Título: Samir, o ratinho - um rasgo de coragem, conto de Rosa Maria Santos, setembro de 2021

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Samir o ratinho um rasgo de coragem

Conto

Rosa Maria Santos 2


Ficha Técnica

Título Samir, o ratinho - um rasgo de coragem Tema Conto Autora Rosa Maria Santos Capa Arranjo de José Sepúlveda Ilustrações Rosa Maria Santos Revisão de textos e Formatação José Sepúlveda Publicado por Rosa Jasmim Edições

Editado em E-book em Setembro 2021 https://issuu.com/rosammrs/docs 3


Rosa Maria Santos Naturalidade – S. Martinho de Dume, Braga. Muito pequena, foi viver para a freguesia de Maximinos. A base do seu equilíbrio emocional está no seio familiar. É na família que encontra a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, trinta e um anos, tendo regressado em 2017, à cidade que a viu nascer, Braga. Participou em diversas coletâneas de Poesia, portuguesas, italianas e brasileiras. É Colunista no site Divulga Escritor, possuindo também uma rubrica na Revista com o mesmo nome. Foi assistente de produção e recolha na coletânea de postais do grupo Solar de Poetas, Poeta Sou…Viva a Poesia; participou nas coletâneas de poemas e postais de Natal do mesmo grupo: Era uma vez… um Menino; Nasceu, É Natal; Não Havia Lugar para Ele; Vale do Varosa: Uma Tela, um Poema, do Solar de Poetas, para promoção do Evento: Tarouca Vale a Pena; Belém Efrata; Então, Será Natal; Vi Uma Estrela, todas editadas em e-Book; O Presépio de Marco – inspirado nas imagens do presépio de Natal 2019, elaborado por Marco Penna e seus familiares; Quando o Menino Chegar – Coletânea de Poesia de Natal de 2020. 4


É Administradora dos grupos: Solar de Poetas, onde coordena também a equipa de Comentadores; Solarte – a Arte no Solar; SoLar-Si-Dó - A Música no Solar; Canal de Divulgação do Solar, Casa do Poeta; SolarTV Online; Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa; Hora do Conto e O Melhor do Mundo, todos do grupo Solar de Poetas. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera escritora nem poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir. Livros editados: Rosa Jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – Julho 2018.

E-Books - Poesia Cantam os Anjos (poesia de Natal) – Capa de Adias Machado – Natal 2017; - Ucanha terra de encanto Poesia) - Capa: Glória Costa – Maio 2018; - Sinos de Natal, Natal de 2018; - Glosa, Arte e Poesia, Pinturas de Glória Costa, poesia da autora, Agosto 2019; - Entre Barros, Arte e Poesia Bordadas à Mão – pinturas de Bárbara Santos, poesia da autora, Outubro 2019; - Maviosa poesia, a arte de rialantero" Pintura de Silvana Violante; poesia da autora; Em Palhas Deitado – Poesia de Natal, Dezembro 2020.

E-Books - Contos Pétalas de Azul (contos) – Fevereiro 2019; - Estórias em Tons de Rosa (contos) Abril 2019; - Pena Rosada, Crónicas do Quotidiano, Julho 2019; - 12 Contos de Natal, 5


capa de Madalena Macedo - imagens com arranjos da autora, Natal 2019; - O Veado Solitário, na Aldeia do Chefe Lyn - Edição bilingue (português/italiano), Janeiro 2020; - Esperança no País do Arco Íris – Edição bilingue (português/italiano), Abril 2020; - O Menino da Lagoa Edição bilingue (português/inglês), Abril 2020; - A Menina Raposa, capa de Ana Cristina Dias; - Rufo, o Cãozinho desaparecido – Edição bilingue (português/espanhol), Abril 2020; - Ana Rita e o fascínio dos ovos – Maio 2020; - Milú, o Chapeuzinho que gostava de cirandar, Maio 2020; - Contos ao Luar, Maio de 2020; - Patusca, no Reino Misterioso - Edição bilingue (português/italiano), Maio 2020;- O bolo na casa da Avó Doroteia, Junho 2020; - Sonega, o Coelho Mandrião, Julho 2020; - Rosalina e a Sombra Rebelde, Julho 2020; - O Jardim em Festa, Julho 2020; - Ritinha, salva a Sereia Serena, Julho 2020; - Ana Clara, em tempos de pandemia, Novembro 2020; - Josefina, a menina que veio do mar, Novembro 2020; - Luizinho, protetor do ambiente, Novembro 2020; - A Girafa Alongadinha e a Pulga Salomé, Novembro 2020; O Dia de Natal, Dezembro de 2020; O Natal de Afonso; Dezembro de 2020; Um Milagre na Ilha Paraíso, Dezembro de 2020; Ventos de Mudança, Dezembro de 2020; Gisela e a Prenda de Reis, Janeiro de 2021; Dany, o Menino que queria sorrir – Janeiro 2021; Marquito, o menino irrequieto – Janeiro 2021; Joaninha, a menina que vendia balões – Janeiro 2021; Vicentina, uma avó aventureira – Fevereiro 2021; Juliana e os sapatinhos encarnados – Fevereiro 2021; Tomás, o Pinguim Desastrado – Fevereiro 2021; Silas e o Triunfo do Amor – Fevereiro 2021, Bogalha, a macaquinha irreverente – Março 2021; Janota, a 6


guardiã do ervilhal – Março 2021, Zâmbia, a macaquinha que queria casar – Março 2021; Tuly e o cavalinho de baloiço – Março de 2021, Maria, a menina que não conseguia dormir – Abril 2021; A Lenda da Menina Lua – Abril 2021; Estrela Silente, a Princesa cativa – Abril 2021, Marly, a pequenina duende – Abril 2021; Mariana no País do trevo Dourado – Maio 2021; Esperança e o sorriso do Palhaço – Maio 2021; Uma Aventura na Floresta Encantada – Maio 2021; Esmeralda, umas férias diferentes – Junho 2021; Raitira no Planeta Ricoicoi – Junho 2021; A lição do Dente-de-Leão – Julho 2021; Lino, o menino que sonhava ser astronauta – Julho 2021; Bia, Mitra e o Tufão Esperança – Agosto 2021; Sericaya, a Ponte Misteriosa – Agosto 2021; Timo, um ratinho irreverente – Agosto 2021; Pipinha, um resgate atribulado – Agosto 2021; Samir, o ratinho - um rasgo de coragem – Setembro 2021.

Histórias da Bolachinha Bolachinha em Tarouca (prosa e poesia) - Capa: Glória Costa - Maio 2018; - Bolachinha vai à Hora de Poesia Edição bilingue (português/ francês), Outubro 2018; Bolachinha vai à Casa Museu Mestre Adelino Ângelo Novembro 2018; - O Natal de Bolachinha, Natal 2018 Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de Teresa Subtil Edição bilingue (português/Mirandês), Fevereiro 2020; Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de José Sepúlveda - Edição bilingue (português/francês), Julho 2020.

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Aventuras de Maria Laura Maria Laura, a Menina da Página dezasseis, Agosto 2020; - Aventura no Castelo sem nome, Agosto 2020.

Diferentes mas iguais Tomás e o infortúnio de não ter mãos – Junho 2021; Lolita, a menina que não tinha pés – Junho 2021; Duda, o Menino que queria mudar o Mundo – Julho 2021.

Distinções - 2º Prémio de Poeti Internazionali. Poema Rosa de Saron, no Concorso Artemozioni, Cantico dei Cantici In Valle d’Itria, Itália; Maio 2017. - 3º Prémio de Poeti Internazional - Itália. Com o poema “Violino”; 5° Biennale del Festival Internazionale Delle Emozioni, Itália - Maio 2019. - 10° Edizione Del Concorso Di Poesia e Narrativa: Prémio d’Onore Concurso de Premio Letterario Internazionale di Poesia “Gocce di Memoria“, Itália, Junho 2019 con la poesia Sfera di cristallo (Bola de Cristal). - Concorso “Il Meleto di Guido Gozzano” Sezione Autori di lingua straniera - ATTESTATO DI MERITO, 14 settembre 2019 com la poesia Assenza (Ausência). Itália, agosto de 2019. - Jogos Florais Vale do Varosa 2019 – Concurso Literário Tarouca - “O rio, o vale e as gentes”: Menção Honrosa, categoria de Poema.

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- Concorso di Poesia Internazionale " Gocce di Memoria" VI edizione 2020. - Menzione d'onore con la poesie “Il mio quadro” – (Meu quadro). Itália julho 2020. Segunda Classificada no Prémio Poeti Internazionali - 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesia-videopoesia e racconti dal titolo: Poesia Esteri “Ouve” (Ascolta) dezembro 2020. - Menzione di Merito de poeti Internazionali 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesia-videopoesia e racconti dal titolo: Racconti “Esmeralda” dezembro 2020.

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Ebook: https://issuu.com/rosammrs/docs Blog: https://romyflor.blogspot.com/p/blog-page.html 10


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Samir, o ratinho - um rasgo de coragem

Samir, o ratinho, de manhã bem cedo, corria pela pradaria. Parecia desorientado. Ali perto, encontrou-se com sua amiga Lanidora Caracoleta, considerada a mais bela donzela ali do prado. Ao vê-lo, Lanidora estranhou o comportamento do amigo que não parecia de todo normal. E decide questioná-lo. Sentiu curiosidade em saber o que estava a acontecer. - Samir, oh Samir, o que fazes por aqui a estas horas? Não deverias estar a caminho das aulas? – questionou. 12


Além de não responder, Samir passou por ela tão apressado que esta até rodopiou e logo se estatelou no chão. Era tanta a pressa de Samir que nem se apercebeu do que acabara de fazer, deixando a amiga ali sem reação, debruçada sobre a erva densa do campo. - Samir, Samir, vem-me ajudar a reerguer a minha casinha que está tombada também. Qual quê! O pequeno Samir já ia longe e não conseguia ouvir os apelos de sua amiga Lanidora. - Faltava-me mais esta – desabafou a linda Caracoleta – Só espero que a minha casinha não tenha sofrido grande dano.

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- Vem aqui, vem-me ajudar Pedia ela aflita Assim não posso ficar, Vou levantá-la, é bonita. Afasta a erva daninha Que se prende junto a ela. - Ai, minha pobre casinha, Mesmo virada és tão bela

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Ouve, Pato Domingueiro, Ajuda-me, por favor! - Não posso, vou ao milheiro Buscar ração da melhor. Pipocas irei fazer Para o almoço ou jantar, Mas, se o quero trazer, Tenho que me despachar. - Mas, estou em aflição Para a casa levantar. Mas ele não ouve, não, Pois vai longe, a caminhar.

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Pobre Lanidora. Ali debruçada sobre o relvado, esperava uma alma carinhosa que lhe estendesse uma mão para poder concretizar a tarefa de reerguer a sua casinha. Quando nada o fazia prever, ouve de novo uns ruídos, como alguém que se deslocava a correr. E logo avista Samir que corre na sua direção. - Samir, Samir ajuda-me, caí e não me consigo levantar, vem aqui, por favor. Ao ouvir seu apelo, Samir aproximou-se para tentar entender o que se havia passado. - Estás aonde? – pergunta – Não consigo ver-te. 16


- Aqui, Samir, sou a Lanidora Caracoleta, a tua amiga. E surpreendido, ao vê-la tombada no buraco, exclama: - Caramba, como foste tu parar aí? Nem conseguia verte, amiga.

- Foi há pouco, quando passaste por mim a correr. Sem querer, esbarraste-te em mim, rodopiei e pronto, vim aqui parar. - Oh, desculpa, nem me apercebi. Magoaste-te? Acredita, não o fiz por mal! 17


- Eu bem sei, meu amigo. Mas, diz-me, para onde ias tu com tanta pressa? Não me pareceu que fosses na direção da Escola? Não tiveste aulas? -Ter, até tinha, mas a escola de um momento para o outro desapareceu. Ando a ver se a encontro. - Desapareceu? Como pode isso acontecer? - De manhã levantei-me como sempre, tomei o pequeno almoço, despedi-me da minha mãe e meti-me a caminho. Quando lá cheguei, não a encontrei, o edifício tinha desaparecido. - Ó Samir, uma escola não desaparece assim, amigo.

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- Isso também eu pensava, mas o que é certo é que desapareceu. Mas para já, vamos lá, vou ajudar-te a levantar e a reerguer a tua casa. – E passados uns instantes - Uiii, como pesa, Lanidora, a tua casa parece feita de chumbo! - Que exagero, Samir, apenas tem lá dentro uns pequenos trastes, armários, pequenos eletrodomésticos, afinal, são coisas que toda a gente precisa ter em casa. - Isso é verdade, querida amiga, mas nem parece que seja só isso. Irra, que custa mesmo a endireitar. Tem cuidado contigo, mas não deixes que ela tombe de novo. - Pela certa que não. custou-me estar este tempo todo aqui deitada de lado, sem me poder mexer. Como sabes, nós, as caracoletas, não conseguimos sair sozinhas dessa posição. Se ninguém nos ajudar, corremos risco de aqui ficar até perdermos as forças. - Felizmente, não vejo que haja danos na tua casinha.

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- Que bom, estava bem preocupada, como sabes, hoje em dia não é fácil encontrar alguém que repare seja o que for. - Desculpa este incómodo. Prometo que de futuro terei mais cuidado. Agora, vou ter que saltar daqui, tenho que continuar as minhas buscas, preciso encontrar depressa a minha escola, imagino o estado de espírito da minha

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professora e dos meus colegas. Não é pera doce, ai não é não! - Espera, vou contigo, com dois a procurar, há mais possibilidade de ela ser encontrada. - Não percamos tempo então e obrigado pela ajuda, todas elas serão bem-vindas! És uma boa amiga, Lanidora Caracoleta. E sem mais delongas, meteram-se a caminho Ladeira abaixo, até desaparecerem lá no além.

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- Como foi desaparecer Uma escola grande assim? - O que iremos nós fazer? - Só com asas, isso sim! - Do alto vemos melhor O que está a acontecer. Borboleta Bicolor Vem co’as asas a bater. - Mas que foi que aconteceu, Lanidora, minha amiga? E ela lhe respondeu: - A nossa escola, querida! - Queremo-la encontrar, Precisamos de transporte - Vou à cegonha falar, Pois ela tem grande porte. O Samir, amedrontado, De cegonhas tinha medo, A mãe o tinha alertado. - Não temas o Godofredo. Qual medo? É bom amigo E a ninguém fará mal, Ele é muito querido, Uma ave especial. 22


- Bom dia, meus amigos! – cumprimentou a cegonha Godofredo - Alguém me disse que precisam de mim para sobrevoar a pradaria para tentar encontrar a escola do Samir que caprichosamente desapareceu. Venham comigo, vamos voar lá nas alturas e havemos de a encontrar onde quer que ela esteja. - Obrigado, Cegonha Godofredo, fico-te muito grato pela tua generosidade. 23


- Conta lá, Samir, o que aconteceu à tua escola? - Não sei, Godofredo. Só sei que de manhã bem cedo, como faço todos os dias, dirigi-me para a escola e quando lá cheguei, não a encontrei, tinha desaparecido. - Estranho, mesmo. Mas o melhor será montarem o meu dorso e vamos procurar ao longo da pradaria. Havemos de a encontrar. Vais ver que se por aqui estiver, não deixaremos de a trazer de volta. E sem mais delongas, subiram para o dorso da Cegonha Godofredo e lá foram cruzando os céus.

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- Que vista maravilhosa, Eu nunca vi coisa assim! - Que paisagem fabulosa, Nossa casa é um jardim! Perante uma tal visão, Samir estava encantado, Maravilhas mais verão Ali e por todo o lado. Pinky da esquerda apareceu, Veio na busca ajudar E o vento lá no céu A nuvem veio limpar. E a ave Punky a sorrir Alguma coisa avistou Vejam, algo vai cair Em voz alta lhes gritou

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A Cegonha Godofredo voava pausadamente pela pradaria, levando no dorso Samir e Lanidora Caracoleta. A Borboleta Mitó seguia equilibrada sobre a cabeça de Samir. E eis que uma nuvem branquinha veio varrer o céu, toldado de um cinza triste. Que falta sentiam do céu azul para uma visão mais nítida de toda a pradaria. À volta do grupo, voavam agora Pinky e Punky, dois pardais gémeos, que se juntaram ao grupo para ajudar nas pesquisas. Ao longo de toda a pradaria já corria a notícia de que a escola desaparecera e agora todos queriam ajudar

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- Eh, meus amigos, vejam ali algo suspenso daquele lado da Falésia Adalina, parece ser um edifício. Será a Escola? Vamo-nos aproximar e seja o que for, temos que socorrer. E logo voaram todos naquela direção. Pinky e Punky, mais ágeis, iam na frente. Uma brisa suave sempre ajudava. Quando ali chegaram, depararam-se com uma casa, que fora arrastada pelo vento. Lá de dentro, a mãe lebre clamava por ajuda.

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- Ajudem-nos, por favor! Da falésia lhes pedia Uma mãe com tanta dor Que seus filhos, protegia. Aproximou-se a cegonha Que prometeu ajudar. - Comadre Lebre Risonha, Não nos pode ajuda dar? - Foi logo ao amanhecer. No cume desta montanha Algo foi acontecer? Que nos trouxe dor tamanha. O vento soprava forte, Levou tudo pelo ar E com muita ou pouca sorte. Aqui viemos parar. Estamos bem, felizmente, Somente um pouco assustados, Não tão bem fisicamente Porque estamos esgotados. Vamos salvar a casinha Do cimo dessa colina Co'a a ajuda da girafinha Que há de chegar lá acima 28


E se assim o pensaram, melhor o fizeram. Samir saltou do dorso da cegonha, desceu velozmente montanha abaixo e depressa alcançou o Parque Guanda, onde encontraria a Girafinha Pantalona. Ainda ofegante pelo cansaço, clamou: - Minha amiga Girafinha Pantalona, precisamos de ti. Vem comigo à Montanha Silenciosa. - Porque estás aflito, meu amigo Samir? Respira lento e senta-te um pouco. Vou buscar um pouco de água para 29


te refrescares e depois explicas-me calmamente o que se passa na Montanha. Samir acatou o que Girafinha lhe disse, respirou fundo, bebeu dois goles de água e logo lhe disse: - A casinha da Lebre Risonha voou com o vento ontem à noite e ficou presa no cume da Montanha Silenciosa. Precisas vir comigo para que a consigamos resgatar.

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- Vamos sim, deixa-me só apetrechar-me com o necessário e já lá vamos. Aproveita e descansa um pouco, pois vamos ter uma tarefa árdua para executar. E logo reapareceu munida de algumas ferramentas que lhe permitissem escalar a Montanha. - Vamos lá, não há tempo a perder. Eis-me pronta para a missão de escalar a montanha, vamos que se faz tarde. E puseram-se a caminho, até que chegaram ao lugar de resgate. A Girafinha Pantalona era experiente nessas andanças. Pertencia ao Corpo de Socorro da Proteção Civil e estava sempre alerta para acudir a essas ocorrências, fossem elas resgates de animais, de pessoas, ou qualquer outra coisa, sempre que os ventos assolavam a região.

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- Chegados para ajudar, A casa vamos descer! Com seu pescoço no ar Estuda como o fazer. - Primeiro, há que retirar As pessoas com jeitinho E depois as colocar Bem seguros no caminho. 32


Logo a Lebre agradeceu Abraçada a seus meninos. Depois, a casa desceu Com ajuda de uns ovinos. Encontravam-se a pastar Naquela relva tenrinha Querendo participar No resgate da casinha. As aves ganharam asas E com o vento a soprar Avistaram outras casas Espalhadas p’lo lugar Só a Escola faltava. Aonde fora parar? Samir de novo voava Pois tinha que a encontrar.

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Enquanto decorria o resgate no cume da Montanha Silenciosa, as fofas ovelhinhas e as ágeis cabras andavam a pastar, mas logo que se aperceberam das atividades de resgate à sua frente, logo se aproximaram e se disponibilizaram para ajudar. Com o seu apoio, o resgate tornara-se mais ágil e os danos colaterais praticamente nulos. A Casinha estava intacta por dentro e por fora. A Lebre Risonha estava radiante. Agradeceu aos amigos todo o seu esforço. Lady a raposa, tratou de lhes procurar algum alimento que pudesse restabelecer as suas forças. Todos se regozijaram com o esmero da raposa. 34


Contudo, ali ao largo, um leão já rugia enfurecido. Tomando todas as providências para a defesa. Resguardaram-se.

Foi então que a cegonha e os amigos partiram sulcaram de novo os céus, reatando a busca da Escola de Samir. Num momento, viram no rio Languir algo a flutuar. Logo a Cegonha Godofredo, baixou o seu voo e se aproximou. Quanta alegria se sentiu nas asas da Cegonha. Era a Escola de Samir. Agora, tinham pela frente um tremendo problema. O caudal do Rio Languir, era muito forte. Nas 35


suas águas o frio era imenso. A professora tentava acalmar o pânico dos alunos. Logo que viram o Samir e a Cegonha Godofredo, ficaram muito felizes, com a esperança de que o livramento estava próximo. Finalmente, iam ser salvos.

- Ei, aí, estão todos bem? Gritava alto Samir Logo, a liberdade vem E então podem sair. 36


E pediram aos Golfinhos Que ajudassem a puxar E até mesmo os peixinhos Vieram para ajudar. A escola deslizou Co’a professora e os meninos E à margem arribou Entre abraços e beijinhos Tudo sorria contente, Com tanta felicidade, Pela forma competente Que lhes trouxe a liberdade. Todos foram apoiar A levar da pradaria Essa escola singular, Berço da sua alegria Agora, bem asseada, Com amor, com cortesia, O ensino ministrava Entre paz e harmonia.

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A alegria de Samir tornara-se contagiante e todos saltavam felizes e contentes com o desfecho desta aventura que jamais iriam esquecer. Deram as mãos, arregaçaram as mangas e logo surpreendentes obras foram levadas a efeito na Escolinha, preparando-a para que no futuro estivesse mais protegida e preparada para resistir às intempéries que podiam vir. A mesma ação de reforço foi desenvolvida junto de outras casas da Pradaria. 38


Mas no futuro ficariam mais preparados e protegidos para enfrentar outros cataclismos. Por fim, a paz voltara ao prado.

Sê bem-vindo amigo vento, Podes soprar à vontade O dia está pachorrento, É grande a felicidade 39


Haja paz na Pradaria, Estamos muito animados Vem-nos fazer companhia E ser feliz nestes lados. Não estranhes, Vento amigo, Pois não te queremos mal, Gostamos de estar contigo Como amigo especial. Vivamos esta amizade Do passado, no presente E que a nossa liberdade Seja contigo p’ra sempre.

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