Ano XVIII โ ข nยบ 292 Agosto de 2019
R$ 5,90
2 SEGUNDOS, NO BRASIL, A CADA
UMA MULHER É VÍTIMA DE VIOLÊNCIA.* É TEMPO DE AÇÃO CONTRA O FEMINICÍDIO. A NOSSA É PROTEGER. A SUA É DENUNCIAR.
* Segundo o site relogiosdaviolencia.com.br
DISQUE 180.
O ciclo do feminicídio sempre começa com algum tipo de agressão. E só acaba quando alguém denuncia. Por isso, o GDF criou ações para apoiar e proteger mulheres que sofrem ou já sofreram algum tipo de violência, como a Rede Sou Mais Mulher, Centros Especializados de Atendimento à Mulher, além de delegacias funcionando 24 horas e o monitoramento de agressores por tornozeleira eletrônica e dispositivos móveis. Acesse DF.GOV.BR e saiba como prevenir e combater o feminicídio.
Secretaria da Mulher
EMPOUCASPALAVRAS
Premiado também é o filme Bacurau, que em maio recebeu dois troféus do júri do Festival de Cannes e será lançado por aqui dia 29 de agosto. Dirigido por Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, trata-se de uma ficção científica passada numa remota aldeia, segundo nosso crítico Sérgio Moriconi. “É uma parábola de um país paradoxal em que os tempos históricos se misturam de forma a nos fazer pensar no contexto do Brasil atual, e de seu antes e depois” (página 32). Na gastronomia, os destaques são as novas casas que saciam todas as fomes. Se a vontade é de comer uma boa massa italiana sem grandes invencionices, a hora é de conhecer o Così Brasília, do chef Renato Carioni em sociedade com Leonardo Recalde e Marco Espinoza, chef também do Taypá (página 6). Se, contudo, a vontade é de saborear uma boa comida regional, nada como conhecer o DuPará, que encanta paraenses e brasilienses com seus sabores exóticos (página 8). Para os adeptos de uma comidinha saudável, a sugestão da revista recai sobre a Casa Graviola, que chega com a proposta de convencer os clientes de que comida saudável não precisa ser sem graça (página 11). Para quem adora fugir do roteiro de restaurantes tradicionais, nada melhor do que visitar a Ocupação Contém, charmoso combo de música, arte e gastronomia que se instalou na antiga piscina de ondas do Parque da Cidade para lá ficar até a chuva chegar (página 16). Finalmente, gostaríamos de agradecer o reconhecimento demonstrado ao nosso trabalho de quase 18 anos por meio do 16° Prêmio Engenho de Comunicação. A Roteiro é finalista na categoria jornalismo impresso, junto com a revista Traços e o Correio Braziliense. Ter chegado até aqui já nos deixa muito felizes. Boa leitura e até setembro.
Divulgação
É Andréa Beltrão, presente na capa desta edição, quem abre o Festival Cena Contemporânea, dia 20 de agosto, no CCBB. Ela viverá Antígona, personagem mitológica da tragédia grega escrita por Sófocles (497-406 a.C), uma verdadeira ode ao poder feminino. Louvável, em tempos difíceis de apoio à cultura, que iniciativas como essa resistam bravamente, mesmo em versões mais enxutas, como é o caso desse festival brasiliense criado em 1995 por Guilherme Reis. Diferentemente da última edição, com agenda de 30 espetáculos, desta vez serão apenas 17, alguns premiados no Brasil e no exterior. Um deles é Furacão Carmem, que celebra 40 anos de carreira do ator Murilo Grossi e aborda o universo masculino e suas formas de rivalizar (página 24).
16 economiacriativa Ocupação Contém dá múltiplas funções à piscina de ondas do Parque da Cidade e conquista brasilienses.
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águanaboca picadinho garfadas&goles pão&vinho históriaemquadrinhos dia&noite queespetáculo graves&agudos diáriodeviagem luzcâmeraação crônicadaconceição
Maria Teresa Fernandes Editora
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda. | Endereço SQSW 104, Bloco E, Apto. 501, Setor Sudoeste – Brasília-DF – CEP 70.670-405 Endereço eletrônico revistaroteirobrasilia@gmail.com | Tel: 3203.3025 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Editora Maria Teresa Fernandes Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Capa Carlos Roberto Ferreira, com foto de Fernando Young | Colaboradores Alexandre Marino, Alexandre Franco, Conceição Freitas, Evelin Campos Heitor Menezes, Junio Silva, Lúcia Leão, Luiz Recena, Mariza de Macedo-Soares, Pedro Brandt, Sérgio Moriconi, Silvestre Gorgulho, Súsan Faria, Teresa Mello, Vicente Sá, Victor Cruzeiro, Vilany Kehrle, Walquene Sousa | Fotografia Rodrigo Ribeiro, Sérgio Amaral | Para anunciar 98275.0990 Impressão Foxy Editora Gráfica | Tiragem: 20.000 exemplares. 3
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ÁGUANABOCA
Quintal da diversidade POR LÚCIA LEÃO FOTOS SÉRGIO AMARAL
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udo o que está no plano da realidade já foi sonho um dia”. Vários sites da internet atribuem essa frase a Leonardo da Vinci. Não boto minha mão no fogo pela autoria, mas aposto na afirmativa. Mais uma prova da sua correção é o Quintal Green Bar, que em três anos saiu do universo onírico das tardes de domingo na casa do advogado Emerson Pontes e da funcionária pública Lilian Ruiz para o terreno sólido da 207 Norte, materializado num bistrô charmoso, circundado de muito espaço e plantas de jardim, que convida à diversão e à convivência em torno de comidas e bebidas saborosas. “Nós sempre gostamos de receber os amigos no quintal de casa. Todo final de semana era uma festa. Eu gostava de cozinhar e a Lilian adorava receber. Nesse tempo começamos a falar até de brincadeira que poderíamos montar um negócio, uma casa que fosse como o quintal da nossa casa. E agora está aqui, do jeitinho que sonhamos”, conta Emerson, sem esconder que o caminho de uma ponta a outra não foi exatamente fácil. Antes do Quintal, Emerson se associou a um grupo que tentou recuperar, ali mesmo na 207, a Bendito Suco, uma das pioneiras em Brasília no segmento
de sucos, sanduíches naturais e lanches leves que fez muito sucesso por mais de dez anos e fechou as portas em 2017 depois da morte de seu proprietário, o artista plástico Nemm Soares. Não deu certo e o advogado ficou com o ponto e a loja praticamente montada. Pensando em que rumo tomar, ele e a companheira Lilian vislumbraram ali, nos fundos da inóspita “rua dos computadores”, longe dos carros e com muito espaço, o seu quintal. “Decidimos então resgatar aquele projeto original e montar um ne-
Lilian Ruiz e Emerson Pontes: sonho realizado.
gócio exatamente como tínhamos sonhado”, conta Emerson. A palavra-chave que define o Quintal, para Lilian Ruiz, é diversidade. O conceito está presente no cardápio e no público-alvo e foi traduzido em cada detalhe do projeto visual da loja, desde a logomarca à discreta bandeira LGBT afixada na parede. “Nossa logomarca já usa fontes diferentes, letras maiúsculas e minúsculas, para dar essa ideia de diversidade. Os nossos pratos e bebidas são igualmente diversos, assim como a distribui-
ção dos espaços e a programação musical, que contemplam diferentes tribos e necessidades”, destaca Lilian. O cardápio, bastante variado, foi elaborado pela chef Shirley Soares e contempla desde as receitas tradicionais de filé mignon – ao poivre vert, ao funghi ou Dijon, por exemplo (R$ 47) – e uma boa picanha angus, servida com farofa, batatas e arroz (R$ 49), até opções veganas, como o polpetone de grão de bico recheado com queijo vegano (R$ 33), além de peixe, frango e saladas. Os pratos são individuais e o Quintal aposta atender, para almoço, a clientela de trabalhadores do Setor Bancário Norte e da UnB, como o professor Ricardo Araújo e o estudante Theo Santini, que gostaram da alternativa de alimentação na vizinhança da universidade. “É um lugar muito agradável e com pratos saborosos e acessíveis”, atesta Ricardo. Outra aposta da casa é a happy hour, oferecendo drinks, sucos e petiscos para quem prefere relaxar no final da tarde a encarar o trânsito pesado na saída norte
O professor Ricardo Araújo e o estudante Theo Santini: pratos saborosos com preços acessíveis.
na hora do rush. De quinta-feira a domingo, tem festa no Quintal, com jazz, reggae e MPB. E nos fins de semana o espaço é das famílias, com correria de crianças que em breve ganharão uma brinquedoteca. “Esse era o nosso sonho:
um negócio com a cara da nossa casa, o nosso quintal”, resume Lilian. Feito! Quintal Green Bar
207 Norte, Bloco C (3037.2700). De 3ª a 6ª feira e domingo, das 11 às 23h; sábado, das 16 às 23h; 2ª feira, das 11 às 15h.
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Fotos: Duo Fotografia
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Italiano sem invencionices POR TERESA MELO
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m restaurante requintado e que não parece estar num shopping. Mesmo com acesso pela praça de alimentação, quem vai ao Così, no Brasília Shopping, fica protegido do zunzum característico dos centros comerciais, graças ao projeto de George Zardo. Em sintonia com os sócios, Renato Carioni, Leonardo Recalde e Marco Espinoza, o arquiteto reformou, com elegância, o espaço inaugurado em 22 de julho, no qual funcionava um fast-food. O chef Renato Carioni explica que o conceito é igual ao da matriz paulistana: “É a culinária italiana tradicional e contemporânea, sem invencionices”, define. “O espírito é o mesmo, com massas frescas e pães fabricados no local, mas não é uma cópia de São Paulo. Lá é mais despojado, e aqui ficou mais chique”, acrescenta. Por estar em local cercado de hotéis e edifícios empresariais, há menu executivo “com sotaque italiano” no almoço de segunda a sexta-feira, exceto feriados. Entrada, prato principal e sobremesa saem a R$ 86. A oferta do dia pode ser carpaccio, seguido de ravióli de bacalhau e finalizado por panacota com frutas vermelhas (típica do Piemonte, é feita com nata de leite, açúcar, gelatina e especiarias, como canela). “O couvert com nossos pães está incluído”, informa Carioni, anun-
ciando que o menu-degustação deve estar disponível a partir desta segunda quinzena de agosto, no almoço e no jantar. À la carte estão os clássicos de sucesso nos dez anos do Così paulista, como o ovo mollet, o ossobuco e a paleta de cordeiro, além do tiramisù. De entrada, o ovo com gema mole e empanado sai a R$ 39. Entre as opções de petiscos, o cliente encontra croquete de pato com maionese trufada (seis unidades a R$ 45), brioche tostado com caviar e presunto cru italiano, por exemplo. A adega com 150 rótulos e a carta de drinques convidam a um brinde. Entre os principais há peixes, carnes, risotos e massas. O ossobuco, cozido por 16 horas, é servido com risoto de espinafre (R$ 84); as vieiras chegam com torta de legumes e molho de açafrão, e a paleta de cordeiro com semolina trufada e farofa de amêndoas. O polvo grelhado com risoto ao nero di sepia (tinta de lula) e emulsão de alcaparras sai a R$ 109. Entre as massas, o gnocchetti com frutos do mar e farofa de pão com ervas custa R$ 97. “A diferença é que o gnocchi é feito com massa de batata e o gnocchetti com massa de farinha”, explica o chef. Ravíoli com muçarela de búfala ao molho pesto e tortelli de ossobuco são outras opções. Há quatro tipos de risoto – tomate, abóbora, camarão e cogumelo – a partir de R$ 72. Na sobremesa, você
pode passar pela experiência sensorial do chocolate em cinco texturas ou provar o merengue com frutas do bosque, sorvete de limão e manjericão ou ainda o bolinho de gengibre com calda de laranja e sorvete de iogurte. A casa de 100 lugares encanta também pela arquitetura e pelos detalhes, como a luminária em formato de órbita, o bar, a cozinha aparente, a varanda interna com janelões para a W3 Norte. Abajures, folhagens e suculentas adornam os centros de mesa. “Foi um desafio projetar o restaurante num shopping e fazer o cliente esquecer que está num shopping”, admite George Zardo. “A ideia era que fosse sofisticado, mas despretensioso.” Os sócios comemoram: “Estamos muito felizes em trazer a nossa casa para a capital do país”, diz Recalde. Nascido em Florianópolis e formado em Gastronomia pelo Senac de Águas de São Pedro (SP), Renato Carioni, 43 anos, é sócio de Marco Espinoza no peruano Lima, em São Paulo. “Somos dois chefs que se respeitam bastante, admiro muito o trabalho dele”, diz. “No Lima, eu fico mais na logística; no Così Brasília, o Espinoza é quem assume essa parte.” Così Brasília
Brasília Shopping (3553.9942). De 2ª a 5ª feira, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 23h; 6ª e sábado, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 24h; domingo das 11h30 às 16h e das 18h30 às 22h30.
Onde tudo começa em pizza POR LÚCIA LEÃO FOTO SÉRGIO AMARAL
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ubens olha o espaço, aponta a parede e parece que já está vendo: “É uma tela perfeita, com uma área linda onde podemos distribuir mesas aconchegantes e servir um bom vinho e uma boa pizza durante as projeções! É claro que vamos estrear com o Sob o sol da Toscana”. Nada mais apropriado, já que o nome do filme batiza a pizzaria recém-inaugurada no Altiplano Leste e para a qual o empresário e produtor cultural Rubens Carvalho tem planos ambiciosos, que vão bem além de servir as maravilhosas pizzas que já saem de seus fornos desde o início de junho. “Também podemos abrigar pequenos espetáculos. Jards Macalé, por exemplo está com disco novo e poderia fazer um lançamento aqui” – assim Rubão (como é conhecido entre os amigos e no meio cultural desde os tempos do Gate’s Pub, casa noturna que foi referência da boa música em Brasília na virada do milênio) segue revelando seus planos. Por certo um futuro promissor para uma casa que, no presente, já diz a que veio: ser um ponto de parada da Frances-
ca Delivery, do premiado pizzaiolo João Vicente Costa – segundo sócio da Toscana – e atender prioritariamente a clientela da Brasília que se expandiu nos condomínios de além Ponte JK, uma população estimada em mais de 60 mil pessoas. “Eu passei muito tempo namorando esse ponto, passando aqui na frente e pensando como o lugar era bacana. Até que um dia me informaram que o restaurante que funcionava aqui ía fechar e me ofereceram o lugar”, conta Diógenes Barbosa, o terceiro sócio da pizzaria. Programador musical, ex-diretor da Rádio Cultura e pizzaiolo aspirante, Didi (como Diógenes é conhecido no meio artístico e entre amigos) saía de uma experiência com um pequeno negócio de pizza delivery no Lago Oeste, estava com os equipamentos encostados, com tempo disponível e a mente aberta para novas possibilidades. Chamou os amigos Rubão e João Vicente e articulou a sociedade. Agregando esforços, saberes e experiências, a Sob o Sol da Toscana já se firma como “o ponto” do Altiplano Leste. O cardápio da pizzaria é praticamente o mesmo da Francesca, assim como o rigor na escolha dos ingredientes. Os queijos, por exemplo, vêm praticamente
todos da Serra da Canastra e do Serro, de regiões produtoras com selo de “origem controlada”. Há uma grande variedade de sabores, desde as tradicionais Margherita e Portuguesa, passando por receitas criadas ou recolhidas mundo afora por João Vicente, como a de alcachofra com presunto italiano e a de pera com gorgonzola e nozes, até opções de vegetais com queijos veganos, sempre embaladas em uma requintada trilha sonora do melhor jazz e da MPB. Os preços variam entre R$ 48 (pizza média de muçarela) e R$ 84 (pizza grande de funghi italiano). Quem põe a mão na massa é o pizzaiolo Luiz Mariano. João continua à frente da Francesca e a nova casa é tocada, no dia a dia, por Didi e Rubão, que coordenam a equipe de sete funcionários, quase todos recrutados na vizinhança e com pouca experiência no ramo de alimentação. “Estamos todos nos formando, toda a equipe, para esse projeto. A Sob o Sol da Toscana não termina em pizza. É só o começo”, avisa Rubão. Sob o Sol da Toscana
Altiplano Leste, km 3 (3248.3360) De 4ª a domingo, das 18 às 24h.
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Embaixada paraense POR VICENTE SÁ FOTOS SÉRGIO AMARAL
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lguns Estados possuem verdadeiras “embaixadas gastronômicas” em Brasília, como são ou foram a Casa do Ceará, a Casa do Maranhão e os Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs. Os mineiros e os goianos sempre foram casos à parte. Os primeiros, devido ao grande número de migrantes que acorreram à nova capital atendendo ao chamado de seu conterrâneo JK e disseminaram sua culinária em dezenas de restaurantes. Os goianos, que nos cederam o quadradinho, estão tão perto e à nossa volta que não poderiam deixar de influenciar nossa culinária. Há algum tempo juntou-se a esse seleto grupo o Estado do Pará, com o restaurante e mercearia DuPará, que vem conquistando os brasilienses com os sabores exóticos da culinária do Norte. Na “embaixada do Pará”, numa ampla loja na esquina da 714 Norte, podese apreciar um bom tacacá, com goma ou sem goma, um arroz paraense com jambu, tucupi e camarões pequenos, uma maniçoba, um caruru ou um vatapá servido, como lá em Belém, com arroz.
“Nós primamos por trazer a culinária tradicional para a capital da República. Não modificamos nada das receitas e todos os nossos produtos básicos, como o camarão, a farinha, o tucupi e o jambu, são trazidos de lá”, garante Wady Dahás, proprietário e “embaixador”. Esse esmero está sendo reconhecido e hoje a casa já tem metade de sua clientela de naturais do Pará e metade de outros Estados, inclusive brasilienses, como é o caso das amigas Daniela e Wilza, que foram levadas pela paraense Jeruza e se
converteram aos prazeres da culinária do Norte. “Nós adoramos o suco de cupuaçu e o vatapá, são nossas pedidas prediletas”, afirma Wilza. Outros clientes ainda estão passeando pelo cardápio da exótica, colorida e cheirosa culinária paraense, como o professor Cid Roberto, que já provou e aprovou dois itens da carta: “É muito boa e diferente de tudo que nós, cariocas, costumamos comer”, diz. Algumas unanimidades já foram detectadas por Wady: “Caíram no gosto, tanto de pa-
A paraense Geruza (à direita) fez as amigas Daniela e Wilza se converterem aos prazeres da culinária do Norte.
raenses quanto dos demais, a unha de caranguejo e o bolinho de paracuí, que são entradas, e o vatapá, o arroz de pato e a casquinha de caranguejo”. A chef responsável pelo cardápio é Pollyana Dahás, que, para não ficar só no tradicional, criou uma coxinha com vatapá e jambu. Ela também batizou de “brasiliense” o açaí com xarope e banana, por ser consumido preferencialmente assim por aqui. Mas o açaí tradicional, puro, com farinha ou tapioca, também é muito pedido. A casa aceita encomendas de dois pratos muito respeitados na culinária do Pará: o pato no tucupi, servido inteiro, acompanhado de arroz, que dá para cinco pessoas e sai por R$ 200, e a caldeirada de pescada amarela ou filhote, com 900 gramas de peixe, quatro ovos cozidos e oito camarões rosa, que vem acompanhada de arroz e pirão e serve quatro pessoas por R$ 180. As sobremesas mais queridas são o creme de bacuri, a mousse de cupuaçu e a casadinha de açaí com cupuaçu. Na mercearia que funciona junto ao restau-
O "embaixador" Wady Dahás garante: os ingredientes básicos de sua receita são todos trazidos do Pará.
rante o cliente pode adquirir diversos produtos oriundos do Pará, como farinhas, mel, licores de açaí e tucupi, cachaça com jambu, carne de caranguejo e polpas de frutas da região. Para os moradores da Asa Sul, uma boa notícia: a
DuPará abriu uma filial na quadra 509 que oferece o mesmo cardápio. DuPará
714 Norte – Bloco G (3967.4007) 509 Sul, Bloco C (3447.3074) De 2ª a 6ª feira, das 10h30 às 21h; sábado e domingo, das 10h30 às 18h.
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Fotos: Divulgação
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Paraíso dos chocólatras POR SÚSAN FARIA
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la processa 15 milhões de quilos de cacau por ano, ou 20 milhões de quilos do produto acabado. A maior rede de chocolates finos do mundo é brasileira: é a Cacau Show, que recém instalou uma mega store em Brasília. A loja de 290m2 oferece os tradicionais chocolates e produtos da marca, além de cafés especiais, espaço kids e sobremesas exclusivas. Foi inaugurada no início de agosto no Parkshopping, com a presença do presidente da empresa, Alexandre Costa. A história da Cacau Show começou há 30 anos no bairro Casa Verde (antiga Vila Tietê), em São Paulo, quando o jovem Alexandre, à época com 17 anos, produziu e vendeu de porta em porta dois mil ovos de Páscoa. Aos poucos ele foi se aperfeiçoando e conhecendo melhor o produto, ao mesmo tempo em que fazia cursos de administração de empresas no Brasil e de chocolatier na Bélgica e Alemanha. A marca nasceu há 17
anos e hoje tem 2.250 franqueados e outras dezenas de lojas próprias. Em Brasília são 52, sendo 41 franqueadas. No mesmo dia em que cortou a faixa vermelha da mega store em Brasília, Alexandre inaugurou outras duas em Recife, completando 13 grandes lojas, cada uma com 200 a 500m2. São espaços estilosos, com prateleiras tentadoras e decoração com arranjos e sombrinhas coloridas para lembrar que o cacau gosta de sombra. Nas mega stores, os chocolates estão mais à mostra e pode-se tomar café com burrata de pesto, a R$ 29,90, e saborear ciabattas como a marguerita (cream cheese, minas padrão, grana padano, tomate cereja e pesto de manjericão e rúcula), a R$ 19,90, ou ainda sobremesas: brownie com gelato, a R$ 27,90, ou brioche show, a R$ 12,90. Entre os produtos, bichinhos de pelúcia como o Chocomonstro, a Miau, vaquinhas e oncinhas; a linha Petit Perfect, pequenos e artesanais chocolates para festas; e chocolates com preços, variedades e tamanhos diversos.
“Até o final do ano serão 21 mega stores. Depois de Recife vamos inaugurar a de Guarulhos”, anunciou Alexandre. Em Itapevi, onde fica a fábrica da Cacau Show, está a primeira e maior loja, com 2.000m2. Todo o cacau utilizado pela empresa é brasileiro, parte adquirida na Bahia e o restante das três fazendas próprias no Espirito Santo. A nova loja em Brasília, onde a Cacau Show está presente há 15 anos, contratou 17 funcionários. Aos 48 anos, o paulistano Alexandre Costa atribui o sucesso da marca “aos produtos de extrema qualidade e ao preço justo, inclusive com franqueados felizes”. Ele explica que, desde a fabricação até os pontos de venda, todo o chocolate fica em ambientes frios para conservação. A marca deve ultrapassar logo as fronteiras brasileiras e se instalar em cidades de países do Mercosul. Cacau Show Mega Store
Parkshopping, piso térreo, próximo à entrada A. De 2ª a sábado, das 10 às 22h; domingos e feriados, das 14 às 22h.
Culinária saudável O
consumo reduzido de carne e derivados de origem animal é uma tendência cada vez maior em todo o mundo. Apesar de ainda ser um estilo de vida mistificado quanto ao preço e à complexidade, há uma série de tentativas de popularizar outras formas de alimentação, mais focadas na saúde e na qualidade de vida. De canais de vídeos na internet a programas de TV, há uma forte voga na mídia que busca apresentar novas gastronomias que, cada vez mais, se aproximam do espectro do vegetarianismo e – por que não? – do veganismo: uma forma de consumo inteiramente voltada para o fim da exploração animal. Essa inclinação por um novo estilo de alimentação não é uma simples tendência midiática, mas vem na esteira de um clamor de especialistas e cientistas. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado no último dia 8, apoia a redução do consumo de carne e produtos de origem animal e incentiva dietas com base em produtos de origem vegetal, como uma forma de mitigar – e se adaptar – aos efeitos do aquecimento global. A Casa Graviola, recém-pousada em Brasília, é uma das propostas mais curiosas nesse nicho, no momento. Quase no coração do Plano Piloto, na 202 Sul, a Graviola vem do Rio de Janeiro com a
proposta de criar um ambiente despojado do que não é essencial. Madeira e plantas distribuídos por um salão com um enorme pé direito, com um simples balcão na entrada e algumas mesas, formam o espaço que aposta com força no cardápio. Wraps, omeletes, torradas, pudins, tapiocas, massas, sucos e sobremesas pontuam um cardápio que abarca vegetarianos, veganos e, inclusive, celíacos (um ganho na capital). As carnes disponíveis, sempre frango ou peixe, tomam tons leves, acompanhados de ingredientes naturais que, muitas vezes, adicionam um quê de sabor a uma equação que pende sempre para a saúde. Nessa esteira, a Casa Graviola aposta na apresentação, que tinge de sofisticação pratos que, em outras ocasiões, seriam simples. Pensando que comida saudável não tem que ser sem graça, pratos como um atum fresco com gergelim, pesto de manjericão, folhas e tomate cereja tomam a forma de uma bela salada (R$ 46). E um carpaccio comum surpreende com os tons da pupunha com molho de mostarda (R$ 19). Pode-se escolher uma tapioca, um crepe de tapioca ou um pão tostado para receber diversos recheios, que vão de ovos mexidos (R$ 15,90) a queijo vegano (R$ 19), passando por frango (R$ 24,50) e cogumelos (R$ 29,90). Para os fãs de sanduíches, a Graviola oferece um bom
rol de hambúrgueres (cogumelos, quinoa, frango, salmão, atum e grão de bico), com molhos diversos (de R$ 27,50 a R$ 49,90). A riqueza de experimentações da casa, testada nas outras unidades pelo país, vem do desejo de reinventar a culinária saudável do casal de idealizadores, Abner e Manoela Cabral. Os dois buscaram, em influências pelo mundo, inspirações para trazer novos gostos, formas e tons para uma culinária que parecia estagnada, mas que só tem a crescer. Esperamos que a Casa Graviola cumpra o que promete e adicione mais uma opção de peso na alimentação vegetariana e vegana da capital. Fotos: Dvulgação
POR VICTOR CRUZEIRO
Casa Graviola
202 Sul, Bloco B (3541.5943) Diariamente, das 11h30 às 23h
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PICADINHO
TERESA MELLO
picadinho.roteiro@gmail.com
Chocolate com sotaque baiano Estúdio Gastronômico
O conceito da Dengo Chocolates, loja inaugurada em junho, no Iguatemi Brasília, é oferecer mais cacau e menos açúcar, segundo a chocolatière Luciana Lobo, confeiteira formada em Sidney: “Quando comecei a trabalhar com chocolate, foi paixão à primeira vista”. No espaço de quase 80m2 estão delícias feitas com o fruto − sem aditivos nem gorduras hidrogenadas − plantado por cerca de 120 produtores em Ilhéus, Camamu e Jaguaquara, na Bahia, e fabricado em São Paulo. O teor de cacau das barras (80g) varia de 36% a 75%, e os preços de R$ 21 a R$ 32, além de uma versão sem açúcar (R$ 19,20). Há quebra-quebras − placas de chocolate com recheios como banana ou abacaxi com coco (a granel, 200g a R$ 44) – e os bombons são recheados com frutas, como cupuaçu e jabuticaba. Criada em 2017 pelo engenheiro Estevan Sartoreli e com o empresário Guilherme Leal, da Natura, como sócio-investidor, a marca está presente em sete cidades: São Paulo, Barueri, Campinas, Sorocaba, Curitiba, Rio de Janeiro e agora Brasília.
Lanche da tarde
Para comemorar o primeiro ano da Blend Boucherie (412 Norte), o chef Marcello Lopes apresenta criações em carnes, risotos e massas. “Trouxe referências de várias nacionalidades, como a italiana, a francesa e a tailandesa”, diz o brasiliense de 40 anos formado em Gastronomia na Austrália e responsável por cardápios de companhias aéreas. Entre as novidades do menu estão a pescada-amarela gratinada com queijo brie e amêndoas (R$ 73,90); os risotos, como o de filé com três cogumelos (R$ 58,90) e o de camarão com presunto e aspargo; os fettuccines, como o de camarão com muçarela; e o Cordon Blend, peito de frango recheado e gratinado (R$ 62,90). Destaque para o escalope de filé empanado com parmesão e o polpetone recheado. Para finalizar, torta mil folhas com creme de macadâmia e calda de avelã (R$ 26) e taça com sorvete de leite, morango e bolo de chocolate. A casa funciona de terça a domingo, no almoço e no jantar.
“Queremos que as pessoas passem mais tempo aqui”, convida o empresário Rodrigo Quintiliano, que transformou a creperia C’est La Vie (408 Sul) no Bem te Vi Café, Restaurante e Algo Mais. Um dos destaques agora é o lanche da tarde, com pães de queijo recheados, sucos, iogurtes artesanais e sanduíches, além de chás e cafés à la carte. E, como a coluna informou em abril, o café da manhã atrai público no sábado e no domingo, com waffles, panquecas, tapiocas e omeletes, entre outras opções. O bufê matinal custa R$ 38 por pessoa (à vontade) ou R$ 59,30 o quilo. “Por conta do salão arejado, com capacidade para 110 pessoas, muita gente faz reunião de negócios, estuda, lê, e a ambientação foi pensada para integrar a área verde, que é um diferencial”, completa ele, que contou com o arquiteto Caio Monteiro na nova roupagem do local. Os crepes continuam disponíveis, assim como o almoço self-service. Funciona de terça a domingo, das 9 às 22h, e segunda, das 11h30 às 15h30.
Rafael Lobo
Polonês faz massas em Águas Claras
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Nascido em Varsóvia, o chef Rafal Mazurkiewicz, de 38 anos, conta que se lembra do cheiro do fogão a carvão no qual a avó cozinhava na Polônia. Adulto, morou na Espanha, trabalhou em restaurante mediterrâneo e veio para Águas Claras há oito anos: “Eu vi essa cidade crescer”, conta. “Sempre morei em cidades com prédio altos.” Em 2016, abriu a loja Atelier de Massas Artesanais e agora apresenta os pratos novos do cardápio. Com apenas cinco funcionários, o sucesso da casa − ravióli recheado com muçarela de búfala − chega em outras versões: “Vamos fazer de carne-seca, de frango com catupiry, de bacalhau e um vegetariano com abóbora, e ver a preferência do público”, informa. Outro queridinho é o filé à parmegiana, vendido na sexta-feira (500g a R$ 29). O chef, que também trabalha para eventos, prepara ainda opções como lasanha com ragu à bolonhesa, canelone de ricota com espinafre, rondele de queijo e presunto. O quilo das massas sai a R$ 42,50 e 500g a R$ 23. A loja fica na Quadra 105 (Edifício Mirante do Parque) e funciona diariamente. Contatos: 99955.1001.
Equipe Domo
Especial de aniversário
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Cozinha setorizada A cada semana, cerca de mil pessoas frequentam o Ticiana Werner no almoço e no jantar. E olha que o restaurante nem abre aos domingos. Para atender a esse movimento, a casa na 201 Sul reabriu em 29 de julho depois de reformar a cozinha: “O restaurante cresceu e a nossa cozinha estava pequena para a demanda diária da produção”, explica Ticiana, 44 anos, que inaugurou o local em 2008. A cargo da Lumix Consultoria, foram adicionados equipamentos mais modernos, climatização e áreas setorizadas em antepastos, saladas, pratos quentes e confeitaria para dar mais agilidade e conforto aos funcionários. Com capacidade para 160 pessoas, há menu executivo (R$ 59), self-service no almoço (R$ 73,70 o quilo), bufê de antepastos e rodízio de risotos (sete tipos a R$ 65). Ravióli de camarão é um dos pratos do executivo em agosto. Gaúcha de Cruz Alta, Ticiane fez Gastronomia na Unieuro, seguindo os passos da mãe, Lisandre, que comandava o Werner na 212 Sul. A adega com 250 rótulos conta com as dicas do sommelier Jefferson Salles (com Ticiane na foto). Abre de segunda a sábado, das 11h30 à meia-noite.
Sopas de chef Rayan Ribeiro
Domingo no bistrô O Cantucci, bistrô mediterrâneo na 403 Norte, agora abre também para o almoço de domingo. “Era uma demanda antiga dos clientes”, diz o chef Rodrigo Melo, que segue a filosofia da boa gastronomia a preços justos. Por isso, ele criou o Menu Bambini, com três pratos a R$ 28 cada: Macarrão da Dama e do Vagabundo (espaguete com tirinhas de filé), Filezinho do Ratattouile (arroz, legumes, tirinhas de filé) e Peixinho do Pinocchio (tilápia grelhada, arroz, batata). Para os adultos, o chef indica o rondele à bolonhesa (R$ 44) e o salmão com risoto de ervilha (R$ 48). A carne vermelha está presente no Filé Cogumelos, por exemplo. Vem com molho de shitake e shimeji e risoto com parmesão e praliné de castanhas (R$ 49). Novidades também no menu de massas, como a lasanha Melanzani, que leva berinjela, pupunha, tomates, manjericão (R$ 42). Na carta de bebidas, há drinks criados por Gustavo Guedes (R$ 23) e vinhos classificados pelas sensações: macios e suaves, refrescantes, encorpados e frutados e aromáticos.
Ronny Peterson, chef e sócio do restaurante À Mano (411 Sul), preparou dois pratos especialmente para este inverno − sopa de peixe e creme de aspargos −, ambos a R$ 39, e disponíveis no cardápio até setembro. A sopa é feita com robalo cortado em cubos, lentilhas, molho pomodoro, caldo de peixe e leite de coco. Já o creme inclui lagostas salteadas e um toque de creme de leite. “São pratos aconchegantes, agradáveis para esta época, tanto pela temperatura quanto pela escolha de ingredientes”, diz o chef pernambucano de 38 anos que fez parte do Grupo Fasano, em São Paulo, e veio para Brasília em 2010. No menu fixo também há creme de abóbora fresco com cappelletti de queijo de cabra e trufas negras. Com capacidade para 80 pessoas no salão e 20 no mezanino, o restaurante funciona diariamente, a partir das 12h. No domingo, apenas no almoço.
Gastronomia afetiva
Marcus Oliveira
Vanessa Vieira
Inaugurado em julho no Noroeste (CRNW 510), o Espaço com Cavaná reúne bistrô e café com capacidade para 44 pessoas, além de local no piso superior para palestras sobre cabala, meditação etc. A chef Mirian Brito, de 48 anos, formada pelo IESB, inspirou-se na gastronomia afetiva: “Ela liga sensações e lembranças a sabores”, explica. Há brunch e chá da tarde por R$ 65 (espresso ou cappuccino ou chá, além de suco, pão de queijo, bolo, quiche, omelete). No cardápio, existem torradas como a da foto, de pão rústico com burrata, tomatinhos e pesto de manjericão (R$ 32), salada de camarões e avocado com couve-flor assada, folhas e avelãs (R$ 45) e risoto de bacalhau (R$ 58). Entre os doces, você pode escolher mousse de chocolate, ambrosia e pudim de chia, por exemplo. A casa das sócias Enilce Versiani e Adriana Lopes tem design de interiores de Lucyana Villela, iluminação de Sônia Azeredo e harmonização de Sandra Strauss. De origem hebraica, Cavaná significa intenção. Abre de terça a sexta, às 16h, e sábado e domingo às 9h.
Na agenda pra você: 17, 18, 24, 25 e 31 de agosto e 1º de setembro: 46ª Quermesse. No Templo Shin Budista de Brasília (315/16 Sul). Evento tradicional, agora com apoio da Secretaria de Turismo do DF. Barraquinhas e food-trucks, além de danças típicas japonesas. Das 17 às 22h. Ingressos: R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada e também na doação de 1kg de alimento). 24 e 25 de agosto: Let’s Grill. No estacionamento do Iguatemi Brasília (CA 4, Lago Norte). Atrações produzidas por oito churrasqueiros liderados pelo mestre Rick Bolzani, de Sorocaba (SP). Entre os convidados estão Paula Labaki e Reinaldo Lee (Blog da Carne). Pratos, com acompanhamentos, entre R$ 15 e R$ 40. Das 12 às 22h.
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GARFADAS&GOLES
LUIZ RECENA
lrecena@hotmail.com
Pequenos, médios, comes, bebes, pais etc Difícil, nestes dias de futebol frágil, torcer para times pequenos ou médios. Pior se forem aqueles clubes que, em passado remoto ou recente, foram vitoriosos, ganhadores, gloriosos, campeões, naus que singravam os mares das conquistas. Davam inúmeras alegrias a seus torcedores e estes retribuíam com fé e cumplicidade: até os bebês já nasciam com fraldas estampadas com as cores clubísticas. No Brasil, eles se parecem com aqueles Estados que já foram: independentistas, poderosos, governantes federais, locomotivas regionais e por aí vai, só para ficar em tempos republicanos, pois do império chegam histórias profundas. Por falar nisso, no mundo, esses clubes se parecem com nações que tiveram impérios, potências onde o sol nunca, nunca se punha e hoje dão graças quando ele sai todas as manhãs em suas velhas capitais. O poeta avisou que de tudo fica um pouco. Os clubes (e os países) continuam dando motivos para reuniões e conversas em botecos ou nas casas, com tira-gostos, comidas e goles. O papo é futebol: tira-gosto ou churrasco? Os dois! No boteco, a conversa é mais simples e flui rápido. O tira-gosto também é rápido e não demora mais do que uma ou duas geladas, ou duas taças de vinho, o suficiente para definir se o perna de pau pode virar um bom atacante, ou a sina de um clube menor é viver mesmo de sobressaltos e explosões sabáticas de promessas de craques um dia. Para logo serem vendidos ao exterior. PETISCAR NO BAR é melhor do que em casa. É momento de aquecimento antes do jogo, de provocações bem humoradas e até de alianças rápidas contra terceiros, inimigos comuns da tabela naquela rodada ou na próxima. Então eles crescem: as moelas ou frango a passarinha do Pipou’s; o manda-buscarqualquer-coisa-na-DOC, a linguiça alemã com mostarda escura no Quiosque do Chopp do Deck Norte, no comecinho Lago, no CA. Este último com a vantagem de um meio campo atacante de puro sorriso: Gláucia, Jô, Carla, Eduarda
e a novata Pâmela. Haja boca e dentes para tanta alegria! As discussões ruins se perdem no caminho e as boas, com esse embalo, perduram na memória. CHURRASCO EM CASA pode ser mais tranquilo. Ou não. Depende de maioria e essa sempre será respeitada. Então, se a maioria estiver de um lado, a minoria deve ceder e no máximo secar em silêncio. O princípio é esse, boa carne, às vezes um peixinho, salsichões no tira-gosto e, assim, até Botafogo e Vasco podem ganhar. Fazer a gentileza de nos brindar com vitórias. É o que ocorre no campo, digo, casa do Tio Márcio, uma entidade protetora que junto com Débora, a outra entidade, conjura os malignos e faz as jogadas fluírem com eficiência e a quase perfeição que leva aos gols, ao balançar dos véus de noiva, aos tremular das redes. Aos fins de semana sem maus humores. Os intestinos poderão começar as semanas dia-sim, dia-não, e o futebol não mandará a conta para o inquilino do Palácio da Alvorada. PARA TERMINAR, alguém pergunta sobre os países pequenos e as conquistas deles. Ficou alguma coisa de comida? Bom, os espanhóis deixaram farto receituário, aqui incluídos os pratos incorporados, anexados dos povos conquistados, quase sempre ensopados com variado conteúdo de carne, peixe e legumes. Os “tapas” ou “tapeos” seguem sendo marcas e presenças espanholas de lei. Mas foram os lusitanos os que mais nos marcaram com um único produto e suas inúmeras variações: o rei, o bacalhau. Da forma que vier, da maneira a ser servido, sempre será o craque. O jogo com ele começa ganho. As batatas, as saladas, tudo complementa, garante o Dia dos Pais, começado com borbulhas matutinas na padaria Boutique. E tudo isso sem mais goles? Não! Tudo com vinho, sempre ele, de variada procedência regional, de todos os lugares do mundo, de uvas diferentes, mas sempre nobres. E, claro: tinto e bastante! Salud!
AS DELÍCIAS DE MINAS PERTINHO DE VOCÊ 14
Queijos, doces, biscoitos, castanhas, pão de queijo, pimentas, farinhas, polvilho caipira, massa para tapioca, mel, manteiga, cachaças, linguiça, frango e ovos caipira.
Av. Castanheiras, Ed. Ônix Bl. A - Loja 2 - Águas Claras
PÃO&VINHO
ALEXANDRE FRANCO pao&vinho@agenciaalo.com.br
Le Grand Bourgogne Conforme prometido, para encerrarmos a visitação da última Vinexpo, hoje trazemos alguns exemplares dos fantásticos vinhos da Borgonha. Para mim, a Borgonha produz alguns dos melhores vinhos do mundo. Os bons são sempre profundos, complexos e muito elegantes, além de deliciosamente gastronômicos. Muitos entendem que os melhores brancos são indiscutivelmente da Borgonha, portanto, vinhos varietais de Chardonnay, em diversos estilos. Iniciemos por um admirável Macon-Villages les Vignerons de Mancey 2017. Um típico Chardonnay da Borgonha, de cor amarela clara, com aromas de pêssegos e outras frutas tropicais e palato agradavelmente amanteigado. Vinho muito gostoso e altamente gastronômico. Vai muito bem com queijos cremosos e carnes brancas. Poderá vir ao Brasil e ser disponibilizado ao redor dos R$ 160, o que será um ótimo preço para esse caldo. Na versão crespa e mineral da expressão que a Chardonnay pode dar na Borgonha, dentre vários bons exemplares dos indefectíveis Chablis, escolhi para comentar o Petit Chablis Christophe Patrice 2018. O Petit Chablis é o “vinho de entrada” de um produtor de Chablis, mas esse especificamente se iguala a muitos vinhos principais de outros produtores. Um vinho de um dourado brilhante que vai logo alegrando aos olhos. O nariz é excelente, com claras notas de flores brancas e frutas cítricas, tudo cercado de boa mineralidade. No palato é muito equilibrado, bem seco, bastante mineral e com uma agradável e refrescante acidez que o torna muito gastronômico. Um ótimo vinho que poderá ser disponibilizado no Brasil ao redor dos R$ 170. Para encerrar os comentários sobre brancos escolhi o Poully-Fumé Antoine de la Farge. Poully-Fumé é um “outro animal”, como costumam falar alguns. Os tons defumados
que acompanham esses vinhos transcendem a simples utilização das barricas. Esse exemplar é extraordinário. De cor dourada, traz aromas de pólvora, pimenta e fumaça. O defumado é claro e delicioso. Aparecem ainda toques de groselha e limão, além de rabanetes com pimenta branca... pura complexidade. O palato é ao mesmo tempo afiado e redondo, com ótima acidez e toque de abacaxi. Grande Vinho que tem preço estimado na casa dos R$ 240. Falando agora dos meus adorados tintos da Borgonha, por falta de espaço e excesso de vinhos degustados, pincei apenas dois. Primeiro, o Mercurey Domaine du Meix-Foulot 2017. Entrega mais do que normalmente se espera dos Mercurey. Madeira muito bem utilizada, traz um nariz elegante e complexo, com algumas notas frutadas e toque de madressilva, envolvidas por húmus e cogumelos, no que há de melhor na expressão da Pinot Noir da Borgonha. No palato, sua natural sedosidade vem acompanhada de um toque mineral excelente que o faz acompanhar muito bem a boa comida, especialmente a francesa. Previsto para um custo ao redor de R$ 360. Para finalizar, não poderia deixar de trazer um exemplar do que para mim há de melhor no mundo do vinho, um Vosne Romanée. No caso, o Vosne-Romanée Domaine Jerome Chezeaux 2017. Já ótimo para beber, irá no entanto crescer mais e mais por muitos anos. Um vinho “fora da curva”, excepcional. De cor rubi profundo, com aromas a frutas vermelhas do bosque, com caixa de charuto, couro, cedro e húmus. No palato é macio, aveludado, muito bem balanceado, com boa acidez que adiciona finesse e elegância acima do normal. Simplesmente delicioso! Infelizmente, não será barato – ao redor dos R$ 750 – mas vale cada centavo.
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ECONOMIACRIATIVA Divulgação
Música, arte e gastronomia POR EVELIN CAMPOS
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ruzar a entrada que dá acesso à piscina de ondas do Parque da Cidade tem sido como atravessar um portal para um universo paralelo. São muitas as diferenças entre o antigo ponto turístico, desativado há mais de 20 anos, e o que ele se tornou após a chegada da Ocupação Contém. No lugar da água e dos banhistas, cenários interativos e amantes de música, arte e gastronomia.
Em vez da sirene que anuncia as ondas artificiais, batidas envolventes em shows de bandas e DJs. Colorido pelo grafite assinado por artistas locais, o muro que separa o projeto itinerante do “mundo real” de carros apressados e praticantes de esportes é um convite a entrar e relaxar. Você puxa uma cadeira de praia sob tendas rústicas de tecido e neon e pode apreciar um drink, um bom vinho ou uma comida saborosa. Tudo preparado e servido em charmosos
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contêineres ao redor da piscina. Não sem antes abastecer as redes sociais com cliques feitos nos diversos cenários “instagramáveis” do espaço, é claro. Seja em meio aos tijolos suspensos que representam a ruína do local, seja entre os espaguetes de plástico azul pendurados nos chuveirinhos do lava-pés, ou mesmo num mergulho em banheiras de bolinhas, a diversão e os likes são garantidos. Mas não param por aí. Entre as características do projeto estão inovação e criatividade, com ressignificação de materiais. Ou seja: sempre há cenas novas para admirar e interagir. Duas instalações – uma com placas de cartolinas exibindo frases polêmicas do atual governante do país, outra com mil sacos plásticos cheios d’água e canos de PVC formando o sol e planetas ao redor – foram inauguradas cinco semanas após a estreia da temporada, em 13 de julho. “Nunca gostei de galerias que ‘ah, não pode tocar’. Faço minha obra para que seja bem próxima ao público. Nossas instalações de arte seduzem, atraem o desejo de tocar, tirar foto. Só não é comestível porque ainda não fiz, mas pode ser que um dia faça”, brinca o criador e diretor artísti-
Bruno Cavalcanti
co do projeto, Sandro Biondo, jornalista pós-graduado em cenografia e figurino pela Academia de Belas Artes de São Paulo. Esta edição da Ocupação Contém, que fica no estacionamento 7 do Parque da Cidade até outubro, é a realização de um sonho para um grupo de produtores culturais da cidade. Parceiros na festa Mimosa e no Mimobar (projetos que também têm essa pegada de transitar pelos espaços públicos e inspiraram a criação da Contém), Sandro Biondo, Lucas Tobias, Ana Júlia Melo, Pedro Paulo, André Pires e Rafael Godoy queriam oferecer uma experiência completa, com o máximo de cenários e atividades artísticas possíveis.
E eles conseguiram. Em sua quarta ocupação em Brasília – o projeto já esteve duas vezes na 105 Norte e uma vez na Funarte –, a Contém funciona de quinta a domingo em um espaço cinco a seis vezes maior e com cenografias multiplicadas e mais interativas. A programação é diversificada e atende a públicos de todas as idades, com atividades que vão desde oficinas e apresentações artísticas até shows, festas, cinema, dança, yoga e encontro de pets. Às quintas, tem Cine Piscina – cinema ao ar livre – às 19h, com exibição de um filme escolhido pelo público por meio de votação online a cada semana, um curta e um show. A sexta é de Festa Boiler, com parcerias especiais e DJs a partir das 18h. Aos sábados, a partir das 15h, rola o evento Cloro, inspirado em festivais de arte urbana do mundo, com muita música eletrônica, instalações e performances de arte e feira de design, além de festas famosas na cidade: no próximo dia 24, a partir das 21h, tem Samba Urgente, a maior roda de samba da cidade, com apresentações dos grupos ÊaÊaÔ e Seu Estrelo e do DJ POPS. Já o domingo, a partir das 15h, é dedicado a yoga, encontro de pets e som de qualidade, com participação de DJs convidados. Todos os dias tem Mimobar, com promoções de dose dupla divulgadas a cada semana nas redes sociais do projeto, e opções de comidas e bebidas nos contêineres ocupados pela IVV Swine Bar, La.Mê, IViva Bowls e Smothies Bar, Brotinho, Loca Burguer, Jeyy Kombucha e Pretinho Básico, além de narguilé do Purple Hookah. O local conta, ainda, Divulgação
com estrutura de banheiros, estacionamento, segurança e reciclagem de lixo. Para setembro, a turma de produtores promete surpreender ainda mais os brasilienses com o Festival Ocupa de Arte Contemporânea, que terá música, artes visuais, dança, fotografia e outras linguagens artísticas em um único lugar. O objetivo, segundo os organizadores, é transformar a Ocupação Contém em um centro artístico, uma ocupação urbana de arte que sirva como plataforma para os artistas da cidade. A meta, inclusive, é permanecer na piscina de ondas após o período previsto, em outubro. Para Lucas Tobias, responsável pelo marketing e pela programação, é maravilhoso ver o crescimento do projeto. Ele, que, assim como a maioria dos visitantes, não conhecia a piscina desativada desde 1997, fica feliz em ver que, somente nas primeiras quatro semanas, o espaço recebeu cerca de 18 mil visitantes. “O Cine Piscina, por exemplo, começou com 50 pessoas e já está atingindo uma média de 1.700 espectadores. É emocionante ver nosso conceito sendo passado de forma tão ampla e reposicionar uma das obras mais icônicas de Brasília novamente no roteiro de lazer e cultura da cidade”, comemora.
Ocupação Contém na Piscina de Ondas Até outubro, de quinta a domingo, no estacionamento 7 do Parque da Cidade. Quintas, a partir das 19h; sextas, a partir das 18h; sábados e domingos, a partir das 15h. Informações: @Contembsb (Facebook) e @ocupacaocontem (Instagram). Entrada franca (em alguns dias é preciso retirar ingressos nas redes sociais do projeto).
Bruno Cavalcanti
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ECONOMIACRIATIVA
Mercadinho lixo zero POR JUNIO SILVA
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primeira vista parece ser um mercadinho comum. Mas ao entrar no local de fortes cores verde e rosa, na esquina da 409 Norte, já dá pra perceber que algo ali é diferente. Nada de sacolinhas para levar as compras para casa. A maioria dos produtos é vendida a granel e nas prateleiras não existem embalagens de plástico. O intuito é mostrar que é possível consumir de forma sustentável, produzindo o mínimo de lixo possível. Perceber que algo incomoda, geralmente, é o primeiro passo para evoluir. E foi assim que começou a história do Evolua Mercado Sustentável, inaugurado há pouco mais de dois meses. Em 2017, ao perceberem a grande quantidade de vidro que ía para o lixo sem destinação correta, as sócio-proprietárias do bar Pinella, Flávia Attuch e Marta Luizzi, decidiram não utilizar mais marcas de bebidas que não dessem a opção de garrafas retornáveis. Era seu primeiro contato, ainda que de forma inconsciente, com o movimento sustentável. A ação chamou a atenção de pessoas ligadas ao consumo consciente, como o presidente do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini. Ele as convidou para uma palestra sobre o assunto que acabaria mudando a
forma de ver e de viver das duas. Ao passo em que se aprofundavam nessa filosofia, implantada tanto em suas vidas pessoais como na profissional, se sentiam incomodadas com a dificuldade de encontrar produtos sustentáveis. Era um corre pra lá, corre pra cá. A maioria das coisas nunca era encontrada em um só lugar. Foi a partir desse incomodo que decidiram criar um espaço onde existisse tudo em um só canto. E assim nasceu o Evolua. Lá é possível encontrar alimentos a granel, cosméticos, embalagens sustentáveis, produtos de higiene pessoal, garrafas reutilizáveis, bebidas orgânicas, hortifrúti, pães de fabricação própria e muito mais. Todos os produtos são de fornecedores locais ou de cooperativas que se alinham com o consumo consciente. Milena Cristina, proprietária da marca de cosméticos veganos Sublime, de Brasília, diz que a criação de espaços como esse é de extrema importância para o movimento, que vem crescendo aos pouco, pois “possibilita que produtores com essa linha de trabalho tenham espaço, como também incentiva os consumidores a mudar de atitude, para que tenham hábitos que possam ajudar o mundo”. Apesar desse estilo de consumir ser uma novidade para a maioria das pessoas,
vem tendo boa aceitação do público, que entende o objetivo da ação e a mudança de postura. É o que conta Flávia Attuch: “Até hoje ninguém reclamou da falta de sacolinhas plásticas ou embalagens. Se as pessoas não vêm preparadas com seus potinhos ou embalagens reutilizáveis para levar os produtos, nós oferecemos de papel por preço simbólico ou de pano, que são reutilizáveis. Quando voltam à loja, elas já trazem as sacolas de casa”. Parte dessa aprovação do público se deve também ao projeto de coleta seletiva que o Evolua desenvolve, oferecendo pontos para o descarte daquele lixo que é quase inevitável de produzir. Esse lixo é recolhido posteriormente por cooperativas que destinam os resíduos para os locais corretos. E aos domingos o mercado ganha clima de feira, com a exposição de produtos sustentáveis – alimentos, roupas, peças de artesanato etc. “Acredito que estamos modificando nossas formas de compra. As pessoas estão se identificando e cobrando das marcas a sustentabilidade e uma forma de trabalho correta”, diz Flávia. Evolua Mercado Sustentável
409 Norte, Bloco A (99329.1874) De 2ª a sábado, das 9 às 21h. Domingos e feriados, das 9 às 18h.
HISTÓRIAEMQUADRINHOS
Desventuras roqueiras Quadrinista brasiliense Pedro D’Apremont lança seu novo gibi, Notas do Underground. POR PEDRO BRANDT
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xiste uma expressão, muito ouvida por aí (talvez você mesmo, leitor, se valha dela vez ou outra), que caracteriza algo, ou alguma situação, muito difícil ou precária como sendo “punk”. E só quem já esteve em algum pequeno evento de rock – geralmente com bandas associadas ao metal e ao hardcore – realizado de forma independente, com pouca ou nenhuma grana, produzido em local inóspito e sem estrutura, sabe o quão precisa pode ser essa expressão. O quadrinista brasiliense Pedro D’Apremont é uma dessas pessoas. Em sua nova revista em quadrinhos, Notas do underground, ele apresenta sete histórias curtas repletas de preciosas referências ao submundo roqueiro e suas idiossincrasias. Um lançamento da editora independente paranaense Pé de Cabra, a publicação reúne HQs veiculadas originalmente no site da revista americana Vice. “A série surgiu quase que de improviso”, conta D’Apremont. “Eu queria fazer algo sobre música, mas sem música, digamos assim. Não queria focar tanto nas bandas e gêneros retratados, mas escrever crônicas ao redor dessas subculturas musicais”. Muito da graça do quadrinho reside no perceptível talento do autor como
contador de histórias e ilustrador de personalidade, que bebe de fontes como Peter Bagge, Daniel Clowes, Tim Lane, Laerte e Allan Sieber, todos grandes nomes dos quadrinhos que têm, ou tiveram em algum momento de suas trajetórias, o rock e a contracultura como referência recorrente. Atualmente com 27 anos, Pedro D’Apremont começou a frequentar o underground roqueiro brasiliense na adolescência. “Sempre gostei de ir a shows, mesmo sem ter contato prévio com as bandas que estavam se apresentando. Isso me fez conhecer a cena local de punk e metal. Acho que o Porão do Rock foi um marco importante na minha vida. Eu ia ao Porão ou ao Marreco’s Fest e a cada edição saía com uma descoberta nova”. Na faculdade, D’Apremont ingressou como guitarrista em uma banda de black metal, a Thyrkron. “Fiz amizade com outros músicos de Brasília e essa virou a minha turma. Mesmo com o término da banda, continuei saindo com essas pessoas e frequentando esses espaços: tinha achado minha ‘casa fora de casa’”. Essa familiaridade dá ao autor credibilidade para retratar – de forma afetiva ou mesmo para tirar sarro – o que se vê nas páginas do quadrinho. Temos no gibi o sujeito que questiona seus gostos
musicais que vão ao extremo; a banda de black metal que, ao se perder no bosque, precisa recorrer ao canibalismo; uma inesquecível viagem de ácido; os incidentes vividos em um show que alcançam caráter de lenda urbana ou as desventuras de amigos adolescentes descobrindo a vida frequentando o (sub)mundo do rock. Do bizarro ao documental, do autobiográfico ao surreal, Notas do underground é divertido como o show de uma banda maravilhosamente horrível assistido em um local desagradável onde só se vende cerveja morna. Quem já esteve lá (e voltou na semana seguinte!) vai se identificar.
Notas do underground
De Pedro D’Apremont. 48 páginas. Editora Pé de Cabra. R$ 26. À venda em revistapedecabra.iluria.com.
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DIA&NOITE
finalista Nossa revista, que em novembro completa 18 anos, ficou entre os finalistas do 16º Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia, na categoria jornalismo impresso. Os premiados, em oito categorias, serão conhecidos dia 4 de setembro, em cerimônia a ser realizada na Embaixada de Portugal. “A imprensa tem um papel de destaque na democracia”, destacou o presidente do júri, Wagner Rosário, ministro da CGU. São jurados também André Mendonça, ministro da AGU, Alexandre Barreto, presidente do CADE, Jorge Cabral, embaixador de Portugal no Brasil, Ilka Teodoro, administradora de Brasília, Francisco Caputo, conselheiro federal da OAB/DF, e Eliziane Carvalho, diretora jurídica do Sistema CNA-Senar. Tradicional premiação destinada a jornalistas e veículos de comunicação da capital da República, o Prêmio Engenho de Comunicação ocorre anualmente desde 2004. “Os jornalistas de Brasília produzem mais de 90% das manchetes do país. Mereciam uma premiação que destacasse os serviços que prestam a todos os brasileiros”, afirma a criadora da premiação, jornalista Kátia Cubel.
mulheresinspiradoras
mulheresnaguerrilha A história de 12 mulheres que participaram da guerrilha do Araguaia, conflito armado violento que aconteceu durante a ditadura militar entre abril de 1972 e janeiro de 1975, é contada na peça Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos, primeira montagem nascida de pesquisa coordenada pela atriz Gabriela Carneiro da Cunha. Durante esse processo, Gabriela, a diretora Georgette Fadel e as atrizes Carolina Virguez, Daniela Carmona, Fernanda Haucke e Mafalda Pequenino viajaram até o sul do Pará, onde permaneceram por 15 dias. Sara Antunes, também atriz do elenco, não foi porque estava grávida. Assim como as mulheres da guerrilha, naturais de diferentes localidades, a equipe é formada por artistas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Colômbia. “Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história de lutas e seus lutadores, com todas as contradições que cada uma carrega”, destaca Georgette. No Teatro dos Bancários (314/315 Sul), dias 5 e 6 de setembro, às 20h30. Ingressos a R$ 20 e R$ 10.
Elisa Mendes
mulherespintoras
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Liliana, Antônia (foto), Raíssa, Mônica, Rita e Rafaela são personagens do livro Camélias, de autoria de Clara Molina, a ser lançado dia 31, a partir das 18h, no Ernesto Cafés Especiais (108 Norte). Lá estão entrevistas e fotografias com mulheres fortes e suas histórias sensíveis e inspiradoras, apresentando um olhar mais positivo e otimista sobre a vida. Segundo a autora, que também fotografou as mulheres, o nome Camélias é uma alusão ao feminino e, mais ainda, à sua diversidade e beleza. Homenageia todas as mulheres por meio de relatos e pontos de vista distintos sobre a vida, sonhos, alegrias, medos, dores e êxitos. Com a proposta de fortalecer a voz feminina, o livro ressalta histórias marcantes de diversas mulheres que, com suas falas, podem gerar reflexões importantes para a desconstrução da misoginia. As entrevistadas estão também em vídeo do canal do projeto financiado pelo FAC: https://www.youtube.com/channel/UCocE51Nhpnl4jcxR2PtLtZQ.
Já está em cartaz a segunda exposição anual do coletivo de dez mulheres Elas & elas na arte, composto por artistas de diferentes regiões brasileiras, mas que escolheram Brasília para morar e desenvolver sua arte. A diversidade de estilos e técnicas é a marca desse grupo, que respeita a individualidade e a maneira de se expressar de cada uma de suas integrantes, ao apresentarem características próprias, distintas abordagens e linguagem pictórica. Na exposição em cartaz na Câmara Distrital até 30 de agosto o público poderá apreciar cerca de 60 obras em diferentes temáticas, executadas nas técnicas acrílica, mista e óleo sobre tela, de autoria de Ana Lúcia Laudares, Ana Pimentel, Angélica Bittencourt, Eusanete Sant’Anna, Fernanda Curado, Junira Klein, Malu Perlingeiro (foto), Roselena Campos, Salma S. Manzano e Socorro Mota. Visitas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h, com entrada franca.
Flora Pimentel
joãobosco Depois de ficar oito anos sem lançar um disco com músicas inéditas, ele vem a Brasília para apresentar o CD Mano que zuera, além, é claro, de recordar sucessos colecionados ao longo de quase 50 anos de carreira. João Bosco foi escalado para fechar em grande estilo o Festival Todos os Sons, um grande encontro de brasilienses no gramado do CCBB, ao pôr do sol do dia 25 de agosto. No repertório estão as músicas que fez em parceria com seu filho Francisco Bosco (Onde estiver, Fim, Nenhum Futuro e Quatro Rios), com Chico Buarque (Sinhá), a volta da célebre parceria com Aldir Blanc (Duro na queda) e uma aguardada parceria com Arnaldo Antunes (Ultra leve). Ele vem acompanhado dos músicos Guto Wirtti (baixo), Ricardo Silveira (guitarra) e Kiko Freitas (bateria). No mesmo dia se apresentam Nãnan Matos e Sr. Gonzales Serenata Orquestra. A abertura, no dia 24, será ao som de Hamilton de Holanda Trio, que convida Mariana Aydar para um passeio pelo melhor da MPB, com destaque para o forró, e também dos brasilienses Túlio Borges, Rodrigo Bezerra, Luíza Borges e Gypsy Jazz Club. Entrada franca.
circodamônica
espaçoaberto Até 8 de novembro, artistas e curadores da cidade podem participar do processo seletivo de expositores que ocuparão o Espaço Cultural STJ no próximo ano. As propostas devem se referir a projeto para exposição individual ou coletiva de artes plásticas, englobando todas as suas formas de expressão (pintura, escultura, fotografia, desenho), e devem ser acompanhadas de dossiê dos artistas ou produtores. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail espaco.cultural@stj.jus.br ou enviadas por Correio em envelope ou embalagem apropriada, com registro AR, contendo o nome do artista, dirigido à Coordenadoria de Memória e Cultura do Superior Tribunal de Justiça, no seguinte endereço: SAFS Q.6 Lote 1, Trecho III – Edifício dos Plenários, 2º Andar , Brasília-DF – CEP 70095900. Mais informações: 3319.8521, 3319.8460 e 3319.8373.
Brasilis é o nome da nova superprodução do Circo Turma da Mônica, que estará no Centro de Convenções Ulysses Guimarães dias 14 e 15 de setembro. Com mais de 200 pessoas envolvidas na produção e cerca de 80 execuções em dez cidades brasileiras, o espetáculo apresenta novos personagens que marcam a diversidade brasileira. Além dos queridos e conhecidos Cascão, Cebolinha, Chico Bento, Magali e Mônica, virão também um simpático garoto indígena, o Papa-Capim, e a primeira personagem feminina negra das histórias em quadrinhos de Maurício de Sousa, Milena. Com a participação de Fafy Siqueira nos palcos, protagonizando a Vó Dita, e com a potente voz de Paula Lima ao som das inconfundíveis batidas do Olodum, Brasilis promete levar o público a uma viagem emocionante pelas raízes do Brasil. Ingressos a partir de R$37,50, à venda em www.circoturmadamonica.com.br.
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Toda criatividade do tradicional Circo Teatro Udigrudi está agora a serviço da diversão infantil. Assim é o projeto DiVerSom, que até 22 de dezembro percorre dez parques com diferentes brinquedos. As gangorras, em formato de canoas, têm bolinhas de gude que escorregam sobre barras de metal e soam como um xilofone. Os balanços fazem soar cordas e sinos, enquanto o escorregador proporcionam uma experiência única: descer tocando um carrilhão microtonal com uma das mãos. A bicicleta acústica não sai do lugar, mas quando pedalada faz girar um conjunto de hélices sonoras que lembram um disco voador. O projeto estreou no CCBB e no SESC Ceilândia com “um retorno estupendo dos pais, professores e, principalmente, das crianças”, comemoram os idealizadores Márcio Vieira e Luciano Porto. De 23 de agosto a 8 de setembro, ele estará montado no Parque Ecológico Águas Claras. De 13 a 22 de setembro, no Parque Saburo Onoyama, em Taguatinga. Dia 27 de setembro segue para o Parque Ecológico Três Meninas, em Samambaia e dia 11 de outubro para o Parque Ana Lídia.
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animaçõesjaponesas Num futuro próximo, o Dr. Tokita inventa um poderoso aparelho que torna possível o acesso aos sonhos das pessoas. Sua colega, a psicoterapeuta Dra. Atsuko Chiba, desenvolve um tratamento psiquiátrico revolucionário. Antes de seu uso ser aprovado pelo governo, entretanto, o aparelho é roubado. Quando os pesquisadores do laboratório começam a enlouquecer e a sonhar em estado de vigília, Atsuko assume seu alter ego, Paprika, a “detetive de sonhos”, para mergulhar no mundo do inconsciente e descobrir quem está por trás da tragédia. Essa animação, de Satoshi Kon, é uma das atrações da mostra Anime: o fantástico mundo das animações japonesas, em cartaz de 20 de agosto a 1º de setembro no CCBB. Na programação, que tem ponto alto na exibição de Pokémon – O Filme 2000 e Pokémon 3: o feitiço dos Unown, estão ainda debates e concurso de cosplay. De terça a domingo, das 9 às 21h, com entrada franca. Programação completa em bb.com.br/cultura.
Pôneis, bois, vacas, galinhas, pavões, faisões, além de cabras, ovelhas, touros e cavalos, num total de 60 animais. Já está montada a terceira edição de A fazendinha, que fica no estacionamento 6 do Parque da Cidade até 22 de setembro para mostrar às crianças animais que elas geralmente só veem em desenhos e filmes. “Eu cresci na Fazenda Três Marias, no Gama, onde sempre tive contato com a vida rural. Com o tempo, as pessoas perderam a conexão com o campo e se tornaram totalmente urbanas, o que é lamentável, já que as nossas raízes são majoritariamente rurais”, diz Jorcyane Lima, uma das organizadoras. São esperadas cerca de 15 mil crianças, duas mil a mais do que na edição passada. No espaço haverá dois horários para que as crianças tenham a chance de ordenhar as vacas: às 11h30 e às 17h30. As inscrições custam R$ 40 por criança, incluindo pais ou acompanhantes, até o limite de três adultos por criança. Durante os finais de semana, das 8 às 18h. Nos dias úteis, a fazendinha será visitada por alunos de escolas públicas e privadas. Agendamento em 99668.0478.
O DF fará parte da Rede Brasileira de Trilhas, em percurso de 400 km. de extensão. De acordo com a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça, já foram mapeados os 400 quilômetros dos Caminhos do Planalto Central, sendo que entre 80 e 100 km já estão sinalizados. O percurso fará parte do Caminho dos Goyases, ligação da cidade de Goiás Velho à Chapada dos Veadeiros, ambos em território goiano. “Temos um produto maravilhoso nas mãos. Vamos trabalhar com os idealizadores desse projeto para que ele funcione. O mais difícil já está feito”, destacou a secretária. Segundo acrescentou, trilhas como essas, além de ajudarem na preservação do ecossistema, também são um importante chamariz de turistas, que acabam impulsionando a economia das cidades que abrigam esse tipo de atividade. A Rede Brasileira de Trilhas foi criada pelo Instituto Chico Mendes e pelos ministérios do Turismo e Meio Ambiente, em outubro passado. É formada por percursos que ligam diferentes biomas de Norte a Sul e é identificada por um símbolo de uma “pegada” amarela no chão. As trilhas poderão ser percorridas a pé, de bicicleta ou por veículos não motorizados.
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Dois mundos magníficos: o mundo vegetal e as águas primordiais dos oceanos; os dois obedecendo ao princípio de que todas as coisas participam de um princípio puro único. Então, não nos espantemos se folhagens virarem um cavalo que poderia, igualmente, ser mera vegetação. A serviço desse ilusionismo está o artista plástico colombiano radicado no Brasil Pablo Manrique, que consegue obter transparências inesperadas das tintas acrílicas que utiliza. Adepto do orfismo, período da história da arte que inaugurou, a partir de 1911, uma tendência à abstração, o artista pressupõe uma concepção unitária do universo a partir de uma energia primordial que a tudo dá nascimento e permite que as formas se transformem umas nas outras, numa metamorfose sem fim. Até 6 de setembro a exposição A parte e o todo poderá ser vista no Espaço Cultural STJ, com entrada franca. De segunda a sexta-feira, das 9 às 19h.
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Quem não viu, em maio passado, o show da banda, tem agora nova chance. Dia 17 de setembro, The Queen Extravaganza, a banda oficial de tributo ao Queen, fará apresentação única no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Os músicos foram escolhidos pelos próprios Roger Taylor e Brian May, baterista e guitarrista da banda original que tinha como super astro Fred Mercury. “Esses caras são incrivelmente talentosos, eles trazem a recriação perfeita e cintilante de nossas músicas”, declarou Roger Taylor. O brasileiro Alírio Netto integra o grupo desde 2018. Sua voz potente impressionou Roger e Brian quando ele atuou como Galilleo na produção brasileira do musical We will rock you, em 2016. “Alírio não é só um cantor superlativo, como é um grande showman, que apresenta as nossas músicas com tremendo talento”, afirmou Taylor. Além da produção de Taylor e May, o tecladista de longa data do Queen, Spike Edney, condimenta a apresentação como diretor musical. Durante 90 minutos, mais de 20 clássicos da banda serão relembrados: Bohemian rhapsody, Another one bites the dust, Crazy little thing called love, Under pressure, We will rock you, We are the champions, A kind of magic, Radio Ga Ga, Somebody to love e Killer Queen, entre outros hits. Às 21h, com ingressos entre R$ 150 e R$ 540, à venda em www.ingressorapido.com.br.
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templofaz30anos Tudo começou, em junho passado, com um concurso criado pelo Instagram do Templo da Boa Vontade, convidando fotógrafos profissionais e amadores a clicarem o monumento mais visitado de Brasília. Até 30 de agosto, uma exposição que faz parte das comemorações do aniversário de 30 anos do templo apresenta 30 fotos dos fotógrafos Gisele Porcaro e Glauco de Castro, diretores do Fotoclube Candango, Kazuo Okubo, diretor de arte e galerista, Ed Alves e Minervino Junior, do jornal Correio Braziliense, Michael Melo e Hugo Barreto, do portal Metrópoles, João Carlos Amador, radialista da Rádio CBN Brasília, Breno Fortes, especialista em fotos e vídeos feitos com drones, e Dida Sampaio (foto), correspondente do jornal O Estado de S. Paulo em Brasília. Além de marcar o aniversário do templo considerado uma das Sete Maravilhas de Brasília, a exposição homenageia todos os fotógrafos pelo seu dia, celebrado a 19 de agosto. Das 8 às 20h, com entrada franca. Informações: 3114.1070.
Com criações cênicas voltadas para o público da primeira infância (de zero a cinco anos), o Festival Primeiro Olhar chega à sexta edição entre 31 de agosto e 22 de setembro, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), com apresentações aos sábados e domingos, às 11 e às 16h. A programação é composta por espetáculos da companhia teatral hispano-brasiliense La Casa Incierta. Organizadora do festival, a companhia é especializada em teatro para essa faixa etária e desenvolve peças lúdicas e poéticas, sempre em busca de instigar nos pequenos espectadores o interesse pelas artes e as capacidades infinitas com que nascem os seres humanos. Espetáculos: Canto do medo, em 31 de agosto e 1º de setembro; Pupila d’água, dias 7 e 8 de setembro; Café frágil, dias 14 e 15; e Geometria dos sonhos, dias 21 e 22. Este ano, o festival conta também com a exposição Aldeia adormecida, de Gabriel Guirá, e com o lançamento do canal de vídeos Bebe Lume, com produções audiovisuais dedicadas à formação das crianças. Ingressos: R$ 30 e 15.
Dida Sampaio
Tatiane Reis
animabrasília Um homem e uma mulher dormem quase todas as noites abraçados na rede. De madrugada, a cabeça da mulher se desprende de seu corpo e voa para malocas de aldeias distantes à procura de comida. Antes do amanhecer, a cabeça da mulher volta e se cola em seu corpo outra vez. Numa madrugada, o inesperado acontece e, a partir daí, a vida do casal não é mais a mesma. A história Cabeças vorazes é contada pelo grupo As Caixeiras Cia. de Bonecas, a partir de um mito indígena descrito pela antropóloga Betty Mindlin, no livro Moquecas de maridos. O espetáculo, com direção de Izabela Brochado, faz parte do projeto Anima Brasília, que até 1º de setembro circula por dez pontos turísticos da cidade com sete espetáculos em miniatura. Aos sábados e domingos, nos seguintes locais: Torre de TV, Catedral de Brasília, Praça dos Três Poderes, Biblioteca Nacional, Centro Histórico de Planaltina, Museu da República, Pontão do Lago Sul, Planetário, Parque Olhos d’Água e Parque Sarah Kubitschek. Programação completa em https://www.facebook.com/Anima-Brasília
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QUEESPETÁCULO Victor Iglesias
O desmanche das musas
Augusto Coelho
A sambada do boi de chuva
É tempo de teatro Um dos cinco maiores festivais de artes cênicas do país traz aos palcos a diversidade da dramaturgia. POR WALQUENE SOUSA
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Cena Contemporânea tem público cativo no coração e na agenda de muitos brasilienses, demonstrando que os espectadores estão aprendendo a valorizar as “pratas da casa”. Prova disso é que, desde 1995, o Cena tem sido responsável por trazer para a capital federal o que se produz de mais inovador e original no teatro e na dança em todo o mundo. “O Cena estimula a produção cênica local, gera parcerias internacionais, assim como promove a circulação de ideias, desperta reflexões e instiga a renovação de linguagens, agregando ainda mais valor à cultura. É o maior festival internacional de artes cênicas do Centro-Oeste e está entre os cinco maiores do Brasil”, afirma o criador, curador e diretor-geral do festival, Guilherme Reis. A vigésima edição do Festival Internacional de Teatro de Brasília será realizada de 20 de agosto a 1º de setembro,
exibindo dramaturgias originais que se misturam a releituras de clássicos em um vasto cenário das artes cênicas contemporâneas. O curador explica que a definição dos espetáculos é feita de várias formas: recebimento de material enviado por grupos e artistas do Brasil e do exterior, em viagens para conhecer a produção de outros países e com processos de inscrição e seleção, como é feito tradicionalmente com os talentos locais. “Tudo está ligado ao financiamento das ações. Atualmente, estamos vivenciando uma crise que atinge fortemente o setor cultural; mas, graças à parceria com o CCBB, que existe desde 2002, teremos uma programação condensada do melhor do teatro brasileiro, assim como espetáculos vindos da França e da Espanha”, afirma Reis. No dia 20, a abertura acontecerá no CCBB, com apresentação única do Antígona, monólogo de Andréa Beltrão que ressalta o poder feminino, sob a direção de Amir Haddad. Uma das preocupa-
ções da montagem é colocar as pessoas por dentro dos acontecimentos míticos, assim como nos espetáculos da Grécia antiga, em que a plateia sabia, antecipadamente, quem eram os personagens; o temperamento, a genealogia e a história dos deuses e mitos faziam parte do cotidiano. A ideia era facilitar a compreensão do público. Diferentemente da última edição, que exibiu 30 espetáculos, desta vez a programação terá apenas 17 encenações, algumas premiadas no Brasil e no exterior, além de oficinas gratuitas sobre temas como dramaturgia e desenho de iluminação, de uma leitura dramática dirigida pelo premiado encenador Márcio Abreu e de uma performance criada especialmente para o festival com a Agrupação Teatral Amacaca, sob a direção de David Climent (integrante do grupo loscorderos.sc, de Barcelona). Há opções para todos os gostos. O cenário cênico local será representado por artistas com apresentações inéditas, co-
Furacão Carmen
mo a Sonhares, nova encenação do Teatro do Instante, grupo dirigido por Rita Castro. A obra convida a plateia a vivenciar experiências sensoriais ligadas à memória, à imaginação e à ancestralidade, envoltas num tempo que engloba passado, presente e futuro. O espetáculo O desmanche das musas propõe uma reflexão a respeito da passagem do tempo, por meio da atuação do grupo La Zaranda, da Espanha. A invenção do Nordeste apresenta a criatividade do Grupo Carmim, do Rio Grande do Norte, e analisa a identidade do povo nordestino. Apresentam-se também A ira de Narciso, do premiado ator Gilberto Gawronsky, com direção de Yara de Novaes e texto do uruguaio Sergio Blanco; o belo Sonhos na areia, da francesa Lorène Bihorel, eleita como a melhor encenação pelo público do Festival de Avignon Off; e Para não morrer, que trata do resgate da memória, com Nena Inou, melhor atriz de 2019 pelo Prêmio Shell. Outra apresentação que promete encantar os espectadores é Furacão Carmen, que celebra os 40 anos de trabalho do ator Murilo Grossi e a estreia do português António Revez no Brasil. O espetáculo aborda elementos que compõem o universo masculino e suas formas de rivalizar. Os dois personagens centrais, assim como os atores, têm origens diferentes, mas acabam encontrando pontos de união.
A grade de programação contempla, ainda, Os saltimbancos, remontagem de Chico Buarque, com direção de Hugo Rodas. O texto foi encenado na década de 70 e tornou-se o primeiro grande sucesso de auditório do teatro da capital federal. Em outra atração, o diretor brasileiro-uruguaio volta à história inspirada em conto dos Irmãos Grimm, dirigindo a Agrupação Teatral Amacaca. E ainda Mosh, número que alia teatro, poesia, dança e música para tratar de questões como a violência urbana, sob a direção
Celso Curi
A ira de Narciso
do coreógrafo, bailarino e acrobata Diogo Granato. O diretor-geral do festival diz que Brasília é muito mais que o Plano Piloto, e tudo o que puder ser descentralizado contribui para a construção de uma sociedade mais culta e bem informada. “Isso é cidadania, mas, para que funcione, precisamos contar com parceiros e recursos. Este ano, infelizmente, levaremos espetáculos para poucos locais, mas graças ao Sesc alguns poderão ser vistos pelo público de Ceilândia e do Gama, e ainda tereJonatas Marques
Alexandre Magno
Teorema 21
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Paul Willis
Diego Bresani
QUEESPETÁCULO
Des rêves dans le sable
mos um espetáculo paulista no Paranoá”. A programação poderá ser assistida no teatro do CCBB, na sala multiuso do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, no Teatro Galpão, no Teatro Sesc Garage, no Teatro Sesc Newton Rossi, da Ceilândia, no Centro de Excelência do Cerrado, do Jardim Botânico, e no
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Teatro Sesc Paulo Gracindo, do Gama. “As pessoas de Brasília apreciam cultura e arte. Gostam de sair de casa para todos os tipos de diversão. É um público diversificado, espalhado nas cidades do DF, que aprendeu a apreciar atrações locais. O Cena Contemporânea é um desses eventos culturais com um público fiel,
Mosh
que lota os teatros, e esperamos que esta temporada não seja diferente”, afirma Guilherme Reis. 20ª Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília De 20/8 a 1/9 em vários teatros do DF (confira em cenacontemporanea.com. br/2019/programação). Ingressos a R$ 40 e R$ 20.
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GRAVES&AGUDOS
Samba com
sotaque baiano
POR HEITOR MENEZES
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s tempos são difíceis, mas há muitas razões para continuar a crer no poder da MPB. Essa arte de interligar música e letra com uma mensagem cantada rendeu a nossa expressão, patrimônio imenso da nação, incluindo o samba, a bossa nova, enfim, o cancioneiro que melhor traduz essa coisa chamada brasilidade. Mas de qual MPB estamos falando? Do lado dos criadores, vamos nos ater àqueles que, à moda antiga, do bem básico, voz e violão, ainda constroem a canção popular brasileira, tendo o verso e a métrica apenas como fio condutor. O resto é a arte de dizer tudo com tão pouco. É o caso de Adriano Rocha. O cantor e compositor nascido em São José da Vitória (BA), mas brasiliense de coração desde 1995, lança seu primeiro disco autoral, que leva o prosaico título Onde tem vagabundo o capeta não encosta. Apesar de solo, o disco é atribuído a Adriano Rocha & A Catraca. Quem for ao auditório do Museu dos Correios, dia 23, prestigiar o show de lançamento, vai descobrir por que o tinhoso evita certos lugares. Apesar da afirmativa, que bem caberia em um disco de heavy-metal, o negócio aqui é outro. A Bahia deu régua e compasso a esse rapaz, mas também deu a inspiração para uma ótima coleção de sambas, samba-rock, reggae e outros momentos inspirados e executados em alto nível pela banda arregimentada pelo pianista José Cabrera: Oswaldo Amorim (baixo), Ytto Morais (bateria), Agilson
Alcântara (violão e guitarra) e Carlos Pial (percussão), mais convidados. Lembram do Pedro pedreiro, de Chico Buarque? Nas mãos de Adriano Rocha ele virou Pedro meia-colher, a canção que abre o disco. Em uma aliteração muito bem construída, que lembra Buarque, temos os versos: “Empreitei com Pedro pedreiro/ mas Pedro pedreiro/ é um pedreiro meia-colher.” Dito assim, parece pouco, mas com A Catraca em ação vira algo irresistível, canção que cai muito bem em um domingo de sol, quando ouvir música é tudo de bom. Mas explica pra gente, rapaz, como é esse lance do título? “Na minha cidade, lá no sul da Bahia, tem um camarada que gosta de tomar uns gorós. Ele tem esse ditado: eita, onde tem vagabundo o satanás não encosta! Por uma coincidência, à época da votação do impeachment da Dilma, em 2016, todos aqueles que votavam pelo afastamento diziam: em nome de Deus, por Deus, eu digo sim. Daí eu pensei: putz, realmente aquela [o Congresso Nacional] é uma casa de Deus, ali o diabo não encosta. É uma letra crítica a essa situação”. Muito boa observação. Mas, como dizem no populacho, “a nível de samba”, esses sambas no disco têm um inconfundível sotaque baiano. É verdade, Adriano, que o samba da Bahia é diferente do samba do Rio e do samba de São Paulo? “Verdade. Meus mestres do samba são (os baianos) Ederaldo Gentil e Riachão. Gosto muito do samba da Bahia. No que se refere ao samba-rock, tem aquela pegada do Arnaud Rodrigues”.
Arnaud Rodrigues (1942-2010) era o Paulinho, parceiro do Chico Anísio no antológico Baiano e os Novos Caetanos. Tem muito de anos 70 no teu som, Adriano? “Sim, Arnaud Rodrigues é uma grande referência. Ele foi um dos maiores compositores da MPB. Sou fanzaço. Hyldon, Cassiano, Tim Maia, Orlandivo, esse é o meu universo. Parei nos anos 1970. Anos 90, ainda vai. Anos 80, nem pensar. Além disso, sou um colecionador de vinil”, acrescenta Adriano Rocha. Esse sabe que o grande som brasileiro foi forjado em toneladas de derivados de petróleo. O long-playing de vinil, para os mais íntimos. O disco também traz Eterna musa, canção que, em 2016, deu a Adriano Rocha o prêmio de melhor letra no Festival de Música da Nacional FM. Hyldon, citado anteriormente, é uma referência em Baiana ou carioca. O reggae está presente em Bicho-grilo (onde mais?), cujos versos dizem tudo: “Quando os bicho-grilo chegam em Itacaré/ Mandam brasa”. Assim, Onde tem vagabundo, o capeta não encosta atravessa tranquilo o domingo de sol. Faixa a faixa, temos uma coleção de referências, na geografia e no som. Vamos sambar, Maria, Batique e Porta-bandeira são puramente Rio de Janeiro. E Brasília, não faz parte dessa festa? Intencional ou não, a segunda faixa, Mulher do Século XXI, tem um sotaque brasiliense, daqueles que se ouve quando alguém quer dar o fora: “Eu vou comprar cigarro/ Eu vou pegar o beco/ Simples e fácil”. Com certeza, no DF você já ouviu alguém falando assim.
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Ricardo Nasi G1
GRAVES&AGUDOS
Enquanto a primavera não vem
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migos, ânimo! Agosto, o mês do desgosto, está terminando. Besteira para uns, superstição para outros, fato é que o oitavo mês do ano, tão marcado por efemérides da pesada (massacre de huguenotes, mortes de Vargas e JK, bombas em Hiroshima e Nagasaki, poeira em demasia etc), tem a vantagem de nos colocar naquele estado préprimavera, quando os brasilienses se encantam com o show dos ipês amarelos e brancos e as cigarras que anunciam a volta das chuvas. Xô, poeira! Otimismo assim é sempre bom. É o famoso antídoto baixo astral. E a música, velha companheira, tem esse encanto de nos colocar pra cima. Sem ela, a vida seria um erro, teria dito o filósofo Nietzsche. Então, basta escolher a trilha sonora que melhor se encaixa na carteira. Aqui, as dicas das coisas mais bacanas que ocorrem no período. Começando pelo projeto Na Praia teremos, dia 22, Alceu Valença. Com quase 50 anos de carreira musical, o pernambucano é sempre uma festa, bom para ver, ouvir e dançar. O cantor e compositor carioca Rubel,
dos discos Casa e Pearl, volta à capital dia 23, desta vez no amplo espaço do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. É a chance de conferir a nova turnê, agora com uma banda completa, que inclui sopros, teclados e traquitanas eletrônicas. Programa light, mas não menos emocionante, são as tradicionais Sextas Musicais da Casa Thomas Jefferson (Asa Sul). Dia 23, o som fica por conta do Brazilian Strings Trio. Formado pelos violinistas americanos Ted Falcon e Andrew Finn Magill e pelo violonista brasileiro Félix Junior, o trio apresenta as composições
do CD Remexendo. É música instrumental de alto nível, com entrada gratuita. Quem também está de volta é o alquimista Jorge Ben Jor, sujeito incapaz de fazer uma música triste. O autor de clássicos e clássicos incontestáveis da MPB, rei do samba-rock, dá as caras no Parque da Cidade (Bosque dos Pinheiros, estacionamento 4), dia 24. Vambora, Bebete? Se durante anos você cantou “estou guardando o que há de bom nimim”, canção do Roberto, chegou a hora de acertar a letra. Isso porque um dos defenDivulgação
POR HEITOR MENEZES
a bater ponto nesse quadrante. Capital Inicial é a atração da Quinta Na Praia, dia 29. Onde? Naquele espaço ali pela Orla do Paranoá. São tantas voltas. Aqui vai mais uma: Ana Carolina, cantora de voz potente, compositora, arranjadora, produtora, instrumentista, artista plástica etc, depois de dois anos ausente, traz a Brasília (dia 31, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães) a nova turnê Fogueira em alto mar. Ao que consta, o set-list tem sucessos tipo Quem de nós dois e outras nunca antes apresentadas ao vivo, mas que são sempre pedidas pelos fãs. Voltando ao Na Praia, quem bota os pés na areia, dia 1° de setembro, é o grupo Raça Negra. Formado em São Paulo, no início dos anos 1980, é um dos pio-
neiros nesse lance de injetar romantismo no samba e no pagode. A rapaziada tava sentindo a falta de um cavaco, do pandeiro e do tamborim? Tava, mas também tem um sax para incrementar o som. Em tempo, o cantor Luiz Carlos é o cara. Já que o assunto é samba, o Na Praia finaliza as atividades com o grande Zeca Pagodinho. O filho mais famoso de Xerém já havia botado no mapa Irajá e Del Castilho. É justamente esse apreço pelos subúrbios do Rio de Janeiro, celeiro de mestres do samba, o habitat e a fonte de inspiração para a vida seguir levando Pagodinho, que se aproxima dos 40 anos de carreira artística. Dia 5, o cantor e compositor exibe o dente de ouro e aquela alegria de interpretar clássicos da roda de samba e da gafieira. Fotos: Divulgação
sores desse clássico da Jovem Guarda vem a Brasília, para provar que ainda rende um caldo. Quem falou Renato e Seus Blue Caps, acertou. O lendário grupo, que teria iniciado atividades em 1959 (!) é a atração da festa Anos 60-70, no Clube dos Previdenciários (912 Sul), dia 24. Na abertura, claro, a banda Os Naftalinas. Quem faz jus ao ditado pedra que rola não cria limo são os Titãs, um dos grandes ícones do BRock. Hoje reduzido ao núcleo Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto, a banda continua mostrando as garras e experimentando formatos, daí a certeza de que esse negócio chamado rock’n’roll é altamente rejuvenescedor. Com a ajuda de Mário Fabre (bateria) e Beto Lee (guitarra), os queridos Titãs trazem a Brasília a turnê Trio acústico. Ou seja, são as favoritas naquele formato desplugado. Quando? Dia 24. Onde? No Centro de Convenções Ulysses Guimarães. E por falar em rock’n’roll, cadê a Plebe Rude? Os despossuídos estão por aí virando estatísticas nas periferias. Já a banda comandada por Philippe Seabra e Clemente segue firme nadando contra a corrente. Dia 24, a banda mostra as caras no Galpão 17, espaço de shows ali pelo Setor de Indústria e Abastecimento. É a turnê Primórdios, na qual o grupo apresenta canções compostas no fatídico período final da nossa ditadura militar. Por uma coincidência, outra banda brasiliense do mesmo período, e que tem origem parecida com a Plebe, volta
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DIÁRIODEVIAGEM Súsan Faria
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calor, a umidade, os rios de águas escuras e o verde são marcas do Acre, um Estado com histórias peculiares. Terra natal de personalidades como o líder seringueiro Chico Mendes e o cantor João Donato, o Acre, que já pertenceu à Bolívia, possui 16 etnias indígenas, sendo que a maioria delas vive na região do Rio Juruá. Fui conhecer parte dessa região, onde, para se chegar a alguns municípios, só mesmo de helicóptero ou barco. A motivação inicial da viagem foi o III Festival Atsá Puyanawa, em Mânsio Lima, a cidade mais oriental do Brasil, próxima à fronteira com o Peru, e a mais distante de Brasília em linha reta: 2.865 quilômetros. Fiz parte de uma excursão planejada e coordenada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), com 24 viajantes. Ficamos oito dias e sete noites, no mês passado, no Sesc de Cruzeiro do Sul, segundo maior município do Acre, vizinho a Mânsio Lima. Foram cinco horas de viagem, saindo de Brasília, com escala na capital, Rio Branco, e duas horas de diferença no fuso horário. O festival foi criado para valorizar as
raízes e os costumes dos Puyanawa, como a culinária, as danças, os trajes, a história, a religiosidade e as crenças. Em trajes típicos coloridos, adultos, velhos e crianças dançaram em roda, entoando cantos muito ligados à natureza. Barraquinhas serviram comidas indígenas e ofertaram artesanatos e produtos como mandioca com coco e rapé (para cheirar Súsan Faria
POR SÚSAN FARIA
contra males como sinusite e rinite). “Os índios têm uma visão muito holística de tudo. Quando veem um buriti, por exemplo, raciocinam que não é apenas um buriti, mas é onde pode existir um rio ou uma nascente, ou fontes de alimentação e de vida”, explicou o guia de turismo Fabrício Fidelis, 40 anos. O Atsá (significa florescer ou atiçar) é uma forma daquela comunidade de cerca de 700 indígenas, que vivem em 27 mil hectares, recuperarem sua autoestima. Antepassados desses indígenas foram dizimados por uma epidemia de sarampo, logo depois do contato com os brancos, no início do século passado. À época, muitos foram mortos ou sequestrados para trabalhar na extração de borracha em fazendas de coronéis e seringalistas da região. Foram catequizados e educados em escolas que proibiam a expressão de qualquer traço de sua cultura. Além do festival, outra novidade foi o passeio de canoa pelo Rio Croa, observando a floresta, as árvores centenárias (samaúma, copaíba, seringueira), os ribeirinhos nos acenando, as enormes vitórias-régias, a paisagem exuberante, o ar puro. Em março deste ano, ribeirinhos de Cruzeiro do Sul gravaram vídeo mos-
trando grandes borbulhas feitas por “um monstro” que habita o Croa. Contudo, o guia Jackson dos Santos Messias remou a canoa com tranquilidade e a experiência de quem há mais de uma década vive no local com a mulher, Cintia. O casal abriu a Pousada Canto e Encanto Janaína, que é também um centro espiritual de cultura ayahuasca, onde se pode tomar um chá semelhante ao Daime, durante cerimônias apropriadas. A pousada hospeda até 30 pessoas, em redes ou quartos com ou sem mosquiteiros, a preços acessíveis. “Tive um sonho, visualizei tudo”, diz Cintia, conhecedora das ervas, dos cantos, orações, benzas e tradições e que hoje ajuda indígenas, jovens e pessoas que a procuram para solucionar questões como transtornos ou depressão, por exemplo. O casal oferece passeios e estadias de até dez dias, com visitas a aldeias próximas, passeios em trilhas e pelo Rio Croa, além de rituais de cura. Muito à vontade, o mico Chico, que vive solto na pousada, pulava sem parar entre um e outro viajante, puxava o artesanato exposto em uma mesa e até nos acompanhou numa pequena trilha. Terra de muita farinha e peixe, base da economia dos municípios do Alto e do Baixo Juruá, no Acre não faltam frutas regionais como o açaí e o buriti – sacos com esses alimentos batidos e puros são ofertados nas banquinhas próximas
ao mercado do produtor de Cruzeiro do Sul a R$ 6 o litro. No mercado, muita pedra de açúcar mascavo, biscoitos que derretem na boca, e óleos – copaíba, buriti, patauá, andiroba – para o uso medicinal ou proteção da pele e dos cabelos. Em Mânsio Lima, a fábrica do Coopfrutos produz sabonetes e óleos puros, exportados para várias localidades do país. Essa matéria-prima é vendida e refinada em Belém e São Paulo e vendida para grandes fabricantes de cosméticos. Riqueza acreana também são os quadros, porta-joias, marcadores de página, portabatons e bolsas feitos na oficina do artesão Maqueson Pereira da Silva, 61 anos, acreano filho de ribeirinhos. O ex-seminarista aprendeu com padres alemães a fazer marchetaria, arte milenar de colocar belas imagens em peças de madeira. Aperfeiçoou-se na Rússia, onde viveu durante algum tempo. Seus trabalhos são inspirados em pássaros, borboletas, cobras, onças e flores da floresta. Trabalha com mogno, cerejeira, sucupira, imbuia, cedro, caviúna, murapiranga, ipê... Ultimamente tem usado a machetaria também em saltos de sapatos. Suas peças podem ser adquiridas na oficina em Cru-
zeiro do Sul ou em eventos como o Salão de Artesanato, de 9 a 13 de outubro, no Pavilhão da Bienal em São Paulo. Em Cruzeiro do Sul, conhecida como “a cidade de ladeiras”, vive o guia local Raeliton Lucas da Silva, de 23 anos, que entende não só de turismo na região como nos deu aulas sobre muitas plantas medicinais. Outra surpresa boa foi a banda Swing da Mata, que por duas vezes se apresentou no Sesc, tocando forró, canções de raízes e de estilo bumba meu-boi, com dançarinos exuberantes nos trajes típicos e passos acelerados na dança. Inusitado durante o passeio foi ter de andar um quilômetro se equilibrando no barro molhado, ao final do passeio do Croa, quando a chuva apareceu e não permitiu que o ônibus chegasse à margem do rio. O calor em Cruzeiro do Sul é suportável, visto que há florestas rodeando tudo. As chuvas quase diárias tornam a paisagem sempre verde e a umidade alta. À noite não saíamos do hotel. Dormíamos com tela fixa protetora contra mosquitos, e na calmaria embalada pela “serenata” dos grilos, sapos e outros bichos. “Foram novos conhecimentos sobre a Região Norte, por meio das vivências, dos relatos, da culinária e das tradições. Gostei especialmente do Croa, com seus mistérios”, relata a companheira de viagem Elena Maria Lemes, moradora da Asa Sul. Súsan Faria
Súsan Faria
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LUZCÂMERAAÇÃO
O futuro do passado Prêmio do Júri no Festival de Cannes, Bacurau tem tudo para ser o grande lançamento do cinema brasileiro deste segundo semestre. POR SÉRGIO MORICONI
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legoria simbólica de uma conjuntura política e de um país, Bacurau surpreende aqueles que esperavam uma obra em registro realistacrítico do diretor de O som ao redor e Aquarius. No novo filme, Kleber Mendonça divide a direção com Juliano Dornelles, seu amigo e colaborador como diretor de arte no curta Eletrodoméstica (2005). Quem se surpreendeu com o tratamento sci-fi trash de Bacurau, espécie de “nordestern-spaguetti” do sertão, é porque não viu os curtas anteriores de ambos os diretores. O premiado Mens sana in corpore sano (2011), de Dornelles, é um pseudo-documentário que mais adiante descamba para o terror. O fantástico, o insólito, o terror são características presentes em toda a obra anterior também de Mendonça, especialmente nos curtas Enjaulado (1997), versão pessoal do diretor para Repulsa ao sexo, de Roman Polanski, Vinil verde (2004), baseado numa lúgubre fábula russa, e Reci-
fe frio (2009), extraordinária fantasia em que a capital pernambucana sofre uma brusca mudança climática e os cidadãos passam a conviver com pinguins. Essas características ameaçavam irromper também nos longas, vide a sequência da cachoeira em O som ao redor, e também na atmosfera de tensa quietude de Aquarius. Bacurau assume inteiramente o cinema de gênero despolido de realizadores como John Carpenter, autor de Halloween, The fog, Fuga de Nova York e Christine, o carro assassino, entre outras pérolas do cinema do “B Cult”. Mendonça não esconde de ninguém ter sido um fã de Carpenter, a quem chama carinhosamente de João Carpinteiro. Bacurau é uma ficção científica situada num futuro próximo, tão próximo que identificamos como presente e até mesmo como passado recente. Este é o jogo de Mendonça e Dornelles. A remota aldeia ficcional brasileira que leva o nome de um pássaro noturno, o bacurau, é uma parábola de um país paradoxal em que todos esses tempos históricos se misturam de
forma a nos fazer pensar no contexto hitórico do Brasil atual, e de seu antes e depois. Existe toda uma mitologia em torno do bacurau, termo utilizado também para designar o órgão genital feminino e que, segundo uma lenda cabocla, o bacurau pássaro teria pedido emprestado as penas de vários outros pássaros para participar de uma festa no céu. Como jamais as tenha devolvido, é castigado por São Pedro e adquire hábitos noturnos, soltando eternamente o grito “amanhã eu vou”, em referência à promessa nunca cumprida de devolução das penas. Bacurau se passa num momento muito específico da aldeia de mesmo nome. A matriarca acaba de falecer aos 94 anos de idade. Pouco depois, misteriosamente, o lugar desaparece dos mapas, assim como o sinal de telefone. É então que surgem dois estranhos motociclistas que abrem caminho para um bando de forasteiros fortemente armados. Eles têm como meta uma expedição de caça aos homens “impuros”. Esses forasteiros promovem um safári humano e subestimam
o desejo de sobrevivência da comunidade e de suas tradições ancestrais. As referências a questões sócio-culturais e econômicas do Brasil pipocam por todos os lados. A presença constante de caixões remete às mortes prematuras, políticos corruptos, educação e prostituição, medicina oficial e tradicional, sexualidade, álcool, o pequeno museu onde imagens de atrocidades passadas são expostas, comida e remédios vencidos, são todos aspectos com que as pessoas do lugar têm de conviver em seu cotidiano. A morte da matriarca e o museu fazem referência às identidades locais, aspecto também abordado em Recife frio. Nos dois casos, são circunstâncias externas que provocam o desenrolar e as reviravoltas da narrativa. Em Recife frio, um meteorito cai sobre a Praia de Maria Farinha e a cidade deixa de ser tropical. Não é mais possível afirmar o clichê tão caro aos brasileiros de que se mora “num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, citando aqui os versos da canção de Jorge Ben Jor. Mendonça complexifica ainda mais a situação ao
narrar o filme em espanhol, insinuando uma convulsionada e absurda identidade latina no Nordeste brasileiro, em confrontação com a imagem que os nordestinos fazem deles mesmos. A crítica política e cultural está em toda parte, desde o filho do patrão que vai morar no quartinho de empregada porque é mais quentinho – enquanto a empregada passa a ocupar a ventilada suíte do patrões – até as práticas regionais e folclóricas que são viradas do avesso pela inexplicável mudança climática. A crítica italiana identificou imediatamente a filiação de Bacurau com a estética do Cinema Novo e, por extensão, com o neorrealismo italiano. Muito embora exista uma afinidade muito maior do filme com o cinema de gênero da forma como já colocamos acima, Bacurau é uma alegoria do presente e tem de fato a ver com essa percepção crítica. A maneira metafórica de sua narração havia sido um subterfúgio largamente utilizado por muitos cineastas brasileiros para fugir da censura durante a ditadura militar. No caso do filme de Mendonça e Dornelles,
o contexto é outro, claro, mas o interessante é que (ao contrário do hermetismo do Cinema Novo) o que parece absurdo e fantasioso é imediatamente percebido como uma alusão direta à realidade. A fantasia também não foi extemporânea no neorrealismo italiano. Na fábula Milagre em Milão, de Vittorio De Sica, uma mulher rega a sua horta quando ouve um choro. Como um milagre, ela encontra um bebê no meio dos repolhos. Feliz da vida, a solitária mulher adota a criança e lhe dá o nome de Totó. Pouco tempo depois ela morre. Totó cresce num orfanato. Quando sai, vai morar numa favela. Totó é um anjo e só faz o bem. Luta contra a ganância e a injustiça dos poderosos e acaba conduzindo seus desvalidos companheiros para o céu. Milagre em Milão traduz um tipo positivo de benevolência cristã. Bacurau é negatividade e conflito. É a luta de Deus e do diabo na terra do sol. Bacurau
Brasil/França, 2019, suspense/faroeste, 132min. Direção: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Com Barbara Colen, Sônia Braga, Udo Kier e Thomas Aquino.
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CRÔNICADACONCEIÇÃO
Crônica da
Conceição
CONCEIÇÃO FREITAS
conceicaofreitas50@gmail.com
É melhor simples do que falso
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uando Alice correu atrás do Coelho Branco e começou a cair no poço e não parava de cair, ela se perguntou (entre mil outras perguntas que a perguntadeira se fez): “... em que latitude ou longitude estou agora?”. Alice não tinha a menor ideia do que significava latitude e longitude “mas achava que eram palavras muito imponentes para dizer”. Que nem Alice, sempre achei muito chique um texto com as duas palavras, mas poucas vezes consegui usá-las e, nessas poucas vezes, fui ao dicionário para saber o que cada uma significa. Como faço agora: Latitude e longitude são medidas de algum ponto da Terra em relação aos meridianos e paralelos, aquelas linhas verticais e horizontais que cortam o mapa-múndi. Por extensão, latitude é a qualidade do que é lato e lato é o que tem grande amplitude. Por exemplo: A latitude do cerrado nos leva pra muito longe. Longitude pode significar lonjura. Como aqui: A longitude que nos separa é grande demais. Embora sofisticadas, latitude e longitude são palavras meio antipáticas se usadas fora da geografia. A não ser que o cabra seja craque na arte de pôr a palavra
certa no lugar certo, como Alberto Caieiro, heterônimo de Fernando Pessoa: Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta. Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas. Renque e o plural árvores não são cousas, são nomes. Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem, Que traçam linhas de cousa a cousa, Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais. E desenham paralelos de latitude e longitude Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso! Costumo ouvir, desde que escrevo crônicas, que minha escrita é simples. Durante muito tempo, não gostava do qualificativo. Simples pra mim era sinônimo de pobre, sem recursos estilísticos. Depois, fui percebendo que meu modo de escrever é meio naïf, primitiva, de pouca leitura (a se levar em conta a quantidade de leitura de que se precisa para escrever um texto fundado na autoria e na transmissão dos grandes mestres). E parei de querer mostrar uma sofisticação que não existe. Soa falso, o leitor percebe na hora. E se não é o leitor,
é o editor, o dono do teu emprego. Foi o que aconteceu comigo há muitos anos. Eu era repórter da Folha de S. Paulo e o novo chefe sucursal de Brasília chegou para fazer um enxugamento na redação. Eu não estava num bom momento – e é um eufemismo, porque eu estava num péssimo momento. Para justificar minha demissão, que depois achei justa, o editor me mostrou um erro de português. Escrevi “elocubração” quando o certo é elucubração. Era uma palavra que não fazia parte do meu dicionário particular, mas eu queria mostrar serviço e tasquei um “elocubração”. E vejam só como são insidiosas as palavras. Até o instante em que escrevo esta crônica, jurava que elucubração era sinônimo de divagação, de levantar hipóteses. Não é. No Houaiss, elucubração é “trabalho assíduo”, “vigília dedicada ao trabalho”. Também pode ser “cismar”, “ruminar” – eu não estava tão errada, mas o uso não era preciso e nem metafórico, figura de linguagem que dá asas às palavras. Quando volta a crescer, depois de ter ficado menor que um buraco de fechadura, Alice exclama: “Muito esquisitíssimo!”. E percebeu que não tinha usado as palavras de modo correto, mas tinha ficado muito divertidíssimo!
GARANTIR À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
Com atribuições previstas no artigo 136 do ECA, o conselheiro tutelar atende crianças e adolescentes diante de situações de violação de direitos. Também é dever do conselheiro atender e aconselhar os pais ou responsáveis dessas crianças e adolescentes. A partir do atendimento, o profissional aplica medidas de proteção.
Votação: 6 de outubro. Escolha os conselheiros tutelares de sua cidade. Informe-se: conselhotutelar.sejus.df.gov.br