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FILHO DE UMA FRUTA PODRE

Desculpe pelo aparente palavrão, Mas não aguento mais tanta omissão, De seres em sua complacente visão, Caídos como frutas podres no chão.

Faltou algum adubo serôdio irmão? Ou sua época de plantio foi tardia? Não seja alvo da praga da hipocrisia! A terra não tem culpa de sua covardia.

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Não tem herança de transgênico? E nem tão pouco cultivo hidropônico? Então não ceda a este poder irônico, Que ilude você em ritual platônico.

Cuidado com a ceifa dos insalubres, Com imagem pura de nobres tóxicos, São travestidos por total domínio, Selecionados por duvidoso escrutínio.

Sua resistência deve ser natural, Não seja contaminado por este mal, Erga-se do solo sendo marginal, Assume seu direito mesmo que abissal.

Seja polpa de sabor sem igual, Cuidado com a mão de seu plantio, Que só alimenta o atravessador, Cuja propina é seu próprio senhor.

Não seja fruto de qualquer propinação, Não seja semente em qualquer corrupção, Pois o poder agradece tal irrigação, Com a água repleta de tamanha dejeção.

No rizoma de uma esperança nobre, Não deve sucumbir à mediocridade, Não seja o filho de uma fruta podre, Frutifique a árvore da humanidade.

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