Título: O Dia de Natal, conto de Natal, de Rosa Maria Santos. Dezembro 2020

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O Dia de Natal

Conto de Natal

Rosa Maria Santos 2


Ficha Técnica

Título O Dia de Natal Tema Conto de Natal Autora Rosa Maria Santos. Capa Arranjo de José Sepúlveda Ilustrações Rosa Maria Santos Revisão de textos e Formatação José Sepúlveda

Editado em E-book em Dezembro de 2020 https://issuu.com/rosammrs/docs

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Rosa Maria Santos Naturalidade – S. Martinho de Dume, Braga. Muito pequena, foi viver para a freguesia de Maximinos. A base do seu equilíbrio emocional está no seio familiar. É na família que encontra a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, trinta e um anos, tendo regressado em 2017, à cidade que a viu nascer, Braga. Participou em diversas coletâneas de Poesia, portuguesas, italianas e brasileiras. É Colunista no site Divulga Escritor, possuindo também uma rubrica na Revista com o mesmo nome. Foi assistente de produção e recolha na coletânea de postais do grupo Solar de Poetas, Poeta Sou…Viva a Poesia; participou nas coletâneas de postais de Natal do mesmo grupo: Era uma vez… um Menino; Nasceu, É Natal; Não Havia Lugar para Ele; VALE DO VAROSA: Uma Tela, um Poema, do Solar de Poetas, para promoção do Evento: Tarouca Vale a Pena; Belém Efrata; Então, Será Natal; Vi Uma Estrela, todas editadas em e-Book; O Presépio de Marco – inspirado nas imagens do presépio de Natal 2019, elaborado por Marco Penna e seus familiares. 4


É Administradora dos grupos: Solar de Poetas, onde coordena também a equipa de Comentadores; Solarte – a Arte no Solar; SoLar-Si-Dó - A Música no Solar; Canal de Divulgação do Solar, Casa do Poeta; SolarTV Online; Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa; Hora do Conto e O Melhor do Mundo, todos do grupo Solar de Poetas. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera escritora nem poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir. Livros editados: Rosa Jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – Julho 2018.

E-Books - Poesia Cantam os Anjos (poesia de Natal) – Capa de Adias Machado – Natal 2017; - Ucanha terra de encanto Poesia) - Capa: Glória Costa – Maio 2018; - Sinos de Natal, Natal de 2018; - Glosa, Arte e Poesia, Pinturas de Glória Costa, poesia da autora, Agosto 2019; - Entre Barros, Arte e Poesia Bordadas à Mão – pinturas de Bárbara Santos, poesia da autora, Outubro 2019; - Maviosa poesia, a arte de rialantero" Pintura de Silvana Violante; poesia da autora.

E-Books - Contos Pétalas de Azul (contos) – Fevereiro 2019; - Estórias em Tons de Rosa (contos) Abril 2019; - Pena Rosada, 5


Crónicas do Quotidiano, Julho 2019; - 12 Contos de Natal, capa de Madalena Macedo - imagens com arranjos da autora, Natal 2019; - O Veado Solitário, na Aldeia do Chefe Lyn - Edição bilingue (português/italiano), Janeiro 2020; - Esperança no País do Arco Íris – Edição bilingue (português/italiano), Abril 2020; - O Menino da Lagoa - Edição bilingue (português/inglês), Abril 2020; - A Menina Raposa, capa de Ana Cristina Dias; - Rufo, o Cãozinho desaparecido – Edição bilingue (português/espanhol), Abril 2020; - Ana Rita e o fascínio dos ovos – Maio 2020; - Milú, o Chapeuzinho que gostava de cirandar, Maio 2020; - Contos ao Luar, Maio de 2020; - Patusca, no Reino Misterioso - Edição bilingue (português/italiano), Maio 2020;- O bolo na casa da Avó Doroteia, Junho 2020; - Sonega, o Coelho Mandrião, Julho 2020; - Rosalina e a Sombra Rebelde, Julho 2020; - O Jardim em Festa, Julho 2020; - Ritinha, salva a Sereia Serena, Julho 2020; - Ana Clara, em tempos de pandemia, Novembro 2020; - Josefina, a menina que veio do mar, Novembro 2020; - Luizinho, protetor do ambiente, Novembro 2020; - A Girafa Alongadinha e a Pulga Salomé, Novembro 2020.

Histórias da Bolachinha Bolachinha em Tarouca (prosa e poesia) - Capa: Glória Costa - Maio 2018; - Bolachinha vai à Hora de Poesia - Edição bilingue (português/ francês), Outubro 2018; - Bolachinha vai à Casa Museu Mestre Adelino Ângelo - Novembro 2018; - O Natal de Bolachinha, Natal 2018 6


Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de Teresa Subtil - Edição bilingue (português/Mirandês), Fevereiro 2020; - Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de José Sepúlveda - Edição bilingue (português/francês), Julho 2020.

Aventuras de Maria Laura Maria Laura, a Menina da Página dezasseis, Agosto 2020; - Aventura no Castelo sem nome, Agosto 2020.

Brevemente Vidas Suspensas, romance.

Distinções 2º Prémio de Poeti Internazionali. Poema Rosa de Saron, no Concorso Artemozioni, Cantico dei Cantici In Valle d’Itria, Itália; Maio 2017. 3º Prémio de Poeti Internazional - Itália. Com o poema “Violino”; 5° Biennale del Festival Internazionale Delle Emozioni, Itália - Maio 2019. 10° Edizione Del Concorso Di Poesia e Narrativa: Prémio d’Onore Concurso de Premio Letterario Internazionale di Poesia “Gocce di Memoria“, Itália, Junho 2019 con la poesia Sfera di cristallo (Bola de Cristal). Concorso “Il Meleto di Guido Gozzano” Sezione Autori di lingua straniera - ATTESTATO DI MERITO, 14

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settembre 2019 com la poesia Assenza (Ausência). Itália, agosto de 2019. Jogos Florais Vale do Varosa 2019 – Concurso Literário Tarouca - “O rio, o vale e as gentes”: Menção Honrosa, categoria de Poema. Concorso di Poesia Internazionale " Gocce di Memoria" VI edizione 2020. Menzione d'onore con la poesie “Il mio quadro” – (Meu quadro). Itália julho 2020. https://issuu.com/rosammrs?fbclid https://romyflor.blogspot.com/p/blog-page.html

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O Dia de Natal

Ainda o dia estava a amanhecer e na escondida recôndita aldeia entre as montanhas lá para o norte do país, Jacinta, uma menina de seis anos, já sorria para a sua mãe. Esta, apreensiva. Era nesse dia que estava prevista a chegada do marido, ausente no estrangeiro. As viagens eram sempre uma preocupação para ela. Sabe-se lá o que pode acontecer – pensava. Jacinta, despreocupada, sorria alegremente e para ela, fizesse chuva ou sol, era a mesmíssima coisa. Ela imaginava que o pai estava a chegar e que em breve o 10


podia abraçar. Esses longos três meses de ausência estavam agora no fim. Por isso, cantarolava, espreitando pela janela da sala de estar e, cheia de curiosidade, perguntava à mãe: -Mãezinha, a que horas chega o paizinho? - Acalma, logo pela tardinha ele chega. Então, vais ter tempo de brincar com ele. Até lá, mais umas horas. Temos que ter paciência. Vai brincar um pouco, isso vai ajudar a que o tempo passe.

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- Eu sinto-me tão feliz Porque meu pai vai chegar. Cantarolava a petiz, Não parando de saltar. - Ó filha, sossega um pouco Recomendava a mãezinha E fazia ouvido mouco, Vagueando p’la cozinha. A rua estava deserta, O vento faz-se sentir E ela, de boca aberta , Gritava p’rá mãe ouvir. - Minha mãe, fico à janela Até o meu pai chegar! E a avó, no quarto dela A sorrir com seu gritar.

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- A primeira quero ser A meu paizinho abraçar, Quando o vir aparecer, Vou com ele me encontrar. - Sim, acalma, princesinha, Vai para o jardim brincar Com a tua bonequinha, Ele não tarda a chegar.

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Afagou-lhe os seus cabelos E a mãezinha sorriu, Olhou p’ra seus olhos belos E um abracinho pediu.

A ansiedade crescia com o passar do tempo. A manhã já ia longa e o dia estava fresco, mas ela ali estava firme, ansiosa, à espera do pai. A Avô Marieta, saiu do seu pequeno quarto, dirigindose para a cozinha. Parou, olhou a neta e disse:

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- Jacinta, vai brincar, querida, vai fazer-te mal estares assim tanto tempo, ansiosa. Não tarda e o teu pai vai chegar, ainda não está tarde. - Eu sei, avozinha, mas quero ser a primeira a vê-lo, a abrir-lhe a porta recebê-lo com um abraço do tamanho do mundo.

- Vai brincar, minha netinha, Essa ansiedade faz mal! - Não me faz mal, avozinha, Tudo isto é natural.

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Fico a aguardar o paizinho Para matar a saudade, Anseio o seu abracinho Que ĂŠ mesmo bom, na verdade. Vou a ĂĄrvore enfeitar Com bolas, fitas compridas E o presĂŠpio montar Com as figuras coloridas. E uma estrela bem no cimo Para tudo iluminar, Vais ver, vai ficar um mimo, Para o Natal alegrar

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- Então, olha, fica lá na janela que eu cá me vou para ajudar a tua mãe a preparar o almoço. Agora, os seus pensamentos eram o presépio, no qual o seu pai sempre se envolvia. - Não seria má ideia se fosse preparando as coisas. Mas não quero perder o momento da chegada. Imaginava-se já à volta do pinheiro, a montar tudo aquilo. Como era lindo, um momento mágico. E a prenda que ia receber, o que seria? Há meses, ela dissera ao pai qual o seu desejo para este ano. Ela sabia que o pai sempre se esforçava para lhe satisfazer o pedido. Uma prenda só, nada de abusar que o pai não gostava de abusos.

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- O Menino Jesus - sorriu ao pronunciar o nome – Coitadinho, Ele não pode dar-nos os brinquedos. Imagine-se lá se tivesse que oferecer brinquedos a tantas crianças! Nunca entendeu porque todos usavam o nome do Menino Jesus para justificar a entrega dos presentes no Natal. Às tantas, até ficava triste por essas mentirinhas dos adultos. Depois, como se sentiriam os meninos cujos pais tinham rendimentos mais modestos e não pudessem dar-lhes o mesmo tipo de prendas que os meninos mais ricos recebiam! Mas, na verdade, eram momentos mágicos aqueles em que recebia as prendinhas dos pais e da avó. Mas, mesmo absorvida por estes pensamentos, não desviava um segundo os olhos da estrada aonde o seu pai havia de aparecer.

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- Meu Jesus, que em teu cantinho Estás prestes a nascer, Traz depressa o meu paizinho Para que o possa ver. Minha preocupação É ver mãezinha acalmar Corta-se-me o coração Sempre que a oiço chorar. Precisamos tanto dele Para alegrar nosso lar E mais histórias revele Desse seu peregrinar. Ouve, Jesus, o meu grito, Pois já sou mais crescidinha O meu coração aflito Salta quando se avizinha.

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Jacinta foi crescendo e com a idade e as conversas que foi tendo com as amigas, apercebeu-se que essa história do pai Natal não tinha qualquer sentido. Achava estranho no dia de Natal, sempre que se dizia que o Pai Natal estava a chegar, o paizinho desaparecia misteriosamente, desculpando-se que estava frio e que ia buscar um agasalho. Mas, esse era o momento preciso que as prendinhas, como por magia, logo apareciam junto ao sapatinho. Até que um dia, sem que ninguém se apercebesse, resolveu espreitar pela fechadura e descobriu a marosca. Lá estava o paizinho a vestir-se de Pai Natal, para dar sequência àqueles momentos de magia que se iam seguir. E pronto, acabou-se o mistério. 20


Mesmo assim, adorava o Natal, a sua magia não desaparecera, apesar de tudo. Era o dia do ano em que a casa se tornava tão pequena para receber tantos membros da sua família. Na véspera, a casa ia-se enchendo de pessoas que muitas vezes só via naquela época. Era o momento de poder brincar com os primos que viviam na cidade e os tios que andavam por aí espalhados. A avó Marieta ficava radiante de alegria ao ver os netos, os filhos e as noras, todos reunidos ao seu redor. Não havia descanso nesses dias mas tudo era tão bom. Ela mesmo

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quase nem se deitava, o tempo era pouco para conversar e se divertir em família. Envolta nesta amálgama de pensamentos, sentiu que um cheirinho doce invadia a sala e penetrava ousado pelo seu pequeno narizito arrebitado. Rapidamente, saltou da cadeira e correu para a cozinha, para ver o que a mãe e a avó estavam a preparar.

- Mãe, que estás a preparar? Que cheirinho apetitoso! Será que posso provar? Hum, que bom, é bem gostoso!

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Bolachas de chocolate, Bolo de noz e canela, Arrozinho de tomate Disse, espreitando a panela. - Posso comer um pouquinho? Sou bem gulosa, mãezinha, Põe um pouco no pratinho Pois faz bem à barriguinha. Vou pr’á janela comer E esperar o paizinho Quero vê-lo a aparecer Lá no fundo do caminho.

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- Já vamos almoçar, Jacinta, vai lavar as mãos e sentate à mesa. - Não posso comer à janela mãezinha? - Claro que não - respondeu a avó - Que disparate! Sabes muito bem que a comidinha se come à mesa e bem sentada. - Pois sei, mas, caramba, hoje é um dia especial. Só queria ver o paizinho a chegar. - O paizinho só chega lá para a hora de jantar, pequena – adiantou a mãe. - Pronto, está bem, vou lavar as mãos e já volto. Mas, não quero por nada perder o momento de o ver chegar, para lhe abrir a porta e sentir o aconchego do seu abraço forte e caloroso. Mãezinha, por favor, tira-me um pouco de arrozinho de tomate com legumes e peixe coloca na mesa, para arrefecer. Como está impaciente, sôfrega, tenta comer o arroz ainda quente e pronto. Ao sentir queimar-lhe a ponta da língua, gritou: - Apre! Está quente! A mãe soltou um sorriso e respondeu: - É o que acontece a meninas impacientes! Vá lá, bebe um pouco de água que isso passa.

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- A minha língua queimei Disse Jacinta queixosa. Eu bem sei, não esperei, Devo seu mais cuidadosa. Um pouco de água bebeu E a dor logo passou; O arroz arrefeceu E então, se consolou.

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Os seus dentes foi lavar E correu para a janela, Mas com o sono a chegar, Pouco se sustinha ela. - Deita-te um pouco na sala. Disse-lhe a mãe a sorrir. Não preciso, não me rala, Daqui não quero sair.

Esforçando-se por manter os seus olhitos bem abertos, lá estava com eles, a olhar para o caminho que lhe 26


parecia agora mais longo. Não passou muito tempo, e deixou-se vencer, adormecendo com a cabeça pousada no parapeito da janela. A Mãe, porém, estava atenta e antes que algo acontecesse, pegou nela com cautela. Deitou-a no sofá e cobriu-a com uma manta de lã quentinha e aconchegante.

- O sono venceu, princesa, Tu precisas descansar, E mais tarde. Com certeza, Eu virei p’ra te acordar. 27


Entra no teu paraíso E sonha com o paizinho Pois descansar é preciso, Dorme, dorme, meu anjinho

Pé-ante-pé, a mãe saiu da sala e foi para a cozinha. O tempo corria depressa, mas, agora que a filha descansava, sempre se podia despachar mais depressa. Afinal, Tobias, o marido, estava quase a chegar. Jacinta dormia agora serena no sofá. Nesse dia acordara cedo, ainda de madrugada, ansiosa que estava e 28


a longa espera a que fora sujeita fizera com que ficasse mais cansada e sonolenta. Foi bom ter adormecido. O relógio da Igreja Matriz de Santa Madalena de Arcozelo acabara de dar as dezoito horas. Com o fim da tarde, chegara também a escuridão à pequena e estreita rua, cuja iluminação era fraca, apenas aquele velho poste de iluminação incidia agora sobre aquele chão negro do caminho.

Lisa olhava para a esquina da rua, esperando a qualquer momento Tobias, o marido, que não tardaria a chegar. 29


Num momento, ouve o motor de uma viatura. O coração bate apressado. - Pronto – pensou – acabou de chegar. Ao vê-lo, sorri de contentamento e eleva as mãos ao céu numa prece silenciosa. A avô Marieta, ao aperceber-se do ruído, saltou para a porta e gritou: - Meu querido filho chegou. Apressado, Tobias entra em casa, abraça as duas e sorri enternecido para o sofá, ao ver Jacinta a dormir

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- Como está linda, a minha princesinha, quantas saudades! Mas ela dormia como um anjinho no seu sono profundo. - Sabes, querido? Levantou-se quase de madrugada. Passou o dia à janela à tua espera. Até que se deixou vencer pelo cansaço. Vê como dorme, coitadinha! Depois de passar um pouco de água pelo rosto, Jacinto abeirou-se de Jacinta e sussurrou-lhe ao ouvido:

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- Vá, desperta. Princesinha, O teu paizinho chegou E a nossa arvorezinha Parece que nos chamou. No seu corpo a enlaçou Com um olhar desolado - Ó paizinho – lhe falou Queria ter acordado Queria ser a primeira A ver o papá chegar, Mas quiseste ser matreira, Não me quiseste acordar . - Tu dormias tão serena, Princesinha do paizinho, Não te acordei, tive pena, E fui p’ra tomar um banhinho.

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Estava muito a precisar Após a longa viagem Não parei de me centrar Na tua tão linda imagem A família vai chegar Que as saudades muitas são E então vamos festejar Um Natal em união.

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Amanhã por esta hora, estaremos todos reunidos neste nosso lar abençoado por Deus, que com nada nos falta. Vamos fazer a nossa árvore de Natal, e um grande presépio. Mas o Menino Jesus só o colocaremos amanhã depois da meia noite, combinado?

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- Bendito sejas, Menino, Por tanta paz e amor Fica aí no teu bercinho Com a graça do Senhor. Por esta hora, amanhã, A família, bem sentada, Toda ela cá estará Para a nossa consoada. Com meus primos vou brincar, Mesa farta, haja alegria Vamos juntos festejar O Natal em harmonia 35


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