MEMORIAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

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V___________________________________________ ILMA APARECIDA BOTELHO FREITAS

MEMORIAL

Memorial apresentado como requisito parcial para promoção à Classe de Professor Titular da Carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.

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Dá-me a tua mão clarice lispector

Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.



resumo

Minha vida profissional compreende

29 anos de trabalho dedicados ao Ensino Fundamental. Desses, 27 anos foram vivenciados na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (ESEBA/UFU).

Neste Memorial, começo a relatar te-

cendo alguns comentários da minha trajetória a partir da conclusão da minha graduação. Para conhecer um pouco de minha história, dá-me a tua mão.

Graduei-me em Letras pela Universida-

de Federal de Uberlândia, em 1984. Trabalhei de 1984 a 1986 na escola de idiomas FISK, como professora de Língua Inglesa. Nesse mesmo período, ministrei aulas de Língua Portuguesa na Escola Estadual Tubal Vilela da Silva para alunos do Ensino Fundamental. Em fevereiro de 1987, comecei meu trabalho na Escola de Educação Básica da UFU (ESEBA), como professora, cargo que ocupo até o presente momento (2014).

Em 1988, conclui minha Especializa-

ção em Didática do Magistério do 3º grau


pela UNIFRAN, Franca-SP. Meu Mestrado em Linguística aconteceu de 2002 a 2004 e foi, para mim, um marco significativo nos âmbitos pessoal e profissional. Iniciei o Doutorado em 2009 e o concluí em fevereiro de 2013.

Em 2003, comecei meus estudos em

Psicanálise, campo que significou um diferencial em meu fazer docente e no modo de perceber as questões relacionais.

No decorrer desses 29 anos de profis-

são, na ESEBA, além das aulas ministradas, fui coordenadora da Área de Línguas Estrangeiras, desenvolvi pesquisas, orientei alunos em iniciação científica, coordenei projetos de ensino e de extensão, acompanhei estagiários do curso de Letras, fui parecerista da Revista Olhares & Trilhas, fui membro de bancas examinadoras, participei de cursos de formação, ministrei diversos minicursos e oficinas, proferi palestras, produzi artigos e participei de eventos acadêmicos em minha área de atuação, dentre outras atividades.



sumรกrio


1. introdução

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2. dos objetivos deste memorial

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3 . da m i n h a t r a j e t ó r i a profissional

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4 . da m i n h a f o r m a ç ã o acadêmica

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5 . d o m e u t r a ba l h o e da minha produção bibliográfica e acadêmica

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6. momento de concluir

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7. referências

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a n e x o s e c o m p r o va n t e s a pa r t i r d e 2 0 0 0

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01.

introdução


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O percurso profissional solicita do docente um cons-

tante movimento, seja quando ensina, quando se mantém em uma formação contínua, quando faz pesquisa, faz extensão, representa alguma instância institucional, gere pessoas ou projetos ou ainda produz e divulga conhecimentos.

Isso pode ocorrer porque as demandas advindas

da dinâmica institucional e dos processos de ensinar e de aprender vão se apresentando e podem instigar o docente a investir subjetivamente em seu objeto de trabalho, lançando-se em uma contínua formação e (re)inventando-se sempre. Nesse sentido, parece-me possível pontuar que o tornarse professor é algo da ordem do inacabado justamente pela singularidade e pela diferença que cada situação instaura.

Estabelecer o estatuto da diferença em diversos âm-

bitos em minha área de atuação seria colocar em cena o momento único de ensinar, identificando a descontinuidade (do que se planeja ensinar) em relação à unidade (do planejamento global). Em outras palavras, ensinar seria acolher a singularidade na dimensão do comum.

Afinal, na dinâmica da sala de aula há algo que

transborda, que excede, que desordena e que extrapola, a todo o momento, justamente porque há um possível e um impossível quando ensinamos.

Minha história na docência não foi alheia a esse pro-

cesso. Nessa vivência, lancei-me em cursos de formação outros, diferentes daqueles cujo foco é o fazer metodológico. Neste Memorial refaço o caminho que trilhei ao longo dos anos apontando momentos significativos para minha formação acadêmica e para minha atuação docente.


02.

Dos Objetivos deste Memorial


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Sou professora do Ensino Fundamental desde 1984. Ingressei no quadro

de docentes da UFU em 1987 e obtive minha última progressão funcional em julho de 2011, quando passei para a Classe D4 – Nível 4 – Mestrado (anteriormente, denominada Classe D5 Nível 3). Com o título de doutora, em fevereiro de 2013, reposicionei-me na carreira, passando à Classe D4 – Nível 4 – Doutorado, tal fato me possibilita pleitear um novo enquadramento na carreira.

Nesse sentido, em consonância com a Resolução Nº 04/20141, após meu re-

latório para promoção ter sido aprovado por uma Comissão Interna, composta por docentes da ESEBA, este Memorial vem atender a mais um requisito exigido e que, após sua apreciação, irá montar meu processo de ascensão ao nível de Professora Titular. Para tanto, passo a fazer uma retrospectiva da minha trajetória profissional, do meu desempenho acadêmico e de minha formação acadêmica.

Concebo que a produção desse Memorial me oportuniza, como autora, re-

visitar meu percurso e retomar vários momentos e sentimentos que vieram compor a minha história, agora organizada em palavras.

Arenhaldt (2010, p. 20) vem nos dizer que ser autor é dizer a sua própria palavra, compreender o seu mundo, fazer e escrever sua própria história. trata-se de um movimento que produz um conhecimento alicerçado na vida, na experiência, que é em si singular, mas produzido na relação com o outro, com o mundo, neste caso com a educação, a escola e a constituição da docência na pessoa. escrever um memorial é mostrar-se, publicizar-se, é assumir-se autor de si. escrever um memorial é permitir-se reconhecer e transformar o modo como nos fizemos ser o professor que somos. escrever um memorial é ressentir os afetos, sentidos e significados de ser e estar docente.

Inicio, então, com minha trajetória profissional.

1 RESOLUÇÃO 04/2014 DO CONSELHO DIRETOR QUE REGULAMENTA A AVALIAÇÃO DOCENTE NO QUE SE REFERE À PROGRESSÃO, À PROMOÇÃO E À ACELERAÇÃO DA PROMOÇÃO NAS CARREIRAS DE MAGISTÉRIO SUPERIOR E DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO DO PESSOAL DOCENTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, VIA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHODISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.PROREH.UFU.BR/SITES/PROREH.UFU.BR/FILES/CONTEUDO/LEGISLACAO/ LEG_LEG_RESOLUCAOCONDIR-2014-4_1.PDF ACESSO EM: 20 DE AGOSTO DE 2014.


03.

Da minha Trajet贸ria Profissional


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Durante a graduação, tinha como

objetivo primeiro trabalhar com a Língua Inglesa, que era um encantamento meu, desde adolescente. A oportunidade surgiu logo que terminei o curso de Letras: o FISK, Escola de Idiomas, estava selecionando professores de inglês para compor o quadro docente. Nessa escola trabalhei com crianças, adolescentes e adultos, de 1984 a 1986.

Concomitante ao trabalho no FISK,

ministrei aulas de Língua Portuguesa na Escola Estadual Tubal Vilela da Silva para alunos do Ensino Fundamental.

Há 27 anos, mais especificamente,

em fevereiro de 1987, após aprovação em concurso público realizado em 1986, ingressei na carreira docente da Universidade Federal de Uberlândia, para atuar na Escola de Educação Básica (ESEBA), local onde tenho ministrado aulas de Língua Inglesa até o presente momento.

Durante esses anos, envolvi-me em

diversos projetos de ensino, pesquisa e extensão, bem como estive como coordenadora da minha Área de ensino: a área de Línguas Estrangeiras. Algumas dessas atividades estão listadas, na sequência.


04.

Da minha Formação Acadêmica


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Cursei a graduação em Letras de 1980 a 1984, na Univer-

sidade Federal de Uberlândia. O Curso de Especialização em Didática do Magistério do 3º grau foi realizado de 1987 a 1988, na UNIFRAN (Franca-SP). Meu Mestrado em Linguística aconteceu de 2002 a 2004; e, o Doutorado em Estudos Linguísticos de 2009 a fevereiro de 2013. Ambos realizados na UFU.

Em 2003, busquei uma formação complementar, inicial-

mente, porque ao vivenciar a experiência de análise do corpus da minha pesquisa de mestrado, percebi que meus dados pareciam demandar um construto teórico outro, diferente do que havia feito parte da minha formação, até então. Assim, iniciei meus estudos em Psicanálise com um grupo de psicanalistas, no Centro de Estudos e Eventos em Psicanálise de Uberlândia (CEEPU).

Na sequência, em 2004, participei do curso “O ser humano

- uma visão psicanalítica”, em Psicanálise (CEEPU) e do Curso de Introdução à leitura de Lacan (Clínica Freudiana), com a duração de um ano. De 2009 a 2012, participei de diversos cursos sobre a teoria lacaniana, na Clínica Freudiana.

Desde 2002, quando ingressei no Mestrado, estive vinculada

a grupos de estudos e pesquisa do ILEEL/UFU que se dedicavam às questões da linguagem e da subjetividade. Esses grupos foram o GPAD (Grupo de Pesquisa em Análise do Discurso), o GELP (Grupo de Estudos em Linguagem e Psicanálise) e o GELS (Grupo de Estudos em Linguagem e Subjetividade).

Avalio que essa formação foi significativa para minha vida

pessoal e profissional porque me possibilitou outra percepção sobre as relações que estabelecemos com o outro e com a língua estrangeira, bem como sobre o modo como vivenciamos os processos de ensino e de aprendizagem.

A seguir, registro as atividades que desenvolvi em meu tra-

balho na ESEBA e em outros espaços, tais como no Instituto de Letras e Linguística da UFU, e relato ainda a minha produção bibliográfica e acadêmica.


05.

Do meu Trabalho e da minha Produção Bibliográfica e Acadêmica


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Meu trabalho na ESEBA sempre de-

mandou diferentes investimentos em diferentes campos. Nesse sentido, busquei desenvolver e estar presente em várias frentes de trabalho. A seguir, faço a retrospectiva2 de alguns desses momentos.

Começando em 1992.

Nesse ano, a ESEBA promoveu a I Se-

mana Cultural3. Esse evento possibilitou que os alunos entrassem em contato com diferentes aspectos culturais, tais como, linguísticos, artísticos, étnico-raciais, dentre outros, nos diversos conteúdos curriculares. Nessa Semana, ministrei com as outras professoras de línguas estrangeiras (Francês e Inglês) o curso “Jeux and plays”. Nesse curso, desenvolvemos atividades lúdicas, enlaçando essas duas línguas estrangeiras. Em 1993, aconteceu a II Semana Cultural (foto) e nela ministrei a oficina “Franco-Britânica”. Nesses dois momentos, apresentamos aspectos das culturas britânica e francesa, trabalhando com algumas músicas, pequenas encenações, brincadeiras típicas desses lugares, dentre outras atividades.

2 MEU CURRÍCULO LATTES PODE SER ACESSADO EM HTTP://LATTES.CNPQ.BR/1541752485007454 3 OS DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS ESTÃO NESTE MEMORIAL A PARTIR DESSE EVENTO.


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Em 1994, apresentei o trabalho intitulado “O inglês na

ESEBA” e ministrei a oficina “Games, songs and chants in the classroom”, no I Congresso de Educação Básica, evento que foi promovido pela ESEBA.

Em 1995, aconteceu o “7º Encontro de ex-alunos” da

ESEBA. Esse Encontro foi significativo para nós professores e para os alunos egressos, porque tivemos a oportunidade de reencontrar e conhecer um pouco do que nossos ex-alunos estavam vivenciando naquele momento. Nesse evento, coordenei a oficina “Let’s have fun”.

Em 1996, participei da comissão que organizou o cur-


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II SEMANA CULTURAL - ”FRANCO-BRITÂNICA”

so de extensão “Dificuldades no ensino de língua estrangeira moderna”. Esse evento tinha como objetivo maior promover discussões com outros professores ligados ao Ensino Fundamental para juntos pensarmos algumas questões que nos causavam preocupações, tais como as avaliações, os programas de ensino, dentre outras.

Periodicamente, a UFU promove eventos públicos nos

quais pesquisadores podem apresentar seus trabalhos e suas pesquisas. Esses eventos são chamados UFU Aberta. No evento de 2000, ministrei a oficina “Aprender inglês não é só aprender gramática” a qual foi destinada aos professores de lín-


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guas estrangeiras. O objetivo maior dessa iniciativa era pensar em modos de implementar metodologias para incentivar nossos alunos a falarem essa língua estrangeira, mesmo tendo que lidar com uma realidade bastante dura em relação ao grande número de alunos na sala de aula.

Hoje, retomando a minha história, vejo que

até 1999, participei de diversos minicursos, palestras e outros, apenas como ouvinte. Minha produção me pareceu, de certo modo, tímida. Mas isso se deslocou. O que considero absolutamente positivo.

De 1999 a 2002, desenvolvi o projeto de ensino

muito interessante intitulado Parcel of English com os alunos dos 7os anos. Esse projeto visava a oportunizar meus alunos a trocarem correspondência com estudantes de outros países que estudavam inglês como língua estrangeira e que tinham o mesmo nível de conhecimento linguístico. Nesse período, correspondemos com estudantes da Eslovênia, Rússia, Polônia, Argentina, Bélgica, dentre outros países.

Esse projeto foi expressivo para todos nós por-

que tanto eu quanto os alunos nos sentimos absolutamente motivados para o estudo da língua e ainda tivemos a oportunidade de relatar aos “amigos por correspondência” (penfriends) um pouco das nossas rotinas, da nossa escola, da nossa cidade e do nosso país. Nessa mesma perspectiva, conhecemos um pouco das histórias desses novos amigos estrangeiros. Lembro-me que quando as correspondências desses


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estrangeiros chegavam, os alunos se entusiasmavam muito e queriam respondê-las, imediatamente. Essa experiência foi muito produtiva.

Ao ler os textos que meus alunos escreviam,

observei que esses deixavam flagrar elementos de brasilidade muito ricos de um modo de ser brasileiro, ou ainda, de se sentir brasileiro. Assim, tomei as produções escritas de 2002 como corpus de análise em minha pesquisa de mestrado4. Nessa pesquisa investiguei alguns traços da identidade nacional presentes nos textos que enviamos aos penfriends e algumas marcas da relação desses alunos com a língua inglesa.

Na sequência, apresento três correspondências

enviadas por alunos da Rússia, Eslovênia e Hungria.

carta recebida de um amigo por correspondência da rússia

4 MINHA DISSERTAÇÃO QUE SE INTITULA DIMENSÕES DA IDENTIDADE NACIONAL NO CONTATO-CONFRONTO COM A LÍNGUA ESTRANGEIRA FOI DEFENDIDA NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DO INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, EM 2004.


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carta recebida de uma amiga por correspondĂŞncia da eslovĂŞnia


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carta recebida de uma amiga por correspondĂŞncia da hungria


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Durante o meu Mestrado (2002-2004), estive liberada

da sala de aula. Em 2002, diante das contingências que vivenciávamos naquele momento na escola, tive que continuar participando quinzenalmente das reuniões de planejamento com a professora que me substituiu. Ainda nesse período, fui membro de comissão julgadora Processo Seletivo Simplificado, em 2002, para Professor Substituto de Inglês. Em 2003 fui membro da Comissão Julgadora em um Concurso Público para contratação de Professor Efetivo de Inglês da ESEBA.

Nesse período, participei, como pesquisadora, do Gru-

po5 de Pesquisa em Análise do Discurso (GPAD), vinculado ao ILEEL/UFU, na linha de pesquisa “Práticas de subjetivação e construções identitárias no contexto de ensino-aprendizagem de línguas”.

A partir da minha entrada no mestrado, acentuei meu

envolvimento com congressos e encontros acadêmicos, não apenas como ouvinte, mas como apresentadora de trabalhos. Assim, em 2003, apresentei os seguintes trabalhos: 1) “Dimensões da identidade nacional a partir do contato/confronto com uma língua estrangeira”, no 51º GEL, na Universidade de Taubaté (UNITAU/USP); 2) “Outras perspectivas na formação do professor de LE”, no V Seminário de Línguas Estrangeiras, na Universidade Federal de Goiás (UFG); e 3) “Dimensões da identidade nacional no contato/confronto com uma língua estrangeira”, no Seminário de Pesquisa em Linguística e Linguística Aplicada (SEPELLA/UFU).

Em março de 2004, ao concluir meu mestrado, voltei

5 REF. UFU 65901 CAPES/CNPQ.


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para a sala de aula. Além das atividades de ensino, fui membro de duas comissões na ESEBA: uma comissão que se dedicou a criar e implementar ações extra-curriculares durante o intervalo do lanche dos alunos, transformando esse momento em um Recreio Orientado, com atividades culturais e educativas; e, a outra comissão que tinha a tarefa de planejar a programação da Semana da criança e do jovem.

Ainda em 2004, na ESEBA, fui coordenadora da área

de línguas estrangeiras; acompanhei seis estagiários do curso de Letras; orientei alunos da ESEBA que desenvolveram a pesquisa intitulada “Trick or Treat” (foto); e acompanhei esses mesmos alunos na apresentação dos resultados dessa pesquisa, na IV Feira Cultural (VI FECON).

GRUPO QUE DESENVOLVEU A PESQUISA ”TRICK OR TREAT”, EM 2004


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Nesse mesmo ano, 2004, proferi a palestra intitula-

da “Produção escrita: possibilidades de contatos/confrontos subjetivos no ensino de línguas”, na VI JOLEM – Jornada de Línguas Estrangeiras e Materna, promovida pela Central de Línguas – CELINUFU; apresentei o trabalho “O significante brasileiro e os contornos da identidade/identificação nacional”, no I Seminário de Pesquisa em Análise do Discurso: sujeito, memória e identidade, na UFU; e fui membro da Comissão Julgadora do Processo Seletivo Simplificado para contratação de Professor Substituto de Inglês da ESEBA.

Até 2004, os alunos da ESEBA desenvolveram pesqui-

sas nas quais falavam sobre um tema que haviam escolhido, predominantemente, mas não se posicionavam criticamente a respeito do que estudavam. Esse modo de fazer pesquisa, entretanto, parecia não instigar nossos alunos a tomarem a palavra, ao levantarem hipóteses sobre um objeto, estabelecerem metodologias para verificação e argumentarem sobre o que fora observado.

Nesse sentido, em 2005, nós professores avaliamos que

seria consideravelmente importante oferecer aos nossos discentes uma experiência de pesquisa nos moldes da pesquisa científica. Nesse novo formato, fui membro de uma comissão que construiu uma proposta para a implementação do Programa de Iniciação Científica Discente (PICD 2005), e orientei alunos no desenvolvimento da pesquisa Anorexia e bulimia.

Ainda em 2005, na ESEBA, fui coordenadora da área

de línguas estrangeiras; e participei de duas comissões julgadoras de Processos Seletivos para contratação de professores substitutos (Inglês e Espanhol). No Instituto de Letras da UFU, fui membro da comissão que estudou a viabilidade de implantação do curso de doutorado em Linguística, no Programa de


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Pós-Graduação do Instituto de Letras e Linguística da UFU; e proferi palestras: 1) em reunião acadêmica da Central de Línguas da UFU; 2) no Fórum de Discussão da Prática de Ensino de Inglês em Serviço; 3) no Curso de Especialização em Linguística, minha palestra se intitulou “Identidade nacional: possibilidades e identificações singulares de ser brasileiro”; e 4) para alunos do curso de Letras, proferi a palestra “Os processos de identificação com a língua estrangeira e o professor em formação”.

Em 2006, na ESEBA, participei da comissão que via-

bilizou as reuniões de orientação de pesquisas em iniciação científica discente na ESEBA; da comissão organizadora do I Congresso de Iniciação Científica Discente da ESEBA; e fui presidente da Comissão Julgadora do Processo Seletivo para contratação temporária de Professor Substituto para a Área de Língua Estrangeira - Francês.

Ainda nesse ano, apresentei o trabalho “Identidade/

identificação nacional: Singularidades do sujeito brasileiro” no Seminário de Pesquisa em Análise do Discurso: Percursos de Análise do Discurso no Brasil. Nesse mesmo evento fui membro do conselho editorial para apreciação de artigos a serem publicados no livro do Seminário; apresentei o trabalho “Ser e sentir-se brasileiro: O sujeito nacional flagrado em seu dizer” no XI Simpósio Nacional e I Simpósio Internacional de Letras e Linguística – Linguagem e Cultura: Intersecções (XI SILEL), e publiquei meu texto completo nos Anais6 desse evento. Esses dois eventos foram promovidos pelo Instituto de Letras e Linguística da UFU.

Além dessas atividades, em 2006, apresentei a pesqui-

sa que desenvolvi no mestrado no I Colóquio Internacional de Análise do Discurso, evento promovido pela Universidade

6 MEU TEXTO PODE SER ACESSADO EM HTTP://WWW.FILOLOGIA.ORG.BR/ILEEL/SUMARIO.HTML


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Federal de São Carlos (UFSCAR); e ingressei no Grupo de Estudos sobre Linguagem e Psicanálise (GELP), no ILEEL/UFU.

Em 2007, ministrei a oficina “Subjetividade no contex-

to de ensino-aprendizagem de línguas”, para alunos do curso de Pedagogia, da Faculdade Católica de Uberlândia; fui presidente da comissão que implantou e coordenou o Programa de Iniciação Científica Discente na ESEBA; e fui presidente da comissão organizadora do II Congresso de Iniciação Científica Discente da ESEBA. Esse Congresso tinha como objetivo oportunizar aos alunos a apresentação dos resultados de suas pesquisas, em forma de comunicações, mesas redondas, apresentações culturais ou de outras maneiras.

Nesse mesmo ano (2007), desenvolvi com as professo-

ras Ana Cláudia C. Salum, Vilma A. Gomes e Cláudia Goulart uma pesquisa que tinha como objetivo analisar o modo como a leitura era trabalhada nos livros didáticos que havíamos adotado. A pesquisa7 aconteceu em 2007 e 2008 e foi intitulada “A interpretação como processo discursivo”.

Ainda em 2007, na ESEBA, participei de comissão jul-

gadora do Processo Seletivo para contratação de professor substituto de inglês, de nossa escola; orientei alunos no desenvolvimento de uma pesquisa em formato de iniciação científica (foto); e acompanhei a apresentação desses orientandos no II Congresso de Iniciação Científica da ESEBA.

7 OS RESULTADOS DESSA PESQUISA FORAM PUBLICADOS EM ARTIGO NA REVISTA LINGUÍSTICA IN FOCUS, V. 6, SUJEITO E SUBJETIVIDADE: DISCURSIVIDADES CONTEMPORÂNEAS (ILEEL/UFU).


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REUNIÃO DE ORIENTAÇÃO DA PESQUISA ”CARROS TUNING”, EM 2007

No ILEEL, fui membro da comissão organizadora

do III SEMAD (III Seminário em Análise do Discurso).

Nesse mesmo ano (2007), participei de um projeto de

extensão que visava a estabelecer um estágio mais abrangente. Esse projeto foi executado por mim e pelas outras professoras de Inglês e de Francês em parceria com o ILEEL e propunha que os estagiários dedicassem 60 horas de trabalho distribuídas em tarefas diversas, tais como observações e ministração de aulas, atendimento em plantões, planejamentos, acompanhamento dos alunos em recreios e participação de grupos de estudo.

Com essa configuração de estágio supervisionado,

recebi e acompanhei quinze estagiários advindos do cur-


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so de Letras. Ao final desse ano, convidei as quatro estagiárias do segundo semestre para participarem de uma pesquisa que intencionava desenvolver. Com a resposta positiva dessas estagiárias, a partir de 2009, iniciei uma pesquisa que se tornou, posteriormente, minha tese8.

PROJETO DE EXTENSÃO COM ESTAGIÁRIOS DO ILEEL/UFU - GRUPO DE ESTUDOS, EM 2007

Ainda em 2007, fui membro do Grupo de Pesquisa

em Análise do Discurso (GPAD), no ILEEL; apresentei o trabalho “A língua estrangeira (LE) como elemento constitutivo de subjetividades”, no VIII Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada (ALAB/CBLA), na Universidade de Brasília (UNB); e o comunicado “Subjetividade e identidade nacional no contato/confronto com uma língua estran-

8 MINHA TESE INTITULADA O PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: DAS TEORIAS ESTUDADAS ÀS SAÍDAS SINGULARES ESTÁ DISPONÍVEL EM HTTP://WWW.BDTD.UFU.BR//TDE_BUSCA/ARQUIVO.PHP?CODARQUIVO=4994


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geira”, no I Seminário de Pesquisa do Núcleo de Pesquisa sobre Práticas Escolares (NUPEPE), promovido pela ESEBA.

Em 2008, organizei e produzi o CD registrando diversos

momentos das orientações e das apresentações dos grupos no II Congresso de Iniciação Científica Discente da ESEBA. Para a produção do CD, selecionei as fotos, editei os vídeos, formatei os resumos e os textos completos referentes aos resultados das pesquisas desenvolvidas em 2007.

Diante dos resultados obtidos no Programa de Iniciação

Científica na ESEBA (PICD), algumas escolas de nossa cidade nos procuraram para conhecer como foi o nosso trabalho. Para atendermos a essa demanda, nesse ano (2008), promovemos um Curso de Extensão intitulado Pesquisas em Iniciação Científica Discente. Nesse evento, ministrei três minicursos: 1) “Problematização da pesquisa de iniciação científica”; 2) “Definição da linha de pesquisa nos projetos de iniciação científica discente”; e 3) “Os instrumentos de coleta de dados nos projetos de pesquisa de iniciação científica discente”.


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Ainda em 2008, fui coordenadora da mi-

nha área (Línguas Estrangeiras); fui membro da comissão que estudou a viabilidade de implantação do Ensino Médio na ESEBA, construindo uma proposta pedagógica para esse nível de ensino; e trabalhei como parecerista da Revista9 Olhares e Trilhas.

Nesse mesmo ano (2008), participei de uma

mesa redonda, no III Seminário de Pesquisa em Análise do Discurso, no ILEEL, apresentando a conferência “Interpretar: uma possibilidade de emergência do sujeito desejante”. Esse mesmo comunicado foi apresentado aos membros do Núcleo de Pesquisa da ESEBA (NUPEPE).

No PICD 2008/ESEBA, orientei um grupo

de alunos (foto) no desenvolvimento da pesquisa intitulada “Cinema e literatura”. Nessa pesquisa, o grupo desenvolveu uma análise contrastiva de um trecho do livro e do filme “Crônicas de Nárnia – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, com o intuito de observar como aconteceram os recursos escritos e fílmicos, bem como o alcanse desses. 9 REVISTA OLHARES E TRILHAS – ISSN 1983-3857 HTTP://WWW.SEER.UFU.BR/INDEX.PHP/OLHARESETRILHAS/INDEX


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II CONGRESSO DO PICD 2008 – CRÔNICAS DE NÁRNIA – PESQUISA ”CINEMA E LITERATURA”

Ainda em 2008, vivenciei uma experiência

significativa em minha carreira como educadora: participar de uma Oficina Psicoeducacional desenvolvida em uma de minhas turmas de 7º ano que vivenciava um conflito relacional entre algumas alunas.

Para lidar com essa situação, o grupo de

psicólogas da ESEBA me convidou para participar de uma Oficina de Convivência (foto) com as alunas envolvidas. Os encontros aconteceram de agosto a novembro em horário diferente ao das aulas regulares. Durante as dinâmicas, essas alunas deixaram flagrar questões de diversas ordens que nos possibilitaram fazer pontuações e dar encaminhamentos oportunos. O resultado final


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desses encontros foi absolutamente positivo, porque possibilitou que se estabelecessem laços entre as participantes da oficina. Todas nós aprendemos muito com esse trabalho, principalmente no que diz respeito ao reconhecimento e acolhimento da singularidade de cada uma das alunas envolvidas.

OFICINA PSICOEDUCACIONAL (OFICINA DE CONVIVÊNCIA) COM ALUNAS DO 7º ANO

Nesse mesmo ano (2008), publiquei os artigos: 1) “Subjetividade

e identidade nacional no contato/confronto com uma língua estrangeira”, no livro digital do I Seminário de pesquisa do Núcleo de Pesquisa sobre Práticas Escolares (NUPEPE/ESEBA); e 2) “Ser e sentir-se brasileiro: o sujeito nacional flagrado em seu dizer”, no livro digital “Múltiplas perspectivas em Linguística10”.

Em 2009, iniciei meu curso de doutorado. Nesse ano, na ESEBA,

ministrei aulas; compus duas comissões para avaliação de progressão docente das professoras Selma Sueli S. Guimarães e Quênia C. Sales; participei de fóruns de avaliação qualitativa dos discentes, que eram momentos em que avaliávamos com os alunos o desempenho acadêmico de cada um deles; coordenei a apresentação de comunicados de pesquisa no IV Congresso de Iniciação Científica Discente, evento que 10 CD ROM ”MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS EM LINGUÍSTICA” – ISBN 978-85-7078-200-7


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congregou as pesquisas desenvolvidas no PICD-2009; e participei do 1º e do 2º Seminários da Carta de Princípios. Nesses Seminários discutimos e elaboramos a reestruturação do Projeto Político Pedagógico da ESEBA.

Ainda em 2009, apresentei o trabalho intitulado “Movimentos subjetivos

do professor de línguas”, no XII SILEL – II Simpósio Internacional de Letras e Linguística, (ILEEL/UFU); e no II Workshop do GELS (ILEEL/UFU). Nesse último evento, participei da comissão organizadora e publiquei o resumo expandido para ser apreciado por um professor convidado de outra instituição.

Nesse ano, apresentei ainda o trabalho intitulado “Movimentos subje-

tivos do professor de língua estrangeira”, no VII SEPELLA (VII Seminário de Pesquisas em Linguística e Linguística Aplicada). Nesse mesmo ano, publiquei 1) o resumo intitulado “Subjetividades em construção: discursos e fazeres do professor de línguas”, no II CIAD (Colóquio Internacional de Análise do Discurso) - A ordem do olhar: Discurso, Semiologia e História, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); 2) o capítulo intitulado “Aspectos da subjetividade brasileira no contato/confronto com uma língua estrangeira”11, no livro Ensino e aprendizagem de línguas e a formação do professor: perspectivas discursivas; e o artigo intitulado “Interpretar: uma possibilidade de emergência do sujeito desejante”12, na Revista do ILEEL/UFU Linguística in Focus, v. 6, Sujeito e subjetividade: discursividades contemporâneas.

Ensino e aprendizagem de línguas e a for-

Linguística in Focus, v. 6, Sujeito e subjeti-

mação do professor: perspectivas discursivas

vidade: discursividades contemporâneas

11 FREITAS, V. A. B. ASPECTOS DA SUBJETIVIDADE BRASILEIRA NO CONTATO/CONFRONTO COM UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA. IN BERTOLDO, E. S. (ORG) ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR: PERSPECTIVAS DISCURSIVAS. SÃO PAULO: CLARALUZ EDITORA. 2009. P. 71-88. ISBN: 9788588638501 12 REVISA LINGUÍSTICA IN FOCUS, V. 6. UBERLÂNDIA: EDUFU. 2009. P. 139-160. ISBN: 9788570782144


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No ILEEL, compus a comissão organizadora do II

Workshop do Grupo de Pesquisa e Estudos em Linguagem e Subjetividade (GELS/ILEEL/UFU)

De 2010 a 2012 estive liberada para cursar o Doutorado.

Apesar da minha liberação, em 2010, participei da co-

missão julgadora do Processo Seletivo Simplificado para contratação de Professor Substituto de inglês da ESEBA e do Concurso Público para contratação de Professor Efetivo de língua inglesa da ESEBA.

Ainda em 2010, proferi a conferência “Tornar-se profes-

sor: da (de)cisão à invenção13”, na mesa-redonda Sujeito e subjetividade, no III Workshop do GELS, evento promovido pelo ILEEL/UFU; e, proferi a conferência intitulada “Identidade nacional: uma construção singular”, na mesa-redonda “Identidade e formação de professores”, aos alunos da disciplina “Introdução aos Estudos sobre Identidade”, no curso de Letras do ILEEL/UFU.

Nesse mesmo ano (2010) publiquei dois resumos expan-

didos da minha pesquisa: 1) no III Workshop do GELS, ILEEL/ UFU; e 2) no VIII SEPELLA (Seminário de Pesquisa em Linguística e Linguística Aplicada), no ILEEL/UFU. E, ainda, apresentei os trabalhos: 1) “Movimentos subjetivos do professor de língua estrangeira”, no VIII Seminário de Pesquisa em Linguística e Linguística Aplicada (VIII SEPELLA - ILEEL/UFU); 2) “O que nos torna professores: elementos constitutivos da subjetividade de ser professor”, no III Colóquio ALED14 Brasil (Associação Latinoamericana de Estudos do Discurso) – Universidade Federal de Pernambuco, em Recife; e 3) “A invenção de ser professor: da

13 A PÁGINA DESSE GRUPO PODE SER VISITADA EM HTTP://WWW.GELSUFU.COM.BR 14 OS ANAIS ESTÃO DISPONÍVEIS EM HTTP://WWW.PGLETRAS.COM.BR/ALED-2010/ANAIS-ALED-BRASIL-2010.PDF 15 FREITAS, V. A. B. O QUE NOS TORNA PROFESSORES: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA SUBJETIVIDADE DE SER PROFESSOR. IN ANAIS DO III COLÓQUIO DA ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE ESTUDOS DO DISCURSO – ALED BRASIL: DISCURSO E PRÁTICAS SOCIAIS. RECIFE, PE. 2011. P.


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resposta à não-resposta”, no III Congresso Latinoamericano de formação de professores de línguas (III CLAFPL/UNITAU) e tive meu artigo publicado nos Anais15 do evento.

Em 2011, apresentei o trabalho intitulado “Do (im)possí-

vel na formação às respostas singulares do ser professor”, no XIII Simpósio Nacional de Letras e Linguística e III Simpósio Internacional de Letras e Linguística (III SILEL), promovido pelo ILEEL/ UFU; e o trabalho intitulado “Considerações sobre a formação do professor de língua estrangeira: a questão da subjetividade”, no III Simpósio de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Em 2012, apresentei o trabalho “Movimentos subjetivos do

professor de língua estrangeira: das teorias estudadas às saídas possíveis” em dois eventos: 1) no V Workshop e I Workshop Internacional do GELS (ILEEL/UFU); e 2) no I Workshop do Grupo de Estudos sobre a Criança (e sua linguagem) na Clínica Psicanalítica (I GECLIPS). Nesse último evento, publiquei um resumo completo, o qual foi submetido à apreciação da professora e psicanalista convidada, Ângela Vorcaro.

Nesse mesmo ano (2012), apresentei as seguintes comuni-

cações: 1) “A formação do professor de língua estrangeira e a questão da subjetividade”, no VI Encontro Nacional de Língua Falada e Escrita (VI ELFE – Maceió – Universidade Federal de Alagoas); 2) “Movimentos subjetivos do professor de língua estrangeira: das teorias estudadas às saídas possíveis”, no X Seminário de Pesquisas em Linguística e Linguística Aplicada (X SEPELLA – ILEEL/UFU); e 3) “Do encontro com a sala de aula ao reposicionamento frente às teorias”, no II Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa (II SIELP), no ILEEL/UFU.


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Ainda em 2012, fui membro da banca de exame de

qualificação do mestrando Diogo Gomes Novaes, no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos – Cursos de Mestrado e Doutorado do ILEEL/UFU e proferi a palestra “O acontecimento da ironia: um estudo”, no 2º Círculo de Colóquios do GELS, aos alunos dos cursos de Mestrado e de Doutorado do ILEEL/UFU.

Em fevereiro de 2013 defendi minha tese de doutora-

mento, a qual teve indicação para publicação na íntegra e, em março, voltei à sala de aula, na ESEBA.

DEFESA DE MINHA TESE DE DOUTORADO, EM FEVEREIRO DE 2013.

Em minha tese discuto e analiso questões que emergiram

no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e em uma entrevista realizada dois anos após a conclusão do curso de Letras de três estagiárias que estiveram comigo, em 2007. As questões analisadas pareciam apontar para traços de uma construção subjetiva acerca de suas histórias e de desejo16 de serem professoras.

16 A NOÇÃO DE DESEJO É CONCEBIDA AQUI, SEGUNDO LACAN (1957-1958/1998).


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Moviam-me as instigantes perguntas sobre o que nos tor-

na professores; como se constrói um lugar de professor; e lanço um olhar sobre a formação do professor de língua estrangeira, a partir de uma perspectiva que se volta para um além das metodologias de ensino e de aprendizagem que usualmente nos qualificam professores. Esse além, poderia dizer, vem colocar em destaque as questões da subjetividade na construção de um lugar entre o universal (as teorias) e o particular (a história de cada um). Nessa perspectiva, analiso o modo como essas três professoras de inglês construíram esse lugar; e discuto as saídas

que elas encontraram para lidar com alguns impasses vivenciados, na experiência docente, que estão além de um fazer metodológico.

Nesse

ano

(2013),

além das aulas para alunos adolescentes do Ensino Fundamental, tive a oportunidade de trabalhar com

alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) ensinando a língua inglesa e aprendendo muito sobre modos outros de tentar capturar o interesse de meus alunos para o estudo de inglês. O desafio foi grande, mas a relação que estabeleci com os alunos da EJA deixou em mim uma marca que veio complementar minha experiência profissional como professora.


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FORMATURA DE UMA TURMA DA EJA/ESEBA, EM 2013

Ainda em 2013, fui membro da banca de qua-

lificação da mestranda Isabel Silva Alves; do doutorando Nélio Martins Araújo; e da doutoranda Pauliana Duarte de Oliveira, alunos do Programa de Pós-Graduação do ILEEL/UFU.

Nesse mesmo ano, compus a mesa-redonda

“Sujeito e subjetividade” apresentando o trabalho “As operações da alienação e da separação na construção da subjetividade”, no VI Workshop do GELS (ILEEL/UFU) e proferi a palestra “O professor de língua estrangeira: a construção de um lugar entre o universal e o particular” para alunos do curso de Pedagogia da UFU.

No presente ano, 2014, na ESEBA, ministro

aulas de inglês; sou coordenadora da minha área de conhecimento (Línguas Estrangeiras); fui presidente da comissão julgadora do Processo Seletivo Simplificado para professor de Espanhol; e compus a comis-


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são para avaliação de progressão docente da professora Selma Sueli S. Guimarães.

No ILEEL/UFU, fui membro da banca examina-

dora de defesa de tese da doutoranda Pauliana Duarte Oliveira; participei da banca de exame de qualificação do doutorando André Luis Batista Martins; e participei de uma mesa-redonda no VII GELS – Discurso e Enunciação, proferindo a palestra “O professor de língua estrangeira e a invenção de um lugar”, no ILEEL/UFU.

Desde março de 2014, estou na sub-coordenação

do Projeto de Extensão17 “Ensino de Língua Inglesa para adolescentes de classes sociais menos favorecidas” (ELIA). Esse projeto de extensão é uma parceria minha com a professora Carla N. V. Tavares, do ILEEL/UFU.

Meu trabalho consiste em orientar e acompa-

nhar duas professoras americanas Jordan Ashwood e Amanda Rose White a prepararem suas aulas para os adolescentes participantes de uma ONG18 (foto). Essas professoras estão no ILEEL devido ao Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e o Brasil (Fulbright Brazil – ETA Program). Esse projeto tem sido uma experiência muito gratificante, porque além de trabalhar em uma comunidade “menos favorecida” (para usar a expressão que aparece no título do projeto), em termos sócio-econômicos, estou aprendendo muito com as professoras americanas e com a instituição parceira que nos acolheu.

17 PROJETO DE EXTENSÃO INTITULADO ”ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA ADOLESCENTES DE CLASSES SOCIAIS MENOS FAVORECIDAS” (ELIA), COM REGISTRO NA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, SOB O NÚMERO SIEX 11712. 18 ADRA - AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E RECURSOS ASSISTENCIAIS, NO BAIRRO LUIZOTE, EM UBERLÂNDIA, MG


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GRUPO DE ALUNOS E VOLUNTÁRIOS ENVOLVIDOS COM A ADRA

Ainda em 2014, publiquei o capítulo intitulado “O

acontecimento da ironia”, no livro Enunciação & Discurso: língua e literatura; apresentei um trabalho no V CLAFPL (V Congresso Latino-Americano de Formação de Professores de Línguas), realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG); trabalhei na reformatação do texto da minha tese, que já está no prelo para publicação; e terei um artigo publicado no livro do VI ELFE19, também no prelo.

Enunciação & Discurso: Língua e literatura

19 VI ENCONTRO NACIONAL DE LÍNGUA FALADA E ESCRITA (VI ELFE – MACEIÓ – UFAL), 2012.


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Língua falada e escrita Livro do VI ELFE – UFAL 2012 (no prelo)

O professor de língua estrangeira: construindo um lugar (no prelo)


06.

Momento de Concluir


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Nesse momento de concluir, retomo meu trabalho

no Ensino Fundamental e minha constante interlocução com o Ensino Superior, em particular o Instituto de Letras e Linguística da UFU, tanto na graduação quanto na pós-graduação, para dizer da importância desse entrelaçamento para o meu fazer docente e para o meu amadurecimento acadêmico e profissional.

Certamente que o foco do meu trabalho é o En-

sino Fundamental, mas a despeito de estar nesse lugar, considero que esse movimento de me envolver nas frentes de trabalho do Ensino Superior contribuiu para que eu revisitasse constantemente minha prática e possibilitoume oferecer alguns subsídios para a formação dos alunos do curso de Letras. Como exemplo do que afirmo aqui, cito as palestras que proferi, os workshops que ministrei, os momentos em que fui convidada para falar acerca da minha experiência docente, as orientações de estagiários, dentre outros momentos.

Essa parceria se desdobra ainda em outras pro-

duções. Uma delas diz respeito ao deslocando que vivenciei, em relação ao meu ensino. Em poucas palavras eu diria que houve um tempo em minha carreira em que apostei na escolha do melhor método para ensinar cada conteúdo. Às vezes com sucesso, às vezes nem tanto.


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Tal fato me suscitava pensar em diversas ou-

tras estratégias e abordagens de ensino, na tentativa de alcançar alguns alunos que, por vezes, pareciam não estar comigo, durante as aulas. Analiso hoje que esse meu investimento pode ter ocorrido dessa maneira, talvez por conceber que a resposta para a aprendizagem estaria na escolha do “método certo”. Essa concepção se deslocou.

O que minha experiência e minha formação

em áreas outras me possibilitaram entender até aqui foi que, no acontecimento de ensino, o método ocupa um importante lugar, mas ele não é todo como eu já concebi algumas vezes (mé-todo). Afinal, o método prevê alcançar os alunos e os professores, mas não prevê as relações entre essas pessoas e o objeto de ensino e aprendizagem (o inglês, em meu caso).

Minha experiência profissional, as pesquisas

que desenvolvi e minha formação contínua em minha área e em outros campos me possibilitaram perceber que não há acontecimentos periféricos na sala de aula. Ao contrário, qualquer momento é rico, por deixar flagrar algo de singular do aluno e da relação que esse aluno tem com a disciplina ensinada, comigo e com seus colegas. Possibilitaram-me perceber ainda, que há estratégias de aprendizagem e de


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não aprendizagem (REVUZ, 2001), a um só tempo, uma vez que não é automático o “ensinar-aprender”. Afinal, o ensinar está do lado do professor, predominantemente, enquanto que o aprender está do lado do aluno, porque é um momento de elaboração e de criação muito particular de cada um.

Nesse sentido, ao considerar as questões da

subjetividade e os efeitos que decorrem quando estabeleço certo tipo de laço com meus alunos, pude perceber que os processos de ensinar e de aprender são perpassados pela demanda de que os alunos se identifiquem com a língua estrangeira.

Identificação essa que é absolutamente singu-

lar, mas que poderá não ocorrer. Como decorrência desse modo de conceber o ensino, pontuo que a identificação incide fortemente na aprendizagem, justamente pelo modo como cada aluno toma para si os ensinamentos que lhes são oferecidos. Isso seria conceber o ensino e a aprendizagem do ponto de vista da subjetividade.

Diante dos relatos que aqui apresento, con-

cluo dizendo que esse modo de olhar e de lidar com esses processos têm feito a diferença em minha atuação docente e em minha forma de engajamento profissional e acadêmico.


referĂŞncias


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ARENHALDT, Rafael & MARQUES, Tania Beatriz Iwaszko. Escritas de memoriais: um dispositivo para a formação de professores . In _____ (Orgs.). Memórias e afetos na formação de professores. Pelotas: Editora. Universitária/UFPEL, 2010. p. 14-22.

FREITAS, V. A. B. Dimensões da identidade nacional no contato-confronto com uma língua estrangeira. 2004. 142 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) -Instituto de Letras e Linguística, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004.

FREITAS, V. A. B. Aspectos da subjetividade brasileira no contato/confronto com uma língua estrangeira. In BERTOLDO, E. S. (org) Ensino e aprendizagem de línguas e a formação do professor: perspectivas discursivas. São Paulo: Claraluz Editora. 2009. p. 71-88. ISBN: 9788588638501

FREITAS, V. A. B.; GOMES, V. A.; SALUM, A. C. C.; GOULART, C. Interpretar: uma possibilidade de emergência do sujeito desejante. In SANTOS, J. B. C. Sujeito e subjetividade: discursividades contemporâneas. Linguística in Focus, v. 6. Uberlândia: EDUFU. 2009. p. 139-160. ISBN: 9788570782144

FREITAS, V. A. B. O que nos torna professores: elementos constitutivos da subjetividade de ser professor. In Anais do III Colóquio da Aled Brasil – Asociación Latinoamericana de Estudios del Discurso – Discurso e práticas sociais: Um tributo a Luiz Antonio Marcus-


56

chi. ISBN 978-85-98968-22-3. http://www.pgletras.com. br/ALED-2010/ANAIS-ALED-Brasil-2010.pdf

FREITAS, V. A. B. O professor de língua estrangeira: da reprodução das teorias estudadas à invenção de saídas singulares. 2013. 240 f. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos)-Instituto de Letras e Linguística, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2013.

FREITAS, V. A. B. O acontecimento da ironia. In SANTOS, S. H. & ASSUNÇÃO, K. L F. (orgs). Enunciação & Discurso: língua e literatura. Curitiba: Editora Appris. 2014. p. 55-78

LACAN. J. O seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1957-1958/1998.

LACAN. J. O seminário, livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969-1970/1992. 209 p.

LACAN. J. O seminário livro 20: mais ainda. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975/1982. 201 p.

LEBRUN, J. P. A perversão comum: viver juntos sem outro. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2008, 352 p.

REVUZ, C. A língua estrangeira entre o desejo de um outro lugar e o risco do exílio. In SIGNORINI, I. (org) Lingua(gem) e identidade. 2. ed. Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 213-230.


Anexos (documentos comprobat贸rios a partir de 2000)


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