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Índice

Expediente CONSELHO ADMINISTRATIVO UNIMED UBERLÂNDIA

× Palavra do Presidente Sinistralidade: a visão institucional

G E S TÃO 2 0 16 / 2 0 1 9

pág.

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Dr. Dr. Dr. Dr. Dr.

Sávio de Moraes - Diretor Presidente Luiz de Freitas Costa Neto - Diretor Vice-Presidente Narciso Volpe Júnior - Diretor Administrativo Paulo Gustavo Pimenta - Diretor Financeiro Edelweiss Teixeira Júnior - Diretor Comercial

CONSELHO CONSULTIVO Dr. Adael Sansoni Soares Dr. Alberto Batista de Faria Dr. João Lucas O’Connel Dr. Marcelo Sinicio Peixoto Dr. Melicégenes Ribeiro Ambrósio Dra. Suzete Rodrigues Gomes Dr. Vivaldo Sebastião Amorim Barbosa

pág.

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MEMÓRIA

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O hiperativo Dr. Melicégenes associado desde 1.973

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X

ENTREVISTA

Dyad HRP Novo sistema garante agilidade e eficiência

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Ricardo Guimarães fala do perfil do novo médico

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CLIENTE

Gerenciamento de Casos Especiais – veja as opiniões

CONSELHO FISCAL Conselheiros Efetivos: Dr. Cláudio Ceccon Dra. Eliane de Cássia Faria Espíndola Dr. Flávio Malagoni Buiati CONSELHEIROS SUPLENTES Dr. João Batista Alexandre Ferreira Dr. Luiz Antônio de Oliveira Dr. Marcio Antônio Dumont CONSELHO EDITORIAL Dr. Sávio de Moraes Dr. Edelweiss Teixeira Júnior Dr. Luciano Silva Dr. Eduardo Braga Kellem Ramos Alan Barbosa Ana Claudia Frontarolli Mariana Santos Matheus Danilo Rodrigues Gustavo Lazzarini Rogério Fonseca Gustavo Patrício Fonseca JORNALISTA RESPONSÁVEL Gustavo Lazzarini – M T B M G 0 5 4 0 7 J P REPORTAGEM Walace Torres - M G 0 6 3 4 3 J P

pág.

X

VOCÊ SABIA?

Up to Date - Ferramenta auxilia na tomada de decisões médicas .................................................................................

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CAPA

Conselho adota medidas de controle da sinistralidade .................................................................................

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ARTIGO

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COLABORAÇÃO Celso Machado Adriana Sousa Revisão Graciana Oliveira FOTOS Mauro Marques Celso Ribeiro Thiago Mesquita

Como a AIS pode atuar no combate à sinistralidade

DIAGRAMAÇÃO Yellow Monkey

.................................................................................

IMPRESSÃO Gráfica Côrtes

ARTIGO

Novo sistema garante agilidade e eficiência .................................................................................

pág.

EDIÇÃO Evaldo Pighini - M G 0 6 3 2 0 J P

SEGURANÇA DO PACIENTE

Workshop abordou a importância de relatar os eventos adversos

FALE CONOSCO

Relacionamento com o cooperado: (34) 3239 6916 3239 6966

(34) 3210 9474

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES. ESTA É UMA PUBLICAÇÃOBIMESTRAL DA UNIMED UBERLÂNDIA COM DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E DIRIGIDA.


/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / a pa l av r a d o p r e s i d e n t e

Dr. Sรกvio de Moraes PRESIDENTE UNIMED

UBERLร NDIA

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Mais uma vez, agradecemos a todos que participaram desse dia de trabalho.

Saudaçþes cooperativistas.


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E N T R E V I S T A

O hip erativo

Dr. Melicégenes

O médico Melicégenes se associou à Unimed em 1973 e desde

1975 sempre fez parte da diretoria ou de algum conselho da Cooperativa

“Aqui em Uberlândia, felizmente a Unimed tem ido bem”

Embora nunca tenha chegado ao posto mais alto na diretoria da Unimed Uberlândia, o mé-

dico Melicégenes Ribeiro Ambrósio sempre foi cadeira ocupada em reuniões administrativas da cooperativa, quando sua presença se fez necessária. Na cooperativa médica uberlandense, o Dr. Melicégenes só não foi presidente, mas desde 1975, cerca de dois anos após ter se associado, ele já ocupou cargo em todas as diretorias, quer seja em conselhos administrativos, consultivos ou fiscais.

Hoje, prestes a completar 72 anos (27/11), é membro do atual Conselho Consultivo e segue

emprestando a experiência adquirida em mais de quatro décadas, como cooperado e diretor, nas tomadas de decisões da cooperativa.

Nesta edição, em mais uma entrevista da série envolvendo personalidades notórias da

Unimed Uberlândia, feitas pelo jornalista Celso Machado para o programa “Uberlândia de Ontem e Sempre”, e editadas pela Revista UNIMED UBERLÂNDIA, Melicégenes Ribeiro Ambrósio, fala um pouco de si e de sua participação na cooperativa, que ajudou construir em mais de 40 anos como cooperado e diretor. Fala ainda do que pensa sobre o futuro da Unimed e de desafios do setor.

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DOUTOR MELICÉGENES, O SENHOR É NATURAL DE UBER-

O SENHOR SE FORMOU ONDE? Em Ribeirão Preto, na USP, Fa-

LÂNDIA, MAS CRESCEU E SE FORMOU FORA. COMO FOI SUA

culdade de Medicina de Ribeirão Preto, em 1970.

JUVENTUDE? Eu nasci aqui em Uberlândia, exatamente neste

Hospital (Santa Clara, onde concedeu a entrevista), pelas mãos

QUANDO E AONDE O SENHOR VEIO TRABALHAR AQUI EM

do doutor Rui Cotta Pacheco, em 27 de novembro de 1945. (...)

UBERLÂNDIA? Eu fiz dois anos e meio de Pediatria e fiz a Me-

Nós sempre moramos fora, porque a família do meu pai era de

dicina Preventiva. Então, comecei a trabalhar aqui em 1973 no

São Carlos e a família da minha mãe era daqui de Uberlândia. E

Hospital Santa Clara, em março e na Escola (como professor de

o meu pai era comerciante. No início, eu morei em Olímpia. Co-

Medicina), em agosto.

mecei o curso Primário em Olímpia, durante dois anos. Depois,

mudamos para São Carlos. Então, eu concluí o Primário em São

E A FACULDADE DE MEDICINA DE UBERLÂNDIA? COMO O

Carlos, no Instituto de Educação Doutor Álvaro Guião. Depois,

SENHOR CHEGOU ATÉ LÁ? Eu cheguei até lá por convite do

fiz o que era naquela época o Ginásio, que hoje é o ensino fun-

doutor José Olímpio, que insistiu muito comigo para que eu

damental. E o Científico no Colégio Diocesano de São Carlos.

viesse para a Faculdade, para lecionar Medicina Preventiva. O

doutor José Olímpio ficou me estimulando e instigando. Eu pe-

NAQUELA ÉPOCA O SENHOR SONHAVA EM SER O QUE NO

guei a Faculdade muito no início. E, aí, eu tive um grande apoio

FUTURO? Eu sempre quis fazer Medicina, desde que eu me en-

do pessoal de Ribeirão Preto e, também, de Belo Horizonte, de

tendia por gente. Talvez, até por que eu vinha muito nas férias

um grande professor a quem eu rendo uma homenagem, que

aqui. E tinha tios médicos aqui, como o doutor Olavo Ribeiro, que

infelizmente morreu há dois anos, que é o professor Benedito

foi um dos primeiros médicos de Uberlândia, e o doutor José

Filadelfo Siqueira. Ele chegou a ser presidente da Federação Pa-

Bonifácio Ribeiro, com quem eu tive uma ligação muito grande,

namericana das Escolas Médicas. A gente sempre tinha contato.

meu segundo pai. Talvez por influência deles, não sei. Mas, sem-

E o professor Filadelfo, também, me orientou muito, porque eu

pre quis fazer Medicina. E o meu pai nunca se opôs a isso, apesar

cheguei aqui muito jovem.

de ele ser comerciante, ter loja.

“Quando comecei a lecionar (MEDICINA), eu era sozinho. Eu dei o curso todo.”

Melicégenes Ribeiro

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“Quando cheguei a Uberlândia a Unimed, acho, que tinha somente sete convênios.”

QUAIS ERAM OS PRINCIPAIS DESAFIOS NESSA ÉPOCA EM

como a Intermédica, Vitalis, onde o foco é a Medicina Ambula-

QUE O SENHOR COMEÇOU A LECIONAR NA FACULDADE? Em

torial, eles montam o que se chamava de um Serviço Clínico. O

primeiro lugar, era uma escola particular, não era federal. Ela veio

paciente não tem direito de escolher o médico. Então, para se

a ser federalizada em 78. E eu comecei em 73. Quando comecei

contrapor a isso é que foram criadas as Cooperativas Médicas,

a lecionar, eu era sozinho. Eu dei o curso todo, todo, todo. Um

com o princípio fundamental da livre escolha. O médico se co-

curso que, hoje, é dado por uns quinze docentes. Era um desafio

opera à Unimed e o doente tem a lista dos médicos e escolhe o

muito grande preparar todas as aulas, dividir as turmas, repetir

médico, o hospital.

as aulas, às vezes, quatro vezes, porque era turma de cem alunos,

e a gente dividia os alunos em grupos de vinte e cinco, para eles

QUANDO O SENHOR SE ASSOCIOU À UNIMED? Em 1974 eu já

terem um aprendizado maior.

era cooperado da Unimed. Acho que foi no fim de 73.

QUAL ERA ESSA CADEIRA (DISCIPLINA) QUE O SENHOR LE-

E A FAZER PARTE DA DIRETORIA? Eu já fiz parte de diretorias

CIONAVA? Medicina Preventiva e Comunitária. Essa cadeira

da Unimed, tanto de diretorias efetivas, como do conselho fis-

abrangia desde imunizações, saneamento básico, epidemiolo-

cal, como do conselho consultivo. Na diretoria eu comecei muito

gia, administração de serviços de saúde, políticas de saúde e a

novo a fazer parte, de 75 a 77 foi a minha primeira gestão. E fiz

epidemiologia das principais doenças infantis: sarampo, caxum-

outra gestão junto com o doutor Elias (Izeth Domingos). Depois

ba, rubéola, difteria.

várias vezes no conselho fiscal e estou no conselho consultivo há nove anos.

E A UNIMED? A Unimed é uma Cooperativa Médica que foi fun-

dada aqui em Uberlândia, em 1971, com o nome de MedMinas,

QUEM ERA O PRESIDENTE DA UNIMED, QUANDO O SENHOR

e esse nome vigorou durante muitos anos. Ela foi fundada sob o

FEZ PARTE DESSA PRIMEIRA DIRETORIA? Doutor Adelmo

princípio do cooperativismo, é uma Cooperativa Médica. O fun-

(de Oliveira Campos, in memoriam). O doutor José Ribeiro ficou

dador dela, inclusive, é o doutor José Ribeiro, que foi o primeiro

duas ou três gestões, depois o doutor Adelmo. O doutor Adelmo

presidente, e que infelizmente faleceu há menos de um mês.

era otorrino e fazia parte do Instituto São Lucas.

Posteriormente, esse sistema foi crescendo no Brasil

inteiro, foi se unificando. E aí mudou o nome de MedMinas para

COMO O SENHOR VÊ O CRESCIMENTO E A EXPANSÃO DA

Unimed, que é o nome nacional. O primeiro convênio da Unimed,

UNIMED EM UBERLÂNDIA? Esse crescimento e a expansão

aqui em Uberlândia, foi com o quartel municipal, era o convênio

acompanharam a expansão da cidade de Uberlândia. As coisas

zero, zero, um. Quando cheguei a Uberlândia a Unimed, acho,

correram paralelamente. Naquela época, que eu cheguei, em 73,

que tinha só sete convênios, hoje expandiu, e expandiu muito.

Uberlândia deveria ter em torno de 140 mil habitantes, hoje es-

Então, a filosofia da Unimed era preservar a livre esco-

tamos com 680 mil. Então, houve o crescimento da cidade, hou-

lha, de o paciente poder escolher o seu médico, o paciente poder

ve a vinda de várias indústrias, principalmente na década de 70.

escolher aonde ir. As Unimeds foram criadas para contrapor o

Vieram a Daiwa e a Souza Cruz, a expansão das granjas, a Granja

que se chamava de Medicina de Grupo, que tinha surgido, tam-

Rezende. Uberlândia foi crescendo e a Unimed crescendo junto

bém na década de 60, e que são hoje convênios, por exemplo,

com Uberlândia. 09


“Uberlândia foi crescendo e a Unimed foi crescendo junto com Uberlândia”

Inclusive o Conselho Federal de Medicina tem interme-

diado muito isso. Eu fiz parte do Conselho Regional de Medicina e ainda sou delegado aqui em Uberlândia, durante muitos e muitos anos. E a gente está tentando fazer, com o Judiciário, uma Câmara, como se fosse uma Câmara Técnica de apoio para quando ele precisar julgar aquilo que está sendo pedido, se aquilo tem respaldo científico ou se não tem respaldo científico. Vou te dar um exemplo. Há pouco tempo, surgiu a tal pílula do câncer, de um químico de São Carlos, e houve liberações muito mais emocionais do que científicas. E, agora, conseguiu-se voltar atrás, conseguiuse provar que aquilo não tem respaldo científico, inclusive fizeram trabalhos mostrando que não tem.

QUAIS SÃO OS MAIORES DESAFIOS QUE O SENHOR VÊ

PELA FRENTE NA UNIMED? Um dos principais desafios que a

emocional do que ao racional. E, infelizmente, criou-se, nos últi-

gente vê hoje, na Unimed, é manter um equilíbrio grande entre

mos anos, uma noção de que a vida não é mais finita, que a vida

o que a Unimed arrecada com os gastos. É o que se chama de

pode ser infinita, que tem que se fazer tudo, tudo, tudo, até além

sinistralidade. Porque a Medicina está evoluindo e aumentan-

daquilo que é possível, para preservar a vida. Infelizmente, nós to-

do muito o custo. Por exemplo, quando eu me formei não exis-

dos sabemos que a vida é finita. Nós temos que ter essa noção da

tia tomografia, não existia ressonância, não existia endoscopia,

finitude da vida. Então, é por isso que eu falei que a Judicialização

não existia uma série de coisas. Hoje, essas coisas já são roti-

é um problema complexo. As entidades médicas têm lutado mui-

nas. E, cada vez mais, com a pessoa vivendo mais.

to para tentar, junto com o Judiciário, mostrar, apoiar e ajudar o

Esse é outro desafio na Unimed, que é como compatibilizar

Juiz a decidir, mas isso está em nível incipiente.

Agora, uma pessoa doente responde muito mais ao

esse aumento da longevidade. Porque o idoso gasta muito

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mais do que a criança, muito mais. Antigamente, a grande po-

COMO O SENHOR VÊ O FUTURO DA UNIMED? Tem Unimeds

pulação era a população infantil, com os grandes tratamentos

que vão bem e tem Unimeds que não vão bem. Isso aí é público

que eram as vacinas, o aleitamento materno. Hoje, o idoso é

e notório. Em São Paulo faliram as duas. Aqui em Uberlândia, fe-

um grande desafio para o equilíbrio da Unimed. E a popula-

lizmente a Unimed tem ido bem, está indo bem, está dentro de

ção vai continuar envelhecendo. Os recursos são finitos, mas

um equilíbrio muito bom. Só não pode fazer bobagens, que seriam

as possibilidades de gasto com os pacientes, muitas vezes, são

exageros, por exemplo, médicos começarem a solicitar excesso

infinitos. A cada hora estão surgindo novas técnicas e novos

de exames, onde não se faz necessário, usar medicações desne-

medicamentos, principalmente na área de Oncologia.

cessárias, internações desnecessárias, isso tudo não pode. Porque

nós temos um orçamento fixo e tem que equilibrar com o gasto.

E A JUDICIALIZAÇÃO? A judicialização é um problema bastan-

Mas, é um sistema muito bom, que garante ao usuário uma assis-

te difícil de equacionar. Porque o pensamento do Judiciário é:

tência muito boa. Ele pode estar viajando no Brasil inteiro, se tiver

eu não conheço o que o doente precisa, o que chega a mim é

uma emergência ele pode ter acesso a uma consulta, coisa que

um papel com uma solicitação de tal tratamento, que se não for

outros planos muitas vezes não têm.

liberado o paciente poderá vir a falecer. Então, eu, na qualidade

de Juiz, despacho aquilo, não me interessa se tem cobertura ou

O QUE A MEDICINA ENSINOU PARA O SENHOR? A Medicina en-

não tem cobertura. Isso vai ser discutido posteriormente. Esse

sinou para mim que o principal, ainda hoje, com toda a tecnologia

é o pensamento do Judiciário.

que existe e com todos os recursos, ainda é fundamental a relação

O pensamento na Unimed é o seguinte: mas no con-

médico paciente. É o médico conversar com o paciente, é o médi-

trato não reza aquilo ali, não podemos liberar aquilo, porque

co ser um cuidador do paciente. (...) Toda pessoa que está doente

contratualmente não é possível. E essa Judicialização não é só

precisa de um apoio, ela precisa de um carinho, ela precisa de uma

em relação aos Planos de Saúde, à Unimed, não. É também, e

voz, de uma visita no leito, um “bom dia”, uma conversa “como a

muito, em relação ao Sistema Único de Saúde. Tem havido al-

senhora está?”, “como o senhor passou?”, do que só ficar atrás

guns encontros entre Associações Médicas e Juízes procuran-

de um computador anotando os dados vitais do paciente, anotan-

do chegar ao meio termo.

do a medicação, e não conversando com o paciente.


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Conselho administrativo adota medidas para conter sinistralidade

VERTICALIZAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DOS RE-

CURSOS CONTRIBUEM PARA MANTER A SUSTENTABILIDADE DA OPERADORA DE SAÚDE.

A sinistralidade é hoje o principal indicador para avaliar a situação econômica e financeira de uma operadora de plano de saúde. A partir de uma análise profunda feita pela relação dos custos e receitas, é possível adotar medidas para evitar a elevação dos riscos e garantir a sustentabilidade da singular. O controle desse processo é permanente e complexo, e envolve estudos e ações que proporcionem o equilíbrio das contas e ao mesmo tempo a melhoria do atendimento aos beneficiários, cooperados e prestadores de serviço. Uma situação que não implica na retirada de benefícios ou diminuição de atendimentos, mas está embasado essencialmente na otimização dos recursos e na mudança do perfil assistencial. Essa mudança implica, entre outros fatores, investir na consciência do beneficiário para cuidar de sua saúde e não somente tratar de doença, além de desenvolver a educação do prestador de serviços para que ele entenda que uma gestão eficiente dos recursos e a utilização adequada vão proporcionar benefícios a toda a cadeia assistencial na medida em que evite desperdícios. A Unimed Uberlândia tem adotado nos últimos anos um conjunto de ações que visam esse equilíbrio entre as contas e o incremento dos serviços ofertados. Não é uma tarefa fácil, pois depende da colaboração dos cooperados e da compreensão de uma série de fatores que também evo-

luíram ao longo do tempo. Até alguns anos atrás se falava que o ideal era uma sinistralidade na faixa de 75%. “Hoje a realidade mudou completamente e houve evolução na legislação que diz respeito aos direitos que os beneficiários têm, avanços de tecnologias, inserção de novos procedimentos e serviços na cobertura dos planos de saúde, atuação do judiciário. Isso tudo faz com que os custos se elevem gradativamente”, aponta o gestor administrativo-financeiro da Unimed Uberlândia, Ronaldo Fernandes. Segundo avalia, hoje a sinistralidade suportável pelas operadoras está na faixa de 82%. Essa margem precisa suportar, além do custo assistencial, outras responsabilidades como os custos administrativos, impostos, provisões técnicas exigidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e investimentos em novos serviços. Manter a margem de solvência é fundamental para garantir a permanência como operadora de plano de saúde. Hoje a situação da singular é preocupante e tem se acentuado, conforme demonstrado pelo Conselho de Administração da Unimed em assembleia geral realizada no fim de setembro. Segundo o levantamento, desde maio deste ano o índice de sinistralidade vem alcançando patamares superiores a 90% frente aos 85,08 pontos percentuais orçados para o período. Cada ponto ultrapassado na meta da sinistralidade da singular equivale a R$ 3.278.616,00 de gastos anuais extras no orçamento.

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RONALDO, AVALIA QUE HOJE A SINISTRALIDADE SUPORTÁVEL PELAS OPERADORAS ESTÁ NA FAIXA DE 82%

mauro marques

RONALDO FERNANDES, gestor financeiro da Unimed Uberlândia.

Adoção de medidas

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Diante desse cenário, o Conselho de Administração

line sobre o que já produzimos e quanto iremos receber em

tem adotado um conjunto de medidas para conter a alta si-

determinado período”, contou. Para que as medidas surjam

nistralidade. Entre as novas condutas estão a implantação

efeito é fundamental que o cooperado entenda o que é rol de

do núcleo de gestão para cuidados da saúde do beneficiário;

procedimentos da ANS de cobertura obrigatória. “A partir do

adoção de novos modelos de remuneração para pagamento

momento que o médico cooperado, que é dono da empresa,

por performance; e proposta de pagamento por exame com-

solicita algo que o plano de saúde não teria obrigação de

plementar mediante postagens de laudos no S-line, para evitar

cobrir, automaticamente a justiça concede o benefício ou

duplicidade em SADTs. “Com o S-line damos a oportunidade

procedimento se for questionado”, alertou o presidente.

aos cooperados verem o resultado de determinado exame

já solicitado recentemente. Com isso estimamos uma queda

ainda a mudança na dinâmica de consultas de Pronto Socorro,

substancial da necessidade de exames repetidos”, alertou o

garantindo que a demanda atendida por médico não coopera-

presidente da cooperativa, Sávio de Moraes.

do seja direcionada para consultórios dos cooperados. A singu-

Os esforços para melhoria da gestão contemplam

O conselho propôs ainda criação de ferramentas de

lar também está realizando parametrizações mais inteligentes

auditoria mais eficazes. “O sistema nos oferecerá relatórios

no sistema criando regras de pacotes, exames de pronto-so-

muito mais detalhados sobre a assistência, onde a coope-

corro e OPMEs que ajudam baixar a sinistralidade. Somente

rativa poderá atuar pontualmente em pacientes hiper uti-

essa medida foi suficiente para reduzir os índices nos meses

lizadores, por exemplo, ou até mesmo no próprio médico.

de agosto e setembro. Outra situação que tem sido combati-

Assim saberemos o que está acontecendo e poderemos atuar

da são as fraudes por meio do empréstimo da carteirinha, que

assistencialmente”, disse. A partir de novembro o Dashboard

abrange entre 3% a 5 % das utilizações de plano de saúde. O

do Irys trará também indicadores individuais para que cada co-

sistema de biometria já utilizado para consultas também será

operado conheça seu perfil de geração de custos para a coope-

ampliado para a realização de exames, internações e consultas

rativa. “Teremos ainda um aplicativo com informações on-

de urgência em Pronto Atendimento.


Outra medida ainda em estudo é a redefinição de critérios para

utilização da ferramenta “favoritos” no sistema Irys para a solicitação de exames. “Infelizmente a ferramenta criada para auxiliar o médico muitas vezes está sendo mal utilizada. Há casos em que o cooperado coloca 70 exames nos favoritos e solicita os 70 para todos os pacientes. Estamos levantando esses comportamentos, pois não é justo que o grupo de 900 médicos seja prejudicado pelo pequeno número que utiliza inadequadamente a essa ferramenta”, disse Sávio de Moraes.

A Unimed Uberlândia realizou recentemente uma auditoria

em todas as clínicas de imagem da rede prestadora para classificar os serviços considerando aspectos técnicos e legais. A partir de agora a rede será redimensionada conforme essa classificação.

O Conselho de Administração também iniciou estudos para

avaliar as solicitações de cooperados sobre a possibilidade de remuneração, diferenciada por algumas especialidades. A intenção do conselho é encontrar um caminho que viabilize os serviços de forma a remunerar bem o médico, garantindo a sustentabilidade da operadora. Cada caso deverá ser tratado individualmente para que se encontre uma solução mais adequada.

NÃO É JUSTO QUE O GRUPO DE

900 médicos SEJA PREJUDICADO PELO PEQUENO NÚMERO QUE UTILIZA INADEQUADAMENTE A ESSA FERRAMENTA.

Dr. Sávio de Moraes PRESIDENTE UNIMED

UBERLÃNDIA

13


Comissão especial avalia implantação de um Complexo de Saúde

A proposta de implantação do Complexo de

“Essa estrutura é inviável economicamente para

Saúde da Unimed Uberlândia como forma de otimizar

um negócio de saúde. Entretanto, o cliente do pla-

os recursos próprios está sendo tratada por uma co-

no solicita para a operadora a realização do parto

missão encarregada de desenvolver os estudos sobre

humanizado. Só que a operadora não tem a assis-

o projeto. O complexo deverá ser construído em área

tência, ele terceiriza essa assistência aos hospitais.

própria da cooperativa e vai absorver atendimentos re-

Por isso muitas vezes ela passa a oferecer serviços

alizados pelos recursos próprios Viver Bem, CIAS, SOU

próprios que acabam reunindo outros serviços que

e Reabilitação, além de cuidados domiciliares, exames

nutrem o sistema viabilizando a oferta daquele

laboratoriais e quimioterapia. Somente esses três últi-

atendimento que não era rentável”, explica. Mes-

mos atendimentos sendo realizados pela cooperativa

mo que terceirize os serviços, a responsabilidade pela

poderão gerar uma economia de mais de R$ 47 milhões.

assistência é da operadora. “A ANS e o cliente não

Atualmente, o programa Viver Bem atende a mais de

querem saber disse. Se o hospital não faz o serviço,

300 pacientes em leitos domiciliares entre baixa, média

eu tenho que fazer”, afirma. “Se tivermos uma cons-

e alta complexidade gerando altos custos para a Uni-

cientização dos hospitais de que ele é o responsável

med. “Temos praticamente um hospital virtual sendo

pela assistência e assumir cem por cento dessa as-

bancado pela cooperativa”, avaliou o presidente ao

sistência de maneira correta, justa, dentro das di-

apresentar a proposta da comissão aos cooperados. A

retrizes e sem desperdícios, a Unimed não precisa

comissão que acompanhará a execução do projeto será

ter hospital”, afirmou o presidente Sávio de Moraes.

formada por médicos cooperados que se enquadrem em quesitos que levam em consideração tempo de ati-

“Nossa concepção de verticalização se embasa na cobertura de vazios assistenciais e balizamento de mercado”

vidade, produção mínima, participação em assembleias anteriores e ausência de conflito de interesses.

Na visão do presidente Sávio de Moraes, a

verticalização dentro do atual mercado é uma tendência sem volta. A pesar do gestor acreditar que a decisão de ter um serviço hospitalar próprio seja inevitável para futuras administrações, no momento, para a Unimed Uberlândia, verticalizar não significa construir um hospital. “Nossa concepção de verticalização se embasa na cobertura de vazios assistenciais e balizamento de mercado. Verticalizar é ter serviços próprios que

sejam capazes de atender a sua demanda assisten-

da para operadoras de planos de saúde balizarem os

cial”, afirma.

preços praticados no mercado, que muitas vezes ge-

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Lançar mão de recursos próprios serve ain-

O diretor ressalta que há obrigações assisten-

ram custos muito elevados. “Muitas vezes quando

ciais a cumprir que muitas vezes não são um bom negó-

pedimos a racionalização de custos, prestadores

cio para o hospital, pois encarecem a assistência e não

entendem como uma interferência em sua assis-

dão retorno financeiro adequado. O parto humanizado

tência. Quando na verdade queremos assistência

é um bom exemplo disso, pois exige equipe treinada e

eficiente, ou seja usar da melhor forma possível os

estrutura própria disponível, o que é relativamente caro

recursos materiais e financeiros para prestar a as-

diante da atual demanda pelo serviço que ainda é baixa.

sistência”, conclui o presidente.


ANA CLÁUDIA, DESTACA AS MEDIDAS QUE A UNIMED UBERLÂNDIA VEM ADOTANDO PARA MANTER A SINISTRALIDADE DENTRO DO PATAMAR ACEITÁVEL.

mauro marques

ANA CLÁUDIA FRONTAROLLI coord. do Núcleo de Gestão do Cuidado em Saúde

Verticalização: recursos próprios passam por reestruturação e ampliação

A partir dos anos 80 teve início um movimento de

telemonitoramento assistencial, que é uma nova modalidade de

verticalização pelos hospitais que constituíram seus próprios

serviço que será oferecida ao cliente Unimed Uberlândia”, diz a

planos de saúde. Após a regulação da saúde suplementar, no

coordenadora do Núcleo de Gestão do Cuidado em Saúde, Ana

início dos anos 2000, houve um movimento contrário em que

Cláudia Frontarolli.

as operadoras perceberam que se constituíssem seus recursos

próprios, poderiam otimizar sua estrutura e prestar serviços di-

crônicas passam pela Clínica de Reabilitação, pelo CIAS e o Es-

ferenciados aos beneficiários, visando a redução e controle dos

paço Viver Vem. A partir da nova concepção, esses atendimentos

custos e, consequentemente, da sinistralidade.

se concentram no Novo Espaço Viver Bem, evitando, assim, que

A partir da avaliação da sinistralidade, a Unimed

a pessoa se desloque de um lugar para o outro para comple-

Uberlândia passou a investir também na verticalização do

mentar seu atendimento. O programa Viva Leve e o Acompanha-

atendimento como requisito para manter a sustentabilidade, e

mento de Crônicos, hoje concentrados no CIAS, também vêm

atualmente conta com os recursos próprios: CIAS (Centro Inte-

para o novo espaço. Com a centralização, a equipe está sendo

grado de Atenção à Saúde), SOU (Saúde Ocupacional Unimed),

capacitada para fazer a abordagem de forma correta no traba-

Reabilitação (serviços de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia

lho em grupo, assim como no telemonitoramento de crônicos.

Ocupacional) e o Espaço Viver Bem (que cuida da promoção e

O Telemonitoramento vem de encontro com a necessidade de

prevenção em saúde, assim como Atenção domiciliar). Seguindo

estimular novos hábitos entre os usuários do plano de saúde,

a tendência da verticalização da Saúde Suplementar, a opera-

incluindo os funcionários da empresa, reforçando a promoção da

dora está investindo na reestruturação dos serviços existentes

saúde e racionalizando custos, através da utilização de técnicas

visando otimizar o atendimento e reduzir custos, assim como

e conceitos em prevenção e de assistência integral a doentes

inovando com novos serviços que complementem o cuidado

crônicos, com a meta de incentivar a população a monitorar suas

em saúde. Uma das inovações é a locação de um imóvel para

condições clínicas, tranquilizando os familiares e reduzindo o ín-

abrigar todas as atividades do Espaço Viver Bem. “A ideia é ter

dice de internações desnecessárias. Apesar de ocupar o mesmo

uma área bem focada na prevenção à saúde que vai trabalhar

espaço, o setor de atenção domiciliar é tratado separadamen-

toda parte de divulgação, campanha, prevenção e promoção à

te e a equipe também está sendo capacitada e ampliada para

incluindo os grupos operativos e terapêuticos. Neste espaço

promover uma assistência mais completa e adequada, apoiando

também se concentram os serviços de atenção domiciliar e o

clientes e cooperados nos processos de desospitalização.

Hoje, por exemplo, os usuários atendidos com dores

15


Novo serviço Outra linha trabalhada para controlar a sinistrali-

dade é a implantação do programa Unimed Cuidados Especiais (UCE), que é uma continuidade do trabalho desenvolvido pelo Espaço Viver Bem. A proposta é que o novo serviço seja uma ponte entre os pacientes que já são acompanhados pelo Espaço Viver Bem - serviço de atenção domiciliar e pacientes em transição com estabilidade clínica. O espaço foi reformado e adequado para receber os beneficiários e suas famílias com o máximo de conforto e segurança, em uma ala exclusiva no Hospital Madrecor. Para os clientes em acompanhamento nos Programas de Atenção Domiciliar (PGAD) ou de Gerenciamento de Casos Especiais (PGCE), o atendimento é feito pela equipe da Unimed fornecendo cuidado continuado em ambiente hospitalar. Aos clientes em transição que possuam estabilidade clínica, elegíveis ao PGAD ou PGCE, com perfil para Reabilitação e que necessitem de atendimento pós-hospitalar especializado, será fornecido um atendimento personalizado com equipe multiprofissional acolhendo o cliente e cuidador, durante período de adaptação e treinamento do cuidador para a continuidade do tratamento em domicílio. Essa iniciativa dará agilidade e mais assertividade no atendimento uma vez que a equipe já conhece o histórico daquele paciente e também

“Implantação do programa

tem o convívio com seus familiares. “Lá dentro a equipe irá trabalhar de acordo com as necessidades do paciente. Evidente que se precisar ir para uma UTI ou de inter-

UNIMED CUIDADOS ESPECIAIS (UCE) que é uma continuidade do trabalho desenvolvido pelo Espaço Viver Bem.”

venção cirúrgica de alta complexidade, o paciente será levado ao hospital. Mas se teve intercorrência e precisa de uma ação mais rápida, ele vai para a UCE para ter todo o apoio que precisa e voltar mais rápido pra casa, recebendo os cuidados que necessita, assim como capacitar o cuidador para dar continuidade ao tratamento em domicílio”, diz Ana Cláudia.

Verticalização é a solução mais viável no momento.

16

Além de ajudar a manter o controle da sinistrali-

Várias singulares possuem hoje laboratórios,

dade, a verticalização também se torna necessária quando

hospitais, serviços de quimioterapia, entre outros recursos

não há um consenso por parte dos prestadores de serviço

que atendam às necessidades de sua carteira. “Os progra-

no trabalho em parceria com a operadora. Ou seja, na falta

mas de promoção e prevenção em Saúde da Unimed

de uma negociação adequada e que permita o equilíbrio fi-

Uberlândia, por exemplo, são muito baseados nos es-

nanceiro, a operadora estuda a possibilidade de incorporar

tudos da sinistralidade das empresas que têm o plano

novos serviços aos recursos próprios.

Unimed, onde avalia-se o perfil da carteira e propõe-se


soluções especificas”, cita Ana Cláudia Frontarolli. A intenção da operadora é estar dentro dessas empresas levando uma assistência diferenciada que proporcione ações de prevenção e promoção à saúde de seus colaboradores, bem como incentivando o uso correto do plano.

“Hoje é necessário que o RH das empresas tenha

entendimento e controle sobre seus planos de saúde, assim como a operadora também vá até a empresa e proponha mudanças de hábitos para que ocorra um equilíbrio entre cada plano da empresa. Se os colaboradores utilizam muito o plano, de forma incorreta, também fica caro para a empresa”, avalia Ana Cláudia.

Esse trabalho é alinhado com a estratégia de aproxi-

mar os usuários da operadora, de maneira que as pessoas sejam acompanhadas periodicamente, tenham mais qualidade de vida e possam envelhecer mais saudáveis, o que também é uma forma de contribuir com a saúde financeira da operadora. Hoje, muitos usuários não têm um médico de referência, o que faz com que a pessoa perambule pela rede passando por mais de uma consulta e solicitando vários exames na tentativa de resolver o mesmo problema. O resultado disso são gastos

“Não dá mais para pensar em plano de saúde só no caso de doença.

excessivos, e muitas vezes desnecessários, e uma solução paliativa tendo em vista que esse usuário não dispõe de um médico ou uma equipe de referência que conheça seu histórico clínico. “Quando você traz o cliente para a operadora e conhece o seu perfil, você tem condições de oferecer um melhor atendimento, pois não dá mais para pensar em plano de saúde só no caso de doença. É preciso incentivar também as ações de promoção à saúde”, conclui a coordenadora.

Os recursos próprios da Unimed Uberlândia, em sua

totalidade, buscam formar um assistência integrada, onde suas unidades próprias e serviços próprios trabalhem de forma integral. O CIAS tem a porta de entrada para os clientes através da Atenção Primária em Saúde, trazendo um novo conceito de

É preciso incentivar também as ações de promoção à saúde”

atendimento a pessoa, além de contar com especialistas, nutricionistas, psicólogos, e alguns exames. Para complementar as ações de promoção e prevenção em saúde, o Espaço Viver Bem fornece cuidados diferenciados aproximando o cliente da Operadora e o acolhendo em seus programas. A Reabilitação, através do atendimento multiprofissional, promove a assistência aos clientes que necessitam de cuidados específicos de fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. O SOU cuida da Saúde Ocupacional das empresas. Todos esses serviços integrados promovem a AIS – Atenção Integral a Saúde. E para somar aos recursos próprios, complementando os cuidados em saúde, estão sendo incluídas a UCE e o serviço de telemonitoramento assistencial, que tendem a trazer conceitos inovadores e personalizados aos clientes Unimed. Com o olhar voltado para acompanhamento do percurso assistencial do cliente, somando as ações gerais que estão sendo tomadas para o controle da sinistralidade, a operadora busca o equilíbrio e sustentabilidade.

17


Regulação: ANS estimula iniciativas de promoção à saúde

Procurada pela Revista UNIMED para se

gamento de coparticipação para procedimentos de

posicionar sobre o assunto, a Agência Nacional de

saúde relacionados ao programa.

Saúde Suplementar (ANS) informa que o crescimen-

to da verticalização, com desenvolvimento de rede

ro de operadoras tem sido uma tendência natural do

própria, pode ser explicado por uma estratégica das

mercado. Não há estudos realizados pela ANS que

operadoras de melhor acompanhamento do cuidado

relacionem a redução do número de operadoras com

ao paciente. O desenvolvimento de programas que

a sinistralidade. Até dezembro de 1999, havia no país

atendem esse preceito é uma das soluções para a

1.380 operadoras médico-hospitalares com benefi-

promoção da qualidade de vida, além de ser eficaz

ciários, sendo 441 exclusivamente odontológicas.

para a gestão de recursos. Assim sendo, a ANS busca

Em março deste ano, o número de operadoras regis-

estimular iniciativas de operadoras que agreguem

tradas na Agência era de 780, das quais 296 apenas

ações de promoção da saúde.

na área odontológica.

Ainda segundo a ANS, a redução do núme-

De acordo com ANS, em 2011, ela regulaSUSTENTABILIDADE - A rentabilidade

mentou a oferta de incentivos a beneficiários par-

ticipantes de programas para promoção da saúde

das operadoras está relacionada, sobretudo, ao mo-

e prevenção de doenças (Promoprev). Conforme a

delo de gestão que elas adotam. Monitorar a saúde

Resolução Normativa DIPRO nº 265/11 e Instrução

dos beneficiários e desenvolver programas de pro-

Normativa DIPRO nº 36/11, existem dois tipos de in-

moção à saúde e prevenção de doenças são estra-

centivos que podem ser oferecidos pelas empresas:

tégias importantes, não só em relação ao cuidado

bonificação e premiação. A bonificação consiste em

com o paciente, mas para a melhor administração

vantagem pecuniária, representada pela aplicação

de custos. Pelo lado administrativo, também há boas

de desconto na mensalidade do plano. Já a premia-

práticas que podem ser adotadas para otimização de

ção pode ser oferecida por meio de distribuição de

recursos e obtenção de melhores resultados.

brindes, descontos em serviços ou até pelo não pa-

Para finalizar, a ANS informou ainda que

tem orientado as operadoras no sentido de adotar

Atualmente há 1.638 programas desenvolvidos pelas operadoras que atendem cerca de 1.950.000 beneficiários de planos de saúde 18

medidas e ações que priorizem a atenção à saúde do usuário, e não somente ao tratamento das doenças. A atuação da Agência se dá tanto na indução às melhores práticas – com os programas de qualificação do setor e de incentivos à promoção de saúde e prevenção de doenças –, como na fiscalização, com o monitoramento das reclamações de consumidores contra planos de saúde e a suspensão dos planos com pior desempenho, entre outras ações. Além disso, promove permanentemente debates e estudos sobre novos desenhos para o setor, sempre com vistas a promover o melhor equilíbrio entre receitas e despesas e a sustentabilidade.


ANS PROMOVE A SAÚDE ENTRE OS PROGRAMAS DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE VOLTADOS ÀS MELHORES PRÁTICAS COM FOCO NA PROMOÇÃO À SAÚDE, TRÊS DELES MERECEM DESTAQUE:

01.

PARTO ADEQUADO – O projeto é uma cooperação técnica

entre a ANS, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde. O objetivo é mudar o modelo de atenção, promovendo o parto normal e qualificando os serviços de assistência no pré-parto, parto e pós-parto. A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas implementadas pela ANS para diminuir o número de cesáreas desnecessárias registrado na saúde suplementar;

02.

PROJETO ONCOREDE – Visa a implantação de um novo mo-

delo de cuidado a pacientes oncológicos beneficiários de planos de saúde. Foi elaborado em parceria com institutos de pesquisa, instituições de referência nacional no tratamento do câncer, representantes de associações de pacientes e demais representantes do setor. O modelo propõe um conjunto de ações integradas capazes de reorganizar, estimular a integração e aprimorar a prestação de serviços de atenção oncológica no país. Os resultados esperados são um diagnóstico mais preciso da situação atual do cuidado oncológico, o estímulo à adoção de boas práticas na atenção ambulatorial e hospitalar e melhorias nos indicadores de qualidade da atenção ao câncer na saúde suplementar;

03.

IDOSO BEM CUIDADO – Propõe um modelo inovador de

atenção aos idosos. A ação envolve instituições parceiras e comprometidas com a investigação e a implementação de medidas na área do envelhecimento ativo, da qualidade da atenção à saúde, dos custos e gastos em saúde e da remuneração de prestadores. A ideia do projeto surgiu da necessidade de melhorar o cuidado aos idosos que possuem planos privados de saúde no Brasil e da necessidade de debater e reorientar os modelos de prestação e remuneração de serviços na saúde suplementar, visando à melhoria da qualidade da atenção e a implementação de estratégias de sustentabilidade do setor.

19


WALTER NEY, É AUTOR DO LIVRO “A VERTICALIZAÇÃO NO SETOR DE SAÚDE SUPLEMENTAR: O CASO DOS RECURSOS PRÓPRIOS” foto arquivo

WALTER NEY JUNQUEIRA pediatra, à frente da Unimed Criciúma (SC)

QUAIS OS PONTOS POSITIVOS E TAMBÉM NEGATIVOS SOA verticalização não é simplesmente montar hos-

BRE A VERTICALIZAÇÃO? Existe mais pontos positivos do que

pital e implantar novos serviços sem fazer análise do merca-

negativos. A operadora passa a ter independência, melhora a re-

do. É fundamental saber qual a real necessidade que deter-

lação contratual com outros prestadores, melhora a visibilidade

minada região tem, o que o prestador não consegue atender

na sociedade, melhora o resultado e dá mais segurança para a

e a operadora precisa resolver. Com 15 anos de experiência à

sustentabilidade. O maior ponto negativo é que se não for bem

frente da Unimed Criciúma (SC), o pediatra Walter Ney Jun-

planejada o resultado pode não ser o esperado. O planejamento

queira lançou o livro

é fundamental para que as metas sejam atingidas.

“A verticalização no setor de saúde suplemen-

tar: o caso dos recursos próprios”, no qual analisa os fato-

ANTES DE OPTAR PELA IMPLEMENTAÇÃO DE NOVOS RE-

res positivos e negativos sobre a construção de hospitais, la-

CURSOS PRÓPRIOS, O QUE A OPERADORA DEVE ESTAR

boratórios e clínicas de imagem, pelas operadoras de saúde.

ATENTA? Fluxo de caixa, baixa dependência de capital de ter-

Com diplomas de pós-graduação em Administra-

ceiros (menos de 30%), provisão para o início das atividades, a

ção de Planos de Saúde, MBA Executivo em Saúde pela FGV,

maturação é de mais ou menos 3 anos, abertura dos serviços em

Administração Hospitalar pelo IAHCS de Porto Alegre, entre

etapas conforme as necessidades e a rentabilidade dos setores

outras qualificações, o presidente da Unimed Criciúma relata

– por exemplo: centro cirúrgico, diagnóstico e quimioterapia é

na obra sua experiência na construção e na administração de

de extrema rentabilidade. Já um PA é o de menor rentabilidade.

um Complexo Hospitalar, além de orientar quem já está no setor ou quem deseja investir nos recursos próprios.

HÁ ALGUM SERVIÇO QUE SEJA MAIS VANTAJOSO CONTINU-

“A verticalização é o futuro das operadoras de

AR SENDO OFERECIDO ATRAVÉS DE PRESTADORES E NÃO

saúde que querem permanecer no mercado por mais tem-

POR MEIOS PRÓPRIOS? Consultas médicas, atendimentos

po”, afirma o autor, que respondeu algumas perguntas da

com para-médicos (psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionista)

equipe Unimed Uberlândia sobre o assunto.

se a operadora for pequena. O SENHOR TEM NÚMEROS SOBRE O PROCESSO DE VERTI-

20

Unimed Uberlândia - A VERTICALIZAÇÃO É O MELHOR CA-

CALIZAÇÃO ENTRE AS OPERADORAS EM GERAL NO PAÍS?

MINHO PARA REDUZIR A SINISTRALIDADE E GARANTIR A

Temos conhecimento sobre a grande maioria das operadoras

SUSTENTABILIDADE DAS OPERADORAS? Dr. Walter Ney -

que verticalizaram e posso dizer que é muito diversificado. Em

Não há dúvida nenhuma de que se a verticalização for bem pla-

nossa região por exemplo (Santa Catarina) temos cinco Unimeds

nejada é o melhor caminho para garantir a sustentabilidade das

com hospital próprio e quatro delas estão lucrativas, mas com

operadoras. Em relação a sinistralidade penso que não existe

percentuais de lucratividade diferentes. Uma (Florianópolis) ain-

redução da sinistralidade. Para redução da sinistralidade o pro-

da está em fase de maturação. Em relação ao Brasil, a grande

cesso deve ser focado na utilização. A verticalização melhora a

maioria possui resultados positivos, mas temos algumas como

receita da operadora, pois o que seria apenas custo passa a ser

é do conhecimento de todo o sistema que estão em dificuldade

receita através dos recursos próprios.

por mal planejamento e administração temerosa.


/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / v o c ê s a b i a : Up To Date

VOCÊ sabia

Up To Date Ferramenta auxilia médicos na tomada de decisões

Informações disponibilizadas numa plataforma por profissionais da Medicina são baseadas em evidências.

DESDE O FIM DO ANO PASSADO, OS COO-

PERADOS E PRESTADORES DE SERVIÇO DA UNIMED UBERLÂNDIA CONTAM COM O AUXÍLIO DE UMA DAS PRINCIPAIS FERRAMENTAS ELETRÔNICAS UTI-

O UpToDate fornece informações sobre mais de

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ópicos médicos em 20 especialidades.

LIZADAS EM TODO O MUNDO PARA AUXILIAR NA TOMADA DE DECISÕES NO LOCAL DE ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS. O UP TO DATE É UMA PLATAFORMA QUE DISPONIBILIZA INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS, RECOMENDAÇÕES ESPECÍFICAS E PRÁTICAS PARA O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ALTO VALOR E CONFIANÇA PARA CONSULTAS, POIS SÃO BASEADAS EM EVIDÊNCIAS.

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O SUPORTE EXISTE HÁ 25 ANOS E NAS-

CEU A PARTIR DO TRABALHO DE PESQUISADORES DA UNIVERSIDADE DE HARVARD, COM SEDE EM BOSTON, NOS ESTADOS UNIDOS. A EMPRESA QUE ADMINISTRA O PROGRAMA FAZ PARTE DO GRUPO HOLANDÊS WOLTERS KLUWER HEALTH, QUE POSSUI VÁRIAS VERTENTES. A BASE DE DADOS DO UP TO DATE AVALIA MAIS DE 470 PERIÓDICOS MÉDICOS EM TODO O MUNDO, COM ATUALIZAÇÕES PERMANENTES. MAIS DE 6.500 PROFISSIO-

Programa consegue responder a mais de 95% das dúvidas

NAIS MÉDICOS CONTRIBUEM PARA AMPLIAR E ENRIQUECER O ACERVO DE DADOS. SEGUNDO O FÍSICO-MÉDICO E GERENTE DE NOVOS PROJETOS DA EMPRESA, DANIEL GUILHERME CHRISTIANO, A SELEÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE COMPARTILHAM ESSAS INFORMAÇÕES LEVA EM CONSIDERAÇÃO TRÊS FATORES: SER CLINICAMENTE ATIVO, ESTAR VINCULADO A UMA GRANDE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVER PESQUISAS E PUBLICAR ESTUDOS EM JORNAIS E REVISTAS QUE SÃO REFERÊNCIA PARA A MEDICINA.

“Estudos demonstram que o

Up To Date ao ser utilizado no ambiente hospitalar está associado à redução do custo do atendimento e à melhoria da qualidade hospitalar de acordo com diversas métricas importantes, incluindo menor tempo de internação, menores taxas de complicações e maior segurança do paciente”, aponta Daniel.

arquivo

Daniel Guilherme Christiano, da Wolters Kluwer, ressalta o rigor com que é feita a seleção dos profissionais que compartilham as informações no Up To Date

22


Consultoria

Uma consultoria feita pela empresa Forrester ava-

liou o impacto financeiro potencial da ferramenta em organizações de saúde. A análise teve como base um hospital público e privado no Brasil com 500 leitos, aproximadamente 4 mil funcionários – dentre eles 800 médicos – e um orçamento em torno de R$ 800 milhões. De acordo com o levantamento, o programa proporcionou a melhora da qualidade do cuidado ao reduzir os custos. Foram observadas várias áreas de impacto em potencial, incluindo ganhos de produtividade do médico, evitando referências desnecessárias, tempo de permanência reduzido, evitando exames de diagnóstico desnecessários e aumento da satisfação do médico.

Numa estimativa conservadora, a consultoria feita

pela Forrester apontou benefícios quantificáveis de ​​ R$ 1,1 milhão ante custos totais de R$ 270 mil nos três anos de análise. Ao acessar o Up To Date para uma consulta, o cooperado consegue visualizar a informação de quando aquela postagem foi atualizada ou revista. As evidências são baseadas a partir de uma série de recursos como pesquisas em banco de dados de agências conceituadas governamentais e não governamentais, publicações de ensaios clínicos e relatórios oficiais, congressos científicos nacionais e internacionais, experiências clínicas e observações dos autores, editores e revisores selecionados.

O Up To Date é considerado o maior suporte mundial de

tomada de decisões médicas, sendo acessado por mais de 32 mil instituições de saúde dos mais diversos países. No Brasil, as operadoras de planos de saúde disponibilizam a ferramenta aos seus médicos e prestadores como forma de tornar as tomadas de decisões mais seguras e assertivas. “Já foi comprovado que ele muda a forma como os profissionais praticam a medicina e é o único recurso associado com melhores resultados”, aponta Daniel Guilherme.

A Unimed de Uberlândia foi uma das primeiras do País

a ampliar o serviço também às suas redes prestadoras de serviço. Foram disponibilizadas senhas para os hospitais, laboratórios e clínicas, o que beneficia um maior número de usuários da saúde. Entre os cooperados, o acesso é feito na sede da própria operadora ou nos locais de atuação do médico.

O ginecologista e obstetra Paulo Pimenta atua há 31

anos na área e desde que o programa foi colocado à disposição dos cooperados, ele tem feito no mínimo uma pesquisa por mês para auxiliar na busca de mais conhecimento sobre determinados tipos de situações. Ele lembra de um caso de uma gravidez múltipla em que os fetos apresentavam uma diferença bastante significativa de tamanho, o que sugeria a hipótese de uma síndrome relativamente pouco frequente em obstetrícia – síndrome de feto fetal - e que, se fosse constatado, demandaria uma atuação rápida e extremamente especializada. O diagnóstico final à paciente aconteceu por meio do Up To Date uma vez que são raros os casos dessa natureza no país. “Neste caso, tem que intervir ainda durante a gravidez para não correr o risco de perder os fetos. Por sorte, a paciente não tinha a síndrome, mas a dúvida foi sanada a partir da consulta feita ao

Unimed Uberlândia é uma das pioneiras do País na oferta da plataforma

portal, que foi muito preciso na informação”, conta o obstetra.

Ainda segundo o médico, o programa é de fácil consulta

e possibilita um alto grau de assertividade uma vez que as informações disponibilizadas são baseadas em serviços de melhor qualidade no mundo.

“O benefício não é

só do colega, mas de toda a comunidade médica e dos pacientes que serão alcançados por esse tipo de recurso, que oferece um conhecimento atualizado.”

O médico Paulo Pimenta é usuário do Up To Date e destaca o alto grau de assertividade da plataforma mauro marques

23


artigo:

Heitor Tognoli

////////////////////////////////////////////////////

Escuta ativa: - Você consegue escutar adequadamente seu paciente?

Escuta ativa significa estar pre-

sente, atento, e livre de julgamentos perante o sujeito que está diante de você na consulta.

Escuta ativa é sem dúvida o pré

-requisito mais importante para começar a se estabelecer uma interação eficaz, resultando em uma consulta de alta qualidade.

Para realizar escuta ativa é pre-

ciso ter um item chamado: interesse genuíno pelo ser humano. Uma curiosidade sadia, uma intencionalidade de fazer o bem, e ajudar o próximo. Não estou falando de caridade. Estou falando de amar os seres humanos e possuir uma eterna curiosidade por sua diversidade. Sem isso não existe escuta ativa, não existe doação, não existe interação de qualidade.

Bom, superado esse fundamen-

to, existem quatro características essenciais para que ocorra a escuta ativa, vamos conhecê-las?

Dr. Heitor Tognoli é médico de Família e Comunidade e mestre em Saúde e Gestão do Trabalho. É também autor do blog heitortognoli.com.br, especializado em orientação de carreira médica.

24


1. Compreensão

Esse conceito extrapola o simples entendimento do que foi dito (o que dependendo do caso já

pode ser difícil). Compreensão nessa lógica é entender que cada palavra pode ter um significado diferente para a pessoa que fala. O contexto geral do que está sendo dito, passa a ser tão importante quanto os aspectos pontuais. Para ser mais claro, é tentar entender o mapa do outro, sem consultarmos no nosso mapa. A compreensão consiste no entendimento da leitura corporal, da intencionalidade, do que não está sendo dito, do tom de voz, etc.

2. Retenção

Reter o que está sendo dito está intimamente ligado ao interesse pelo que foi dito. Sem inte-

resse não tem retenção. E aqui faço um alerta importante. Alguns profissionais não conseguem realizar uma consulta sem registrar todas as informações simultaneamente à fala, um pouco por conta do hábito, ou por ter um “medo” de não lembrar de todas as informações ditas pelo sujeito em consulta.

Quando você conseguir exercer a escuta ativa, esse medo irá desaparecer.

Então, caso tenha esse hábito de registrar ao mesmo tempo em que o sujeito fala, experimen-

te-se a exercer uma escuta ativa, e a realizar uma consulta sem registrar tudo. Tente ser mais olho no olho.

3. Interação

Além de prestar atenção no contexto e nas palavras que estão sendo ditas pelo outro, você pre-

cisa prestar atenção no seu corpo e nos momentos em que realiza intervenções, pois caso não demonstre a abertura suficiente para a fala do outro, você pode fechar portas importantes.

Como melhorar essa habilidade? Uma forma é simplesmente começar a prestar mais atenção

em você mesmo durante a consulta. Outra é utilizar o recurso da filmagem. Isso mesmo, filmar algumas consultas suas, com o foco exclusivamente em você, para que você possa perceber como tem se portado, e se fosse seu próprio paciente como se sentiria com relação a abertura.

Caso queira utilizar desse recurso, lembre-se de consultar seu paciente, e pedir uma autoriza-

ção por escrito. Procure fazer isso com pacientes que já conhece primeiro.

4. Timing

Nada mais é do que saber o tempo exato de interromper, ou de realizar uma pergunta que con-

siga manter aberto o canal de comunicação. Saber quando aprofundar, quando dar foco, quando avançar, ou quando retroceder.

Sem escuta ativa, o seu tempo e o tempo do sujeito ficam desencontrados. O sujeito fica com

a sensação que não disse tudo que deveria, ou que não foi ouvido, mesmo que por ventura tenha falado bastante. E o profissional de saúde, sem interesse genuíno, acaba interrompendo muito mais do que deveria, e trazendo as perguntas para aspectos objetivos e menos contextuais.

“Reter o que está sendo dito está intimamente ligado ao interesse pelo que foi dito”

Bom, exercer a escuta ativa não é tarefa fácil, apesar de parecer

simples. Porém, representa o primeiro passo para o estabelecimento de uma comunicação eficaz e que possa gerar vínculo entre você e seu paciente.

25


t e c n o l o g i a : Décio Tostes

/////////////////////////////////////////////////

Unimed investe em novo sistema de gestão atrás de agilidade e eficiência Dyad HRP é totalmente integrado e substitui outros três sistemas usados nos últimos dez anos pela operadora

Décio Tostes, gestor de TI da Unimed, atesta a eficiência do HRP Dyad, sistema adotado pela operadora a partir de abril deste ano mauro marques

26

Tempo é dinheiro. E quando se trata de tecnologia,

veio a substituir outros três sistemas utilizados pela Unimed

essa lógica ganha ainda mais sustentação. Quanto mais rápido

nos últimos dez anos: Cardio, Nefron e Pirâmide. Nesse perío-

se processam as informações, mais rápido uma empresa conse-

do, houve uma série de necessidades que os antigos programas

gue receber pelos serviços ofertados. E quando as informações

não atendiam e que demandavam a contratação de serviços com

estão integradas por um único sistema, as rotinas operacionais

terceiros, gerando custos adicionais e informações difusas.

se tornam mais eficientes e também mais ágeis. Esses dois fa-

tores – tempo e eficiência – tem garantido à Unimed Uberlândia

para incorporar os intercâmbios, dando velocidade operacional.

uma nova dinâmica em seus processos a partir da implantação

“O Dyad garante que a informação seja trabalhada do início

de um novo sistema responsável pelo gerenciamento de toda a

ao fim. Isso traz uma redução do nosso timing operacional e

operadora.

transforma o analista operacional em analista de informações”,

Após a análise desse cenário e dos desafios impostos

explica Décio Tostes Oliveira, gestor de tecnologia da Unimed

pelo mercado de saúde suplementar, a Unimed Uberlândia es-

Uberlândia. “O objetivo é trazer inteligência para o sistema de

colheu uma nova ferramenta para ser implantada, o Dyad HRP

saúde, deixando de ocupar o tempo da pessoa com operações

(Health Resource Planning), que é um sistema de gestão de pla-

diárias e passando a otimizar o tempo com informações mais

nos de saúde concebido com base em profundo conhecimento

estratégicas”, cita.

do negócio, sendo totalmente orientado a obtenção de resulta-

dos. O Dyad HRP atende plenamente o padrão TISS - Troca de

e hoje está presente em aproximadamente dez unidades. Até

Informações em Saúde Suplementar, definido pela ANS - Agên-

o fim do ano, esse número deve quase triplicar com a entrada

cia Nacional de Saúde. Além das funcionalidades específicas de

efetiva do sistema em novas cooperativas. Em Uberlândia, o pro-

gestão de plano de saúde, o Dyad HRP atende por completo a

jeto de implantação levou três anos, incluindo a fase de testes

gestão financeira, contábil e fiscal, por se tratar verdadeiramen-

e migração gradativa dos dados para garantir que o sistema não

te de um ERP (Enterprise Resource Planning) especializado para

geraria um colapso na operação. Foram sete etapas minuciosa-

operadoras de planos de saúde.

mente trabalhadas e acompanhadas pelos analistas da coopera-

tiva e fornecedores até a virada definitiva do sistema, em abril.

O Dyad HRP começou a operar em abril deste ano e

O novo sistema é totalmente integrado e foi adaptado

O Dyad começou a rodar nas Unimeds a partir de 2014


Ganhos ao cooperado aumentaram

Décio Tostes conta que a ideia inicial não previa alterar a rotina

dos cooperados, que continuariam a utilizar os sistemas antigos na busca de informações e acompanhamento de seus pacientes. À medida que o projeto foi evoluindo os técnicos e analistas perceberam que o Hilum, utilizado pelos médicos, deveria ser substituído por outro sistema que proporcionasse ganho e qualidade nos relatórios clínicos. “Então desenvolvemos um novo sistema para trazer essas informações e juntamos a estratégia durante o período de implantação do Dyad”, conta o gestor de tecnologia. Além de trocar os sistemas de back office da Unimed, o sistema antigo de captura de dados usado pelos cooperados foi substituído pelo Irys. “A troca de sistema proporcionou ao cooperado obter novas informações e relatórios em tempo real, o que o antigo sistema não permitia”, concluiu.

“A troca de sistema proporcionou ao cooperado obter novas informações e relatórios em tempo real”

Outra inovação está na praticidade. O novo sistema não exige

que o cooperado instale nenhum software em seu desktop. Basta um navegador para que o sistema seja acessado pelos dispositivos móveis. Também não é preciso se preocupar com as atualizações tecnológicas.

Exigências:

A troca do sistema de gerenciamento permitiu a Unimed não

somente um upgrade tecnológico, mas facilitou os mecanismos para que a operadora se mantenha alinhada aos procedimentos e recomendações preconizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. Diante da quantidade de exigências e atualização de normas, o HRP Dyad contribui para uma resposta mais rápida e eficiente às orientações, o que também garante maior resolutividade e qualidade nos processos.

Operadora tem buscado se aprimorar nos últimos anos 27


DYADhrp

Sistema de gestão de planos de saúde

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Módulos para atender cada área da sua empresa.

28

» BENEFICIÁRIOS

» F AT U R A M E N T O S

» P R E S TA D O R E S

» PTU

» EVENTOS

» ANS

» BACK OFFICE

» TECNOLOGIA


Ao longo dos anos, a Unimed Uberlândia veio aprimorando

suas ferramentas tecnológicas para atender as necessidades do mercado e as próprias demandas internas. O primeiro sistema foi disponibilizado pela Unimed do Brasil e teve o ciclo mais longo na operadora. O Siamed entrou em funcionamento em 1990 e permaneceu em operação até 2007. Naquela época, o sistema ofertado pela rede não dispunha de um mecanismo que cuidasse de toda a parte financeira, sendo necessário contratar outra ferramenta para fazer o back office. Essa função ficou a cargo do Logix, que posteriormente foi substituído pelo Pirâmide. Esse último foi acoplado quando houve a troca do Siamed para o Cardio, em 2007. No mesmo período, o programa utilizado nas autorizações online (Uniatend) foi substituído pelo Nefron.

Com a implantação do HRP Dyad, os antigos programas

que davam suporte à rede deixam de existir, pois o novo sistema faz a integração com todos os módulos. Por enquanto, apenas o Pirâmide ainda funciona para manter as operações da contabilidade até que a etapa final de implantação do Dyad seja concluída e os dados migrados em definitivo para o novo sistema. Essa etapa será encerrada antes do fechamento do ano fiscal da operadora.

Segundo Décio Tostes, a escolha pelo HRP levou em con-

sideração uma matriz que aderisse as mais diversas necessidades apontadas pela operadora. Foram aproximadamente 1.200 requisitos de negócios elencados pela Unimed Uberlândia até chegar à escolha do sistema mais adequado. “Não existe 100% de aderência em nenhum sistema por causa das singularidades de cada operadora. Mas podemos afirmar que a troca do Cardio para o HRP foi muito menos traumática do que a substituição anterior”, lembra Décio.

Cronologia S I S T E M A S A D O TA D O S A O L O N G O D O S A N O S

1990

Implantação do Siamed para fazer a gestão da operadora

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1998

Entrada em vigor o cartão magnético e o Uniatend (autorizador online)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2007

Cardio substitui o Siamed; Nefron entra em operação no lugar do Uniatend. Na função do back Office.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2010

O Logix dá lugar ao Pirâmide

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2017

Implantação do HRP Dyad, substituindo o Cardio, Nefron e Pirâmide

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o p i n i ã o : Fala Cliente / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

ASSISTÊNCIA DOMICILIAR GERA

comodidade & segurança Programa de Gerenciamento de Casos Especiais faz parte de atribuições do Espaço Viver Bem.

Há momento na vida de um paciente crôni-

A inscrição do cliente no programa é feita me-

co em que o atendimento fora do ambiente hospitalar

diante avaliação do serviço social e de enfermagem do

contribui mais para sua saúde do que se estivesse in-

Espaço Viver Bem, responsável por verificar a situação

ternado. Em outros casos, a desospitalização gera um

e confirmar sua impossibilidade de utilizar a rede de

conforto e segurança maior para o paciente e seus fa-

serviços ambulatoriais convencional.

miliares, que têm a oportunidade de um convívio mais

próximo e tranquilo em dias tão difíceis e decisivos.

seus pacientes para o programa ou obter mais infor-

Situações como essas são propiciadas pelo Programa

mações a respeito basta entrar em contato:

Aos cooperados que desejam encaminhar

de Gerenciamento de Casos Especiais, que é pautado na assistência domiciliar e que envolve ações de pro-

Pelo telefone (34) 3239-6937 ou pelo email

moção da saúde, prevenção e tratamento de doenças

saudeintegral@unimeduberlandia.com.br.

aos beneficiários da Unimed Uberlândia, que apresentam alguma limitação funcional ou têm dificuldade

A Revista Unimed ouviu a opinião de familia-

de acesso à rede da operadora. A intenção é facilitar

res e beneficiários que foram indicados para o progra-

o atendimento desses beneficiários viabilizando o su-

ma e, ainda, de um médico que destaca a importância

porte técnico, por meio de assistência domiciliar, com

da assistência domiciliar como suporte ao atendimen-

destaque também ao cuidador.

to. Confira os depoimentos a seguir:

“MEU FILHO FICOU INTERNADO POR 82 DIAS, SENDO 34 DE UTI, DEPOIS DE PASSAR POR QUATRO CIRURGIAS. PERDEU 20 KG E MASSA MUSCULAR. QUANDO VEIO PARA CASA NÃO ANDAVA, ESTAVA ACAMADO. GRADATIVAMENTE FOI RECUPERANDO OS MOVIMENTOS COM O ACOMPANHAMENTO DE UM FISIOTERAPEUTA. HOJE ELE FAZ HIDROTERAPIA DUAS VEZES POR SEMANA NUMA ACADEMIA PERTO DE CASA, SEMPRE ACOMPANHADO DO FISIOTERAPEUTA. JÁ RECUPEROU OS MOVIMENTOS, GANHOU PESO, CONVERSA E RACIOCINA NORMALMENTE. A GENTE SÓ TEM A AGRADECER AO PROGRAMA DA UNIMED.”

Cynara Marina Santos, Mãe de Matheus Santos Lima, 21 anos, que teve um sério problema neurológico e precisou passar por cirurgias na cabeça e na coluna. Matheus recebe acompanhamento do programa na reabilitação com suporte ventilatório

FALE CONOSCO: (34) 3239 6916 ou (34) 3239 6966 30


“MEU PAI CHEGOU A SER INTERNADO COM UMA PNEUMONIA NO DIA 8 DE DEZEMBRO DO ANO PASSADO, DEPOIS TEVE PROBLEMA NOS RINS, NO CORAÇÃO E FEZ HEMODIÁLISE TRÊS VEZES POR SEMANA. ELE IA PARA O HOSPITAL E VOLTAVA PARA

“ANTES DE ENTRAR PARA O PROGRAMA, MINHA MÃE PRECISAVA SER INTERNADA A CADA 15 DIAS. ELA JÁ ESTÁ HÁ DOIS ANOS SENDO ACOMPANHADA PELA EQUIPE E SÓ FOI INTERNADA UMA VEZ POR CONTA DE UMA PNEUMONIA, MAS POR ORIENTAÇÃO DO PRÓPRIO MÉDICO. PARA A FAMÍLIA É BEM MELHOR TER UMA EQUIPE POR PERTO COM FISIOTERAPEUTA, ENFERMEIRA, MÉDICO E NUTRICIONISTA E NÃO TER MAIS AQUE-

CASA SEMPRE COM ACOMPANHAMENTO. NA CONDIÇÃO DELE, FOI MUITO BOM TER ESSE SUPORTE DO PROGRAMA, E PARA A FAMÍLIA FOI MUITO IMPORTANTE TER ELE POR PERTO. TODA A EQUIPE ESTÁ DE PARABÉNS.”

LA CORRERIA DE IR E VOLTAR AO HOSPITAL. CADA MEMBRO DA EQUIPE VEM UMA VEZ POR SEMANA. TAMBÉM COLOCAMOS UMA CUIDADORA, QUE É ENFERMEIRA, PARA TER UM MELHOR RESULTADO, POIS HOUVE

Ogmar Rizza Vasconcelos, Filho de Omar Valente de Vasconcelos, que passou por internação domiciliar durante quase nove meses. Em 15 de setembro Omar teve um AVC e veio a falecer.

UMA INTEGRAÇÃO MUITO BOA DELA COM OS PROFISSIONAIS MÉDICOS.”

Eliane de Araújo Silva Terra, Filha de Marlene Severo de Araújo, 80 anos, que ingressou no programa por indicação durante o trabalho de desospitalização. Sua internação se deu por uma descompensação do diabetes, tendo ficado em coma na internação. A paciente é acamada e depende totalmente de um cuidador. A assistência domiciliar trouxe mais comodidade à paciente e tranquilidade aos três filhos, que se revezam a cada 10 dias no cuidado com a mãe.

“É UM EXCELENTE PROGRAMA DE APOIO NA EVOLUÇÃO DOS PACIEN-

“EU TIVE MASTOIDITE POR TRÊS VEZES E FOI MUI-

TES QUE MAIS NECESSITAM DE AJUDA MÉDICA NUM MOMENTO COMPLICADO DE SUAS VIDAS. ELE TEM BENEFICIADO OS PACIENTES NA ME-

TO AGRESSIVA, POIS COM O MEDICAMENTO ORAL NÃO CONSEGUIA ÊXITO. NAS DUAS PRIMEIRAS VE-

DIDA EM QUE GARANTE UM SUPORTE DE ACOMPANHAMENTO CLÍNICO MULTIDISCIPLINAR QUE FAZ COM QUE A EVOLUÇÃO DOS PACIENTES SEJA EXCEPCIONAL. TENHO ALGUNS PACIENTES COM MORBIDADES MULTIPLICAS E QUE ESTAVAM SEM O SUPORTE ADEQUADO, APRE-

ZES EU NÃO SABIA DESSE BENEFÍCIO, ENTÃO TIVE QUE FAZER TODO O TRATAMENTO SOZINHA. NA TERCEIRA VEZ, FIQUEI SABENDO DO PROGRAMA DA UNIMED E FIQUEI ENCANTADA COM O TRA-

SENTANDO PROBLEMAS COMO DESNUTRIÇÃO, ESCARAS, INFECÇÕES E INTERNAÇÕES DE REPETIÇÃO. APÓS ENTRAREM NO PROGRAMA, TI-

TAMENTO QUE RECEBI DOS ENFERMEIROS. ELES TINHAM O MAIOR CARINHO COMIGO, ATÉ ME EMOCIONOU NA ÉPOCA. É UM TRABALHO DE PRI-

VERAM UM IMPACTO SIGNIFICATIVO NA SUA EVOLUÇÃO. ALGUNS NÃO INTERNARAM MAIS APÓS SEREM ADMITIDOS NO PROGRAMA. OUTRA COISA QUE CHAMA ATENÇÃO É A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE FERIDAS DE PELE E MELHORA SUBSTANCIAL DO NÍVEL DE NUTRIÇÃO QUE OS PACIENTES TÊM OBTIDO. GOSTARIA QUE TODAS AS EMPRESAS QUE TRABALHAM COM SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL PUDESSEM TER UM PROGRAMA PARECIDO.”

Dr. João Lucas O’Connell, Cardiologista, responsável pela indicação de dona Marlene Severo ao programa da Unimed

MEIRO MUNDO, UM TRATAMENTO HUMANIZADO, DIFERENCIADO E EFICAZ, PORQUE EU SAREI E HOJE EU ESTOU BOA.”

Michele Bretas, Vereadora, passou por intervenção específica, com aplicação de medicação injetável e foi acompanhada em casa pela equipe do Espaço Viver Bem

31


s u s t e n t a b i l i d a d e : Gestão do Cuidado / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

A saúde no contexto atual

Fundador e presidente

da Thymus Branding, Ricardo Guimarães, é o entrevistado desta edição; ele fala sobre transformação da sociedade, saúde e perfil do novo médico.

“NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO O INDIVÍDUO SABE MAIS SOBRE SI MESMO, SEU CORPO, SUA SAÚDE, SUAS CARÊNCIAS, SEUS DESEQUILÍBRIOS. ELE SE CUIDA MELHOR”

32

Essa afirmação é do ex-publicitário, fundador e presiden-

por uma transformação no modelo assistencial. Um novo modelo

te da Thymus Branding, Ricardo Guimarães. Segundo ele, no atual

centrado no cliente e que seja sustentável, eficiente e equilibrado

contexto de mundo, as pessoas estão mais autônomas na gestão

diante do aumento da demanda e da oferta de novos serviços.

de sua saúde. A velocidade e o volume de conhecimento produzido

colocam todos como estudantes e curiosos diante da vida.

DIA, o presidente da Thymus, que tem no seu portfólio clientes

A Thymus é uma consultoria estratégica de apoio a líde-

como Natura, TAM, Santander, Grupo Algar e Organizações Glo-

res na condução de planejamento e gestão de aspectos intangíveis

bo, é provocado a contextualizar a assistência à saúde, a atenção

do negócio, como competências, relações, inovação, cultura e mar-

médica ao perfil do paciente atual. Ricardo é se posiciona a favor

ca. Durante apresentação no HSM ExpoManagement 2016, Ricardo

de medicina preventiva sempre que possível e diz que o médico,

Guimarães afirmou que “A sobrevivência de uma empresa não está

especificamente o cooperado, tem um mundo pela frente se real-

mais na manutenção, mas na capacidade de se adaptar”. Essa afir-

mente entender o espírito da época. Para ele, o médico cooperado

mação vem de encontro ao trabalho que a Unimed Uberlândia vem

em particular será muito valorizado se capturar o espírito do mútuo

realizando junto aos seus cooperados que é o de disseminar entre

e souber operar o seu modelo de negócio.

eles a necessidade de a cooperativa se adaptar aos novos tempos,

de analisar o contexto de saúde como um todo e se planejar dian-

rante passagem por Uberlândia, onde foi palestrante em um semi-

te das tendências de mercado e das projeções futuras, para pro-

nário organizado pela Unimed.

Em entrevista concedida à Revista UNIMED UBERLÂN-

Abaixo, íntegra da entrevista de Ricardo Guimarães, du-


RICARDO, COMO FICA A SAÚDE NO NOVO CONTEXTO DO

MAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE? Essa transformação se materia-

MUNDO? Minha especialidade é contexto de mundo e não saú-

liza na quantidade de conhecimento produzido e disponibiliza-

de especificamente. Mas é possível tirar algumas conclusões. O

do tanto para os cientistas e estudiosos como para nós que não

contexto diz que estamos vivendo uma transição épica. Isto é,

estudamos o assunto. Mas precisamos nos cuidar. A velocidade

não é passageiro, mas algo tão profundo e diferente que define

e o volume de conhecimento produzido colocam todos como

o fim de uma fase da história da humanidade, chamada de So-

estudantes e curiosos diante da vida.

ciedade Industrial, e o começo da Sociedade do Conhecimento. Esta nova sociedade é marcada por dois fatores: a quantidade

DIANTE DESSE CENÁRIO, A POPULAÇÃO TENDO MAIS

de pessoas no planeta e a conectividade entre essas pessoas.

ACESSO À INFORMAÇÃO E ESTÁ VIVENDO MAIS, QUAL O

A quantidade de gente e a interação entre elas criam dinâmicas

CAMINHO MAIS LÓGICO A SER SEGUIDO PELAS OPERADO-

sociais totalmente diferentes das que estamos acostumados.

RAS DE SAÚDE? Aliar-se cada vez mais aos interesses e neces-

Uma dessas novidades é o indivíduo conectado em rede que

sidades dos indivíduos e ressignificar as instituições como ins-

hoje fica mais informado, tem mais opinião, forma e mobiliza

trumentos de viabilização de um serviço e não provedoras de

grupos, produz conhecimento e empreende sem precisar das

serviço. O espírito de mútuo deve predominar numa sociedade

instituições. É uma sociedade mais horizontal e menos pirami-

em que as pessoas de mobilizam e se aproximam em função de

dal, vertical. É nesse contexto que podemos falar da relação das

interesses comuns sem precisar das instituições. Portanto, as

pessoas com a saúde.

instituições deverão rezar nessa cartilha para garantir perenidade no novo cenário.

COM A EVOLUÇÃO DO INDIVÍDUO E DA SOCIEDADE, A TENDÊNCIA É QUE AS PESSOAS TAMBÉM ADOEÇAM MENOS E

COMO VOCÊ VÊ O COOPERADO (MÉDICO) DIANTE DO CE-

SE PREOCUPEM MAIS COM A SAÚDE, EMBORA, HOJE AIN-

NÁRIO DE NOVAS TECNOLOGIAS? E DO NOVO PERFIL DO

DA NÃO SE PERCEBA ESSA EVOLUÇÃO DIANTE DA DIMEN-

USUÁRIO DE PLANOS DE SAÚDE? Tanto o médico em geral,

SÃO DOS PROBLEMAS NO SETOR, EM ESPECIAL NA REDE

como o médico cooperado, tem um mundo pela frente se ele

PÚBLICA NO BRASIL? Claro, como eu disse, na sociedade do

realmente entender o espírito da época. O médico cooperado

conhecimento o indivíduo sabe mais sobre si mesmo, seu corpo,

em particular será muito valorizado se ele capturar o espírito do

sua saúde, suas carências, seus desequilíbrios. Ele se cuida me-

mútuo e souber operar o seu modelo de negócio. Não vou nem

lhor. E todos conhecem o Dr.Google, não é? Os médicos mes-

falar do cooperativismo, mas da cooperação como imperativo

mos dizem que hoje o paciente chega muito bem informado, já

de sobrevivência num cenário tão mutante e tão imperativo. A

consultou fontes acadêmicas e outras pessoas que visitaram

cooperação garante maior agilidade de aprendizado sobre o ce-

tiveram o mesmo problema. As pessoas estão mais autônomas

nário porque proporciona melhor fluxo de informação entre os

na gestão de sua saúde.

membros do grupo. Darwin tem bons estudos sobre tribos de bonobos que evoluíram porque cooperavam mais do que tribos que competiam mais entre si e por isso entraram em extinção.

“As pessoas estão mais autônomas na gestão de sua saúde” A INTUIÇÃO, ALIADA À RAZÃO, É O MELHOR CAMINHO PARA SE DETECTAR UMA DOENÇA? Isso não sei dizer por estudo, mas minha intuição me diz que sim. A intuição acessa muito mais informação do que nossa razão que só registra o que é conhecido, dedutível e tem nome. A razão precisa de palavra para pensar e só tem nome o que é conhecido. É uma pena que nossa cultura tenha dificuldade de usar a intuição como instrumento de conhecimento científico. EM SUA PALESTRA, FEITA EM UBERLÂNDIA A CONVITE DA UNIMED, VOCÊ DESTACOU A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE INDUSTRIAL PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

Ricardo Guimarães, Peter Kronstrøm e Sávio de Moraes

NO ÚLTIMO SÉCULO. COMO TRADUZIR ESSA TRANSFOR33


“O médico cooperado em particular será muito valorizado se ele capturar o espírito do mútuo” CONTE UM POUCO DO PROJETO DESENVOLVIDO POR SUA

manentemente garantido sua perenidade. Mas o melhor de

EMPRESA DE CONSULTORIA PARA A UNIMED DO BRASIL,

tudo é que o Jeito Unimed vai estimular que as pessoas usem

QUE PRETENDE DISSEMINAR POR TODAS AS SINGULARES

seu discernimento e sensibilidade para cuidar do outro. Te-

DO SISTEMA O MESMO MODO DE ATENDER E DE SE RELA-

mos protocolos, temos processos, temos procedimentos, mas

CIONAR COM O CLIENTE. QUAL É O NOME DO PROJETO?

só isso não garante o Jeito de Cuidar Unimed. O Manifesto é claro: somos pessoas com vocação de cuidar, não somos um

Eu não diria que é o mesmo modo de atender porque pode

banco nem uma instituição. Somos antes de tudo pessoas,

parecer um manual e a ideia é exatamente o oposto. O Jei-

médicos que se unem cooperativamente para cuidar da saúde

to de Cuidar propõe que o espírito Unimed, que está descrito

das pessoas. Esse espírito é que deve estar presente em tudo

no Manifesto, esteja presente em todos os relacionamentos,

que a Unimed faz, não importa se é com sotaque gaúcho, mi-

internos e externos, em todo o Brasil, preservando as peculia-

neiro ou nordestino.

ridades da Singular que foram definidas por sua história e as circunstâncias locais. A ideia não é padronizar, mas harmoni-

PELO QUE CONHECEU DA UNIMED UBERLÂNDIA, QUAN-

zar, criar uma unidade na diversidade. Uma família pode ter

DO DE SUA VISITA À COOPERATIVA, VOCÊ ACREDITA QUE

vários membros todos diferentes, mas com um mesmo DNA.

ELA ESTEJA NO CAMINHO CERTO? Sim, Uberlândia é uma

É mais ou menos assim. O Jeito de Cuidar propõe um perma-

das referências do Sistema.

nente aprendizado que é colhido na singular e compartilha-

34

do sistemicamente para evolução de todos. É fazer a Unimed

MEDICINA CURATIVA OU PREVENTIVA? Preventiva sempre.

funcionar de fato como um sistema que aprende e evolui per-

Curativa se necessária.




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