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ABRIL ESCARLATE
from Brasileiro
Somos devaneios de uma angustiosa razão, E com este fim, caminhamos com um insólito coração. Hipócritas ululantes, injustiçados esculpidos, Homens que não enxergam nem o próprio umbigo.
Somos revolucionários de ideais recalcados, Desumanizados, fingimos ser solidários, Comensais ultrajantes de humildes ultrajados, Povo sem soberania, desempregados sem prévio aviso.
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Fome famigerada na caquexia que enriquece seu glutão inimigo, Bandeiras vermelhas sem azul constituem um mero espectro iludido, E jamais serão sustentadas por um verde-amarelo engrandecido.
Porque será eternamente este gigante adormecido, Que nunca despertará, enquanto entorpecido, Pelo tráfico de influências de seus palácios de corrupção, Solo árido infértil para sementes de correção.
Onde estou, onde está e onde estão? Aqueles que marcham em luta por um justo quinhão. Como obter esta paz social, pois seu conflito é um imposto em potencial? Onde hoje turvam na marginalidade da retidão, Os que como justamente retos, manipulam e maquiam esta podridão.
O que é a esperança que venceu o medo, mas vendeu sua alma sem compaixão? Quem teme um inferno em abril, não deveria semear a indignação, Vaticinar seu povo em um lodo de amarguras e enganação.
Se quem sabe faz a hora, não espera acontecer, Que sentido teremos nesse nosso viver? Se me amedronto diante ameaças dos abutres do poder.
Quem antes, outrora vermelho, Agora manifesta um estranho temor, Dos luzeiros cintilantes de um vermelho sol nascente.
Pois, vermelho não é uma comuna doutrinária, Vermelho não é uma bandeira societária, Vermelho não é um mero discurso canalha.
Antes, vermelho provém de uma sanguinidade varonil, Não sendo um simples tormento de abril.
Vermelho urgente de uma insolação frequente, Das mentes que marcham indenes e insolventes.
Vermelho fruto da irritabilidade de uma convulsão social, Onde jazem fetos perdidos sem desfrutar seu calor maternal.
Vermelho reverberado pelo grito insone de madrugadas sem teto. Vermelho que também pode ser uma forte expressão latente, Singular exclamatória de uma legião de homens retos, Como atalaias de uma justiça igualitária resplandecente.
Então, antes de assimilar potencial ameaça de um abril escarlate, Porque não questionar este país de objetivo deserto, Que caminha com seus coágulos circulatórios para seu fatal enfarte?