Ano XVII โ ข nยบ 284 Dezembro de 2018
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Chapada dos Veadeiros | Goiรกs #MTur
Podia ser lá na Austrália. Mas é aqui no Centro-Oeste. Aventuras dos cinco continentes do mundo você vive nas cinco regiões do Brasil. Quanto mais você viaja, mais curte e compartilha histórias. Aqui tem tudo para todos. Um mundo de aventuras e emoções, um mundo de culturas e tradições. Saiba mais em feriasenobrasil.com.br
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EMPOUCASPALAVRAS
Quando, no dia 17 de novembro passado, ele divulgou em suas redes sociais que Nelson Freire estaria em Brasília dali a exatos dois meses, meu coração pulou de alegria. Afinal, o gênio do piano não se apresentava por aqui há 11 anos e nada indicava que ele viria, principalmente se considerarmos a indigência cultural destes tempos. Não esperei o dia seguinte para ir à bilheteria do Eventim e garantir meu ingresso em uma das 649 poltronas do teatro inaugurado em 2010. E tratei de trazer aos leitores todas as informações sobre o pianista que, entre um concerto e outro, arranjou um tempinho para responder às cinco perguntas que lhe enviamos por intermédio de Alexandre Dias (página 30). Como acontece tradicionalmente na última edição do ano, a Roteiro deste mês vem carregada de alto astral, trazendo aos leitores sugestões de comemorações de Natal e Ano Novo para todos os estilos e bolsos (a partir da página 8). A começar pela capa, que encomendamos à fotógrafa Zuleika de Souza e teve a luxuosa colaboração da artista plástica Célia Estrela. Ela criou uma mesa especial de Natal para a Roteiro, e gostamos tanto do resultado que pedimos a Zuleika um texto sobre o trabalho de Célia, uma ex-servidora pública portadora do dom de transformar uma mesa goiana numa perfeita table française (página 14). Para fechar o ano musical, confira em Graves & Agudos (página 32), as sugestões de shows de todos os gêneros, começando pelo bandolinista Hamilton de Holanda, passando pelo ex-chicleteiro Bell Marques, e terminando com as festas especiais de Natal, juntando Makossa, Criolina e Melanina. Quanto ao Réveillon, é bom ficar atento à matéria As festas da virada (página 28). Então, só nos resta agora desejar aos nossos leitores um Feliz Natal e um excelente 2019! Maria Teresa Fernandes
Benjamin Eolavega
Lá do céu, na nuvem dos pianistas onde deve morar agora, Neusa França com certeza está aplaudindo muito um de seus pupilos, o jovem Alexandre Dias. Afinal, ele trará a Brasília, no próximo 17 de janeiro, ninguém menos que o virtuoso Nelson Freire, o pianista brasileiro de maior renome internacional, que vai se apresentar em concerto único no auditório da Fundação Habitacional do Exército. Diretor do Instituto do Piano Brasileiro, criado há três anos para efetuar trabalho de resgate dos compositores eruditos e populares do país, Alexandre Dias abre em grande estilo a temporada de recitais de seu IPB.
30 graves&agudos Nelson Freire, o mais renomado dos pianistas brasileiros, é quem vai dar a largada na temporada musical de 2019.
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Editora ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SHIN QI 14, Conjunto 2, Casa 7, Lago Norte – Brasília-DF – CEP 71.530-020 Endereço eletrônico revistaroteirobrasilia@gmail.com | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa Carlos Roberto Ferreira, com foto de Zuleika de Souza | Colaboradores Alexandre Marino, Alexandre Franco, Conceição Freitas, Heitor Menezes, Laís di Giorno, Lúcia Leão, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Pedro Brandt, Sérgio Moriconi, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Teresa Mello, Vicente Sá, Victor Cruzeiro, Vilany Kehrle | Fotografia Rodrigo Ribeiro | Para anunciar 98275.0990 | Impressão Foxy Editora Gráfica Tiragem: 20.000 exemplares.
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BRASÍLIA ESTÁ PRONTA PARA O FUTURO. AS PRÓXIMAS GERAÇÕES AGRADECEM E QUEM AMA ESSA CIDADE TAMBÉM. COM TODA DEDICAÇÃO, HONESTIDADE E TRANSPARÊNCIA DOS ÚLTIMOS ANOS DE GOVERNO, MUITA COISA PÔDE SER FEITA PELO DESENVOLVIMENTO DE BRASÍLIA E, PRINCIPALMENTE, PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE SEUS MORADORES. CONHEÇA ALGUMAS DAS GRANDES REALIZAÇÕES DO GOVERNO:
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Victor Kauan dos Santos
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ÁGUANABOCA
Peito de peru recheado com frutas frescas, do Dudu Bar.
Tempo de mesas fartas POR LÚCIA LEÃO
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e estivéssemos no Hemisfério Norte viveríamos, no dia 21 de dezembro, o solstício de inverno, a noite mais longa do ano, que marca o retorno do Sol à sua rota de plenitude. Daí por diante a luz aumenta a cada dia, anunciando um novo ciclo de plantios e colheitas pródigas, motivo de comemoração. Essa, dizem os historiadores, é a origem das festanças que desde muito antes da era cristã já celebravam esta época do ano. Milênios passados, evoluções e involuções, histórias e mais histórias escritas pelas civilizações, cá estamos nós, repetindo em essência o espírito das primeiras comemorações ao Deus Sol, hoje projetadas na fé cristã: reunindo a família e os amigos e festejando em torno de mesas fartas, que simbolizam a esperança de um novo ano de luz e prosperidade. Não é à toa, como se vê, que a cidade se enfeita e se ilumina, e que os bares, bufês e restaurantes se esmeram para oferecer o que têm de melhor para fazer a festa. Reunimos aqui sugestões que contemplam vários gostos e po$$ibilidades.
Não será por falta de opções que alguém vai deixar de celebrar, de brindar esse tempo de passagem e de renovar entre pessoas queridas a esperança de tempos mais luminosos. As comemorações de fim de ano começam, pela nossa tradição, com as confraternizações de grupos de amigos, de colegas de trabalho, da turma da escola ou da academia. Nada mais apropriado para esses encontros do que os bares e restaurantes, especialmente os que se prepararam para oferecer mimos natalinos na forma de pratos especiais, brindes ou descontos. Começamos pelo chef Dudu Camargo, um ícone da gastronomia brasiliense, que desenhou um cardápio especial que em tudo, dos ingredientes aos nomes dos pratos, remete a esta época festiva: Rena do Nariz Vermelho – lasanha de bacalhau com pimentões, ovos, azeitonas e molho de tomate branco gratinado (R$ 49,90); 3 Reis Magos – peito de peru assado recheado com frutas frescas e molho do próprio assado, acompanhado de farofa de linguiça e arroz de castanhas (R$ 42,90); Guirlanda – fettuccine ao molho de lascas de cordeiro, pasta de
brócolis, molho cremoso com geleia de hortelã e castanhas salpicadas (R$ 48,90); Sinos de Natal – brandade de batata gratin com lascas de tender acebolado na geleia de damasco e cogumelos (R$ 39,90). Os pratos são todos individuais e serão oferecido no almoço e no jantar até o dia 31 de dezembro no Dudu Bar Asa Sul, Dudu Bar Lago e Varanda Dudu Bar. Já a chef Lídia Nasser, que comanda o Empório Árabe e a Dolce Far Niente, optou por oferecer preços especiais para grupos a partir de dez pessoas. No Empório, o rodízio de almoço e jantar, com várias entradas e pratos quentes típicos da culinária árabe, custa, até a véspera do Natal, R$ 49,70. Na pizzaria, a promoção para grupos – também a partir de dez pessoas – é para o rodízio de jantar. A casa oferece 50 sabores salgados e doces a R$ 55,90. As reservas devem ser feitas com ao menos 24 horas de antecedência. O Otro Parrilla também desenhou um cardápio fechado com preços especiais para receber grupos neste final de ano. A preços que variam entre R$ 139 e R$ 189 (com vinhos e espumantes), os clientes podem optar entre ojo de bife
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Bufê do El Paso.
pimenta dedo de moça e fettuccine três alhos. Nestes dias de final de ano o restaurante dará uma garrafa de espumante para as mesas com dez ou mais pessoas. Já no Outback Steakhouse a promoção é para quem quiser reunir a galera à tarde, nos dias de semana. Entre as 15 e as 17 horas, grupos de no mínimo 12 pessoas podem fazer a festa comendo e bebendo à vontade e pagando entre R$ 83 e R$ 89 por pessoa, dependendo do pacote. Eles contam com os principais petiscos da casa, como as costelinhas e as cebolas fritas, além de chope, refrigerantes e chá gelado. O El Paso e o Haná são alternativas para bons encontros de quem aprecia a
culinária internacional. O chef David Lechtig, que comanda a cozinha da casa mexicana, focou nas confraternizações de colegas de trabalho e preparou um pacote especial para grupos a partir de 15 pessoas, de terça a quinta-feira. O almoço executivo com bufê de petiscos e bebidas não alcóolicas à vontade custa R$ 75. Incluindo cerveja e uma margarita, o valor é de R$ 110. As reservas são confirmadas mediante pagamento adiantado e a conta é uma só para o grupo, sem comanda individual. Mas se a ideia for brindar bastante, a pedida é o japonês Haná. Nesse período ele oferece a happy hour com open bar das 19 às 20h30 por R$ 69. Tem caipirinhas, caipiroskas, caipisakê, cuba libre e Igor Almeida
(miolo do contra-filé), bife de chorizo (contra-filé) e salmon parrillero (salmão na brasa), servidos com arroz parrillero feito com ovo, linguiça, cebola e batata palha, arroz branco ou com brócolis, farofa com ovos, papas fritas e legumes na brasa. Os pratos são precedidos por pão com chimichurri, provolleta parrillera – provolone assado com pimentão e ervas – e salada Mariana, e incluem sobremesa de panqueca recheada com doce de leite argentino e sorvete de creme ou petit-gâteau de chocolate com sorvete de creme. É preciso fazer reserva e a promoção não vale nos finais de semana. Para quem também aprecia o paladar portenho, mas precisa de um orçamento mais modesto, outras opções de confraternização são o El Negro e o Blend Boucherie. No El Negro, os grupos podem compartilhar uma bem servida paleta de cordeiro de um quilo, cozida a vácuo e finalizada na parrilla com geleia de menta, por R$131. As guarnições são individuais, com preços entre R$ 19 e R$ 24. Na Blend Boucherie, os convivas escolhem as carnes – frango recheado com queijo Minas, tomate seco e rúcula (R$ 51,90), short rib para duas pessoas (R$ 139,90) ou chorizo (R$ 72,90) – e os acompanhamentos são servidos à vontade. Tem arroz cremoso com amêndoa laminada e espinafre, banana assada com calda de frutas amarelas, queijo coalho assado coberto com mel temperado com
Pitanga Negra, do Santé 13.
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Combinado de sushi e sashimi do Haná.
coquetel de frutas com e sem álcool. Para comer, a casa oferece rodízio de sushis, sashimis, hots, temakis e cinco tipos de grelhados, que podem ser servidos na mesa ou no bufê por R$ 86. O chef Divino Barbosa buscou inspiração nas ceias natalinas e combinou diferentes sabores, como a doçura do panetone e o toque cítrico da pitanga e do maracujá, para criar o prato especial do mês de dezembro do Santé 13. Batizado de Pitanga Negra, leva filé de anchova negra grelhada ao molho de pitanga, acompanhado
de risoto de maracujá in natura e crosta de panetone. Custa R$ 68. Se o ano for pra terminar em pizza, o Fratello Uno oferece um menu especial, com entrada de coneccione (disco de massa bem fina e crocante), oito sabores de pizza salgada e um de pizza doce. Com tudo servido à vontade, inclusive sucos e refrigerantes, o preço por pessoa é de R$ 79. Mas o grupo tem que ser grande: no mínimo 25 convivas. E é preciso fazer reserva. Se forem turmas menores – a partir de seis pessoas – uma opção pode ser a
Cantina Don Romano. O rodizio custará, até o final do ano, R$ 55, incluindo a foccacia de entrada e uma pizza doce de sobremesa. A cantina também oferece almoço ou jantar a R$ 70 por pessoa, com entrada, prato principal e sobremesa. Os grupos que efetuarem pré-reserva de seis vinhos da carta da casa terão 10% de desconto no valor total dos rótulos. Um encontro mais descontraído e acessível para quem quer se divertir sem gastar muito pode acontecer na happy hour do Bla’s: chope a R$ 4,90, caipirinha de diversos sabores a R$ 6,50, taça de vinho ou espumante a R$ 7,90 e carpaccio a R$ 9,90. Como opções para compartilhar, o filezinho ao molho da casa flambado no conhaque acompanhado de brioches (R$ 49), linguicinha de porco com batatas rústicas (R$ 25), burrata com azeite, tomatinhos confit e manjericão (R$ 32) ou cogumelos recheados com chimichurri (R$ 35). Na mesma linha descontraída, as confraternizações podem ser em torno de chope e espetinhos do Don Espettoria. Grupos a partir de dez pessoas têm a opção de pagar R$ 34 por três espetinhos e dois chopes ou comer e beber à vontade durante três horas por R$ 130.
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As festas de fim de ano não raro são sinônimo de tentações e exageros alimentares que literalmente pesam na balança, o menor dos castigos para o pecado da gula. Isso falando-se de pessoas saudáveis, com o metabolismo normal. Imagine então como sofre, nesta época, quem apresenta restrições alimentares, como os celíacos, as pessoas com intolerância a lactose e os alérgicos à proteína do leite. Muitos, sem poder sequer se aproximar de uma mesa natalina, acabam alijados dos festejos, com toda a carga emocional que isso representa. Pensando nessas pessoas, um grupo de profissionais, incluindo médicos, nutricionistas e chefs de cozinha, passou a desenvolver, ao longo da última década, o conceito da “cozinha inclusiva”, que a chef mineira Carla Maia – confrontada com o problema através das restrições alimentares apresentadas pela filha – define em seu site como “uma proposta de repensar o ato de cozinhar”, de forma a “promover a inclusão por meio do compartilhamento de alimentos seguros”. É a isso também que se dedica a chef Inaiá Sant’Ana. Desde 2014 ela está à frente da Quitutices, confeitaria pioneira
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Natal inclusivo
em Brasília que desenvolve exclusivamente produtos sem glúten nem leite animal. E é nesta época do ano que ela se empenha mais na criação e desenvolvimento de receitas, visando a promover a integração dos brasilienses com necessidades alimentares especiais e resgatar sua memória afetiva ligada às ceias tradicionais. Só que 100% livres de glúten, leite animal, açúcar refinado, soja e aditivos químicos. Na Quitutices, as rabanadas são feitas com fatias de pão sem glúten, molhadas em leite de castanha e doce de leite de castanha-de-
caju, assadas e empanadas no açúcar demerara com canela. O pacote com 15 unidades custa R$ 58. E com os mesmos ingredientes que não fazem mal a ninguém há também os panetones e chocotones (R$ 48 a unidade de 250 gramas) feitos com um mix de farinha sem glúten e farinha de amêndoas, além de uma gama de tortas, cupcakes e pudins. Todos os produtos são feitos por encomenda, com pagamento antecipado. Quitutices
216 Sul, Bloco A (3543.5057)
Bufê do Chocolate Glacê.
de porco grelhado ao molho de maçã verde, purê de batata baroa e lasanha de bacalhau com pimentões, ovos, azeitonas e molho de tomate ao molho branco gratinado. São oferecidos em kits para cinco pessoas, que custam R$ 400 cada. O chef Fernando La Roque também preparou um cardápio especial para encomendas no restaurante Carpe Diem. Terá peixes, carnes e frutos do mar nas receitas tradicionais dos festejos, assim como os acompanhamentos: farofa natalina, arroz de passas, arroz de amêndoas, arroz de coco e castanha de caju torrada, arroz de lentilha com carneiro, nozes e amêndoas, batatas gratinadas, batata ao murro recheada, batata sauté ao alho, salpicão e salada de trigo sarraceno com uvas passas, salsão, azeitona e damasco. Bruno Aguiar
Mas os grandes encontros, as grandes confraternizações, aquelas que reúnem os familiares próximos e distantes, que são ansiadas por todo o ano e que povoam o imaginário da garotada de cores, luzes e aromas, acontecem mesmo dentro de casa: as ceias natalinas. Reza a tradição que ela deva ser farta e saborosa, repleta de assados, defumados e frutas, sem falar nos panetones e nas rabanadas. Quem não tem uma lembrança de infância da bagunça na cozinha e do batalhão de mulheres envolvidas no seu preparo às vésperas da festa? Mas a vida mudou e isso hoje é coisa rara. Mais prático encomendar os pratos prontos de profissionais que buscam as receitas da nossa melhor tradição culinária e montam cardápios que não deixam nada a dever às mesas preparadas pelas avós. Listamos aqui algumas opções que bem podem satisfazer a diversidade de paladares típica da mesa brasileira. Começamos novamente pelo chef Dudu Camargo, que elaborou dois cardápios completos. O primeiro, que batizou de “Trenó”, tem arroz de castanhas, farofa de linguiça, peito de peru assado com molho do próprio assado, salpicão de batata, legume e cogumelos e ravióli de muçarela com molho de tomate fresco. O segundo, chamado de “Chaminé”, é composto de arroz de legumes, farofa de banana, filé
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Pra comer em casa
Ceia da Belini Pães & Gastronomia.
Ele receberá encomendas para o Natal e o Ano Novo e os preços são por quilo: R$ 88 para as proteínas e R$ 68 para os acompanhamentos. Já o chef Rodrigo Melo, do Cantucci Bistrô, optou por fugir um pouco das receitas tradicionais e colocou como destaque do seu cardápio natalino o Filé a Wellington, regado com molho demiglacê. Mas para os conservadores há também o indefectível peru recheado com farofa. Os dois são vendidos em peças inteiras que servem bem seis pessoas e custam R$ 240, o primeiro, e R$ 199, o segundo. Para acompanhar, rondele gratinado de ricota, parmesão, figo e nozes (R$ 65/kg) ou arroz com lentilhas, cebola crocante, passas e amêndoas laminadas (R$ 45/kg). A sugestão da chef Tânia Aranha, do Chocolat Glacê, são cardápios completos para até 17 pessoas a preços que variam de R$ 740 a R$ 1.490. O mais simples tem arroz com passas, chester assado com frutas e farofa, pernil com abacaxi, purê de mandioca e rondelli de ricota. No cardápio mais sofisticado, o arroz é com amêndoas e tem salada mix de folhas, peito de peru defumado, salsão, abacaxi, nozes picadas e creme de leite, bacalhau, pernil de Marrecon, peru desossado assado recheado com cuscuz marroquino, tender com molho de mostarda e mel, mousseline de batata baroa, farofa com frutas secas e ravióli de queijo brie e damasco ao molho branco. Inclui sobremesas de cocada cremosa, brownie de chocolate com nozes e, é claro, rabanada. Como faz há muitos anos, o Feitiço
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Pernil de cordeiro ao molho de romã, do Empório Árabe.
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pico desta época nos estados amazônicos, é oferecido pela cozinha artesanal do Espaço Cultural Leão da Serra por R$ 130 o quilo. O peixe, seco à moda do bacalhau, é dessalgado e refogado no azeite doce com bastante alho e disposto, em lascas, sobre cama de farinha amarela temperada e umedecida no leite de coco. O prato é coberto com salada vinagrete e finalizado com rodelas de bananas fritas. O Empório Árabe também aceitará encomendas dos pratos clássicos da culinária do Oriente Médio já conhecidos de seus clientes, além dos assados típicos da época. Entre as variadas opções destacamse o pernil de cordeiro ao molho de romã, um dos preferidos da casa, que custa
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Mineiro abre seu fogão de lenha para quem quiser saborear em casa os assados que são suas especialidades durante todo o ano: o quilo do pernil em peça inteira custa R$ 55. A leitoa, R$ 80 o quilo. Ainda há as opções de lombo à mineira (R$ 65) ou recheado (R$ 70), peru assado (R$ 130 a unidade) e guarnições. Os pedidos devem ser feitos pessoalmente, até o dia 23 (para o Natal) ou até o dia 30 (para o Ano Novo). Também seguindo uma tradição de muitos anos, a Belini Pães e Gastronomia preparou um cardápio especial e diferenciado para as ceias natalinas. Os pratos vão desde os típicos assados da época até opções gourmet elaboradas pelo renomado chef Simon Lau com um toque dinamarquês e refinado. A requintada ceia pode começar, por exemplo, com crosta de brie e frutas secas ao coulis de damasco, seguir com confit de pato com geleia de laranja da terra e finalizar com arroz doce dinamarquês com molho de cerejas frescas. Para os tradicionalistas, os assados convencionais: leitoa, pernil, lombo, peru, tender ou chester, além das várias farofas, fios de ovos, saladas e outras guarnições típicas. E, é claro, rabanadas. Todos os pratos são vendidos a quilo com preços a partir de R$ 50 as entradas, R$ 53 as guarnições, R$ 72 os assados, R$ 85 os pratos gourmets e R$ 81 as sobremesas. A data limite para encomendas é o dia 22, até as 18 horas. Já um Natal bem brasileiro pode pôr à mesa o pirarucu de casaca. O prato, tí-
R$ 299 a unidade de três quilos. Para festas grandes, a dica é o cordeiro inteiro recheado, que pesa aproximadamente 35 quilos e sai por R$ 1.500. O carneiro marroquino, desfiado e elaborado com cebola, cebolinha e nozes, custa R$ 180 o quilo. Para acompanhar, a casa oferece uma variedade de saladas com ingredientes típicos (frutas secas e molhos especiais) e os clássicos tabule e arroz marroquino, entre outras opções. E, como não pode faltar em nenhuma ceia do Brasil ou das arábias, rabanadas! O Empório Árabe vai prepará-las na versão tradicional (R$ 52 o quilo), com doce de leite (R$ 64 o quilo) e com chocolate (R$ 68 o quilo). Por falar em rabanadas, a Vila Tarêgo criou uma versão surpreendente deste que é um dos mais apreciados doces natalinos: em vez de fritas, elas são assadas, o que compensa as calorias da Nutella usada como recheio quando são servidas aos pares, como sanduíches. Acompanhadas de sorvete, custam R$ 11 a unidade. Os fãs da guloseima de origem portuguesa também podem encomendar as rabanadas da Maria de Fátima Cake Designer (R$ 72 o quilo). Ou fugir do tradicional e surpreender os convidados para a ceia com os doces modelados que darão um toque todo especial nas mesas das ceias. A chef preparou toda uma linha de produtos comestíveis e decorativos, com destaque para um presépio feito inteiramente de biscoito e chocolate maciço (R$ 74 a unidade). E, é claro, não pode faltar panetone! A Mesclattino preparou a receita em três
Biscoitos amanteigados de Maria de Fátima Cake Designer
sabores – o tradicional, com frutas secas e raspas de limão e laranja, o chocotone, com chocolate belga e cobertura de cacau amazonense, e o floresta negra, com gotas de chocolate e cerejas ao maraschino. Os panetones são feitos artesanalmente com farinha italiana em parceria com a padaria Fornaio, do chef Ville Della Penna, e custam R$ 43,50 a unidade com 500 gramas. Enfim, o ano termina. E este, cá pra nós, não foi fácil! Vai precisar de muitos brindes, lentilhas, música e abraços pra ficar pra trás! Para isso também se prepararam alguns bares e restaurantes da cidade que prometem festas de Reveillon plenas de boas comidas e bebidas e com muita alegria para receber o novo ano. Entre as opções, sempre incluídas a ceia e atrações musicais, estão o Feitiço Mineiro (R$ 200), o Carpe Diem (R$ 275), as casas de Dudu Camargo (R$ 275) e o Bar Brahma (R$ 300). Todas prometem muita animação até o sol raiar. Porque, afinal, amanhã vai seu outro dia! Boas festas!
Dudu Bar
Santé 13
303 Sul, Bloco A (3323.8082) QI 11, Bloco I, Lago Sul (3248.0184)
413 Norte, Bloco A (3037.2132)
Varanda Dudu Bar
Avenida Jacarandá, Lote 19, Águas Claras (3382.8830)
Empório Árabe
Avenida Castanheiras, Lote 1060, Ed. Vila Mall, Águas Claras (3436.0063). 215 Sul, Bloco A (3363.3101).
Dolce Far Niente
Avenida Castanheiras, Lote 1060, Ed. Vila Mall, Águas Claras (3254.2263) 215 Sul, Bloco A (3345.4267)
Otro Parrilla
SCES, Trecho 2 (3345.1348)
El Negro
QI 17, Edifício Fashion Park – Lago Sul (3365.1292)
Blend Boucherie
412 Norte, Bloco B (3544.7444)
Outback
ParkShopping (3234.7958) Iguatemi Shopping (3468.3655) Venâncio Shopping (3208.2000) DF Plaza Shopping (3597.9004) Shopping Pier 21 (3223.7781)
El Paso
Fratello Uno 103 Sul, Bloco A (3321.3213) 109 Norte, Bloco D (3447.3360)
Don Romano SHIS, QI 11, Lago Sul (3248.0078)
Bla’s 406 Norte, Bloco D (3879.3430)
Don Espettoria 412 Sul, Bloco C (3551.1666) 103 Norte, Bloco D (3256.3230)
Carpe Diem 104 Sul, Bloco E (3325.5301)
Cantucci Bistrô 403 Norte, Bloco E (3328.5242)
Chocolat Glacé SRTVS, Ed. Centro Empresarial Brasília (3226.2901)
Feitiço Mineiro 113 Sul, Bloco D (3345.0777
Belini Pães & Gastronomia 113 Sul, Bloco D (3345.0777)
Espaço Cultural Leão da Serra Setor Habitacional Taquari, Quadra 5, Lote 1 (98520.1752)
Vila Tarêgo
404 Sul, Bloco C (3323.4618) 110 Norte, Bloco B (3349.6820) Terraço Shopping (3233.5197)
SMPW, Quadra 5, Conjunto 12
408 Sul, Bloco B (3244.9999)
107 Norte, Bloco D (3447.8106)
Haná
Maria de Fátima Cake Designer 716 Norte, Bloco C (3368.9321)
Mesclattino
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A mesa está posta TEXTO E FOTOS ZULEIKA DE SOUZA
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artista plástica Célia Estrela adora receber amigos em seu apartamento na Asa Sul. Simples almoços durante a semana viram banquetes super-requintados graças aos pratos pintados por ela mesma e surpreendentes decorações da mesa, sem falar na comida deliciosa e carinhosa feita por seu marido, Márcio Fracari. Ela passa dias pensando e pesquisando temas para suas montagens. Às vezes, galhos caídos nas calçadas inspiram toda a decoração. A artista faz caminhadas com tesoura de poda e sempre volta para casa com flores e galhos encontrados nas superquadras. Nascida na goiana Ipameri, mas des-
de a adolescência em Brasilia, Célia já morou na Itália e viaja muito pela Europa, em rotas por pequenas cidades. Tem uma paixão especial pela Provence, e reconhece que seu trabalho é muito inspirado nessa região francesa. A ligação familiar com Ipameri faz com que esteja sempre na estrada. O marido é companheiro e participa das aventuras, como parar e entrar em plantações de girassóis e algodão, onde ela já visualiza suas mesas. Na fazenda da mãe, transforma a mesa goiana em uma table française, usando utensílios goianos. Um dia, para homenagear um amigo querido que amava ipês, saiu pela cidade colhendo suas flores amarelas e as conservou no ar condicionado até o jantar
(muito frágeis, fora da árvore pouco resistem). A lindeza dos arranjos em redomas de vidro resultou em lágrimas do homenageado e dos convidados. Célia montou especialmente para a Roteiro uma mesa de Natal usando materiais que já tinha em casa ou que achou pelas ruas, nas redondezas de seu apartamento na Asa Sul. Um segredo para montar as mesas, diz, é ter um bom acervo de toalhas, fitas, velas, folhagens, bibelôs, pequenos vasos e tigelas charmosas. Ela dispõe as peças de maneira inusitada, virando algumas de cabeça para baixo, usando copos como candelabros e fazendo sobreposição de toalhas. Para essa mesa especial, arranjou no centro folhagens de pinheiro e suas pinhas e
com pimenta rosa fez guirlandas que deram o tom avermelhado do Natal. Candelabros com velas brancas e vermelhas e bolas natalinas de antigos natais ficaram no centro da montagem junto com pratos de bolo empilhados, que no alto ganharam um panetone com fita de veludo. Para dar ao arranjo um toque natalino europeu, polvilhou açúcar de confeiteiro. O jantar propriamente dito seria servido em pratos brancos com estrelas pintadas com ouro pela artista, luxo minimalista combinado com o talher dourado. Com barbante de juta amarrou os galhinhos da pimenta rosa nos guardanapos e finalizou com luzinhas, para tudo brilhar. O amor pelas mesas já rendeu dois livros, com fotos da prima Sueli Estrela. Um brinde ao encontro tem 50 montagens com vários temas, usando pedras, conchas, cristais brutos, folhas, capim, troncos de arvores, frutas, legumes, palha, musgos, rolhas, aramados, ovos, flores e tudo que a imaginação da Célia conseguiu. O segundo livro é só de mesas de
Natal, com a mesma criatividade. Economista de formação, Célia foi funcionária pública, mas a arte a fez abandonar a burocracia. Hoje, sua ativi-
dade principal é pintar porcelana em um ateliê no seu apartamento, onde atende uma vasta clientela de apaixonados por seu lindo e criativo trabalho.
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ÁGUANABOCA
Bubble waffle de morango.
Burrata maçaricada.
Cantinho francês
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acompanhada de dois mini waffles de queijo coalho (R$ 28,50), e a Côte D’Azur, com folhas, maçã, uva e nozes, acompanhadas de um molho suave à base de iogurte grego (R$ 27,90). Para o fim de tarde, nada melhor do que cafés, chás, chocolates e frappés. Difícil é escolher. Tem o de frutas silvestres, sorvete de creme, chantilly e calda de frutas silvestres (R$ 17,90), o de Ovomaltine (R$ 15,90) e o frappé de Oreo (R$ 15,90).
E, ainda, waffles servidos com maple syrup, mel, manteiga, calda de chocolate ou caramelo artesanal e frutas (R$ 15,50 a R$ 27,50). Para quem prefere sair à noite, a dica são as burratas da casa, como a Valence, acompanhada de azeitonas verdes, rúcula, tomates cereja, molho pesto e waffle belga (R$ 52,90), ou a Di Parma, envolta em presunto de Parma e servida com figos em calda, baby rúcula, azeite e focacGustavo Gracindo
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uem passa pela comercial da 302 Sudoeste no fim da tarde logo nota um burburinho diferente: entre lojas, farmácias e mercadinhos, em plena calçada, flores, um portabíblias antigo que acomoda um cardápio e luzes que enfeitam a floreira na janela. Logo na entrada, um quadro de vidro contendo centenas de rolhas dá o sinal: tem coisa boa por ali. Olhando para dentro, mesinhas redondas com sofás de couro, chão com mosaicos e luz baixa compõem um ambiente descolado e aconchegante em um espaço acolhedor. É o La Fleur, mescla de café e bistrô de estilo francês que oferece pratos de qualidade a preços convidativos, tudo preparado na hora, com ingredientes frescos e selecionados para serem desgustados em um ambiente agradável e familiar. Da cozinha saem sabores e aromas que atraem os frequentadores do bairro: crepes francesas, como a de strogonoff de filet mignon e ninho de batata palha (R$ 33,50) e a Cervantes, uma homenagem ao tradicional sanduíche carioca, que leva pernil, queijo muçarela e abacaxi (R$ 28,90); quiches (R$ 24,50); saladas, como a La Fleur, com mix de folhas, tomate cereja e muçarela de búfala,
cia (R$ 57). Ainda para petiscar com vinho, cerveja ou drinks, o queijo coalho AnuncioRevRoteiroCampanhaIJC.18,5x14cm1.pdfLa Fleur 1 10/12/18 Bistrô 12:15 maçaricado servido com geleias de pi302 Sudoeste, Bloco A (3026.0004) menta e de cebola caramelizada picante De domingo a 5ª feira, das 16 às 24h; 6ª e sábado, das 16 à 1h. (R$ 19,90). Os dadinhos de tapioca tam-
Fotos: Gustavo Gracindo
bém são uma ótima pedida (R$ 23,80). O La Fleur Bistrô é a primeira e única casa que serve bubble waffle em Brasília. Lançado em Hong Kong, ele virou febre em Londres e acaba de desembarcar em Brasília. Crocante por fora e macia por dentro, a massa com bolhas aeradas deixa a sobremesa superleve. Entre os diferentes sabores estão o de frutas vermelhas com calda de chocolate (R$ 34,50); o de banana com caramelo e sorvete (R$ 28,90) e o de M&M’s com chantilly, calda de chocolate e sorvete (R$ 26,50), que promete fazer sucesso entre a criançada. O charmoso espaço conta ainda com uma parte do menu dedicada aos nhoques de batata doce. Tem ao molho de tomate, manjericão fresco ou ao molho pesto. Qualquer um por R$ 32,90. Com tantas delícias, é mais um ótimo local para passar bons momentos com os amigos, colegas de trabalho e familiares.
Nhoque com filé, manteiga e ervas.
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ÁGUANABOCA Fotos: Samuel Fênix (Agência Joy)
Tábua de picanha, maminha e chorizo suínos, do Marruá Parrilla Bar.
Mini sanduíches de pernil, costelinha e lombinho suínos, da Pastelaria do Beto.
Os melhores do Bar em Bar POR MICHEL TORONAGA
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pós mais uma edição de sucesso e repleta de delícias, o festival Bar em Bar elegeu seus vencedores no início do mês, durante a Feira Gastronômica – Circuito Cultural, na Hípica Hall. Este ano, o Bar em Bar, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-DF), incorporou também o festival Sabor Suíno, iniciativa da Associação de Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin). Uma das novidades foi a inclusão da categoria melhor petisco suíno. Com o objetivo incentivar o consumo da carne suína, vários restaurantes e bares aceitaram o desafio de criar receitas com a proteína. O vencedor foi a Pastelaria do Beto, da Feira dos Importados. O prato vencedor é formado por quatro mini sanduíches feitos com pernil fatiado e molho especial da casa, pernil fatiado com abacaxi caramelado, costelinha com barbecue de goiabada cascão e lombinho empanado com queijo prato e molho de tomate caseiro. O Marruá Parrilla Bar, de Vicente Pires, foi o responsável pelo melhor petisco, uma tábua com 140g de maminha, 140g de chorizo e 140g de picanha suína. Tudo acompanhado de farofa crocante de pequi, molho de amora, rúcula orgânica, cebola e pimentão preparado Asa Norte na parrilla. O melhor petisco da Feira
Gastronômica – Circuito Cultural foi o da Nostra Bella Pizzaria, de Taguatinga – uma pizza de pernil suíno e calabresa. Quando o assunto é bar, as bebidas não podem ser deixadas de lado. Houve empate em algumas categorias. O prêmio de melhor chope, por exemplo, foi para o Hop Capital Beer, do SIA, e o Godofredo, da 408 Norte, que venceu pelo segundo ano consecutivo. Villa Carioca (Águas Claras) e Dudu Bar (Asa Sul) receberam os troféus de melhor drink. Uma curiosidade: na categoria melhor barman, a premiada foi uma mulher. A barwoman Daiane Cardoso Dias,
do La Rubia Café (404 Norte), conquistou os jurados, que avaliaram a qualidade geral dos drinks, a postura profissional e a organização do ambiente de trabalho. O prêmio de melhor garçom foi para a tapiocaria Raízes do Sertão (309 Norte) e o de melhor atendimento para o Vila Cinco (Brasília Shopping). Novidades de Brasília também foram premiadas: o Oficina Burger & Cia (214 Norte) ganhou na categoria melhor ambiente e o African’s Grill Delicius, localizado no Núcleo Bandeirante, levou o prêmio de cerveja mais gelada, por apresentar a temperatura perfeita da bebida.
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PICADINHO
TERESA MELLO
picadinho.roteiro@gmail.com
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Doce de leite com coco: huumm!
O nobre chocolate belga
Brunch alemão para celebrar
A cada semana, cerca de 90 panetones de chocolate belga Callebaut são feitos artesanalmente na Kaebisch e distribuídos para as cinco lojas: 214 Norte, 110 Norte (Eixinho), 303 Sudoeste, DF Plaza (Águas Claras) e CasaPark. Há três tipos, todos trufados: Crocante (amêndoa, castanha-do-Pará e macadâmia), Mandala (massa folheada com creme de avelã) e Gianduia, com creme de avelã. Sem conservantes, o produto de Natal tem validade de 20 dias, vem em embalagem de 1kg e custa R$ 110. “O de maior sucesso é o de Gianduia”, diz Adriana Aires Camargo, de 43 anos, que, ao lado do marido, comprou a marca brasiliense de Anna Kaebisch em 2016 e manteve toda a equipe. São 27 funcionários, como Tatiana Borges, 37 anos, há dez na empresa: “A produção de um panetone demora dois dias”, informa. Existem outros produtos natalinos, como árvore de Natal (120g), bola (100g), bonecos (80g), em versões com 32% e 53% de cacau, ao leite e com chocolate branco.
Que tal reunir os amigos, a família ou se presentear com um ótimo brunch de fim de ano? A padaria alemã Das Brot (215 Sul) tem seis tipos de brunches a partir de R$ 29,90. E o melhor: a qualquer hora. O individual Sachsen inclui uma bebida quente ou suco de laranja, salsichas pequenas, presunto alemão, queijo-prato, um ovo frito, cestinha de pães, tomate-cereja e manteiga. O Westfalen serve duas pessoas (R$ 74,90) e vem com dois sucos de laranja, duas bebidas quentes, um croissant, um brezel, cestinha de pães, uma fatia de torta de maçã e ainda queijo brie, peito de peru, queijo branco, taça de frutas da estação, Nutella, geleia e manteiga. A estrela da padaria, aberta em setembro, é o pão. Ele vem de Hamburgo, na Alemanha, chega ultracongelado ao porto de Santos e é distribuído para as 12 franquias da marca paulista. “Nós terminamos de assar aqui”, diz o paranaense Huelinton Wenceslau, 34 anos, ao lado do sócio baiano André Marques de Barros, 47. Com fermentação natural, o de maior sucesso é o pão preto integral, com 90% de centeio e semente de girassol. O cardápio é vasto, e a casa merece uma visita. Várias. Funciona diariamente das 7 às 22h. Domingos e feriados, das 8 às 21h.
Divulgação
Panetone o ano todo
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O brasiliense terá panetones e chocotones o ano todo. Foi inaugurada, em 4 de dezembro, no segundo piso do Boulevard Shopping (Setor Terminal Norte), a Casa Bauducco, franquia paulista criada em 2012 e que é um mix de cafeteria e empório com produtos exclusivos. Entre eles, brownies, pães de mel, cookies, focaccias, crostinis (tipo de torradinha), biscoitos italianos, palmier (doce francês) e ainda muffins e croissants, além dos famosos panetones. Cafés especiais acompanham as delícias, que podem ser consumidas no local. No Brasil, há 44 unidades franqueadas da marca, que acumula 60 anos de tradição e uma produção de 80 itens, com destaque para os panetones. Em Brasília, a primeira loja funciona no ParkShopping.
Divulgação
Panetone de coco com doce de leite da marca Viçosa é a novidade deste Natal na Varanda Pães Especiais. “Não usamos coco ralado, a gente rala o coco fresco”, explica o brasiliense Dilson Oliveira Menezes, de 40 anos. Há também o chocotone, feito com chocolate, laranja e castanha-do-Pará. Os panetones vêm em embalagens de 500g, com três rótulos criados pela Tem Amor no Papel, da artista Raquel Salaro, esposa de Dilson. Custam R$ 30 e têm validade de dez dias, pois não levam conservantes nem essências. Há três anos na 215 Norte, ele começou a preparar pães na varanda do apartamento do Sudoeste, em 2011. “Os vizinhos sentiam o cheiro e batiam na porta”, conta o ex-engenheiro que fez Gastronomia no Iesb à noite, enquanto Raquel estudava nos Estados Unidos. Na Asa Norte são produzidos 30 tipos de pães com fermentação natural e três tipos de farinha: francesa, orgânica nacional e a de grãos ancestrais (espelta, kamut e einkorn). “Tenho uma biblioteca gigantesca sobre pães”, diz ele, que começa a trabalhar, feliz, às 5 da manhã. A Varanda funciona de terça a sábado, das 10 às 20h. Há manobrista gratuito a partir das 16h.
Quando trabalhava em um bufê em Washington, o chef carioca Alexandre Albanese gostava de frequentar um café ao lado e observar a produção de tortas tradicionais americanas, como a cheesecake e a de maçã. Em janeiro de 2011, ao abrir o Nossa Cozinha Bistrô (402 Norte) com o sócio Otávio Soares, a cheesecake tornou-se o destaque do cardápio doce. Neste fim de ano, Alexandre aceita encomendas para três tipos de torta: Red Velvet (foto), cheesecake e o bolo Floresta Negra de Natal: “Fiquei trabalhando seis meses na receita da Red Velvet, que leva cacau na base da massa e recheio de cheesecake”. O mesmo recheio vai para o bolo, feito com massa de chocolate intenso, cerejas ao marrasquino e raspas de chocolate branco. São vendidas em tamanho médio (17cm de diâmetro, para 6 a 8 pessoas) e grande (28cm, para 12 a 16 pessoas). A Red Velvet e a cheesecake médias saem a R$ 85 e a grande a R$ 125; a Floresta Negra, a R$ 115 (média) e a R$ 165 (grande). Se preferir a cheesecake tradicional, o único problema do cliente é escolher a calda: goiabada, frutas vermelhas, doce de leite, morango e chocolate. Encomendas: 3326.5207.
Divulgação Guilherme Teixeira
Com capacidade para 220 lugares, o novo Mercadito ocupa, agora, a esquina da 201 Sul, onde a pegada industrial marca a arquitetura, refrescada por muito verde. Um imenso sofá de 10 metros, criação de Douglas Viana, é um dos destaques do gastrobar inaugurado em 2016. Cardápio e bebidas renovadas são as atrações principais da casa, com menu do chef consultor Thiago Paraíso (do Ouriço) e drinques a cargo de Vitor Moretti. O mixologista preparou 11 coquetéis à base de gin, além de combinações com tequila, uísque, vinho, rum e vodca. Um exemplo é o Amare (vodca, aperol, calda de amora, sumo de limão e espuma de amora), servido em bela taça de cobre (foto). Custa R$ 29. Os petiscos incluem pastel de ragu, miniburger com cheddar e bruschetta de carne de panela. Entre os pratos principais, risoto de filé com grana padano (R$ 45), peixe branco com creme de mandioquinha e legumes e fettuccine com camarões grelhados (R$ 62). Antes do café, ou durante, prove a torta Mercadito, feita com brigadeiro branco e biscoito Oreo.
Chope e carnes nobres O chope da casa, em copos de 300ml, a R$ 9,90, acompanha bem as carnes nobres nas duas unidades da BsB Grill – 413 Sul e 304 Norte. Para as confraternizações de fim de ano foram criados dois tipos de tábuas: a Hat Trick e a Campeã. A primeira chega à mesa com 900g de carne e serve até quatro pessoas: são 300g de maminha, 300g de fraldinha e 300g de assado de tira por R$ 129. A segunda tábua (foto) é indicada para grupos maiores, pois sustenta 1,2kg de bife ancho, chorizo, assado de tira e bife de tira, em porções de 300g de cada corte. Sai a R$ 249. Inaugurado há 20 anos na Asa Norte, a ideia dos primos Lúcio Bittar e Issa Attie era fazer um bom bar, com chope honesto e ótima carne, além de uma pitada de culinária árabe para honrar a origem familiar. Peça também a famosa esfiha artesanal (R$ 10,50), a cargo das tias de Issa.
No charmoso Restaurante do B Um marco na arquitetura hoteleira da cidade, o B Hotel (SHN, Eixo Monumental), com projeto de Isay Weinfeld, é ótima alternativa para comemorar as festas de fim de ano no sossego do restaurante de 120 lugares. Que tal almoçar ou jantar à la carte com a grife do chef Rodrigo Sato? Aos 35 anos, ele foi eleito chef revelação de 2018 em Brasília e acumula experiências no Japão, na Austrália e em São Paulo. Em frente à recepção, o Restaurante do B tem, como opções no cardápio, bacalhau ao vapor (com purê de ervilha, tapenade e molho de cebola roxa, por R$ 55), terrine de polvo (com maionese de berinjela defumada e pó de azeitona, por R$ 46) e carré de cordeiro (com espuma de abóbora, acompanhado de mil folhas de mandioquinha). As sobremesas da chef confeiteira Sônia Takata merecem espumante para harmonizar: macaron de chocolate (com doce de leite, baru e chantilly de café) e texturas de chocolate (mix de brownie, brigadeiro, toffee de chocolate e pistache, areia de chocolate, ganache de capim-limão e calda de framboesa).
No mundo dos canapés Renovação nos cardápios de coffee break, brunch, almoço e jantar corporativos e sociais, além de café da manhã. O Complexo Brasil 21 acaba de lançar seu o menu de eventos para 2019, incluindo serviços de coquetel, bufê e empratado. Tudo sob a responsabilidade dos chefs Myriam Carvalho, Victor Silva e Erasmo Brasil (equipe Norton). Para coquetéis, são cerca de 80 opções, como canapé árabe, ceviche de lula, croquete de carne e damasco com chantilly de queijo brie. Outras delícias incluem carré de cordeiro com cuscuz, pescada com risoto de quinoa e também ambrosia de limão-siciliano e bolo de rolo com sorvete de queijo e calda de goiabada. Alguns petiscos de sucesso foram mantidos, como a guacamole com tortilha de milho e os dadinhos de tapioca e queijo coalho com geleia de tomate.
Synder K. Emidio
Felipe Menezes
Espuma de amora
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Pedro Henriqu
Magníficas tortas de Natal
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GARFADAS&GOLES
LUIZ RECENA
lrecena@hotmail.com
Em Brasília, 19h: e a vida continua No dia 15 de janeiro de 1976 chovia no aeroporto de Brasília. O avião aterrissou logo depois da metade do dia. A aeronave chapinhava nas águas e poças como os guris nas sarjetas da velha descida da rua Duque de Caxias, em Uruguaiana. O Rio Grande do Sul ficara mesmo para trás. Pensamento banal, sem eira, mas com beira. De rio. O velho Rio Uruguai se impunha feito memória na nova paisagem do presente. Brasília, futuro, sim. Mas só se chega a ele quando se tem ou quando se vem da história. Foi assim. Ninguém na espera do passageiro meio agoniado, meio coragem, meio de caminho ou opção. Não era questão de “ou tudo ou nada”. Era tudo. Era decisão. E assim começou a ser cumprido o desígnio do destino, essa entidade que até hoje manda no presente e no dia-a-dia do colunista. Raras foram as vezes em que sucedeu o contrário, com o destino aceitando os impulsos ou novos projetos do seu dominado. E quando tal ocorreu o resultado final, na maioria das tentativas, apontou derrota para o ousado rebelde. NADA DISSO OCORREU naquele início de janeiro quase 43 anos atrás. Mesmo em recesso, o contato estava na Câmara dos Deputados e a primeira quinta-feira do colunista em Brasília com um teto sob o qual dormir e uma promessa de estágio agarrada com as duas mãos, que virou emprego, que se transformou em bem sucedida carreira. Almoçava-se no bandejão do Anexo II da Câmara, o então famoso “PTB”, por ser popular e homenagear o proscrito partido, pretensioso, que perdera, por ingênuo e incompetente, o poder para os militares associados aos Estados Unidos. Comia-se bem, o básico: arroz, feijão, carne de panela etc. E era barato. Jantava-se na Rodoviária, no atual Conic ou na W-3 Sul, endereço de restaurantes e botecos mais bem postados na escala social da gastronomia da época. Um bife parmegiana
no Roma, um acebolado no Paisano. Luxo mesmo era chegar ao La Romanina ou ao Cachopa, locomotivas da época. Mas tudo era ouro, mesmo, quando as chaves se fechavam nas casas dos amigos, colegas ou chefes. O regionalismo de cada um aparecia: carreteiro de charque, macarronada autêntica, com ou sem polpeta, camarão com catupiry, moqueca baiana ou capixaba, um velho churrasco de guerra com alguém que já tivesse casa. Tempo, saudade e boa comida podem ser sinônimos. Não há do que reclamar. TUDO ISSO PORQUE É NATAL. Ôô datinha danada. É no fim de cada ano que ela aparece, para lembrar, reviver, cutucar, usar a lança da dúvida para ferir lembranças, cobrar detalhes de memória que ainda possam machucar, cortar para trazer de volta momentos enterrados no túnel do tempo perdido. MAS HÁ FORMAS DE ENFRENTAR esses fantasmas. As melhores são as gastronômicas. O peru natalino tinha presença em quase todas as mesas de origem. O bacalhau também, em várias formas. Idem o pernil de porco. Os gaúchos acrescentaram o de cordeiro, os cariocas as rabanadas, pernambucanos tortas e o bolo de rolo, paulistas panetones verdadeiros. E assim cada um lembrava uma receita familiar e, quase todos sem mães ou pais nem avós, tinham de ir à cozinha fazer o melhor possível. Era a capital pós-construção, era a Brasília da ocupação, da grande simbiose, aquela em que verdadeira esperança começava a se mostrar na prática. Nós éramos os solteiros e casados que acreditaram no momento, vieram e fizeram o verdadeiro exército vitorioso: o da Democracia, não o que ainda ocupava os palácios. Bom Natal. E um feliz Ano Novo para todos. Salud!
AS DELÍCIAS DE MINAS PERTINHO DE VOCÊ 22
Queijos, doces, biscoitos, castanhas, pão de queijo, pimentas, farinhas, polvilho caipira, massa para tapioca, mel, manteiga, cachaças, linguiça, frango e ovos caipira.
Av. Castanheiras, Ed. Ônix Bl. A - Loja 2 - Águas Claras
PÃO&VINHO
ALEXANDRE FRANCO
Los hermanos Uma das melhores opções que os brasileiros têm no consumo de vinho é o argentino. Um tanto pesado no passado, o vinho argentino vem se aprimorando e encontrando o caminho do equilíbrio e da elegância, ao menos através dos melhores produtores. E são muitos os produtores com novos e modernos vinhos. Passei quatro dias na região de Mendoza, especialmente no Vale de Uco e em Luja de Cuyo, visitando bodegas que têm muito a oferecer e que ainda não estão no Brasil, ao menos não com sua linha completa. O objetivo foi selecionar vinhos de grande qualidade e bom preço para serem trazidos ao nosso mercado. Foram várias bodegas e muitos vinhos degustados, tantos que não seria possível comentar todos nesta coluna. Selecionei alguns que considerei de grande interesse e que deverão estar disponíveis ao nosso consumo em breve. Da bodega Budeguer, que deverá ter grande parte de sua linha de vinhos no Brasil em 2019, destaco o Tucumen Rosado, o Tucumen Tinto Argentino, o Malbec 4000 e o Black Blend 4000. O Tucumen Rosado, que deverá vir com um rótulo especial ao Brasil, produzido a partir de 100% de uvas Pinot Noir, não passa em madeira, apresenta-se com cor rosa bem clara ao estilo dos Provence e traz nariz leve, fresco, com toques de morango. Em boca é frutado, suave e muito agradável, além de gastronômico. Será uma opção excelente em rosé. Ótimo vinho! O Tinto Argentino é um corte de 80% Malbec e 20% Cabernet Sauvignon. Muito equilibrado, de nariz doce com frutas vermelhas e negras maduras e em geleia, com palato de taninos finos e precisos, elegantes e com ótima acidez. Muito equilíbrio e perfeito para gastronomia. Grande vinho! O Malbec 4000, de sua linha premium, é o que se pode encontrar de melhor nos modernos malbecs argentinos. Com nariz sério, complexo, com fruta vermelha madura,
pao&vinho@agenciaalo.com.br
cereja negra e agradável toque de couro. Na boca é cheio, encorpado e redondo, com ótima acidez. Perfeito para as carnes grelhadas. Excelente vinho! O Black Blend é, para mim, dos grandes vinhos argentinos que já degustei. Um corte de Malbec (80%), Cabernet Sauvignon (15%) e Petit Verdot (5%) que passa 16 meses em tonéis de carvalho francês. Rubi escuro profundo. Nariz com doçura, com chocolate ao leite, fruta em geleia e toque mentolado. A boca tem muita estrutura e maciez, onde os taninos são finos, elegantes, mas bem presentes, e de equilíbrio perfeito com a acidez e o álcool. Fantástico! Da Altar de Uco, um blend de Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot que também deverá vir com rótulo especial, sem passagem em madeira. Um vinho magnifico por um custo muito atrativo. Nariz de frutas vermelhas e negras e boca redonda e macia com fruta e frescor. Grande! Da Passionate Wines virá um interessantíssimo vinho laranja, também com rótulo especial. Produzido a partir da uva Torrontez, traz aromas florais evoluídos e farmacêuticos com boca gastronômica, toque de resina e ótima acidez. Será grande opção nesse estilo. Da Versacrum, os vinhos são de elegância europeia em toda sua extensão, e cito o Geisha de Jade, um branco de 50% Roussane e 50% Marssanne que passa 11 meses em barricas usadas. De cor amarelo palha de tons dourados, traz nariz de frutas e flores brancas, muito agradável, e boca muito fresca e de ótima acidez. Para encerrar, da Casa de Uco um Cabernet Franc com toque de 5% de Petit Verdot mostra o nível fantástico que o vinho argentino pode atingir e vem atingindo. De cor rubi escuro e profundo, com nariz complexo de frutas negras, com violetas, e toques de pimenta e vegetais, além de deliciosa mineralidade. No palato, aproxima-se da perfeição, com estrutura e maciez, além de ótima acidez. Vinho maravilhoso!
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VA O BRASIL PROMOVEU REFORMAS IMPORTANTES PARA SE DESENVOLVER E CRIAR MAIS OPORTUNIDADES PARA TODOS. O Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular são uma verdadeira revolução na educação, aguardada por educadores por mais de 20 anos.
LEU por mudar
o Brasil!
“Agora, podemos focar os estudos no que a gente realmente acha mais importante para o nosso futuro!” Mikael das Chagas Santos Estudante
A Reforma Trabalhista ajudou a modernizar as relações entre patrões e empregados. E já está trazendo oportunidades de emprego para os brasileiros. Cerca de 800 mil carteiras de trabalho já foram assinadas até agora. E mais 2 milhões de novos postos de trabalho foram criados.
Para saber mais, acesse: brasil.gov.br/valeubrasil
Bento Viana
DIA&NOITE
brasilporsuascapitais Salvador, entre 1549 e 1763; Rio de Janeiro, de 1763 a 1960, e Brasília, de 1960 até hoje. As duas cidades que já foram capital do país e a nossa cidade, atual sede dos três poderes, são as protagonistas da exposição Capitais do Brasil, montada no Museu da República até 6 de janeiro. A colônia, o império e a república estão representados nas fotografias de Åke Borglund e Bento Viana. De acordo com os curadores Berttoni Licarião e André Honor, a narrativa parte de três elementos: água (Salvador), ar (Rio de Janeiro) e terra (Brasília). “É um passeio que começa na beira do mar da Roma Negra, alça voo entre o Pão de Açúcar e o Morro Dois Irmãos e finca os pés no barro, no concreto e na amplidão da capital do amanhã dos candangos”, explica Licarião. A exposição oferece ao público experiências sensoriais e interativas ao mostrar diferentes formas de enxergar o país e interpretá-lo. De terça a domingo, das 9 às 18h30, com entrada franca.
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comunidadeteatral
Divulgação
Projetos de artes cênicas, cinema, exposição, música e debates já podem se inscrever para ocupar os CCBBs de Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Os selecionados vão compor a programação cultural 2019/2020 do local onde pretendem ser realizados. O último edital foi realizado em 2017, quando recebeu 437 propostas. Dessas, 85 foram selecionadas para compor a grade de programação dos quatro CCBBs durante os anos de 2017 e 2018. As propostas serão avaliadas por comissão interna especializada do Banco do Brasil, com base nos critérios de relevância conceitual e temática para a sociedade, abrangência de público e acessibilidade, fomento de novos talentos, originalidade e ficha técnica do projeto. As inscrições são gratuitas e devem ser registradas exclusivamente pela internet (www.bb.com.br/cessaoespacoccbb) até às 23h59min (horário de Brasília) de 11 de janeiro.
Desde o início de dezembro e até 27 de janeiro o Sutil Ato, coletivo criado há 12 anos que assina a autoria de Autópsia, espetáculo com diversos prêmios, promove projeto de expansão da comunidade teatral por meio de espetáculo, palestra, oficina e batepapo com artistas, estudantes e público interessado. As atividades propostas têm como fonte temas trazidos nos atos III e IV do espetáculo Autópsia, que investigam a precariedade de moradores de rua, recicladores de aterros sanitários, do sistema prisional e traçam um olhar reflexivo sobre as desigualdades sociais. Dentro do Expansão Comunidade Teatral “o espetáculo será desconstruído até ficar sem as camadas da linguagem cênica, restando o cotidiano cru, onde a nossa cidadania e humanidade poderão ser discutidas”, conta Jonathan Andrade, diretor e dramaturgo do Sutil Ato. Entrada franca. Programação em https://autop siacontinuacao.000webhostapp.com/
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Diego Bresani
Após cinco anos fechado por problemas de segurança e manutenção inadequada, o Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), reinaugurado em junho passado, está chamando os produtores culturais da cidade para ocuparem todos os ambientes do centro ao longo do próximo ano. São eles: os teatros Galpão e de Bolso, renomeado agora como Robson Graia; o cineteatro Sala Marco Antônio Guimarães, as galerias para exposições Parangolé e Rubem Valentim; o ateliê de pintura; a Biblioteca de Artes Ethel Dornas, com gibiteca e musiteca; a sala multiuso para oficinas-espetáculos e ensaios; o Galpão das Artes (artes visuais), bem como a praça central e o mezanino, destinados a atividades diversas, como exposições, shows e saraus. O processo de seleção marca o início de parceria entre a Secretaria de Cultura e o Instituto Bem Cultural. Os interessados podem se candidatar em www.institutobemcultural.org.br
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feiranotemplo Até 31 de dezembro, o Templo da Boa Vontade (915 Sul) apresenta sua feira anual de Natal, com participação de artistas brasilienses, entre eles Ralfe Braga, Ariene Saabor, Cássia Arcoverde e Angélica Bittencour. A variedade de obras e suportes retratam a diversidade característica da capital, de cadeiras a enfeites natalinos, passando pelos azulejos de Rosana Cardoso, pelas molduras e espelhos de Rosana Cruz e pelas caixas de madeira pintadas à mão por Angélica Bittencourt, além de telas em diversas técnicas. Estão na feira também alguns itens internacionais, além de lembranças com a cara de Brasília, como os ímãs de Zoraine de Oliveira. Diariamente, das 8 às 20h. Informações: 3114.1070.
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santos Ao longo deste ano, o artista plástico Rodrigo Nardotto esteve em turnê na Europa. Inicialmente realizou residência artística em Pádua, na Itália, onde permaneceu 52 dias na “Casa di Spiritualitá”, o convento onde viveu Santo Antônio de Pádua no último mês de sua vida. Depois, passou 80 dias em Varsóvia, a convite do governo polonês, para expor sua série Brasil Vangoghiano, que mostra como teria sido a passagem de Van Gogh se ele tivesse vindo ao Brasil. De volta a Brasília, Rodrigo apresenta a série Santi, com 27 telas reunidas no Espaço de Exposições do Palácio do Planalto (Anexo III, Ala A, térreo). Seu forte, como ele mesmo admite, é a cor. “É o que realmente me interessa! Eu consigo trazer forma por meio da cor. Para mim, as linhas são secundárias. O traço e o desenho só me balizam. As distorções que faço são intencionais, porque o meu estilo é o expressionismo, ou seja, eu expresso as minhas emoções. Não faço nada racional”, explica o artista. Até 11 de janeiro, com entrada franca.
Alice Totem
Intempéries permanentes, de Matias Mesquita, e Ultramar, do grupo paulistano Em Branco, são as duas exposições que a Referência Galeria de Arte (202 Norte) selecionou para comemorar 23 anos de sua fundação. Na primeira, com curadoria de Cinara Barbosa, o artista plástico Matias Mesquita dá continuidade à sua pesquisa com materiais de construção, estruturais e arquitetônicos e agrega à sua produção chapas de alumínio, caixas de ferro, placas de concreto e de terra vermelha do Cerrado, blocos de concreto, de tijolos e de alvenaria. A matéria prima opera como indício de nossa realidade urbana, destrinchando sua condição social, massificada e industrial. Formado pelos artistas visuais Adriana Rocha, Ana Michaelis, Celso Orsini, Cris Rocha, Patricia Furlong e Reynaldo Candia, o grupo Em Branco apresenta obras em óleo e acrílica sobre tela e colagens. “Ainda que não exista a interferência de um artista sobre a obra de outro, esta é uma linha que costura a organização da exposição. É uma cor recorrente em nossas obras, mesmo quando estão sob camadas de veladuras ou são apenas fios”, afirma Adriana Rocha. Até 23 de fevereiro, de segunda a sexta, das 12 às 19h, e sábado, das 10 às 15h. Entrada franca.
feiradearte Até 21 de dezembro, a galeria Par de Ideias (704/705 Norte) apresenta a primeira Feira de Arte Figurativa com 15 artistas locais que participarão com duas obras para exposição e venda, além de compor o catálogo virtual no site www.feirafigurativa.com. As artistas plásticas Julia Gonzales e Maisa Ferreira, idealizadoras do Par de Ideias, perceberam que além da educação visual e do fomento da produção artística também é necessário o incentivo à comercialização de arte, uma vez que os mecanismos tradicionais de vendas de obras são de difícil acesso tanto ao artista como ao público. “Brasília é um celeiro de artistas sintonizados com essa nova estética. A cidade tem apresentado artistas que, além de realizarem um excelente trabalho, já são uma promessa positiva em termos comerciais. Por diversos fatores a capital tem potencial de sediar esse movimento, unindo norte e sul em um evento capaz de aglutinar essa produção nacionalmente”, afirma o curador Gustavot Diaz.
Ildeu Borges
Quando se aposentou, o artista plástico Marco Antonio Fabro não teve dúvidas sobre como preencheria seu tempo: faria xilogravuras. Admirador das obras de M.C.Escher (1898-1972), mesmo sem conhecer o processo de produção, virou aluno da UnB e lá mergulhou na técnica que sempre o fascinou por ser resultado da convergência de três processos: a elaboração do desenho, a gravação da matriz e a impressão dessa matriz em um suporte. No processo tradicional, entretanto, o gravado fica branco e o não gravado, preto. Isso acaba implicando em alguma limitação na elaboração da imagem. Marcando inicialmente na matriz faixas com 1 mm de largura e reduzindo, pela gravação, essa largura, Marco Antonio Fabro consegue proporcionar a sensação de “tons de cinza”, dando origem a uma nova face para a xilogravura, que é exatamente o que o artista traz para a mostra. A nova face da xilogravura fica até 2 de janeiro na Pátio Galeria, com entrada franca. De segunda a sábado, das 10 às 22h, e domingos e feriados, das 13 às 19h.
Matias Mesquita
duasinéditas
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CAIANAGANDAIA
As festas da virada POR VICTOR CRUZEIRO
É
chegada aquela época do ano em que o brasiliense tem de ser corajoso o suficiente para abrir o armário e vestir sua melhor roupa branca, mesmo na possibilidade de deixá-la no tom vermelho-ocre do cerrado. É hora de abrir os braços e receber as boas vibrações do Ano Novo que se avizinha, sem deixar de lado os aprendizados do ano que passou. Que venha 2019, com suas novas conjunturas e exigências, benesses e alegrias, dúvidas e incertezas! Como era de se esperar, a capital não vai deixar que ninguém celebre sozinho, e oferece as mais variadas possibilidades, para todos os gostos e paladares. Pensando nisso, a Roteiro separou algumas das melhores opções para a virada.
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Pontão do Lago Sul A orla mais charmosa de Brasília promete uma virada inesquecível, como de praxe, com festas de arromba em cada uma de suas casas. O BierFass realizará uma festa com o tema “deixa a vida me levar”, animado com música ao vivo e um cardápio soberbo (R$ 560/adulto, R$ 280/ criança de 6 a 12 anos). No Manzuá o tema, fiel à origem da casa, será “aromas da Bahia” (no salão interno, R$ 530/adulto; na varanda, R$ 580; em ambos os ambientes, crianças de 10 a 14 anos pagam R$ 250 e de 6 a 9 anos pagam R$ 150). O Fausto e Manoel homenageará o Brasil com uma ceia inspirada nas diversas regiões do país, além da animação da banda No Grau e do DJ Léo Machado (R$ 490/adulto e R$ 150/criança de 8 a 11 anos). Especializados em cozinha japonesa, o Mormaii Surf Bar (mesas entre R$ 500 e R$ 300 por pessoa) e o Soho (R$ 650/adulto) prometem um toque da culinária oriental.
Também no Pontão, inspirado na alegria e na energia do México, o Réveillon Nossa Praia virá com uma megaestrutura de seis ambientes, oferecendo, como esperado, mais uma experiência memorável a seus convidados (R$ 380/masculino e R$ 360/feminino para o camarote ou R$ 580 e R$ 560, respectivamente, para o exclusivíssimo Lake Lounge). No comando da festa, uma variedade de estilos musicais e atrações ao longo da noite: do sertanejo ao samba, do pop rock ao eletrônico, do funk ao reggaeton, uma novidade que tem tudo a ver com o tema caribenho. Sendo no Pontão, a noite acabará iluminada pela indefectível queima de fogos que já é parte da festa. Réveillon Predileto No Ópera Hall (SHTN, Quadra 5), também às margens do lago, o Réveillon Predileto promete uma noite animada e surpreendente, com uma queima de fogos única, um sistema inovador de open bar
que envolve mais de 180 profissionais, além de um set-list de atrações que vai de duplas sertanejas à música eletrônica (com um line-up do Federal Music, incluindo nomes como Áquila e Kevin Chris) . Os ingressos giram em torno de R$ 150/masculino e R$ 120/feminino. Asbac Há oito anos realizando uma das festas mais memoráveis da capital, a Asbac (SCES, Trecho 2) promete manter a tradição de entrar em 2019 com todo o estilo. Com um serviço que inclui coquetel volante, ceia, sobremesas, ilhas de antepastos, caldos e bebidas, além de uma vista privilegiada do Paranoá, a noite contará com a animação da banda Satisfaction, em um ambiente notoriamente aconchegante para toda a família. Os ingressos custam R$ 300/associados e R$ 400/não associados, e é possível reservar mesas inteiras para oito pessoas por R$ 2.160/associados e R$ 2.880/não associados.
Fotos : Divulgação
Cota Mil Entrar no Ano Novo na orla do lago é o que o brasiliense tem de mais próximo de estar à beira da praia, deixando as águas levarem as energias antigas e trazerem novas e boas vibrações. Como era de se esperar, o Cota Mil Iate Clube (SCES, Trecho 2) promete uma noite memorável na orla, com shows de fogos, lounges e muita animação, garantida pela banda Terminal Zero. O cardápio também será à altura, com uma ilha de entrada com quase 20 opções, dez pratos quentes e frios no jantar, sobremesas e bebidas à vontade, tudo por R$ 270/associados e R$ 350/não associados. Secret Paradise A One Club, antiga Bamboa (Setor Hípico, Trecho 3), uma das maiores casas noturnas do DF, se propõe a receber 2019 em um local exclusivo com um padrão internacional. Em um sistema all inclusive, a casa contará com decoração temática, tendas geo space e uma gama de sons para agradar qualquer gosto: sertanejo, samba, axé, pagode, funk carioca e house dividirão o palco principal, enquanto o palco Low
Club Paradise irá até o sol raiar, com mais de 15 atrações de música eletrônica. Os ingressos variam de R$ 240 (Premium Secret) a R$ 380 (Premium Paradise). Rubaiyat Pensando em cada detalhe para comemorar a chegada de 2019, o restaurante do Setor de Clubes Sul servirá um menu elaborado especialmente para a data, com quatro opções de prato principal: vieiras e camarões com purê de batata doce roxa; robalo com creme de aspargos e tomate confitado; leitão assado com chutney de manga da casa; e filé mignon com molho béarnaise, gratin de batata e jamón serrano e uma seleção deliciosa de sobremesas (R$ 390/adulto). Toretto A casa de Águas Claras promete entrar em 2019 com uma comemoração especial, na esteira do seu tradicional ambiente italiano. O Toretto preparou um bufê
de petiscos e frios com as mais variadas opções. A animação ficará por conta da já conhecida banda Brasiliana, além de um DJ que irá manter todos no máximo da energia até o ano que vem. A comemoração, que terá início às 20h, tem ingressos à vista a R$ 150 por pessoa. Vale lembrar que estas não são, nem de longe, as únicas opções para a celebração do encontro mágico entre o último segundo de um ano e o primeiro do seguinte, mas são algumas das melhores e possivelmente inesquecíveis. Que venha 2019, com força total!
Melhores do
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Cerveja mais gelada: African’s Grill Delicius
Melhor Chopp: HOP Capital Beer Bar Godofredo
Garçom Destaque: Tapiocaria Raízes do Sertão
EMPATE
Melhor Atendimento: Vila Cinco Restaurante
Melhor Drink: Dudu Bar Asa Sul Villa Carioca EMPATE
Melhor Petisco: Marruá Parrilla Bar
Melhor Ambiente: Oficina Burger & Cia
Melhor Barman: La Rubia Café
14 jurados + 27 estabelecimentos = 10 grandes vencedores! Parabéns a todos que se dedicaram para fazer do Bar em Bar + Sabor Suíno um sucesso Melhor Petisco Suíno Pastelaria do Beto
Desafios dos Chefes Melhor Prato Nostra Bella Pizzaria
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Benjamin Eolavega
GRAVES&AGUDOS
A volta de um gênio do piano
A agenda musical de 2019 começa em grande estilo
É,
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sem dúvida, a melhor notícia que poderíamos dar aos nossos leitores, para encerrar com chave de ouro este ano de tantas boas atrações musicais: Nelson Freire, o pianista mineiro que há 68 anos saiu de Boa Esperança para estudar no Rio de Janeiro e, de lá, alçou voos para os principais teatros do mundo, estará em Brasília no dia 17 de janeiro. Às 20h30 desse dia, uma quinta-feira, o pianista de seis décadas de brilhante carreira fará um recital no auditório da Fundação Habitacional do Exército para os 649 privilegiados que lá estiverem. Foi o pianista e pesquisador Alexandre Dias, criador e diretor do Instituto do Piano Brasíleiro (IPB), quem conseguiu a proeza de trazer Nelson Freire a Brasília, onze anos após sua última apresentação, com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, e 12 anos depois de ter realizado um recital
solo por aqui. “O Nelson é um dos maiores pianistas do mundo, e poder trazê-lo a Brasília neste momento é motivo de imensa honra”, afirma Alexandre. Seu interesse pela carreira do pianista
surgiu quando a gravadora Philips lançou a coleção de 200 CDs Great Pianists of the 20th Century, em 1999, e ele notou que Nelson Freire era o único brasileiro entre os 72 maiores do mundo. Pouco depois Chris Lee
POR MARIA TERESA FERNANDES
Apresentação no Carnegie Hall, de Nova York, em 1º de novembro deste ano.
O pequeno gênio já esbanjava talento aos 10 anos. Concerto do pianista Nelson Freire
17/1, às 20h30, no auditório da Fundação Habitacional do Exército (Setor Militar Urbano, próximo ao Oratório do Soldado). Classificação indicativa: 12 anos. Ingressos: R$ 100, R$ 120 e R$ 150 (meia-entrada), à venda na loja Eventim do Brasília Shopping ou no site http://bit.ly/Nelson_Freire.
Cinco perguntas para Nelson Freire
Já sabíamos que não seria nada fácil entrevistar o pianista, conhecido por sua introversão, beirando a timidez. Isso ficou ainda mais evidente para quem assistiu ao filme de João Moreira Salles, de 2003, um documentário onde os silêncios do pianista falam mais do que ele próprio. Mesmo assim, resolvemos arriscar e elaboramos cinco perguntas para serem encaminhadas a ele. Na antevéspera do fechamento da revista, quando já estávamos pessimistas quanto ao sucesso da empreitada, felizmente Nelson Freire nos respondeu. A seguir, transcrevemos a entrevista: Depois de 60 anos de carreira, de pisar em palcos de mais 80 países e gravar discos com obras de grandes compositores, o senhor ainda tem composições inéditas que pretende incluir nos próximos concertos e gravações? Ainda no mesmo tema, qual será o repertório do próximo disco a ser gravado pela Decca Records? O repertório pianístico é inesgotável. Uma vida é pouco para tocar tudo que tenho vontade. Mas as interpretações evoluem com o tempo e a maturidade. Um repertório, portanto, é uma coisa viva, não importa quantas vezes você toca a mesma obra. Pretendo, em fevereiro, gravar obras que desde cedo fizeram parte da minha vida. Uma espécie de lembranças
musicais e ao mesmo tempo uma homenagem a pianistas que mais me influenciaram. Certa vez o senhor disse que o segundo concerto de Chopin talvez fosse o seu preferido. Ainda é? Como o senhor costuma escolher seu repertório? Sim, o segundo concerto de Chopin me toca fundo no coração. Mas não tenho só um favorito. Beethoven 4, Brahms 2, Schumann e outros fazem parte desse grupo. Minha escolha de repertório vem da minha vontade de tocar as obras que apresento. Sua última apresentação em Brasília foi há mais de dez anos. Qual sua relação com a cidade e o que acha do público brasiliense? Minha relação com Brasília é bastante sentimental. Estive várias vezes na cidade quando minha primeira professora (Nise Obino) aí residia. Dei concertos na Universidade de Brasília, no Hotel Nacional e na Sala Martins Penna nos anos 60/70. Gostava da cidade com sua terra vermelha e um ambiente otimista que reinava na nova capital. Não creio que hoje seja assim, mas de repente tive vontade de voltar. Qual a importância do Instituto do Piano Brasileiro, criado há três anos pelo jovem Alexandre Dias? O grande motivador desse meu retorno a Brasília chama-se Alexandre Dias. Ele é responsável por uma obra de imenso louvor, que é o resgate do piano brasileiro. Graças a ele, um enorme acervo de material de Guiomar Novaes não foi
para o lixo. Sabendo disso, e das dificuldades que um empreendimento dessa estatura enfrenta, tive a inspiração de fazer um recital divulgando seu trabalho. Quais pianistas nacionais e internacionais do passado influenciaram sua carreira? Quanto aos pianistas que mais me influenciaram não posso deixar de citar Guiomar Novaes, que tive o privilégio de conhecer e ouvir pessoalmente, além dos grandes ícones do passado como Rachmaninoff. Também tive a sorte de assistir a concertos de Rubinstein, Horowitz, Michelangeli e Gilels que são inesquecíveis. Instituto do Piano Brasileiro (IPB)
Lúcia Branco. Na adolescência, Nelson Freire foi para Viena, onde se tornou aluno de Bruno Seidlhofer. Aos 14 anos já era considerado um grande mestre do piano. Sua grande estreia internacional deuse aos 23 anos, em uma apresentação em Londres, sendo aclamado pela crítica. O crítico do Times chama-o então de “o jovem leão do teclado”. Um ano mais tarde, estreou em Nova York com a Orquestra Filarmônica, concerto que lhe valeu o comentário da revista Time: “Um dos maiores pianistas desta ou de qualquer outra geração”. Só neste ano que termina, Nelson Freire já se apresentou com a Filarmônica de Paris, com a Filarmônica de Berlim, no Teatro Scala de Milão, na Sala Concertgebouw, de Amsterdã, na Ópera de Sydney e também no Carnegie Hall, de Nova York.
Instituto do Piano Brasileiro (IPB)
dessa época, eles passaram a conversar e trocar informações periodicamente. Em 2006, quando Nelson Freire veio a Brasília para seu recital solo, trouxe para Alexandre uma série de fitas K7 com várias gravações raras ao vivo, preciosidades registradas desde quando o pianista tinha dez anos. “Foi emocionante saber que ele apoiava a pesquisa que eu estava fazendo sobre sua carreira. Em 2015, quando o IPB foi inaugurado, ele nos concedeu uma longa entrevista em sua residência”, revela o jovem pesquisador brasiliense. Nascido em 18 de outubro de 1944 na cidade mineira de Boa Esperança, Nelson começou a estudar piano aos três anos. Quando tinha cinco anos, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro só para que ele pudesse se aperfeiçoar no estudo do instrumento, uma vez que seu talento já impressionava. Teve como mestras a gaúcha Nise Obino e a paulista
Alexandre Dias e seu convidado muito especial. 31
GRAVES&AGUDOS Divulgação
Blaze Bailey
Fabio Cunha
Bell Marques
Edwin Sota
Pra fechar o ano POR HEITOR MENEZES
de dezembro a 6 de janeiro no CCBB. A flauta de Sota vai ecoar na abertura do festival, dia 18. Fiquem ligados, porque no dia 22 haverá uma homenagem musical a Fernando Pessoa, ora pois. No Clube do Choro, bastião da boa música, dia 19, a vez é da cantora e violonista Litieh, que promove o lançamento de seu segundo álbum, Komòva. O som mistura influências do mais alto nível, como Elis Regina, Ella Fitzgerald, Esperanza Spalding, Gil, Djavan, Dominguinhos, Cazuza e toda a matriz sonora africana. A cantora promete um pouco de tudo, indo além da superfície dos estilos mencionados.
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em a música, a vida seria um erro, escreveu o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, lá pelo Século 19. É uma boa frase, claro, ainda mais vinda de um cara notável pelo niilismo e outros escritos heavy metal, só para lembrar que pensar dói, mas é dessa forma que a humanidade se vê livre das amarras que cerceiam o pensamento, a liberdade, e toca pra frente. Trazendo pra cá, seria um erro não prestar atenção na programação musical que inunda a agenda cultural o ano inteiro, em Brasília, com atrações para todos os gostos e gastos. Pois a virada do ano mantém a fervura em alta, ó brasiliense que luta contra as chuvas. Os otimistas – desculpa aí, Nietzsche – têm no que acreditar, em que pese os alhos com bugalhos que anunciam nas políticas de gestão cultural que estão por vir. Flauta sagrada, já ouviu falar? Não? Eis que chega a oportunidade de ouvirmos um som que remete à mais profunda ancestralidade, qualquer coisa capaz de conectar o eu com o eu profundo, como dizia Fernando Pessoa. O flautista peruano Edwin Sota é uma das atrações musicais do V Festival Internacional Cinema e Transcendência, em cartaz de 18
Hamilton de Holanda
Ainda no Clube do Choro, mais uma chance de conferir o grande bandolim de Hamilton de Holanda. Dias 20 e 21, o músico fecha com chave de ouro o projeto Chega de saudade, que, ao longo de 2018, manteve a casa do Eixo Monumental na proa da boa música na capital. Hamilton de Holanda tem algo como 30 discos em 20 anos de carreira. É o cara que levou o bandolim aonde ninguém jamais imaginou. O Grammy Latino de melhor instrumental, em 2016, é apenas um dos louros colhidos em vitoriosa carreira. Em uma palavra: imperdível. Fim de ano não pode faltar Roupa Nova. Nem trocadilho besta. A piada batida se desfaz assim que Cleberson, Feghali, Kiko, Nando, Paulinho e Serginho sobem ao palco e começam o desfile impressionante de suspiros de felicidade; hits, a maioria gravados para sempre no subconsciente de milhões de fãs Brasil afora. É que veremos mais uma vez, dia 21, no auditório máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com o Especial de Fim de Ano, no qual o Roupa Nova embarca no clima natalino e, de quebra, comemora 38 anos de vi-
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Litieh
Roupa Nova
nos que Bell Marques, um dos grandes nomes da axé music. Dia 22, na Arena Lounge, do Estádio Mané Garrincha, chicleteiros de todos os tempos vão poder matar a saudade de “cara caramba, cara caraô” e daquela ferveção que faz da Bahia um lugar único de música, festa e acabação. Jingle Bell tem a ver com Natal? Não, com Salvador, hahaha. Ah sim. Buchecha, da saudosa dupla Claudinho e Buchecha, também participa do regabofe. Por falar em Natal, dia 24, depois daquele peru, vale a pena fazer a digestão musical na festa Especial de Natal – Makossa, Criolina e Melanina, na Ascade (Setor de Clubes Sul). Isso, as três melhores festas de black music de Brasília vão estar reunidas numa coisa só. É a última grande celebração do ano, do coletivo de DJs especialistas em rap, hiphop, soul, funk, reggae e afins. Não por acaso, a festa tem como tema a arca de Natal, de onde se imagina que todos são bem-vindos, em tempo de se salvar do dilúvio nefasto que atinDivulgação
toriosa carreira artística. Um duplo ou triplo presente: há um ano e meio longe da capital, o Roupa Nova aproveita o retorno para arriscar novas canções ao já consagrado repertório fina flor do romantismo. Na verdade, adicionar mais sucessos aos sucessos. Com o projeto As Novas do Roupa, o grupo pretende mostrar em Brasília músicas que vão entrar no próximo disco, ainda sem data de lançamento. Três dessas canções, Queda de braço, Luzes de emergência e Seja bem- vindo (O amor), estarão no repertório. Essas foram lançadas recentemente em plataformas de streaming como o Spotify. Naquele clima Noel, prepare-se para ouvir A paz (versão de Heal the world, de Michael Jackson), Natal todo dia e as eternas Chuva de prata, Anjo, Um sonho a dois e muitas outras capazes de fazer o amor estar no ar. Cordas, guitarras, som maravilhoso. Em resumo é o que promete a dupla Daniel Santiago e Pedro Martins, grandes representantes da música instrumental made in Brasília, que juntam as forças no show Simbiose, dia 22, no teatro do Museu dos Correios (Setor Comercial Sul). Daniel, no violão, e Pedro, na guitarra, passeiam pelos temas do disco gravado em 2015, mas que só agora se tornou acessível. Simbiose é o disco no qual a dupla faz jus ao significado semântico, qual seja, a junção de dois organismos que se completam e parecem um. Amigos, na música isso é plenamente possível. Entrada: um quilo de alimento não perecível. Para quem está mais para sair do chão e já vislumbra aquele carnaval, a pedida é a festa Jingle Bell, com ninguém me-
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ge o oceano cultural brasileiro, também conhecido como mar das tormentas. Seu DJ favorito vai estar lá: Chicco Aquino, Pezão, Barata, Chokolat, DJ A, DJ Sapo, Camila Jun, Hugo Drop, Odara e Kathlen Dias não vão ter pena das carrapetas. Sacundim, Noel! Aí é janeiro, Ano Novo, novos governos, e o heavy metal chega enfiando o pé (de cabra) na porta. Amigos, preparem os protetores auriculares, pois Blaze Bailey volta à capital dia 11 de janeiro, no Toinha Brasil Show. Blaze Bailey significa Iron Maiden, simples assim. O cara ainda tinha cabelo quando, de 1994 a 1999, assumiu os vocais da Donzela de Ferro, época em que o grande Bruce Dickinson resolveu dar um tempo da banda. Com o Maiden, Bailey gravou dois álbuns: The X Factor (1995) e Virtual XI (1998). Em seguida, Dickinson percebeu a besteira que havia feito e reassumiu o lugar, ganhando inclusive a oportunidade de pilotar o incrível Ed Force One, o Boeing 747-400 que transporta os metaleiros mundo afora. Blaze Bailey veio incontáveis vezes ao Brasil, sempre defendendo as cores do heavy metal e do legado deixado pelo Iron Maiden. Em janeiro de 2014, mandou acachapante apresentação em uma boate no Pistão Sul de Taguatinga. O lugar pequeno virou um cadinho tipo aquele que forja ferro fundido. Um showzaço devidamente registrado nas páginas desta Roteiro. Blaze Bailey é só um aperitivo do que está por vir. Dia 14 de março, meu Deus do céu, o Iron volta a Brasília com o show da turnê Legacy of the beast, no Mané Garrincha. Oh yeah!
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GALERIADEARTE
A xilogravura e o imaginário popular POR ALEXANDRE MARINO
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poesia de cordel e o imaginário popular do Nordeste tomam conta de amplo espaço do Museu da República, onde permanece até 4 de fevereiro de 2019 a exposição A xilogravura popular – Xilógrafos e poetas de cordel. A mostra reúne 223 xilogravuras e matrizes, revelando uma tradição que, de tão arraigada na cultura brasileira, tornou-se um fenômeno independente dos folhetos até hoje vendidos em feiras. Antigamente impressos de forma rudimentar, esses folhetos são o veículo dos poetas populares do Nordeste, que até hoje expõem em versos metrificados e rimados sua visão de mundo e sua interpretação para eventos religiosos, políticos, sociais ou mesmo lendas perdidas no tempo. As xilogravuras – gravuras entalhadas em madeira – ilustravam as capas dos folhetos. Em setembro deste ano, a literatura de cordel tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, em decisão aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Até hoje, apesar da massificação das mídias eletrônicas, os folhetos continuam vendidos em feiras e outros espaços populares do Nordeste e mesmo em grandes cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro. Os autores dessa poesia, profundamente sintonizada com o espírito popular, faziam também os desenhos, entalhavam a matriz, imprimiam os folhetos e, de vio-
lão em punho, cantavam os versos e vendiam sua arte em lugares públicos. Trazida para o Brasil pelos portugueses, a literatura de cordel se popularizou por aqui já no Século 18 e ganhou esse nome porque os livretos eram expostos nas feiras pendurados em barbantes. Depois, a modernização das técnicas de impressão fez com que a xilogravura fosse quase abandonada, mas os artistas trocaram as medidas 10 x 15 cm, dos livrinhos, por tamanhos maiores, o que renovou essa arte e lhe deu independência. As peças expostas no Museu da República são fruto dessa mudança, mas ainda assim trazem a essência da poesia de cordel como origem, especialmente pela temática. As obras, em sua maioria, são ilustrações independentes da literatura, e surgiram quando a xilogravura passou a despertar o interesse dos intelectuais e artistas modernos e ganhou brilho próprio. Como em todas as artes, o cordel e a xilogravura também têm suas estrelas, e algumas estão representadas na exposição. J. Borges, Samico, Mestre Noza e Djanira são alguns dos destaques de uma mostra bem representativa, que reúne 28 artistas. Entre eles está Ariano Suassuna, dramaturgo, romancista e professor, grande defensor da arte popular. “A xilogravura tem elementos de brasilidade muito fortes, tem tudo a ver com nossas raízes”, observa a curadora da exposição, Edna Matosinho de Pontes. “O espectador descobre e reencontra um mundo mágico, baseado em nossa história, nos-
sas crenças, nosso humor, o que nos causa grande encantamento.” Como parte da exposição poderão ser vistos vídeos com depoimentos de alguns dos artistas, além de livretos de vários poetas. Uma interessante coleção de caixas de fósforos, rotuladas com xilogravuras, de autoria de Otacílio Lara de Oliveira, também faz parte da mostra, assim como trechos de poemas dos principais autores. Algumas matrizes de madeira já entalhadas mostram a parte prática da xilogravura.
A xilogravura popular – Xilógrafos e poetas de cordel
De 27/11 a 10/02 no Museu da República. De 3ª a domingo, das 9 às 18h30, com entrada franca. Classificação indicativa: livre.
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HISTÓRIADESUCESSO
De Brasília para o mundo POR SÚSAN FARIA
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a cidade de Caninópolis vivem Otto, o cãozinho danado, e sua turma – Mel, Ralf, Luka e Flip, que juntos interagem com outros bichos, cantam, dançam, brincam... Entre muitas aventuras, em uma festa acompanham um gorila batendo o pé ou uma galinha dançando chá-cháchá. Caninópolis é o nome de uma série produzida por brasilienses que está encantando crianças e adultos do Brasil e de outras partes do mundo. A turma desses cinco cãezinhos e seus amigos já tem mais de dois milhões de visualizações e em janeiro próximo começa a falar espanhol. A produção e a edição são feitas em Brasília, em estúdio montado no Setor de Indústrias Gráficas, onde trabalham roteiristas, animadores, social-mídia, ilustradores e um administrador.
A série está em canais como Now, iTunes, Claro, GVT e Looke. A primeira temporada – com dez historinhas de menos de cinco minutos cada – pode ser acessada no Youtube. As novidades agora são a segunda temporada e a versão em espanhol, pedido que veio da Now do México. Rafael Frota, 35 anos, e Renato Blanco, 31, ambos brasilienses, sócios da Klimt Publicidade apaixonados por desenho animado, em 2014 idealizaram Caninópolis para crianças de zero a três anos. Sem patrocínio, bancaram o projeto e se juntaram a Cyro de Castro (roteirista), Walter Amantéa (trilha sonora) e Gustavo Amantéa, o Renker (direção/ animação). Renato acaba de ser pai de Clarice e vislumbra novos desafios, co-
mo ver a série em várias línguas e países. Ela já é exibida em Portugal e nos Estados Unidos. “À medida que as pessoas conhecem as histórias, facilmente viram fãs. Existe uma aderência rápida à marca, ao produto”, diz Renato. Em 2019, episódios inéditos serão lançados mês a mês. “Fazemos o trabalho com carinho de pai, especial, preservando a inocência da criança. O aprendizado é muito lúdico”, comenta o publicitário. As músicas e as cenas mostram universos novos para os bebezinhos, como os bichos, o amor pela natureza, as festas, a beleza das cores e até as letras do alfabeto ou palavras em outro idioma. Sempre com trilha sonora, Caninópolis une humor e irreverência com aprendizagens, esportes e alimentação saudável. Oportunidade para a criançada da primeira infância – fase em que a personalidade se constrói rapidamente – sair dos jogos eletrônicos e celulares e se divertir com brincadeiras, conhecer um pouco da vida na zona rural ou na cidade e adquirir sentimentos de fraternidade, como o amor aos animais. O diretor de criação Rafael Frota, pai
Fotos: Divulgação
de Miguel, de um ano, conta que a versão em espanhol marca o início da internacionalização de série, que em seguida será falada em inglês. Em janeiro, além iniciar os novos episódios, Caninópolis estará na Claro/Now da América Latina. “Usamos o software Moho, que deixa os movimentos fluídos, mais movimento nos cabelos, nas formas, no andar”, explica Rafael. Em novembro, os criadores da série apresentaram o produto à imprensa e a pais de bebês, durante um café na Asa Sul, animado pelo boneco Otto (fotos ao lado). A corretora de imóveis Larissa Lacerda, de 29 anos, moradora de Planaltina, levou a filha Lara Lacerda, de um ano e três meses, para cantar e ver de perto o cãozinho. “É tudo lindo, diferente. A Lara fica vidrada nas histórias”, comemorou. Caninópolis
https://www.youtube.com/channel/UCw2_ Zvfv9thn-M9MTHVLkuQ https://www.facebook.com/caninopolis https://www.instagram.com/caninopolis/
ECOLÔNIA
JANEIRO 2019
COLÔNIA DE FÉRIAS
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Heitor Menezes
BRASILIENSEDECORAÇÃO
O editor dos poetas POR VICENTE SÁ FOTOS LÚCIA LEÃO
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uem viveu Brasília no final dos anos setenta e começo dos oitenta se lembra, com certo alumbramento, da grande efervescência cultural da cidade naquela época. Era um sem número de eventos, movimentos, experimentações... A cada semana um burburinho novo se espalhava pelas mesas do Beirute e era motivo de elogios ou críticas, mas sempre sinalizando que algo de novo estava acontecendo nos palcos e ruas da cidade. Uma das pessoas que tanto inventavam quanto comentavam era o poeta José Luís do Nascimento Sóter, ou apenas Sóter, como ele assinava seus livrinhos de poesia, vendidos de mão em mão pelos bares e shows da cidade. Hoje, aos 65 anos, ele se reinventa e se afirma como editor de toda sua geração. Mas quem é mesmo esse poeta e que novo começo é esse?
Na sala ampla, algumas estantes com muitas publicações. Algumas tão novas que ainda estão em seus pacotes de origem. Elas fazem um meio cerco à mesa onde ele se senta e faz o trabalho de que mais gosta – montar livros. Sobre a mesa, papéis, fotos, poemas e mais livros, um amontoado de coisas que são muito mais do que aparentam. São lembranças. A primeira é uma foto que parece criar vida ao toque de sua mão e nos mostra dois jovens numa estrada de terra a caminho da cidade de Catalão. Eles, Paulo Tovar e Sóter, conversam sobre o que habita suas almas: poemas, músicas e livros. Os dois voltariam a se encontrar em Brasília e participariam ativamente do despertar cultural da cidade. Sóter segura, agora, um livro de Nicolas Behr – Iogurte com farinha – e conta a história do encontro dele e de Paulo Tovar com o poeta que foi o representante mais famoso da geração mimeógrafo do Distrito Federal. “Com Behr e seu
livro nós vimos a possibilidade de divulgar nosso trabalho, escapar das dificuldades de uma editora formal e ter a liberdade de fazer nossos livros quando e quantos quiséssemos. Foi o nosso ovo de Colombo. A partir daí, fizemos livros, vendemos de mão em mão, ensinamos a fazer, conversamos com todo mundo, mostrando que a cidade tinha poetas que eram mortais comuns e circulavam pelas ruas”. E foi assim mesmo o final dos anos setenta e começo dos oitenta: dezenas de jovens começaram a publicar seus poemas em livros, cartazes, sacos e até telhas que eram usadas como poema-objeto para decoração. Outra foto nos mostra um grupo de jovens sentados num gramado assistindo a um show de música e poesia. É que, por esta época, começaram os Concertos Cabeças, um movimento de ocupação da cidade que deixou a marca da liberdade em toda uma geração e mostrou para
o Brasil que a capital da República tinha uma cultura nova e pulsante explodindo em suas veias. Sóter, Tovar, Behr e muitos outros poetas e músicos estavam lá, sentados na grama, se apresentando no palco ou vendendo seus livrinhos. O movimento Cabeças foi tão necessário e bem recebido que produziu filhos como o Panelão da Arte da Asa Norte, o Canta Gavião, no Cruzeiro, e outros shows em áreas abertas em Taguatinga, no Guará e no Gama. Sempre com jovens artistas da cidade. “Foi um tempo muito intenso. A gente produzia muito, inventava muito e muitos artistas de áreas diferentes interagiam. Por essa época eu criei o Quadro a Quadra, uma mostra de artes plásticas e poesia dentro de uma quadra a cada mês. Além da exposição e do bate papo, nós lançávamos uma pequena revista sobre o que estava acontecendo em toda Brasília, que era muita coisa”, lembra Sóter. Em parceria com os músicos, ele produziu o projeto Doze e trinta, que funcionou durante algum tempo no Setor Comercial Sul, com apresentações poético/ musicais e até trechos de peças de teatro, gratuitamente, para o público que circulava pelo centro da cidade. Participou ainda da Coopo – Cooperativa de Compositores e Poetas, uma entidade impulsionadora de novos artistas da cidade e embrião do Liga Tripa, grupo que se inspirou nos poetas de mimeógrafo para também sair às ruas mostrando sua música. Algum tempo depois, já bastante co-
nhecido no meio artístico, o poeta de Catalão fundou a Semim – Sóter Edições Mimeográficas – e passou a editar vários poetas novos que não conseguiam viabilizar seus próprios livros. Por essa época, início da abertura política no país, Sóter, junto com outros amigos poetas, resolveu publicar poemas nos classificados do Correio Braziliense como forma de infiltrar poesia nos locais onde ela não caberia oficialmente. O primeiro poema publicado era de sua autoria e falava de uma azeitona verde que havia desaparecido entre o Congresso Nacional e a Ro-
doviária. Os órgãos de repressão política, ainda em franca atividade, interpretaram o poema como um código entre facções clandestinas e o levaram para depor. Alguns meses depois ele foi demitido da Fundação Educacional do Distrito Federal sem justificativa alguma. Desnecessário dizer que seu poema foi o único a ser publicado pelo projeto. A vida seguiu, a democracia veio e Sóter continuou agitando e publicando seus livros de poesia. Hoje somam 15. Aposentado e dono da marca Cachaçóter, um blend de cachaça respeitado na cidade, ele resolveu, no aniversário de 40 anos da ebulição cultural que acordou Brasília, ressuscitar sua Semim e reeditar os “clássicos” da geração mimeógrafo. Desde maio ele vem trazendo à luz pérolas que não eram encontradas nem mais em sebos. Já lançou Climério Ferreira, Paulo Tovar, Nicolas Behr e, como não poderia deixar de ser, vai reeditar um de sua autoria, todos com acabamento especial, e sempre com lançamento no Beirute da Asa Sul, point da geração mimeógrafo. Para não ficar só no passado, Sóter está publicando também outros poetas. Já saíram Jorge Amâncio e Vanderlei Costa e vários outros títulos estão em sua algibeira. “Me aguarde, vamos agitar de novo esta cidade”, ele garante, enquanto arruma sua mesa repleta de recordações e projetos futuros.
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LUZCÂMERAAÇÃO
Romantismo à francesa Consolidada nos Estados Unidos, veículo ideal para o happy end, a comédia romântica atravessou o Atlântico, criou raízes na Europa e encontrou identidade própria na França. POR SÉRGIO MORICONI
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ilmes ambientados em Paris costumam ter um público certo e fiel no Brasil. O mesmo nem sempre acontece na França, especialmente com comédias e dramas leves de entretenimento, que costumam explorar clichês e a mística da cidade. De um modo geral, a crítica do país torce o nariz. A prestigiosa revista Cahiers du Cinéma, então, nem se fala: considerava especialmente a comédia romântica uma estética alienígena, escapista, tipicamente norte-americana. O verbo no tempo passado tem sua razão de ser. Produções recentes como 2 outonos e 3 invernos – em cartaz em todo o Brasil – caíram nas graças dos verdugos da impiedosa publicação. Outras produções do mesmo gênero também, pela simples razão de que uma nova geração de diretores e atores se mostra influenciada pela nouvelle vague, movimento que é um marco identitário do cinema francês moderno.
2 outonos e 3 invernos é uma história de amor, de encontros e desencontros, que se desenvolve ao longo das estações do ano mencionadas no título. O enredo é banal. Enredos banais eram igualmente uma das características da nouvelle vague. O charme todo vinha do estilo. O mesmo acontece com o filme do diretor Sébastien Betbeder, uma das figuras reverenciadas pelos Cahiers como parte da “nova nova vaga”, juntamente com seus colegas Justine Triet, de A batalha de Solferino, e Antonin Peretjatko, de La fille du 14 juillet. Os três participam desse desejo de desconstruir padrões narrativos tradicionais. Todos têm em comum a presença do ator Vincent Macaigne, figura essencial desse movimento de atualização da estética modernista dos anos 60. Em 2 outonos e 3 invernos, Macaigne interpreta um homem de 30 anos que está entediado com sua vida e decide desafiar o destino aparentemente cristalizado. Sua primeira providência é se dedicar ao esporte. Há várias maneiras de se olhar para
as comédias românticas. De um ponto de vista positivo, ela nos oferece um mundo reconfortante. A gente sabe que dificilmente as coisas vão acabar mal. Durante muito tempo, os franceses (no cinema) relutaram em falar de amor de uma forma otimista e esperançosa. De um modo geral, os relacionamentos amorosos eram necessariamente torturados, desiludidos, crus, ainda que belos. Na tradição do cinema francês, era no contexto do realismo poético de diretores como Réne Clair que as relações amorosas ganhavam conotação lírica e mesmo sublime. Uma das rainhas da comédia romântica francesa recente é a belga Virginie Efira, vista há poucos anos em Romance à francesa, de Emmanuel Mouret. Efira é uma heroína desenvolta, emancipada, dona de seu próprio nariz. Ela é a encarnação de uma concepção contemporânea do mundo. Isso estaria em conformidade com a personagem de Amélie, vivida na obra de Betbeder por Maud Wyler? Não estaria Amélie em
2 outonos e 3 invernos
França/2018, comédia, 93min. Roteiro e direção: Sébastien Betbeder. Com Vincent Macaigne, Maud Wyler, Bastien Bouillon, Pauline Etienne, Audrey Bastien, Thomas Blanchard e Jean-Quentin Chatelain.
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busca de seu príncipe encantado, satisfazendo assim o estereótipo buscado pelo público das comédias românticas típicas? Sébastien Betbeder prefere dirigir seu olhar para os homens, para Vincent Macaigne, também protagonista em La fille du 14 juillet. Curiosamente, a graça desse intérprete desajeitado é marcada até pela desventura dos nomes de seus personagens – Arman, em 2 outonos, 3 invernos, e Pastor, no filme de Peretjatko. Em ambos os casos Macaigne representa homens patéticos que imediatamente recebem a simpatia e o afeto do público. Os dois filmes são repletos de nostalgia e pode ser que essa seja uma das razões dele ter sido apresentado num festival como o de Cannes. Sinal dos tempos, sem dúvida. Nostalgia aqui diz respeito à óbvia – e já mencionada – evocação da nouvelle vague. Pode ser que histórias como a narrada em 2 outonos e 3 invernos, tão antigas como a humanidade, sejam necessárias e mereçam ser recontadas infinitamente como uma forma de afogar ressentimentos e apaziguar a alma. Não custa lembrar que Sebastien Betbeder foi um ótimo realizador de curtasmetragens. E continua sendo. 2 outonos, 3 invernos já é seu terceiro longa depois de Nuage (2007) e Les nuits avec Théodore (2013). Antes, durante e depois continuou sua produção de curtas financiados para poder montar de forma independente suas comédias existenciais. Tinha a intenção clara de “tentar capturar o humor de pessoas de 30 anos que não sabem o que fazer com suas vidas”. Buscou inspiração na “frescura das melhores comédias sentimentais de François Truffaut”, tornando-as mais adequadas às complexidades dos relacionamentos amo- rosos das duas primeiras décadas do novo milênio. Seus filmes têm a pretensão de examinar as dúvidas e obsessões de uma geração que realmente não sabe qual o seu lugar na sociedade. Um estado de anomia e perplexidade face ao horizonte brumoso que se anuncia. Talvez a maior qualidade de Betbeder seja manter um equilíbrio constante entre a leveza da comédia e a gravidade das situações vividas pelas personagens. Um equilíbrio ao mesmo tempo delicado e precário.
Lucky, de John Carrol Lynch.
Janela para a espiritualidade POR JÚLIA VIEGAS
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vida sobre o planeta Terra nunca foi fácil – sabemos disso. Mas nos últimos tempos viver tem sido tarefa árdua. Grande parte da população mundial vive rotinas estressantes, alimenta-se com comida cheia de veneno, habita cidades poluídas, passa 24 horas por dia conectada com o mundo. O resultado disso é que estamos com números crescentes de depressão – em dez anos, de 2005 a 2015, os casos subiram 18%, chegando a 300 milhões de pessoas em todo mundo. Então, que tal tirar um tempinho pra buscar a integração corpoalma? Este é o convite do Festival Internacional Cinema e Transcendência, que realiza sua quinta edição de 18 de dezembro a 6 de janeiro no cinema do CCBB. Criado pelo cineasta, músico e pesquisador André Luiz Oliveira, o festival se propõe a ser uma janela para a espiritualidade, compreendida não como religiosidade, mas como ligação saudável do homem com o universo. Sendo assim, privilegia a exibição de filmes que desenvolvem temáticas especiais, que tratam da autodescoberta, que visam a despertar a consciência, promover a reflexão, ampliar o entendimento do papel do ser humano sobre o planeta azul. Neste ano o festival está bem maior do que nas edições anteriores. Isso se deve, em muito, à iniciativa dos curadores – o próprio André e Carina Bini – de
abrir espaço para inscrições. Chegaram até eles 635 filmes de todas as partes do mundo, produzidos entre 2017 e 2018. Depois de selecionar alguns e convidar outros, o festival ganhou sua forma. São ficções, documentários, biografias, animações e até musicais, de curta, média e longa-metragem, num total de 27 filmes. Alguns títulos se destacam, como Lucky, uma ficção sobre a proximidade da morte que marca a estreia na direção de John Carroll Lynch, filho do grande David Lynch. A produção foi lançada pouco depois da morte do protagonista, o ator Harry Dean Stanton (de Paris, Texas), aos 91 anos, em setembro de 2017. Felicidade (Félicité), do francês Alain Gomis, conquistou prêmios importantes, ao mostrar a busca de uma mãe por seu filho pelas ruas de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. E Mito e música: a mensagem de Fernando Pessoa é um longa inédito de André e Rama de Oliveira, que será lançado durante o festival. O filme encerra uma verdadeira saga de 30 anos de trabalho de André Luiz, que musicou e gravou os 44 poemas escritos por Fernando Pessoa no livro Mensagem, contando com a participação de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Milton Nascimento. V Festival Internacional Cinema e Transcendência
De 18/12 a 6/1 no CCBB (SCES, Trecho 2), com entrada franca. Programação completa em http://culturabancodobrasil.com.br.
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CRÔNICADACONCEIÇÃO
Crônica da
Conceição
CONCEIÇÃO FREITAS
conceicaofreitas50@gmail.com
É a subversão o teu destino
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asceu subversiva, a W3. Lucio Costa projetou uma via de serviços para o trânsito de veículos destinados a atender as superquadras 300 e 100 e as hortas, pomares e floriculturas das 700. Essa W3 nem saiu do papel. Ainda em 1958, o lado oeste da avenida cedeu lugar para as primeiras 500 casas populares destinadas a servidores públicos vindos do Rio de Janeiro. No rastro das obras, surgiu o comércio que até hoje se mantém – mais uma das muitas subversões. Foi o primeiro shopping horizontal de Brasília, a W3, numa época em que o comércio se desdobrava em ruas e avenidas, como uma inesgotável praça horizontal. As calçadas foram pacientemente pavimentadas com pedras portuguesas. Era tão querida que os candangos fizeram uma campanha de arborização do canteiro central. Niemeyer morou numa das casinhas brancas da W3, que ele mesmo projetou. Em certo Natal, um dos primeiros de Brasília, o arquiteto Zanine Caldas decorou a W3 com árvores do cerrado. Um Natal de pernas tortas e pele encrespada. Duas gerações depois, a W3 continua subversiva. É a subversão o seu destino. O comérwwwcio foi desaparecendo, as intervenções dos governos idem,
os planos de revitalização foram esquecidos, mas a W3 segue sendo a via mais conhecida do Plano Piloto. Está na alma dos poetas, no coração dos boêmios, no sonho dos arquitetos e urbanistas e no roteiro dos grafiteiros e pichadores . A arte urbana ama a W3 – foram feitas uma para a outra. É a mais democrática das vias da cidade de tão poucas avenidas. A W3 subverte (de novo e de novo) o racionalismo das cidades de filiação moderna. É comércio embaixo e moradia em cima, tudo junto e misturado que é pra ninguém ficar entediado. Tem bar, padaria, restaurante, agência bancária, instituições financeiras, biblioteca, lojas de todo tipo, supermercado, camelôs, banquinhas abandonadas, lugares esquisitos. Tem portas de ferro com traços de arte nouveau. Tem casas de umbanda, preto velho na porta. Tem academias de ginástica e de artes marciais, escolas de música e de dança. Tem vendedor de quebra-queixo e consertador de panelas. Tem até um espaço cultural recém-reinaugurado. Tem tudo o que uma cidade precisa para deixar de ser uma maquete. A W3 tem a beleza dos feiosos – como um William Defoe ou um Mick Jagger das avenidas. Falta-lhe a assepsia entediante da perfeição. Tem cheiro, goste-
se ou não do aroma que dela exala. Tem feridas abertas, mas o corpo pulsa, resiste. Por certo, se um dia fosse tratada com o respeito que seu talento merece, seria tão bela quanto William Defoe e Mick Jagger na tela ou no palco. Não é para qualquer um, a W3. É para quem gosta de calçadas, de feiras, de pé-sujo, de linguiça gordurosa, de litrão. É para quem não tem medo da diferença, para quem precisa do Sol, para quem se diverte na chuva, para quem se dispõe ao que der e vier. A W3 começa com uma igreja (uma das mais belas de Brasília) e termina com hospitais. É quase um roteiro de fé na vida e de crença na fé. Do lado das 700, é entremeada de jardins. E há boas surpresas para quem gosta de arquitetura moderna. Casas abandonadas estão recuperando o traço original – obra de arquitetos que sabem o valor do que aqui se construiu naqueles anos de delirante utopia. A W3 recusou-se à utopia da prancheta. É real como a vida dura que vivemos. É utópica na sua impossibilidade. A W3 é nua e crua. Por isso que gosto tanto dela. * Esta crônica nasceu de um texto feito para a exposição Divergentes Brasílias, da fotógrafa Zuleika de Souza.
No trânsito, somos todos responsáveis.
Ligou o carro, desligue-se do celular. No trânsito, é preciso resistir à tentação de atender ou teclar no celular. Porque é isso que vai evitar acidentes e preservar vidas. Hoje, o uso do celular ao volante é uma das principais causas da mortalidade em nossas vias. As pessoas sabem que correm perigo, mas mesmo assim insistem em teclar. Celular cega. E ainda pode matar.
VIVA 2019
POR INTEIRO.
E EM CADA MOMENTO CONTE COM O BRB.
brb.com.br