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A importância das vivências para o entendimento e a mudança de comportamento e atitudes
by rhjeditorial
A IMPORTÂNCIA DAS VIVÊNCIAS PARA O ENTENDIMENTO E A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO E ATITUDES
Sabemos que obter as informações e não refl etir sobre elas faz com que, na maioria das vezes, elas sejam memorizadas e repetidas sem qualquer ação na mudança de nosso comportamento. Ao vivenciar um processo, aumenta-se a chance de ocorrer refl exões e até mudança de comportamentos e atitudes. Por exemplo, o hábito de utilizar sacolas retornáveis toda vez que for ao supermercado ou sacolão implica o entendimento de sua importância para o contexto ambiental. Esse hábito pode estar relacionado com uma sensibilização e/ou conscientização desenvolvida a partir de uma vivência obtida na escola ou mesmo em seu dia a dia.
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O ato de comprar pode estar sofrendo infl uências de vários fatores. Segundo Nascimento et al. (2018), uma das razões pelas quais as pessoas compram é que os seres humanos são grandemente infl uenciados por sua psique, que, eventualmente, leva a respostas de compra evidente, e
[…] o ser humano na atualidade vive na constante procura da felicidade, de um sentido para sua vida, ou um signifi cado para a sua existência. Logo, com essa perspectiva segue os mais diversos caminhos, caindo muitas vezes em extremos, apegando-se à materialidade, ou alienando-se a sistemas e coisas, procurando aí preencher seu vazio existencial muitas vezes no ato de consumir. (MATOS, 2012, p. 77).
Brum e Hillig (2010) realizaram uma pesquisa de campo sobre o que um grupo de jovens considera consumo responsável. Os resultados mostraram que a maioria deles reconhece que o consumo responsável é aquele que prioriza o atendimento das necessidades básicas (87 % das respostas), bem como o que considera se o produto é de boa qualidade (67 %). No entanto, 54 % dos entrevistados consideraram a “satisfação” como um dos fatores que também os fizeram consumir. Esse ato, segundo os autores, evidencia a influência de algum outro mecanismo que impulsiona as pessoas ao consumo, podendo ser a propaganda ou o baixo custo. Isso faz com que a reflexão sobre o ato fique para um segundo plano. As razões para exercer o ato de consumir são muitas, e nós, educadores, não conseguiremos atingir todas elas, mas podemos discutir com nossos estudantes as existências dessas possíveis razões e prepará-los para que possam consumir por uma ou outra razão, sabendo do porquê está fazendo isso, na tentativa de atingir o consumo consciente.
Refl etir é repensar, e o repensar ocorre de maneira mais espontânea com o domínio do conhecimento sobre o assunto em discussão. (BRUM; HILLIG, 2010)
LEITURAS COMPLEMENTARES
BAUMAN, S. Sobre educação e juventude. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. Nesse livro, o autor, resgatando a modernidade líquida, aponta o papel da educação em ensinar a discernir informações e fornecer condições de navegar em um mundo multifacetado.
BORNHAUSEN, R. L. As ervas do sítio: história, magia, culinária e cosmética. São Paulo: MAS, 1991. O título do livro indica o caminho trilhado pela autora, que escreve em uma linguagem acessível para leigos, resgatando desde a magia até a culinária de ervas utilizadas em nosso cotidiano. Bornhausen faz uma pesquisa histórica do uso das plantas e relata essa pesquisa em seu livro.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. Esse livro faz um registro acadêmico do uso medicinal de muitas plantas encontradas no Brasil.
MORALES, A. et. al. Educação ambiental e multiculturalismo. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2012. O livro resgata a importância da educação ambiental e de se pensar os confl itos ambientais dentro de práticas sociais, dialogando com a hibridização de culturas.