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Indústria | Lacticínios

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Política europeia

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José Sequeira, CEO e acionista da empresa Lacticínios do Paiva, ladeado pelos engenheiros responsáveis pela produção, Ricardo Valente e Jorge Fernandes.

INDÚSTRIA | LACTICÍNIOS DO PAIVA "ESTAMOS NO MERCADO INTERNACIONAL"

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MAIS DO QUE UMA EMPRESA AGROALIMENTAR PORTUGUESA ESPECIALIZADA EM LACTICÍNIOS E SEUS DERIVADOS, A LACTICÍNIOS DO PAIVA, S.A ORGULHA-SE DE SER HOJE UM IMPORTANTE POLO DE DINAMIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA DE TODA A REGIÃO DURIENSE E TRANSMONTANA. ENTREVISTÁMOS JOSÉ SEQUEIRA, CEO E ACIONISTA, QUE NOS CONTOU COMO TEM VINDO A PREPARAR A EMPRESA PARA O FUTURO

Por RUMINANTES | Fotos FG

Nos últimos anos, a empresa Lacticínios do Paiva tem procedido a contínuos investimentos na modernização dos seus equipamentos tecnológicos, nas estruturas necessárias para a realização dos processos associados ao Sistema de Gestão de Segurança Alimentar implementado e no recrutamento de recursos humanos especializados. Assim preparada, “a Lacticínios do Paiva quer continuar a crescer internacionalmente, principalmente na Europa”, contou José Sequeira, presidente e acionista da empresa, à Ruminantes, em entrevista no passado mês de dezembro.

A empresa Lacticínios do Paiva iniciou a sua atividade em 1933, mas em 1992 foi adquirida pela empresa Sequeira e Sequeira, S.A., uma empresa de distribuição alimentar por grosso e retalho com grande

experiência na comercialização de queijos: “Juntou-se uma atividade produtiva (fabrico de queijos) a uma empresa com muito conhecimento comercial”, explicou José Sequeira. Em 1992 a empresa transformava apenas leite de vaca, de muitos pequenos produtores da região, totalizando cerca de 12 mil litros por dia, para fazer queijo prato e bola. Hoje a empresa recebe o leite de mais de 50 produtores na região norte (Barcelos, Famalicão, Paços de Ferreira), totalizando 100.000 litros diários.

Como é transformado o leite recolhido?

Maioritariamente é transformado em queijo, fresco ou curado. Fazemos manteiga e ainda vendemos o soro concentrado. O queijo fresco representa cerca de 13% das vendas da empresa.

Que investimentos têm previstos?

Estamos a criar infraestruturas para melhorias ambientais. Vamos também aumentar a fábrica para termos maior capacidade de produção com uma nova linha de queijo fatiado, maior capacidade de frio e, essencialmente, estruturas para o futuro.

Onde querem chegar?

Nos próximos 5 anos poderemos estar a recolher 150.000 litros de leite por dia. Mantemos a perspetiva de produzir o mesmo tipo de produtos que fazemos hoje. Em 2022 vamos lançar novos produtos, também dentro desta linha atual.

Em que mercados comercializam os queijos?

Já não vivemos apenas com Portugal. Se tivéssemos que trabalhar só com o mercado nacional, não sobrevivíamos. A exportação tem corrido bem e representa hoje cerca de 18%. A ideia é continuar a crescer internacionalmente, principalmente na Europa.

Têm algum critério para selecionar os produtores de leite?

O nosso critério principal é a qualidade do leite produzido na exploração. Fazemos o controlo diário de todo o leite que entra na fábrica, embora também sejam feitos controlos ao leite quer nas explorações, quer por parte das direções regionais. Também olhamos às infraestruturas das explorações.

As explorações com certificação em bem-estar animal, ambiental, social… são mais interessantes como fornecedores?

Todas as certificações são interessantes para os produtores, em primeiro lugar porque ajudam a melhorar os métodos de trabalho, e também porque ajudam na venda do leite. Nós próprios somos certificados e isso tem-nos trazido vantagens nos pontos referidos. Há certificações que nos permitem vender em todo o lado, e isso é muito bom. O mesmo se passará com as explorações leiteiras que tenham boas certificações.

Porque deve um produtor de leite vender aos Lacticínios do Paiva?

Um ponto importante que nos diferencia dos outros é que nós não limitamos o crescimento dos produtores, temos como política deixar produzir mais leite, se essa for a vontade deles. Não pomos travão à produção de leite. Por outro lado, há segurança de escoamento porque nós estamos no mercado internacional. Para além disso, nesta empresa qualquer produtor tem acesso fácil a falar com quem decide, existe essa proximidade.

Alguma vez perdeu um produtor de leite que não desejava perder?

Nunca. Somos uma empresa que olha para o futuro. Nós só poderemos existir se tivermos produtores, por isso o objetivo é comum, temos que ter um relacionamento equilibrado e interessante para ambas entidades. É isso que tentamos fazer. Neste momento, atravessamos um período difícil para os dois lados, estamos no meio de uma guerra de preços. Mas os produtores acreditam na empresa, e nós acreditamos nos produtores. A nossa estratégia é continuar a crescer, de uma forma consolidada.

Com que critério paga o leite?

Como é habitual, litros/ gordura/proteína do leite, de acordo com uma tabela.

Qual é o produto estrela dos Lacticínios do Paiva?

O queijo amanteigado e também cada vez mais o nosso Queijo Fresco Ultra filtração "o único produzido em Portugal".

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