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“Septembre c’est le temps de la rentrée”, lia-se no primeiro texto do meu livro de Francês do sétimo ano. É de facto de recomeço que se fala quando chega o nono mês do ano. Mas, numa conjuntura em que muitos portugueses nem férias tiveram e em que a contenção é quase um reflexo natural no dia-a-dia, quase nem se pode falar de regresso porque, na prática, muitos nem tiveram oportunidade de partir. Mas nem todos os cenários se pintam de cinzento. Que o digam revistas americanas como a Vogue ou a Elle, que registaram, na edição de Setembro, os volumes mais expressivos da sua história. Números que reflectem o frenesim que ainda se produz com os famosos September issues – numa eterna disputa para tentar alcançar a maior fatia do bolo publicitário – e que exploramos a fundo nesta edição da RTRO. E porque a história da Moda não corre apenas nas veias da imprensa especializada, este mês a nossa It Girl é a já falecida Anna Piaggi, uma fonte inesgotável de excentricidade e originalidade num universo tantas vezes pautado por tendências previsíveis e pouco inovadoras. Setembro chega-nos ainda com um aroma VIP, pelas mãos de Carolina Herrera, num perfume que damos a conhecer na rubrica Smells Like… Perfume cuja utilização pode seguir-se à aplicação de uma pré-maquilhagem de qualidade. O que é, para que serve e como se faz, eis o que nos propomos explicar no artigo “Aquela base… A importância da Pré-maquilhagem”. Tivemos ainda a oportunidade de entrevistar José Ribeiro Brandão, um blogger com um repertório cultural invejável para a idade e muita vontade de comunicar. Não nos esquecemos ainda das principais tendências para a estação e incluímos um resumo das mesmas mais à frente. Ainda que Setembro assinale o fim do Verão e comecem a espreitar os primeiros sintomas de Outono e dos blues que este muitas vezes traz, na RTRO adoptámos um espírito pragmático e tentámos incluir nesta edição rubricas que, mais do que informativas, procuram oferecer soluções para a nossa passerelle colectiva: a vida. Boa leitura e um óptimo Setembro/Outubro!

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Editorial

Margarida Cunha Editora


rtro staff

Editora Margarida Cunha

Redactores Adriana Couto Ana Dias Ana Rodrigues Catarina Oliveira Cátia Marques Joana Fernandes Joana Vilaça José Pinheiro Liliana Ferreira Margarida Cunha Mónica Dias Patricia Silvério Pedro Resende Sílvia Cardoso

Fotografia Catarina Oliveira

Paginação Ana Dias

Modelo Capa Joana Vilaça

www.rtromagazine.com

A rtro está sempre à procura de modelos, fotógrafos, stylists, maquilhadores, designers, que queiram colaborar, expor os seus trabalhos, se achas que tens o que é preciso contacta-nos para o nosso email.

geral@rtromagazine.com


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Índice

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Focus on Designer Thakoon Panichgul

Color me Branco

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Tendências Outono 2012

The issue with the September issues

Blogger Chat

16 Aquela base Pré-Maquilhagem

68 Smells like


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Maquilhagem Outono/inverno 2012

Tommy Ton

Rtro Session

Modern Couture

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it girl Anna Piaggi

Jovens Talentos Ear Box

Ler.Ver.Ouvir

Wishlist Chic vs Cheap!



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Focus on Designers Thakoon Panichgul por Djamila Afonso trendingt0pic.blogspot.pt/

Taking the Fashion Scene by Storm


Focus on Desingers

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hakoon Panichgul é um nome a memorizar! Nascido na magnífica Tailândia, criado em Omaha (Nebraska) e agora residente em Nova Iorque, este designer thai-americano tem um background muito rico e diversificado, bastante visível nas suas criações.

Com uma licenciatura em Business na mão, muda-se para Nova Iorque para começar a sua carreira na indústria da moda, começando por aventurarse pela produção de moda e, logo em seguida, pelo merchandising. Foi também editor da Harper’s Bazaar, reportando todas as notícias ligadas ao sector. Quando decidiu aventurar–se pelo mundo do design de moda candidatou–se a uma das melhores escolas de Design, a famosa Parsons School of Design. Com este historial, sucesso só poderia ser a palavra mais indicada para descrever as suas colecções. Em 2004 apresenta a sua primeira colecção ready-to-wear. Uma colecção muito bem recebida que o colocou logo na ribalta, sendo considerado um dos designers mais conceituados a emergir da cena da moda nova-iorquina.


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Com este magnífico percurso, o seu talento cedo começou a dar que falar. Em 2006 é contemplado com o CFDA Vogue Fashion Fund e também com uma nomeação ao CFDA Swarovski Womenswear Award. A partir daí foi sempre a subir e a somar pontos dentro da indústria. Panichgul adquiriu um estatuto dentro do mundo da moda com que muitos apenas sonham. O ponto mais alto da sua carreira aconteceu em 2008, quando Michellle Obama usou umas das suas criações na noite final da Convenção Nacional Democrática e Primeiro Debate Presidencial. Após isso deu–se a criação de uma colecção de sapatos em colaboração com Giuseppe Zanotti, é nomeado Director Criativo da marca de jóias japonesa Tasaki, lança a sua primeira colecção de malas, etc. As suas peças têm recebido críticas bastante positivas, revelando um design intemporal, romântico, moderno e inovador, chamando por isso a atenção de celebridades como Beyoncé e Solange Knowles, Kim Kardashian, Christina Ricci, Eva Mendes, a sempre fabulosa Rachel Zoe e muitos outros nomes. Thakoon Panichgul tem ainda muito mais para mostrar. Com um curriculum já bastante vasto, aguardamos o que este designer nos apresentará em seguida.


Focus on Desingers


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Color me

por Catarina Oliveira qatch.wordpress.com

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inda suamos ao sol, mas já pensamos nas coleções de Inverno. As tendências para o Verão não acabaram e Setembro promete ser tão quente como Agosto. Mas com Outubro vêm os ventos e a chuva. Não queremos simplesmente ter que trocar as cores claras e frescas por aquele casaco escuro. Chegou a solução: branco. Para o final da estação quente a Rtro propõem o branco total. Branco é uma cor que completa qualquer visual. Equilibra o


12 – 13 | preto, atenua os neóns e complementa os padrões fortes. Mas branco total vai mais além. Passa a linha do convencional para o avant-garde. Nunca sem, claro, ser exagerado. É fluido por natureza, é elegante por norma e é ideal para os últimos dias de calor. Preen e Nina Ricci sugerem o look total branco na forma de vestido e saia. Os folhos dão uma personalidade muito feminina a esta cor, e acima de tudo bastante fresca. Lanvin arrisca umas calças, num conjunto que é versátil para qualquer ocasião e mostra a polivalência do tom: não é necessariamente apenas feminino. É mais afinado e os acessórios dão peso às peças. Se há coisa a que a cor branca é associada, é ao minimalismo. Um look branco é imediatamente tido como limpo, seguro e minimal. E muitas peças chave escolhidas para o verão mostram exatamente isso. Combinado com cinzento e cores pastel, o branco dá um tom extremamente delineado e com uma característica arquitetural. Exemplo disso é a blogger Ivania do love-aesthetics.blogspot.com. Conhecida por ser muito minimalista, Ivania usa acessórios metalizados e transparentes para acentuar os seus visuais maioritariamente brancos. É perfeito modelo de como o branco total funciona, e bem. No blog iamgalla.com vemos o branco total ser conseguido por um rapaz, o que demonstra que a tendência não está limitada às mulheres. Nádia de myfashioninsider.com é um exemplo nacional de como o branco total pode dar uma frescura arquitetural ao tempo de calor. Como peça chave e mais icónica da cor branca para o verão, surgem os sapatos da Mango, que vemos na imagem serem

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Color Me

usados por Cocorosa de mypreciousconfessions.blogspot.com. O toque mais inesperado e avant-garde, que as bloggers já mencionadas acima também têm nos seus armários. Os sapatos já estão esgotados, mas marcaram sem dúvida o Verão. O outono vem a caminho e embora ainda esteja calor, é impossível não pensar em como adaptar a tendência ao frio. Primeiro, é de notar que para a estação de Outono-Inverno o branco pode surgir numa tonalidade mais marfim, e há várias formas de continuar com o branco total mesmo nessa altura. Valentino e Dennis Basso apostam nos casacos. Pêlo branco ou simplesmente um casaco bem estruturado é ótima forma de transitar a cor de estação. Com Doo.ri surge uma solução muito indicada para os vestidos brancos: collants pretos por baixo. Em look total ou não, branco é essencial em qualquer guarda-roupa, e ficam aqui algumas sugestões da Rtro para todos os gostos e carteiras.


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Monki

Asos

branco

Bimbaylola

Welikefashion

Mango

Antes 1 Nina Ricci Primavera Verao 2012 Aqui 2 Dennis Basso Outono Inverno 2012 3 love-aesthetics.blogspot.com 4 iamgalla.com

Asos

5 myfashioninsider.com 6 Mango


AQUELA BASE... A IMPORTÂNCIA DA PRÉ-MAQUILHAGEM por Maria Luís http://bunnyeme.blogspot.pt/

A base da auto-estima Na adolescência não passei por problemas de pele e felizmente mantive a minha cara lisinha. Vi as minhas amigas a debaterem-se com a aplicação da base, que lhes esconderia as espinhas, mas não aprendi a usar essa ferramenta. Apesar de me maquilhar desde cedo, deixei sempre a base de lado. A minha pele sempre foi muito clara e não queria de forma nenhuma ficar com esse aspecto cor de laranja de algumas meninas que via na escola.

levar o assunto a sério a partir do instante em que se apercebam de que ela será vossa aliada.

O facto é que agora reconheço as vantagens da base, que faz a pele ter um aspecto saudável, faz durar a maquilhagem e evita o efeito oleoso. Eu tenho olheiras frequentemente e um corrector ajuda-me imenso. Já vi casos impressionantes de modelos lindíssimas que só

Se têm acne, o vosso dermatologista não vai concordar com o uso de maquilhagem, mas vai compreender que sentirem-se bonitas não é apenas vaidade, é essencial na construção da personalidade e decerto terá alguns bons conselhos a dar. Além disso, existem opções minerais e sem óleo para quem tem a pele oleosa. Actualmente há imensas marcas de base e o melhor é falarem com alguém com experiência no assunto para vos ajudar no fundamental, determinar o tipo de base adequada e a vossa cor. Interiorizem também este gasto no vosso orçamento, que foi um passo complicado para mim e acabei por gastar dinheiro desnecessário em bases mais

conseguiram chegar onde estão por terem aprendido a esconder a sua pele terrivelmente minada pelo acne. Requer perseverança, mas é a vossa imagem e merece o esforço. E, para quem a base salva a auto-estima, há que

baratas que depois não usei. Não precisam de escolher a mais cara mas procurem a melhor relação preço-qualidade. Nos primeiros tempos vão ter de testar algumas bases até chegarem à ideal.


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PrĂŠ-Maquilhagem


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Tipos e Cores – Como escolher Para escolher a cor, esta deve ser a mais aproximada possível do vosso tom de pele. Procurem um espelho num sítio com boa luz (de preferência luz natural). Apliquem três ou quatro tons que lhe pareçam parecidos, esbatendo suavemente na zona do maxilar (é a zona ideal para testar porque funciona como um meio-termo entre o rosto e o pescoço) e sem sobrepor camadas. Escolham a que se fundir na perfeição com a sua pele, desaparecendo quase por completo. Não usem o pulso para a comparação porque as cores são muito diferentes e lembrem-se que um tom mais escuro dá um ar mais pesado e não bronzeado e um tom mais claro dá um ar artificial e não natural. Para esse efeito, podem no final aplicar blush ou pós bronzeadores.

Os tipos mais comuns de base são a líquida, o pó solto ou compacto e a cremosa ou mista. Cada um destes tipos tem versões para pele seca, oleosa e mista e há muitas contradições e polémicas sobre se um tipo de textura é mais apropriado do que outro. Por isso, digo que o melhor é ler o rótulo do produto e procurar o que se referir ao nosso tipo de pele. Depois é a experiência que nos vai dar algumas orientações. Eu, por exemplo, tenho pele mista e comecei por uma base líquida que me tornava a pele mais oleosa. Mudei então para o pó que melhorava o efeito mas também me dava um aspecto baço. Agora uso uma base líquida mais apropriada e finalizo com pó solto para dar um ar mais natural nas zonas mais brilhantes do rosto.

Aplicação do produto – Como fazer No momento de aplicar a maquilhagem, a vossa pele deve estar limpa, um passo que devem executar, conscientes dos produtos adequados para a vossa pele. A temperatura da água deve ser fresca, nunca gelada e nunca quente. O ideal era que a vossa maquilhagem contivesse SPF, que nos protege do envelhecimento da pele por exposição ao sol mas, se não tiver, não descurem o uso dum protector solar com factor acima dos 30, mesmo no Inverno. Primeiro aplica-se o corrector debaixo dos olhos e em algumas imperfeições que possam existir. Depois, o primer, que tem como função uniformizar a pele, diminuir a oleosidade, fechar os poros e fixar a maquilhagem por mais tempo. Ele preenche a superfície da pele, deixando-a lisinha para receber a base. Nem sempre é necessário. É indicado principalmente para quem tem os poros muito abertos, linhas de expressão ou marcas de acne.

Agora, espalhem a base em pequenas porções, pelo rosto, pescoço, orelhas e até quase ao peito se tiver uma peça decotada. Quando a base estiver invisível, estão prontas! Tenham atenção aos pormenores, zona do nariz, sobrancelhas, linha da testa e pescoço, para que tudo fique homogéneo. O último passo da pré-maquilhagem é aplicar o pó solto fixante com um pincel, e se desejar termine com blush nas maçãs do rosto. Ao voltar a casa, há que desmaquilhar, tonificar e hidratar para que enquanto dormem a vossa pele se restabeleça dos danos a que foi exposta. Nunca durmam sem retirar devidamente a maquilhagem. De qualquer forma deixo a minha opinião: se têm uma pele saudável, deixem a maquilhagem para ocasiões estratégicas e usem-na apenas para pequenos retoques. E não se esqueçam de que a saúde e beleza estão directamente ligadas.


COLECÇÕES DE MAQUILHAGEM Outono/Inverno 2012 por Maria Luís http://bunnyeme.blogspot.pt/


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Chanel - Les Essentiels de Chanel Apresentando as tendências de maquilhagem tradicionais de batons ameixa, vernizes escuros (quem ainda não se perdeu pelo Vertigo?) e brilhos metálicos nas sombras, esta colecção parece óptima para o Outono. O duo de sombras em tons de bege, apresentado num padrão que evoca lantejoulas, combina harmoniosamente numa tez iridescente, estendendo o brilho de Verão. Jill Stuart Jill Stuart apresenta uma colecção onde o equilíbrio é perfeito, entre a pureza de uma menina e a sensualidade de uma mulher. Os olhos são smoky e dramáticos, os lábios mostram-se sensuais e o blush suave dá um acabamento romântico. É o look nocturno ideal. Guerlain Natalia Vodianova é novamente o rosto da campanha publicitária da Guerlain que aparece na campanha publicitária a usar o novo Rouge G L'Extrait de Guerlain. Este é um batom líquido com uma textura cremosa, o que já não é uma novidade. Haverá também um novo blush duo Rouge aux Joues e, apesar de o Verão já ir alto, um novo bronzer Terracotta chamado Terra Soleia que estará disponível em dois tons. Anna Sui Uma tendência anos 60 predomina sobre esta colecção. Aqui, os ‘Cat Eyes’ aparecem em vermelho, laranja e chartreuse com linhas interiores nas pálpebras em branco.

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Colecções de Maquilhagem

MAC - Electric Cool Estas sombras com acabamento de pérola, de acordo com a MAC, resultam da evolução das Big Bounce Shadows, lançadas originalmente no ano passado. Existem 12 tons, todos em edição limitada, além da promoção do pincel 249, perfeito para aplicação de sombras. Make Up Forever - Black Tango Collection O lançamento internacional é em Outubro, porém a colecção já está disponível em vários países da Europa. Esta colecção vem com uma paleta com sombras cremosas, as famosas Acqua Cream, em vermelho, azul, verde e marfim, três vernizes, com um tom de fundo preto, em vermelho, azul e verde e um batom vermelho. Givenchy - Acoustic Color Esta colecção tem a combinação perfeita de tons escuros agressivos e tons claros inocentes. As quatro cores, dourado, avelã, preto e violeta podem ser misturadas e combinadas na paleta de sombras. E é de dar ênfase à colaboração de Liv Tyler nos batons Rouge Interdit, no gloss Revelateur de Liv,no mais popular, Rose Revelateur de Liv Lively Pink, em rosa, e Rouge Interdit Shine Acoustic Wild Rose, mais escuro que este último. O verniz em roxo metalizado, que complementa a colecção, ao secar, fica mais escuro do que a cor vista pela embalagem.


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NARS - Andy Warhol’s Limited Edition Será lançada em Outubro nos EUA e em Novembro no resto do mundo. Mergulha nas cores Pop do imaginário de Warhol com esta divertida colecção. Azul, amarelo e rosa em vários tons, são as cores mais frequentes da paleta, em sombras, vernizes e outras aplicações. O verniz verde menta tão popular nas últimas estações, faz a sua aparição nesta actual colecção. Bobbi Brown - Desert Twilight É uma tentadora colecção onde se sugere a mistura de um bonito turquesa a tons ricos de castanho-escuro, em vários produtos multifuncionais. Yves Saint Laurent Uma pele mate natural e sofisticada é personalizada com caqui, dourado, preto e vermelho, os clássicos da mulher contemporânea com um toque de elegância parisiense. O esperado batom fúcsia YSL continua a estrela da colecção. Dior Nesta colecção as peles são jovens e frescas, as pestanas negras e lábios naturais. A caixa de sombras é adorável com o seu padrão leopardo em dourado.

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TOMMY TON Um olhar por detrás da lente

por Joana Vilaça thefashiondreamcatcher.blogspot.com

A moda não se concretiza apenas nas passerelles e nos vestidos esvoaçantes que por lá desfilam, pois é cada vez mais um autêntico desfile desenfreado fora das mesmas, fora do olhar atento e minucioso dos designers que todos nós conhecemos. É assim que streetsyle assume uma importância cada vez mais crescente no seio da indústria da moda. Fala-se de pessoas com looks e estilos distintos que no mundo quotidiano transportam as tendências à sua realidade, isto é, à rua. Aqui não só nos referimos a pessoas vulgares, mas também aos nomes mais sonantes da indústria da moda. E é precisamente neste ponto que entra o já famoso fotógrafo Tommy Ton. Nos primórdios da sua carreira, o mesmo foi impulsionado por alguns blogs de moda que o ajudaram a ganhar uma maior audiência e notoriedade, como foi o caso Susie Lai do Style Bubble. No entanto, foi no desfile da Dolce and Gabbbana (Outono/Inverno 2009) que protagonizou um momento realmente importante na sua carreira, ao sentar-se como convidado de honra na fila da frente deste desfile. Desde então, Tommy Ton atrai magia pelas ruas resultando em fotos exímias que mostram o que a moda tem de melhor.


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Tommy Ton


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Tommy Ton

Podemos dizer assim: se há alguém que é verdadeiramente apaixonado por streetyle (mais concretamente high streetstyle), essa pessoa é, sem dúvida, o ousado e irreverente fotógrafo canadiano. Este capta através da sua lente os nomes mais preponderantes da indústria da moda: as it girls são as suas musas e elas, por seu lado, não são tímidas e adoram que ele as fotografe. Miroslava Duma, Anna Dello Russo, Olivia Palermo, Christine Centenera, entre muitas outras e outros são alguns exemplos mais célebres. Estas e estes deslumbram, não só para o seu conhecido blog (jakandjil.com) (criado em 2005), mas também para o conceituado site de moda - www.style.com - passando até mesmo pela conhecida revista masculina, a GQ. É impossível ficar indiferente ao seu talento que é personificado em peças arquitectónicas e espectaculares que nos fazem sonhar e perceber que a moda é cada vez mais um jogo infindável de audácia e carisma. Tommy Ton é um apaixonado confesso por detalhes exuberantes e únicos, sendo por isso os mesmos uma referência constante na sua fotografia.


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30 – 31 | As semanas da moda são o exemplo mais claro disso mesmo e, como seria de esperar, Tommy não perde pitada, captando cuidadosamente os pormenores mais extravagantes, ou seja, padrões exuberantes, cores berrantes, acessórios que marcam pela diferença, pormenores intrincados que ostentam luxo e bom gosto. Mas a moda não se restringe, nem pode, às Semanas da Moda, sendo que o mesmo colaborou recentemente com a conhecida editora de moda e freelancer Miroslava Duma, numa produção de moda no Dubai. O resultado não poderia ter sido melhor: a cor foi o ponto central, com a tendência néon a dar as suas cartas no rosa choque, no amarelo berrante e no verde fluorescente. Tommy Ton é, assim, a par de outros fotógrafos afamados como Scott Schuman (thesartorialist), uma referência no que toca a streetstyle e ao mundo na Moda na sua generalidade, que merece incontestavelmente ser seguido.

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session

Fotografia Catarina Oliveira Modelo Joana Vilaça



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Modern? Couture por Pedro Resende

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lta-costura Parisiense é um termo que designa uma área específica da moda e que levou décadas de regras e especificações a ser construído, mas uma estação apenas a ser metamorfoseado. Como uma borboleta dos tempos modernos, a alta-costura mudou no seu casulo de criação e apresenta-se agora numa palavra que caracteriza praticamente tudo nos dias que correm: modernidade.

E de um M para outro, a mudança parece ser um outro substantivo para uma nova época, com um novo Raf Simons para a Dior, um novo Atelier Versace e uma possibilidade remota: o retorno da maison Yves Saint Laurent (ou Saint Laurent Paris como será designada brevemente) ao contexto da alta-costura.


Modern? Couture

Mudança e modernidade fundem-se assim em linhas maioritariamente depuradas que remetem parcialmente para um passado não distante de enfeites e embelezamento. Que o digam Armani Privé ou Giambattista Valli que em coleções sumptuosas trouxeram linhas de início de século, quer pelo styling com véus e redes pelo rosto quer pelas formas quase enclausuradas de novo em corpetes e vestidos longos. Mais moderno (a palavra chave), Raf Simons trouxe a Dior a um tempo em que o cenário parece prevalecer sobre looks clean e linhas democratizadas. Uma Dior de outros tempos transposta para a mulher do século XXI, parece ser a discrição mais usada e mais correta para o feito (goste-se ou não!). As cores variam quer entre desfiles quer dentro de uma mesma apresentação. Entre vermelhos e dourados, os cinzas e negros parecem fazer destacar a sua presença entre os tons vivos de criadores como Donatella Versace para o Atelier da casa italiana ou os salpicos de cor de Jean Paul Gautlier. Que o diga Chanel, numa coleção quase inteiramente pensada em cores neutras mas nem por isso menos vivas como o cru, o branco ou o cinza. O destaque? Os materiais e a forma como são trabalhados para criar formas austeras e claramente pensadas para a não ostentação.


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Porque a Alta-costura, nesta época de modernidade, não é mais o barroco de outrora mas um luxo equilibrado entre o que se quer parecer e o que não se quer mostrar! Um barroco que se reinventou para a Givenchy numa inspiração nómada que Ricardo Tisci traduziu em franjas, tons negros e vermelhos, na coleção mais opulenta da estação. Um barroco ainda que Gaultier fez questão de relembrar, numa alusão clara aos loucos anos 20 e à sua parafernália louca de franjas, volumes e acessórios! Ostentação diferente mostrou Valentino num desfile em que estampados e brocados contrastaram com um azul-marinho (o quase novo vermelho Valentino) para se imiscuir numa feminilidade exacerbada. Num encerramento inesperado já posterior à mostra parisiense, foi a vez de Dolce & Gabbana apresentar a sua coleção, num cenário italiano que serviu para complementar uma proposta curta, mas nem por isso menos pensada, menos luxuosa, menos alta-costura. Uma modernidade que a mudança pediu, e uma mudança que a modernidade tornou necessária, na nova temporada que agora começa: contida no aspeto, mas nem por isso menos luxuosa no conteúdo!


TENDÊNCIAS OUTONO 2012 por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com

São várias as propostas que nos fazem quando damos uma olhadela nos desfiles Fall 2012 para esta temporada que se aproxima. Os temas em destaque desta estação são o estilo renascentista, o gold, vinil, veludo e oversized.

Renascentista - Destacamos, por exemplo, alguns conjuntos da Valentino e Dolce & Gabbana que optam por misturar padrões e ornamentos florais num estilo romântico renascentista.


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Gold e veludo – Nesta temporada surgem os tecidos gold e veludo em looks que conseguem aliar o estilo casual e glam ao mesmo tempo. Perfeitos para festas e momentos mais especiais! Podemos ver algumas dessas propostas nas colecções de Michael Kors, Giambattista Valli, Gucci.

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Tendências Outono 2012

Vinil – Não é uma novidade. O vinil espelhado e tecidos acetinados vão continuar em alta nesta estação, tal como na temporada passada de Primavera/Verão. Num estilo leve e feminista, Jil Sander apresentou na sua nova colecção várias opções que utilizam este tipo de tecidos. Podemos ver outras propostas, igualmente cativantes, nas colecções da Marni e J. W. Anderson.

Oversized – A Céline volta a apresentar uma colecção minimalista com cortes oversized conjugando-os com tecidos variados e cores, sem nunca esquecer a elegância e simplicidade dos mesmos. Assim, como objecto de desejo, são os casacos de inverno oversized que surgem no conjunto de propostas apresentadas.


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Os acessórios em destaque são os sapatos da Valentino e Chloé e, a acompanhar, as malas Prada e Valentino num estilo minimalista e vintage. Para os dias bonitos de sol de Outono, e nunca esquecendo as novas tendências, temos os óculos de sol retro, com formas e cores um tanto diversificadas – Prada.

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THE ISSUE WITH THE SEPTEMBER ISSUES por Margarida Cunha

Em Setembro de 2007, a capa da revista Elle americana trazia consigo não só o retrato de uma Lindsay Lohan pré-rehab, como a promessa de se tratar da maior edição alguma vez produzida, com mais de 590 páginas. Com a volumosa dita nas mãos, fiz a contagem: 355 páginas de publicidade. Na altura, resolvi enviar à revista um email a questionar se se justificava, apesar dos custos de produção, uma quantidade tão expressiva de anúncios. Não obtive resposta.


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UMA QUESTÃO DE PESO Nesse mesmo ano foi gravado o documentário The September Issue (que seria lançado em 2009 e cuja review pode ser lida na RTRO #3), um olhar sobre os bastidores da edição mais recheada dessa temporada e um passe privilegiado para os corredores da Vogue. Nele ficamos a saber que o mês de Setembro é considerado o Janeiro da Moda e que a edição da Vogue desse mês é produzida pelo menos com 5 meses de antecedência. Uma sedutora Sienna Miller de lábios vermelhos protagonizava aquela que era, até então, a maior Vogue alguma vez editada, com um total de 840 páginas. 5 anos depois, cabe a Lady Gaga o papel de protagonista da edição de Setembro da menina dos olhos de Anna Wintour: uma volumosa revista de 916 páginas. São 2kg de Moda e Beleza – e, essencialmente, anúncios (658 páginas são inteiramente ocupadas por publicidade, um aumento de 13% face ao ano transacto). Trata-se de uma edição que bate todos os recordes, ultrapassando não só números anteriores da Vogue, como toda a concorrência. Na verdade, a revista é de tal modo pesada que o Huffington Post escreveu um artigo em que cita queixas dos carteiros relativas à entrega da mesma. Uma das entrevistadas conta que os problemas que hoje apresenta no ombro são o resultado de 13 anos a entregar revistas daquele calibre. Uma outra revela que já não via revistas tão pesadas há uma década. Segundo o site de Moda Refinery29, a este ritmo as edições de Setembro serão editadas em múltiplos volumes e entregues pelos velhos vendedores de enciclopédias. Um exagero que já esteve mais longe. No artigo “The Stylish Side of China”, o New York Times revela que as revistas de Moda na China


The issue with the September issues

tornaram-se de tal modo volumosas que a Cosmopolitan teve de ser dividida em duas edições mensais. Também a Elle é publicada duas vezes por mês porque as revistas ascendem às 700 páginas. Inclusive a Vogue acrescentou quatro volumes por ano para fazer face à procura dos anunciantes. Acrescente-se todo o mediatismo criado nas redes sociais, as centenas de posts de bloggers e sites especializados e está montado o circo mediático do ano. Setembro de 2012 marca efectivamente um período próspero para as revistas femininas americanas, pelo menos a nível de investimento publicitário. Não foi só a Vogue que engordou; também a Elle produziu a maior edição de sempre, com 400 páginas, um acréscimo de 14% face ao ano anterior. Uma tendência que também se verificou, por exemplo, na InStyle (+2,3%) e na Harper’s Bazaar (+16,6%). Não tão bons foram os números da Glamour – que sofreu uma quebra de 16% – e da Vanity Fair, que viu as suas páginas publicitárias reduzidas em 2,5%. São números animadores, especialmente quando comparados com os das vendas da primeira metade de 2012. Segundo o site Fashionista, nesse período as vendas em banca da Vogue sofreram um decréscimo de 16,5%; as da Vanity Fair 18,8%; as da Allure 19%, tendo a Elle sofrido uma quebra mais acentuada, na ordem dos 20%. Números que, segundo Robin Steinberg (vice-presidente executivo e director de investimento em publicações na MediaVest USA) não devem preocupar, pois a circulação de revistas já não é o barómetro de vitalidade das publicações. Em alternativa, menciona um novo método de avaliação global da marca, que diz respeito ao desempenho da mesma em várias plataformas.


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The issue with the September issues

UM SÍMBOLO CHAMADO SETEMBRO Como se justificam, então, os números relativos ao investimento publicitário nas edições de Setembro? Andarão os anunciantes a guardar-se todo o ano para esse mês? Há algo de efectivamente extraordinário nesse período que justifique tal iniciativa? Setembro é considerado o mês da rentrée, em que – após as férias – se retoma a actividade criativa, financeira e cultural. É também um dos períodos a assinalar a vermelho no calendário dos fashion lovers, pois inclui as Semanas da Moda. Segundo o site Ad Age, as edições de Março e Setembro recebem atenção extra por parte de anunciantes e leitores porque correspondem aos meses em que são lançadas novas colecções. Segundo Zena Hao, entrevistada para o artigo citado do NY Times, ler uma versão digital num tablet ou uma revista em formato físico são coisas bem diferentes, pois, afirma, ler revistas revela que se leva a Moda a sério. Mas a utilidade da Moda em papel não termina na leitura em si. Huang Hung, colunista da publicação de referência Women’s Wear Daily, afirma que as revistas de Moda desempenham um papel fundamental na indústria da Moda chinesa, sobretudo a um nível simbólico. Isto porque representam status, fazendo com que, na China, ter uma Vogue na mesa de café da sala corresponda a ter a revista New Yorker em Nova Iorque. Talvez, mas então por que é que o bolo publicitário não é tão expressivo nos restantes meses do ano? Por quê concentrar o investimento apenas numa edição – e correr o risco de se passar despercebido entre centenas de outros anunciantes – em vez de distribuir o dinheiro (e, consequentemente, a atenção dos leitores) pelas restantes edições? É bem possível que a edição de Setembro tenha ascendido a um estatuto de tal modo icónico que vale


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mais pelo que representa do que pelo que efectivamente oferece. Um símbolo de tal modo forte que já ninguém questiona os mecanismos por detrás da produção. E, claro, para o sector editorial, haver um mês que arrasta consigo uma fonte segura de mediatismo e receita é um trunfo na manga. Todos os outros meses poderão estar sujeitos aos humores da economia, mas não o mês de Setembro. A indústria de revistas de Moda encontra, assim, um mecanismo de sobrevivência – sobretudo numa época dominada pelo digital, as edições de Setembro funcionam como o último fôlego de um colosso em decadência, como que um reminder da imponência do formato físico. 2 Megabytes nunca serão dois quilos.

SETEMBRO SEM LIMITES Curiosamente, em Portugal, as edições de Setembro não se destacam muito relativamente às de outros meses. O traço mais distintivo que apresentam é a oferta de um suplemento de Moda que reúne as principais tendências para essa estação. Ainda assim, para já, números são números e, como refere o Washington Post, basta uma única edição de uma revista [a edição de Setembro da Vogue] para sugerir que, mesmo em tempos difíceis, há sempre alguém disponível para passar um bom bocado. Lady Gaga pode, então, sentir-se privilegiada por ter sido a estrela eleita de Wintour para cobrir a capa de duas das edições mais importantes da Vogue: a de Março de 2011 e a de Setembro de 2012. Graças à cantora americana talvez a fasquia se eleve ainda mais para a publicação sediada em Nova Iorque e, quem sabe, o custo de cada página de publicidade (actualmente nos 165.000 dólares, segundo o site marketplace. org) sofra um ligeiro aumento. O limite é a imaginação. Ou a caixa do correio.

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Blogger Chat por Patrícia Silvério http://www.pumps-fashion.com/

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osé Ribeiro Brandão é um jovem lisboeta e autor do blogue 2X Nº1. Possuidor de uma cultura invejável e um gosto inigualável, diz-se insatisfeito, pecador e duas vezes o número 1. Porque… uma só não basta!


Que idade tens? Tenho 23 anos. És formado em Comunicação Social. Optaste por esta área por algum motivo em particular? Formei-me em Comunicação Social e Cultural na Universidade Católica de Lisboa e desde cedo soube que queria trabalhar na área da comunicação. O contacto com as pessoas, a difusão de informações e a dinâmica do meio, quer fosse imprensa, televisão ou rádio, sempre me fascinou. Para responder directamente à questão, não optei por nenhum motivo específico, até me senti um pouco desencorajado, uma vez que sempre que falava no curso as pessoas gostam de pegar no senso comum e encher-nos com chavões do género “ah nessa área é só desemprego” ou “vais acabar ainda a fazer uma coisa que não tem nada a ver”. Apesar de ser uma área difícil acho que lutar também faz parte do processo e não a trocava por nada. Trabalhaste na SIC como jornalista na área da cultura. Como foi a tua experiência? A minha experiência enquanto jornalista na SIC foi muito compensadora. Há cerca de um ano e meio comecei como estagiário e soube sempre que era na área de cultura que me sentia mais confortável, porque quer seja música, cinema, arte ou moda, tudo me agrada e penso ter uma cultura geral que abrange essa faceta ligada ao entretenimento. Sou um verdadeiro fanático por cinema, quer seja de autor (Stanley Kubrick, David Lynch, Sofia Coppola, entre outros) como também gosto de um bom popcorn movie. Não sou esquisito nesse aspecto. O único género que não me apraz tanto é a ficção científica… não sei porquê mas naves espaciais e aliens não fazem parte do meu uni-

verso ideal. Dispenso. Música também é uma área que gosto bastante e tenho um gosto que tanto vai das sonoridades mais mainstream batida chiclete até ao alternativo, indie ou oldies. Arte também sou fanático, principalmente pintura e fotografia. O barroco e o impressionismo são as minhas correntes artísticas preferidas e sou um aficionado por galerias e museus. Sou capaz de ficar horas a observar quadros, a descobrir pormenores, mensagens subliminares. Caravaggio, Manet, Renoir, Degas, Delacroix são os meus “faves”. O meu museu preferido é o Musée D’Orsay em Paris e o meu quadro preferido o “Le Déjeuner Sur L’herbe” de Manet. Quanto à fotografia, está muito ligada ao meu gosto pela moda. Terry Richardson, Mario Testino, Ellen Von Unwerth, Tyler Shields, Patrick Demarchelier, Steven Klein, David LaChapelle são verdadeiros essenciais. Acho que a arte em todas as suas formas é uma construção sublime de vida e não conseguiria viver sem ela. Muitas vezes as pessoas menosprezam o lado artístico mas é um verdadeiro escape. Bom, deixando de vaguear, passei de estagiário a jornalista e tive a experiência mais importante da minha vida. Entrevistei pessoas como Michael Bublé, 30 Seconds To Mars, Florence + The Machine, The Script, Katie Melua, Sugababes, Scissor Sisters, assim como pessoas do meio artístico português. Fiz das últimas entrevistas ao Artur Agostinho quando ele foi condecorado em Dezembro passado. Inesquecível. Acima de tudo situações que me fizeram crescer. É um trabalho que não é fácil, exige muito de nós e não nos podemos deixar iludir pela ideia romanesca das luzes e da ribalta. Não é nada assim.


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Reparei que a tua forma de escrever é muito expressiva, tens uma capacidade fantástica para exprimir os teus sentimentos e transmites muito bem a mensagem que queres passar no teu blogue. Já te passou pela cabeça escrever um livro? E, por falar em livro, quais foram os livros que mais te marcaram? Adoro literatura. Gosto muito de ler, desde cedo que os meus pais me estimularam esse lado. Eu lembro-me que sempre tive muitos livros e mesmo quando não sabia ler via as imagens e contava histórias através delas. Fui sempre cultivando a minha imaginação e essa paixão amadureceu com a idade e tornou-se uma forma de canalizar o que sinto. Não escrevo porque quero escrever; escrevo por necessidade. Acho que é essa a diferença. O feedback que recebo dos leitores do blog é incrível, raramente publico textos mais pessoais, mas gosto de os partilhar quando escrevo, e as pessoas identificam-se de uma forma incrível com as minhas palavras. É muito bom sentir isso. Não sei se algum dia surgirá um livro, é uma hipótese, mas o tempo é que infelizmente não é muito. Daí também ser um blogger um pouco inconstante. O trabalho de jornalista ocupava-me a maior parte do tempo e não tinha um horário fixo (tanto fazia reportagem de um concerto de noite como reportagens de manhã ou à tarde). A nossa vida acaba por ficar secundarizada. Mas sempre que posso leio, releio, escrevo. É uma catarse autêntica. O meu contrato acabou recentemente, ainda estou a avaliar o passo seguinte, por isso pode ser que tenha mais tempo. Gostava um dia de ver algo meu publicado, nada forçado. Se surgir, tudo bem. Se não surgir, não vou forjar um livro só porque sim. Quanto às obras que mais me marcaram, há

Gostas de viajar? Quais são os teus destinos de eleição? Adoro viajar, as viagens que fiz até hoje foram todas marcantes. Tenho de confessar que adoro destinos de praia, resorts com tudo e mais alguma coisa, passar dias inteiros de “papo para o ar” a apanhar sol é a minha actividade favorita no Verão. Punta Cana foi dos sítios mais paradisíacos que já conheci, assim como o Dubai, que para além dos 50 graus de puro calor e das praias com água que mais parece sopa, tem centros comerciais que nunca mais acabam. O Dubai para mim foi inacreditável; o luxo é tanto, marcas por todo o lado e uma forma de vida completamente diferente da ocidental. Fiz muitas compras e foi um sítio que mais estimulou o meu lado consumista e quero regressar sem dúvida alguma. Outra das viagens que fiz que também me marcou foi a Itália. Já lá estive duas vezes. Roma, Milão, Siena, Florença… é sem dúvida um país mágico com cidades lindíssimas e repletas de história e arte. Roma é uma das minhas cidades de eleição e sinto-me lá como nunca me senti em lado nenhum. Absolutamente mágica.

várias. “A Capital” de Eça de Queirós, “Madame

Numa onda mais cosmopolita gosto de Londres,

Bovary” de Gustave Flaubert, “Rasputin’s Daughter” de Robert Alexander. Mas se há livro que me define e que me marcou todas as vezes que já o li é “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde. Todo o trabalho do Oscar Wilde, de quem sou um confesso fã, é a minha leitura preferida. Tenho um livro só de frases soltas dele na minha mesa de cabeceira. Tenho obras dele em inglês e português e acho os personagens dele incrivelmente profundos e bem construídos, assim como as narrativas e as alegorias que ele cria. Para mim é um mestre, uma inspiração.


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mais para compras, mas acima de tudo Paris. Paris tem uma energia que não se encontra em qualquer lado. Viajar para mim é uma forma de cultura, de conhecer. Imprescindível. Como é que surgiu o teu interesse pela moda? Desde cedo. Os meus pais sempre tiveram muito cuidado na forma como me vestiam. Esse cuidado passou para mim e, assim que comecei a decidir o que vestir, interessei-me logo pelo mundo da moda. Alta-costura nunca foi um mundo alheio ao meu, pelo contrário. À medida que fui construindo o meu estilo, fui passando por várias fases. Acho que as marcas não são tudo, e podemo-nos vestir com gosto se soubermos escolher. No entanto, tenho de admitir que o ponto forte das grandes

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marcas é o design e a qualidade que não encontramos no fast fashion. Lembro-me que durante o secundário a minha turma fazia sempre uma espécie de awards da turma e eu recebia sempre o de “Mais Fashion”. Independentemente de ser vaidoso, claro que sou, era uma questão de me expressar. Não vejo na roupa uma forma de futilidade, como muitas pessoas gostam de rotular, mas sim uma forma de me comunicar ao mundo. De estar bem comigo, porque a auto-estima também é importante. As nossas escolhas reflectem muito sobre nós próprios e isso é o mais importante, sermos quem queremos ser, sem pensar o que os outros vão achar. E para além disso, o que me interessa na moda é que podermo-nos divertir com ela.


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Quais são os teus estilistas favoritos e as tuas marcas preferidas? Quanto às minhas marcas preferidas tenho a dizer que adoro a australiana Insight51. Desde que há em Portugal que compro peças e grande parte do meu guarda-roupa é da Insight. Um estilo descontraído e alternativo com peças diferentes, que é aquilo que eu procuro geralmente. As t-shirts com estampados irreverentes, boardshorts dos mais originais que alguma vez vi, casacos e jeans de óptima qualidade. Sou verdadeiramente um fã.

vida a minha marca preferida, a par de Tom Ford, Dolce&Gabbana, Gucci, DSquared, Givenchy e Jil Sander. Tenho algumas peças destas marcas, mas infelizmente não tantas como gostaria. Os altos preços são realmente um impeditivo para que se consiga ter um guarda-roupa recheado de peças dessas marcas. No entanto, vou fazendo alguns mealheiros, vou poupando aqui e ali para ir comprando coisas das marcas que gosto. A Fashion Clinic é uma verdadeira perdição para mim! Mas há outras marcas que também gosto, como por exem-

Quanto a alta costura, Burberry Prorsum é sem dú-

plo a Gap e a Topman que infelizmente não se ven-


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dem em Portugal, mas dá para comprar online. A Gap é um estilo mais clássico, mediterrânico, a Topman tem peças mais vanguardistas e diferentes, exclusivas. A Zara em termos de fast fashion acompanha sempre as tendências internacionais e é sem dúvida um dos sítios onde também compro. Como defines a Moda em Portugal? A moda portuguesa está em crescimento. Acho que Portugal é um país ainda muito pouco virado para a Moda, daí não existir a valorização que as marcas internacionais têm. Todavia, a evolução

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é enorme. Temos grandes designers já estabelecidos como a Ana Salazar, a dupla Alves Gonçalves, o Nuno Baltazar, o Nuno Gama. Ao mesmo tempo temos valores emergentes e promissores como o Ricardo Dourado, que para mim tem um potencial gigante que já provou nas colecções que apresenta na Moda Lisboa. A mentalidade portuguesa é, no entanto, muito fechada e as pessoas não se libertam 100% em termos de estilo próprio. Quando o fazem, são olhadas de lado ou julgados como esquisitos. Ainda assim, penso que há uma nova geração atenta aos tumblrs e aos blogs, que está mais sensível às tendências, e quando falo em tendências não me refiro às pessoas que andam todas de igual com as mesmas coisas, falo de tendências enquanto guiding lines que servem para criar um estilo que reflecte a nossa personalidade, nas suas várias metamorfoses. Eu sempre procurei ser diferente, não no sentido de extravagante, mas porque sempre quis ter coisas que ninguém tivesse, ou usar primeiro que os outros. Muitas vezes fui olhado de lado por isso, mas, passado um mês, quando já se tinha democratizado aquilo que usei, perdia a piada. Portanto essa procura do que está para vir entusiasma-me e espero que cada vez mais as pessoas pensem assim. Quanto aos designers portugueses, estão no bom caminho, mas ainda vejo algumas colecções a arriscar pouco.


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Qual é a tua opinião em relação ao evento Moda Lisboa? Achas que esta à altura, comparando-o com as Fashion Weeks Internacionais de Paris, Milão, Nova Iorque e Londres? A semana da moda de Lisboa é um evento incontornável. São mais de 20 anos de empreendedorismo português, graças à responsável do projecto Eduarda Abbondanza. Sem dúvida que está à altura das Fashion Weeks internacionais, mas numa escala diferente. Acho que a reinvenção tem sido a palavra de ordem da Moda Lisboa, pelo menos desde que eu assisto, já lá vão alguns anos. É uma óptima forma de divulgar e promover o trabalho que se faz em Portugal. É um evento divertido, importante e que felizmente está em evolução constante e espelha o mundo da moda portuguesa. Às vezes, o foco que dão à Moda Lisboa é o errado e os meios de comunicação social geralmente têm o mau hábito de mostrar poucos desfiles e dão a tónica às celebridades que assistem e nada percebem do assunto, ou seja, usam a Moda Lisboa como pretexto para mais um evento de caras conhecidas. Como nasceu o teu projecto, o blogue 2X Nº1? O blog 2XNº1 surgiu há quase 4 anos porque rompia dentro de mim uma vontade de partilhar os meus gostos. Comecei essencialmente a publicar roupas que comprava, looks de desfiles, de catálogos, campanhas que me chamavam à atenção e de vez em quando algum texto escrito por mim, alguma citação de um livro que eu li, por aí. Tentei sempre conjugar tudo com imagens de editoriais de moda, quase sempre masculinos. De certa forma, também tem algo de blog pessoal, uma vez que partilho os concertos a que vou, ou as músicas que oiço, as pinturas que mais gosto.

Um pouco de tudo no fundo, mas muito centrado na moda. Inicialmente comecei com poucos visitantes, mas regulares. Na altura, ainda não havia o boom dos blogs que existe hoje, portanto fui ganhando o meu espaço. Não sentia obrigatoriedade em publicar constantemente, mas apenas quando precisava. O mundo virtual é realmente infinito e possibilitou-me começar a trocar ideias com os meus visitantes que tinham os mesmos gostos ou ídolos que eu. Já não precisava de sentir que falava chinês quando referia um director criativo de alguma marca numa conversa casual. Sempre construí os visuais do meu blog. Já teve várias formas e cores mas sempre optei pela simplicidade. Trabalho os headers no Photoshop, criei a própria imagem que quero do blog assim como o logo 2XN1. Nome que inicialmente me surgiu porque tenho um alter-ego muito insatisfeito e que não lhe basta ser apenas uma vez número um. Pensei na altura que podia ser provisório, porque o que queria mesmo era começar a publicar toda a “tralha” que acumulava no computador, mas depois habituei-me, as pessoas acharam graça e acabou por ficar. Já passei por fases em que sou muito constante nas publicações, outras fases que nem tanto. Por sorte, o blog maturou, cresceu e actualmente sei que tenho uma base sólida de visitantes que gostam dos meus conteúdos, dos meus textos e que me visitam com regularidade. Eu tento ser o mais completo possível nos meus posts e só escrevo e falo acerca de algo que realmente gosto... Gosto de ter imagens de boa qualidade, textos completos, com as informações que eu gostaria de saber se visitasse um blog. Portanto, faço-o com um ideal muito meu.


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Notas alguma diferença significativa entre os blogues portugueses e os internacionais? Há blogs internacionais e nacionais muito bons, mas também os há fracos, como em tudo. A diferença significativa que noto em relação aos internacionais é que lhes dão bastante importância. Em Portugal, isso está a acontecer aos poucos mas não de forma ampla. Hoje em dia a blogosfera é a melhor forma de veicular a moda em si e as marcas ainda vêem os bloggers como os nerds atrás dos computadores que publicitam umas coisas. O crescimento online permitiu também que se generalizassem os rostos; muitos blogs são conhecidos por causa da pessoa que publica fotografias suas e a imagem aí ganha uma maior dimensão. Não é de todo o meu caso. Partilho de vez em quando alguns looks que uso, mas essencialmente em evento. Não me promovo com a roupa do dia-a-dia, uma vez que esse não é de todo o foco do meu blog. Na minha opinião não se deve ser extremista. Deve existir um equilíbrio, porque apesar da moda ser feita pelas pessoas reais, que lhe dão corpo e vida, também é necessário falar dela, desmistificá-la e associá-la a outras artes. Porque a roupa em si é muito efémera no que toca a tendência. Portanto acho que o relevante não é andar com as roupas das últimas colecções, nem ter um look todo de uma marca, retirado por absoluto das passerelles; é sim conjugar várias marcas, de vários preços, de acordo com as possibilidades de cada um e estar bem. Optar sempre pelo intemporal, é o segredo. Os blogs portugueses estão a descobrir agora o maravilhoso mundo dos “outfit posts”, alguns descobrem-no de forma excessiva, mas no geral há óptimos blogs, com diferentes ângulos de abordagem. Gosto muito do Artur In

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The Woods, do Fashion-à-Porter, da Amberhella, Homme Model, The Fashionisto, Pure Lovers, The Teenage Royalty, KateLovesMe, Style Scrapbook e o teu Pumps, isto para nomear poucos dos muitos que visito. É uma lista interminável. Quanto ao teu estilo, como é que o caracterizas? Honestamente não tenho um estilo muito definido. Adoro um look mais clássico com camisa e oxford shoes ou derby shoes. Ao mesmo tempo adoro um look mais descontraído, com jeans, t-shirts com golas cortadas e ténis subidos ou All Star, com um leather jacket. Depende do meu estado de espírito, da estação, do sítio para onde vou. Acima de tudo, gosto de estar confortável na minha pele. Há dias em que acordo e o sol inspira-me e eu penso “Hoje vou-me vestir como se estivesse de férias no Hamptons ou em Saint Tropez”, outras vezes apetece-me optar por um estilo mais urbano e grunge, como se fosse de Londres. Felizmente tenho um guarda-roupa cheio de opções que me permitem ser versátil. Completo sempre um look com óculos de sol e relógio, de momento gosto imenso de detalhes dourados e aposto sempre muito nessa vertente. É como digo sempre, nunca me levo demasiado a sério, gosto de arriscar conjugações improváveis. Visto muito na base do preto e branco que são as minhas cores favoritas. Depois vou brincando com outras cores, como azul, coral, verde, laranja, encarnado. Onde vais buscar inspiração? Esta é uma pergunta interessante porque muitas vezes a inspiração é volátil. Tanto pode ser em filmes como em obras de arte. Por exemplo há filmes que me inspiram imenso em termos de moda


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como “An Education” ou “A Single Man”. Ver pinturas impressionistas de Manet, Renoir, Degas ou também o pós-impressionismo de Toulouse Lautrec, ajuda-me a conjugar cores, a ter ideias. Acho que é nessa linha que posso falar de inspirações. Assim como a música. Se estou numa onda mais rock se calhar apetece-me vestir uma t-shirt com um leather e umas bleached jeans ou se estou numa de jazz/blues/alternativa se calhar opto pela camisa, com um pulôver. O mais giro é quando tudo se mistura… a música, a arte, o cinema. Também me inspiro em desfiles das marcas que gosto, inspiro-me em ícones como o James Dean ou o Sean O’Pry. Inspiro-me em livros do Charles Baudelaire e a descrição do homem dandy, do flaneur, a literatura do Oscar Wilde também. Qual é a tendência à qual vais aderir nesta estação? Esta estação Outono/Inverno estou a aderir aos casacos grandes, estilo Burberry. Estou também a aderir às coisas com pêlo, um pouco por arrasto do ano passado. As cotoveleiras nas camisolas, adoro. Quero sem dúvida comprar também uma camisola com ombros de camurça por exemplo, muito trendy! Sapatos cada vez mais do que ténis.

Calças de corte clássico. Camisas sempre!!! Vou também aderir a cores como o castanho, cor de laranja, bordeaux, azul velvet; sem nunca esquecer o preto, óbvio! Objecto/Peça favorita? Difícil responder porque eu gosto de muitas peças mas adoro camisas. Óculos de sol. Camisolas. Sapatos. Todo um mundo de perdições! Neste momento a minha peça preferida é uma sweater que comprei em Roma na Gucci da Via dei Condotti, feita de angorá e cor de vinho. Foi um investimento (!!!) mas gosto muito dela porque tem uma vida própria, é muito cozy e quente para a estação invernosa. O pêlo dá uma espécie de aura que transparece também na cor. Sinto-me muito bem com ela e neste momento é a minha peça preferida. O que toca no teu iPod? No meu iPod toca um pouco de tudo, sou mesmo muito ecléctico nos meus gostos. De Marilyn Manson a Rihanna toca de tudo um pouco. Neste momento “We Found Love” da Rihanna com o Calvin Harris está em repeat, porque acho a música simples mas genial, assim como o vídeo. Depois gosto de música urbana: Chris Brown, Keri


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Hilson, Drake, Nicki Minaj, Bruno Mars. O rock de The Pretty Reckless, The Kooks, Kings of Leon, Sum41. Um clássico: os The Cure. O novo álbum de Florence + The Machine “Cermonials”, é uma masterpiece auditiva. Alternativo gosto de The XX, Goldfrapp. Também oiço dubstep. Vou ouvindo o que me apetece, aprecio sonoridades diferentes, é uma necessidade… estar sempre a ouvir novas músicas para não enjoar. E como é claro também oiço o mainstream das rádios se bem que neste momento já não suporto a Adele, de quem gostava tanto. Saturei-me! Desejas passar alguma mensagem aos teus leitores? A única mensagem que gosto de passar aos meus leitores é que eles se sintam bem com eles próprios, que não se levem demasiado a sério, que sejam capazes de ser felizes sem desejar estar na pele de outra pessoa. Que gostem da simplicidade, das palavras, da arte. Cada um à sua maneira, porque acho que a diferença, a homogeneidade completa-se e é bonita. A ideia do rebanho uniformizado dá-me alguma comichão. Gosto de quem arrisca, de quem é outsider, de quem é trendsetter, de quem não tem medo de

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pensar outside the box, de brincar com as regras, com o estabelecido. Gosto que cada um sinta que tem o seu espaço e que consiga respeitar o do outro sem ter um olhar ditatorial ou uma atitude castradora em relação às outras pessoas. Devemos olhar uns para os outros naturalmente sem apontar as diferenças. De que vale sermos todos iguais? As nossas diferenças e peculiaridades é que nos tornam únicos. É isto. Onde te podem encontrar? Podem-me encontrar virtualmente em www.duas-vezes-numero-um.blogspot.com. Também na página de facebook do blog www.facebook.com/ duasvezesnumeroum. No twitter em www.twitter.com/zebrandao e também no tumblr em www. tumblr.com/thebeautifulissue. No mundo palpável: em Lisboa, podem-me encontrar no Chiado frequentemente, na Baixa também, no Bairro Alto pontualmente mas nunca de noite, no Museu de Arte Antiga na Rua das Janelas Verdes, perto de Santos. Nas praias da linha durante o Verão, zona do Estoril e Guincho. Magoito e Ericeira. Centros comerciais everywhere!


Smells like‌

212 VIP por Beatriz Subtil http://www.oarmariodabeatriz.blogspot.pt


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IP, foi como me senti depois de experimentar o perfume 212 VIP da marca Carolina Herrera New York. Um perfume bastante versátil, com umas notas mais carregadas,

sendo elas maracujá, rum, almíscar, gardénia, cumaru e baunilha. Este perfume tem um toque amadeirado, que lhe confere sensuali-

dade e intensidade. Uma óptima escolha para a estação que se aproxima. Este perfume foi lançado em 2010 mas tem arrebatado os corações de muitas mulheres, principalmente daquelas que procuram um aroma intenso e elegante ao mesmo tempo. O perfume 212 VIP provém da família dos perfumes 212 da Carolina Herrera, tendo o primeiro sido denominado apenas de 212 e lançado em 1999. Desde então, a família de fragrâncias cresceu, tendo sido lançadas 6 diferentes, tanto para homem como para mulher. Sou bastante apreciadora de perfumes, principalmente os desta marca, devido à sua principal característica: intensidade. No entanto, para mim o 212 VIP foi o que me conquistou, não só pela própria embalagem em si, que é muito prática para quem viaja e não dispensa um bom perfume, mas também pelo facto de ser um perfume que se mantém activo durante muito tempo. Aconselho vivamente a quem gosta de um aroma agradável com um toque invernil.



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From beginning to end por Pedro Resende

Estranho seria restringir o termo It Girl a um tempo presente e a alguém que exerce a sua influência apenas nos dias em que vive. Monumental (se não for exagero) é chamar It Girl a alguém desaparecido mas cuja influência nem assim diminui. Anna Piaggi é um desses casos. Desaparecida em Agosto passado, a jornalista e cronista de moda continua a exercer sobre designers, modelos, trendsetters ou aficionados uma influência capaz de ser sentida em detalhes ou no conjunto. Anna começou a sua carreira como tradutora numa editoria bibliográfica mas depressa se expandiu para outros mundos, os diversos contidos no vasto Universo que é a moda. Excêntrica quanto baste, cativou ao longo dos anos as atenções de designers e fotógrafos, tornando-se amiga e inspiração de muitos dos que a vestiram ou calçaram, como Karl Lagerfeld ou Manolo Blahnik. E foi desses que partiu a sua longa coleção de peças de vestuário e acessórios, numa soma que ultrapassa os 2865 vestidos e os 265 pares de sapatos, e que lhe valeram uma exposição no


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Victoria & Albert Museum de Londres no passado ano de 2006. Com o tempo, o destaque das suas múltiplas transformações, principalmente no cabelo e adereços que enfeitam o mesmo) foi fazendo de si um chamariz de eventos sociais e desfiles um pouco por todo o mundo, levando o prestigiado Bill Cunningham do New York Times a afirmar um dia que “Anna é a única personalidade italiana que vale a pena fotografar”. Anna é uma It Girl. Que o diga a sua máquina de escrever Olivetti vermelha que desde 1969 viu nascer sob a sua tinta e teclas alguns dos artigos com os quais encheu páginas de uma das mais respeitadas publicações mundiais: a Vogue Italia. Que o digam também os editores da publicação, para os quais foi consultora criativa desde o ano de 1988. Que o diga o mundo da moda, que a viu ascender de fotografias a preto e branco onde os detalhes eram imperceptíveis para uma aura de cor que se estendia dos cabelos aos acessórios com os quais abrilhantava os seus looks. Enfim… que o digam! Que o digam todos quantos viram a sua imagem e não conseguiram ficar indiferentes. Porque é impossível! Anna Piaggi acabou por se assemelhar a uma lenda, por vezes mais silenciosa mas nunca silenciada que foi marcando presença num império do efémero em que o que mais perdura é a imagem e a atitude. Afinal, Coco Chanel disse um dia, e com razão, que “A moda passa, só o estilo permanece”. E é nesse mesmo raciocínio em parte emocional que Anna Piaggi será lembrada em palavras e imagens como as que vieram a público em redes sociais e meios jornalísticos um pouco por toda a parte, nos dias que seguiram a sua morte. Ícone incontornável, a italiana que encheu o mundo com a sua figura e as cores dos seus cabelos continuará a atenuar as leis do tempo que ela e muitos outros ousaram desafiar. No passado, no presente e no futuro, Anna Piaggi é e será sempre, uma It Girl!!!


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EarBox Aliar a moda à música a partir de Braga por Adriana Couto Drianascouto@gmail.com


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E se tivesses oportunidade de dar à tua vida uma banda sonora que te acompanhasse nos mais variados momentos, sem que interferisse com a tua segurança ou no convívio com os teus amigos? “Vários estudos dizem que o uso de headphones é perigoso, sobretudo nas passadeiras. Assim, o sistema áudio da EarBOX permite-nos ouvir o mundo que nos rodeia.”, afirmam os criadores do projecto. Sinónimo de inovação, o EarBOX alia as novas tecnologias à arte. Senão vejamos: o seu vestuário possui um sistema de áudio integrado, que passa por colunas colocadas estrategicamente no capuz das suas sweats ou ‘CacheCool’, criadas à base de cortiça que, segundo os criadores, possui variadas vantagens como “a leveza, a acústica que este material nos oferece, a impermeabilidade e sobretudo porque é Português.” Finalistas do concurso de ideias de negócio da Universidade do Minho e vencedores do concurso "O Empreendedorismo está na Moda”, arriscar num panorama onde a crise toma conta de parte dos noticiários todos os dias, tornou-se em algo mais do que espírito de aventura. “Não tínhamos nada a perder. Se não éramos felizes com o que fazíamos e se encontrámos um negócio que nos faz feliz, então não havia razão para não avançar. Não acreditamos numa geração à rasca, mas sim numa geração start-up.” Pedro Becken e João Oliveira são o rosto do projecto EarBOX que apareceu como uma lufada de ar fresco no mundo da moda, aliando a música ao design têxtil e gráfico alternativo. Segundo o par de amigos, “Sabíamos que este é um mercado agressivo e que para vingar era necessário criar algo único. Adoramos ouvir música mas não conseguíamos usar os tradicionais headphones e, como ambos temos experiência na área, surgiu a possibilidade de integrar um sistema áudio no vestuário!”.


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A recepção dos seus produtos por parte do público não poderia estar a correr melhor e a EarBOX já marca presença na internet numa loja online que recebe encomendas um pouco para todo o mundo mas, para já, conquistar Portugal é o principal objectivo. “O primeiro CacheCool que vendemos, o cliente quando recebeu o produto, enviou mais dinheiro de forma a dar os parabéns pela ideia e projecto. O público começa-se a aperceber que temos uma atenção especial quanto aos materiais utilizados e que não queremos ser apenas uma marca de roupa que dá música, mas também uma marca de roupa de luxo”, contam Pedro e João. Mas nem sempre tudo foi um ‘mar de rosas’ para a jovem empresa. A equipa teve que enfrentar muitas críticas e negativismo por parte de muita gente “Principalmente no início. Inicialmente reagíamos um pouco mal, mas com o tempo começámos a mostrar os nossos argumentos. Felizmente houve pessoas que nos criticaram de forma a podermos evoluir e mostrar que o nosso projecto era possível. Desde o início que a empresa Confecções Chouselas acreditou em nós, depois contactámos várias entidades aqui no Minho que nos pudessem financiar o projecto mas apenas os Invicta Angels, do Porto, acreditou em nós. Com eles, reestruturámos a empresa e acima de tudo recebemos uma formação activa que nos fez crescer imenso como empresários. O negativismo é um problema sério do nosso país.” A EarBOX promete não parar por aqui e novos produtos serão apresentados em breve. “A EarBOX está neste momento a planear a internacionalização e pretende evoluir nos têxteis tecnológicos. Queremos ter modelos únicos, tal como o nosso CacheCool e com uma utilidade tecnológica! Sempre ligados à música.” Um excelente exemplo de empreendedorismo jovem.

Info Facebook: https://www.facebook.com/EarBoxWear


Ler

Ler. Ver. Ouvir. por Margarida Cunha

The Lure of Luxe, Climbing the Luxury Consumption Pyramid Autor: Jordan Phillips Editora: Createspace Ano: 2012

Publicado em Julho, este livro tem como destinatários todos aqueles que pretendem saber um pouco mais sobre os mecanismos de marketing por detrás das indústrias de luxo. Da produção à distribuição, cada capítulo encerra uma lição de sobrevivência no universo da Moda, oferecendo uma abrangente visão de bastidores muitas vezes vedada ao grande público. Numa altura em que muitos se questionam acerca do destino do Luxo, num mundo em que uma bolsa Prada convive lado a lado com um Happy Meal, The Lure of Luxe propõe-se fornecer respostas.


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Ouvir

Diana Vreeland: The Eye Has to Travel

Army of Mushrooms

Realização: Lisa Immordino Vreeland, Bent-Jor-

Musico: Infected Mushroom

gen Perlmutt e Frédéric Tcheng Ano: 2011

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Editora: Dim Mak Records Ano: 2012

Género: Documentário

Exibido este ano em festivais como o Toronto Film Festival ou o Deauville Film Festival, Diana Vreeland: The Eye Has to Travel é um documentário que dá também nome ao livro que acompanha o percurso de Diana Vreeland – uma americana que se estabeleceu como editora de Moda na Harper’s Bazaar em 1936 e que marcou a publicação com a sua visão original e controversa. Produzido por Lisa Immordino Vreeland, casada com o neto de Vreeland, Alexander, este documentário procura explorar não só a biografia de uma personagem icónica, como acompanhar 50 anos de mudança no mundo da Moda.

Foi lançado em Maio mas é a banda sonora perfeita para a despedida do Verão, com todo o saudosismo festeiro que esta possa albergar consigo. Com o seu Army of Mushrooms, a dupla israelita Infected Mushroom regressa mais comercial e adaptada às tendências da nova era. Ainda que estes cogumelos tenham crescido em campos ao ar livre pulverizados com psytrance, os seus produtores, embora mantendo algumas raízes do género que os lançou, incorporaram no seu exército mais recente elementos provenientes do dubstep e do drum&bass. Faixas como U R So Fucked ficam imediatamente no cérebro e marcam o ritmo de uma viagem que requer um ouvido e paladar bem apurados.


Wishlist

2

por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com

1

Chic 3

vs 1

4

2

Miu Miu, aprox. 945€

Miu Miu, aprox. 420€/

3

4

Marni, aprox. 1140€

Acne, aprox. 471€


rtro

82 – 83 |

s 1

2 1

Cheap! 3 2

Topshop, aprox. 41€

Zara, aprox. 40€

3

4

H&M, aprox. 10€

Zara, aprox. 50€

4



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