REVISTA SAÚDE MARINGÁ - EDIÇÃO 52

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Trabeculoplastia seletiva no glaucoma Glaucoma é uma doença caracterizada por um dano ao nervo óptico causado pela pressão intraocular. Geralmente passa despercebido pelos pacientes por ser em sua maior parte assintomáticos, porém caracteriza-se por uma perda progressiva e irreversível do campo visual. Não existe ainda uma cura para o Glaucoma. Porém existem maneiras de se alcançar o controle da doença, sendo que todas elas visam a redução da pressão intraocular. De maneira geral, dispomos de quarto modalidades terapêuticas consagradas: Colírios hipotensores , aplicação de laser, cirurgias e implantes minimamente invasíveis Não existe uma modalidade melhor que a outra. A indicação de um determinado tratamento deve ser individualizada, avaliando-se o risco e o benefício caso a caso. As maneiras de se reduzir a pressão intraocular podem ser através da redução da produção do humor aquoso (Líquido que preenche a parte da frente do olho) ou pelo aumento da escoação do mesmo. O laser chamado de trabeculoplastia seletiva, age no ângulo do olho, na malha trabecular, estrutura responsável pela drenagem do humor aquoso. Ele atua seletivamente nas células pigmentadas, induzindo alterações químicas e biológicas que resultam em um aumento da drenagem do humor aquoso e consequentemente redução da pressão intraocular.

O procedimento é realizado em consultório sob anestesia tópica. Dura em média de 05 a 10 minutos, período no qual são realizados disparos do laser no trabeculado. O laser é indicado em praticamente todos os pacientes com Glaucoma de ângulo aberto não avançados (Exceção dos glaucomas congênitos e inflamatórios). Nota-se redução da pressão intraocular em aproximadamente 80% dos pacientes, sendo esta redução em torno de 20% a 30% da pressão basal.

O resultado é obtido por volta de seis semanas após a aplicação do laser e dura em torno de 1 a 5 anos. Pode ser repetido nos casos bons responsivos. Com a trabeculoplastia seletiva, muitas vezes podemos evitar, ou mesmo postergar a necessidade do uso de colírios hipotensores para o tratamento do glaucoma. Outras vezes, podemos conseguir a redução da necessidade do uso de uma ou outra classe medicamentosa, reduzindo assim, possíveis efeitos colaterais e aumentando a aderência e sucesso do tratamento.

DRA. ANA PAULA CALIL GUERMANDI CRM 27.844 | Oftalmologista CURRÍCULO • Atua nas áreas: Catarata, Glaucoma, Plástica Ocular e Oftalmologia Geral; • Graduada em Medicina pela faculdade PUC-PR em 2007; • Residência Médica em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina de São Paulo (USP-SP); • Pós-graduação em Catarata e Glaucoma pela Faculdade de Medicina de São Paulo USP-SP; • Atua em Maringá desde 2011; • Membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma.

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Revista Saúde | Dezembro . 2021 | rsaude.com.br

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