ON ou OFF a quem tem a formação de base de Educação Social e Serviço Social. Será necessário?

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ON ou OFF a quem tem a formação de base de Educação Social e Serviço Social. Será necessário? Ricardo Crispim Mestre em Ciências da Educação e Licenciado em Educação Social e Serviço Social www.facebook.com/ricardocrispimeducadoreassistentesocial/ rmscrispim@hotmail.com

RESUMO Este texto tem como principal objetivo descrever-me, ainda que sumariamente, enquanto profissional, dando a conhecer aquilo que sou enquanto profissional que possui duas formações de base – Educação Social e Serviço Social – e um mestrado em Ciências da Educação. Não é minha pretensão teorizar acerca das profissões, muito menos concetualizar o que é a Educação Social e Serviço Social, nem tampouco particularizar acerca das especificidades de cada profissão e profissional. Também não é meu intento clarificar as funções do Educador Social ou do Assistente Social, pois isso requereria outro tipo de pesquisa e reflexão mais aprofundada. Assim, o cabal propósito deste texto é dar-me a conhecer um pouco mais, a quem me lê e segue, na qualidade de profissional que detém dois perfis profissionais (uma vez que é perfeitamente possível a mesma pessoa ter estudado e concluído dois cursos superiores “distintos” e exercê-los).

O facto de ser Educador Social e Assistente Social permite-me pensar e agir enquanto um profissional que detém duas formações de base, logo sou “dois num só” ou um profissional híbrido. Considerando a minha hibridez profissional possibilito-me entre dois mundos profissionais (distintos cientifica, metodológica e epistemologicamente) que, em determinados pontos, se unem. E dou-vos dois exemplos: na defesa dos direitos humanos (nomeadamente no superior interesse dos beneficiários/utentes/clientes com e para quem trabalhamos) e na promoção e operacionalização das políticas sociais. Ou seja, de acordo com cada situação, ajusto a minha conduta, competência(s) e atitude(s) aos contextos onde estou inserido e às situações/casos com que me deparo. Então, sendo licenciado em Serviço Social e Educação Social e mestre em Ciências da Educação, pertencendo estas formações às áreas das Ciências Sociais ou Humanas, tenho como modus operandi: a) princípio, a relação humanizada e humanizante com os beneficiários/utentes/clientes; b) essência profissional, a visão integradora, tendo na descodificação e no reconhecimento da subjetividade de cada caso-grupo-comunidade a premissa para mais facilmente operacionalizar as

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políticas sociais disponíveis e os direitos humanos emergentes; c) funções (principais): (1) religar os beneficiários/utentes/clientes às redes sociais de pertença; (2) unir pontos fundamentais (exemplo: desbloquear recursos, criar parcerias) disponíveis na sociedade civil para que o desenho do projecto de vida dos beneficiários/utentes/clientes seja o mais adequado e adaptado possível aos interesses e capacidades destes; e (2) implicar conhecimentos científicos, metodológicos e epistemológicos para produzir conhecimento ou ciência. Considerando a trajetória profissional decorrida nos últimos anos em Educação Social e Ciências da Educação e mais recentemente em Serviço Social concluo que a minha construção identitária converge naquilo que sou atualmente enquanto pessoa e profissional. Logo, quer em modo de Educador Social ou Assistente Social, ajusto a minha prática/ação/intervenção com vista a cabalmente responder ao solicitado. Sendo certo que a vocação, quanto a mim, funciona como ponto chave para trabalhar sem esforço – e de forma prazerosa – com pessoas (de uma forma geral), assumo que a teoria e a prática só conseguirão ser afinadas com pesquisas, investigação e formações. Nesta medida, reconheço possuir ampla motivação na aquisição de conhecimento com vista a tornar-me mais e melhor profissional.

CONCLUSÃO Com base nas breves palavras que escrevi, estou veemente convencido que é perfeitamente exequível procurar, e quiçá, dar início ao aprofundamento dos pontos que ligam estas profissões e profissionais num formato de unidades de partilha e colaboração científica, metodológica e epistemológica, ao invés de se alimentar distinções (que sei existirem, caso contrário não haveria a necessidade de subsistirem dois cursos superiores reconhecidos pela Direcção-Geral do Ensino Superior). O fosso, e nalguns casos mais extremistas, as desigualdades, as rivalidades e as disputas, entre Educação Social e Serviço Social podem ser perfeitamente atenuadas, ou até extintas, com o bom senso de quem acha que existem mais pontos que unam estas profissões do que aqueles que as separam. Porém, só se conseguirão criar pontes entre estes profissionais quanto for demonstrada disponibilidade para crescer com o Outro na “diferença”, aprender através da troca de informação e conhecimento, e amadurecer tecnicamente por via da reflexão crítica - e não achincalhada -. Agora, a questão que se coloca é: se eu tenho as duas formações de base e um mestrado como poderei eu colocar em prática um perfil competencial e não outro? Carregar no ON? Carregar no OFF? Será impossível fazê-lo! Serei sempre o ser humano Ricardo Crispim que tem duas formações de base e um

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mestrado e alguma experiência profissional que me permite dizer que é perfeitamente possível viver com duas formações de base e um mestrado e ser feliz.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Escola da vida

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