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Chegaram os dias em que finalmente sabe melhor ficar em casa do que na rua. Nos EUA, os estômagos acabam de se empanturrar no Dia de Acção de Graças e as carteiras de se esvaziar à conta da Black Friday – que chega a começar na quinta-feira. É a febre capitalista no seu expoente máximo. No entanto, muitos recusam-se a invadir as lojas que nem rebanhos sedentos de promoções e preferem ficar por casa a saborear um bom tinto. Muito próximo desse tinto é a cor Oxblood, um familiar próximo do vermelho que exploramos nesta edição, pela mão da blogger Djamila Afonso – que colabora connosco pela segunda vez. É também pela segunda vez que Maria Luís nos orienta no universo da beleza, explorando as tendências de maquilhagem da estação fria e focando diferentes tipos do que pode ser considerado belo. Tivemos ainda tempo para entrar no armário de Beatriz Subtil e arrancar-lhe algumas confissões, na rubrica Blogger Chat. Sendo a RTRO uma publicação digital – e na impossibilidade de nos deslocarmos – a Polónia veio ter connosco pela máquina de Paulina Boczar, o Jovem Talento deste mês e cujo trabalho pode ser desde logo apreciado na nossa capa. Ainda no domínio da fotografia – e rompendo a tradição de nos focarmos em modelos – o It Boy (Sir? Mister? Man?) deste mês é nem mais nem menos que Mario Testino, um nome que dispensa apresentações. Numa altura em que comprar é mais rápido do que fazer, continuamos a apostar na secção DIY, onde pequenos gestos se traduzem em peças renovadas. É uma forma de voltar ao básico, ao que é essencial, algo a que a nossa convidada Helena Lopes se dedica na rubrica It Girl, quando escreve sobre Alison Mosshart. E mais não dizemos. Descubram por que é que esta RTRO cheira a 1 Million de Paco Rabanne, soa a Black Keys e por que é que o padrão militar está de volta.

Seja envolta em tons de Oxblood ou de Azul Eléctrico (vejam o que queremos dizer na secção Color Me), desejamos que a vossa holiday season seja passada em grande estilo mas, sobretudo, com muitos doces. Boas Festas e Boa Leitura ;)

magazine

Editorial

Margarida Cunha Editora


rtro staff

editora Margarida Cunha

redactores Ana Rodrigues Catarina Oliveira Djamila Afonso Helena Lopes Margarida Cunha Maria Luís Mariana Sá Mónica Dias Pedro Resende

layout Manuel Costa

paginação Manuel Costa Ana Dias

foto de capa Paulina Boczar

www.rtromagazine.com

A rtro está sempre à procura de modelos, fotógrafos, stylists, maquilhadores, designers, que queiram colaborar, expor os seus trabalhos, se achas que tens o que é preciso contacta-nos para o nosso email.

geral@rtromagazine.com


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Focus on Designer Proenza Schouler

Color me Azul Cobalto

Blogger Chat Beatriz Subtil

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OxBlood A “It color” do Outono

it girl Back to Basics

it Boy Cause It Men are not the same

Tendências de Maquilhagem Outono-Inverno 2012/2013

Índice


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Just Diy

Tendências Militar

Jovens Talentos Paulina Boczar

Quem disse que não sou bela?

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Smells like… 1 Million by Paco Rabanne

Ler. Ver. Ouvir

Wishlist Chic vs Cheap!


Focus on Designers por Pedro Resende

Proenza Schouler


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The Soul of The Mothers 6 – 7 | rtro


Focus on designers

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arsons School of Design, Nova Iorque, 2002. Jack McCollough e Lazaro Hernandez juntam-se no seu projeto final de curso e iniciam uma colaboração que viria a perdurar no tempo e a fundar uma das marcas de Moda mais modernas e inovadoras dos últimos anos. A inspiração para o nome? A mãe de cada um dos designers, e o seu nome de solteira em específico. O resultado? Proenza Schouler!!! Acessórios e vestuário que combinam um desportivo clássico com um edge nos acessórios e que se tornaram para o mundo marca de culto e de desejo. Uma inspiração nas artes e na juventude, com uma aliança entre a confeção e a atenção ao detalhe, fizeram da marca um sucesso instantâneo, com a primeira coleção comprada na totalidade pela Barney’s NY. Consagrada pelo consumidor e pela indústria, Proenza Schouler foi a primeira marca vencedora do CFDA Fashion Found Award, tendo voltado à vitória nos


mesmos prémios já no ano de 2007, ao vencer o CFDA Womenswear Designer of the Year, que venceu pela segunda vez em 2011. Um reconhecimento atribuído também pelas maiores figuras do mundo da cultura e da moda, como Chloë Sevigny, ícone de estilo e imagem comum da marca americana. Descrita pelo NY Times como a “próxima geração de talentos” da América, a marca alia um espírito de lady da década de 60 a um envolvimento tecnológico que a leva a procurar acabamentos diferentes e novas formas de lavar, confecionar ou colorir tecidos e metais, que usa em criações sofisticadas e decorativas. Padrões animais ou coleções minimalistas em gangas e tons fortes, o trendsetting é evidente e Proenza Schouler deixou de se confundir com os designers que a criam para passar a ser sinónimo de estilo, modernidade e sofisticação.

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Color me

por Catarina Oliveira qatch.wordpress.com


A tonalidade de azul que foi tanto avistada nas lojas como nas passerelles promete marcar a estação de Outono e Inverno. Chamem-lhe cobalto ou eléctrico, a verdade é que chama a atenção e torna as aborrecidas roupas outonais em algo muito mais chamativo. Além do verde-garrafa ou o famoso burgundy, o azul eléctrico ganha força porque é possível ser conjugado com todas as cores, incluindo estas tão populares, para a estação fria, resultando em opções de color blocking extremamente originais. Aparecendo essencialmente na semana da Moda de Paris, exemplos de designers que o incluíram nas suas colecções são grandes nomes como Stella McCartney, Lanvin, Balenciaga ou Probal Gurund. Stella enquadra o azul em contraste com branco, preto ou cinzento, mas opta também por apostar em azul eléctrico como look total, como se vê na imagem. Em vestido a opção é arriscada mas vence com toda a classe.

A colecção da casa Lanvin apresentanos também um vestido midi, a conjugar com collant branco, primando, como Stella McCartney, por um visual simples que se apoia acima de tudo na poderosa cor. Balenciaga insere este azul em conjuntos metalizados que marcam a já habitual ousadia da marca, fazendo uso de tecidos que ligam perfeitamente com a estação chuvosa. Probal Gurund mostra todo o potencial do azul eléctrico e apresenta-nos looks que são autênticos show stoppers, como este que vemos, em que a cor abraça na perfeição o padrão intrigante. Uma forma de ficar a conhecer as variadas formas de fazer uso da tonalidade é graças às fashion bloggers, que conseguem mostrar que a cor se transporta da passerelle para as ruas sem problemas. Exemplos são a sempre impecável Hanneli Mustaparta e a elegante Columbine. Ficam aqui as sugestões da RTRO para poderem comprar peças azul eléctrico online.

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Color me


Azul Eléctrico

openingceremony.us - 46€

mango.com - 29,99€

hm.com - 29,95€

romwe.com - 117,41€

asos.com - 49,40€ 12 – 13 | rtro


Blogger Chat


por Margarida Cunha

A RTRO continua a explorar o infindável mundo dos blogues de Moda. Desta vez, tirámos do armário a apaixonante Beatriz Subtil, aspirante a dentista e apreciadora de Moda nas horas vagas. Com as ideias bem claras, Beatriz mostra-nos de seguida que nenhuma gaveta ficou por abrir.

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Blogger Chat

A pergunta inevitável: como é que uma estudante de Medicina Dentária se torna numa louca por compras? Antes de mais, obrigada pela oportunidade de ser entrevistada por vocês. É, mais uma vez, uma honra poder participar neste projecto que adoro e sigo com muita atenção. Bem, essa pergunta é um pouco difícil, nunca fui de dar muita importância a roupas e moda, sempre gostei de ter o meu estilo muito simples: skinny jeans, All Star e uma camisola básica. Eu era a típica plain Jane. No entanto, com a entrada na faculdade há três anos, fui tendo em mais atenção que, às vezes, não faz assim tão mal dar uma reviravolta no nosso look, mesmo que seja de forma simples. E foi o que aconteceu! Também tive em conta que a profissão que anseio para mim tem um determinado prestígio, e uma dentista estar sempre de calças de ganga e camisolas básicas é um bocado entediante, não? Comecei a ver coisas e coisas, e voltei a apaixonar-me por acessórios e camisolas. E pronto, virei uma louca por compras, mas com conta, peso e medida, tendo em conta os dias que vivemos. Colaboraste com a RTRO na edição anterior, na rubrica “Smells like...”. Já tinhas colaborado com alguma revista de Moda, física ou digital? Como descreves a experiência? Não, nunca tinha colaborado com nenhuma revista. Foi a primeira vez, e foi uma experiência bastante interessante. Nunca me tive em grande conta, nunca fui uma daquelas pessoas com a auto-estima sempre em cima, consigo olhar para mim e enumerar mil defeitos e nem uma coisa positiva, e de certa forma, ter sido convidada pela RTRO para participar um pouco neste projecto foi algo que me deixou extasiada. Claro que tive que contar às minhas amigas e obrigá-las (literalmente) a fazerem o download da revista. Na Internet abundam blogues de Moda e Estilo. Por quê a necessidade de criares o teu? Ao contrário do que muitas pessoas pensam – e me acusam de futilidade, de plágios, etc – o meu blog foi criado pela razão mais simples do mundo: precisava de um espaço para me distrair dos meus problemas e da minha vida. Tive um ano complicado, e no fundo, pensei que ao escrever um blog sobre um tema ao qual nunca dei muita importância seria uma forma de me ocupar, nem que fosse para aprender mais sobre o mesmo. E assim o fiz, utilizo o meu blog como uma terapia, para me ajudar a sair um pouco do meu mundo que se resume muito ao mesmo. O curso é complicado e, pelo menos quando chego a casa, sei que tenho um cantinho, com alguns seguidores (que desde já agradeço o apoio e fico muito grata por gostarem e acreditarem no meu blog), onde posso falar, não só dos meus gostos pessoais e compras, mas também posso mostrar alguns projectos que faço para mim.


“Ao contrário do que muitas pessoas pensam (…), o meu blog foi criado pela razão mais simples do mundo: precisava de um espaço para me distrair (…)” 16 – 17 | rtro


Blogger Chat

Como descreverias, em apenas uma palavra, a Moda actual? Por quê? Para mim a Moda actual não se pode descrever numa palavra. Acho que há imensos estilos e tendências diferentes que ficam bem misturados ou às vezes ficam uma grande confusão. Acho que a Moda é muito aquilo que nós gostamos para nós próprios; hoje em dia usam-se roupas que se usaram nos anos 90, como coisas que são tão futuristas que nos fazem pensar duas vezes se usaríamos aquilo. A Moda é um Mundo. Que blogues te inspiram? Acima de muitos blogs que sigo e gosto, os que realmente me inspiram são o Infinito Mais Um, da Ana Garcês e o Love & Other Drugs, da Joana Cooper. São blogs bastante consistentes e interessantes, falam de assuntos que gosto e têm sempre algo a dizer sobre as tendências. O que é que já aprendeste com a tua experiência como blogger? Aprendi que por vezes ouvimos muitos “nãos” até termos um “sim”, aprendi que há muita competição sem razão

“Aprendi que por vezes ouvimos muitos “nãos” até termos um “sim”, (…) que 99% das vezes as nossas intenções são interpretadas como tentar roubar algo a alguém.”

aparente e que, 99% das vezes, as nossas intenções são interpretadas como tentar roubar algo a alguém. No entanto, sei em que é que o meu blog se baseia, as pessoas que gostam de mim sabem o porquê da criação do mesmo e, de dia para dia, o número de seguidores cresce, portanto alguma coisa de bom devo fazer. A cor dominante no teu blogue é o rosa claro. Em que medida consideras que essa cor te reflecte? Esta é uma das perguntas mais engraçadas que me é feita frequentemente. A minha cor favorita é sem dúvida o cor-de-rosa, há muitos anos que assim o é. Inicialmente o blog era em tons de azul, mas da última vez que fiz uma mudança de design (a cargo da Ana Garcês) escolhi aquele tom por ser neste momento a cor que mais calma me transmite. Abro a página do blog e, sendo de cores suaves e com gráficos de “fácil” visualização, transmite serenidade, e acho que neste momento na minha vida, se o único sitio onde puder ter alguma paz for ali, então que tenha uma cor serena e claro, a meu gosto.


Um sonho impossível? Por mais estranho que pareça ser eu a dizer isto: acho que não há sonhos impossíveis. Tudo é realizável. Existem sim, ilusões, e essas sim, tornam-se impossíveis, mas os sonhos não. Já diria António Gedeão, “…o sonho é uma constante da vida…”. Acho que no dia em que eu parar de sonhar, mais vale desistir de tudo. O que é que nunca encontraremos no armário da Beatriz? Negativismos. Acima de tudo, isso. Mesmo que faça um desabafo, é sempre na tentativa de me tornar mais forte. Foi com esse objectivo que iniciei este projecto, divertir-me, aconselhar (no que souber) e distrair-me. A vida já traz muita coisa negativa, mais uma página de internet sobre isso acho que não vale a pena. A nossa revista chama-se RTRO. O que é, para ti, ser RTRO? RTRO é um conceito muito complicado. No entanto, eu considero-me um bocadinho RTRO. Para mim, é ir buscar inspiração a coisas que foram deixadas para trás no tempo e, no meu caso, faço-o com roupas e acessórios que, conjugados com outras coisas ditas actuais, ficam bem. O RTRO e o Vintage são sem dúvida estilos que gosto e admiro. E porque não ser um bocadinho RTRO? É um estilo que me inspira mas, acima de tudo, me fascina.

“ (…) acho que não há sonhos impossíveis, (…) ilusões, essas sim, tornam-se impossíveis”

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Just

DIY!

por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com


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esta edição a RTRO traz de volta o artigo apenas e só dedicado ao DIY – do it yourself. Temos ideias, propomos e queremos saber quais têm sido as vossas experiências neste tipo de criação!

Desta vez sugerimos outros dois excelentes truques da blogger a pair and a spare: uma camisa de ganga com gola de pele sintética e um cut-out nautical top. Como sabemos, as aplicações em pele são uma tendência para esta estação e parece que este tipo de peças é muito fácil de obter através de um pedaço de pele sintética que se pode comprar em qualquer loja especializada neste tipo de produtos. Para conseguirmos criar uma gola adequada à camisa que queremos aplicar precisamos apenas de: um pedaço de tecido de pele sintética (a cor poderá variar conforme a opção de cada um de vós), uma camisa de ganga ou outro tecido, tesoura, alfinetes, giz, máquina de costura e linha da mesma cor do tecido. Como fazer? Em primeiro lugar, é necessário contornar no tecido a gola da camisa dando uma margem de erro de cerca de 5 centímetros a mais de forma a evitar erros de medição e também facilitar a tarefa de aplicação final da gola de pele sintética à original. Em seguida, destaca-se a parte que foi desenhada no tecido e, com a ajuda de alfinetes, aplica-se sobre a gola original. Por fim, une-se as duas peças e, com a ajuda da máquina de costura e de linha da mesma cor do tecido, coze-se as peças. O resultado? Uma camisa com aplicações em pele semelhante às que encontramos facilmente nas lojas e que, à partida, teria os seus dias contados no nosso armário completamente renovada em pouco tempo!

A camisola nautical cut-out é ainda mais simples de obter: apenas são necessárias uma camisola simples às ricas de manga comprida, um lápis ou giz, tesoura, botões com forma e cor à vossa escolha e máquina de costura. Em primeiro lugar é necessário desenhar com o lápis ou giz uma recta perfeita desde o extremo do ombro até ao punho de ambas as mangas e verificar se coincidem correctamente ambos os lados, dobrando a camisola ao meio. Se se verificar essa simetria então estamos prontos para a fase seguinte: recortase o tecido nesses locais e, com a ajuda da máquina de costura, fazem-se as bainhas. Por fim, aplicam-se os botões nos locais que desejam, ou conforme a imagem anexada no artigo, e recortamse as respectivas “casas” no lado oposto do tecido. Conseguimos assim renovar totalmente uma camisa desactualizada de uma forma muito acessível e fácil de obter! Enviem-nos as vossas propostas DIY! Na próxima edição será seleccionada uma das ideias que nos enviarem e apresentada na revista juntamente com mais duas outras propostas encontradas em blogs deste tipo de criação. Só precisas de enviar um texto com os teus dados (nome, cidade onde vives, endereço do blog pessoal (opcional)), a lista de material necessária para o DIY, bem como todos os passos e fotografias before e after do DIY e enviar para:

geral@rtromagazine.com

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Tendências

Militar por Mónica Dias

E ao tigre segue-se o militar. Parece que também esta tendência está de volta: desde casacos a camisas cintadas, bolsas, carteiras, botas, sapatos, vernizes e batons, este registo boyish glam está novamente a atrair as atenções! Podemos combinar um casaco deste padrão com um vestido de corte simples e de uma só cor, uns calções de ganga ou umas jeggings, deixando os seus prints improváveis assumir o protagonismo do look. Se a peça for comprida, convém ser a única com este padrão ou o look torna-se exagerado. Outra nota importante: misturar padrões pode dar um bom resultado. Basta atreveres-te um bocadinho e dar asas à tua imaginação. O importante é combinar o militar com peças femininas, de forma a não passar um ar demasiado masculino.

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Tendencia Militar


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Jovens talentos

Paulina Boczar Retrato de uma sonhadora por Margarida Cunha

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Jovens talentos

Há 25 anos a cidade polaca de Zielona Góra assistiu ao nascimento de Paulina Boczar. 16 anos volvidos, eis que chega o apelo da fotografia. Com a máxima profundidade de campo possível, a RTRO capta o retrato de uma apaixonada por pessoas e emoções.

És uma jovem fotógrafa. Por quê fotografia? Costumava dizer que a fotografia é a minha forma de fazer com que as pessoas “vejam como eu”. Esta pergunta é um pouco difícil porque toda a gente está a questionar isso. Não quero ser aborrecida ao repetir sempre as mesmas respostas mas não há mais nada a acrescentar. Creio que as pessoas que são fotógrafas têm alguns problemas ao nível da comunicação verbal. Eu não sou diferente. O mesmo se aplica a designers gráficos, programadores, pessoas que passam a maior parte do tempo no computador. Deduzo que possam encontrar-se excepções, como em tudo, mas no geral é assim. A câmara é como que a minha melhor amiga, tornou-me mais confiante. E mais: com a fotografia conseguimos captar momentos, congelar emoções. Mencionas, no teu CV, que te interessas sobretudo por pessoas e emoções. De facto, a maior parte do teu trabalho consiste em retratos. Paisagens e espaços não conseguem transmitir emoções? Claro que conseguem! E há muitos fotógrafos que são óptimos no campo da Fotografia de Natureza. Consigo apreciar o trabalho de outras pessoas, e realmente aprecio, mas não é a minha praia. Adoro fotografar retratos de todo o tipo. Recentemente tenho tirado retratos de pessoas em contacto com a natureza. Talvez um dia comece a fotografar paisagens. É um pouco como a música, não se pode tocar tudo. Mas podemos apreciar outro artista que o faça.


" [Fotografia de Natureza] não é a minha praia (…) É um pouco como a música, não se pode tocar tudo” 28 – 29 | rtro


Jovens talentos

Protagonizaste mais de 20 exposições. Alguma favorita? Por quê? Tenho mesmo de referir a minha primeira exposição. Recordá-la-ei por muito tempo. Foi como o primeiro dia de escola. Estava na expectativa, estava entusiasmada, muito, muito feliz mas, ao mesmo tempo, stressada como nunca tinha estado. Tive sorte por causa das pessoas que me apoiaram. Mas foi definitivamente daqueles momentos que não se podem apagar. Em que é que a tua fotografia se distingue da dos outros? Como é que consegues, tal como já chegaste a referir, “ajudar as pessoas a captar experiências mais significativas?” Penso que cada fotógrafo desenvolve o seu estilo com o tempo. Às vezes esse estilo é tão reconhecível que nem precisamos do nome do autor para saber quem tirou a foto. As pessoas podem ou não gostar desse estilo. Somos diferentes, cada um vê o mundo à sua maneira – e por causa disso fotos das mesmas pessoas ou situações tiradas por pessoas diferentes vão apresentar sempre emoções diferentes (ou apresenta-las de maneiras diferentes). Quanto a ajudar as pessoas a captar experiências mais significativas – a fotografia ajuda-nos a apanhar e a preservar momentos importantes – pode ser o teu filho a dar os primeiros passos ou a vencer uma corrida de bicicleta. A vida é feita desses pequenos momentos dignos de serem guardados.


Trabalhaste com galerias de arte mas também com revistas e agências de modelos. A fotografia desempenha um papel diferente em cada uma delas? Claro. Existe uma grande diferença. As agências de modelos criam fotografia comercial. Nas revistas temos imensas possibilidades. Depende do tema – em revistas de Moda temos editoriais e em, digamos, revistas do sector imobiliário temos edifícios, casas, apartamentos. Também há algumas revistas underground sobre lifestyle e arte de rua. A fotografia é um sector vasto, há muitas opções. Tudo depende do tema principal da revista. Galerias de arte podem dar-te mais liberdade. Claro que algumas delas têm um mecanismo de promoção artística muito especificamente orientado; outras promovem toda a gente, independentemente da técnica que usem ou do tema que apresentem. E, para ser honesta, galerias de arte podem bem ser dos últimos espaços que promovem fotografia analógica. De onde vem a tua inspiração? Tens referências? Algum trabalho em particular que te empurre para a frente? Encontro inspiração na vida quotidiana, em situações casuais e nas pessoas à minha volta. E mais: não imagino a minha vida sem música. Muitas vezes a música motivoume a continuar a trabalhar, ajudou-me a superar barreiras ou simplesmente deu-me um impulso. Claro que a experiência de trabalho é importante mas para mim sempre foi apenas um background.

“Creio que as pessoas que são fotógrafas têm alguns problemas ao nível da comunicação verbal” 30 – 31 | rtro


Jovens talentos

Há alguém que, ou para quem, gostarias de fotografar? Quem e por quê? Poderia ser Sofia Coppola. Realizadora, produtora, fotógrafa e designer. Gostava mesmo de falar com ela porque tudo o que está a fazer é-me querido. Filmes como Lost in Translation ou Somewhere fascinaram-me. Seria a oportunidade perfeita para conhecer a sua forma de pensar, de tomar decisões, de seguir em frente. Como é o seu dia, como é que ela relaxa… É realmente uma pessoa inspiradora. E mais: o seu marido também é uma pessoa interessante, um músico. Para ser sincera, descobri que ele toca num grupo de que gosto muito, o que me torna tão curiosa em relação a quem ela realmente é. És bacharel em Relações Públicas e Identidade Corporativa. Onde encaixa a fotografia? São áreas úteis porque o seu alcance de conhecimento pode ser aplicado em quase qualquer outro domínio. Um deles é a fotografia. Se pensares nela como a tua forma de viver, mais cedo ou mais tarde terás de ter clientes, tornar-te visível no mercado, aumentar o teu reconhecimento, etc. RP e IC ensinam-te a criar a identidade visual de que inevitavelmente vais precisar. Aí poderás usar ferramentas de marketing (incluindo as redes sociais) para te promoveres e, então (ou até no início), planear a tua estratégia de marca – e tudo isto é RP.


Graças às inovações tecnológicas e ao desenvolvimento da fotografia digital, há agora muitos jovens interessados em fotografia e que querem tornar-se fotógrafos. Como é que vês este fenómeno? Na verdade, este boom na fotografia começou há alguns anos. Mas o momento em que realmente explodiu foi com a expansão dos telemóveis com câmaras muito boas. A tecnologia avança, hoje em dia podes comprar equipamento que, quando bem utilizado, pode fazer coisas inacreditáveis. Infelizmente semeou-se a ideia de que qualquer pessoa com um iPhone ou com uma câmara de segunda é fotógrafo de imediato. Pessoalmente, não me incomoda de todo, até é bom que as pessoas se interessem. Também há um interesse crescente no processo de fazer vídeos, uma vez que podem ser criados com o telemóvel. A conclusão é: o aparelho não fará uma fotografia por ti, não fará de ti um bom fotógrafo ou realizador, da mesma forma que não serás um bom guionista simplesmente por teres papel e caneta.

“Infelizmente semeou-se a ideia de que qualquer pessoa com um iPhone ou com uma câmara de segunda é fotógrafo de imediato” 32 – 33 | rtro


Jovens talentos

“Duvido que aplicações (…) sociais [como o Instagram] constituam alguma ameaça à percepção de fotografia das pessoas”


E quanto ao Instagram? Consideras que está de algum modo a alterar a forma como vemos fotografia? Talvez eu viva um pouco no passado mas não há forma de levar o Instagram a sério. Na verdade, instalei-o recentemente só para ver por que é que se fala tanto nele e não me chama de todo. É apenas uma ferramenta para tornar as tuas fotos de Facebook/Twitter/Tumblr ou por aí mais cool; é apenas mais uma aplicação que nos permite partilhar a nossa vida com os amigos. Duvido seriamente que aplicações ou serviços sociais, que são um substituto visual de estados textuais sobre “o que comeste ao pequeno-almoço” ou “qual a cor do banco em que estás sentado”, constituam alguma ameaça à percepção de fotografia das pessoas. Se houvesse apenas uma fotografia que captasse a Paulina Boczar, sem mostrar o teu rosto, como é que seria? Esta é provavelmente a pergunta mais difícil que me fizeram. Poderia mostrar uma fotografia de uma floresta ou de uma paisagem sossegada com um lago. Adoro mesmo a paz; não tiro fotografias da natureza mas adoro passar tempo junto dela.

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Quem disse que não sou bela? por Maria Luís http://bunnyeme.blogspot.pt/

O

s padrões de beleza são enraizados em nós desde pequenos pela sociedade em que vivemos e isso faz com que o nosso subconsciente fique treinado a avaliar as caras à nossa volta automaticamente e a julgá-las conforme os nossos gostos. Nem sempre uma primeira impressão é a melhor amostra do que alguém é, mas é definitivamente a mais marcante. Há uma imensa variedade de olhos e lábios que combinados entre si resultam numa imensidão de rostos com diferentes narizes, bochechas, sobrancelhas e outras características. Já pensaram como somos tão iguais e tão diferentes? Há características que são mais facilmente apreciadas, como a simetria de um rosto mas se fôssemos todos iguais o mundo era muito monótono, não concordam? No mundo da moda, os rostos exóticos são uma característica de relevo e eu tenho como ícones as modelos mais estranhas que conheço, a américo-nipónica Devon Aoki e a inglesa Lily Cole. Tão lindas como estranhas! Uma das grandes vantagens da maquilhagem é poder ajudar-nos a deixar nossos traços do rosto mais proporcionais e é segundo as diferenças de alguns traços que vos vou dar algumas dicas.

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Quem disse que não sou bela?

Olhos Separados: Como disfarçar? Aconselho o uso de sombras escuras, ou de cores fortes, desde o canto interno dos olhos até à direção das têmporas. A tonalidade clara de sombra deve ser aplicada somente na região próxima à sobrancelha.

Olhos Juntos: Como disfarçar? Para a região interna dos olhos use sempre tons claros, que iluminam e abrem a expressão. Ilumine a partir do canal lacrimal com sombras claras cintilantes. Para a região externa dos olhos, abuse dos tons escuros. Esfume bem para não ficar marcada a transição do claro para o escuro. Utilize lápis escuro do meio olho para fora. Ao aplicar máscara, reforce a aplicação no canto externo.

Olhos Fundos: Como disfarçar? Aplicar com o dedo um corretor de olheiras um tom mais claro que o da pele, dando umas batidinhas na pele escura. Coloque com um pincel próprio uma base cremosa da cor da sua pele, espalhando bem, e termine com um pó translúcido para dar um aspecto leve e saudável. Ilumine o centro da pálpebra e abaixo da sobrancelha com uma sombra nude com um efeito brilhante.

Olhos Caídos: Como disfarçar? Evite utilizar sombra ou lápis na parte inferior do olho para não puxar o olhar mais para baixo. Aplique lápis na linha interna e pode utilizar máscara nas pestanas inferiores para além das superiores, usando em seguida o revirador de pestanas. Use uma sombra mais escura na parte externa e uma sombra mais clara na parte interna do olho. Esfume a sombra um pouco acima da linha que delimita a pálpebra superior, na parte externa do olho.


Olhos Pequenos: Como disfarçar? Use sombras luminosas e claras, contorne os olhos na parte exterior com lápis preto ou castanho esbatido, abuse do rímel, mas só na parte exterior das pestanas, assim dará a sensação de ter olhos maiores. Não coloque lápis preto no interior da pálpebra, ficará com os olhos ainda mais pequenos, pode usar antes o lápis branco, faz aumentar e ilumina o olhar.

Olhos Grandes Como disfarçar? Prefira sempre sombras com tons mais escuros, porque elas dão mais profundidade e a ilusão de serem mais pequenos. Evite os tons claros, porque fazem o efeito contrário do que pretende. Opte por tons escuros, mas não necessariamente preto. Escolha uma sombra de apenas um tom em toda a pálpebra móvel, deixando um pouco mais claro perto do nariz e mais escuro na parte perto do cabelo. Depois da sombra aplicada, coloque o liner – ou lápis – na parte superior dos olhos, rente às pestanas. Outro truque é colocar o lápis preto na linha d´água, tanto na parte inferior dos olhos quanto na superior. Isso deixa o seu olho ainda menor mas não aconselho a quem tem os olhos sensíveis porque é uma zona do olho bastante frágil.

Lábios Finos: Como disfarçar? Quando aplicar a base, passe também nos lábios e faça o contorno a lápis um pouquinho fora da linha dos lábios (não exagere porque o resultado não será bom) na cor da boca ou na cor do batom a ser utilizado. Depois é só passar o batom desejado e gloss ao centro.

Boca Grande: Como disfarçar? Quando aplicar a base, passe também nos lábios nos cantos externos aos lábios, desenhando novo formato com um contorno labial, diminuindo as laterais. O contorno deve ser feito por dentro num tom intermédio.

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OxBlood

A “It color” do Outono por Djamila Afonso trendingt0pic.blogspot.pt/

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uando se fala de Outono no mundo da Moda é inevitável falar dos grandes desfiles de colecções da temporada, com a apresentação daquilo que sempre promete ser tendência. As colecções Outono/Inverno vêm sempre carregadas de novidades e das tendências mais inesperadas. Este ano deparamo–nos com a tendência do vermelho oxblood! Com um nome muito pouco simpático, mas de uma enorme beleza, esta cor surgiu nas colecções dos mais diversos designers de renome, como Nina Ricci, Alexander Wang, Yves Saint Laurent, Jason Wu, Gucci, e muitos outros. Com esta enorme

aposta dos designers nesta cor, o oxblood adivinhava-se já como uma das principais cores a usar neste Outono. Com os vários tons de vermelho que por aí andam, o que é que torna este tom em particular tão especial? Pois bem, o oxblood pode ser facilmente confundido com o bordeau, devido às suas semelhanças mas, na verdade, este tom assume-se como um vermelho acastanhado, que eventualmente poderá surgir também com algumas notas de violeta. Pode também associar-se a um lado mais “vampiresco” por ser uma cor tão escura e sombria, o que acaba por lhe conferir um certo mistério e elegância.


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Oxblood


Um tom tão escuro nem sempre vai de encontro ao estilo e personalidade de toda a gente, há quem goste de cores mais vivas e alegres, por isso o oxblood está disponível em tudo o que diga respeito ao mundo da Moda, desde sapatos, a malas e maquilhagem, o que é óptimo para quem quer experimentar a tendência sem cair logo no exagero. Pode por isso optar por pequenos apontamentos, combinados com outras cores e ficará sempre bem. E quando se fala de tendências é inevitável falar das celebridades que a elas aderem, e no caso do oxblood teve uma enorme adesão por parte das mais

diversas personalidades. Chloé Moretz, Emma Stone e a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, são apenas alguns dos nomes que se deixaram render pela “it color” da temporada. Para quem ainda não aderiu à tendência, fica o conselho: Qualquer peça ou acessório neste tom fará uma enorme diferença no seu guarda-roupa de Outono!

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it girl

Back to Basics por Helena Lopes


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uer esteja em palco com uma das bandas à qual pertence, ou nas ruas de Londres, cidade onde vive, Alison Mosshart nunca desilude no que toca ao seu estilo. E o melhor é que não precisa de muito para nos conquistar com o seu estilo. Umas calças, um t-shirt, botas envernizadas e uma gabardine de cabedal e estava pronta para assistir ao desfile da Burberry Prorsum na semana da Moda em Londres. E desta forma, acrescentou uma boa dose de rock&roll e rebeldia à primeira fila do desfile. Parece algo tão simples e sem graça que se torna difícil de acreditar como pode arrasar com tão pouco, mas é essa simplicidade que surpreende, porque ultimamente cada vez mais desvalorizamos os básicos, cada vez mais pessoas como Anna Dello Russo se tornam mentoras e ícones de estilo. Não estaremos nós a precisar de regressar aos básicos? Não estaremos nós a perder essa simplicidade que nos torna tão únicos? Pois, afinal de contas, as tendências vão mudando todas as estações e os básicos, tal como o nome indica, são algo que nunca passa de Moda. Alison Mosshart é a prova viva de que sim, precisamos mais do que nunca de básicos no nosso armário, para simplificar mais a nossa vida e nos devolver opções que sem eles nunca teríamos. Ultimamente toda a gente quer ser extravagante para ser diferente, mas não fará agora mais sentido ser normal, para ser diferente?

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it boy!

Cause It Men are not the same por Pedro Resende

D

e It Boys está o mundo cheio… de It Men, nem tanto. Afinal, entre bloggers, modelos, designers ou puros fashionistas, o mundo da moda encontrase hoje recheado de personagens e personalidades (a distinção é boa, mas difícil) que marcam pela diferença ou pela semelhança um mundo cada vez mais efémero. Hoje são eles, amanhã outros, e a mudança marca presença como sempre o fez no mundo da moda.

Quem fica? Os nomes dos grandes… daqueles que marcam mais porque fazem mais ou porque fazem melhor. É o caso do It Boy deste mês, mais It Men até. Mario Testino, fotógrafo, cinquenta e oito anos, presença no mundo da Moda não só em trabalho como em nome e figura. De livros, exposições, documentários, imagens criadas para todas as maiores publicações de Moda internacionais, ou retratos de algumas das maiores personalidades do mundo, o nome Mario

Testino marca por si só uma geração imagética e uma linguagem universal. Nudez, sensualidade, naturalidade e perfeição que o levaram face a face com a própria Anna Wintour na famosa capa da edição de Setembro de 2007, ou a fotografar a princesa Diana pouco antes da sua morte. Mario é Kate Moss, é Versace, é família real, é Vogue, é Lara Stone, é Dior, é Grace Coddington… Mario é tanto que consegue centrar em si a atenção de todos os envolvidos no mundo da Moda, há anos. E não é isso um It Boy? Ou são os efémeros que valem mais? Afinal, permanecer na indústria é um feito de poucos, e ele conseguiu-o. E vai continuar a consegui-lo, agora também com Private View, em livro de edição limitada e em exposição mais limitada ainda. De 29 de Outubro a 2 de Dezembro, em exclusivo em Changai. Se isto não é um It Boy, há que rever a definição!!!

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It boy


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Tendências de Maquilhagem Outono-Inverno 2012/2013

por Maria Luís http://bunnyeme.blogspot.pt/

Caras frescas e Naturais: Quem usou? Valentino, Michael Kors, Vera Wang, Alexander McQueen, Chloé, Cristian Dior, Tommy Hilfiger. Como usar? Na RTRO nº17 falei-lhe de tudo o que precisa saber para uma pele perfeita. Aplicar correctamente a base certa para a sua pele vai permitir-lhe o aspecto saudável e natural que deseja. É essencial a pele não parecer oleosa ou escamada. Dar contorno aos cantos dos olhos e ao longo das maçãs do rosto com um tom terra muito claro, ajuda a estruturar o seu rosto.


Olhos Esfumados: Quem usou? Burberry Prorsum, Calvin Klein, Derek Lam, Diane Von Fustenberg, Jason Wu. Como usar? A beleza das sombras em vários gradientes de cinzento e preto é a sua versatilidade. Escolha uma sombra de cor entre o caqui e o moca e, em seguida, esfume estas cores para enriquecer o olhar.

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Tendências de Maquilhagem

Bocas Vermelhas: Quem usou? Gucci, Jil Sander, Narciso Rodriguez, Marc Jacobs, Michael Kors, Monique Lhuillier, Rick Owens, Rochas, Zac Posen. Como usar? O vermelho é sempre uma boa escolha para o Outono, mas o tom de vinho quente com especiarias ou os tons de chocolate apresentam-se realmente sedutores. Existem com acabamentos cremosos de mate ou com brilho de verniz, tudo compensado pela pele perfeita como contraste. A beleza está no trabalho de preparação: um tratamento esfoliante labial, uma camada de bálsamo com cor clara debaixo do seu vermelho para ajustar a intensidade e é a garantia de uma boca fatal.

Sobrancelhas Definidas: Quem usou? Missoni, Ralph Lauren, Tom Ford. Como usar? As sobrancelhas bem fortes continuam a chamar a atenção. Use lápis e sombras para acentuar o arco e, para uma saída nocturna, pode também adicionar uns brilhos subtis.


Olhos Coloridos: Quem usou? Prabal Gurung, Jason Wu, Anna Sui, Phillip Lim, Dries Van Noten, Narciso Rodriguez, Prada, Roberto Cavalli, Stella McCartney. Como usar? Na passerelle, foi visto em máscara de pestanas, sombras e eyeliner, nas cores mais variadas, dos amarelos aos vermelhos e dos azuis aos verdes. Para uma versão chique e fácil de usar, procure sombras com toques de dourado e prateado e misture com uma sombra da sua cor favorita da estação, suavizando o efeito e complementando o seu tom de pele.

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Smells like…

1Million

by Paco Rabanne por Mónica Dias

Porque os meninos também merecem uma sugestão da RTRO, nesta edição apresentamos o 1 Million. Provavelmente já todos ouviram falar deste perfume, quanto mais não seja pela propaganda televisiva que revela a excentricidade masculina. Esta é uma das fragrâncias masculinas mais caras e mais conhecidas. O frasco, com a forma de uma barra de ouro e o nome nele gravado com uma tipografia ao estilo do Velho Oeste, passa a ideia de prosperidade, poder e elegância. Este é um perfume para homens modernos e discretos mas sedutores.


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Ler. Ver. Ouvir. por Mariana Sá

Ler 50 Shades of Grey Autor: E.L. James Editora: Lua de Papel Ano: 2012 Género: Acção/Aventura Sim, sim. É este o tal livro de que toda a gente fala. “Mas isso não é só sexo e sadomasoquismo?” Também tem, mas não é por isso que ele está aqui em destaque. O livro conta a história de uma jovem universitária (Anastasia Steele), que tropeça na vida de um jovem multimilionário (Christian Grey) bastante cobiçado socialmente, mas com alguns problemas afectivos e preferências sexuais fora do comum (para ser gentil). Ressalva, absolutamente necessária: Não esperem nenhuma obra literária! Trata-se de uma escrita simples, sem grandes rodeios ou floreados. Preparemse para aprender sobre como funciona uma relação sadomasoquista. Fazendo um adiantamento, por norma, este tipo de relação é composta por um dominador e um submisso. O primeiro sente prazer em infligir dor (sadismo), enquanto que o segundo tem prazer na dor (masoquismo). Para além da aprendizagem, o livro põe em perspectiva uma relação conflituosa, com um indivíduo Alfa extremamente controlador, e mostra-nos as cedências ou anulações de personalidade que as personagens sentem necessidade de fazer, para tentar manter uma relação. No final, esta estória, para além dos segredos e do óbvio cariz sexual, levar-te-á a reflectir sobre o que conseguirias suportar num relacionamento. São três livros. O segundo (“As 50 sombras mais negras”) já está nas prateleiras em Português e o último deverá estar traduzido antes do Natal.


Ver

Ouvir

As linhas de Wellington

El Camino

Realização: Valeria Sarmento

Musico: Black Keys

Elenco: John Malkovich, Nuno Lopes, Soraia Chaves

Editora: Nonesuch

Ano: 2012

Ano: 2011

Género: Drama/História/Guerra

Género: Indie Rock

É um filme independente que conta uma parte da História portuguesa: uma das várias tentativas de invasão, pelas tropas francesas de Napoleão. Só por isso, já deveria ser motivo de interesse. Isso, e o facto de o John Malkovich fazer uma das personagens principais (General Wellington). Além do mais, participam actores portugueses como Nuno Lopes (Sargento Francisco Xavier), Soraia Xaves (Martírio) e Afonso Pimentel (Zé Maria), só para referir alguns.

Tem nome de carro. Um modelo da Chevrolet. No entanto, na capa a estrela é a uma carrinha da Chrysler, em homenagem à carrinha que levou os Black Keys em tour durante os primeiros anos da banda de Ohio, EUA. O mais recente álbum de Dan Auerbach e Patrick Carney (e sétimo) é a consolidação do sucesso, que tem sido trabalhado desde que se formaram em 2001. Há quem tropece na fama. Depois, há aqueles que trabalham durante anos até que, eventualmente, o mundo repara no trabalho que fazem. No caso, ajudou que nos últimos 2 anos, após várias negas, tenham acedido a pedidos de utilização de músicas em anúncios e séries e filmes (mais de 300). Finalmente, o reconhecimento. E por bons motivos.

Com uma boa reprodução do ambiente de época, este filme desenvolve-se após a derrota das tropas francesas na Serra do Buçaco (27 de Setembro de 1810), comandadas pelo marechal Massena. Os portugueses estavam em número inferior, mas tinham o auxílio dos ingleses e estavam a ser liderados pelo general Wellington. Apesar da vitória, o exército anglo-português retirase, estrategicamente, a marchas forçadas diante do inimigo. O objectivo é atraí-los a Torres Vedras, onde o general Wellington mandou construir linhas fortificadas, dificilmente transponíveis. Simultaneamente, são dadas ordens de evacuação de todo o território entre o local da primeira batalha (Buçaco) e Torres Vedras. Uma gigantesca operação de terra queimada, impossibilitando aos franceses qualquer recolha de alimentos ou pilhagem.

Não é fácil encontrar um álbum que se consiga ouvir do início ao fim com o mesmo prazer. No entanto, os Black Keys conseguiram fazer isso mais uma vez. “Brothers” de 2010 colocou a fasquia alta, mas não desiludiram. Os singles “Lonely Boy”, “Gold on the Ceiling”, “Dead and Gone” e “Little Black Submarines” dão uma ideia da qualidade da mistura rock e blues que produzem. Vale imenso a pena ouvir. Em loop! Já agora, ouçam-no no carro, parece-me apropriado. Os Black Keys estarão pelo Pavilhão Atlântico, dia 27 de Novembro. Ainda há bilhetes! Fica a dica…

É assim, neste contexto de caos e batalha, que decorre o filme, que conta as peripécias e aventuras de várias personagens de diferentes estratos sociais, soldados e civis. Uns tentam salvar a pele, fugir aos franceses; enquanto que outros procuram resistir aos invasores, ou mesmo tirar partido da situação. No final, todos convergem para as linhas de Wellington. Resta saber o desfecho.

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Wishlist por Ana Rodrigues toroseparade.blogspot.com

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Chic 4

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Acne, aprox. 475€

Chloé, aprox. 595€

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COS, aprox. 150€

Marni, aprox. 500€

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H&M, aprox. 20€.

H&M, aprox. 40€

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Topshop, aprox. 76€

COS, aprox. 70€

vs

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Cheap! 4

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