setor de Clubes Sul). O Réveillon no clube do Banco Central tem como inspiração os antigos bailes de máscaras, prometendo elegância e mistério, em um recanto de vista privilegiada para os fogos sobre o Lago Paranoá. Bufê e open bar de requinte e fartura. Trilha sonora a cargo da banda Satisfaction. Quem for ao Réveillon da Asbac poderá desfrutar da Cassinera, com jogos de cassino tipo blackjack e roleta. Detalhe: a Asbac avisa que, seguindo a legislação brasileira, as apostas nas mesas não envolvem dinheiro e nem geram qualquer lucro ou prejuízo. Mesmo assim, que a sorte esteja ao seu lado no ano que se inicia. Vendas à vista ou ​​no cartão de crédito. Fotos: Divulgação

POR HEITOR MENEZES


comando da banda No Grau. Reservas em www.eventos.cocobambu/reveillon-brasilia. Sabe o clima rústico-sofisticado do Oliver, o restaurante localizado no aprazível Clube de Golfe? O Réveillon naquele espaço deve ser dos mais chiques, pois a casa promete unir a sofisticação de seu cardápio à ceia de Ano Novo, tudo emoldurado por uma das mais belas paisagens que Brasília oferece. A festa terá a cantora Adriana Samartini no comando, VJs e mesa exclusiva para os amantes da Veuve Clicquot: a Yellow Table, decorada especialmente para dez convidados desfrutarem do champanhe favorito das celebrações, do bufê assinado pelo chef Nilson Favacho e da mesa de sobremesa da chocolatier Renata Diniz. Para os guris, brinquedoteca e espaço soninho. Crianças até seis anos não pagam; de sete a 12 anos pagam R$100; e adultos pagam R$ 500 (mesa normal) ou R$ 650 (Yellow Table). O menu é all inclusive (comida e bebida fartas a noite inteira). Do outro lado da cidade, a Bamboa Brasil, localizada no Setor Hípico, oferece três ambientes em seu Réveillon Gold, com open bar e open food, além de café da manhã. As bandas Mistura Perfeita e

Carnavalia e o DJ Pedro Blower embalam a Área Premium. Já na Área Gold, a música fica por conta da dupla brasiliense Willian & Marlon, do cantor Thiago Nascimento e do DJ residente Gusttavo Carvalho. O terceiro espaço é a tenda Social do DJ, montada na área externa. Lá o som é eletrônico, com os DJs Thon Francys, Pedro Blower, e Gusttavo Carvalho nas carrapetas até o sol raiar. Ingressos na bilheteria da danceteria ou em www.bilheteriadigital.com.br. E um Ano Novo em meio a budas gigantes, mitológicos barongs, ganeshas e dragões? Em Bali? Não, em Brasília, no Taj Lounge Bar (Clube de Engenharia, no Setor de Clubes Sul). Além das ilhas de frios, sushis e finger food (no esquema open bar/open food), a casa recéminaugurada aposta na sofisticação do ambiente (foto abaixo) e das escolhas musicais para atrair o pessoal mais descolado. O line-up conta com a DJ Thais Katze e Jonas Campelo, no sax ao vivo; o cantor Lumi (finalista do programa The Voice), além dos DJs 3VO, Raff e Lizzo, mandando essencialmente deep house pra galera. Ingressos a partir de R$ 750 (pista). Ingressos em reservas.bsb@tajbar.com.br. Haruo Mikami

Ali no Setor de Clubes Sul, outro Réveillon do bom é o do Cota Mil. O bacana aqui é o clima praiano, à beira do Lago Paranoá. O clube promete show pirotécnico na virada, bufê impecável e animação musical com o grupo Terminal Zero. Para os kids, brinquedoteca e espaço soneca monitorado pelo WhatsApp. Ai, os tempos modernos! Informações: www.cotamil.com.br. Outro nas cercanias do Setor de Clubes Sul que promete festa de qualidade (e com muita música eletrônica!) é a Associação dos Servidores do STJ (Avenida das Nações), cujo Réveillon Vilarejo é uma espécie de dois em um. Duas festas em uma. Quem entrar no clube a partir de 21h do dia 31, pagando, claro, festeja o Réveillon com tudo a que tem direito – o open bar e o open food. Aí, já em 2018, às 5 da manhã começa o after-party, sem a boca-livre dos bons tempos. Esse after-party rola até o meio-dia de 1° de janeiro, com um detalhe: entrada grátis, for all, bastando apresentar pulseiras, fotos, canhotos de ingressos de quaisquer outras festas onde o festeiro se fez presente. O Réveillon Vilarejo escalou mais de 20 DJs para o evento. Ano Novo ao som desse grande guarda-chuva chamado música eletrônica. Reservas na secretaria do clube. Saindo dos clubes, vamos para a Asa Sul, onde o aconchegante e familiar atende pelo nome de Carpe Diem (comercial da SQS 104). O cardápio do tradicional restaurante leva a assinatura do chef Fernando La Rocque, indo da salada maionese de camarão ao bacalhau à Lagareira. Alta madrugada, muito champanhe depois, vai descer um creme de abóbora com laranja e canela para recobrar a energia. No som, a banda Galeria. Para a criançada, um parquinho coberto, para a felicidade ficar completa. R$ 250 por cabeça. Crianças até quatro anos não pagam; as de cinco a 12 pagam R$ 100. Reservas no local com os gerentes. E o que dizer do três-em-um do Coco Bambu? Em cada unidade do restaurante – Lago Sul, Brasília Shopping e Águas Claras – rola uma festa diferente, em comum o mesmo cardápio de qualidade no qual reinam os frutos do mar. No Lago Sul quem comanda a música é o brasiliense Guga Camafeu, que muitos devem conhecer do programa do Faustão, da Rede Globo. No Brasília Shopping a atração é Alysson Takaki e Banda, enquanto em Águas Claras o som fica ao

25


Divulgação

CAIANAGANDAIA

26

Nossa praia Detalhe importante que promete iluminar o Réveillon: dia 1° vai ter uma baita lua cheia! Se dermos a sorte de não chover nem o céu ficar muito nublado, a noite do Ano Novo promete ser uma das mais lindas, por todos os motivos relacionados. Sendo assim, privilégio vai ser estar no Pontão do Lago Sul. Um dos espaços mais bonitos da cidade, à beira do Lago Paranoá, tem também um dos mais disputados e organizados réveillons da cidade. A começar pelo serviço grátis de transfer, o que significa não ter que encarar engarrafamentos e outros transtornos. Vans sairão dos estacionamentos das QIs 9 e 11 direto para o Pontão, e de volta às duas quadras do Lago Sul, entre as 20h do dia 31 e as 6h do dia 1°. Vencida essa etapa, vamos ao que interessa. No Bier Fass Lago, em clima de Las Vegas, a partir de 21h, a banda Magoo e DJs fornecem a trilha sonora da chegada do Ano Novo. O esquema é aquele de bufê completo, acompanhado de bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Ingressos individuais a R$ 530 (à vista) ou R$ 560 (dividido em três vezes). Crianças de zero a cinco anos não pagam; de seis a 12 anos pagam R$ 280. Informações e reservas pelo telefone 3364.4041.

No Fausto & Manoel vai rolar o “Réveillon de boteco”, onde a tônica é a descontração. No menu, ceia completa para a virada do ano, além de bebidas alcoólicas (e não alcoólicas). Na parte musical, a bateria da escola de samba Acadêmicos da Asa Norte, o DJ Léo Machado e um saxofonista tocando jazz e blues. Para os pequenos, brinquedoteca e fraldário. Ingressos à venda no local custam R$ 500. Crianças até sete anos não pagam e de sete a 11 anos pagam R$ 250. No Manzuá, o tema da festa é “Cruzeiro mediterrâneo”. A casa oferece dois ambientes: o restaurante e a varanda. No restaurante, com música ao vivo, os ingressos custam R$ 450, incluindo a reserva de mesa, o couvert artístico e R$ 350 de consumo à la carte. Crianças de seis a nove anos pagam R$ 150 e de nove a 14 pagam R$ 200, com consumo revertido para a conta dos pais. Ingressos podem ser parcelados em até três vezes no cartão. O Mormaii Surf Bar também promete um Réveillon inesquecível. A partir das 22h, o espaço já vai estar a mil, com cardápio de pratos quentes, mesas de frios, bufê de sushis e bebidas. A festa tem atrações musicais e queima de fogos com a exuberante vista do Lago Paranoá ao fundo. Os ingressos dão acesso ao

Réveillon Nossa Praia (all inclusive com diversas atrações musicais). Eis os valores dos ingressos individuais, para pagamento à vista: mesas beira lago, R$ 450; mesas laterais, R$ 400; mesas piso superior, R$ 350. Quem quiser parcelar o pagamento em até três vezes sem juros pagará R$ 50 a mais. Outra grande opção do Réveillon no Pontão é o Sallva Bar & Ristorante. Com sistema all inclusive (comes e bebes), o cardápio terá a assinatura do chef da casa, Lui Veronese. Os trabalhos terão início às 20h30, com animação da cantora Patrícia Medeiro e músicos, além da DJ Aline. Os ingressos individuais custam R$ 490. Crianças até cinco anos não pagam. De 5 a 18 anos pagam metade. Convites podem ser adquiridos em http://www.sallvaeventos.com.br. No Soho, a festa começa às 21h, com pista de dança e DJs se revezando. A exemplo das demais casas do Pontão, o Soho oferece cardápio primoroso e farto de pescados e frutos do mar, além do tradicional bacalhau com legumes e outros quitutes celestiais e terráqueos. O ingresso custa R$ 440 e dá direito a meia garrafa de espumante Chandon Brut. Crianças de cinco a dez pagam metade. Mais informações: 3364.3979.


Ricardo Brajterman

QUEESPETÁCULO

Rock visceral Espetáculo celebra icônico disco dos Titãs POR PEDRO BRANDT

I

mpossível falar do rock brasileiro e, mais especificamente, do rock brasileiro produzindo na década de 1980, sem mencionar o disco Cabeça dinossauro, da banda paulistana Titãs. Lançado em 1986, o álbum foi não apenas um marco na trajetória do grupo, mas na história do rock nacional. Cabeça dinossauro era, até então, o disco mais roqueiro (e bemsucedido comercialmente) dos Titãs – que soavam muito mais românticos e pop, com ecos de Jovem Guarda, música brega e new wave, nos LPs anteriores –, adotando a potência visceral e raivosa do punk rock para falar de temas como religião, violência e diversas (e conturbadas) relações sociais. Especialmente quem viveu a época guarda uma lembrança importante do efeito causado por Cabeça dinossauro. “Além de ter uma atitude forte, rock’n’roll, foi um disco muito popular, que tocou muito no rádio”, lembra o

ator, diretor e dramaturgo Felipe Vidal, do coletivo teatral carioca Complexo Duplo. A partir do álbum, Felipe concebeu o espetáculo Cabeça (um documentário cênico), uma celebração ao LP dos Titãs. Desde a estreia, ano passado, a montagem passou pelo Rio de Janeiro e cidades do interior fluminense, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador e acumulou diversos prêmios. Em Brasília, fez sua estreia no Festival Internacional Cena Contemporânea e entre 20 e 30 de dezembro faz temporada no CCBB. As canções de Cabeça Dinossauro – que conta com sucessos como AA UU, Polícia, Bichos escrotos, Família, Homem primata e O que – são executadas ao vivo na mesma sequência do álbum e formam a espinha dorsal do espetáculo. No palco, os atores Felipe Antello, Guilherme Miranda, Gui Stutz, Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira e Sergio Medeiros, além de Felipe Vidal, interpretam homens na casa dos 40 anos e suas relações com vivências diversas nos dias

atuais e suas memórias de três décadas atrás, quando, adolescentes, encaram descobertas em um Brasil recém-saído da ditadura. “Os temas das canções são muito diretos – os nomes já deixam isso bem claro. Então, todo mundo tem alguma história relacionada a algum desses assuntos, dessas instituições”, comenta o ator-diretor. Cabeça (um documentário cênico) é a segunda criação do Complexo Duplo inspirada na música brasileira. A primeira foi Contra o vento (um musicaos), que dialoga com a Tropicália. A previsão é de que a chamada Trilogia Paramusical criado pelo grupo seja encerrada em 2018, com um espetáculo inspirado no funk carioca e no rap brasileiro. Cabeça (um documentário cênico)

De 20 a 30/12, de 4ª a sábado, às 20h, no Teatro I do CCBB (SCES, Trecho 2). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (à venda na bilheteria do CCBB ou no site culturabancodobrasil. com.br/portal/distrito-federal. Classificação indicativa: 16 anos. Mais informações: 3108.7600.

27


Luiz Clementino

GRAVES&AGUDOS

Biografias de canções POR HEITOR MENEZES

C

28

onstatação óbvia: as canções que tanto adoramos e que constituem acervo cultural imaterial da humanidade não surgiram do nada e nem brotaram por geração espontânea nos alto-falantes da vida. Elas são criações artísticas, junção de música e letra (muitas vezes poesia), cuja gravação, interpretação, arranjo e algo mais as imortalizam, em qualquer língua, em qualquer país onde isso seja permitido. Ponto para o pesquisador, jornalista e escritor Ruy Godinho, que nos apresenta o quarto volume da série Então, foi assim? – Os bastidores da criação musical brasileira. Nunca antes neste país alguém nos deu obra dessa envergadura. Canções significativas da música popular

brasileira ganham histórias deliciosas sobre como foram criadas. Detalhe: a maioria das histórias com fonte primária de informação, isto é, os autores contando em depoimentos exclusivos detalhes de como suas músicas foram concebidas. Com o quarto volume, Godinho totaliza 226 canções biografadas. Foram 80 no primeiro volume, lançado em 2008, 62 no segundo, de 2010, e 44 no terceiro, de 2013. Agora, mais 40 ganham o registro em publicação. “Há muito mais canções biografadas. As que foram para os livros são aquelas que ganharam projeção no Brasil”, explica o pesquisador, que evita o conceito de destacar apenas canções que fizeram sucesso. “Esse conceito é relativo. O que é sucesso pra você não é pra mim. Por isso, fizemos a correção da epígrafe contida no

primeiro volume, lançado em 2008. Nele, vinha escrito: Histórias de 80 sucessos da canção brasileira. Fui criticado por isso. Não entrei na discussão, mas aceitei a crítica. Desde o volume dois ficou melhor: Os bastidores da criação musical brasileira”. Godinho admite que a ideia genial de biografar as canções não tem fim. “Enquanto conto histórias de 40 canções, milhares são feitas todos os dias”. Bom é saber das revelações que o autor traz ao entendimento. Sabe a linda Espanhola, de Flávio Venturini e Guarabyra? Ou a arrasadora Vapor barato, da dupla Jards Macalé e Waly Salomão? Ou ainda Para Lennon e McCartney, de Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brandt? Os detalhes estão no volume quatro, que aborda outras tantas pequenas obras-primas que estão gravadas na memória.


Heitor Menezes

Ruy Godinho, batizado como o Biógrafo das Canções por um jornal da capital, conta que o início de tudo se deve ao tempo em que ouvia rádio, em Belém do Pará, onde nasceu há 60 e poucos anos: “Costumo dizer que minha mãe esqueceu o rádio ligado e isso foi o responsável por eu amar tanto a música popular brasileira”. Nos anos 1990, já na Rádio Cultura de Brasília, criou o quadro A origem da música, dentro do programa Estação Brasil. Sempre que um autor passava por Brasília, Godinho gravava um depoimento para usar no programa. Foram tantas histórias! 226 estão nos livros. Outras tantas podem ser ouvidas no programa homônimo, disponível para baixar de graça no site da Abravideo: www.abravideo.org.br/p5147.aspx. Caso não encontre os livros, esse site dá o caminho das pedras sobre onde encontrar as publicações.

Emoção e poesia A exemplo do que fez quando lançou os três primeiros volumes, em uma caixa especial, em 2015, Ruy Godinho mais uma vez transformou em talk-show o lançamento do quarto item da série Então, foi assim? – Os bastidores da criação musical brasileira. No palco do Clube do Choro, o jornalista e pesquisador recebeu convidados para contar causos e histórias verídicas sobre as composições biografadas no livro. Quem esteve presente teve a chance não só de levar para casa os livros autografados como também de testemunhar o poder das canções, nas quais fica patente que a cultura brasileira é imensa, sólida e muito superior ao constrangimento patético a que os poderes da nação submetem sua gente. Esse acontecimento se deu na interpretação de Engenho de flores (Josias Sobrinho), na palhinha da cantora Sandra Duailibe. Ou na obra do subestimado cantor, compositor e violonista Celso Adolfo, outro convidado. Ou na sensível brasilidade poética do compositor paulistano Jean Garfunkel (uma raridade em Brasília), que tocou a belíssima Mazzaropi, biografada no volume quatro. A canção, assinada por Jean e o irmão Paulo Garfunkel, foi feita por ocasião da morte do ator e cineasta Amácio Mazzaropi, em 1981. A letra parece simples e não tem o rebuscamento da poesia arrebatadora. Mas Jean Garfunkel (com Godinho na foto), jeito meio caipira, levou às lágrimas os corações sensíveis, ao transformar aquele misto de música e letra em uma poderosa canção brasileira carregada de emoção e poesia.

TEMOS ATÉ MUSCULAÇÃO. Circo, natação, balé, lutas, aeróbica, programação para crianças, além de instrutores formados e capacitados para cuidar de você. Afinal, temos tudo para a sua família, até o que as outras academias têm. www.companhiaathletica.com.br/unidade/brasilia

SCES, Trecho 2, Conj. 32/33, Lj. P01, Pier 21 Lago Sul, Brasília/DF +55.61.3322-4000 29


Rodrigo Ribeiro

LUZCÂMERAAÇÃO

Na Embaixada da Alemanha, antes da exibição do filme Phoenix, de Christian Petzold, o público pôde visitar o stand de venda de livros usados, cuja renda é integralmente doada

Mais que filmes de arte POR SÚSAN FARIA

E

30

les são quase uma dezena. Atendem a um público exigente com a qualidade do produto. Alguns funcionam em dias e horários pré-determinados. Outros, eventualmente. Os cineclubes da capital fazem sucesso junto aos cinéfilos, que lotam as pequenas salas, aplaudem e debatem a sétima arte. Desde 1975 – há 42 anos, portanto – a Embaixada da França promove cinema uma vez por semana. A da Alemanha segue caminho semelhante, desde 2009, com bons filmes, sempre na última quinta-feira do mês. E – pasmem! – pela pequena sala de 242 lugares, no Brasília Shopping, quase 10 mil espectadores já participaram do CineCult Íria Martins. Conduzido pela psicóloga gaúcha Íria Martins, o programa é referência na cidade, com 166 edições, vistas por 9.887 espectadores, e debates com especialistas. Na edição mais recente, dia 30 de novembro, foi exibido Morricone por Morricone – Eu amo cinema e música, produzido na Alemanha, um deleite para os que amam cinema e música.

O CineCult extrapola os espaços de cinema. Frequentadores da sala foram ao Museu Inhotim, em Minas Gerais, viram desfiles de moda após os filmes Dior e Eu e Chanel (as modelos foram mulheres que frequentam o CineCult); participaram de talkshows com os cineastas Sérgio Moriconi e Ricardo Movits; e costumam ir a encontros em restaurantes para trocar ideias, degustar pratos, conhecer vinhos. Ana Maria Rocha, produtora e diretora de cinema, considera o CineCult Íria Martins um espaço precioso. “Há bom gosto na escolha dos filmes, a curadora é delicada e provoca a plateia com temas atuais e necessários”, comenta. Ana e o marido, Jorge Oliveira, diretores do filme O olhar de Nise e de vários documentários, orgulham-se de suas obras terem chegado ao CineCult. “Foi tão bom que virei fã e sempre que estou em Brasília vou às sessões. A plateia é superelegante e interativa”. Outro cineclube que pegou na cidade é o Cine Cal, da Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília). “O Setor Comercial Sul, sede da Cal, é carente de atividades culturais.

Tentamos suprir esse espaço desde 2008”, explica o coordenador Tom Maranhão. O cine está suspenso até a conclusão da reforma do prédio da Cal, que possui três galerias de arte. Segundo Tom, muitas vezes o filme é casado com as exposições, como uma mostra de arte cubana realizada este ano. Nelson Azevedo, militar da reserva, 54 anos, resi-


Rodrigo Ribeiro

dente em Águas Claras, elogia a programação: “É muito boa. São filmes que não se vê no circuito comercial, com temas interessantes e comentários depois das sessões”. O Cine Cal é parceiro do Museu da República, onde apresenta filmes, como a recente mostra chinesa, que teve apoio da Embaixada da China e Super Rádio FM e, entre outras obras, exibiu Voltando para casa, de Zhang Yimou. Embaixadas

Os organizadores das sessões de cinema na Embaixada da França perderam a

conta de quantos filmes foram exibidos no Cine Le Corbusier, em 42 anos. As atividades deste ano encerraram-se no último dia 6 e as de 2018 vão começar no dia 7 de fevereiro, destacando o cinema francês mais recente de diretores renomados e jovens cineastas. Segundo os organizadores, muitos filmes são inéditos em Brasília e a intenção é promover a cultura francesa na capital e no Brasil. Outra opção que tem calendário marcado, desde 2009, é o cinema alemão, numa sala dentro da Embaixada. Para entrar é necessário chegar um pou-

Fotos: Divulgação

a instituições de caridade apoiadas por funcionários da representação diplomática.

co antes – são apenas 100 assentos – e passar por revista. Segundo a adida de Cultura e Imprensa da Embaixada, Damaris Jenne, a iniciativa pretende trazer a cultura e a língua alemãs para mais perto dos brasilienses. São 11 filmes alemães por ano, legendados em português. A última sessão do ano exibiu o filme Phoenix, do diretor Christian Petzold, dia 30 de novembro. “Estamos preparando uma bela e variada programação para 2018”, adianta Damaris. A seu ver, a noite de cinema na Embaixada da Alemanha enriquece a vida cultural de Brasília. “Mostramos filmes que não são exibidos no circuito comercial, mas para os quais há uma grande audiência”. Este ano, a Embaixada da Noruega apresentou, na sala de cinema do Centro Cultural do Banco do Brasil, 15 filmes produzidos naquele país, entre dramas, documentários, comédias e aventuras. “Queremos instigar os olhares sobre a Noruega, sobre nossa cultura, natureza, valores e história”, diz o embaixador Nils Martin Gunneng. A seu ver, o filme é um meio poderoso, uma arte que oferece “um vislumbre de como enxergamos o mundo”. Gunneng avalia que a Noruega é conhecida no Brasil principalmente pelo bacalhau, “o que é excelente, mas somos mais do que isso”. Ele acredita que o cinema tem potencial de abrir portas e quebrar barreiras culturais. Em entrevista à Roteiro, Gunneng disse que o trabalho na Embaixada não se resume a dialogar com autoridades. “Faz parte trocar perspectivas e pontos de vista com os brasileiros. Por meio da cultu-

No CineCult Íria Martins, as sessões de cinema e os debates são intercalados com apresentações musicais, como essa da bateria da Aruc.

31


ra e dos filmes podemos mostrar nossos valores e nosso modo de vida. É uma ótima maneira de criar interesse por outra cultura, é um ponto de partida para o diálogo”. Nos próximos anos a Embaixada continuará promovendo a cultura e os filmes noruegueses, promete Gunneng, cujo cineasta preferido é Morten Tyldum, de O jogo da imitação. Dos filmes brasileiros, gostou muito de Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Além de não cobrarem ingresso e exibirem filmes cult com legendas em português, quando estrangeiros, alguns cineclubes sorteiam brindes, distribuem catálogos de mostras ou lanches, como nas embaixadas da França e da Alemanha. São oportunidades para conhecer filmes bem selecionados, participar de debates de alto nível e entender um pouco da complexa sétima arte feita no Brasil e no mundo.

O embaixador da Noruega, Nils Martin Gunneng, exibiu este ano, no cinema do CCBB, 15 filmes produzidos em seu país.

Fotos: Divulgação

LUZCÂMERAAÇÃO

Embaixada da Alemanha

Avenida das Nações, Quadra 807, Lote 25 (3442.7000). Sessões sempre na última quintafeira do mês, às 19h.

Embaixada da França – Cine Le Corbusier

Avenida das Nações, Quadra 801, Lote 4 (3222.3879). Sessões às quartas-feiras, às 19h.

CineCult Íria Martins

Teatro do Brasília Shopping. Sessões de 15 em 15 dias, às quintas-feiras, àsh 19h30.

Casa de Cultura da América Latina

SCS, Quadra 4, Edifício Anápolis (3107.7963). Sessões suspensas até a conclusão da reforma do prédio.

Três perguntas para Íria Martins

32

Como nasceu o CineCult? O cinema é um potente meio de projeção de imagens. Arrebata emoções, interesses. Torna-se, assim, um excelente instrumento para provocar reflexão. O objetivo principal do CineCult é promover valores de cultura humanista. O foco não é a linguagem cinematográfica, a técnica, o diretor, e sim a vivência do espectador. Os filmes são selecionados de modo que possibilitem ao espectador pensar sobre si mesmo e seu papel no mundo. Queremos convidá-lo a sair da zona de conforto. O CineCult é deliberadamente um espaço para crescimento pessoal, existencial, com provocações filosóficas e psicológicas. Qual a importância do CineCult para a cidade? A partir de 2004, o CineCult alargou seus horizontes e firmou-se como um projeto de cinema, arte, cultura e con-

vivência. Além das exibições, promovemos viagens culturais, talkshows, desfiles de moda, ida a restaurantes. Lançamos o selo CineCult dos Correios para incentivar o público a comunicar-se com pessoas queridas, para além unicamente dos meios digitais. Como foram os talkshows? Filmes como Lanternas vermelhas, Adorável Júlia, A fonte das mulheres, Rainha Christina e Elisabeth, por exemplo, possibilitaram falar das tipologias femininas, da psicologia feminina, das características da mulher líder. Já os filmes Com o dinheiro dos outros, O mercador de Veneza e O longo amanhecer evidenciaram questões como liderança, características do líder e valores éticos aplicados na prática cotidiana. Um filme que surpreendeu o público pela abordagem que o CineCult deu foi Rollerball. Aparentemente um filme de violência pela violência, viu-se oportunidade para refletir sobre o projeto

homem. Outros dois filmes arrebataram o público e garantiram lotação esgotada: A papisa Joana, sobre uma mulher com inteligência, bondade, sensibilidade e conhecimento muito particulares, além do dom da cura, e Agonia e êxtase, sobre a bela, conflituosa e rica relação entre o papa Júlio e Michelângelo. Mas houve uma edição especial do CineCult que me marcou profundamente. Havia acontecido uma gincana com mulheres agricultoras do DF e as vencedoras poderiam fazer um pedido. Pediram para ir ao cinema. Jamais haviam ido! Vieram três ônibus de agricultoras. Exibimos Encantadora de baleias. Ao final, muitas choravam de emoção. Eram mulheres de todas as idades, raças e credos, mas com um ponto em comum: o sonho de assistir a um filme na telona. Sou filha de um pequeno agricultor e dediquei essa edição ao meu pai, in memorian.


Fotos: Divulgação

Sombras do paraíso

Ícaros, a vision

Louco sábio

Exercício de autoconhecimento T

alvez não exista época melhor para o Festival Internacional Cinema e Transcendência acontecer do que o final do ano. É quando os brasileiros, habitualmente, se inflamam de boa vontade, fazem planos de maior compaixão para o ano seguinte, revisitam a vida e o cotidiano. Quem sabe nessa reflexão possa entrar também um desejo de autoconhecimento e imersão? É essa a proposta. E vem embalada em filmes emblemáticos. O festival é único no Brasil e pela primeira vez será realizado no CCBB, entre 19 e 30 de dezembro, passando pelo Natal (com pausa na programação nos dias 24 e 25) e chegando à beirada de 2018. Além de cinema, propõe um encontro de família, transformando o Pavilhão de Vidro no Mundo Bambu, com atividades para todas as idades, desde oficinas até brincadeiras infantis, com entrada franca. A exemplo das edições anteriores, este 4º Festival Internacional Cinema e Transcendência tem a curadoria do cineasta e músico André Luiz Oliveira e da produtora cultural e jornalista Carina Bini. Na programação estão títulos que devem atrair bastante gente ao cinema do CCBB, como o recente Poesia sem fim, do chileno Alejandro Jodorowsky, ou o clás-

sico Encontro com homens notáveis, obra-prima do encenador teatral Peter Brook (numa adaptação do livro autobiográfico de G.I. Gurdjieff), que muitos citam como referência, mas que é raro ver nas grandes telas dos cinemas. O convite que o projeto faz é para experiências de encontro consigo mesmo e com o outro, através do contato com diferentes realidades, pensamentos, resistências, crenças e rituais. A programação inclui desde um retrato de Malala, a menina paquistanesa vencedora do Prêmio Nobel que se tornou símbolo da luta pelo direito das mulheres à educação, até o brasileiro Rogério Duarte, o tropikaoslista, de José Walter Lima. No total, são 16 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, que poderão

ser vistos de terça a sábado, em duas ou três sessões diárias, num total de 24 sessões. Uma das características da programação é apostar na sabedoria tradicional de distintos povos. O espectador poderá conhecer, por exemplo, rituais dos xamãs yanomamis em Xapiri, e reflexões sobre os efeitos da ayahuasca, a bebida feita à base de uma planta amazônica, em dois filmes: Ícaros, a vision, coprodução Peru/ Estados Unidos, e Planta madre, coprodução Argentina/Peru/Itália. Um grande passeio pelos caminhos da espiritualidade e do pensamento contemporâneos. Festival Internacional Cinema e Transcendência

De 19 a 30/12, no cinema do CCBB (SCES, Trecho 2), com ingressos a R$ 10 e R$ 5. Entrada franca no Mundo Bambu. Mais informações: 3108.7600. Fotos: Divulgação

POR JOSÉ MAURÍCIO FILHO

Xapiri

33


CRÔNICADACONCEIÇÃO

Crônica da

Conceição

É melhor não ser anjo V

34

oltei pra escola. Fiz, neste semestre, uma disciplina chamada Cidades Contemporâneas, no mestrado de Arquitetura da UnB. Saí despedaçada, o que foi muito bom. De modo direto ou indireto, todos os textos que li fizeram picadinho de Brasília, mas não apenas dela. Textos que pensam as cidades como o lugar que deveria ser ordenado para facilitar nossas vidas, a de todos, democraticamente. Não poucas vezes, em sala de aula, tive ímpetos de virar a mesa. Os autores lidos e os debates subsequentes desconstruíam a utopia de Juscelino, Lucio e Oscar. Sentia uma dor funda, acrescida de um ódio devastador. Mas, moça educada que hoje sou, sabedora de que todas as teses e as certezas – as minhas, as suas, as de todos nós – existem para serem desfeitas a cada nova tese e a cada nova certeza, sabedora disso, respirava fundo e mais adiante me via sem saída, eu comigo mesma: tinha de aceitar a procedência da crítica. Gostar de Brasília é quase uma religião. Mas como não sou religiosa, ou imagino que não seja, comecei a perceber que o projeto de doutor Lucio, embora cheio de encantos, não é o melhor lugar para se viver em condições urbanamente democráticas.

De há muito eu já me dera conta de que Brasília é uma cidade segregadora, mas foi difícil ler um autor compará-la com cidades medievais – os largos vazios que separam o Plano Piloto das cidades-satélites têm o mesmo efeito segregador que os das cidades da Idade Média. Muralhas separando as castas da plebe. Os vazios que me alimentaram de epifanias nos últimos 37 anos são cruéis do ponto de vista urbano, do ajuntamento coletivo saudável, funcional, da infraestrutura urbana (mobilidade, luz, água, esgoto, segurança...). Eles expulsam os mais pobres para longe, estimulam a especulação imobiliária, encarecem os serviços e afastam-nos uns dos outros. Os novos modos de pensar as cidades – nem tão novos assim, novos para quem caiu do sonho agora – projetam cidades compactas, com edifícios de múltiplos usos, ruas (ruas!!!), vários modos de se locomover (o carro, o mais nefasto de todos), cidade policêntrica (com vários centros para facilitar as vidas urbanas), com espaços públicos aprazíveis, com moradias próximas ao local de trabalho (ou pelo menos não desumanamente longe e com transporte rápido, barato e eficiente).

Como se vê, quase tudo o que Brasília não é e não tem. Um dos mais belos filmes da minha particular história do cinema, Asas do desejo, de Win Wenders, é a metáfora perfeita para a reviravolta que se deu em mim. Saltei da utopia para o chão pedregoso da realidade. O sentido simbólico de Brasília é imutável. O fortalecimento da ideia de Nação, a demonstração da inventividade e da capacidade de trabalho dos candangos, a ocupação do interior do Brasil, o talento dos arquitetos, dos artistas, do paisagismo, a eficiência dos engenheiros, tudo é conquista brasileira e tem de ser guardada na coleção de nossos mais preciosos bens. Mas a cidade tem de ser bela, bucólica, lírica e eficiente para todos, em toda a Brasília – nas 31 cidades. O Plano Piloto é apenas uma delas. É o centro histórico. Não mais que isso. Precisa ser preservado, sim, mas na medida do que essa preservação pode melhorar a vida urbana. Diz um dos anjos de Win Wenders: “Gostaria de deixar de flutuar eternamente nas alturas. Gostaria de sentir um certo peso... acabar com a ausência de fronteiras e me unir à Terra.” Portanto, troquei as asas da utopia pelas arranhaduras da cidade como ela é.


+

+

+

+

+

THOMASEXPERIENCE A course to improve your English with real-life experiences

Com proposta diferenciada e informal, e em sintonia com práticas inovadoras de aprendizagem do século 21, sem provas ou livros, o curso Thomas Experience promove o desenvolvimento da habilidade oral por meio de experiências e atividades práticas em torno de temas contemporâneos e variados, com um encontro por semana.

+

+

+ +

+

UNIDADES ASA SUL, LAGO SUL E SUDOESTE CURSO DESTINADO A MAIORES DE 18 ANOS

MATRÍCULAS ABERTAS thomas.org.br |

3442-5500

+


Já faz tempo que a gente te acompanha. E, a cada dia, não importa se na tristeza ou na alegria, a gente está sempre lá, torcendo por você. Você sabe, nossa especialidade é conhecer o que te move, o que te inspira, o que te faz crescer. Nesta cidade sem esquinas, somos o banco que valoriza os seus sonhos, comemora as suas conquistas e investe naquilo que mais importa para você. Porque, afinal, quem diria, você é o nosso porquê. E a sua vida, cada momento dela,

Por você,

é a nossa razão de ser.

sempre.

brb.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.