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CORES DA PÁTRIA
from Brasileiro
Vermelho não é o sangue que jorra em tuas artérias, Pois o teu coração não é alma, é só matéria.
Venoso, estás, pelo entojo da pobreza, Roxo como hematomas de uma estúpida prepotência.
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Que nutre cartuchos mortíferos nas favelas, Entremeados pelo choro de um povo que vai às capelas, Ou que assiste passivo, o teatro da vida nas novelas.
Embevecido pelos males residentes na ignorância, De ver o inútil morrer pelas ruas, de tuas crianças, Sem escola, sem brincadeiras, sem infância.
Verde era o enredo do teu patrimônio, Que entregas em silêncio sem parcimônia.
Azul era o céu da tua esperança, Era o mar da tua abundância, Hoje não passa de uma cinzenta lembrança.
Amarelo era o brilho dourado de um largo sorriso, Que com o tempo ficou cariado por tanto vício.
Vício de uma maldade que corrompe a luz da inocência, E mancha o teu branco de paz com a cor da violência.
Vermelho será o destino desta pátria, Que não quer abrir o seu próprio claviculário, Para entregar as chaves ao real mandatário, Ao Povo Brasileiro em seu complacente calvário!