Título «Rosy e a bonequinha de papelão», conto de Rosa Maria Santos. Novembro 2021

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Rosy e a bonequinha de papelão

Conto

Rosa Maria Santos 2


Ficha Técnica

Título Rosy e a bonequinha de papelão Tema Conto Autora Rosa Maria Santos Capa Arranjo de José Sepúlveda Ilustrações Rosa Maria Santos Revisão de textos e Formatação José Sepúlveda Publicado por Rosa Jasmim Edições

Editado em E-book em Novembro 2021 https://issuu.com/rosammrs/docs 3


Rosa Maria Santos Naturalidade – S. Martinho de Dume, Braga. Muito pequena, foi viver para a freguesia de Maximinos. A base do seu equilíbrio emocional está no seio familiar. É na família que encontra a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, trinta e um anos, tendo regressado em 2017, à cidade que a viu nascer, Braga. Participou em diversas coletâneas de Poesia, portuguesas, italianas e brasileiras. É Colunista no site Divulga Escritor, possuindo também uma rubrica na Revista com o mesmo nome. Foi assistente de produção e recolha na coletânea de postais do grupo Solar de Poetas, Poeta Sou…Viva a Poesia; participou nas coletâneas de poemas e postais de Natal do mesmo grupo: Era uma vez… um Menino; Nasceu, É Natal; Não Havia Lugar para Ele; Vale do Varosa: Uma Tela, um Poema, do Solar de Poetas, para promoção do Evento: Tarouca Vale a Pena; Belém Efrata; Então, Será Natal; Vi Uma Estrela, todas editadas em e-Book; O Presépio de Marco – inspirado nas imagens do presépio de Natal 2019, elaborado por Marco Penna e seus familiares; Quando o Menino Chegar – Coletânea de Poesia de Natal de 2020. 4


É Administradora dos grupos: Solar de Poetas, onde coordena também a equipa de Comentadores; Solarte – a Arte no Solar; SoLar-Si-Dó - A Música no Solar; Canal de Divulgação do Solar, Casa do Poeta; SolarTV Online; Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa; Hora do Conto e O Melhor do Mundo, todos do grupo Solar de Poetas. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera escritora nem poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir. Livros editados: Rosa Jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – Julho 2018.

E-Books - Poesia Cantam os Anjos (poesia de Natal) – Capa de Adias Machado – Natal 2017; - Ucanha terra de encanto Poesia) - Capa: Glória Costa – Maio 2018; - Sinos de Natal, Natal de 2018; - Glosa, Arte e Poesia, Pinturas de Glória Costa, poesia da autora, Agosto 2019; - Entre Barros, Arte e Poesia Bordadas à Mão – pinturas de Bárbara Santos, poesia da autora, Outubro 2019; - Maviosa poesia, a arte de rialantero" Pintura de Silvana Violante; poesia da autora; Em Palhas Deitado – Poesia de Natal, Dezembro 2020.

E-Books - Contos Pétalas de Azul (contos) – Fevereiro 2019; - Estórias em Tons de Rosa (contos) Abril 2019; - Pena Rosada, Crónicas do Quotidiano, Julho 2019; - 12 Contos de Natal, 5


capa de Madalena Macedo - imagens com arranjos da autora, Natal 2019; - O Veado Solitário, na Aldeia do Chefe Lyn - Edição bilingue (português/italiano), Janeiro 2020; - Esperança no País do Arco-Íris – Edição bilingue (português/italiano), Abril 2020; - O Menino da Lagoa Edição bilingue (português/inglês), Abril 2020; - A Menina Raposa, capa de Ana Cristina Dias; - Rufo, o Cãozinho desaparecido – Edição bilingue (português/espanhol), Abril 2020; - Ana Rita e o fascínio dos ovos – Maio 2020; - Milú, o Chapeuzinho que gostava de cirandar, Maio 2020; - Contos ao Luar, Maio de 2020; - Patusca, no Reino Misterioso - Edição bilingue (português/italiano), Maio 2020;- O bolo na casa da Avó Doroteia, Junho 2020; - Sonega, o Coelho Mandrião, Julho 2020; - Rosalina e a Sombra Rebelde, Julho 2020; - O Jardim em Festa, Julho 2020; - Ritinha, salva a Sereia Serena, Julho 2020; - Ana Clara, em tempos de pandemia, Novembro 2020; - Josefina, a menina que veio do mar, Novembro 2020; - Luizinho, protetor do ambiente, Novembro 2020; - A Girafa Alongadinha e a Pulga Salomé, Novembro 2020; O Dia de Natal, Dezembro de 2020; O Natal de Afonso; Dezembro de 2020; Um Milagre na Ilha Paraíso, Dezembro de 2020; Ventos de Mudança, Dezembro de 2020; Gisela e a Prenda de Reis, Janeiro de 2021; Dany, o Menino que queria sorrir – Janeiro 2021; Marquito, o menino irrequieto – Janeiro 2021; Joaninha, a menina que vendia balões – Janeiro 2021; Vicentina, uma avó aventureira – Fevereiro 2021; Juliana e os sapatinhos encarnados – Fevereiro 2021; Tomás, o Pinguim Desastrado – Fevereiro 2021; Silas e o Triunfo do Amor – Fevereiro 2021, Bogalha, a macaquinha irreverente – Março 2021; Janota, a 6


guardiã do ervilhal – Março 2021, Zâmbia, a macaquinha que queria casar – Março 2021; Tuly e o cavalinho de baloiço – Março de 2021, Maria, a menina que não conseguia dormir – Abril 2021; A Lenda da Menina Lua – Abril 2021; Estrela Silente, a Princesa cativa – Abril 2021, Marly, a pequenina duende – Abril 2021; Mariana no País do trevo Dourado – Maio 2021; Esperança e o sorriso do Palhaço – Maio 2021; Uma Aventura na Floresta Encantada – Maio 2021; Esmeralda, umas férias diferentes – Junho 2021; Raitira no Planeta Ricoicoi – Junho 2021; A lição do Dente-de-Leão – Julho 2021; Lino, o menino que sonhava ser astronauta – Julho 2021; Bia, Mitra e o Tufão Esperança – Agosto 2021; Sericaya, a Ponte Misteriosa – Agosto 2021; Timo, um ratinho irreverente – Agosto 2021; Pipinha, um resgate atribulado – Agosto 2021; Aline e o Pequeno Ratinho – Setembro 2021; Tia Felisberta regressa à Aldeia – Setembro 2021; Milaidy, a vaquinha bailarina – Outubro 2021: Carolina, a pequenina sereia – Outubro 2021: O Pássaro de Fogo – Outubro 2021; Rosy e a bonequinha de papelão – Novembro 2021.

Histórias da Bolachinha Bolachinha em Tarouca (prosa e poesia) - Capa: Glória Costa - Maio 2018; - Bolachinha vai à Hora de Poesia Edição bilingue (português/ francês), Outubro 2018; Bolachinha vai à Casa Museu Mestre Adelino Ângelo Novembro 2018; - O Natal de Bolachinha, Natal 2018 Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de Teresa Subtil Edição bilingue (português/Mirandês), Fevereiro 2020; 7


Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de José Sepúlveda - Edição bilingue (português/francês), Julho 2020.

Aventuras de Maria Laura Maria Laura, a Menina da Página dezasseis, Agosto 2020; - Aventura no Castelo sem nome, Agosto 2020.

Diferentes mas iguais Tomás e o infortúnio de não ter mãos – Junho 2021; Lolita, a menina que não tinha pés – Junho 2021; Duda, o Menino que queria mudar o Mundo – Julho 2021.

Aventuras de Samir e os amigos Samir, o Ratinho – Um rasgo de coragem – Setembro 2021.

Distinções - 2º Prémio de Poeti Internazionali. Poema Rosa de Saron, no Concorso Artemozioni, Cantico dei Cantici In Valle d’Itria, Itália; Maio 2017. - 3º Prémio de Poeti Internazional - Itália. Com o poema “Violino”; 5° Biennale del Festival Internazionale Delle Emozioni, Itália - Maio 2019. - 10° Edizione Del Concorso Di Poesia e Narrativa: Prémio d’Onore Concurso de Premio Letterario Internazionale di Poesia “Gocce di Memoria“, Itália, Junho 2019 con la poesia Sfera di cristallo (Bola de Cristal).

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- Concorso “Il Meleto di Guido Gozzano” Sezione Autori di lingua straniera - ATTESTATO DI MERITO, 14 settembre 2019 com la poesia Assenza (Ausência). Itália, agosto de 2019. - Jogos Florais Vale do Varosa 2019 – Concurso Literário Tarouca - “O rio, o vale e as gentes”: Menção Honrosa, categoria de Poema. - Concorso di Poesia Internazionale " Gocce di Memoria" VI edizione 2020. - Menzione d'onore con la poesie “Il mio quadro” – (Meu quadro). Itália julho 2020. Segunda Classificada no Prémio Poeti Internazionali - 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesia-videopoesia e racconti dal titolo: Poesia Esteri “Ouve” (Ascolta) dezembro 2020. - Menzione di Merito de poeti Internazionali 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesia-videopoesia e racconti dal titolo: Racconti “Esmeralda” dezembro 2020.

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Ebook: https://issuu.com/rosammrs/docs Blog: https://romyflor.blogspot.com/p/blog-page.html 10


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Rosy e a bonequinha de papelão

O velho Sótão da mansão de Madame Gervásia, era um autêntico museu de trastes antigos, cada um mais velho do que o outro. Noutros tempos, naquela Casa vivera-se muita alegria, havia sorrisos de crianças, correrias desenfreadas da miudagem que enchia cada espaço, cheia de fulgor e ávidas de aventuras. Em qualquer sala ou jardim, era vê-los

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cheios de vigor a jogar o jogo da cabra-cega, entre tantos outros, com uma genica tal que pareciam trabalhar ligados a qualquer ficha elétrica. A Mansão, agora esquecida entre aquelas frondosas árvores de ramos envelhecidos, era um lugar triste, com os tetos prestes a ruir portas e janelas a ranger, ao sabor das intempéries ou do vento.

Os risos alegres das crianças tinham deixado de se ouvir há tanto tempo e deram lugar ao coaxar de rãs, ao canto 13


soturno de mochos e corujas que por ali encontraram o seu refúgio. Ao longo do dia, ouvia-se ainda o canto dos pardais que proliferavam nas frondosas árvores e davam alguma alegria à mansão, desde o amanhecer suave ao declinar o sol sobre aquele velho telhado. Apesar de tudo, o lugar era de rara beleza e mantinha a magia doutros tempos. Os peixes dourados ainda se podiam ver nos velhos lagos, agora charcos abandonados. Quanta nostalgia no regresso àquele lugar outrora tão belo. O vento soprava manso. O desprezado jardim, ali abandonado, segredava ainda a cada uma das trepadeiras que por ali proliferavam livres. As delicadas rosas de toucar estavam lá, ainda, resistindo ao tempo.

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Quantas rosas abraçadas Ali, perdidas no tempo, Sozinhas, abandonadas Agitadas pelo vento Na velha rosa amarela Não se sentia alegria O vento tentava erguê-la Mas ela se contorcia.

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Vá lá, ganhem mais coragem, Nem que seja por um dia, Dai mais fulgor à paisagem Que carece de alegria

Nessa tarde primaveril, uma bicicleta atravessava o portão, penetrando no jardim abandonado. As rosas encar-

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nadas pareceram erguer-se como que a dar as boas vindas a esse transeunte inesperado. Aquele ruído em tudo lhes parecia familiar. Parecia uma bicicleta de criança, saudades da traquinagem das crianças a correr naquele espaço infindo. Quem seria?

- Alguém nos vem visitar E trazer sua alegria, Alguém que quer vir morar Nesta nobre moradia?! 17


- Tem calma, rosa amarela, Mas que precipitação! - Uma menina! Que bela! Virá viver na mansão? - Vamos todas perfumar O jardim neste momento, Lançar pétalas no ar Que aqui vão voar ao vento - E você, rosa encarnada, Acorde, se faz favor, É tão nobre e delicada, Mostre-se no seu melhor! Logo, a rosa alaranjada Se levantou com dulçor, Caule no ar, aprumada, E lançou o seu olor Rosy, segue curiosa, Com passinhos delicados, E sente o cheiro da rosa Ali por todos os lados.

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Rosy era uma linda garota de doze anos. Desde há muito que ouvia falar na mansão de Madame Gervásia, mas sempre lhe incutiram na mente de que não devia aproximar-se do lugar, dizia-se por toda a aldeia que ali aparecia o diabo. - Não entres ali, Rosy – diziam os pais – não cruzes aqueles portões nunca. Mas Rosy, curiosa como era, fez ouvidos moucos a todas as recomendações e ei-la a cruzar aquele velho portão, enferrujado pelo tempo. 19


Era tão bom ouvir o chilrear das aves, o coaxar das rãs! Tudo aquilo se transformara num apelo para uma visita. E ei-la ali dentro. No início, receosa, com medo, mas lentamente ganhando confiança, cruzando todo o espaço sem receio. - Como é lindo este lugar! Quanto aroma delicado emana de todo o lado! Parece o paraíso.

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Com a sua chegada, parecia que aquele espaço lúgubre, no gesto de magia, se transformara de repente, ganhara nova vida. Observou, o jardim, o lago e por fim ganhou coragem e dirigiu-se à mansão. E ei-la presente perante aquela velha porta de ferro enferrujada. Viu uma grande chave, também coberta de ferrugem e agarrou-a receosa. E logo brilhou, luzidia, como com um gesto de magia. Rodou-a três vezes e a porta abriu-se de par em par.

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Rosy mal se conseguia conter com tanta beleza. Lançouse numa alegre correria, atravessando os velhos corredores. Subiu aquela enorme escadaria e ei-la no primeiro andar. Estupefacta, olhava cada quadro, quantas fotos espalhadas ao longo das paredes. Pareceu ouvir um ruído, como se fosse um chamamento. Era no outro andar. Subiu as escadas e viu-se levada a um corredor que a encaminhava para o sótão. Um enorme calafrio percorria todo o seu corpo. Só havia uma porta, uma chave dourada. Abriu e entrou.

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- Não sei que vou encontrar Do outro lado da porta. Sinto alguém triste, a chorar, Seja quem for, não importa Mas que grande solidão Eu sinto aqui nesta sala. Mal enxergo. Escuridão, Um relógio e uma mala. 23


Aquele velho baú, carcomido pelo tempo, estava ali lançado para um canto, abandonado, como que à espera de alguém que ali chegasse para o abrir. O seu revestimento, outrora ornado de flores, estava agora gasto pelo tempo, qual papel pardo de embrulho, agastado pela humidade e a poeira que ali havia em profusão.

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- Deixa-me ver, quero abrir, Tentar ler suas memórias E logo poder sentir Quantas e quantas histórias!

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Rosy, cheia de curiosidade, abre a velha mala e fica estupefacta, quando vê na sua frente uma belíssima boneca de papelão que parecia sorrir-lhe e com vontade de se ver enlaçada nos seus braços.

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- Como te chamas, menina, Passou-se uma eternidade! Ó, és tão bela e fofinha! Diz-me qual é tua idade? - Não sou mais do que as demais, O meu nome é Miriam. - Pensava que nunca mais Saía desta prisão! 27


Que bom que chegaste a mim, Sei que sou fala-barato. Leva-me até ao jardim P’ra que deixe este recato. Bem, acho que te assustei Porque me vês a falar? Estás com medo, bem sei. Mas põe-te no meu lugar!

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Rosy tremia como varas verdes, ali, estupefacta, a ouvir uma boneca de papelão a falar. Nem queria acreditar! Depois, ali fechada há tanto tempo… - Vamos ver se nos entendemos - disse baixinho – Chamo-me Rosy e vivo perto daqui. Ai, se os meus pais soubessem que estou aqui, ia ser lindo! - E tinham razão, Rosy, afinal, desobedeceste às ordens que te deram, de não entrares aqui. Eu sei, é sempre assim. Há tanto tempo aguardava a chegada de alguém com quem falar, dum momento em que de novo pudesse respirar. Caramba, que cheiro a mofo por aqui. Foi tão bom que resolveste entrar neste meu submundo, Rosy. - Olha dentro da velha mala! - O que vês? Vejo um velho urso! – Ah, o meu fiel companheiro de solidão. Chamo-lhe Chicó. Vou-te contar a nossa história: - Certo dia, um homem muito gentil, bateu na porta desta velha casa. Madame Gervásia, uma velhinha bondosa, foi abrir e deixou-o aqui pernoitar. Ele vinha muito cansado e faminto. Mas não era gentil. Durante a noite, fechou-me nesta mala e escondeu a chave. Ninguém mais conseguiu abrir essa porta. E assim, aqui fiquei esta eternidade. – E, virando-se para o pequeno urso – Acorda, meu amigo, vem conhecer esta menina linda. A Rosy conseguiu entrar, abriu-nos a mala. Agora, somos livres. Que bom que vos encontrei – acrescentou Rosy – vou levar-vos comigo para casa.

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- Obrigada, linda amiga, Pela generosidade, E não sei mais que te diga, Tão boa a tua amizade!

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- Vamo-nos daí, antes que se faça tarde! - E virando-se para os dois – Miriam, tu vais no bolso direito, Chicó no esquerdo. E não tenham medo, sou segura a conduzir a minha bicicleta. Saíram da velha mansão, agora com um belo jardim cheio de flores e disse em alta voz: - Flores lindas, prometo voltar em breve, esperem por mim. Logo, entusiasmado, Chicó dizia: - Vamos com a Rosy, ela é pura de coração. A querida Gervásia iria gostar de saber que fomos encontradas e que vamos para um novo lar. Até breve, amiguinhas.

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E afastaram-se devagar, lançando um longo olhar para a bela mansão. Na janela do primeiro andar, pareciam ver Madame Gervásia que lhes lançava o seu aceno cheio de ternura. E regressaram. Montada na sua bicicleta, Rosy e os amigos lá vinham rua fora cantarolando, cheios de alegria. Contavam que na velha mansão, a partir desse dia, o jardim se tornara de novo um manto de flores e quando a noite se aproximava, uma luz brilhante emanava por entre a folhagem das árvores daquelas velhas janelas.

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