Jornal Ensaio Pitágoras - Ano 01 - Edição 01

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• JORNAL LABORATÓRIO DA FACULDADE PITÁGORAS DIVINÓPOLIS/MG • ANO I • 01 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Na pegada do Funk Ilegal, imoral ou simplesmente uma manifestação cultural? O estilo, em alta em todas as classes sociais, gera polêmica com suas letras e danças erotizadas e figurinos peculiares. Uma visita a um baile funk revela o que acontece neste ambiente. Fica a pergunta: até que ponto esta “liberdade de expressão” pode ser considerada normal e ingênua? Pág. 09

Futebol rural Torneio disputado por equipes de Divinópolis mantém viva a tradição do esporte na zona rural. Rivalidades, improvisos e superação dão o tempero especial na competição que reune mais de 500 atletas amadores em diversas partidas ao longo do Campeonato. Pág. 06

BEM-ESTAR

COMPORTAMENTO

CONTEMPORÂNEA

Alimentação vegetariana

Moda na internet

Publicidade na internet tem legislação específica nas Eleições. Pág. 03

CARREIRA

Modelo e manequim são profissões regulamentadas e exigem dedicação. Pág. 05

CULTURA

Cresce, no Brasil, número de pessoas que excluem alimentos carnívoros de suas refeições.

Blogs e redes sociais têm sido cada vez mais utilizados como referência para o vestuário do dia-a-dia.

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Excesso de tempo na internet diminui hábito de leitura dos jovens. Pág. 10


EXPEDIENTE JORNAL ENSAIO PITÁGORAS FACULDADE PITÁGORAS DIVINÓPOLIS/MG CURSOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL: JORNALISMO E PUBLICIDADE E PROPAGANDA JORNAL ENSAIO PITÁGORAS JORNAL-LABORATÓRIO DOS CURSOS DE JORNALISMO E PUBLICIDADE E PROPAGANDA DA FACULDADE PITÁGORAS DIVINÓPOLIS/MG ANO I - EDIÇÃO 01 - JUNHO DE 2012 FACULDADE PITÁGORAS DIVINÓPOLIS/MG Diretor Geral: Prof. Francisco Resende Costa Neto Diretor Acadêmico: Prof. Jefferson Thompson Pimenta Coordenadora dos cursos de Comunicação Social: Profª. Mivla Rios Editor-chefe: Prof.Ricardo Nogueira (JP 11.295 MG) Editora de arte: Profª. Silvana Maria Editor de Fotografia: Prof. Mateus Dias Editor adjunto: Prof. Leonardo Rodrigues Subeditores de reportagem (Alunos do 7º per. Jornalismo): Opinião: Evandro Massa Carreira e Empregos: Ana Carolina Tostes Contemporânea: Ana Luisa Sousa / Davi do Valle Esporte: Bruno Oliveira / Marlon Bruno Bem-Estar: Flaviane Oliveira / Natália Andrade Comportamento: Fernanda Elisa / Natália Santos Cultura: Andréia Lemos / Mariana Gonçalves Pitaco: Jéssica Riegg Foto: Prof. Mateus Dias

Subeditor de Arte: Juliane Oliveira (5º per. PP) Subeditor de Fotografia: Nathália Pires (7º per. PP) Subeditor de Diagramação: André Bernardes (5º per. Jorn.) Reportagens: alunos do 1º, 2º, 3º, 5º e 7º períodos do curso de Jornalismo Projeto Gráfico: Adriano Silva (2º período PP), Filipe César, Jordânia Martins, Juliane Oliveira, Nathana Marques (5º período PP) Diagramação: Prof. Ricardo Nogueira / André Bernardes (5º período Jornalismo) Fotografias: Alunos do 1º, 2º, 3º, 5º e 7º períodos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Impressão: Gráfica Imprima Editora Circulação: Região centro-oeste de Minas Gerais Tiragem: 3.000 exemplares

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JORNAL ENSAIO PITÁGORAS

OPINIÃO

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ensar o jornalismo como agente transformador da sociedade é redundante. A prática e a experiência nos mostram a importância de contarmos com este espírito instigador e inquieto que tem sido personagem de destaque na história mundial. Transformações políticas, econômicas, culturais e sociais têm sido acompanhadas pela classe jornalística que, cumprindo sua função social, seleciona, hierarquiza, dá forma e divulgação aos fatos de interesse público, propiciando, assim, a democracia. O Jornal Laboratório Ensaio Pitágoras (re)nasce com este pensamento: o de dar vazão aos questionamentos, anseios e curiosidades da população, por meio de reportagens produzidas pelos alunos do curso de Jornalismo da Faculdade Pitágoras Divinópolis/MG. Nesta primeira edição, diversos temas de interesse

A contextualização no processo criativo Marielle Zum Bach 5º período Jornalismo

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geração atual, tão desgastada pelo excesso de compartilhamento de arquivos, cultura midiática, mixagem generalizada e replicação digital, parece se perder em meio a tanta informação. Com o advento da internet e, mais especificamente, com a popularização do uso regular das mídias sociais, a informação nos aparece em frente aos olhos em um volume e velocidade que tornam difícil acompanhá-la. Isso afeta diretamente o processo criativo, que se torna igualmente saturado de informações, referências e ideias. Seria simples deduzir que isso facilita o processo criativo de forma a aumentar as possibilidades com um leque tão cheio de referências às quais estamos expostos, porém a coisa parece não funcionar da forma como deveria. Criamos porque criamos sem saber o porquê de assim fazermos. Isso se justifica pela falta de atenção dada a cada referência que internalizamos. Temos acesso a um número incrível de informações, as utilizamos o tempo todo no processo criativo, mas não conseguimos identificar de onde vieram, quem chegou a pensar naquilo antes e diversos outros contextos históricos que tornariam o intertexto muito mais completo e bem aproveitado. Para alguns, pode parecer simples desenhar uma banana. Mas o simples ato de desenhar uma banana inclui buscar referências que nem sequer sabemos ter, mas que compõem o nosso processo criativo, queiramos ou não. A questão principal de tudo isso é: o fato de saber que referências são essas pode influenciar no nosso trabalho final?

O Novo Empreendedor Evandro Massa 7º período Jornalismo

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este artigo apontarei algumas características do novo empreendedor social, a fim de diferenciá-lo daquele empreendedor que ficou conhecido somente através de assuntos econômicos ou por empreender novos produtos, inovar em novos mercados. Segundo o economista austríaco Joseph A. Schumpeter, que escreveu em 1943 sobre este assunto no livro “Capitalismo, socialismo e democracia”, o empreendedor era o agente de participação direta em um processo que ele chamou de “destruição criativa”, ou seja, um processo de destruir o velho e criar o novo. O que este autor identificou e deixou registrado naquele tempo continuou por décadas e décadas, porém sofreu interferências da própria evolução cultural e possibilitou o surgimento de um novo modelo de empreendedor. Nesse caso, destacando-se por um conjunto de qualidades que contribui diretamente para uma sociedade mais atuante e participativa. O novo empreendedor pode estar relacionado com a boa atuação de um presidente de associação de bairro, por exemplo, com o objetivo de organizar e liderar em benefício de todos. Um empregado também pode ser um empreendedor ao agir de forma proativa na empresa, se comportar de maneira que o comprometimento esteja evidente aos olhos de seus superiores, elevando metas e resultados. Vale registrar que a idade não é ponto de partida para começar a pensar em ser ou agir assim. Bom exemplo de um empreendedor de sucesso foi Roberto Marinho, que fundou a Rede Globo de Televisão aos seus 61 anos de idade. A diferença é que o novo empreendedor social, de qualquer idade, não espera mais do governo, do padrinho, do

editorial social são tratados em matérias que priorizam a prática de técnicas como a entrevista, a apuração, fotografia, redação, edição e diagramação. Na era da informação digital, instantânea e, ao mesmo tempo, fugaz, retomar o projeto de um jornal-laboratório impresso significa manter os pés na tradição sem deixar de abrir o horizonte para a veiculação e transformação do espaço contemporâneo por meio das palavras. A participação de todos (alunos, professores, apoiadores) foi fundamental para a concretização deste projeto. Agradecemos a todos e já esperamos a próxima edição para consolidarmos este importante espaço de discussão e exposição dos assuntos de interesse público. Com a humildade de saber falível este ofício, que constrói um castelo de cartas como se fosse de pedra.

artigos Ao final do meu desenho, posso perceber que a banana que desenhei possui algum traço de semelhança com a famigerada banana de Andy Warhol utilizada na capa do álbum “The Velvet Underground and Nico”, da banda Velvet Underground, de 1967. Ou eu posso simplesmente ter utilizado essa referência sem sequer saber que a utilizei. Por sinal, Andy Warhol é um dos objetos de estudo para Keneth Goldsmith, que, em seu recente trabalho, Uncreative Writing, admite a criatividade como um processo não criativo. O ato da criação poderia ser considerado uma transcrição de referências que envolve tradução, deslocamento e desvio, gerando uma obra totalmente nova. Parece que a lição a ser passada é: copie, mas saiba o quê, como e por que você copiou. É claro que não estamos falando de “reprodução”, o que inclusive pode configurar crime de Direito Autoral, mas sim, falando de “transcrição consciente”. Essa consciência da apropriação cultural também foi estudada por Walter Benjamin, que questiona a natureza da autoria e construção do processo criativo. A proposta é exatamente essa: já que nos apropriamos de outras coisas desde sempre, portanto, que passemos a fazer isso de forma consciente e intencional. O que, a meu ver, falta para que isso seja de fato implantado nas nossas noções diárias de criação, é a bagagem histórica e cultural que nos permitiria pensar e perceber o que pensamos. Os estudantes acadêmicos parecem não querer conhecer história e literatura, ou mesmo visitar bons museus e galerias de arte. Mas isso? Isso é papo para outro texto. Texto que não terá começo no seu começo, nem término no seu término. Mas que já começou a ser escrito bem antes de imaginarmos e que, por sua vez, jamais terá um fim.

parente ou do empregador para resolver seus problemas é uma pessoa que tem iniciativa própria e parte para cima, arregaça as mangas e traz a responsabilidade para si em busca da solução. Faz isso com autoconfiança, uma característica que o diferencia por acreditar no seu potencial e oferece-se a novas tarefas e se lança a novos desafios. É uma pessoa que aceita riscos, mesmo que com cautela ou com um pé atrás, pois tem a certeza de que o sucesso não existe sem o risco eminente. Ao contrário de outros, não espera que decidam por ele e está sempre pronto para tomar decisões, curiosamente bem disposto para isso. Tem energia de sobra, motivação e entusiasmo, sem se preocupar apenas com premiações do tipo financeiras. A centralização do poder não colabora em nada para este novo empreendedor. Bons resultados são fruto do trabalho em conjunto e ele sabe delegar funções, outra característica positiva que o favorece a atingir suas metas. Este novo empreendedor acredita em seus comandados a ponto de estimular sua equipe, depositando plena confiança com o bom espírito de liderança. Já houve um tempo em que sonhar era outra característica de um verdadeiro empreendedor. Porém, se levarmos ao pé da letra, o ato de sonhar não é o mesmo que colocar em prática. O novo empreendedor é otimista e não vive de sonhos ou ilusões. Ele abraça todas as possibilidades aparentes e escolhe por agir sempre. Por fim, pego carona em uma sábia frase de autoria de Maria Inês Fellipe, em seu livro de 1996, “Empreendedorismo: buscando o sucesso empresarial”. “A profissão empreendedor não é fruto do nascimento ou de herança genética, mas resultado de trabalho, talento e reserva econômica. É própria de uma sociedade capitalista liberal e de sua ideologia de sucesso individual”. Assim, deixo você refletindo: já se identificou como um novo empreendedor? Administre seu tempo, coloque em prática seus sonhos, aceite e aprenda com seus erros. Ainda temos muito a empreender.


CONTEMPORÂNEA

política Internet e eleições Candidatos devem ficar atentos à legislação específica Ana Luisa Sousa 7º período Jornalismo

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oi dada a largada para as eleições municipais 2012 e o futuro candidato que está inserido nas redes sociais sai na frente, com a vantagem de ter uma coleção de “amigos” que foram conquistados em longo prazo. Isso faz com que este pré-candidato tenha um diferencial, que é poder discutir, debater, receber críticas e sugestões a respeito da sua candidatura em tempo real. Em 7 de outubro deste ano serão realizadas no Brasil as eleições para os cargos de prefeito e vereador. Com o maior acesso à internet, principalmente pelas classes C e D, é importante conhecer sobre o uso legal das redes sociais nas campanhas eleitorais. Com o “boom” do Facebook e do Twitter no país é preciso que os políticos tenham bastante cautela ao fazer uso destas ferramentas. Recente pesquisa da consultoria internacional Nielsen aponta que 38,1 milhões de brasileiros acessaram o Facebook durante o mês de março de 2012. Esses visitantes equivalem a 76,7% de todas as pessoas que estavam online, em casa ou nas empresas.

Foto: Natália Santos (7º per. Jorn.)

O advogado, diretor da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Divinópolis, e chefe da Divisão de Documentação e Processos na Procuradoria Jurídica da Câmara de Divinópolis, Thiago Isaac H. Silva, disse que a internet não é um meio de comunicação que permite a impunidade, ela apenas apresenta uma dificuldade de identificar o autor de condutas ilícitas. Por isso, “não adianta criar um perfil falso, ‘fake’ ou coisas do gênero, ainda mais se for para denegrir outro candidato”, ressalta Thiago. A legislação que regulamenta o processo eleitoral no Brasil foi modificada em 2009. A lei 12034, de 29 de setembro de 2009, em seu artigo 57, teve um ajuste à realidade também no ambiente virtual. Thiago Isaac disse que o processo eleitoral virtual tem que ser conduzido pelo candidato, partido ou coligação, com pessoas de boa fé, para que seja feito o exercício da cidadania consciente. “O uso das redes sociais não pode ser feito pelo candidato com finalidade eleitoral antes do dia 6 de julho, impreterivelmente”. Isaac comenta que, se o candidato fizer uso de site em sua campanha, é obrigatório hospedar a página em um provedor nacional e comunicar à Justiça Eleitoral. No caso de blogs, como por exemplo, o Wordpress, também é aconselhável avisar a Justiça Eleitoral. “Na época das disputas eleitorais os nervos estão à flor da pele e os candidatos devem ter muita cautela ao usar as ‘novas mídias’ para não cometerem crimes como injúria e calúnia, podendo até causar a inelegibilidade do próprio”, comenta o advogado. Segundo o site da Justiça Eleitoral, não será considerada propaganda política antecipada a presença e/ou atuação direta ou indireta do candidato na mídia se este não utilizá-la para pedir votos. Manifestações livres e ideológicas para o simples debate de ideias por parte dos candidatos e dos cidadãos são permitidas.

Baixos juros impulsionam saúde Disponibilidade de crédito aumenta gastos dos brasileiros Davi do Valle 7º período Jornalismo

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Os planos de saúde são a segunda maior prioridade financeira dos brasileiros

redução atual dos juros movimentou os diferentes setores da economia. Os bancos trabalham, atualmente, com as menores taxas dos últimos anos, favorecendo a aquisição do crédito por empréstimo. A turbulência internacional, com as constantes oscilações das moedas européia e norte-americana, e a queda das movimentações financeiras, favorece o Brasil, que chama a atenção dos grandes investidores. Após anos de uma economia estável, o brasileiro começa a sentir estes reflexos e, agora, busca o aumento do consumo. O setor da saúde privada sente de perto esse bom momento e a morosidade do SUS contribui para isso. Um artigo do médico e executivo Henrique Oti Shinomata aponta que esta realidade pode ser comprovada com os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a fonte, no primeiro trimestre deste ano houve um crescimento de 2,01% no setor da saúde, o maior já verificado quando comparado com os trimestres anteriores. Com a redução de várias taxas, o consumidor está de olho no cheque especial e no empréstimo pessoal, e parece perder o medo dessas modalidades conhecidas e fáceis de crédito. Este

PERMITIDO E PROIBIDO NA INTERNET DURANTE AS ELEIÇÕES PODE - Propaganda na internet após o dia 5 de julho em sites de partidos e candidatos, desde que comunicados à Justiça Eleitoral, e hospedados em provedores estabelecidos no Brasil. É permitida também a propaganda eleitoral por meio de blogs e sites de relacionamento (Orkut, Facebook, Twitter etc.) - As propagandas eleitorais veiculadas por email são permitidas, mas deverão conter mecanismos que possibilitem ao destinatário solicitar seu descadastramento da lista. NÃO PODE - Qualquer tipo de propaganda eleitoral (anúncio) paga: em sites de pessoas jurídicas, em portais de notícias, com ou sem fins lucrativos, e em sites oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública. - São vedadas ao provedor de conteúdo ou de serviços de multimídia a utilização, doação ou cessão e a venda de cadastro eletrônico de seus clientes em favor de candidatos, partidos ou coligações. Fonte: Portal da Justiça Eleitoral

economia é o caso da costureira Geralda Soares, de 54 anos. Ela atrasou por seis meses o pagamento do plano de saúde que, por consequência, cancelou momentaneamente o atendimento. Para ter de volta os benefícios, ela recorreu ao cheque especial. “Fui atraída por uma taxa menor. Achei que valeria a pena fazer o empréstimo e manter o plano de saúde em dia”, disse. Prioridade Em termos financeiros, a saúde representa a maior preocupação do brasileiro depois da casa própria. Ainda segundo o artigo do médico e executivo Henrique Oti Shinomata, uma pesquisa realizada com 1.627 pessoas pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e o Datafolha aponta que, além da casa própria, o plano de saúde seria o bem de consumo de maior desejo por parte dos brasileiros. E, se a situação aperta, não se pode pensar duas vezes. A dona de casa Patrícia Maria também optou pelo cheque especial para resolver um problema de saúde na família. Como estava sem dinheiro para o tratamento dentário da filha, não pensou duas vezes em recorrer ao banco. “ Precisei de R$1.500,00. Como estava sem dinheiro eu peguei, tá mais fácil agora”, comenta. Hoje, a prioridade do brasileiro em ter um acesso digno à saúde tem favorecido a aquisição de um plano de saúde. O SUS ainda oferece um atendimento deficiente e que afasta os profissionais médicos, resultado da defasada tabela que é paga por cada procedimento. Não é por acaso que a contratação dos planos privados de saúde tem aumentado e, com isso, sobrecarregado também o atendimento da rede particular.

JORNAL ENSAIO PITÁGORAS

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Foto: Rafaela Quadros (3º per. PP)

CARREIRA Jeitinho brasileiro Vendedores ambulantes podem se formalizar e garantir, legalmente, fonte de renda para suas famílias Gleudson Sanches, Mariana Ester, Plínio César, Thiago Góis 3º período Jornalismo

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Brasil vem registrando seguidos aumentos no número de empregos formais. Ao mesmo tempo, cresce também o número de trabalhadores informais, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA). O trabalhador informal é aquele que não possui o seu registro no Ministério do Trabalho e, desta forma, não contribui com a Previdência Social, nem tem os seus direitos trabalhistas. Em Divinópolis, uma parte dos trabalhadores que eram informais e hoje estão instalados na rua São Paulo, no Centro, no conhecido “Camelódromo”, passaram por um processo de licenciamento em 2008, que teve o objetivo de formalizar e regularizar a sua situação. Com a formalização dos trabalhadores, a Prefeitura estipulou novas regras para conceder o direito de instalar barracas. A formalização dos vendedores ambulantes para a adesão das barracas fixas e móveis é realizada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Políticas Urbanas, no Setor de Obras e Posturas, gerenciado por Francisco de Faria Campos Júnior. Segundo ele, para a adesão e autorização de uma barraca na cidade é feito um estudo na região almejada pelo cidadão e depois a documentação é encaminhada à Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settrans) para uma avaliação final. “Se a Settrans indeferir, o cidadão não pode instalar sua barraca. Já se o órgão deferir, o processo é finalizado. O papel da Settrans é avaliar se o pequeno negócio vai comprometer o trânsito de veículos e pessoas”, explica Francisco Faria.

Os trabalhadores instalados no conhecido “Camelódromo”, na região central de Divinópolis, são exemplos de comerciantes que buscaram a formalização

Existem duas definições para as barracas no momento da avaliação: as fixas e as móveis. Para a instalação de uma barraca fixa, o interessado entra com toda a documentação e recebe a licença para trabalhar pelo prazo de um ano. “Após o vencimento deste prazo, o responsável pela barraca tem que retornar ao setor e fazer um novo pedido. Dá-se então início àquele mesmo processo para adquirir outra licença”, diz Francisco. Já as barracas móveis são aquelas montadas em eventos que acontecem na cidade. Elas possuem autorização para permanecer no local durante o período festivo e, quando o evento acaba, termina a autorização. Vários “barraqueiros” fixos e móveis aprovam as medidas aplicadas pela Prefeitura, pois organizam bem o funcionamento dos empreendimentos. Diego Augusto de Assis, que é proprietário de uma barraca de pizza no Centro da cidade, conta que a concessão do direito de instalação do foi realizada de forma tranquila. “Em dez dias úteis a autorização emitida pela Prefeitura foi feita. No meu ponto não posso ocupar o espaço urbano com cadeiras ou outros objetos, fixar cartazes de propaganda e tenho que ter cuidado com a higiene”, diz.

O lado oposto das redes sociais Como as novas mídias interferem no ambiente de trabalho? Flaviane Oliveira, Natália Santos 7º período Jornalismo

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acebook, Twitter, Instagram, blogs, entre outras redes sociais, estão entre os sites mais acessados pelos jovens atualmente. Pode ser pelo computador, celular, tablets, em casa, na escola, na faculdade ou no trabalho: todos estão publicando o que estão fazendo, o que estão pensando, onde estão e registrando todos os momentos e lugares por onde passam. Apesar de tamanha interatividade, as redes sociais têm invadido o ambiente de trabalho e, muitas vezes, interferido nas atividades a serem cumpridas. A consequência disso, na maioria das vezes, é o bloqueio de acesso a essas mídias por parte das empresas como forma de repressão. Há aqueles que defendem o uso e outros que já veem a questão como um fator que influencia e acaba prejudicando os deveres no trabalho. “As redes sociais para aqueles que atuam na área de comunicação se tornam uma faca de dois gumes. Por um lado ajudam e por outro acabem atrapalhando”, expõe Liziane Ricardo, editoria de um jornal diário. Para a comunicóloga, formada em Jornalismo, os meios ajudam na busca por sugestões de pautas e acontecimentos factuais,

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JORNAL ENSAIO PITÁGORAS

Praça de alimentação paralela Observa-se no entorno da Faculdade Pitágoras Divinópolis um grande número de barracas, que formam uma “Praça de alimentação paralela”. Maria de Lourdes e Divino Martins estão há três anos instalados no local e são exemplos conhecidos da comunidade acadêmica. Vendendo churrasquinhos, o casal saiu de São Gonçalo do Pará e decidiu se formalizar no Setor de Tributação da Prefeitura. “Estamos aqui desde 2009, quando realizamos a nossa formalização e nos instalamos”, afirma Maria de Lourdes. Já Tiago Soares Ferreira possui um ponto na entrada da Faculdade onde vende bombons há pouco mais de um ano. “Hoje esta é a minha única fonte de renda”, conta Tiago. O vendedor diz que já possui uma “clientela fixa” e que em alguns dias chega a vender mais de 100 bombons. “Busco atender todos bem e isso faz com que conquiste os meus clientes”, afirma. As barracas no entorno da Faculdade Pitágoras são regulamentadas e as vistorias são feitas pelo setor responsável pela fiscalização toda semana, assim como acontece com as barracas em outras regiões da cidade.

tornando o processo de busca por informação mais rápido e acessível. No entanto, vai do profissional saber equilibrar os momentos de trabalho com o acesso às redes sociais, para que isso não se torne prejudicial para as atividades a serem executadas. “O que não pode ocorrer é a interferência no rendimento daqueles profissionais que se tornam dependentes das redes sociais e acabam deixando o serviço de lado, prejudicando o andamento do trabalho de toda a equipe”, opina. A jornalista relata ainda que, no mercado, encontra pessoas que não conseguem se desprender da vida online e vê este fenômeno como sinal de dependência e vício, o que, para ela, vem mudando o comportamento da sociedade. Vinícius Soares trabalha em uma empresa que oferece acesso a todas as redes sociais. O profissional alerta que essa facilidade de acesso deve ser usada com cautela. “As redes sociais podem ser bem úteis, tanto para as empresas quanto para nós, profissionais, que trabalhamos nela. O que eu aconselho é saber usar, regrar o tempo de uso, procurar não se expor muito, porque as grandes empresas têm esse monitoramento de vínculos entre os profissionais. É aconselhável que a pessoa use, para fins pessoais, só depois do expediente e, de preferência, use pouco, para aquilo que realmente deva”, opina. O profissional ressalta que, no ambiente de trabalho, o funcionário deve evitar fazer uso das redes sociais para comentar sobre a vida pessoal e, assim, se resguardar de situações desagradáveis que surgem quando a vida profissional se confunde com a pessoal. Apesar do aspecto negativo do uso das redes sociais no trabalho, Vinícius acredita que a prática também tem seus benefícios. “As redes


Foto: Tatiana Santos (2º per. Jorn.)

Além da beleza

que pareça incerta. “Elas preferem não ganhar nada a investir nessa carreira que, mesmo sendo uma ilusão para alguns, é uma coisa maravilhosa”, diz.

Modelo e manequim são profissões regulamentadas e exigem dedicação

Regulamentação

Juliana Oliveira, Tatiana Santos, Thaynara Faria 2º período Jornalismo

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inheiro, fama, reconhecimento, beleza e luxo. Estas palavras são facilmente associadas ao mundo da moda. Porém, poucas pessoas sabem que é preciso dar muitos passos antes de entrar na passarela ou ter uma foto estampada na capa de uma revista. Ser modelo ou manequim exige vários requisitos a serem preenchidos pelo candidato. Um bom tempo de preparação física e psicológica, determinação para vencer os preconceitos e muito cuidado com as propostas tentadoras são alguns deles. Além disso, para ser um profissional registrado, é necessário submeterse a um teste e provar que timidez é um termo que não existe no vocabulário do candidato a profissão. Trabalhar no mundo da moda vai muito além de ter um “rostinho bonito”, saber desfilar e fazer poses. Na maioria das vezes, quem se interessa pela área é atraído por dinheiro e prestígio. Esse é o caso do claudiense Walison da Silva Oliveira Souza, de 19 anos. “É uma área que dá muito dinheiro e as pessoas passam a te conhecer. Isso, para quem mora em uma cidade pequena, é um privilégio total”, declara. Ele já trabalhou como embalador e hoje se dedica exclusivamente à carreira de modelo, que está só começando. Para ser um profissional de sucesso é preciso passar por cima de muitas coisas. Uma delas é o preconceito, que muitas das vezes vem da própria família. “Ninguém te ajuda, todo mundo te puxa para baixo. Nem uma palavra amiga a gente consegue”, conta Walison. Em alguns casos, a influência da família para que o modelo desista da carreira pode resultar na perda de grandes oportunidades. Athos Fernandes é um scouter, termo que em português significa “olheiro”. Este profissional é uma pessoa designada para a busca de talentos em potencial para o mundo da moda. Athos revela que existem pessoas que desistem da carreira por causa de um relacionamento amoroso ou medo de apostar em uma profissão

sociais podem servir como auxílio ao invés de só atrapalhar”, destaca. Ele deixa algumas dicas para que o uso das redes sociais possa ser um diferencial na hora de uma possível contratação: “aconselho que a pessoa modele o seu perfil nas redes sociais. No Facebook, por exemplo, se você colocar uma foto de camiseta ou ‘curtir’ uma banda diferente não tem nada a ver. O que importa mesmo é o seu andamento no cotidiano e os comentários que você posta, aquilo que você comenta. As empresas têm acesso a isso, então é desagradável expor a sua vida de forma excessiva”, afirma. Ferramenta Se interferem ou não nas atividades de trabalho, as mídias sociais também podem ser uma ferramenta de estratégia quando o assunto é divulgação. Em Divinópolis, a empresária

A profissão de modelo e manequim é regulamentada e quem não possui o registro trabalha ilegalmente. O órgão que regulamenta a profissão é a Delegacia Regional de Trabalho (DRT) e quem emite um número popularmente conhecido como DRT é o Sindicado de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (SATED). Para conseguir o DRT o candidato passa por uma prova para verificar suas habilidades. Em alguns casos o candidato tem que fazer uma apresentação e qualquer sinal de timidez resulta em sua desclassificação. Para conseguir o registro é necessário ter feito algum curso reconhecido pelo SATED. No entanto, em alguns locais basta o candidato comprovar que já realizou algum trabalho na área. O primeiro DRT é provisório e válido por um ano. Durante esse tempo o profissional deve realizar, no mínimo, um trabalho como modelo ou manequim para obter o DRT definitivo. A presidente do SATED em Minas Gerais, Magdalena Rodrigues, diz que a procura de profissionais da área pelo registro é razoável. Cada exame conta com a presença de 15 a 30 pessoas, em média, e a maioria é do sexo feminino e possui mais de 16 anos. Ela conta ainda que, por ser uma profissão que envolve vaidade, glamour e muita disputa, muitas vezes não é encarada como trabalho, e os modelos e manequins não exigem um contrato das empresas, tampouco seus direitos. Muitas vezes, estas pessoas acreditam que tal exigência pode inviabilizar novos trabalhos. Justamente por isso os profissionais não procuram muito o SATED. “O sindicato não é apenas um despachante de registro profissional. É o local onde o modelo e manequim encontra apoio, esclarecimento e defesa de seus direitos de trabalhador como outro qualquer”, explica Magdalena. Cuidados O mercado da área é muito disputado e ter registro profissional não é sinônimo de emprego garantido. Athos Fernandes conta que todo dia surgem perfis diferentes e nem sempre um determinado estilo é o que as agências buscam. “Não é porque a pessoa tem registro que vai conseguir um bom trabalho de cara. Vida de modelo é sorte. Só não vale desistir”, diz.

Bruna Freitas Andrade faz toda a divulgação de seus produtos pelo Facebook. Ela enxerga as redes como parte de seus trabalhos e não vê aspectos negativos no uso, mas sim vantagens. “A loja começou a pouco mais de um ano, vendendo somente para amigas. Com a visão de aumentar os clientes, tive a ideia de ir para as redes sociais. Hoje vendo roupas e acessórios online, fazendo a divulgação nas próprias redes”, conta a empreendedora. Como utiliza as redes como ferramenta, Bruna não considera o uso um problema no ambiente de trabalho, bastando ter equilíbrio. Ela garante ainda que utilizar as novas mídias resulta em uma rápida e fácil divulgação, tanto para quem vende como para quem revende também. “Como planejamos todos os detalhes para chegar até o consumidor, nós também buscamos fornecedores na rede online. Isto torna mais fácil alcançar e encontrar os produtos desejados de acordo com cada perfil”, declara Freitas. Foto: Natália Santos (7º per. Jorn.)

Algumas empresas têm adotado a política de proibir o acesso às redes sociais no ambiente de trabalho, a fim de manter a produtividade dos funcionários

Interessados em seguir a carreira devem ter cuidado com as falsas agências

Mesmo para quem já está neste mercado, cuidado nunca é demais, pois existem muitas agências falsas. Para não ter problemas, é indispensável fazer uma pesquisa sobre a empresa que está fazendo a proposta de trabalho. Nessa hora vale tudo: consultar CNPJ, ligar para outras agências ou até mesmo recorrer ao famoso Google. “Existem muitos picaretas no mercado atrapalhando o profissionalismo dos verdadeiros editores da moda. Você tem que pesquisar bastante para não entrar numa fria”, recomenda o scouter. Para quem pretende seguir a carreira, a dica é ser persistente e procurar orientação com uma pessoa que entenda do assunto.


Made in USA

Esportes norte-americanos ganham espaço no Brasil

Futebol Amador Paixão que supera dificuldades

ESPORTE Foto: Flávia Campagnani (3º per. Jorn.)

Daniel Michelini, Sílvio Júnior 1º período Jornalismo

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ue o Brasil é o país do futebol, todos já sabem. Entretanto, nos últimos anos outros esportes passaram a fazer parte do cotidiano dos apaixonados por modalidades que têm uma bola em disputa. Pode-se observar que cada vez mais brasileiros se interessam por esportes tradicionalmente norte-americanos, como basquete e beisebol. É comum ver pessoas usando camisetas de times mais tradicionais como Los Angeles Lakers e Chicago Bulls, por exemplo. Porém, é raro encontrar na cidade alguma loja que venda produtos licenciados, o que leva o verdadeiro fã de basquete ou outro esporte estrangeiro a comprar pela internet. Em Divinópolis, a inserção destas atividades é vista com bons olhos por treinadores que primam pelo futuro dos esportes. André Martins treina meninos com idades que variam de 7 a 15 anos e conta que talentos já passaram pelas quadras divinopolitanas. “Já treinamos meninos que se tornaram jogadores profissionais de basquete no Brasil. Porém, devido ao pouco interesse que as grandes mídias têm pelo basquete nacional, eles acabaram ficando no anonimato”, diz. O técnico não crê que o basquete possa se tornar o que hoje representa o futebol, pois a paixão do brasileiro é inexplicável. “Não vejo essa possibilidade para o basquete, pois não existem muitos times profissionais com grandes patrocínios, como o futebol”, afirma. Assim como o basquete, outro esporte vem se tornando frequente nas resenhas entre amigos: o beisebol. Pedro Menezes diz que já teve oportunidade de assistir de perto a uma partida de beisebol quando morou nos Estados Unidos e ficou fascinado. “É complexo entender o esporte. A principio, as regras são complicadas, mas depois que você se acostuma, se torna um fã”, conta o torcedor do New York Yankees. Em sua viagem, Pedro adquiriu camisetas de times de beisebol, mas um jogo em especial o fez escolher os Yankees. “Foi num jogo que acompanhei de perto e que durou mais de 3 horas. Foi fantástico!”, concluiu. A preferência pelo beisebol não vem só da experiência de ter visto de perto. Na internet encontram-se vários adeptos para discutir cada lance. Moizés Duarte, torcedor do Oakland Athletics, aprendeu a gostar do esporte com um amigo de escola que lhe explicou as regras mostrando um jogo gravado. “Foi paixão à primeira vista! Hoje acompanho tudo pela internet”, afirma. Moizés fala da dificuldade em difundir esses esportes, principalmente o beisebol, no Brasil. “O beisebol é fascinante, tão emocionante quanto o futebol. Acho que o fato de não ser limitado por tempo, fazendo as partidas durarem 3 ou 4 horas, inviabilizam as transmissões em TV aberta por aqui”, explica. Esportes como hóquei e futebol americano também caminham a passos lentos para uma popularidade fora dos EUA. Por mais que seja um esporte de muito contato físico, o futebol americano vem crescendo no Brasil. Sua partida decisiva, o SuperBowl, é o principal evento esportivo norteamericano, atraindo milhões de telespectadores e altos investimentos em publicidade. Por aqui, algumas equipes de futebol americano, como o Locomotiva, em Belo Horizonte, Corinthians e Spartans, em São Paulo, disputam torneios locais, pois ainda não há uma liga profissional. Os adeptos comemoram o crescimento destes esportes e afirmam que vale a pena assistir, curtir e, quem sabe, se apaixonar também.

Em Divinópolis, mais de 500 jogadores e 28 equipes das comunidades rurais estão envolvidos na disputa da já tradicional Copa Rural, realizada anualmente

Elissandra Santos, Flávia Campagnani, Marciel Muniz, Matheus Tavares 3º período Jornalismo

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os quatro cantos do país, o futebol amador sobrevive ao tempo e aos percalços. Apesar da maioria dos atletas não ser remunerada, eles superam as dificuldades pelo puro prazer de jogar. Em Divinópolis não é diferente. Desde 1985, a Copa Rural é uma das competições mais esperadas do ano. Realizada pela Prefeitura, através da Secretaria de Esporte e Lazer, o campeonato é disputado por 28 equipes distribuídas nas categorias Aspirante e Principal, que reúnem mais de 500 jogadores. Alguns participam da competição desde sua primeira edição, como Geraldo Aparecido dos Santos, 50 anos, atualmente jogador do Djalma Dutra. Empresário do setor de Agronegócio, divide a vida profissional na cidade com a paixão pelo futebol. “A satisfação é muito grande porque a gente vê na comunidade rural pessoas simples e humildes. Quem gosta de futebol deixa de fazer qualquer coisa para vir jogar, como eu faço”, diz. De acordo com o empresário, nas primeiras edições havia mais entusiasmo, porque a população da área rural era mais numerosa e praticamente todos os times eram formados por atletas moradores das próprias comunidades. Hoje, poucas famílias moram nessas áreas, principalmente os jovens, que vão para a cidade em busca de emprego e melhor qualidade de vida. “Ao contrário do que se pensa, os jogadores que disputam o campeonato são, em sua maioria, da cidade, e vêm ajudar seus times”, conta. Pelo regulamento, somente as comunidades rurais podem participar do torneio. Segundo os organizadores da Copa, fica inviável controlar no ato das inscrições se todos os atletas são moradores da área, como explica Fernando Regino Diogo, chefe do Setor de Iniciação Esportiva da Prefeitura. Arthur Silva de Freitas, educador físico de 24 anos e morador da comunidade do Choro, participa do campeonato há oito anos e se diz satisfeito em defender o lugar onde mora por meio do esporte. “Defender o lugar onde todo mundo te conhece, te apoia enquanto você está com a bola, é a melhor sensação possível”, conta. Dificuldades As partidas da Copa Rural ocorrem aos domingos. A equipe Aspirante entra em campo às 14h e a equipe Principal às 16h. Porém, para atletas e moradores do Choro, a rodada começa mais cedo, às 7h, quando se reúnem para fazer a limpeza do local. “Fazemos a limpeza e capinamos. Se a comunidade não se unir e trabalhar não sai nada. Não somente o campo, mas toda a estrutura que podemos oferecer é feita pela comunidade”, diz Arthur. O público que acompanha as partidas é sempre uma atração a parte. Crianças, jovens e idosos prestigiam os jogos. Du-

rante a disputa é montado um bar que gera renda ao time. “Essa renda é usada em remédios para matar formiga, pois no campo existem formigueiros. Há também uma confraternização depois do jogo e oferecemos aos atletas água, refrigerante e cerveja à vontade”, explica Arthur. Alguns empresários apoiam a Copa Rural por meio de patrocínio dos uniformes das equipes. Júlio César da Silva, um dos patrocinadores, foi morador da comunidade do Choro, mas atualmente reside na área urbana da cidade. Além da ajuda financeira, ele exerce várias funções no time, como técnico, massagista e jogador da equipe principal e diz ser muito gratificante. A Copa oferece momentos de lazer que movimentam as comunidades, promove encontros com parentes de outras regiões e a oportunidade de reivindicar seus direitos, como ressalta o jornalista Luciano Eurides, que acompanha a Copa Rural há 17 anos. “A grande final é a oportunidade de levar as autoridades até as comunidades, onde acontecem as reivindicações. Quem joga campeonato amador, joga porque gosta mesmo. São muitos desafios, cada campo é de um tamanho, cada um tem um tipo de grama e quando tem”, ironiza. O eletricista residencial Jonathan Alves Pinto Rocha, de 23 anos, é árbitro de futebol pela Liga Municipal Desportiva de Divinópolis (LMDD) e participa da Copa Rural há 3 anos. Ele, que foi jogador da Copa, fala sobre algumas dificuldades enfrentadas pelo futebol amador. “Alguns campos são estreitos, não tem vestiários nem água para os árbitros. São poucas as comunidades que oferecem não só estrutura, mas condições melhores de trabalho”, conta. Segundo Jonathan, a falta de policiamento durante as partidas preocupa o trio de arbitragem. Eles entram em campo pressionados e não podem errar nada, pois são ameaçados. “É impossível ter policiamento em todos os jogos. Mas ter uma viatura girando entre as comunidades seria muito importante”, explica. Com a ausência de ambulância, o árbitro alerta sobre o perigo da realização dos jogos sem paramédicos. “É importante ter o apoio de uma unidade móvel, pois no campeonato amador o contato é mais forte e o perigo de se machucar é o dobro em relação aos campeonatos profissionais”, afirma. Arthur Silva, diz que se houver a necessidade de socorrer um jogador durante as partidas, usam os carros disponíveis para fazer o transporte até o Pronto-Socorro ou ligam para o Corpo de Bombeiros. O jogador ressalta que nos clássicos a Prefeitura disponibiliza policiamento e ambulância. “Como há muita rivalidade, nós mesmos vamos à Prefeitura e pedimos apoio”, conta. Moradores das comunidades prestigiam e lotam os campos. Apesar das dificuldades, eles não deixam de prestigiar a competição. De acordo com Jonathan, antigamente as pessoas tinham uma visão negativa da Copa Rural e hoje em dia não é assim que eles veem o campeonato. “O povo vem aprendendo de geração em geração o que é Copa Rural”, finaliza.


BEM-ESTAR A carne é fraca Alimentação vegetariana ganha adeptos André Bernardes 5º período Jornalismo

Feliz seria a terra se todos os seres estivessem unidos pelos laços da benevolência e só se alimentassem de alimentos puros, sem derrame de sangue. Os dourados grãos que nascem para todos dariam para alimentar e dar fartura ao mundo”. Citações como esta, de Buda, fazem com que cada vez mais pessoas estejam adeptas à alimentação vegetariana. A tendência torna-se mundialmente mais forte e diversos movimentos em defesa dos animais ganham força com a proliferação das redes sociais virtuais. O documentário brasileiro chamado “A carne é fraca”, produzido pelo Instituto Nina Rosa, mostra como os animais são tratados: desde a criação até chegarem à mesa do consumidor. O relato de crueldade aponta como o consumidor não conhece a própria comida. A vendedora Taís Cristina de Oliveira Santos aderiu à alimentação vegetariana há mais de dez anos. Segundo ela, questões ambientais a levaram a tomar essa decisão. “Eu senti minha saúde melhor, dormindo melhor, mais disposta, além da pele mais bonita e o bom funcionamento do intestino. Eu já comia pouco e, pelo fato de não ter esse hábito, não senti tanta falta”, conta. A alimentação vegetariana é capaz de fornecer ao organismo as quantidades necessárias dos aminoácidos essenciais. Cereais integrais e leguminosas, principalmente a soja, são alimentos ricos em proteínas. Os ovolactovegetarianos, ou seja, aqueles que consomem ovos, leite e vegetais, conseguem atingir a recomendação diária de vitaminas e minerais com maior facilidade. Porém, a nutricionista Flávia Bernardes alerta que os vegetarianos tendem a desenvolver deficiências relacionadas ao cálcio, ferro e vitamina B12, sendo necessária sua suplementação. “No reino vegetal podem ser encontrados praticamente todos os nutrientes para a adoção de um cardápio saudável. Leguminosas como a soja e o grão de bico são fontes ricas em proteína”, orienta.

Pilates Prática melhora qualidade de vida Foto: Rafaela Quadros (3º per. PP)

A atividade visa garantir bem-estar e saúde a qualquer praticante

Foto: Natália Santos (7º per. Jorn.)

A nutricionista explica que retirar a carne da alimentação deve ser um processo gradativo, para minimizar os impactos no organismo. “Quando se trata de alimentação, tudo que é radical demais não perdura. A dica é simples: tente não abolir totalmente os alimentos de origem animal de uma só vez, e vá aumentando gradativamente os alimentos de origem vegetal, para que o organismo não sinta tanto. Aos poucos, vá reduzindo o consumo de laticínios, ovos e carnes. Inclua também alimentos à base de soja, como sucos e leite. Automaticamente, o organismo se adapta ao novo estilo de alimentação”, explica. Pessoas que optam pelo vegetarianismo apresentam menores níveis de colesterol, menor índice de doenças cardiovasculares e obesidade e menor probabilidade de problemas intestinais.

Diversos movimentos em defesa dos animais têm levado pessoas a aderirem à alimentação sem carne

Cardápio variado Engana-se quem pensa que os vegetarianos consomem apenas vegetais. Existe uma variedade de receitas que podem ser feitas sem a utilização da carne animal. Com a carne de soja, por exemplo, é possível desenvolver pratos como almôndegas, bifes e molhos. Taís Cristina de Oliveira diz que é difícil encontrar um lugar adequado para a alimentação vegetariana. “Não encontramos com facilidade algo para comer, principalmente os veganos, que não comem nada de origem animal. Às vezes deixamos de comer em uma festa, por exemplo, por não ter nada do nosso cardápio”, diz. Em sintonia com esta tendência, os restaurantes estão mais preocupados em atender esse novo público. Em Divinópolis, uma pequena lanchonete vegetariana teve que ampliar seu espaço para poder atender à grande demanda de clientes. Segundo um dos funcionários, hoje são vendidos mais de 100 pratos por dia. “O restaurante começou com a proposta de divulgar o vegetarianismo. É um restaurante ovolácteovegetariano, pois utilizamos leites e ovos. Começamos com uma lanchonete com alguns pratos vegetarianos, mas teve uma aceitação tão grande das pessoas por algo diferente que se tornou um restaurante”, conta. A previsão é que, nos próximos meses, o número de atendimentos diários suba para 300. Ainda de acordo com o funcionário, o público que procura esse tipo de alimentação é formado por pessoas procurando por saúde e preocupadas com ambiente.

Jéssica Lopes 5º período Jornalismo

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rande parte da população mundial, especialmente nos centros urbanos, vive em uma rotina de muita correria, devido ao trabalho, estudos e várias outras coisas. Como evitar o estresse e o mal-estar em meio a tanta informação e correria do mundo atual? Não é de hoje que o método desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates na década de 1920 vem ajudando pessoas a se equilibrarem mental e fisicamente. Este é o Pilates, um método de exercícios musculares que ajudam o corpo a manter-se saudável e com boa postura. Além de trabalhar o corpo, também trabalha a mente, proporcionando o bem-estar de ambos. A fisioterapeuta e instrutora de Pilates há um ano, Meisse Raquel de Souza, trabalha na Central Pilates em Itaúna e conta que a maioria dos praticantes da modalidade é formada por mulheres acima de 35 anos. No entanto, qualquer pessoa com mais de 12 anos pode aderir à prática. A fisioterapeuta ressalta que grande parte dos alunos chega à clínica por meio de encaminhamento médico, principalmente os idosos. Esses alunos procuram o Pilates por causa de problemas como escoliose, hérnia de disco e osteoporose, entre outros problemas ligados à postura e complicações na musculatura óssea.

SAIBA MAIS O nome vegetariano não vem de “vegetal”, e sim do latim “vegetus”, que significa “forte, vigoroso, saudável”. Os adeptos dessa alimentação se dividem em alguns grupos. Os principais são: Ovo-lacto-vegetariano: não consomem nenhum tipo de carne, mas o cardápio inclui ovos e leite (e derivados, como queijo, iogurte etc). Esta é a forma mais “popular” de vegetarianismo. Lacto-vegetariano: não consomem nenhum tipo de carne, mas o cardápio inclui leite e derivados do leite (laticínios). Vegano: os veganos excluem de sua alimentação todos os produtos de origem animal. Além de carnes, peixes, aves, laticínios (leite, manteiga, queijo, iogurte etc), excluem ovos, mel, gelatina etc. Os veganos evitam o uso de couro, lã, seda e outros produtos de origem animal como óleos e secreções presentes em sabonetes, xampus, cosméticos, detergentes, perfumes, filmes etc.

Corpo são, mente sã Aos adeptos, é recomendado praticar o Pilates no mínimo duas vezes por semana. Apesar de não ter como fim o emagrecimento, pois o método é baseado em um processo mais lento, com muita variedade de exercícios e poucas repetições, a atividade pode garantir a tão desejada “barriguinha sarada”. Além disso, o Pilates garante saúde e bem-estar a qualquer tipo de pessoa, independente do motivo que a leva a praticar, seja por questões de saúde ou estética. Vera Lúcia Gonçalves Santos Marques de 64 anos, pratica Pilates há quatro meses devido a um desgaste no joelho. “A minha dor no joelho diminuiu, meus músculos estão fortalecendo. Me sinto bem melhor”, conta. Já o motivo que levou Isabela Martins Silva, de 13 anos, a praticar o Pilates foi diferente. “Queria praticar algum exercício físico, por causa do corpo mesmo. Ouvi falar sobre o Pilates e gostei. Faz um mês que estou praticando”, diz Isabela. Os vários benefícios do Pilates são similares para todos praticantes. Porém, cada um trabalha mais de acordo com a sua necessidade. Na atividade, o acompanhamento de um instrutor é essencial para que os movimentos sejam realizados corretamente, sem provocar lesões, e para que o praticante possa ganhar saúde com bem-estar total.


DST’s: Prevenção é melhor opção Serviço é oferecido gratuitamente Flaviane Oliveira 7º período Jornalismo

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prevenção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) é amplamente divulgada nos meios de comunicação, seminários, palestras e ferramentas virtuais. Porém, em Divinópolis, o que se nota é a baixa adesão aos métodos preventivos por parte de jovens e adultos. A situação é ainda mais grave nas relações estáveis, em que a mulher assume um papel secundário e deixa de assumir a responsabilidade pelo próprio corpo. De acordo com Francisca Vanízia de Macedo, coordenadora do serviço municipal de prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis, a situação é preocupante, já que mesmo com toda a divulgação dos métodos de prevenção, a adesão ainda é baixa. “O que observamos é que o jovem hoje não está se prevenindo. Nós realizamos durante alguns eventos a testagem e aconselhamentos para jovens com bom grau de escolaridade e observamos, durante as entrevistas, que eles não estão inserindo a prevenção nas relações. Esse é o tipo de prevenção que o jovem tem que

incorporar na vida diante do crescimento de doenças como as hepatites e o HIV, que estão muito presentes”, conta. Francisca avalia que a população de Divinópolis tem assumido um comportamento em que a prevenção é confundida com a contracepção. Para a profissional de saúde, é importante saber que nem sempre a escolha de um método contraceptivo imuniza a pessoa contra as DST’s e defende o uso constante do preservativo, “Nós temos que tomar cuidado e fazer o uso do preservativo. O jovem tem que carregar na bolsa o preservativo, tanto a mulher quanto o homem”, pondera. A coordenadora do serviço de prevenção das DST’s destaca ainda uma situação que tem causado grande preocupação. “Observamos que a mulher não se coloca como cuidadora do corpo dela. A responsabilidade fica sempre com o homem: ‘porque o meu namorado não gosta’, ‘eu confio no meu parceiro’, mas ela não se coloca como ‘eu sou dona do meu corpo’, ‘eu tenho que me cuidar e isso faz parte da minha vida e da minha saúde’. Nós observamos, durante as entrevistas, que as mulheres não têm essa visão de cuidar de si mesma”, afirma. Prevenção e Contracepção Em todas as unidades de saúde são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) diversos métodos de contracepção e prevenção, como os preservativos masculino e feminino, as pílulas anticoncepcionais orais, injetáveis e também o dispositivo intrauterino (DIU). Em Divinópolis, todo o serviço de aconselhamento, prevenção das DST’s e contracepção é oferecido pelo SUS por meio

Blogs Fashionistas em alta

Foto: Flaviane Oliveira (7º per. Jorn.)

Serviço Municipal disponibiliza à população vários métodos contraceptivos

do Serviço de Assistência Especializado, que funciona na Policlínica. No local são oferecidos exames de testagem para o HIV, testagem para a sífilis e hepatites. Os exames são gratuitos. No Centro de Testagem e Aconselhamento as pessoas podem obter qualquer informação referente aos métodos contraceptivos, formas de prevenção às doenças e tratamentos específicos.

Foto: Prof. Mateus Dias

Sites ajudam a não pecar no ‘modelito’ Daiane Barbosa 5º período Jornalismo Natália Santos 7º período Jornalismo

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ooks do dia, maquiagens, sorteios, tendências e tutoriais são assuntos comuns dos blogs de moda. A cada estação este mercado traz novidades e, com a correria do dia-a-dia, é difícil acompanhar todas as mudanças. Para quem não tem tempo de fazer pesquisas aprofundadas sobre o assunto, mas quer se manter “antenada”, a dica são os blogs fashionistas. Eles estão em alta entre as mulheres e costumam reunir tudo das passarelas em um só lugar. Alguns blogs contam com parceiros e até mesmo patrocinadores, o que leva muitas blogueiras a utilizarem a ferramenta como forma de trabalho próprio. Rayssa Trindade, de 19 anos, estudante de Direito e blogueira há dois meses, criou o seu “cantinho” virtual como hobby. No espaço ela fala do que mais gosta, mas ressalta que o foco é sua faculdade. “O Direito é minha primeira opção. Não penso em viver de blog, mas não digo nunca”, afirma. Mesmo tendo o blog como hobby, a divinopolitana ganha espaço no mercado e já tem seguidoras por toda a cidade e região. Paixão e Trabalho Gerenciar um blog requer dedicação e tempo. Detalhes garantem a qualidade e o sucesso de cada postagem. Em dois meses Rayssa registrou 35 mil acessos em sua página, mas revela

Encarados como hobby por alguns e como profissão por outros, os blogs de moda são cada vez mais acessados por pessoas em busca de novidades fashion

que um dos principais obstáculos para manter o blog atualizado é o tempo. Por isso ela conta com a ajuda de sua mãe e do namorado para montar e fotografar os looks. Os leitores dos blogs fashionistas estão em busca de uma leitura simples e direta, sempre ilustrada por imagens que vão dar um toque a mais de criatividade na hora de fazer “aquela” produção. “Gosto sempre de estar bem vestida, por isso me atualizo pelos blogs. Eles sempre trazem novidades e dicas que ajudam a realçar meu estilo”, comenta Priscila Raiane, leitora assídua de blogs de moda. Nayara Patrícia também se considera “viciada” em blogs de tendência. Ela assume que tem que abrir de um a três blogs por dia para saber o que há de novidade na moda. “É só aparecer uma festa que eu começo a acessar o máximo de blogs que conheço para encontrar o conjunto mais adequado para a ocasião”, afirma.

Entre os blogs fashionistas mais acessados estão o Jaleco e Salto Alto, e o blog da Thassia Naves. A publicitária Thassia Naves é um exemplo bem-sucedido da paixão entre moda e trabalho. Com 22 anos, hoje é uma das blogueiras mais acessadas do Brasil e se dedica integralmente ao seu espaço na internet. Ela sugere todos os dias diversas novidades e tendências às suas seguidoras. O blog funciona como uma vitrine ou mesmo como um catálogo virtual de moda, mas não com o intuito de vender, mas sim de orientar. “Quero compartilhar experiências e me divertir muito com tudo isto”, expressa em seu blog. É desta maneira que ela e outras centenas de garotas vêm conquistando seu espaço na internet e reunindo uma legião de seguidoras assíduas em busca do melhor modelito para a próxima balada, casamento, festa, ou mesmo do próximo look a colocar quando pensar em sair de casa.


COMPORTAMENTO Fotos: Gustavo Costa e Maysa Ribeiro (3º per. Jorn.)

Flagrantes das roupas, estilos, poses e movimentos registrados em um baile Funk que aconteceu recentemente em uma casa de shows em Divinópolis: o que soa como extravagante é encarado com naturalidade pelos jovens frequentadores

Na pegada do Funk Fernanda Nunes, Gustavo Costa, Maysa Ribeiro 3º período Jornalismo

Joga a bundinha e empina. Senta e se arrebenta. Soco pra valer. Engano. Te traio fudendo. Penetração”. Assim começava mais um baile funk na noite divinopolitana. Não foi difícil identificar o figurino usado para dançar essa música. Enquanto os homens abusavam de acessórios como correntes no pescoço e bonés, as mulheres vestiam saia, short ou vestido. Qualquer um era válido desde que fosse muito curto. Salto alto e blusas com decotes completavam o visual. Mas a justificativa para tais roupas não era a música. “A gente vem assim pra mostrar que tem peito e bunda. Mostrar o corpo. Aqui dentro é uma competição. Você acha que um homem vai olhar para uma mulher com vestido curto ou calça jeans?”, pergunta Geize Rodrigues, freqüentadora de bailes funks. Para Fabiano Vany, a primeira opção é a sua preferida. “Escolho uma garota por causa da roupa. As chances de eu ter uma transa (sic) com uma menina que usa short curto é maior do que se ela estivesse usando outro tipo de roupa”, diz. A paquera no baile funk vai além de observar a aparência ou modo de se vestir. O comportamento feminino é critério de desempate para os homens. Por causa disso, movimentos que remetem a relações sexuais durante a dança são os mais vistos entre os casais ou até mesmo em grupos de três ou mais pessoas. Também é comum ver homens tocando as partes íntimas da mulher ou vice-versa. Para facilitar essa atitude algumas vão ao baile sem calcinha. Basta olhar para o camarote onde diversas mulheres de vestido rebolam e se agacham para mostrar que realmente estão sem a peça. Todo esse cenário é o que faz Fabiano frequentar o funk. “A vulgaridade atrai qualquer um. Aqui acontece o funk proibido, o que você não vê na rua”, conta. O jovem de 24 anos afirma que “namoraria uma garota que frequenta o baile sim. Isso não é problema, afinal estou na mesma situação.” Mas esse não é o tipo de namoro que Bruce Willian, de 22 anos, procura. “Elas são safadas demais. Vão sempre querer vir ao baile e fazer o mesmo que faziam antes”, relata. Geize possui a mesma opinião: para ela, as mulheres também não dão valor ao homem que frequenta essa balada. “Para os homens, mulher é só ‘peguete’. Se ele está aqui só pra curtir, eu também estou. A gente os julga da mesma forma”, confessa. No funk proibido também é normal encontrar frequentadores utilizando drogas nos banheiros ou cantos das casas noturnas. O uso não acontece somente em eventos como esse, mas, de acordo com o soldado Marcus, da Polícia Militar, a fiscalização nesses locais deve ser redobrada. “Infelizmente quando acontece

Um retrato do estilo na noite divinopolitana

festa de funk a apreensão de drogas é maior”, diz. Ainda de acordo com o policial, a ação da polícia pode acontecer somente fora desses locais. “Não podemos fazer essa fiscalização no interior das casas. Por ser um ambiente particular, os proprietários contratam seguranças. Caso haja necessidade de uma intervenção policial dentro do local, somos acionados para solucionar. Também é de nossa responsabilidade qualquer pessoa que é expulsa da festa por algum motivo. A partir do momento em que ela está na rua, tomamos as medidas cabíveis,” explica. “Que isso novinha? Que isso?” Batidão é o nome dado a qualquer baile funk que aconteça longe dos centros urbanos. Em Divinópolis, estas festas ocorrem em sítios. Por serem afastados, facilitam que os frequentadores levem bebidas, drogas e armas, já que não existe fiscalização no local. O risco de denúncia é raro, já que não há vizinhos. Foi em um desses batidões que a estudante Ana Carolina foi vítima de uma bala perdida. Durante a festa, iniciou-se um tiroteio no sítio em que ela estava. O tiro atingiu sua perna e feriu a amiga com quem estava. “Percebi que tinha levado o tiro somente quando tive dificuldade para andar. Levei um susto e fiquei apavorada. Não sabia o que fazer”, conta a garota. Sandra Sousa, mãe da jovem, conta que só descobriu o que aconteceu quando tentou ligar para Ana. “Quando deu o horário dela chegar em casa, ela não apareceu. Fiquei preocupada e liguei. Quem atendeu foi meu outro filho, que estava com ela. Descobri então que eles já estavam no Pronto-Socorro”, relata a mãe. Depois que a filha levou o tiro, Sandra só a deixa sair para esses lugares com os irmãos. E a jovem trocou os batidões por festas em casas noturnas. “Prefiro ir para festas em locais fechados. É melhor. Funk para mim é só dançar, nada mais que isso”, afirma Ana, que mesmo com o acidente ainda se assume como “funkeira” de paixão. Fora da lei? A maioria das músicas do atual funk nacional possui letras ligadas ao sexo, que denigrem a figura feminina ou até mesmo falam da promiscuidade. No atual Código Penal Brasileiro existe um conjunto de artigos abordando crimes que envolvem o pudor público: ato obsceno, palavras obscenas, dentre outros. Mas tais músicas não podem ser julgadas por essa lei, segundo o delegado e professor de Direito, Domingos Sávio Calixto. “Para que se pratique esse crime tem que haver não só o ato em si. Tem que ter

um elemento subjetivo, que é exatamente querer agredir um bem jurídico. Esses bailes funks, em princípio, não têm esse contexto,” afirma. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe menores de 18 anos de frequentarem casas noturnas, shows, danceterias ou locais do gênero. Para garantir o cumprimento da lei, o Hangar Music Bar, casa de show divinopolitana, contrata em média 18 seguranças para cada dia de show. “Toda nossa segurança é terceirizada. Para comprovar a idade pedimos documento de identidade com foto. Na entrada, mulheres revistam mulheres e homens revistam os homens para garantir maior segurança,” afirma Aquiles Alvez, diretor do Hangar. Em contato com a boate Lux Lounge, informações sobre a segurança feita na portaria do local foram negadas à reportagem com a justificativa de “garantir a segurança da casa noturna”. Manifestação cultural Hoje o funk não é visto somente como um estilo que abusa da erotização, mas também como uma manifestação da sociedade. “É muito mais um pensamento ideológico. As pessoas que cantam ou dançam funk estão dizendo ao Estado que podem produzir sua própria cultura. Portanto, já houve tentativas de criminalizar o baile funk que não foram aprovadas,” relata o delegado Calixto. Ainda de acordo com ele, o gênero ganhou força social. “Em termos de ideologia de massa e de manifestação de cultura, é um dos movimentos mais importantes dos últimos anos”, opina. Já Raika Bueno, psicóloga e professora, alerta sobre o sentido que as mulheres dão a esse tipo de manifestação. “Está havendo uma confusão entre liberdade e ascensão social feminina. No momento em que a mulher se projeta em cima do sexo, ela quer passar que é dona de si mesma, que pode fazer o que quiser. Mas ela perde também a questão do próprio valor, com quem ela quer compartilhar o corpo e o próprio prazer”, comenta. Domingos Sávio Calixto também pondera sobre a visão que a elite tem sobre o funk, dizendo que “ela acha que os de renda baixa não têm direito a uma pluralidade de cultura”. Para ele, tudo isso é uma questão de preconceito social. “A classe alta vai ao teatro e fica aplaudindo a nudez nos palcos. Essa nudez elitizada não incomoda ninguém, mas se a classe baixa faz o mesmo é criticada,” diz. Raika discorda desse pensamento. “A nudez teatral está inserida em um contexto que visa refletir valores que a sociedade evita ou não comenta. Já a nudez no funk é apenas corpo por corpo. É gratuita, sem nenhum intuito,” afirma. Cada um que tire suas próprias conclusões.


Projeto AMAR promove

cultura e interação social

CULTURA

Foto: Philipe Lopes (1º per. Jorn.)

Inversão de valor? Doméstica surpreende com alta média de leituras anuais

Francine da Silveira, Marina Assis 1º período Jornalismo

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grupo religioso da Comunidade Reviver em Cristo de Nova Serrana, com 27 anos de existência, conseguiu realizar um antigo sonho: ter um espaço voltado para encontros com a juventude e realizar atividades sociais com o grupo. Assim surgiu o projeto Amar (Amigos Associados do Renascer). O projeto, sem fins lucrativos, disponibiliza atividades sociais e culturais. O conselheiro administrativo Reginaldo Silva conta que o principal objetivo do projeto é a garantia de direitos, promovendo atividades para assistência e inclusão social. Dentre os projetos desenvolvidos pela Amar estão aulas de inglês e espanhol, Tai Chi Chuan e capoeira, alem de atendimentos psicológicos e projetos com apoio da Lei (Municipal) de Incentivo à Cultura como grupo teatral, clube de leitura, de xadrez e um jornal que terá, em breve, circulação mensal. A associação deu início este ano a um grupo de escoteiros. Esse projeto terá a inclusão de crianças e adolescentes portadoras de deficiência em parceria com a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). E a instituição irá, ainda, promover em junho um intercâmbio de capoeira entre o Brasil e a Alemanha, em Nova Serrana. A sede da Amar fica aberta 12 horas por dia. O espaço multiuso, além de ser ocupado pelas oficinas, conta uma biblioteca e videoteca, somando 6.564 exemplares de livros, DVDs e VHS. Os alunos das escolas de Nova Serrana podem utilizar do espaço para fazer suas pesquisas em turnos contrários ao que estudam. Além disso, a Associação ainda cede o espaço para reuniões de grupos sociais, como o Projovem. Um dos projetos desenvolvidos atualmente pelos jovens do Clube da Leitura, com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, é a “Mala da Leitura”. A iniciativa tem como objetivo enviar pequenas malas com livros para diversos lugares. O primeiro a receber a encomenda será uma instituição para o tratamento de dependentes químicos. A Amar sobrevive das contribuições dos sócios e das empresas apoiadoras. A casa onde fica a sede foi cedida através de um contrato de comodato e as doações de roupas e calçados recebidas são utilizadas para a pechincha em feira livre, praticada todo mês. O dinheiro da feira e dos patrocínios vão para a manutenção do projeto. Atualmente, os incentivos públicos são somente por parte da Lei de Incentivo à Cultura. Os funcionários da Amar são todos voluntários, exceto Alexandre Teixeira da Silva, que trabalha na parte administrativa. Para Reginaldo, sem a cooperação desses profissionais não seria possível o desenvolvimento dos projetos. Quem tiver interesse em colaborar com o projeto pode entrar em contato através do site www.amarns.com.br, do telefone (37) 3226-6506 ou pelo email regi@digimaster.com.br.

Bárbara Sousa, Philipe Lopes 1º período Jornalismo

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A doméstica Silvânia Coelho lê, em média, quatro livros por mês

ara saber quantos livros em média os jovens leem, esta reportagem realizou uma pesquisa na Faculdade Pitágoras Divinópolis com 42 alunos, com idade entre 18 a 25 anos e obteve resultados surpreendentes. A média de leitura desses estudantes gira em torno de 1,33 livro por mês. A pesquisa ainda revelou que esses jovens passam, em média, 5,5 horas por dia navegando na internet e que, em suas horas vagas, a leitura foi a opção menos lembrada como lazer. Na contramão dessas estatísticas está a empregada doméstica, mãe e dona de casa Silvânia Coelho. Com 50 anos e o Ensino Fundamental incompleto, ela trabalha cerca de 10 horas diárias, todos os dias da semana. Apesar disso, encontra um espaço em sua agenda para se dedicar à leitura e possui um grande número de exemplares lidos. Atualmente Silvânia lê uma média de quatro livros por mês, bem acima da média dos jovens entrevistados na pesquisa. Ela diz não ter preferência por algum tema em específico, lendo obras que variam de autoajuda até livros científicos. A paixão pela leitura começou quando tinha 12 anos e pôde ler o livro “O caso da borboleta Atíria”, de Lúcia Machado de Almeida. A partir daí Silvânia manteve o hábito, sempre lendo livros da biblioteca de sua cidade natal, Desterro de Entre Rios.

Em seu repertório de leituras estão autores como Augusto Cury, o seu preferido. “A leitura nos ajuda a esquecer os problemas e ter mais sabedoria, estimulando a mente a não ficar parada. O livro se torna o amigo de cada dia e nos ensina a crescer na vida”, conta Silvânia.

A cultura das tribos

Cosplayers

Juliana Lelis 1º período Jornalismo

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ntende-se que a cultura existe desde que o surgimento da espécie humana. Ela se expressa, por exemplo, nas artes plásticas, nas músicas, nos espetáculos teatrais e nas tradições passadas de geração a geração. No interior dos movimentos culturais surgiram as subculturas, grupos de pessoas com um modo de viver diferenciado, com ideais próprios e formas de fazer arte distintas. Hoje também conhecidas como tribos, podem ser classificadas em diversas categorias. Algumas delas são os hippies, os skatistas, góticos, pintores, poetas e emos. O movimento hippie, por exemplo, faz parte da história mundial desde meados da década de 1950. No entanto, nos últimos anos ele vem sendo deixado apenas como parte da história. Francisco Nunes, mais conhecido como Franks, é hippie há 20 anos e afirma que o movimento está acabando. Segundo ele, Atualmente encontram-se no máximo duas ou três pessoas “hippies” apresentando seus trabalhos nas ruas e praças. Para Franks, um dos principais motivos para a diminuição dos hippies seria o forte capitalismo da sociedade. “A ideologia hippie prega um desapego com o material. Nos dias de hoje, as pessoas não querem largar tudo que a modernidade proporciona”, conta. Outro motivo apontado por ele é o preconceito, devido à forma desse grupo viver sem uma estabilidade econômica definida.

Minha cidade lê Hoje em dia os jovens ficam muito tempo na internet e, em muitos casos, esquecem-se dos livros, perdendo o hábito da leitura. Percebendo esse fato, educadores, em conjunto com a Prefeitura de Divinópolis, criaram o projeto “Minha cidade lê”, que incentiva e estimula os alunos desde a Educação Infantil a ter o hábito de leitura. O projeto auxilia o educador a fazer da sala de aula um ambiente prazeroso, distribuindo livros, trabalhando com poesias e peças teatrais, sempre em parceria com os pais. Segundo as educadoras Daniela Freire e Hélen Rodrigues, depois que esse projeto foi implantado no sistema de educação de Divinópolis, o comportamento das crianças melhorou e o interesse de querer ler também aumentou. A perspectiva, segundo as educadoras, é que o cenário continue melhorando, pois a cada dia mais pessoas se interessam pelo projeto.

Os cosplayers são pessoas que se vestem como um determinado personagem de filme ou desenho. Esse movimento teve origem nos Estados Unidos, seguido pelo Japão, e logo se espalhou pelo mundo. Os primeiros cosplayers surgiram após o sucesso de filmes como “Guerra nas Estrelas”, e de desenhos típicos do Japão chamados animes. O estudante de Direito Bruno Serqueira, um dos fãs de animes, aponta que o grande motivador para o crescimento desse movimento foi a chegada das novas tecnologias, com as possibilidades de conhecer e compartilhar diversas informações. Segundo Bruno, o movimento de cosplayers pode ser percebido como um teatro de um dia só. “Você vive aquele personagem no momento em que se veste dele”, conta. O Japão promove feiras anuais que possibilitam o encontro e a união de grupos como os cosplayers de animes. Já no Brasil esses encontros acontecem em datas distintas em várias regiões do país. Barkaça Em Divinópolis, há um movimento conhecido como Barkaça. Nele, um grupo de artistas produz e publica uma forma alternativa de literatura e artes visuais. O Barkaça também promove festas culturais com bandas de trabalhos autorais e recitais. Seus integrantes ainda distribuem folhetos de suas poesias e artes visuais. Tudo isso é postado em um blog que serve de divulgação para esses trabalhos artísticos. O grupo tem como objetivo apresentar a todos da cidade e região a cultura dos artistas divinópolitanos.


Entrevistada: Marcela Mesquita (Jornalista)

Mariana Lara 5º período Jornalismo

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arcela Mesquita Martins Guimarães, 23 anos, sempre quis fazer veterinária, por amar incondicionalmente os animais, mas acabou desistindo. Depois queria fazer moda, mas não cursou nem um ano. De Design de Moda passou para o curso de Publicidade e Propaganda, na Faculdade Pitágoras e, neste momento, descobriu que desejava ser uma jornalista, formando-se no ano passado. Antes de chegar onde está, Marcela passou por vários estágios. Trabalhou na Rádio Sucesso, estagiou na Assessoria de Comunicação da Faculdade Pitágoras, na TV Pitágoras, e depois foi para a TV Candidés, onde ganhou mais experiências sobre reportagens. De lá, foi contratada na TV Alterosa onde hoje atua como repórter, produtora e apresentadora, servindo de exemplo para muitos estudantes. Conheça um pouco mais sobre essa jovem jornalista, e as indicações dela sobre o mercado de trabalho.

Foto: Nathália Pires (7º per. PP)

PITACO

Persistência e boa vontade: segredos para um bom emprego

Ensaio: Desde pequena você quis ser jornalista, ou tinha outras profissões em mente? Marcela: Nunca passou pela minha cabeça ser jornalista. Sempre quis fazer Veterinária pelo fato de gostar muito dos animais. Mas como tenho pena desses bichinhos, desisti. Logo depois comecei a fazer Design de Moda porque eu adoro moda. Comecei e percebi que não era isso que eu gostaria para minha vida. Logo depois tentei vestibular na Faculdade Pitágoras para Jornalismo, porque todo mundo sempre me dizia que tinha que fazer Jornalismo. Aí passei e entrei, mas eu queria fazer Publicidade, pelo fato de sempre gostar de criar. Foi até assistir umas duas aulas de Jornalismo e ver que era disso que eu gostava. Hoje não tenho dúvida nenhuma (risos). Ensaio: Nota-se se que seus pais estão sempre do seu lado, sempre dando apoio. O que eles disseram quando você se matriculou no curso de Jornalismo? Marcela: Minha mãe sempre falou que eu tinha que fazer Comunicação. Ela disse que como eu sou muito faladeira, tinha que fazer Comunicação, e ficou super contente. Até hoje ela é super coruja... Meu pai não dava muito opinião. Mas quando eu faço trabalho de reportagem, minha mãe fica até preocupada, porque tem que viajar demais e, dependendo da reportagem, é um pouco perigoso. Mas ela adora, acompanha tudo desde o começo. Ensaio: Como foi sua carreira como modelo? Marcela: Eu trabalhava como modelo, mas não faço mais esse trabalho. Comecei a carreira de modelo com 13 anos, então minha mãe sempre me acompanhava, porque tinha que ir muito para Belo Horizonte e ainda era muito nova. Mas eu parei mesmo porque o pessoal começou a confundir as coisas. Eu aparecia no jornal, na TV Candidés, por exemplo, mas ao mesmo tempo eu era a menina que era noiva no outdoor no centro da cidade. Aí tinha gente que não conseguia separar isso. Então eu resolvi parar por causa do excesso de exposição da minha imagem. E outra coisa: ser modelo não era uma coisa que eu gostava muito. Eu escolhi o que eu mais gosto que é seguir a profissão mesmo. Ensaio: Por ter sido modelo, você acha que isso te ajudou a ter mais desenvoltura na sua área de trabalho? Marcela: É claro que ajuda sim. A gente aprende a ter uma certa intimidade com a câmera, no caso a fotográfica, e ajuda também na postura. Ou seja, tudo que a gente faz antes, podemos trazer pro nosso trabalho. Ensaio: Vamos falar de uma coisa que sabemos que você adora: cachorros. Quantos você tem atualmente? Marcela: Atualmente eu tenho dois cachorros, um é vira-lata e o

outro é pincher. Esse meu pincher, o famoso Nick, tem 18 anos e é muito ciumento, muito bravo e hoje ele é igual a um bebê, tem que tomar mamadeira e não consegue fazer nada sozinho mais. Então, eu fico por conta de cuidar dele na parte da manhã. E o meu cachorro vira-lata, que vai fazer quatro anos, fica na casa do meu namorado, porque como o meu é muito ciumento, ele não ia aguentar. Quando ganhei o Nick eu tinha de cinco para seis anos de idade, então ele é o xodozinho da casa. Lá em casa a gente não o encara como um cachorro, ele é como se fosse um filho, um membro da família mesmo. Como já está muito velhinho, o Nick não sai mais de casa, por isso a gente fica muito tempo com ele. Eu passo um aperto mesmo porque quando eu preciso sair na parte da manhã, ele chora muito, aí tenho que fazer ele dormir para aí sim poder sair. Meu pincher não enxerga mais nada, não ouve nada. Acordei, tenho que dar mamadeira com água, depois mamadeira com leite. Aí passa um tempinho tem que dar danoninho para ele, porque também não tem dente mais. Ensaio: Seu namorado faz parte da banda Dias de Truta. Como você faz para conciliar a carreira de jornalista de TV com a agenda lotada de shows do namorado? Marcela: Sempre que posso até acompanho o show deles, porque é também umas das maneiras da gente se encontrar. Eu acompanho sim, mas acompanho quando não vai atrapalhar o meu trabalho na TV, porque faço plantão, trabalho um fim de semana sim e o outro não. Dá para conciliar a minha profissão com a dele porque ele faz Medicina e por ser horário integral, ele mora em Itaúna. Desde o começo do namoro a gente já acostumou com o pouco tempo só para nós dois. Sempre que posso eu o acompanho e ele também me acompanha.

Ensaio: Enquanto esteve na faculdade, você fez muitos trabalhos. Quais foram eles? Marcela: Já no 2º período eu comecei a fazer estágio na TV Pitágoras. Me acharam no corredor e perguntaram se eu queria fazer estágio. Só que, na verdade, esse estágio na TV era voluntário e fiquei por lá durante um ano e meio. Então o Francisco Resende (Chiquinho), na época coordenador do curso, e atual diretor do Pitágoras, tinha me chamado para trabalhar na assessoria de comunicação da Faculdade. Por esse motivo eu ficava na faculdade de 8h até as 22h40. Eu ficava o tempo todo por conta da faculdade e não me arrependo disso. É muito bom. Depois fui para a Rádio Sucesso, onde fiquei só dois meses. De lá fui convidada para ir para a TV Candidés, e como eu gostava muito de TV, por causa da minha experiência com a TV Pitágoras, fui para a Candidés e fiquei lá durante um ano. Foi muito bom porque já me colocaram como repórter e eu tinha pouquíssima experiência nessa área, porque tinha aparecido somente em alguns vídeos e matérias na TV Pitágoras, porque eu gostava mesmo era de produzir o Gente Que Pensa. Trabalhar com o factual é totalmente diferente, porque você tem menos tempo para produzir as matérias, pois o jornal é ao vivo, todos os dias. Nas férias da TV Candidés fui chamada para cobrir férias aqui na TV Alterosa. Então eu vim para cá, sem pretensão nenhuma de ficar. Quando ia voltar para a TV Candidés, surgiu uma vaga e fui contratada aqui como produtora. Na época, levei um susto muito grande, pois pensava: quem sou eu perto de muita gente experiente e ainda não tinha me formado. Assim que vim para cá, tive a oportunidade de ficar dois meses no Sul de Minas como repórter da TV Alterosa local. Fui para cobrir férias também, aí tive a oportunidade de ficar, mas achei melhor voltar para poder ficar perto de casa. Há pouco tempo eu assumi também como apresentadora, já que a antiga apresentadora foi promovida para ser repórter lá em BH. Ensaio: Porque a TV Pitágoras é considerado o seu xodó? Marcela: São duas TVS que são meus xodós: a Pitágoras e a Candidés, porque elas me deram a oportunidade de aprendizado. Foram as primeiras pessoas que acreditaram no meu trabalho. Conviveram com a minha insegurança, os medos que eu tinha da profissão e foram nesses lugares que eu consegui crescer. Ensaio: Em geral, qual é a importância dos estágios? Marcela: Eu acho o período de estágio muito importante. O estágio abre o campo de visão da pessoa para saber qual a área que ela pretende seguir quando se formar, seja na TV, impresso, rádio, assessoria. Você vive a prática da profissão, não com tantas responsabilidades, mas é importante pelo fato do aluno já sair da faculdade pronto para o mercado de trabalho. Tem pessoas que passaram pelo estágio e conhecem melhor aquela área. Os estágios enriquecem e muito a trajetória de uma pessoa porque às vezes uma pessoa tem uma história, sabe tanto de uma determinada área através do estágio, que às vezes ela não tem muita diferenciação com o profissional (pessoa já formada). A graduação é muito importante, assim como a prática que a pessoa tem e o conhecimento da profissão. Ensaio: Para finalizar, tem alguma dica para as pessoas que estão tentando entrar no mercado de trabalho? Marcela: As pessoas que estão entrando no mercado de trabalho precisam ter humildade, porque a gente tem que começar de baixo mesmo. Como são poucas horas de serviço no estágio, a pessoa deve conseguir o máximo de conhecimento da profissão que quer seguir futuramente. Durante a faculdade, aproveitar as aulas do curso, conciliar estudo com estágio. Outra coisa bacana também é a pessoa saber lidar com críticas, o que é construtivo. Acreditar que vai dar certo, se espelhar em boas pessoas da profissão, enfim, é isso: nunca desistir mesmo.


PORTFÓLIO

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Mostra de trabalhos produzidos pelos alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras Divinópolis/MG

ma editoria com o nome PORTFÓLIO é autoexplicativa, certo? Este é um espaço destinado aos alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Pitágoras Divinópolis/MG, que irão, a cada edição, publicar seus anúncios, desenhos e criações. Nesta primeira edição do Ensaio, os alunos Dayse Andrade e Pedro Henrique (3º período de PP) mostram seu olhar criativo através dos anúncios feitos com o tema “Sustentabilidade”, orientados pela profª. Silvana Maria.

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JORNAL ENSAIO PITÁGORAS

Quem sabe a sua peça, sua logomarca ou seu slogan podem estampar este espaço na segunda edição? Para particpar é simples: basta usar a criatividade e enviar seu produto para o email: jornalensaiopitagoras@gmail.com. Uma comissão avaliadora, formada pelos professores dos cursos de Comunicação Social da Faculdade Pitágoras, juntamente com os subeditores de arte, irá selecionar os anúncios mais criativos que serão publicados. Participe!


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