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NOVOS TALENTOS FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL
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NOVOS TALENTOS FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL
curadoria Vanda Klabin
25 nov 2015 – 17 jan 2016
Alexandre Mury Arthur Scovino Berna Reale Gustavo Speridião Luiza Baldan Matheus Rocha Pitta Paulo Nazareth Raphael Couto Rodrigo Braga Yuri Firmeza 1
Presidenta da RepĂşblica Dilma Rousseff Ministro de Estado da Fazenda Joaquim Levy Presidenta Caixa EconĂ´mica Federal Miriam Belchior
A CAIXA Cultural Brasília traz para o público brasiliense a exposição “Novos talentos: fotografia contemporânea no Brasil”, uma coletânea da obra de dez consagrados artistas brasileiros. Com curadoria de Vanda Klabin e coordenação e idealização de Afonso Henrique Costa, a mostra apresenta visões fotográficas variadas, com linguagens e processos de criação únicos que se utilizam de momentos políticos, da mutabilidade da natureza e até do próprio corpo como experimento. Ao patrocinar esta exposição, a CAIXA reafirma seu papel institucional de estimular a disseminação de ideias e expandir o acesso do grande público à produção artística contemporânea. A CAIXA é uma das principais patrocinadoras da cultura brasileira e destina, anualmente, mais de R$ 60 milhões de seu orçamento para patrocínio a projetos culturais em espaços próprios e de terceiros, com ênfase em mostras cinematográficas, exposições de artes visuais, peças de teatro, espetáculos de dança, shows musicais, festivais de teatro e dança em todo o território nacional, e também em artesanato brasileiro. Os projetos são escolhidos por meio de seleção pública, uma opção da instituição para tornar mais democrática e acessível a participação de produtores e artistas de todas as unidades da federação, e mais transparente para a sociedade o investimento dos recursos da empresa em patrocínio. Caixa Econômica Federal
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UMA GERAÇÃO DE NOVOS TALENTOS AFONSO HENRIQUE COSTA
Afonso Henrique Costa atua como produtor, curador, marchand e consultor no mercado de arte, tendo sido associado a diversas galerias, com as quais realizou antológicas exposições. Participou e ainda integra a diretoria e o conselho de diversos museus e instituições culturais. Foi responsável pela formação de importantes coleções, entre as quais a Coleção João Sattamini, em comodato no MAC/ Niteróri, na qual desenvolveu, sobretudo, seu fabuloso núcleo concreto. Produziu várias exposições no Brasil e no exterior, e foi responsável pelo lançamento de diversos renomados artistas. Nasceu e reside no Rio de Janeiro. 4
Na idealização desta exposição, verifiquei que se houve uma vertente pela qual a arte contemporânea se expandiu nos últimos anos, sem a menor dúvida, foi a fotografia. É notório que muitos artistas passaram também a trabalhar com a fotografia como suporte. O mercado cresceu, diversas galerias se especializaram no assunto, leilões e feiras passaram a existir com esse foco exclusivo, e novos colecionadores começaram a brotar, dedicando seus acervos a esse contexto. Até então, eram poucos os colecionadores com dedicação total à fotografia. Hoje esse conceito mudou, e a fotografia está presente de forma vibrante na contemporaneidade do mercado. Dessa forma, estamos vendo surgir não só um número expressivo de artistas que passaram a se dedicar à fotografia contemporânea no Brasil, assim como de colecionadores que abraçaram esse suporte, antes segredo de muito poucos. Idealizamos, então, nesse contexto, esta exposição que reúne dez dos mais relevantes nomes na nossa contemporaneidade. Daí o título “Novos talentos: fotografia contemporânea no Brasil”, que não só inclui artistas já com percurso determinado, com exposições e premiações significativas, como aponta outros novos nomes, ainda menos reconhecidos, que representam um frescor eivado de renovação, reflexo desse ambiente artístico experimental no qual vivemos. Todos eles, contudo, formam uma geração na qual são exemplos do nosso tempo, trazendo uma busca na questão da fotografia experimental diversificada. Afinal, são pelas vertentes de suas obras que a expressividade brasileira daqueles que escolheram a fotografia como meio artístico revela-se, diante da imensidão da produção, impossível de ser totalmente analisada e resgatada. Na abrangência de um tema tão diversificado, diante desse novo panorama, procuramos buscar a proposição da fotografia como meio de expressão, ou seja, a fotografia compreendida como linguagem. Mesmo porque, até então, a fotografia brasileira se encontrava atrelada à sua função documental da realidade nacional, em que a experimentação raramente aflorava, apesar do compromisso social indiscutivelmente presente e relevante. No cenário da fotografia contemporânea brasileira, essa “nova geração”, aqui representada pelos talentos de dez artistas — Alexandre Mury, Arthur Scovino, Berna Reale, Gustavo Speridião, Luiza Baldan, Matheus Rocha Pitta, Paulo Nazareth, Raphael Couto, Rodrigo Braga e Yuri Firmeza —, traz o vigor da nova fotografia de forma definitiva, cada um em sua abordagem e a partir de suas propostas, na contextualização dos rumos da contemporaneidade, apontada pelos valores de suas identidades. Tal diversidade de caminhos, seja pelo viés político, social, estético, construtivo, visceral, performático, ambiental ou corpóreo, entre tantos outros, cada qual, a seu modo, delineia e pontua essa dita “nova identidade”, que norteia e reflete os rumos da fotografia no país. Agradeço a Vanda Klabin por seu entusiasmo em aceitar a empreitada desta curadoria, e sua generosidade de partilhar comigo a seleção dos trabalhos apresentados. E aos dez artistas, que nos apoiaram de forma total e definitiva, tornando possível a realização deste nosso projeto. 5
OUTRAS ESFERAS DO OLHAR VANDA KLABIN
Vanda Klabin, historiadora de arte, é responsável pela curadoria de diversas exposições de arte e autora de artigos e ensaios sobre arte contemporânea. É formada em Ciências Políticas e Sociais pela PUC-Rio e em História da Arte e Arquitetura pela UERJ. Fez pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil na PUC-Rio. Nasceu, vive e trabalha no Rio de Janeiro. 7
Fotografia é um meio de questionar o mundo e, ao mesmo tempo, de questionar a si mesmo. HENRI CARTIER-BRESSON
A exposição “Novos talentos: fotografia contemporânea no Brasil” apresenta cinquenta trabalhos recentes de dez artistas brasileiros, já com forte evidência no cenário artístico nacional, e que conjugam a articulação da fotografia contemporânea com linguagens e processos de criação experimentais. Cada um tem sua localização singular na trama cultural contemporânea, cada um pontua as suas diferenças e descontinuidades na tensão da convivência e na plasticidade iconográfica do conturbado território do real. O conjunto de artistas aqui apresentados formulou o seu vocabulário na visualidade contemporânea, porém mantendo certa alquimia de contrastes. Esses artistas repensam, rediscutem e reinventam a extraordinária tradição fotográfica por meio de um pensamento plástico contemporâneo. Atuam através da fotografia como um território expandido, um universo contaminado por imagens híbridas e outros suportes e vêm, ao longo dos últimos anos, consolidando uma crescente e sólida trajetória em circuitos públicos, com diversas exposições em galerias e instituições culturais, participações em bienais e premiações. Essas múltiplas visões fotográficas, esses diversos olhares em movimento nas formas mais plurais, com suas modulações de luz, seja nos momentos políticos condensados ou nas mutabilidades incessantes da natureza, acabam por revelar uma tensão entre o visível e o invisível, uma surpreendente vitalidade da linguagem fotográfica. Entender a fotografia nas suas formas e nos seus diferenciados discursos é um exercício extremamente complexo. Esta mostra não terá exatamente uma pauta temática, mas diversos dispositivos de linguagem que agenciam os diferenciados conteúdos da produção artística de cada um dos representados, com estética própria e, ao mesmo tempo, quer provocar novas questões e conferir as suas dimensões significantes na experiência da cultura. A poética desses artistas e o universo de cada um são uma reafirmação constante dos valores estéticos contemporâneos, beneficiada pelo caráter aberto e prospectivo de suas investigações, que contam com um repertório de tratamentos novos e ricos de superfície por meio de técnicas mistas, aumentando a latitude das imagens. Segundo o filósofo Maurice Merleau-Ponty, no seu livro A prosa do mundo, “não se olha a imagem como se olha um objeto. Olha-se segundo a imagem”. As obras apresentadas servem como interessante panorama de visualização da produção da fotografia contemporânea nacional. A ideia da curadoria é tirar partido desse frescor em uma exposição que reúne as obras mais próximas do espírito inquieto desses artistas, cada um na sua dimensão particular, sempre em incessante processo criativo. E, sobretudo, em uma escala pública, que só uma instituição cultural consegue alcançar.
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Estão presentes os artistas: Alexandre Mury, Arthur Scovino, Berna Reale, Gustavo Speridião, Luiza Baldan, Matheus Rocha Pitta, Paulo Nazareth, Raphael Couto, Rodrigo Braga e Yuri Firmeza. Nesse diálogo particular, guardam fortes oposições, questionam o mundo real, exibem o mundo em fraturas sem esquemas redentores. O modo de olhar é também uma forma de ação, entra na nossa corrente sanguínea e parece gerar uma grande interrogação para tudo, uma espécie de enervação perceptiva. Pela constelação de sentidos que exploram e pelo turbulento potencial poético que deflagram, as obras parecem reafirmar a declaração de Francis Bacon a respeito das fotografias de Muybridge: “muitas vezes, as fotografias são detonadoras de ideias”.
BERNA REALE
Suas obras são verdadeiros manifestos visuais, nos quais a tensão do real reverbera nas suas imagens, que trazem uma aspereza e uma relação conflituosa com o mundo. Nada parece estar à vontade. Sem meias verdades, tudo nos prende em uma rede de inquietações, provoca a nossa saída de um estado de inércia para uma ação estética. Na acentuação do seu discurso político, Berna interrompe a continuidade aparentemente pacífica do real, cria redutos de interrogação e, na sua intensidade, ruma para as periferias da nossa existência em uma espécie de crescendo que atinge o seu clímax no olhar do espectador. A artista declarou: Eu tenho trabalhos voltados para as questões da violência e sinto que ela se intensificou desde que me tornei perita criminal. O que mais me incomoda é a violência. O que me incomoda muito é a questão do ser humano não se ver no outro, se desconhecer no outro e o que me assusta é a violência se tornar íntima. A série Rosa púrpura lida com questões da violência contra a mulher e teve a participação da artista e de 50 jovens de Belém, no norte do Brasil.
GUSTAVO SPERIDIÃO
Investiga o tecido social pelas imagens centradas em uma vertente política que plasmam um ativismo social e servem como importante fonte de documentação social aliada a um intrínseco valor poético. Speridião nos reensina a ver o mundo, a senti-lo como uma cena móvel e traiçoeira, exprime uma grave indagação existencial que encontra seu abrigo nas crises internas da esfera política, nas florações incômodas e inoportunas que interrogam a brutalidade dos processos históricos. Sua gramática visual é formulada por manifestações e atritos ocorridos no tecido urbano do México e do Rio que fazem parte da série intitulada Movimento — Ayotzinapa vive! Speridião argumenta: “comecei a ter sentimentos de querer mudar o mundo e procuro imagens que refletem o processo revolucionário mundial e outras que, não se ligando a esse processo pelo tema, estão profundamente tomadas e coloridas pela nova consciência”. Apesar do seu aspecto transitório, essas imagens registram, representam, documentam e fixam algo: experiências intensas, que almejam um âmbito público e uma universalidade, aliadas a um intrínseco vigor estético e a uma visualidade inquietante.
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LUIZA BALDAN
Aqui estão presentes as suas passagens por cidades como São Paulo e outras no Chile, contrapontos para os espaços solitários, onde a sensação de vazio aliada a um silêncio metafísico circula livremente nesses cenários ora intimistas ora urbanos, que indicam um território ambíguo, de conteúdos reflexivos e de ressonâncias emocionais. Insinua etapas de uma existência transitória qualquer, um mundo cifrado por presenças enigmáticas que poderiam estar presentes em áreas de sombras ou de penumbras. Ali parece inventar um território, ali pretende constituir uma extensão estética e espacial em uma dimensão mais ampla, verdadeiros contrapontos entre elementos ativos e contemplativos, com alta voltagem poética. Nesse território de ambivalências, está presente uma identidade nas incertezas e é nessas dissonâncias que transita sua força artística. As cenas são atraídas por esse silêncio, por um tempo lógico que parece se adensar e como a artista afirma, “através de suas fotografias, onde a cena fica suspensa e a acumulação do tempo cria um espaço que se contrai e se dilata, uma capacidade de combinar outroras e agoras”.
MATHEUS ROCHA PITTA
Articula uma imersão, uma subversão das normas instituídas, nos interroga diante dos rumos das políticas artísticas e sociais que refuta ou defende. Traz a sua indignação diante de um mundo desigual de forma contundente e uma ótica de mundo dilatada e voltada para a situação universal do homem. Revela uma consciência cindida, mas afinada com o mundo em suas fraturas e não como o lugar dos sonhos. Expressão e significação tendem a coincidir ao anunciar a natureza tensa de sua obra que se vê amalgamada nas contradições da trágica decomposição da vida. As indagações de origem política são aqui formuladas e nas suas fotografias alojam-se os temas de violência. Na série Brasil, une e confronta as fatias de carnes vermelhas em um processo mimético com as areias escaldantes de Brasília, em referência ao Brasil como brasas que cozinham as carnes, em um universo desarticulado, excisões de uma estética em busca de politização. Provocantes, perturbadoras, repletas de substância pictórica, suas obras trazem a violência, o desencanto, a condição da miséria humana para a superfície da fotografia, na qual também estão presentes os sinais indicativos de uma tensão muscular, plena de efusões cromáticas e um intrínseco valor poético. As imagens nos invadem como agentes de sua dramaticidade, disseminadoras de uma desordem no mundo. O artista indaga: “como as coisas significam no mundo? ou seja, na cultura? Queremos mudar isso. Quando fazemos arte, queremos suspender como as coisas significam no mundo, na cultura. A cultura vem sempre para domesticar a arte. Qualquer bomba que explode no mundo é uma bomba da cultura, isso não está excluído da cultura”.
PAULO NAZARETH
Amplia as claves que marcam as diversas linhas de investigação fotográfica; questiona e propõe uma nova construção visual do mundo e sua representação. A órbita poética de seu trabalho transita sobre a problemática tarefa incerta de construção do mundo, como um ciclo permanente de ida/retorno construído a partir de fragmentos díspares. Enigmas existenciais que apontam uma consciência de viver em regimes ambíguos, permeados de momentos de adesão e corrosão, um repositório de vivências periféricas, enfim, um inventário de desagregações, uma interpenetração entre arte e vida.
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A série Notícias de América, resultante de suas longas peregrinações a pé e de carona pelo continente americano onde imagens e acontecimentos se referem a diversas realidades sociais, com a finalidade de “expandir o seu conceito de pátria”. O artista argumenta que “deseja montar um quebra-cabeças de memórias que foram apagadas [...] a arte tem que ser viva, mexer, sacudir e virar as pessoas pelo avesso. A periferia é um outro centro”.
RODRIGO BRAGA
Utiliza a observação da natureza como parte constitutiva do seu universo simbólico e ali parece inventar outro território repleto de dissonâncias e de improvisações. Seu trabalho explora temas que envolvem uma parceria complexa entre o homem e a natureza, materiais transfigurados que se referem a experimentos pessoais do artista, impregnados de uma carga psicológica ao incorporar a subjetividade no seu plano visual, utilizar uma fusão de diferentes elementos, articular coisas que não existem, como antessalas de algo ficcional. Suas fotos sugerem uma pluralidade de significados e se apresentam, às vezes, como um documento visual extremamente perturbador e aparentemente aberto a um terceiro sentido e passível de trazer uma nova porosidade para a nossa percepção. Seus trabalhos têm desdobramentos nos diferentes locais que escolhe para as suas andanças livres e trazem um fraseado particular ao recriar os materiais pela sua interpretação através de formas de representações híbridas, como a obra realizada no arquipélago de Anavilhanas, no rio Negro, na qual os urubus da região são atraídos por peixes pendurados em uma árvore.
YURI FIRMEZA
Na série intitulada Ruínas, o artista conjuga suas investigações fotográficas alinhadas com as fronteiras sociopolíticas. Os acordes de seu campo de ação trazem à tona as assimetrias do mundo ao teatralizar a natureza e o espaço no entorno pelo fato de focar as paredes espessas de um patrimônio despedaçado e de registar também a decomposição de um tempo suspenso. Yuri coloca um passado próximo para fazer aflorar uma obra que mistura cenas exteriores investidas de algumas fraturas do instante presente. Registra as paisagens de ruínas arquitetônicas dos palacetes da cidade histórica de Alcântara, primeira capital do Maranhão no século XVIII, que foram construídos pelos barões de Mearim e Pindaré no século XIX, na esperança de hospedar D. Pedro II. Essas ruínas coloniais convivem curiosamente com as plataformas de lançamento de foguetes do centro espacial ali instalado pela Força Aérea Brasileira, em 1990. Está presente aqui um emaranhado temporal, não linear, não cronológico. “É um lugar do curto-circuito dos tempos verbais, foi no futuro, será no passado”. O sentido duplo de gênese e fundação, de regresso a uma ordem anterior, estabelece uma fadiga da história e ao mesmo tempo congela e imobiliza a passagem do tempo. Essas fotografias trazem novas formulações plásticas evocativas, memorialistas, criando uma espécie de interlúdio lírico com a natureza. E deixa o espectador encontrar suas possíveis referências nesse mundo que parece fenecer. Ruínas consiste em pensar criticamente a lógica de crescimento das metrópoles e, como o artista afirma, “na ruína, a matéria é memória. Blocos maciços de pedra que, como totens, sintetizam e emanam histórias, multitemporalidades. Presente, passado e futuro participam de outro fluxo temporal que escapa do encadeamento linear de seus acontecimentos”.
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Os artistas Alexandre Mury, Arthur Scovino e Raphael Couto se contrapõem ao mundo a partir do próprio corpo, onde as suas práticas artísticas acontecem. Suas fotografias mergulham em territórios ambíguos, pois lidam com o campo da performance, testando os limites do corpo em diversas situações estéticas. Apresentam aqui uma condição plural de Eus através de uma clave sensorial, apropriam-se de si mesmos, trazem as suas presenças em cena como uma celebração móvel para o registro fotográfico. O artista/protagonista é também o agente de sua acessibilidade corporal. Devassa a própria intimidade, desloca continuamente a sua identidade, ativa uma pulsão sensorial que vai engajar outros sentidos que irão ressignificar e contaminar o nosso olhar. No comportamento corpóreo, segundo a historiadora Christine Greiner, “o corpo do artista é um desestabilizador de certezas, pois o corpo muda de estado cada vez que percebe o mundo”. Esse modo de reativar a presença e a consolidação do corpo como elemento constitutivo da imagem a ser capturada dilata e expande o seu processo artístico através de um jogo rítmico e de inquietos contrapontos visuais e aponta para um espaço de colisão entre arte e vida. Como afirmou Gregory Battock, “Antes do homem estar consciente da arte, ele tornou-se ciente de si mesmo. Autoconsciência é, portanto, a primeira arte. Em performance a figura do artista é o instrumento da arte. É a própria arte”.
ALEXANDRE MURY
O artista utiliza o seu corpo como eixo condutor para expor os quatro elementos naturais e contraditórios do cosmos — ar, água, fogo e terra — por meio de atmosferas cromáticas, quase como um processo de ascese, uma grande metáfora da ordem universal. O artista francês Yves Klein, que igualmente trabalha com a fisicalidade do corpo como moldura para realizar os seus trabalhos, também usou esses elementos da natureza para exprimir a sua força criativa. Nessas obras de Mury, está presente uma poética da turbulência, em que o seu corpo parece estar vulnerável, num esgotamento de suas forças beirando o limiar do desaparecimento. Mury declarou: O meu corpo performático não representa, mas se submete à experiência de contato com elementos diversos. Esse meu gesto não é um ritual... mas um enfrentamento sensorial, testando limites do corpo... ao mesmo tempo em que enceno a harmonia, na expressão do corpo, em situações extremamente desconfortáveis. Nessa sua experiência mística, espiritual, sensual, quase um êxtase subjetivo reunido em única via, reflete um caráter sagrado ao se autorretratar como animal, homem e vegetal integrados em uma totalidade em Ossaim/Aroni, obra que desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimônia pode realizar, pois ele detém o axé que desperta o poder do sangue verde das folhas. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossanha ou Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força. Enceno uma mitologia e uma provocação para refletir sobre os efeitos da relação do homem com a natureza. Há um discurso político nas imagens que sugerem gênese e apocalipse, resiliência e resignação.
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ARTHUR SCOVINO
O seu pensar artístico traz uma espécie de tonalidade experiencial e atua como um conjunto visual que configura diferentes áreas estéticas. Scovino mergulha em um território ambíguo, uma imersão quase litúrgica, como uma oferenda, um ato religioso que mescla erotismo, rituais e incorporação de mitologias como um meio de conhecimento e como uma forma de estar no mundo. Busca um olhar interativo com o espectador e ativa uma pulsão pelo caráter híbrido de seu trabalho pois é uma forma de atuação estética vinculada ao campo da performance. As fotos da sequência aqui apresentada são como uma estética em repouso, parecem estar numa inesperada serenidade, como se estivessem ali, paralisando a mobilidade do mundo. Inertes, estáticas, inanimadas, talvez pressentindo alguma mudança. O olhar fica imerso nesse vácuo, nessa espécie de vazio contido. Evocam um silêncio e uma oscilação como se quisessem reagir, adquirir uma súbita musculatura e afirmar a sua realidade física. O artista esclarece a respeito dessa série Nhanderudson — num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico, frase da música “Um índio” de Caetano que inspirou esse projeto: O que permeia minha pesquisa é o Centro Geodésico da América do Sul. Escolhi uma imagem central que representa o ritual do Caboclo meio-dia bem no marco desse Ponto, na Chapada dos Guimarães, MT. Um autorretrato. Esse ponto marca 1.600 km equidistante entre os oceanos Atlântico e Pacífico. As outras imagens falam de rituais para a água. Água doce responsável pela vida na América do Sul. Rios que deságuam nos dois oceanos e o ciclo das chuvas. Como se fosse possível prever o que o índio dirá, que terá sido o óbvio. A falta de chuva em SP e o excesso de chuva na Bahia e a poluição e mudança dos rios.
RAPHAEL COUTO
Suas obras incorporam o corpo como receptáculo, com diferentes possibilidades através de fotografias, vídeos e performances como modos de reativar a sua presença na experiência do próprio trabalho. É uma experiência física e não apenas ótica e tenta ressignificar sentidos a partir de um tipo de construção que é física, mas também simbólica. Parte de uma sensibilidade corporal e acrescenta uma reflexão sobre a linguagem plástica ao recuperar objetos banais à beira de um colapso, que anseiam por consonâncias através de um expressivo processo de acumulação, invadem a sua boca ou a sua pele, para resgatar o sentimento do corpo, quase como uma necessidade canibal ou um apetite antropofágico, formando uma construção visual híbrida. Segundo o próprio artista: O gesto destrutivo se torna também gesto construtivo. Abrir a pele, cortar, costurar, colar, rasgar a pele/página, folhear: as ações de metamorfose do corpo se dão no detalhe, no fragmento, nos pequenos espaços do corpo. É no detalhe que se revelam essas brechas da imperfeição humana, que velocidade e lentidão oscilam, que se destrói e se desorganiza o corpo natural na busca desse corpo-outro, corpo-artista, eu-corpo. O artista tem urgência para trazer novos significados ao vincular em uma esfera comum o corpo como experimento escultórico e ações sobre esse suporte artístico que trazem uma dramaticidade no jogo de corte/costura na sua epiderme. Traz uma grande interrogação entre o transitório e o permanente com esse constante jogo de equilíbrio e de colisão de realidades distintas, quase um epifenômeno.
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ALEXANDRE MURY
[São Fidélis, RJ, 1976] Artista por vocação, desde criança desenhou e pintou e aos 16 anos começou a fotografar. Em 1997, ingressa na Faculdade de Filosofia de Campos cursando Publicidade e Propaganda, que conclui em 2001. Lecionou em algumas faculdades entre 2003 e 2006, nos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico. Atuou profissionalmente como diretor de arte em agências de publicidade de 2001 a 2010. Desde então, dedica-se exclusivamente ao trabalho de fotografia, participando de importantes coleções privadas, como as de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva, assim como do acervo de museus como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) e do Museu de Arte do Rio (MAR). É representado pela Galeria Athena Contemporânea no Rio de Janeiro, e pela Roberto Alban Galeria em Salvador. Vive e trabalha em São Fidélis, RJ.
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Ossanha / Aroni, 2014 C-print | 100 x 66 cm
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Ă gua, 2015 C-print | 66 x 100 cm
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Terra, 2015 C-print | 66 x 100 cm
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ARTHUR SCOVINO
[São Gonçalo, RJ, 1980] Nascido na região metropolitana do Rio de Janeiro, mudou-se para Salvador, em 2008, para estudar na Escola de Belas-Artes da UFBA. Desde então, desenvolve suas pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Em 2013, recebeu o prêmio do Salão de Artes Visuais da Bahia (Teixeira de Freitas, BA) e em 2014 participou da 3ª Bienal da Bahia (Salvador) e da 31ª Bienal de São Paulo. Nos dois últimos anos foi indicado ao Prêmio Pipa. Atualmente investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. Vive e trabalha em Salvador.
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Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico V, 2015 pigmento mineral sobre papel de algodão 100 x 70 cm
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Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico I, 2015 pigmento mineral sobre papel de algodão 100 x 70 cm
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Nhanderudson – num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico II, 2015 pigmento mineral sobre papel de algodão 100 x 70 cm
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BERNA REALE
[Belém, PA, 1965] Realizadora de instalações e performances, estudou Arte na UFPA, em Belém, e participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e na Europa, como a Bienal de Cerveira (Portugal, 2005); Bienal de Fotografia de Liege (Bélgica, 2006); “Amazônia – ciclos da modernidade”, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2012); “From the margin to the edge”, Somerset House, Londres (2012); “Boletim”, Galeria Millan, São Paulo (2013); “Vazio de nós”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (2013); “Cães sem plumas”, Galeria Nara Roesler, Rio de Janeiro (2013); “Arquivo vivo”, Paço das Artes, São Paulo (2013); I Bienal de Fotografia Masp-Pirelli, São Paulo (2013). Foi vencedora do Pipa Online 2012 e depois finalista (2013) e indicada (2014) ao Prêmio Pipa; recebeu o grande prêmio do Salão Arte Pará (2009) e foi selecionada para o Rumos Visuais – Itaú Cultural (2012-2013). Este ano representou o Brasil na Bienal de Veneza. A violência tem sido, nos últimos anos, o seu grande foco de atenção. Ela se tornou perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do Pará e vivencia as mais diversas questões de delito e conflitos sociais. Suas performances são pensadas com o objetivo de criar um ruído provocador de reflexão. É representada pela Galeria Nara Roesler em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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Rosa púrpura #10, 2014 pigmento mineral sobre papel fotográfico Edição: 4/5 + 2 P. A. | 150 x 100 cm Cortesia: artista e Galeria Nara Roesler
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Rosa púrpura #14, 2014 pigmento mineral sobre papel fotográfico Edição: 2/5 + 2 P. A. | 100 x 150 cm Cortesia: artista e Galeria Nara Roesler
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Rosa púrpura #13, 2014 pigmento mineral sobre papel fotográfico Edição: 1/5 + 2 P. A. | 100 x 150 cm Cortesia: artista e Galeria Nara Roesler
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GUSTAVO SPERIDIÃO
[Rio de Janeiro, RJ, 1978] É mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas-Artes da UFRJ (2007). Vem traçando uma trajetória com participações em importantes exposições em museus e instituições internacionais, entre as quais se destacam o Festival Internacional de Cultura Contemporânea, com curadoria de Shinji e Masako Tago, em Quioto, no Japão; no Museum of Art Park em Doha, no Qatar; “Imagine Brazil”, com curadoria de Gunnar B. Kvaran, Thierry Raspail e Hans Ulrich Obrist, Oslo, Noruega; Bienal de Lion, França; no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; e ainda com itinerância prevista para a Cidade das Artes, Rio de Janeiro; e DHC/ART, Montreal, Canadá. Em 2013 realiza “Geometrie. Montage. Equilibrage.”,
individual de fotos e vídeos, com curadoria de Jean Luc Monterosso e Guilherme Bueno, na Maison Européenne de la Photographie, Paris. Integra importantes coleções particulares e públicas, entre as quais as do Museu Nacional de Belas-Artes, da Coleção Gilberto Chateaubriand / Museu de Arte Moderna, do Museu de Arte do Rio de Janeiro, todas no Rio de Janeiro; e do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Recebeu diversos prêmios em sua carreira e este ano foi novamente indicado ao Prêmio Pipa. É representado pela Galeria Anita Schwartz no Rio de Janeiro, pela Roberto Alban Galeria em Salvador, e pela Galeria Superfície em São Paulo. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
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Manifestação “Ayotzinapa vive” [20 de outubro de 2014], da série Movimento, 2015 impressão fotográfica sobre papel de algodão | 74 x 126 cm
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Manifestação “Ayotzinapa vive” [20 de outubro de 2014], da série Movimento, 2015 impressão fotográfica sobre papel de algodão | 66 x 86 cm
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Rio de Janeiro [2013], da série Movimento, 2015 impressão fotográfica sobre papel de algodão | 63 x 92 cm
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LUIZA BALDAN
[Rio de Janeiro, RJ, 1980] É doutoranda e mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ (Rio de Janeiro) e bacharel em Artes Visuais pela Florida International University (Miami). Entre suas exposições individuais destacam-se: “Build up”, MdM Gallery, Paris (2014); “Índice”, MAM, Rio de Janeiro (2013); “Corta luz”, Pivô, São Paulo (2013); “São casas”, Studio-X, Rio de Janeiro (2012); “Insulares e marginais”, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro (2011); “Algumas séries”, MAC, Niterói (2011); Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo (2010) e “Sobre umbrais e afins”, Plataforma Revólver, Lisboa (2010). Entre as coletivas estão: “Escavar o futuro”, Palácio das Artes, Belo Horizonte (2013); “Lugar nenhum”, Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro (2013); “Travessias 2: arte contemporânea na Maré”, Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro (RJ, 2013); “Collecting collections and concepts”, Fábrica
ASA, Guimarães (Portugal, 2012); “O lugar da linha”, Paço das Artes São Paulo e MAC Niterói (2010); “Nova arte nova”, CCBB Rio de Janeiro e São Paulo (2008-2009); “BAC!”, CCCB, Barcelona (Espanha, 2008). Dos prêmios recebidos destacam-se: Honra ao Mérito Arte e Patrimônio – Iphan e Bolsa Funarte de Estímulo às Artes Visuais (2013); Rumos Artes Visuais 2011-2013, Itaú Cultural e seleção para a residência no CRAC, Valparaíso Chile (2012); XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte (2010); prêmios aquisição no 37º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, SP, (2009) e na 1ª Mostra de Fotografia CCSP (2008); destaque na revista digital da Fundação Iberê Camargo (2007), e o Brown & Marion Whatley Scholarship (Miami, 2002). Publicou o livro São casas, em 2012. É representada pela Anita Schwartz Galeria de Arte no Rio de Janeiro, RJ. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
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Sem título, da série Corta Luz, 2013 impressão em jato de tinta em papel de algodão 80 x 120 cm Sem título, da série Leituras de um lugar valioso, 2012 impressão em jato de tinta em papel de algodão 110 x 140 cm
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MATHEUS ROCHA PITTA
[Tiradentes, MG, 1980] Em curto período e por meio de projetos diversos, sedimentou interesses e estratégias que permitem identificar, em uma obra que se adensa a cada novo trabalho, enunciado crítico sobre os mecanismos de troca que regem a vida comum. Move o artista, em particular, a vontade de explorar e expor a mercadoria – coisa qualquer que o trabalho humano produz e pela qual existe inequívoco desejo de posse – como índice de paradoxos que tais intercâmbios encerram ou engendram. Sem apelar para enunciados discursivos de disciplinas que tomam a mercadoria como objeto de investigação frequente (economia, filosofia,
política), articula objetos e imagens que inventa para gerar conhecimento que não cabe naqueles campos de estudo. Em 2011 o artista participou da coletiva “Rendez vous”, no Institut d’Art Contemporain de Lyon e realizou a individual “Provisional heritage”, na Sprovieri Gallery, Londres; em 2012, fez individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro, e na Fondazione Volume!, Roma. Foi o vencedor do I Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. É representado pela Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, e pela Sprovieri Gallery, Londres. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
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Brasil #3, 2013 ilfochrome print | 50 x 50 cm Cortesia: artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo
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Brasil #6, 2013 ilfochrome print | 50 x 50 cm Cortesia: artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo
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Brasil #2, 2013 ilfochrome print | 50 x 50 cm Cortesia: artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo
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PAULO NAZARETH
[Governador Valadares, MG, 1977] Seu trabalho se confunde com a sua experiência de vida. A multiplicidade de linguagens e discursos empregados em suas fotografias, vídeos, instalações ou performances denotam seu engajamento não apenas no debate de questões raciais, étnicas e sociais, mas também no esforço narrativo desses temas. Parte de seu próprio corpo e da identidade social associada historicamente a sua existência como mestiço de brancos, negros e indígenas para encaminhar essas narrativas, contar histórias e levantar causas que são esquecidas ou deliberadamente negligenciadas. Participou de numerosas exposições coletivas, incluindo: “Here there” (Huna Hunak), QM Gallery Al Riwaq, Doha, Catar; “All the world’s futures”, 56 Biennale di Venezia (2015); “The Encyclopedic Palace”, 55 Biennale di Venezia (2013); “Museum as Hub: Walking Drifting Dragging”, New
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Sem título, da série Composição com sofás, 2012 impressão fotográfica sobre papel de algodão Edição: 1 P. A. | 75 x 100 cm Cortesia: artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo
Museum, Nova York (2013); “Imagine Brazil”, Astrup Fearnley Museet, Oslo, Noruega (2013); Entre-temps... Brusquement, et ensuite, 12e Biennale de Lyon, França (2013); Bienal de Montevideo, Uruguai (2013); Bienal de Benin, Cotonou, Benin (2012-2013); “Il va se passer quelque chose”, Maison de l’Amérique Latine, Paris (2012). Suas mostras individuais recentes incluem: “Genocide in Americas”, Meyer Riegger, Berlim (2015); “Che Cherera”, Mendes Wood DM, São Paulo (2014); “Banderas rotas”, Galleria Franco Noero, Turim, Itália (2014); ”The Journal”, Institute for Contemporary Arts, Londres (2014); Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo (2012-2013), no Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2007) e no Centro Cultural São Paulo, São Paulo (2009). É representado pela galeria Mendes Wood DM, São Paulo.
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Sem título, da série Notícias de América, 2011 impressão fotográfica sobre papel de algodão Edição: 1/5 + 2 P. A. | 75 x 100 cm Cortesia: artista e Galeria Mendes Wood DM, São Paulo
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RAPHAEL COUTO
[São Gonçalo, RJ, 1983] É mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pela Universidade Federal Fluminense e professor do Colégio Pedro II. Participa de exposições e festivais de performance no Brasil e no exterior desde 2004. Tem trabalhos em diversas coleções privadas, destacando-se as coleções Joaquim Paiva e Gilberto Chateaubriand (ambas em comodato no MAM/RJ). É representado pela Mercedes Viegas Arte Contemporânea no Rio de Janeiro. Vive e trabalha entre São Gonçalo e Rio de Janeiro.
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Estudo para desenho geométrico #01, 2015 C-print | 66 x 100 cm
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Véu, 2015 C-print | 100 x 66 cm
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Buquê #07, 2014 C-print | 100 x 66 cm
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RODRIGO BRAGA
[Manaus, AM, 1976] Nascido em Manaus, logo se mudou para Recife, onde se graduou em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Expõe com regularidade desde 1999, e em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Recebeu Prêmio Marcantonio Vilaça – Funarte/ MinC (2009); o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia (2010), o Prêmio Pipa/MAM-RJ Voto Popular (2012) e o Prêmio Masp Talento Emergente (2013). Tem obras em acervos particulares e institucionais no Brasil e no exterior, como MAM-SP, MAM-RJ e Maison Européenne de La Photographie, Paris. Este ano, apresentou a instalação Tombo, na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro. É representado pela Amparo Sessenta Galeria, em Recife, e pela Galeria Vermelho, em São Paulo. Atualmente vive no Rio de Janeiro.
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Sentinela do rio, 2010 impressão em jato de tinta em papel de algodão 80 x 80 cm
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Campo de espera, 2011 impressão em jato de tinta em papel de algodão 80 x 120 cm
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llha-mar, 2013 impressão em jato de tinta em papel de algodão 80 x 120 cm
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YURI FIRMEZA
[São Paulo, SP, 1982] Mestre em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo/ECA-USP (2008), graduou-se em Artes Visuais pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza (2005). Tem participado de importantes exposições em diversos espaços públicos e privados, e possui obras em vários museus e relevantes coleções particulares. É representado pela Galeria Athena Contemporânea, no Rio de Janeiro, e pela Casa Triângulo, em São Paulo. Vive e trabalha entre São Paulo e Fortaleza.
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Ruína #4, 2014 impressão em jato de tinta sobre papel de algodão | 80 x 120 cm
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Ruína #7, 2014 impressão em jato de tinta sobre papel de algodão | 80 x 120 cm
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Ruína #3, 2014 impressão em jato de tinta sobre papel de algodão | 80 x 120 cm
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NOVOS TALENTOS FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL 25 de novembro de 2015 a 17 de janeiro de 2016 Caixa Cultural Brasília Galerias Piccola I e II SBS Quadra 4 Lotes 3/4 Edifício anexo à Matriz da Caixa [61] 3206-9448 | 3206-9449
acesse www.caixacultural.gov.br baixe o aplicativo Caixa Cultural curta facebook.com/CaixaCulturalBrasilia
Bruna Lessa CRB-5/1764 C837 Costa, Afonso Henrique Novos talentos: fotografia contemporânea no Brasil [catálogo da exposição] / prefácio e organização de Afonso Henrique Costa ; curadoria e texto de Vanda Maria Mangia Klabin; [artistas] Alexandre Mury ... [et al.]. – Rio de Janeiro : R&L Produtores Associados, 2015. 36 p.: il. color. Revisor: Rosalina Gouveia; projeto gráfico: Danowski Design; editor: Lucas Lins Gesteira e Rodrigo Andrade Alvarenga. Patrocínio: Caixa Cultural. ISBN 978-85-67067-11-7 1. Arte contemporânea – Brasil. I. Klabin, Vanda Mangia. II. Mury, Alexandre. III. Pinheiro, Márcio Soares. IV. Título. CDU – 72/76(81) CDD – 709.81
EXPOSIÇÃO E CATÁLOGO Realização R&L Produtores Associados
Impressão Ultraset
Direção de produção Rodrigo Andrade
Assessoria de imprensa Ricardo Torres
Gestão de projeto Lucas Lins
Cenotécnica Mário Costa | Claquete
Idealização, montagem e coordenação geral Afonso Henrique Costa
Iluminação Milton Giglio | Atelier da Luz Transporte Artquality
Curadoria Vanda Klabin Identidade visual e projeto gráfico Danowski Design Sula Danowski Carolina Müller Machado Biatriz Barbosa Revisão de texto Rosalina Gouveia
REALIZAÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
Seguro Affinité Agradecimentos Filipe Masini Galeria Athena Contemporânea Galeria Nara Roesler Galeria Millan Mendes Wood DM Neide e Liecil Oliveira
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