A terceira parte deste relatório é relativa ao acervo de filmes e vídeos de artistas da Pinacoteca de São Paulo. Neste caso foi apurada qual a metodologia de indexação e preservação das obras da coleção do museu. O intuito aqui foi o de se apontar qual a prática deste museu no que concerne ao protocolo de cadastramento e conservação de obras desta natureza. No Brasil, genericamente, não existem protocolos definidos por museus e instituições culturais voltado para a conservação de obras audiovisuais2. Este é um tema fundamental para ser discutido, porque se estamos trabalhando com obras realizadas a partir de mídias ou suportes baseados em tecnologias ou em modos de produção que se tornam obsoletos muito rapidamente, é muito grave não termos uma cultura arquivista dedicada para isso. Da mesma forma, não existem departamentos especializados nesta matéria ou em obras de arte produzidas em formatos audiovisuais, tarefa museológica realizada geralmente pela equipe dos setores de artes visuais. A quarta parte trata da questão da preservação de obras em time based media. A produção artística em novas mídias (filme, vídeo, computador etc) e em formatos como instalações e performances, que se intensificou a partir da década de 1960, implicou na necessidade das instituições museológicas criarem departamentos de preservação e conservação especializados. Produzidas em suportes instáveis, não convencionais e cuja obsolescência tecnológica é um fator intrínseco, no que concerne às novas mídias, o desafio que se apresenta trata da permanência destas produções como patrimônio cultural, sua atualização técnico-formal e a viabilidade de serem exibidas em épocas em que certamente o dispositivo tecnológico que as originou não existirá mais. São introduzidas, a título de referência, as experiências do Museum of Modern Art de Nova Iorque (MoMA), do Metropolitan Museum, da Solomon Guggenheim Foundation e do projeto Matters in Media Art, uma plataforma sobre conservação de obras em time based media, desenvolvida em parceria com a New Art Trust, San Francisco Museum of Modern Art (SFMOMA), Tate Modern e com o próprio Museum of Modern Art de Nova 2 Aqui não me refiro à Cinemateca Brasileira, que apesar de ter este protocolo muito bem definido, não
abriga em seu acervo obras desta natureza.
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