rtro magazine Nยบ 14
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Braga é oficialmente a Capital Europeia da Juventude 2012. É precisamente da juventude que muito se fala. Ora porque não faz nenhum, porque está desempregada, porque é a geração à rasca, etc, etc. Este mês reflectimos um pouco acerca desses rótulos e, em vez de tornarmos a RTRO no muro das lamentações, entrevistámos alguns jovens que fazem acontecer. São jovens talentos, pessoas que marcam a diferença porque não se ficam a queixar da crise enquanto se sentam no Starbucks com o iPhone na mão. Descruzam os braços, metem as mãos na massa e tentam, com passos pequenos mas firmes, fazer alguma diferença no mundo da Moda, da Cultura ou das Artes. Diferença que nomes como Joplin, Hendrix ou Cobain fizeram, pagando um preço elevado pela sua imortalidade. Na edição dedicada à juventude, a RTRO presta a devida homenagem ao chamado Gang dos 27. Num mês em que se celebra o amor – que é cada vez menos entre homem e mulher e cada vez mais entre seres humanos – a RTRO dá destaque a Andrej Pejic, um modelo que transcende os limites dos géneros e que caminha habilmente na fronteira entre o feminino e o masculino. E porque Março já nos traz novos aromas e, espera-se, um clima mais convidativo, exploramos as principais tendências para a Primavera e damos sugestões sobre como incorporá-las no dia-a-dia. Incluímos também uma história que relata a dificuldade em encontrar um par de sapatos – o mais próximo de uma aventura que é possível ter na selva urbana. Da selva aos contos de fadas, sobra-nos tempo para fazer uma viagem ao mundo da BONECA e perdermo-nos nas suas criações encantadas. Há muito para ler e ver nesta RTRO. Têm, ou conhecem alguém com, talento nas áreas da Moda, Cultura ou Artes? Apresentem-se à RTRO e talvez vos entrevistemos numa próxima edição! Pela primeira vez, temos um modelo masculino a solo na nossa capa. O que acharam? Aguardamos o vosso feedback. Até lá, boa leitura!
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Editorial
Margarida Cunha Editora
rtro staff
Editora Margarida Cunha
Redactores Margarida Cunha Adriana Couto Catarina Oliveira Marlene Ribeiro Sílvia Cardoso Joana Vilaça Catarina Ferreira Ana Rodrigues Mónica Dias José Pinheiro Liliana Ferreira Pedro Resende Ana D'Almeida Patricia Silvério Sara Sebastião
Fotografia Catarina Oliveira
Paginação Manuel Costa
Modelo Daniel Martins
www.rtromagazine.com
A rtro está sempre à procura de modelos, fotógrafos, stylists, maquilhadores, designers, que queiram colaborar, expor os seus trabalhos, se achas que tens o que é preciso contacta-nos para o nosso email.
geral@rtromagazine.com
Ă?ndice
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Focus on Designer Prabal Gurung
Color me Menta
Blogger Chat Alexandra Neto
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It girl! Coco Sumner
It boy? Andrej Pejic
TendĂŞncias 2012 -Look at me -Learn from me -Dress me -Accessorize me -Impress me -Buy me
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Smells like Love Chloé
Lingerie O que importa é o interior
From geration Y to genaration Why
O Gang dos 27
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Aventuras numa qualquer sapataria
Jovens Talentos
A fashion Place Boneca
-Ana Barbosa -Ismael Prata -Pedro Resende
102 Ler.Ver.Ouvir. Ir... -Capitães da areia -6=0 Homeostética -Crazy Clown Time
106 Wishlist Chic vs Cheap!
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Focus on Designers Prabal Gurung por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com
Little darling da indústria e das celebridades
Focus on Desingers
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rabal Gurung nasceu a Leste, em Singapura, cresceu no Nepal e foi em Nova Deli, na Índia, que a carreira de designer começou verdadeiramente quando abraçou estudos no National Institute of Fashion Technology.
Estava a Leste do paraíso que, para ele, viria a ser Nova Iorque, cidade que o recebeu na semana de moda em 2009. Antes disso, teve oportunidade de trabalhar em várias casas de moda conceituadas como Manish Arora – na Índia - Donna Karan, enquanto frequentava a famigerada Parsons School of Design, e Cynthia Rowley. Foram experiências que o permitiram estar em contacto directo com a realidade crua da indústria da moda em Nova Iorque. Mas correu-lhe bem. Tornou-se director de design na Bill Bass e, após cinco anos de sucesso, lançou a sua própria colecção à qual emprestou o seu próprio nome: Prabal Gurung. Porém, sabemos que não chega
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Focus on Desingers
conquistar a passerelle. Há uma mais apetecível e chama-se red carpet. Olívia Palermo, Demi Moore, Leighton Meester, Zoe Saldana, Sarah Jessica Parker, a “toda poderosa” bilionária Oprah Winfrey e a primeira dama, Michelle Obama usaram as suas criações e não passaram despercebidas. Depois de entrar na Casa Branca, que mais poderia pedir? Poder-se-iam pedir prémios. E vieram. Foi classificado em segundo lugar pelos “pesos pesados” da indústria como merecedor do CFDA Vogue Fashion Fund 2010 e a indicação para o CFDA Swarovski Womenswear Award. Os vestidos com etiqueta Prabal Gurung são, provavelmente, a peça mais cobiçada mas, na última colecção, Gurung aventurou-se com os coordenados e padrões gráficos em tons arroxeados, sem deixar de parte a geometria perfeita do corte que parece prerrogativa de tudo o que cria. Prabal Gurung é um nome que está na spotlight, na Casa Branca, na passadeira vermelha. Em alta.
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Antes 2 Mila Kunis 3 Sarah Jessica Parker 4 & 5 Prabal Gurung SS 2012 Aqui 6 & 7 Ronney Mara
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Color me
por Catarina Oliveira qatch.wordpress.com
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nova rubrica da RTRO debruça-se sobre um dos temas de maior importância no mundo da moda: a cor. E não há melhor forma de começar do que com a cor menta. Muitos a definem como um azul esverdeado, ou como um verde água, mas a verdade é que para a próxima estação, esta cor não passa despercebida.
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É fresca e apela ao Verão. Dá a ideia automática de fluidez e leveza. As grandes marcas já pegaram na cor menta e farão dela uma das grandes tendências de cor para Primavera-Verão. A origem desta cor está não na folha original da menta, ou hortelã, que tem um aspecto muito mais verde, mas sim no gelado de menta que se pode encontrar em qualquer supermercado. A tonalidade distingue-se facilmente por ser tão clara. O menta tem, contudo, variações. Oscila entre tons mais claros e outros mais vivos, ficando-se sempre na ponte entre verde e azul. Chanel, Tibi e Jill Stewart são algumas das marcas que apostam em grande nesta cor para a estação PrimaveraVerão. Vemos a predominância da cor nos vestidos que são indubitavelmente delicados. No caso de Tibi, o vestido fluído não precisa de forma distinta, a cor faz o vestido. O vestido de Jill Stewart aposta na combinação com flores em tons rosa que enfatizam ainda mais a pureza do menta.
Antes 1 Chanel Primavera/Verão 2012 Aqui 2 & 3 Tibi Primavera/Verão 2012 4 Jill Stuart Primavera/Verão 2012 Depois 5 Hair Style - idyemyhair.com 6 Sugestões - Menta 7 Lady Gaga - "Marry the Night"
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Não só na roupa nos rendemos ao menta. Até no cabelo ela pegou, dando aos loiros baços uma ousadia que não deixa de ter classe. Maquilhagem, decoração, acessórios. Menta veio para ficar. Não escapa nem a Lady Gaga. No seu mais recente vídeo, Marry the Night, a artista revela que a cor, que pode ser vista nas toucas das enfermeiras e na sua própria maca, vai estar em voga na estação quente de 2012. Isto pode remeter para menta como cor de hospital. Mas pegar numa cor de hospital e dar-lhe estilo é algo que esperamos ver muito brevemente. Ficam aqui algumas sugestões de como a cor menta dá um toque muito especial a qualquer peça de roupa.
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Blogger Chat
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Uma Xana que é uma delícia! por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com
Juntem Xana com Delicious e vão ter a este endereço: www.xanalicious.blogspot.com
O
s mais atentos sabem que a jornada da Alexandra Neto na blogosfera já começou há dois anos e meio, os distraídos vão perfeita-
mente a tempo de acompanhar o barco. Dos que não se afun-
da. A mentalidade por detrás do blogue é simples e genuína: divagar sobre aquilo de que gosta, mostrar novidades, partilhar dicas. Tudo “sem stress” porque o contador de visitas não é o mais importante. Importante é ter dado oportunidade à expressão de um sonho que a acompanhava desde pequena: o jornalismo. Foi uma das portas que o blogue abriu, essa e a das amizades que estão sempre prontas para entrar. Gosta de viajar, ela só quer, só pensa em viajar, de beber um gin tónico numa noite quente, de ler e de estar com os amigos. Este Verão não vai dispensar um top neon e umas strappy sandals. Não digo mais, conheçam-na.
Bloguer Chat
És a primeira entrevistada do ano para a rubrica da RTRO. Blogger Chat. 2012 começou com boas perspectivas para ti? Começo por dizer que sou muito positiva, tento sempre ver o lado bom das situações. O ano de 2012 não começou da melhor maneira, no entanto acho que as coisas vão acabar por correr bem e estou pronta para batalhar por isso.
Aquele que agora é o Xanalicious já foi o Labels, Love and Gossip Girl. Já andas nisto há algum tempo. De que forma evoluiu o teu blogue, o que é que mudou? É verdade, já ando nisto há dois anos e meio e posso dizer que muito mudou não só com o meu blogue, mas também com a blogosfera. O meu blogue foi criado como um hobby, sem qualquer pretensão. A verdade é que continua como um hobby, e continua sem pretensão, a não ser a de reflectir a minha essência nos assuntos que abordo. Conheci muitas “O meu blogue foi criado como um hobby, sem qualquer pretensão.” pessoas com os mesmos interesses que eu, aprendi muito sobre a área da moda, da beleza, e de outras como marketing. Mas a grande mudança foi mesmo o facto do blogue me ter inspirado a seguir um sonho antigo: o jornalismo!
Labels, love and gossip girl. O que é o teu love e qual é a tua label? O meu verdadeiro love são as pessoas que me rodeiam. Existem outros aspectos da vida que me apaixonam, mas o meu verdadeiro amor é esse mesmo. Quanto ao label, sem dúvidas que começa com Z, acaba com A e rima com arara.
Xanalicious. O que é delicious no teu mundo? Muitas coisas! Viajar, ler, escrever, aprender, o ritual vestir-maquilhar-calçar (sim, faço por esta ordem), estar com as minhas amigas e rir muito, beber um gin tónico numa noite de Verão, dar um mergulho na praia do Meco, descer uma pista vermelha em esqui, passear nas ruas de Lisboa e brincar com as minhas cadelas.
Olhando em retrospectiva: o que era a blogosfera quando começaste e o que é a de agora? Está diferente, muito diferente. Sinto que se tornou muito competitivo, muito intenso e muito pouco pessoal. Estive um ano sem contador de visitas, e o meu primeiro giveaway (e o primeiro tipo de associação a uma marca) foi no segundo aniversário do blogue! Quantos blogues conheces que são assim? Não que me esteja a gabar ou que ache que isto faz do meu blogue algo melhor ou mais genuíno, mas acho bizarro certas coisas a que assisto hoje em dia. Há toda uma obsessão com seguidores, visitas e marcas, e sinceramente não entendo como é que alguém consegue viver um hobby de forma tão stressante! What’s the point? “Há toda uma obsessão com seguidores, visitas e marcas e, sinceramente, não entendo como é que alguém consegue viver um hobby de forma tão stressante!”
A pergunta que faço sempre: de que forma é que o blogue afectou a tua vida? O que é que te trouxe de novo? Pessoas! Sem dúvida que o melhor que o blogue me trouxe foram as pessoas que conheci! Isso e, como já referi, a inspiração para seguir um sonho antigo e dedicar-me ao jornalismo (ou, pelo menos, tentar). A outra coisa boa foi dar-me a
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oportunidade de escrever sobre algo que gosto e a de aprender com os meus leitores e “colegas”. “Sem dúvida que o melhor que o blogue me trouxe foram as pessoas que conheci! Isso e, como já referi, a inspiração para seguir um sonho antigo e dedicar-me ao jornalismo (ou, pelo menos, tentar).“
Pareces-me uma pessoa que racionaliza muito as compras que faz. É verdade? Sim e não! É um misto!! Tento passar essa imagem no blogue porque acho que todos deveríamos ser racionais no que toca a consumo, mas admito que, por vezes, me deixo “levar pela emoção”. Na maior parte das vezes, o meu processo de compra é: ver algo que gosto na loja (física ou on-line), não comprar logo, ir para casa e pensar em que tipo de ocasiões e com que peças (que já tenha por casa, claro) iria usar e depois tomo a decisão. Mas admito que muitas vezes a paixão vence (prova: a colecção de malas, sapatos e batons).
Fala-nos sobre o teu estilo. Consegues descrevê-lo? Sais muito da tua zona de conforto? É difícil descrever o meu estilo (e eu, que costumo ser muito descritiva). Sou uma criatura de hábitos no dia-a-dia: peças como camisa branca, rasos, saias, vestidos básicos, que recebem o devido toque extra com acessórios. É ao fim- de-semana que gosto de sair da zona de conforto! Apesar disto não considero o meu estilo ‘classic-
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boring’, nem monocromático. E sou sempre muito feminina! “Não considero o meu estilo ‛classic-boring’, nem monocromático. E sou sempre muito feminina!” Quais são os teus objectos de desejo para a Primavera/Verão 2012? Strappy sandals pretas, tank top néon, saia fluo, uma das novas shopper da Zara, e um kimono (ou blazer) menta! Por enquanto, é “só”!
E os teus objectos de desejo, daqueles com números de três ou quatro dígitos gordos? Vou ser cliché! Sou muito pouco dada a coisas excessivamente caras, acho que não compensam e que apenas servem para dar status. Mas abro a devida excepção para a classic flap da Chanel, para uns pumps YSL e um Range Rover!
Que blogues visitas com mais frequência? São muitos! Dos nacionais visito muitos, é impossível contar pelos dedos (mesmo os mais frequentes). Fora isso, Atlantic Pacific, Dia de Beauté, Fashionismo, Garotas Estúpidas, e o blogue que me levou a criar o meu próprio blogue – o It Girls.
Depois da Moda, o que é que te deixa em êxtase? Maquilhagem conta? Suponho que não conte! Gosto imenso de ler, de ir ao cinema e de estar com os meus amigos e família! Mas o que me deixa mesmo em êxtase é viajar! Estou constantemente a pensar em viajar!!
Este ano, Braga é a Capital Europeia da Juventude em 2012. Tu vives na zona de Lisboa. Sentes que a moda ainda está demasiado focalizada na capital e pouco dispersa por outras cidades? Não consigo ter essa noção! Em termos de consumo, acho que ainda existe diferença, mas que é justificável por haver mais população! Mas em termos de mentalidade e perspectiva acho que, com a Internet e toda a globalização que vivemos, já não existe assim tanta discrepância! Claro que em Lisboa existem muito mais pessoas, e por isso a probabilidade de encontrar alguém stylish é maior, mas acho que é apenas essa a diferença.
Em que é que Portugal tem que evoluir para conseguir elevar os talentos que tem a um nível internacional? Acho que ainda precisamos de abrir mais a mentalidade, tanto a nível de criação como a nível de investimento! Acho que precisamos de mais inovação e de ideias que gerem rentabilidade. Bem sei que a característica dos criadores e da indústria portuguesa está mais virada para a qualidade (e assim deve continuar, porque qualidade nunca sai de moda), mas porque não criar mais fast fashion? A Parfois é um excelente exemplo.
“Bem sei que a característica dos criadores e da indústria portuguesa está mais virada para a qualidade (e assim deve continuar, porque qualidade nunca sai de moda), mas porque não criar mais fast fashion? A Parfois é um excelente exemplo.” Esta entrevista é para a Rtro magazine. O que é para ti ser Rtro? Aprender com o passado a tomar boas decisões para o presente!
From Generation Y to Generation Why por Margarida Cunha
“Vós, jovens, sois a esperança do futuro!”.
São palavras calorosas proclamadas pelo Padre António Vieira, no séc. XVII. Mais de 400 anos depois, as expectativas sobre os jovens são as mesmas. As ferramentas de que estes dispõem são bem mais numerosas. As possibilidades, infinitas. A formação académica nunca foi tão elevada. E, contudo, o futuro nunca foi tão incógnito.
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From geration y to genaration why
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noção de “juventude” ganhou consistência em meados do séc. XX, no pós-guerra. Tratandose do período etário que medeia entre a infância e a idade adulta, sempre esteve associada à ruptura com a ideologia dominante e ao inconformismo. Embora estas características sejam comuns às várias gerações jovens, especialistas consideram que a actual apresenta algumas particularidades. Um estudo conduzido em 2006 na Universidade de Georgia (EUA) concluiu que os jovens na casa dos 18 estavam muito mais confiantes de que seriam muito bons trabalhadores, parceiros e pais, comparativamente à geração dos seus pais. Uma premissa que parece ir de encontro à visão da psicóloga Jean Twenge – que cunhou os termos “iGeneration” ou “Generation Me”. A especialista traça o perfil
da actual juventude, associando-a a uma epidemia de narcisismo – e descrevendo os jovens como sendo egocêntricos, competitivos, confiantes e individualistas. Entre as críticas frequentemente apontadas contam-se também o materialismo, a fraqueza de espírito, a falta de autonomia e de ambição ou a falta de respeito pela autoridade e de boas maneiras. Contudo, por detrás deste retrato, escondem-se milhares de jovens que lutam contra a sua imagem. Num conflito interior que afecta sobretudo as jovens, mentes ávidas de orientação são bombardeadas com imagens mediáticas que retratam a alegada perfeição dos corpos e a (questionável) agilidade do discurso. O confronto bonito/inteligente deixa de existir porque agora é preciso ser os dois. Um fluxo de pressão exercido através das mais
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variadas plataformas, numa exposição que se arrasta durante meses e anos. O resultado é, porventura, jovens extremamente confiantes quanto ao desempenho dos seus futuros papéis sociais e, no entanto, frágeis e perdidos dentro da sua própria redoma. Mas nem todos os retratos da geração Y (nome atribuído à fornada nascida entre a década de 80 e 90) são pintados a negro. O investigador da Universidade de Michigan (EUA) Brent Donnellan é co-autor de um extenso estudo publicado em 2010 e que acompanhou cerca de meio milhão de jovens ao longo de três décadas. Genericamente, ficou concluído que os jovens de hoje são muito mais desconfiados em relação às instituições do que gerações anteriores. São também mais sensíveis em relação a questões como a pobreza, o rac-
ismo, a fome e problemas ambientais. No que diz respeito a oportunidades, o estudo aponta também esta geração como sendo a que maiores expectativas apresenta quanto à formação académica. Apesar da aparente inércia que muitos associam à juventude, é indiscutível que esta é hoje – fruto do fluxo interminável de informação e do alargamento das redes sociais – extremamente crítica e opinativa, o que se repercute num humor mordaz e satírico. Não é por acaso que a Internet se encontra povoada de sites de humor e crítica social – nem é casual o facto de nunca se terem partilhado tantos memes (vídeos, frases, fotos ou gráficos virais que rapidamente se propagam) como agora. Se levantar a voz é necessário, façamo-lo de forma refinada e atrás de uma máscara bem humorada.
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From geration y to genaration why
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From geration y to genaration why
O domínio da arte de criticar com humor é uma ferramenta que, associada à fácil manipulação das tecnologias (computadores, leitores de música, máquinas fotográficas, consolas, etc.), torna esta geração numa tribo com grande capacidade de adaptação – e, como tal, segundo as leis de Darwin, destinada a prevalecer. No entanto, estes factores, quando acrescentados a uma formação académica cada vez maior e especializada, parecem não bastar para os desafios que os jovens enfrentam actualmente. Como tal, assim como as peculiaridades que a distinguem de outras, esta geração tem de debater-se com problemas muito próprios, tais como uma economia mundial em séria recessão, o aquecimento global do planeta, a violência nas escolas ou a obesidade.
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Em Portugal, o maior fantasma é o desemprego. Este afecta sobretudo os licenciados, o que explica que um em cada dez emigre. A justificação é sempre a mesma: a falta de perspectivas de futuro. Afinal, uma casa não se constrói com recibos verdes e um filho não se alimenta com contratos de trabalho de seis meses. Num quadro em que o Estado-Providência se aproxima lentamente da ruptura, Portugal exporta precisamente o que deveria ser retido com mais afinco: o talento. No final, cada jovem faz parte de uma geração que tem tudo e não pode fazer quase nada. Como todos os jovens antes deles, questionam-se, debatem-se com os rótulos e as expectativas desenquadradas e procuram um rumo só deles. Como referiu Donnellan, os miúdos de hoje são como os de há 30 anos: estão à procura do seu lugar no mundo e da sua identidade. A sua definição de música pode ser questionável, a sua relação com a autoridade debatida e a solidez da sua auto-estima posta à prova. Podem até protagonizar cenas em que assumem papéis de rebeldes sem causa, irresponsáveis e estúpidos. Todas as gerações têm os seus desafios e períodos de estupidez. Terá valido a pena quando constatarmos que, afinal, foi essa estupidez que carimbou o nosso passaporte para a maturidade.
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por Mónica Dias
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ara muitos também conhecido como The 27 Club. É uma extensa lista que conta já com mais de quarenta nomes de artistas ligados à música que morreram com apenas vinte e sete anos. As causas envolvem álcool, drogas, acidentes aéreos ou de viação, afogamentos, asfixias, homicídios, suicídios, entre outros.
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Gang dos 27
Alguns dos nomes que constam nesta lista viraram lendas do mundo da música e continuam a servir de inspiração para muitos jovens e artistas da atualidade. Falamos pois de referências como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain e mais recentemente Amy Winehouse. Desde os anos 50 que a juventude se rebelou pela necessidade de liberdade de expressão, mas os seus projectos ideológicos só se começaram a fazer ouvir com a chegada dos anos 60. A crise moral e cultural iniciada nos anos 50 causou verdadeiros efeitos assim que entrámos nos 60’s, com manifestações sócio-culturais e político-idealistas com o ob-
jectivo de dar voz ao povo. Mas a primeira metade desta década serviria apenas como entrada para o prato principal. Na segunda metade, os jovens tenderam a revolucionar a sua imagem a todos os níveis marcando-a com vários protestos, revoluções sexuais e experiências com drogas, juntando a este prato também o surgimento e expansão dos movimentos feministas, homossexuais e anti-raciais. É também nesta época que surge o movimento de contracultura, os hippies. Uma fusão de sabores que viria a inspirar e definir fortemente os anos 70. O estilo musical rock marcou as três décadas, sendo os 70’s também preenchidos pela dance music e
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várias gerações, imortalizando-os. E nós, o que podemos dizer sobre isto para além de sublinhar que, graças a eles, podemos ouvir boa música? A resposta fica ao critério de cada um. Pessoalmente, acho que podemos continuar a fazer-nos ouvir e não é preciso surpreender o mundo nem deixar a nossa marca para isso acontecer. Afinal não precisas de fazer a diferença, apenas saber lidar com ela. Tu já fazes a diferença se a aceitares. E é por isso que devemos agradecer àqueles que soltaram as suas almas com a voz ou enquanto seguravam uma Fender ou uma Gibson, inspirados por sonhos e até desilusões que, no fundo, são comuns a todos. Alguns podem até não ter sabido lidar com a diferença, mas marcaram-nos ao usá-la.
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Smells like...
Love, ChloĂŠ por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com
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iferente dos outros. Foi a primeira sensação que tive quando experimentei o perfume Love da Chloé nas perfumarias. Não é propriamente recente (a sua data de lançamento reporta ao ano de 2010) e foi criado pelas perfumistas Louise Turner e Nathalie Cetto-Gracia (Givaudan), mas tem tido um imenso impacto no que toca a fragrâncias dos dias de hoje. Procurar um perfume que se identifique com a pessoa em questão é algo muito difícil, com a quantidade de oferta que temos nos dias de hoje. Sempre tive a percepção de que a maior parte dos perfumes têm um cheiro semelhante e demasiado forte. Optei grande parte das vezes por fragrâncias mais suaves, nomeadamente, água de colónia. Mas este não, surpreendeume pela positiva. Tem um tema floral, doce e é muito feminino, deixando um
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toque suave a pó de arroz e talco. Apesar de serem adjectivos comuns quando se fala deste tipo de produtos, asseguro que, neste caso, não se trata de uma fragrância impessoal e comum como tantas outras. Admito também que o design do frasco me cativa imenso na escolha de um perfume, o que favoreceu imenso o Love. O frasco é rectangular e possui uma imagem vintage – com uma tampa presa por uma corrente dourada, tal como nos antigos frascos de perfume. A imagem do artigo é igualmente cativante: com a Raquel Zimmermann, num estilo à anos 80 muito feminino e elegância natural, realizado por Roman Coppola. Está disponível nas perfumarias em vários tamanhos (30ml apróx. 50€; 50ml e 75ml) e vem acompanhado de uma linha de cremes (creme de corpo e gel de duche) e desodorizante igualmente adoráveis. Aconselho!.
O que importa é o interior por Sílvia Cardoso www.laissezmoi.blogspot.com
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abemos que o Dia dos Namorados chega a par com esta edição. O dia 14 de Fevereiro, dos “amo-te” que deviam ser também dos dias 9, 10, 11, 12 e por aí fora, das flores, dos ursos, dos clichés. Já haverá casais a pensar em planos especiais e noites ousadas. Muitas já terão marcado cabeleireiro e depilação. Muitas já andarão a pensar na lingerie.
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O que importa é o interior
Afinal de contas, “o que importa é o interior” e, se uma boa energia também passa de dentro para fora, então aqui interpretemos esse lema literalmente, convictos de que usarmos uma roupa interior bonita, no dia-a-dia, sem hidden agenda, é importante. Afinal de contas, e sem querer encarnar a mulata de 1.80m e olhos verdes, Tyra Banks, temos que gostar de nós. Pensemos na lingerie como a primeira camada de roupa que oferecemos à nossa pele, como a fase intermédia entre o ser revelador e o não ser e como um elo forte com os conceitos que a sociedade criou respectivos à feminilidade. Constituem, como sempre constituíram, desde que os pequenos soutiens eram corpetes de cortar a respiração, façamos desta expressão literal,
um forte objecto de desejo, erótico e de fetiche com fins semióticos poderosos – não fôssemos nós ser constantemente invadidos por grandes marcas que a usam como “catapultadora” de promoção ao produto. São os pecados íntimos das marcas, rigorosamente. Alguém as podes censurar? Sex sells é premissa adquirida e, se Freud estivesse vivo, estaria de braços na anca a dizer: “eu avisei-vos!” A primeira transmissão on-line do Victoria’s Secret Fashion Show, que tinha sido previamente anunciada no decorrer do Super Bowl XXXIII, corria o ano de 1999, foi vista por mais de dois milhões de pessoas. Quando os ecrãs de Times Square subitamente começaram a mostrar as famosas angels, entre as quais Heidi
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Klum, Adriana Lima ou Laetitia Casta, a desfilar lingerie, o trânsito parou. E parar o trânsito em Nova Iorque não é fácil. Hoje em dia, é transmitido em dezenas de países onde muitas pessoas aguardam com expectativa, mulheres incluídas, não se iludam, e fotografado por milhares órgãos de comunicação social. Minhas senhoras, longe que estamos dos ecrãs nova-iorquinos, não descuremos de fazer as melhores escolhas. Não tem que haver ignição por fora, nenhum agent provocateur, basta exuberar a sensualidade que todas temos algures.
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It girl!
Coco Sumner por Catarina Ferreira fashionablyxlate.blogspot.com
Eliot (Coco) Paulina Sumner nasceu em 1991 em Pisa, Itália. Filha de Sting (músico) e de Trudy Styler (actriz e produtora), Coco Sumner tem os genes perfeitos para ser uma estrela. Coco começou a escrever música e a trabalhar no seu álbum aos 15 anos de idade. Aos 17 assinou um contrato com a Island Records e aos 19 lançou o aclamado álbum The Constant. Mostrou assim a sua independência, provando que não tem de se apoiar na imagem do pai para alcançar o estrelato – embora já tenha confessado que houve, e que ainda há, quem compare a sua voz e música à do pai, e isso chateia-a um pouco. Contou já com a participação de Robyn no seu primeiro single Caesar e recebeu elogios tanto da parte de Alex Turner como também de Ian Brown, afirmando-se assim como uma artista séria de letras honestas.
Não é só pela sua música que Coco é conhecida. O seu estilo pessoal salta à vista, principalmente por se afastar do estilo típico das it girls londrinas e o facto de ter participado na campanha de Primavera/Verão da Burberry em 2008 também não passa despercebido. Relaxado, prático e com um toque tomboy, é assim o estilo de Coco que não compreende o porquê de a considerarem um ícone da moda. Em entrevista para a Vogue inglesa disse: "I generally just wear whatever I can find in my cupboard. I don't really tend to think about it." A verdade é que o seu estilo é apreciado pelas suas fãs e pelos amantes de moda em geral, dado que Coco não segue tendências e mantém-se fiel a ela própria, criando assim o seu próprio estilo. Isso sim, é moda.
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It girl!
Calções Pull&Bear 19.99€
Cascol Topman 7£
Calças Zara
25.95€
Botas Dr Martens 95£
Tshirt Pull&Bear 12.99€
Sapatos Zara
59.95€
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Camiza
Zara 22.95€
Calções Mango 79.95€
3 Pares de Meias TopShop 8£
Sapatos TopShop 75£
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It boy?
Andrej Pejic por Pedro Resende
É estranho pensar que o sucesso lhe veio maioritariamente por uma característica contrária à que agora o traz a esta publicação. De facto, de it boy a ir girl vai um pequeno passo, principalmente quando se fala de Andrej Pejic. Estranho raciocínio? Não tanto! Foi na cidade de Tuzla, da Bósnia Herzegovina, que nasceu, mas a guerra dos Balcãs foi pretexto para este filho de mãe sérvia e pai croata (estará nos genes?) se deslocar para Melbourne e assumir uma vida australiana praticamente em pleno. Interessado em moda desde muito cedo, foi aos dezasseis anos que começou a explorar uma possível carreira de manequim, ainda conciliando com um emprego primário numa cadeia de fast food. Nessa altura, a Chadwicks (agência de modelos australiana) tentou convencê-lo a alterar aquilo que viria a ser a fonte de sucesso e lucro de ambos: o seu aspecto. Ginásio e alimentação poderiam alterar a estrutura de um adolescente magro e franzino, mas a opção deste não foi nesse sentido, e ainda bem!
Desfiles atrás de desfiles, depois da semana de moda de Sidney pairou sobre a mente de nomes conhecidos mais atentos, e voou até Paris, na semana de moda masculina de Junho de 2010. Mas a pergunta que deixou na mente dos presentes foi difícil de esquecer: “Quem é aquela rapariga loira?”. Oportunista ou inteligente, Jean Paul Gaultier atira Andrej para a passerelle feminina já em 2010, ainda escondendo que o rosto é masculino na íntegra. De It boy a it girl e de volta atrás, Andrej Pejis foi conquistando o seu lugar cativo no mundo da moda, principalmente depois de desfilar com um impressionante vestido branco Jean Paul Gaultier na edição de Alta Costura de Verão 2011, ou de figurar em editoriais impressionantes pelo mestre da androginia Steven Meisel. Recentemente, editoriais diversos, quer em papéis masculinos, quer femininos continuam a marcar uma imagem que trouxe à luz do mundo uma nova tendência mundial que pode ter nascido para ficar: o terceiro género.
It boy?
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Antes 1 por Remi Lamande para a S magazine Aqui 2 por Jez Smith para Oyster magazine 3 por Emily Abay para J’Aton Couture 4 por Marcelo Krasilcic para Auslanders Spring/Summer 2012 5 por Jeremy Scott para Vogue Italia
Tendências Primavera/Verão
2012 A Primavera aproxima-se a passos largos e com ela os tecidos frescos, as cores vibrantes, os estampados floridos. É uma oportunidade de fazer o nosso guarda-roupa desabrochar. Embora as possibilidades sejam muitas, a RTRO reuniu um painel de redactores que, nas páginas seguintes, interpretam as principais tendências, sintetizando-as num guia de fácil consulta. Siga-nos.
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Look at Me por Liliana Ferreira www.chicreaction.com
Se no Inverno as cores escuras como o tão afamado burgundy – assim como texturas tal como o pêlo ou brilhos – marcaram muito do que se vestia, nesta Primavera tudo grita cor e, por isso, um pouco de less is more no que toca a acessórios. A Primavera é mesmo ela um sinónimo de renascer e frescura, quer para a natureza, quer para nós. Se nesta estação há o desabrochar das flores, o desapontar das folhas das árvores como que um recomeço de vida que esteve adormecida no Inverno, as nossas roupas (e nós!) vamos querer essa renovação e essa frescura. Por isso se o Inverno ficou marcado por cores e texturas que com eles trazem os dias cinzentos, com a Primavera essas tendências são substituídas por cor. Se no ano passado o color block era a grande tendência, este ano abriu um pouco espaço para os néon e pastéis. Desde os pastéis como menta (sobretudo)
Tendências Primavera/Verão 2012
para aqueles que não gostam de arriscar e que não gostam de muita cor até ao néon que veio com força relembrando velhos tempos da cultura pop quer seja num só apontamento. Os pastéis, como o menta, gritam-nos a frescura e leveza da roupa que usamos, quer em camisas, blusas sendo até permitido em calças. Estes tons têm tudo para dar certo se bem conjugados entre si. Quem não tem medo de arriscar, umas calças rosa pastel e uma blusa menta, por exemplo, será uma boa aposta. Já com néon o jogo de cores deve ser mais cuidadoso para não cair no ridículo. Para quem é adepto de cores neutras, tal como o preto, é, por exemplo, perfeito usar um cinto amarelo néon num eterno LBD (little black dress) ou como apontamento numa clutch ou sapatos. Tal como os pastéis (e em tudo no mundo da moda) o segredo está em conjugar na perfeição, sendo que isso por vezes é difícil mas nunca impossível. No entanto, no caso dos pastéis, talvez seja mais fácil enquanto que no néon há que ter o cuidado de não exagerar. Quanto a estampados, ficamos a adorar as flores grandes e cores fortes assim como o estilo navajo a levar-nos para terras e culturas quentes. O segredo nesta Primavera é não se esconder nos tons cinzentos e escuros do Inverno, mas substituir ou acrescentar alguma cor ou padrão divertido.
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Learn from Me
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Cores pastéis A palete de cores suaves volta a surgir, entre as quais o amarelo claro, o verde
por Joana Vilaça thefashiondreamcatcher.blogspot.com
água, o lilás, o azul-bebé. São apenas algumas das cores que irão despertar o lado mais doce que existe em qualquer fashionista.
Ainda há quem pense nos saldos, mas é necessário já preparar a estação que se avizinha, a Primavera. As temperaturas sobem, ao mesmo tempo que os padrões florais, as rendas, os tons pastéis e as cores flúor, tornam esta estação ainda mais especial, onde a alegria deverá ser uma constante. Venham conhecer com a RTRO algumas das tendências que marcaram as propostas dos principais criadores mundiais.
1 & 2 louis vuitton 3 Chanel
Tendências Primavera/Verão 2012
Bouquet Faz todo o sentido usar e abusar dos padrões florais na Primavera, sem cair, no entanto, num cliché. Usar e abusar deste padrão é o mote para a próxima estação, sendo que há uma imensa variedade de propostas.
1 Dolce & Gabana 2 Blue Girl 3 Miu Miu 4 Valentino
Renda intrincada A renda está indubitavelmente ligada à vertente retro, sendo que por isso possui um certo glamour e sofisticação. Porém, nesta estação os mais conhecidos designers foram um pouco mais além do convencional, proporcionando-nos texturas rendadas cada vez mais interessantes e complexas.
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Néon Uma tendência que vai dar que falar e gerar algumas controvérsias. Quando se fala em néon, fala-se de cores extremamente fortes, como o amarelo, o laranja e o rosa flúor. A cor é obviamente a peça central desta tendência, que deve ser combinada com cores mais neutras e puras de forma a complementar o look, sem exageros.
1 Sass and Bide 2 Roberto Cavalli 3 Chloé 4 Dior
Transparências Uma das tendências mais românticas e sensuais da próxima estação. As transparências devem ser sempre conjugadas com algum cuidado, já que são responsáveis por expor uma grande parte do corpo.
Tendências Primavera/Verão 2012
Minimal O minimalismo parece ter cada vez mais adeptas, o que se reflecte nas propostas apresentadas por alguns criadores. Prende-se muitas das vezes com cortes rectos, cores puras, um estilo clean, sem nunca esquecer uma pitada de ousadia e sofisticação.
1 Balenciaga 2 Givenchy 3 Reem Acra 4 Hervé Léger
Brilho Desde o dourado, passando pelas já conhecidas lantejoulas, indo novamente aos metálicos com o prateado, os brilhos marcam presença mais uma vez no leque de tendências.
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Dress Me por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com
Nesta temporada que se aproxima são várias as propostas que nos fazem quando damos uma olhadela nos desfiles Spring 2012. Os temas chave desta estação são os tons pastel, os padrões, o midsection, o peplum e o matte satin. Podemos então adequar as tendências para esta Primavera com peças que já possuímos ou então fazer bons investimentos nas lojas e adaptá-las ao nosso próprio estilo. Muitas destas, com sedas transparentes, padrões com pássaros, tons pastel podem ainda ser encontradas nas lojas a preços de saldo, da temporada anterior. Quanto às novidades atrás descritas, são desafios que vos proponho experimentar nos próximos meses!
Tons pastel Destaco, por exemplo, alguns conjuntos da Marni, 3.1 Phillip Lim, Preen e Calvin Klein que optam por tons pastel num estilo minimalista conjugado com tecidos simples e transparências.
Tendências Primavera/Verão 2012
Pássaros e midsection Abandonam-se os padrões com o tema “gatos” e surgem os “pássaros” nas colecções de Jil Stuart e Carolina Herrera. A Prada optou por tecidos com texturas variadas e, também como a Acne, surge com uma novidade: a midsection.
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Anos 20 e peplum Outras novidades são as cintas descaídas que nos reportam aos anos 20 e a forma em peplum. Podemos ver, como exemplos, alguns conjuntos da Chloé e YvesSaint Laurent.
Matte Satin Surgem os tecidos mate acetinados em cores pastel. A Miu Miu opta pelo rosa claro e a Balenciaga misturao, por exemplo, num vestido com tecido com transparências verde água.
Tendências Primavera/Verão 2012
Acessórios Destacam-se o os sapatos Yves-Saint Laurent e malas Jil Sander e Chloé em tons pastel e estilo minimal. O tema futurista surge também nos sapatos da colecção 3.1 Phillip Lim. A acompanhar juntam-se os óculos de sol em massa, com formas e cores um tanto diversificadas – Acne, Marni.
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Tendências Primavera/Verão 2012
Accessorize Me por Catarina Ferreira fashionablyxlate.blogspot.com
As tendências desta nova estação não podiam ser mais coloridas e divertidas. Com a chegada da Primavera, vemos o regresso das cores pastel e, para as mais corajosas, o néon. Os floridos são mais uma vez uma das grandes apostas para a Primavera, no entanto, este ano têm um twist. Os estampados tradicionais dão lugar à era dos estampados digitais, dando assim um look mais futurista às peças mais femininas desta estação. As inspirações são das mais variadas, desde under the sea aos anos 20 e 50, passando também pelo estilo Tomboy. Esta Primavera há algo para todos os gostos.
Chelsea Boots O modelo de bota intemporal e muito popular entre os fashionistas de Londres. Dá para usar com calça skinny e com vestidos e saias.
Joalharia / Cintos Grandes jóias coloridas são uma das apostas desta estação, quer sejam em colares, pulseiras, cintos ou anéis, o que importa é chamarem a atenção. As jóias tomam a forma de frutas, animais, corais e flores e todas sempre coloridas. Quanto maior for a peça, melhor. Mas, atenção, não se pode sobrecarregar. Se optar por um colar, conjugue com um pulseira e não brincos e vice-versa. Se não gosta de usar muita joalharia, pode apostar num cinto em metal com aplicações coloridas em forma de jóia, ou então um cinto largo num tom forte.
70 – 71 | 50’s Housewife Malas cúbicas e coloridas, sapatos com meias, lenços com estampados coloridos e grandes jóias são as peças necessárias para recriar o look de dona de casa dos anos 50. Estes acessórios são óptimos para usar com os vestidos mais sexy da estação. Pensem no estilo típico dos filmes dessa década: saias rodadas, lenço na cabeça, óculos de sol e um batom vermelho.
Sapatos Colour Block A tendência Colour Block volta para a primavera. No entanto, em vez de ser ao nível da roupa, são os acessórios (principalmente os sapatos) que adoptam esta tendência colorida.
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Tomboy Acessórios masculinos são perfeitos para quem quiser experimentar este look. Relógios, malas masculinas, mochilas de pele e as famosas brogues (pode ser com ou sem tacão) são as peças necessárias para complementar este look.
Chelsea Boots Botas Zara Joalharia/ Cintos Cinto Mango Pulseira Stradivarius 50's Housewife Lenço Uterque Óculos Tom Ford Bolsa Zara Sapatos Colour Block Topshop Marni Tomboy Zara Topshop Uterque Topshop
Tendências Primavera/Verão 2012
Mettalics / Mermaid Look As cores metálicas prendem-se com o look marinho desta estação. As texturas, tecidos e cores remetem para as profundezas do mar e para as caudas das sereias. Os acessórios metálicos, principalmente os sapatos, são óptimos para começar a adoptar esta nova tendência, pode usá-los com uma clutch estampada com motivos marinhos.
Mettalics/ Mermaid Look Sapatos Topshop Pulseira Uterque Sandalia Alexander McQueen Néon Cinto Mango Pulseira Stradivarius Sapatos Dolce & Gabana Cores Pastel Mala Topshop Sabrinas Mango
Néon! O néon volta novamente para as estações mais quentes do ano. Para poder usar este look, tem de seguir duas regras: ou usa o néon em look total com acessórios neutros, ou escolhe uma peça néon (mala ou sapatos) e conjuga com peças de cores neutras (cinzento, preto, branco).
Cores Pastel Estas cores compõem a paleta da Primavera. Extremamente doces e fáceis de usar, complementam também um estampado florido. Não tenha medo de misturar cores, como são todas do mesmo género não há necessidade de combinar peças. As malas querem-se pequenas e muito femininas, os sapatos coloridos e com enfeites (flores, jóias), use flores no cabelo, arcos e chapéus rosa. Este look permite-nos mostrar a menina que há em nós, logo, nunca poderá ser misturada com cores escuras e fortes.
72 – 73 | 20’s Flapper Girl Chapéus boater, maryjanes e kitten heels. Joalharia simples e clutches douradas e cúbicas. Estes são os complementos perfeitos para recriar o look dos anos 20. Para um look diurno, um chapéu e umas mary-janes são a escolha perfeita. Para as flapper girls nocturnas, o preto e dourado são cores permitidas e as kitten heels a melhor escolha para dançar toda a noite.
Chapéus Fedora e óculos De preferência de aba larga. Dê asas à sua imaginação e enfeite o seu chapéu com penas, flores ou jóias, têm é que ter muita cor.
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Transparências e Court Shoes Os sapatos com transparências, tanto no tacão como no próprio sapato, é outra tendência que volta para a Primavera (ver Emporio Armani). Os court shoes (de preferência em camurça) são a melhor aposta para combinar com as calças cropped skinny que vão estar também muito em voga. Querem se em néon, cores pastel e neutras.
20's Flapper Girl Mala Topshop meias Massimo Dutti Chapéus Fedora e óculos Óculos Mango Chapéu Topshop Chapéu Topshop Transparências e Court Shoes Sapatos Mango
Tendências Primavera/Verão 2012
Impress Me por Pedro Resende
A Primavera-Verão 2012 parece trazer uma lufada de ar fresco para os homens, ao contrário do que seria de esperar de uma estação quente. A diferença em relação a estações anteriores é notória em todos os aspectos, e a opinião geral aponta para uma estação optimista e de mudança positiva para a moda masculina. Para começar, as bermudas e calções pelo joelho a que nos temos vindo a habituar diminuem definitivamente para calções curtos que, como a generalidade das peças, variam de largura em versões que vão desde o muito justo (por vezes demasiado) ao fluído quase esvoaçante, como em Yves Saint Laurent. As calças sofrem o mesmo processo de subida, numa variância um tanto ao quanto estranha entre um quase bermuda e um comprido, que não o é devido ao aumento do número de dobras na bainha.
1 Bottega Veneta 2 Burberry Prorsum 3 Dior Homme 4 Jil Sander 5 Versace
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Tendências Primavera/Verão 2012
1 Blazer Zara 99,95€ 2 Malha Zara 25,95€ 3 Navy Zara 25,95€ 4 Caxemira Zara 29,95€ 5 Calças Zara 49,95€ 6 Skinny Asos 43,25€ 7 Shorts Asos 30€ 8 Sapato Zara 29,95€ 9 Mala Asos 30€ 10 Laço Blanco 4,99€ 11 Saco Zara 139,00€
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Uma das grandes tendências da estação é um retorno à alfaiataria clássica em versões renovadas. Seja pela cor, pelo material ou pelo corte, blazers e calças clássicas ganham novo fôlego e nova vida no contexto do vestuário masculino. Seja em cortes justos com cores femininas ou em cortes largos e descomprometidos com cores fortes e estampados vibrantes, uma ida ao alfaiate pode não ser dispensável numa época em que a tendência aponta para a personalização. Falando em cores e estampados, as primeiras tornam-se tão diversas quanto o homem sempre quis, desde tons nude a cores vibrantes em misturas estonteantes. Misturas que se reflectem em estampados diferentes, listando-se em coluna gráficos, geométricos, xadrez e riscas em reflexos clássicos, riscas em estilo navy ou reflexos de uma masculinidade que, a julgar por tudo o resto, vai precisar de ser reforçada, como caveiras. Complemento do look ou centro deste, os jeans querem-se gastos (de novo), rasgados nas articulações em misturas de índigo com tons acinzentados. Efeitos 3D em tecidos texturados complementam um look diverso na união, numa reflexão sobre uma variedade necessária que acaba por se cingir a uma expressão: conjugação!
Tendências Primavera/Verão 2012
Buy Me por Sara Sebastião http://ashopaholiconfession.blogspot.com/
As saias plissadas estão de volta para esta estação assim como os prateados. Esta é da Topshop, antes 60£, agora 30£.
O casaco de pele é sem dúvida uma peça intemporal que pode passar de estação para estação. Este é da Uterque, antes 159€, agora 69.95€.
As saias assimétricas vão continuar a fazer sucesso na próxima estação. Esta é da Zara, antes 29.95€, agora 12.95€.
As tachas e a pele não podiam ser melhor combinação e nunca deixam de estar na moda. Esta é da Bimba&Lola, antes 20€, agora 10€.
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Os brilhos foram uma das grandes tendências do Inverno e vão continuar a ser no Verão. Esta clutch é da Zara, antes 29.95€, agora, 19.99€.
Os padrões, que foram dando um ar da sua graça no Inverno vão voltar para a Primavera/Verão em força e é uma das tendências da estação. Esta é da Zara, antes 25.95€, agora, 17.99€. Uns sapatos plataforma é um must have em qualquer guardaroupa. Estes são da Topshop, antes 110£, agora 55£.
O branco é sempre bem-vindo na estação mais quente. Esta é da COS, antes 59€, agora 30€.
Não pode faltar um LBD (little black dress) no armário. Este é da Asos, antes 48.91€, agora 21.66€.
Aventuras
numa qualquer sapataria por Adriana Couto www.thestrass.wordpress.com
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S
apatos e malas são acessórios pelos quais grande parte das mulheres são apaixonadas e sem os quais não vivem. Então compramos um vestido para uma qualquer festa e, como é óbvio, queremos uma mala ou uns sapatos que fiquem bem naquele conjunto. Partimos em busca dos pares perfeitos por um qualquer centro comercial ou loja que sabemos ser boa para o efeito.
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Aventuras numa qualquer sapataria
Entramos cheias de esperanças e curiosidades pelo que iremos encontrar, se vamos dar com os sapatos da nossa vida, com os mais bonitos da festas e com uma mala que atraia toda as atenções. Isto era o que devia acontecer. Pena que raramente aconteça. Comprar sapatos acaba por ser uma aventura da qual, poucos minutos depois, tentamos sair, desesperadas ou sem paciência para experimentarmos mais um par. De início é suportável. Olhamos para a montra e vemos uns sapatos lindos de morrer. Vamos à funcionária mais próxima e pedimos o nosso número. Entramos em desespero quando nos diz que já não há o número 37 daquele modelo. Ficamos desiludidas mas não desistimos e vamos dar uma volta à loja. Vemos mais uns quantos sapatos lindos. Uns são dourados e pretos com purpurinas. Outros são simples, vermelhos, com um tacão
de dez centímetros. Outros destacaram-se por um qualquer pormenor engraçado que possuem. Transportamos um exemplar de cada para pedirmos o nosso número e vermos como nos ficam. Ao fundo da loja vemos um banco e um espelho destinados a experimentar calçado. Sentamonos lá todas senhoras do nosso nariz, como quem transporta nos seus braços um grande tesouro e nos orgulhamos dele. Como os exemplares que levamos connosco não equivalem aos centímetros que correspondem ao nosso pé, chamamos mais uma vez a funcionária da loja para nos ajudar. Funcionária esta que mais uma vez nos esfaqueia quando nos diz que um dos sapatos ao nosso lado são exemplar único. Tudo bem, ainda temos mais cinco para experimentar. A senhora que agora possui o nosso pequeno tesouro (que ainda não é verdadeiramente nosso)
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nos braços, vai ao armazém da loja buscar o nosso querido e adorado número de calçado, número que até esse dia pensámos ser perfeitinho porque nem é muito grande nem muito pequeno. 37: perfeito. Num mundo em que as mulheres cada vez mais possuem pés que rondam números que antes correspondiam apenas ao público masculino, ter um pé de 37 centímetros é algo absolutamente adorável. É óbvio que algumas piadas já foram ouvidas sobre o assunto: “Como te seguras em pé?”; “Vais ao calçado de criança?”. É previsível de quem virão as piadas: homens. Mas, se estes já se habituaram a ver as mulheres com números iguais aos deles, eu ainda não. No preciso momento em que a funcionária da loja volta do armazém sem nenhum exemplar dos meus sapatos na mão, o meu coração começou a bater descontroladamente, senti um aperto na barriga e aguardei pelas piores notícias.
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“Já não temos o seu número mas, se quiser esperar uns dias, podemos pedir à outra nossa loja do Porto para nos enviar o modelo que quer". Eu só penso: a festa é amanhã. AMANHÃ. Tudo bem que a culpa é minha e não devia ter deixado as compras para o último dia mas, vá lá, sou portuguesa: tenho que seguir o exemplo, segundo o ditado diz. Agradeço e saio da loja. Seguem-se mais umas quantas lojas e em todas elas me acontece o mesmo. Começo a sentir a irritação a chegar-me à cabeça. E pior: começo a pensar “Porque é que também não calço um 40?”, sim porque toda a minha teoria acaba por desaparecer ao reparar que os números disponíveis são todos trinta e noves ou quarentas. Com esta corrida às lojas passam cerca de duas horas e o tempo que tenho disponível começa a esgotar-se. Também as minhas esperanças em encontrar os sapatos ideais. Começo a conformar-
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me de que terei que levar uns sapatos que tenho lá para casa arrumados sem qualquer piada. Já de partida passo por uma loja de calçado com uma fachada ou montra sem qualquer piada. Não é de nenhuma marca conhecida, a rua não é propriamente movimentada e atrás do balcão encontro um senhor já com alguma idade muito bem vestido. Vem ter comigo com um grande sorriso nos lábios e toda a simpatia que um lojista deveria ter para com os seus possíveis clientes. Em poucas palavras contei-lhe o que se tinha passado ao longo da tarde e dou-lhe conta do meu desespero e pressa. Faz-me umas pequenas perguntas que nada têm a ver com sapatos. Algumas perguntas são mesmo pessoais. Já mais do que desconfiada pergunto o que ele pretende com aquilo. A resposta dada surpreende-me: “Os sapatos que cada pessoa escolhe devem reflectir a personalidade de quem os calça. Só assim lhe servirão na perfeição.” Devo confessar que aquela história toda me fez lembrar do Harry Potter e da escolha das varinhas mágicas com as quais deverão começar a sua vida enquanto feiticeiros. Desapareceu e voltou com uma caixa. Deu-ma para a mão. Tirei a tampa e lá dentro estavam os sapatos mais bonitos que alguma vez tinha visto. Calcei-os e eram o meu número.
Melhor do que caberem nos meus pés, era o encaixarem na perfeição comigo. Pareciam ter sido feitos à medida ou que simplesmente tinham ido à minha cabeça buscar a imagem mental que eu tinha criado dos sapatos para a minha indumentária nessa festa. Pude explorar mais um bocado a loja onde encontrei outros exemplares de sapatos de criadores nacionais e outros internacionais, desconhecidos. O senhor, dono da loja, nutria de um bom gosto excepcional. Concordou comigo que procurar sapatos é uma tarefa difícil e que a sua importância no vestuário é de extrema importância. A peça principal, se for simples, precisa de uns sapatos que atraiam todas as atenções para si; se acontecer o contrário, os sapatos deverão ser discretos. Perdi um bocado de mais tempo na conversa com ele e despedi-me de saco na mão e com um grande sorriso nos lábios. No dia seguinte, estaria a brilhar em cima dos meus sapatos novos e, melhor: sentia-me extremamente confortável. A conclusão seria de que, com mais ou menos aventuras, acabamos sempre por levar para casa o que queremos. Não desesperemos, haverá sempre um senhor como este por perto para nos salvar o dia… e arranjar uns sapatos novos.
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Fotografias Joana Carmo por Adriana Couto
And the winner is... por JosĂŠ Pinheiro
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Perfil Nome_Ana Barbosa, Idade_19 Anos Ocupação_ Estudante na Licenciatura de Sociologia na Universidade do Minho,
Vencedora do University Fashion’10
rtro - O que motivou a tua entrada no sector da moda? Ana Barbosa - Em primeiro lugar foi sempre um mundo que me fascinou, pelo que mostra e acima de tudo por se diferenciar de outras actividades, na medida em que somos convidados a fazer o que não estamos habituados a fazer. Desse modo, tudo se concretiza em diversão e animação, uma vez que nos divertimos e vivemos de uma forma bastante intensa este panorama, os colegas e o público assistente. Em consequência é uma área que na qual sinto imenso prazer em me encontrar inserida. Há sempre trabalhos menos bons, claro, mas só está nesse lado quem quer, já que nos encontramos perante um lugar fantástico. Eu aproveito sempre o lado bom, dado que aprecio o que faço. Se me perguntarem um dia o que é a moda para mim, respondo que se trata do meu hobby. rtro - Como avalias o que vivenciaste aquando da tua vitória no University Fashion’10? Ana Barbosa - O University Fashion foi uma experiência fantástica graças às pessoas que conheci, aos produtores e à própria organização. Claro que a sensação quando anunciaram o meu nome como vencedora foi sensacional, espectacular. Por outro lado, a final encontrava-se recheada de glamour, diversão e entreajuda, valorizando-se também a união familiar e o espírito de cooperação. Em jeito de conclusão, adorei. rtro - Gostavas de seguir carreira na moda ou é algo que encaras mais como uma actividade paralela a uma eventual profissão? Ana Barbosa – Não pretendo fazer disto carreira, uma vez que a Moda se constitui como uma passagem efémera, pelo que será sempre um hobby e consequentemente uma actividade paralela. rtro - Quais os passatempos/hobbies com que costumas ocupar os teus tempos livres? Ana Barbosa - Eu trabalho, o que já me ocupa muito tempo, para além de que gosto muito de ler, ouvir música, frequentar o ginásio. Para além disso, sempre que posso aproveito para andar um bocado, tendo jogado voleibol durante 5 anos, algo que simplesmente adoro.
The man BEHIND the lens por Ana D'Almeida www.afashiond.blogspot.com
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“My work as a fashion photographer is a path of experiences… a search for beauty essence, energy and emotion, in each light capture…”
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Jovens Talentos
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Da arquitectura para fotografia, mas sempre na mesma linha arquitectónica, a que apelido de arte, esta jovem promessa difunde através do olhar, que trespassa a lente, o melhor que a moda portuguesa tem para oferecer. Chega a hora de vos apresentar, Ismael Prata. Da luz da cidade das sete colinas, Lisboa, surge o fotógrafo que dará vida a este artigo. Retratos que transpõem a beleza, o realismo e a naturalidade de todo e qualquer modelo que diante da sua lente dão luz à sua composição. Campanhas como a da Fiordy Jewelry ou da Famiprata Jewlery, passando pelas incríveis imagens do pequeno mundo, muitas vezes reservado a uma pequena esfera pública. “Proibida a entrada a estranhos” caso do backstage do Portugal Fashion… a nossa entrada é vedada, mas o “the man” entra e expõe algumas das fotografias que não sentem a falta de descrição, porque nestes casos, um simples olhar… bem, um simples olhar vale mais do que mil palavras. Contemple muito mais sobre o “The Man”, aqui: http://ismaelprata.viewbook.com - http://www.behance.net/ismaelprata
A film by‌
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Pedro Resende por Ana D'Almeida www.afashiond.blogspot.com
Escritor, produtor e director… Pedro Resende, antigo aluno da Escola Superior de Comunicação Social, teve a sua primeira experiência ao realizar um filme do princípio ao fim. E é do princípio ao fim, sem pausas mas com aplausos, que este jovem cineasta deve ser acarinhado. Maybe foi a curta-metragem, presente no conhecido festival Caminhos do Cinema Português, no Annual San Diego Film Festival, no Annual Brest European Short Film Festival, Annual ION International Film Festival e no idioma de Woody Allen, and so on… Pedro não se ficou apenas por Lisboa, deu o salto até à Universidade do Texas, nos Estados Unidos da América, e foi lá que se enriqueceu ao nível da produção. Sem nunca esquecer a sua passagem pela Eslovénia, onde captou toda a inspiração para Maybe. Seis semanas foi o tempo necessário para dar vida às ideias de Pedro, que acabou por juntar uma equipa, que ele tão bem apelida de “All Star”. Fora esta equipa a ajudá-lo e agora somos nós a apresentá-lo, como se estivesse na hora de dizer and the winner is… Página oficial da curta-metragem: http://www.maybe-short.com/
Jovens Talentos
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Boneca
A dreamy place por Patricia SilvĂŠrio pumpsfashionpatriciasilverio.blogspot.com
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m Setembro passado, foi inaugurada na cidade de Braga uma loja diferente do comércio que estamos habituados a visitar. A Boneca é um espaço que não deixa ninguém indiferente aos seus encantos. Trata-se de um espaço em que Gabriela Azevedo, proprietária, dá-nos a conhecer diversas marcas, tais como a parisiense Manoush. Manoush é uma linha feminina que interpreta um conceito com vários estilos: gipsy chic e baby doll. Atualmente a marca é conhecida por fashionistas e jet setters, que a desejam pelo estilo único dos cortes impecáveis. Caracteriza-se pelos detalhes em botões, pelos bordados nos tecidos que misturam texturas diferentes – assim como pelo uso do corde-rosa, que faz de vestidos, saias e túnicas peças intemporais, sofisticadas e fora do comum. Fomos conhecer o atelier de Gabriela Azevedo e a impressão que obtivemos foi de estar a descobrir um universo, o de histórias de contos de fadas… Universo este – onde moda, estética e imagem se cruzam – em que nos deixamos envolver.
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Gabriela Azevedo fala-nos um pouco sobre o projecto Boneca. Patrícia Silvério - Como é que surgiu o projeto Boneca? Gabriela Azevedo - O projeto da Boneca veio a partir da experiência da minha ligação a muitos anos no mundo da moda, como gerente de lojas de roupa feminina. Mais tarde fiz uma formação de consultoria de imagem em Lisboa na Academia Looking. Consegui, assim, o certificado profissional de consultoria de imagem pessoal e empresarial, fazendo parte da prestigiada Rede Internacional de Consultoria de Imagem (RICI). Abri o meu atelier em Braga à porta fechada, fiz um site através do qual as pessoas iam contactando comigo para usufruir dos meus serviços, mas a minha vontade era oferecer um serviço mais completo e com uma porta aberta a todos. Daí surgiu a ideia de ligar Gabriela de Azevedo à Boneca. Patrícia Silvério - Facilmente se percebe que o espaço é diferente do que estamos acostumados a observar. O que é que a distingue? Gabriela de Azevedo - A Boneca oferece marcas exclusivas de moda feminina e, simultaneamente, um serviço variado e completo de consultoria de imagem. A importância da imagem para se alcançar o sucesso pessoal e profissional é inquestionável, e ninguém melhor do que alguém especializado nessa área para poder alcançar resultados mais eficazes. Para além da aparência, da comunicação e das diversas variantes comportamentais, é importante conquistar uma aura de credibilidade e autoconfiança. Ao nível do vestuário pontificam na Boneca marcas como a Manoush, American Vintage, Gat Rimon, Athé Vanessa Bruno e Yves Salomon, sendo o calçado da Repetto e os acessórios de Amélia Antunes, Sho, N2, LONA e FootNote. Na Boneca é pois possível adquirir modelos exclusivos de moda feminina e, ao mesmo tempo, beneficiar de um serviço altamente avalizado de consultoria de imagem, onde nada é deixado ao acaso.
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A Boneca
Info Morada: Rua D. Gonçalo Pereira, 21, Braga Telefone: 253 092 820 Horário: Seg-Sab 10h-19h. Site: http://www.gabrieladeazevedo.com Facebook Boneca: https://www.facebook.com/pages/ BONECA/285250258162441 Fotografias Facebook Boneca, Patrícia Silvério
Ler. Ver. Ouvir. por Marlene Ribeiro
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Ler Capitães da Areia Autor: Jorge Amado Editora: Leya
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Ano: 2009 Em 2012, comemoram-se 100 anos sobre o nascimento de Jorge Amado, um dos mais conhecidos e aclamados escritores brasileiros. Capitães da Areia foi considerada uma obra subversiva pelo regime de Getúlio Vargas. Retrata o fosso colossal entre os muito ricos e os muito pobres. Crianças e adolescentes abandonados forçados a uma maturidade prematura e a uma vida delinquente são as personagens centrais. É mais do que um livro so-
ARCOS DE VALDEVEZ
bre a desumanidade e a luta pela sobrevivência, é sobre a
Música
desigualdade e a luta de classes.
O quê? Sons de Vez – 10ª Mostra de Música Moderna de Arcos de Valdevez Quando? Fevereiro e Março, 23h00 Onde? Auditório da Casa das Artes de Arcos de Valdevez www.facebook.com/sonsdevez
BRAGA Musica O quê? A Naifa Quando? 3 de Março, 21h30 Onde? Theatro Circo www.theatrocirco.com O quê? The Kranksy Sisters Quando? 10 de Março, 21h30 Onde? Theatro Circo www.theatrocirco.com Teatro O quê? Ciclo de Leituras Públicas na Fonte do Ídolo - “Ifigénia em Áulis” de Eurípides Onde? Fonte do ídolo Quando? 27 de Fevereiro, 21h30 http://www.infobragacult.blogspot. com/
Ler.Ver.Ouvir.Ir...
Ver 6=0 Homeostética ESPINHO Teatro O quê? Paisagens em Trânsito, pela Companhia Circolando Quando? 10 de Fevereiro, 21h30 Onde? Auditório de Espinho musica-espinho.com
FAMALICÃO Teatro O quê? As Lágrimas Amargas de Pretra Von Kant de R. W. Fassbinder, uma co- produção Teatro Nacional D. Maria II + ACE/ Teatro do Bolhão Quando? 28 de Janeiro, 21h30 Onde? Casa das Artes de Famalicão casadasartes.blogspot.com
GUIMARÃES Teatro O quê? É Como Diz O Outro, com Bruno Nogueira e Miguel Guilherme Quando? 31 de Março, 22h Onde? São Mamede Centro de Artes e Espectáculos www.sao-mamede.com Exposições O quê? Missão fotográfica: Paisagem Transgénica, da autoria de Guido Guidi, Filip Dujardin, Katalin Deér, J.H. Engström Quando? De 10 de Março a 20 de Maio Onde? Centro Cultural Vila Flor www.guimaraes2012.pt Outros O quê? Conversa no tanque com Rodrigo Areias, músico e realizador Quando? 16 de Fevereiro, 21h45 Onde? Associação Convívio www.velha.org
Realização: Bruno de Almeida Ano: 2008 Género: Documentário Homeostética um movimento cultural que surgiu na capital, nos anos 80, que fez da paródia arma de arremesso. Mas sempre underground. Os founding fathers foram Fernando Brito, Ivo, Manuel João Vieira, Pedro Portugal, Pedro Proença e Xana. E talvez não tenha sido um movimento, mas sim só um grupo de pessoas que fizeram, da década de 80 para cá, da criação artística um modo de vida.
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Ouvir Crazy Clown Time Musico: David Lynch Editora: Play It Again Sam Ano: 2011 É o primeiro álbum a solo de David Lynch. Um projecto quase solitário. Conta com a extravagante q.b. Karen O (Yeah Yeah Yeahs) em Pinky’s Dream, a faixa número 1, onde encaixa na perfeição, mas ainda assim é o criador quem sobressai. Em todo o disco, o surrealismo quebra as regras e os refrões num synthpop a que Lycnh chamou ‘modern blues’. Mundano e perturbante como a sua obra cinematográfica, mas num registo exclusivamente sonoro.
PORTO Exposições O quê? Massa Falhada, de André Alves Quando? Até 3 de Março Onde? Galeria Dama Aflita www.damaaflita.com Música O quê? Final do Festival Termómetro, com Linda Martini Quando? 4 de Fevereiro Onde? Sala 114 www.termometro-online.com Teatro O quê? Dimas e Gestas, pelo Teatro da Palmilha Quando? Até 18 Fevereiro, de terça a domingo, 21h45 Onde? Teatro Helena Sá Costa
VILA DO CONDE Teatro O quê? A Lua de Maria Sem Quando? 4 de Fevereiro, 21h30 Onde? Teatro Municipal de Vila do Conde www.cm-viladoconde.pt Exposições O quê? Sometimes the best way to find something is to move away from it, de Pedro dos Reis Onde? Solar - Galeria de Arte Cinemática Quando? Até 12 de Fevereiro www.curtas.pt/solar
VILA NOVA DE GAIA Teatro O quê? CALE-se – Festival Internacional de Teatro Quando? Até 24 de Março Onde? Associação Recreativa de Canidelo arc.home.sapo.pt
Wishlist por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com
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