Revista Vida e Natureza

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Governo pode assumir a gestão Pág. 4 e 5

Proliferação dos javalis Autoridades avaliam meios de controle Pág. 12

Gestão da água no Mercosul Seminário debate a cultura do desperdício Pág. 18

Degradação sem limite No Planeta mais de 30% das terras estão degradadas. Pág. 10 e 11

A REVISTA

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Estação de Piscicultura

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“Adotando o meio ambiente por inteiro”

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R$ 8,90

O CÊ E MEI VO


EDIÇÃO 163 | ANO 09 LAGES, SANTA CATARINA - BRASIL CRÉDITO FOTO CAPA: AMENIC181/SHUTTERSTOCK

Índice 4 - 5 | BASE AVANÇADA DE PAINEL Região quer o controle da Estação de Piscicultura

Expediente Contato Rua: Presidente Roosevelt, 344 Centro – CEP: 88.504 – 020 Lages – Santa Catarina Fone: (49) 9148-4045 E-mail: vidaenatureza@brturbo.com.br www.vidaenatureza.com.br Diretor Geral Paulo Chagas Vargas Consultoria Ambiental Bióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

6 | PALCO DA RECICLAGEM Projeto educativo e inovador em Chapecó

9 | MEIO AMBIENTE NAS ESCOLAS Em Lages crianças aprendem na prática

Jornalista Responsável Betina Pinto - Reg. SC 01940 - JP Diagramação e Projeto Gráfico Revista Vida & Natureza Caroline Colombo A. Costa Tiragem e Impressão 2.000 exemplares Gráfica Tipotil

12 | COMBATE AO JAVALI Autoridades buscam alternativas

13 | SAÚDE DOS CARROCEIROS Universidades atuam em parceria

“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

Visão

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14 | INFORMATIVO COMDEMA Parque como fonte de pesquisas

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17 | COMPORTAMENTO DOS FELINOS Conheça mais sobre a vida dos gatos

“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão “Fazer com que todos tenham oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a consciência futura”.


PALAVRA DO EDITOR

A VOZ DA

razão A

o participar de uma reunião dia desses junto a um grande veículo de comunicação em SC, e, mesmo que os assuntos nada tivessem relação com o meio ambiente, lá pelas tantas, ao se pronunciar, uma senhora, dentre os convidados pediu para que a televisão, como sendo um forte meio de propagação, e que atua também como educadora, dê mais atenção ao meio ambiente. Para que a TV desse espaço para divulgar pequenas notas durante a programação com tópicos sobre as questões ambientais. Uma forma de educar a população de maneira sutil. Ela falou que ressente a falta dessas informações educativas nos grandes veículos, e que a TV, quem sabe, possa contribuir com sua abrangência.

Tópicos ambientais

em curso. Os mais otimistas entendem que os impactos das mudanças climáticas têm sido tão evidentes que os governos finalmente se sensibilizarão sobre a gravidade da situação global e aprovarão medidas um pouco mais enérgicas. • Deve ser finalmente aprovado em 2015 pelo Congresso Nacional o projeto que trata de novas regras para a exploração da biodiversidade brasileira, cujo valor é estimado em mais de R$ 4 trilhões e que tem sido alvo histórico de biopirataria. A matéria colocou novamente em disputa o agronegócio, de um lado, e grupos ambientalistas, cientistas e comunidades

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ão em ocasiões como essas, isoladas, que é possível perceber o quanto a preocupação com o meio ambiente ainda é limitada. Os veículos de comunicação de um modo em geral destinam um diminuto espaço para a questão. Atrelados aos veículos somam-se os nossos representantes nas administrações municipais e nas empresas. O apelo para a proteção da natureza toma corpo pelo mundo, mas ainda não se tem o comprometimento das principais autoridades, salvo em casos isolados. Felizmente, em universidades, escolas, entidades e em algumas repartições públicas existem os abnegados. O problema está na falta da coletividade. O meio ambiente já deveria ser uma preocupação de todos, e não de poucos.

tradicionais, de outro, como já havia acontecido na controvérsia sobre o novo Código Florestal. O projeto do governo federal tenta regulamentar as regras brasileiras de exploração da biodiversidade, considerando que o país é signatário da Convenção da Diversidade Biológica, assinada por ocasião da Eco-92, em junho de 1992, no Rio de Janeiro. Ou seja, já mais de 20 anos o Brasil assinou a Convenção, mas ainda não tem regras claras de como a sua rica diversidade biológica deve ser explorada, de modo a atender os interesses nacionais e, em particular, das comunidades onde essa biodiversidade está instalada.

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• Conferência de Paris sobre o Clima – Paris vai sediar, em dezembro de 2015, a Vigésima Primeira Conferência das Partes da Convenção das Mudanças Climáticas (COP21). Será a última tentativa de estabelecimento de um acordo global para reduzir as emissões atmosféricas de origem humana que estão contribuindo para o agravamento das mudanças climáticas. Os mais céticos entendem que não há mais tempo, Paris apenas tentará amenizar as mudanças já

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pedido reflete o clamor das pessoas que hoje estão preocupadas com o andamento da educação ambiental, não somente em Lages, mas em qualquer parte do Brasil ou do mundo. A pessoa que pediu a atenção da produção da TV para que atue mais em torno da orientação e da preservação da natureza, durante o encontro é empresária. Ela lamentou que seus funcionários não têm uma cultura ambiental. Disse que faz o que pode dentro da sua empresa para mudar o comportamento de seus empregados, no que tange aos cuidados com o lixo, entre outras necessidades que o meio ambiente carece de atenção. O problema, por certo, segundo ela, reflete-se em outras empresas.

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Estado pode assumir Estação de Piscicultura de Painel

FOTOS PAULO CHAGAS

• Entidades lutam para que o Ibama transfira a Base Avançada de Pesquisa (BAP) – também chamada de Estação de Piscicultura de Painel, para o controle do Estado

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m reunião no último dia 11 de abril, em Lages, integrantes da Associação Catarinense de Truticultores (Acatruta) estiveram reunidos para a prestação de contas do primeiro ano de funcionamento da entidade e tratar da regularização de todos os produtores que investem na cultura do peixe em Santa Catarina. No entanto, o foco da reunião discutiu sobre o futuro da Base Avançada de Pesquisa, do Ibama, instalada em Painel, há poucos quilômetros de Lages. O local serviu por muitos anos como uma fonte de criação e distribuição de alevinos para toda a Região. “A velha estação está quase parada e sem atividade específica há 10 anos. Precisamos torná-la novamente produtiva”, disse o presidente da Acatruta, o empresário Vilso Isidoro.

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proposição é transferir para o Estado o controle da Base, reformá-la, e transformá-la num centro tecnológico na produção de alevinos de truta e outras espécies, capaz de atender a demanda dos três estados do sul. O assunto já está tramitando junto ao Ibama, em Brasília, porém, precisa de uma posição consistente do Estado, e de um projeto que possa dar andamento às tramitações de transferência do espaço, colocando a Epagri como futura gestora. “Caso consigamos tomar conta da antiga estação de piscicultura, em três anos, já será possível torná-la autossuficiente”, afirmou Nelson Beretta, ex-gerente da Epagri, em Lages.

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m relatório foi apresentado ao governador Raimundo Colombo. O objetivo é mostrar que a Base Avançada de Painel, hoje, desativada, poderá ser novamente utilizada para a produção de alevinos, especialmente como fomento à cadeia produtiva de truta. Segundo os truticultores basta o Estado resgatar o espaço junto ao Ibama. Além disso, conscientizar a instituição federal, de que a soltura de alevinos de truta nos rios da Serra Catarinense será benéfica; que não agride a proliferação de peixes nativos, e ainda poderá servir de estímulo à pesca esportiva. “Atualmente, 33 municípios catarinenses tem capacidade de produzir cerca de 900 toneladas do peixe”, ressaltou Beretta.


Indústria ajudará processar peixes

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reativação da Estação de Piscicultura de Painel poderá fomentar não apenas a produção de peixes exóticos como a truta e os nativos como jundiás e carpas. Mas alimentar uma cadeia produtiva que se mostra muito promissora na região. implantação da indústria de processamento de pescados Belo Peixe em Lages prevê recepcionar, peixes de cerca de 400 produtores nos 18 municípios da Amures. Produção de peixes vivos

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Empresa Belo Peixe deverá consumir cerca de cinco toneladas de peixe na produção diária que está sendo distribuída hoje em supermercados e restaurantes da região poderá ser processada na indústria e ter valor agregado. Belo Peixe informou que tem condições de processar entre cinco e oito toneladas de peixes por dia. Especial-

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mente espécies como truta, tilápia, jundiás. A unidade está inclusive dotada de selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que permite distribuir tanto em território nacional quanto internacional.

Forsema também se engaja na proposta

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da área da Estação de Piscicultura de Painel, na Serra Catarinense. Já existe o sinal do Ibama pela cessão da área. Agora falta o sim do governo do Estado e para acompanhar esta discussão vamos criar um grupo de trabalho dentro do Fórum de Secretários, que se encarregará inclusive

de levantar a situação regional da piscicultura”, disse Savian. grupo de trabalho deve contar com participação de representantes da Epagri, associação de piscicultores, Udesc e da Associação Catarinense de Truticultores, que é presidida pelo empresário Vilso Isidoro.

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secretário de Agricultura de Lages e presidente do Fórum de Secretários Municipais de Agricultura (Forsema), Moisés Savian teve a aprovação regional para produzir um documento a ser enviado ao governo do Estado solicitando acatar a doação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama),

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Aurora e parceiros lançam projeto educativo • Espetáculo de teatro infantil itinerante reforça a educação ambiental sobre a coleta seletiva e a destinação do lixo DIVULGAÇÃO

Interatividade

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través de um teatro musical totalmente interativo, onde todas as crianças que assistiram ao show tiveram a oportunidade de subir ao palco e literalmente “por a mão na massa”, ou seja, ter conhecimento sobre como funciona uma cooperativa de catadores de material reciclável e elas próprias ajudarem os atores na separação desses materiais que estavam na esteira cenográfica colocada em cena.

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hapecó - O inovador projeto educativo Palco da Reciclagem – a arte de reciclar contando histórias foi lançado no início de abril, na Aurora Alimentos, em Chapecó. Trata-se de um espetáculo teatral, musical e educativo para estudantes, pais e educadores, que desenvolve a conscientização ambiental. A iniciativa é do Ministério da Cultura, STR Produção e Marketing Cultural, Tetra Pak e Cooperativa Central Aurora Alimentos. O evento das apresentações ocorreu de 7 a 17 de abril, e atendeu perto de 5 mil alunos de 27 escolas de Chapecó. STR contabiliza duas décadas de experiências em projetos culturais e ingressa no quarto ano do projeto Palco da Reciclagem. Trata-se de um espetáculo de teatro municipal infantil itinerante, cujo roteiro versa sobre a importância

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da separação, da coleta seletiva e da reciclagem do lixo domiciliar. projeto foi totalmente viabilizado pela legislação de incentivos à cultura (Lei Rouanet), com o patrocínio da Tetra Pak e o apoio local da Coopercentral Aurora Alimentos e da Prefeitura de Chapecó. Por isso, a iniciativa não teve custo algum para o Município, os educandários ou para os alunos participantes. e acordo com planejamento estabelecido pelas empresas envolvidas na proposta, o Palco da Reciclagem foi dimensionado para permanecer em cartaz por um curto período em cada município. Este ano, o projeto será apresentado em apenas sete municípios brasileiros e Chapecó foi a única cidade a receber o espetáculo em Santa Catarina.

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Chapecó foi a única cidade a receber o projeto do Palco Reciclagem em Santa Catarina



FÁBIO RAMOS

DE OLHO NO AMBIENTE

Deputado estadual Gabriel Ribeiro observou uma séria deficiência dentro das repartições públicas e quer que o lixo tenha melhor destinação

Lixo nas repartições públicas

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deputado estadual Gabriel Ribeiro (PSD) mal chegou à Assembleia Legislativa e já observou uma necessidade que já deveria ter sido implementada há muito tempo. Portanto ele pede que todas as repartições vinculadas à administração pública estadual separem o lixo corretamente. Para tanto, enviou uma indicação ao governo solicitando a elaboração de uma normativa para os órgãos e entidades do executivo, legislativo e judiciário. O objetivo é facilitar o trabalho das associações de catadores, e contribuir com a preservação do meio ambiente.

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A reciclagem minimiza os impactos ambientais e gera renda para milhares de catarinenses. Queremos que o funcionalismo público contribua no processo, praticando gestos simples, como separar papel, plástico e lixo orgânico”, diz o deputado. “O exemplo do estado é um passo importante na busca por uma cultura cidadã voltada à preservação e ao comprometimento social”, conclui.

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governo deve realizar alguns estudos para a criação da normativa. Posteriormente, o documento será encaminhado para análise e aprovação da Assembleia Legislativa. Por fim, as repartições públicas catarinenses serão instruídas a seguir as regras estabelecidas, entregando os dejetos recicláveis para associações cadastradas.

Exposto O Município de Lages, embora mantenha um bom serviço de recolhimento de lixo, ainda peca em outros pontos. Refiro-me à exposição nas ruas centrais da cidade. Não há ainda um sistema de contenção que possa permitir o armazenamento dos resíduos. O material fica sobre as calçadas em sacos plásticos, e até a hora do recolhimento, cães, vândalos e até mesmo catadores acabam abrindo os sacos causando uma situação deprimente de se ver. Está mais do que na hora de a Prefeitura Municipal encontrar uma maneira para terminar com essa prática. No centro, os lojistas e moradores não têm alternativa a não ser por no único lugar que resta: sobre as calçadas.

Usina Nuclear Um vereador de Chapecó, Ildo Antonini teve aprovada Moção de Apelo endereçada ao Presidente da AL Gelson Merisio para que o corredor do Mercosul, onde fica localizado o Aquífero Guarani/Serra Geral, seja livre de construção de Usinas Nucleares. Entende o Vereador que a construção de usinas nucleares neste corredor significa a disposição do poder público de aceitar mais riscos do que recomendaria a prudência. Para Antonini, hoje no chamado mundo moderno, se discute e executa uma completa mudança de direção no que concerne à questão nuclear. Mais e mais países decidiram refrear e mesmo abandonar da construção de novas usinas nucleares. Decisões essas tomadas com largo apoio popular. A óbvia conclusão é que o risco de tal tecnologia não compensa os ganhos, justificou.

Resíduos sólidos Municípios deveriam fortalecer as ações, juntamente com entidades, sobre a separação correta do lixo. Não há outra maneira de conscientizar a população sem um esforço concentrado e contínuo a respeito. Materiais informativos poderiam ser elaborados explicando como proceder a importância e forma correta da separação dos resíduos orgânicos e recicláveis. O trabalho de distribuição poderia ser feito junto aos semáforos ou em eventos em locais específicos. Além disso, a ação beneficiaria diretamente as entidades que dependem dos resíduos coletados; auxiliaria na contribuição e na educação ambiental.


Atividade escolar garante a educação ambiental • A Secretaria Municipal de Educação de Lages está tratando as questões ambientais nas escolas em várias frentes. Três ações, ajardinamento, hortas e reciclagem de óleo estão na fase da prática e no campo da educação ambiental. CEIM Leonina Rodrigues da Costa

Pneus inservíveis são pendurados nos muros e com flores ajudam na decoração da escola

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s projetos em execução só estão sendo possíveis, porque as pessoas que trabalham neles têm amplo envolvimento, desde os professores às merendeiras. Todos atuam voluntariamente com as crianças, principalmente, na confecção dos canteiros nas hortas, e com o uso de lixos orgânicos através das compostagens. “As mudas são distribuídas sistematicamente, e nas escolas há orientação técnica para o controle de pragas de forma natural e o uso da adubação verde”, salienta a coordenadora de educação ambiental da Secretaria de Educação, Katja Volkert Dal Pont. a educação, o contato das crianças com o meio ambiente favorece o aprendizado na importância no cultivo de plantas, e a ciência delas como a raiz, o caule, as folhas e a reprodução. Por outro lado, a produção das hortas é incorporada à merenda, e, o excedente as crianças levam para casa.

m dos exemplos do resultado prático das ações desenvolvidas nas escolas pode ser visto no Centro de Educação Infantil (CEIM), da Vila Comboni. A escola, inaugurada há 23 anos, tem uma localização privilegiada, ou seja, junto a uma área rica em diversidade biológica inserida na bacia do Rio Canoas, na borda do aquífero guarani, rodeada de nascentes e numa Área de Preservação Permanente. Tantas fontes naturais aproximam ainda mais as crianças das atividades ambientais, e que se refletem na própria comunidade.

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CEIM atende 107 crianças de 0 a 5 anos de idade, e organiza e constrói o projeto da horta escolar “Colheita Feliz”. A reportagem da Revista Vida e Natureza esteve conferindo, in loco, o trabalho. No local, o controle é absoluto. O manuseio da horta também é feito pelas crianças, com o devido acompanhamento dos professores. No mesmo terreno foram plantadas várias árvores frutíferas como araçá, pitanga, uvaia e cerejeiras. “Tudo é feito com muito carinho. Nosso trabalho com o meio ambiente é bem mais amplo”, salienta a diretora Adrea Aparecida Mendes.

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Crianças participam do plantio das hortaliças e na própria manutenção dos canteiros

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Ano Internacional dos Solos A

América Latina e o Caribe têm as maiores reservas de terras cultiváveis do mundo, por isso o cuidado e a preservação dos solos são fundamentais para que a região alcance sua meta de erradicar a fome; os solos são de enorme importância para a produção mundial de alimentos, mas não prestamos suficiente atenção neste “aliado silencioso”, disse o Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva durante o lançamento do Ano Internacional dos Solos 2015 (AIS). A FAO é a responsável pela implementação do AIS 2015 no âmbito da Aliança Mundial pelo Solo e em colaboração com os governos e a Secretaria da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação (UNCCD). e acordo com a FAO, os solos saudáveis estão na base da agricultura familiar, na produção de alimentos e na luta contra a fome e, ainda, cumprem um papel como reservatórios da biodiversidade. Além disso, compõem o ciclo de carbono, por isso que o seu cuidado é necessário para mitigar e enfrentar as mudanças climáticas. No dia 5 de Dezembro deste ano se comemora o primeiro Dia Mundial dos Solos.

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Sem solo não podemos sustentar a vida no planeta e onde há perda de solo não existe a possibilidade de renovação dentro de um período de vida humana

Degradação perigosa

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pesar de sua grande importância, a saúde dos solos enfrenta constantes e crescentes desafios. 33% das terras do Planeta estão degradadas, seja por razões físicas, químicas ou biológicas, o que é evidenciado em uma redução da cobertura vegetal, na diminuição da fertilidade, na contaminação do solo e da água e, devido a isso, no empobrecimento das colheitas. “O fato de que o solo não é um recurso renovável faz com que a sua preservação seja um desafio

ainda mais urgente: um centímetro de solo pode levar milhares de anos para ser formado e este mesmo centímetro pode ser destruído em somente alguns minutos por uma degradação devido ao manejo incorreto”, explicou Crowley. elo menos 14% da degradação mundial ocorrem na América Latina e no Caribe. Esta situação é ainda mais grave na Mesoamérica, onde 26% das terras são afetadas. Já na América do Sul, afeta 14% das terras. Quatro países da região têm mais de 40% de suas terras degradadas e em 14 países a degradação afeta entre 20% e 40% do território nacional. degradação dos solos tem um impacto negativo em muitas de suas funções como na produção de alimentos e na prestação de serviços ecossistêmicos e suas principais causas incluem a erosão hídrica, a aplicação intensa de agrotóxicos e o desmatamento. A degradação também está associada com a pobreza: 40% das terras mais degradadas do mundo estão em zonas com altos índices de pobreza. Os agricultores pobres têm menos acesso a terra e à água, trabalham em solos pobres e com uma alta vulnerabilidade à degradação.

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AGÊNCIA SOCIAL DE NOTÍCIAS (ASN)

• Espera-se que a iniciativa sirva para mobilizar a sociedade para a importância dos solos como parte fundamental do meio ambiente e os perigos que envolvem a degradação deles em todo o mundo

Ano Internacional dos Solos: grande oportunidade para refletir sobre o manejo de uma das bases da vida

Crescimento da agricultura

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organizações da sociedade civil, o setor privado e todas as partes interessadas para alcançar o total reconhecimento das importantes contribuições dos solos para a segurança alimentar, a adaptação às mudanças climáticas, os serviços essenciais dos ecossistemas, a mitigação da pobreza e o desenvolvimento sustentável. (por Benjamín Labatut -jornalista da FAO para América Latina e o Caribe.)

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e 1961 a 2011, a superfície agrícola na América Latina e o Caribe aumentou de 561 para 741 milhões de hectares, com uma maior expansão na América do Sul, que cresceu de 441 para 607 milhões de ha. Cerca de 47% das terras cultiváveis da região estão

cobertas por florestas, porém, este número está diminuindo como resultado da expansão da fronteira agrícola. Mundialmente, 12% das terras são utilizadas para cultivos agrícolas (1,6 bilhões de ha); 28% (3,7 bilhões de ha) correspondem a florestas; e 35% (4,6 bilhões de ha) correspondem a pastagens e outros sistemas florestais. Durante o ano de 2015, a FAO trabalhará com os governos, as

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Região se mobiliza para controle da população de javalis

ONERIS LOPES

• Autoridades se mobilizam para encontrar alternativa de controle da proliferação dos javalis na Serra Catarinense

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ages - Numa parceria da Polícia Militar Ambiental, Secretaria Regional de Lages e secretários municipais de Agricultura, será lançada uma campanha de controle efetivo da população de javalis na Serra Catarinense. Foi o que deliberaram durante recente reunião, os integrantes do Fórum de Secretários Municipais de Agricultura (Forsema) e o comandante da Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina, Adilson Schlickmann Sperfeld. oficial recomendou um levantamento detalhado das áreas de infestação para que seja implementada uma forma controle com respaldo legal. O trabalho de campo prevê até a produção de formulário a ser aplicado nas propriedades. O diagnóstico deverá estar pronto até dia 7 de maio, antes da reunião da Assembleia Legislativa que tratará do assunto. m levantamento prévio já realizado pela Cidasc deve fazer parte do diagnóstico a ser produzido e junto com professores do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), a meta é encontrar uma forma de controle da infestação de javalis. A Polícia Militar Ambiental de Lages também fará um comunicado oficial sobre as formas atuais de controle para distribuir aos meios de comunicação. participação da Defesa Civil para uma ação mais robusta de enfrentamento ao problema não está descartada. “Se não tivermos uma atitude enérgica agora certamente vamos amargar muitos prejuízos econômicos sem contar que este animal é uma ameaça às pessoas e a proliferação de zoonoses”, comentou Vânio Forster.

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Autoridades devem por em prática um novo plano para conter o ataque de javalis nas lavouras

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Lavouras de milho devastadas pelos javalis em Campo Belo do Sul


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• Acadêmicos da Uniplac e CAV prestam atendimentos nas áreas da Medicina

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otineiramente o projeto de Extensão “Promoção e Prevenção à Saúde dos Carroceiros do Município de Lages: Um novo olhar” realiza

ações com atendimentos e orientações no Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) em Lages. O projeto visa organizar ações de atendimento, prevenção e orientação à saúde dos carroceiros da cidade por meio dos acadêmicos do curso de medicina da Uniplac, sob a orientação de professores. atividade acontece em parceria com o “Amigo Carroceiro”, projeto social

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e também de extensão realizado pelo CAV. O Programa tem o objetivo de proporcionar melhores condições de vida, de trabalho e fornecer conhecimento cultural aos carroceiros, favorecer o associativismo, bem como proporcionar o bem estar animal aos equinos utilizados na tração animal por meio de atendimentos. Busca melhorar a renda familiar, fornecer noções de cidadania e cuidados ambientais aos carroceiros.

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Prevenção à saúde dos carroceiros


COMDEMA

Parque Natural é fonte de pesquisas de estudantes • Ao todo são sete trilhas. Com subidas e descidas, passagens por riachos, pinguelas e toda a exuberância da natureza intacta

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NILTON WOLFF

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onsiderado a maior reserva de mata araucária do país, com 210 mil metros quadrados de mata fechada, com flora e fauna nativa da região, o Parque Natural Municipal João José Theodoro da Costa Neto atrai diariamente visitantes, turistas, biólogos e estudantes que realizam pesquisas e aulas prática no local. Recentemente duas turmas do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) agendaram visita com fins científicos. Numa delas pesquisadores do curso de mestrado em dendrologia (ramo da botânica) percorreram a área e, noutra ocasião foi a vez dos alunos do curso de engenharia ambiental, na disciplina de ecologia, realizar seus trabalhos universitários no local. les percorreram uma trilha que dá acesso a uma cascata, passando em meio à mata repleta de araucárias centenárias e outras espécies típicas da região. Quem tiver sorte ainda pode encontrar pelo caminho pegadas de leão baio, araras, aves exóticas, bugio, lagartos, marrecos e outros exemplares da natureza intacta e preservada das ações do homem. O grupo de estudantes se deslumbrou com uma colmeia de abelhas da espécie apis mellífera, abrigada no tronco de uma araucária com idade estimada em 300 anos, segundo o gerente do parque e engenheiro agrônomo Giovanni Tomazelli. parque a cada dia ganha mais notoriedade. “E vem atraindo muitas universidades que veem a área como um

O local recebe em média, a cada semana, 40 a 60 visitas de grupos de universitários, agendamento de escolas, pesquisadores, turistas e a comunidade em geral excelente laboratório vivo para suas pesquisas e melhor ainda, divulgando a Serra catarinense e a diversidade do seu ecossistema”, comenta o agrônomo. Para a professora Joseane Teresinha Cardoso, a área é uma excelente fonte de pesquisas e trabalhos com fins didáticos, aliando a teoria repassada em sala de aula à prática. “É muito importante termos parques como este tão próximo do perímetro urbano, facilitando nosso trabalho”, destaca. s 35 universitários foram separados em grupos e incumbidos pela professora de tomar dados como a temperatura do ambiente, luminosidade, análise do solo e umidade relativa. A estudante Iana Morgan Lorenzetti anotava tudo, atenta às característi-

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cas próprias do parque. “É uma oportunidade para os futuros engenheiros ambientais ter esse contato direto com a natureza para que possam fazer suas análises”, diz.

Nova sede

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Parque Natural recebe em média, a cada semana, 40 a 60 visitas de grupos de universitários, agendamento de escolas, pesquisadores, turistas e a comunidade em geral. No fim do ano passado foi concluída a construção da nova sede administrativa do parque, que recepcionará os visitantes. Dentro de algumas semanas será adquirida a mobília quando então será marcada a data da inauguração oficial.


Primeiras atividades do ano dos Protetores Ambientais • As primeiras aulas ocorreram com várias atividades entre elas o desenvolvimento da cápsula do tempo

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Grupo de Educação Ambiental da 4a Cia/BPMA, realizou a primeira aula dos Protetores Ambientais de 2015. As primeiras atividades desenvolvidas foram teóricas de Ordem Unida, Comportamentos e Inter-relações. Os coordenadores buscaram trabalhar também o cognitivo de cada aluno com relação ao que se vai ainda aprender, o porquê de saber, fazer, mudar e desenvolver para melhorar o próprio viver, e assim agredir menos o meio em que vivemos. odas estas questões foram elencadas, discutidas e colocadas no papel por cada um dos alunos. Após isso, os protetores colocaram os papéis dentro de

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principal o desenvolvimento de algumas habilidades e valores humanos essenciais numa comunidade, como: atividade em equipe, liderança, organização, articulação, espirito de corpo, entre outros. atividade se desenvolveu mediante a simulação de uma situação “Stress” onde os protetores tinham como foco encontrar a solução para o problema, sendo necessária a aplicação e o desenvolvimento das habilidades e valores trabalhados. Durante a dinâmica os protetores puderam sentir como uma pessoa com necessidades especiais convive na comunidade com as adversidades do dia a dia.

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uma cápsula, chamada de CÁPSULA DO TEMPO - FORMIGA, que significa união. A cápsula foi enterrada e será resgatada somente no final do Curso, dia 14/11/2015. “O objetivo de fazer uma comparação daquilo que pensam hoje com o que estarão pensando no futuro, sobre o que foi discutido nesta aula, é de realmente ver no que o curso auxiliou na formação do pensamento de cada um”, explica o coordenador do Grupo de Educação Ambiental, Ilton Agostini. s alunos de Abdon Batista, também tiveram realizaram atividades na tarde de quinta-feira (16). As atividades concentraram-se na praça do município e tiveram como objetivo

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Protetores ambientais recebem orientações sobre a preservação da natureza

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Projeto sensibiliza as crianças a conhecer a vida animal

CÍNTIA BACHER/ DIVULGAÇÃO/ PMC

• A proposta da constituição da empresa Junior está incorporada às necessidades básicas do Curso. Os acadêmicos, por sua vez, poderão executar, na prática, os fundamentos da grade curricular. espaço escolar, ela criou o projeto “Conhecendo os bichinhos do pátio”. O resultado foi o aumento do interesse das crianças pela escola e da sensibilidade com a vida animal. s atividades apresentam aos alunos três insetos que podem ser encontrados no espaço: minhocas, formigas e borboletas. “Eu também tive que estudar para trazer conhecimento a eles”, conta a professora, sobre a intensa pesquisa teórica sobre os animais. O conteúdo traz curiosidades sobre a alimentação, higiene, habido Centro de Educação Infantil Muni- tat, ciclo de vida, estrutura corporal e cipal Leãozinho, no Palmital, resolveu ainda um reconhecimento da imporinovar as atividades em sala. Perce- tância para o ecossistema. bendo a curiosidade dos pequenos Texto: Camila Almeida com os animais que encontravam no

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hapecó – Trazer para a rotina das crianças novas práticas pedagógicas. Foi pensando nisso e observando os alunos, que a professora Luciana Muller,

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Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) lançou edital para contratação de empresa de consultoria especializada para a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Santa Catarina (PERS/ SC). As propostas devem ser entregues até às 13h30min do dia 2 de junho. “Com o Plano o Estado poderá programar e executar atividades para aumentar a eficiência da gestão dos resíduos sólidos”, diz o secretário da SDS, Carlos Chiodini.

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elaboração do PERS/SC, conforme previsto na Lei Federal nº. 12.305 de 2010, além de ser condição para Santa Catarina ter acesso a recursos da União destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, permitirá ao Estado estabelecer metas, programas, projetos e ações para auxiliar na solução dos problemas decorrentes da geração, coleta, tratamento e destinação final dos mesmos. (Texto: Michelle Nunes – ASCOM SDS)

DIVULGAÇÃO

Lançado edital para Plano Estadual de Resíduos Sólidos


MEUS PETS

A partir da 8° semana de vida, os gatinhos já demonstram capacidade em resolver problemas ambientais e podem solucionar conjuntos de brinquedos, escolhas por probabilidade e diferenciação de formas e contrastes de intensidade luminosa.

Comportamento e brincadeiras dos felinos

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período que compreende o nascimento até por volta da 3° semana de vida é notadamente crítico para o desenvolvimento normal dos comportamentos sociais e físicos do gatinho. Além disso, o período posterior que compreende até o 2° mês de vida é fundamental para a fixação do aprendizado social. Nos felinos, e no nosso particular interesse, no gato doméstico (Feliscatus), o aprendizado inicialmente acontece através das brincadeiras executadas pelos filhotes. Esse tipo de aprendizado é conhecido como Comportamento Lúdico.

O segredo por trás das brincadeiras

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Boa forma física e equilíbrio comportamental

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s brincadeiras têm muitas funções. O benefício mais evidente é a boa forma física. Além disso, mais adiante, quando o gatinho crescer e se tornar mais independente, determinados comportamentos serão fundamentais para seu sucesso e sobrevivência. As brincadeiras permitem que os gatinhos explorem o meio em que vivem e estabeleçam contatos sociais, que reduzem o risco de brigas mais sérias no futuro. Neste período, a Socialização é importantíssima! A socialização nada mais é do que “apresentar” ao gatinho o mundo ao seu redor, associando tudo isso com prazer, alegria e muito carinho. Assim, o desenvolvimento comportamental do felino irá se modelar em um animal adulto mais equilibrado e sociável com ambientes diferentes, situações distintas, animais e pessoas diferentes.

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o redor de 2 semanas de idade, os gatinhos começam a brincar sozinhos, com tentativas de bater em objetos que se movem. Essa brincadeira evolui com a coordenação muscular do filhote de tal modo que, com cerca de 3 semanas de idade, surgem as brincadeiras sociais, principalmente por meio de patadas e mordidas intencionais, e é a partir desse momento que começam as interações com outros gatinhos através de comportamentos específicos. Desta forma, fica claro que um gatinho retirado cedo

demais de sua ninhada e da companhia e cuidados da mãe, podem afetar consideravelmente o aprendizado social. Experimentos científicos mostram que gatos retirados precocemente (antes das 2 semanas) possuem dificuldade social, são mais emotivos em várias situações e demoram mais para serem acalmados.

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VISÃO SUSTENTÁVEL

Seminário Mercosul Cidadão debate sobre a gestão da água MAURI OLIVEIRA / DIVULGAÇÃO PMC

• Entre os assuntos do Seminário a necessidade de uma mudança na cultura do desperdício através de uma estratégia colaborativa entre os países

O Prefeito de Chapecó, José Caramori, que também é presidente da Comissão de Articulação com Autoridades Locais da UPM, foi o responsável em trazer novamente à cidade o debate de grandes temáticas do Mercosul.

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eis países estiveram representados no II Seminário Mercosul Cidadão, evento aberto oficialmente na noite de quarta-feira (22), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó. O Seminário foi uma promoção da Prefeitura de Chapecó e da União de Parlamentares Sul-Americanos e do Mercosul, com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. A integração entre os povos e a valorização do cidadão com ações que visam efetivamente melhorar a vida das pessoas estiveram entre os objetivos do encontro. pós o cerimonial de abertura na primeira noite do evento, o público recebeu o geólogo e professor doutor em Ciências pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Luiz Fernando Scheibe - coordenador do

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projeto Rede Guarani/Serra Geral e professor emérito da Universidade Federal de Santa Catarina. A palestra magna abordou o tema central da segunda edição do Seminário: ‘Recursos Hídricos e Gestão da Água’. professor Scheibe alertou sobre a necessidade em mudar a cultura do desperdício. Segundo ele o homem precisa ter o entendimento de que a água é um recurso inesgotável e ressaltou, nesse contexto, a importância estratégica das águas subterrâneas e a gestão colaborativa entre os países, quando os recursos forem transnacionais. “O ciclo natural não está dando conta da renovação da água que nós precisamos”, enfatizou. heibe lembrou ainda que, antigamente, o fenômeno da estiagem era visto apenas no nordeste, e hoje, estiagens

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curtas são realidade também aqui no Oeste de Santa Catarina, por exemplo. “Água nós temos, precisamos saber utilizá-la da melhor forma possível”, ressaltou. evento que encerrou na sexta-feira (24) contou ainda com diversas outras atividades paralelas, como os Encontros Paralelos do Seminário - a reunião do Fórum de Preservação dos Rios Uruguai e Paraná e Aquífero Guarani. Entre eles, o II Forum de Turismo como Fator de Integração no MERCOSUL - Turismo voltado para atividades aquáticas dentro da consciência da necessidade de preservação dos mananciais, rios e lagos, e ainda o XII Fórum do Corredor Bioceânico Central.

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(Texto Vanessa Hubner)




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