Revista MultiFamilia Nº 4 - Abril+Maio/16

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Bom senso e visão de mundo

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esmo sendo contrário ao aborto ou o casamento entre pessoas de mesmo sexo, o Papa Francisco pregou a tolerância e o respeito à diversidade durante leitura da carta “A alegria do amor”, no início de abril. Com 250 páginas, o texto apresentou as diretrizes para as famílias católicas do mundo, sendo resultado de dois anos de debates. A Revista MultiFamília não tem vínculo com uma crença, mas com todas. E entende que o pontífice é uma das referências de visão de mundo. E isso diz respeito a nós, pais, avós, tios: precisamos fazer o nosso papel, de quem ensina valores, indica limites, apresenta direitos e deveres, aponta caminhos. E, para tanto, também precisamos abrir a mente. Isso não significa abrir mão de crenças, apenas entender o que se passa do nosso lado. Aliás, usar o bom senso é uma expressão que a maioria dos pais escutam desde a gestação de seus filhos. “Não existe manual”, é o que todos brincam. Mas, existem indicativos. Esta revista pode ser um compêndio de várias sugestões de caminhos a seguir na educação dos filhos, e de como se entender como casal e como família. Falando em dúvidas, uma leitora escreveu para nós, perguntando se o 13° salário se Revista MultiFamília é uma publicação da: Ano 1 - Número 4 - Abril+Maio/2016 | ISSN 2447631-5 Circulação: Bimestral - 3.000 exemplares - Distribuição: Gratuita

Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860) Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862)

aplica nas pensões alimentícias. O advogado e colaborador da RMF, Vicente Fleck, acolheu a dúvida e a respondeu: “Depende muito de como ficou convencionado entre as partes se iriam ou não pagar o 13º, isso porque não existe nada na lei sobre isso, o que a lei prevê é que o pai e a mãe devem pagar a pensão dentro das suas possibilidades e de acordo com a necessidade do filho. Caso não haja previsão sobre o pagamento no acordo ou na decisão do juiz a pensão não incide sobre o 13º.” Para ampliar o debate, estamos organizando encontros nas cidades onde circulamos. “Filhos? Como não tê-los?: os desafios da mãe contemporânea sob o viés das competências emocionais” será tratado no 2º Bate-Papo da Família, em 17 de maio, às 19h30, na Sala de Conferências do Instituto de Educação Ivoti. A entrada é gratuita, basta se inscrever (leia ao lado). Ah, não esquece de conferir o calendário de vacinas para você e seus filhos. Para registrar uma cena em família, na capa, aparecem a Milena e seus pais, Rosemeri Kuhn Bonini e Tiago Bonini, de Ivoti, em foto de Síntia Weber e William Help. Que tenham uma leitura tão leve e harmoniosa quanto esta imagem da capa! Sandra Hess e Cleber Zanovello Dariva Capa: Síntia Weber e William Help Impressão: Impressos Portão Entre em contato: 51-9961-4410 (whats app) contato@zmultieditora.net

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Família próxima e próspera

oi um grande sucesso o primeiro encontro organizado pela Revista MultiFamília, na noite de 23 de fevereiro, no salão de festas do Edifício Joalbe, em Estância Velha. Nosso agradecimento aos painelistas, a psicóloga KAMILA SCHEFFEL e ao contador CÉSAR WEBER, mediados pela especialista em Marketing DÓRIS HESS, abordando o tema “Família Contemporânea: mais próspera, mais próxima”. Para Kamila Scheffel, os pais devem mostrar aos filhos que tudo faz parte de uma caminhada que envolve planejamento, além de escuta e discernimento. “Muitos filhos acham que tudo está pronto: eles precisam entender que toda conquista exige responsabilidade e esforço. Para chegar até o estágio de sucesso, não foi sorte, mas sim, dedicação”. Para a psicóloga, é necessário mostrar esta construção, ensinando a lidar tanto com a coisa boa, quanto com a ruim. “Os pais precisam ajudar a começar. Muitas vezes os pais querem que o filho conquiste algo, mas não o ajudam a alcançar, não o ensinam”. A hierarquia deve estar presente, mas os pais devem descer

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Kamila Scheffel e César Weber palestraram no encontro

para escutar e subir para ensinar, dar regras e lapidar os sonhos de seus filhos”. De acordo com o especialista em Controladoria e diretor da Hábil Assessoria, César Weber, o “segredo” já é conhecido de todos: gastar menos do que se ganha. “A poupança gera liberdade”. Se nem sempre é possível garantir essa reserva, a família deve estar atenta para, em algum momento, começar a poupar para estar pronta para utilizá-la. Uma alternativa para obter esta sobra é trabalhar mais, por exemplo, tendo um segundo emprego. “De preferência, sem abrir mão do tempo de convívio com os filhos”. Empreender um negócio é uma forma de trabalhar muito, mas, de gerar satisfação pessoal, especialmente se, com planejamento e preparação, gere uma satisfação financeira.

Fotos: Sandra Hess

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Danúbia Nunes, Psicóloga Clínica, Diretora da Clinique Psicologia, especializanda em Psicologia Hospitalar pelo Hospital Moinhos de Vento.

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Tornar-se mãe

uando a mulher se torna mãe? Ouço no dia a dia, mulheres dizendo que quando se tornaram mães, puderam conhecer a sensação de plenitude, ou ainda, que ao ver seu filho pela primeira vez, conheceram o amor mais genuíno que pode existir, um amor que não cabe no peito. E de fato, a maternidade traz consigo diversas e intensas emoções. Mas quando afinal uma mulher torna-se mãe? Muitas acreditam que é quando o seu bebê nasce. Outras afirmam que se reconhecem mães quando sentem seu bebê mexer pela primeira vez. Afinal, quando é que passamos do posto de simples mortais ao título de mãe? Na verdade, tornar-se mãe é um processo que tem início na infância. Isso mesmo! A mulher passa a exercer a maternagem ainda criança, no brincar. Quando reproduz com as suas bonecas o que vivencia com a sua mãe, a menina está iniciando, inconscientemente, um aprendizado que vai levar para a vida adulta. Ser mãe é um processo de construção. Todo o cuidado, amor, zelo e proteção maternal são instintos que são evocados a partir das experiências vividas anteriormente e reproduzidos mais tarde. E por isso, as mulheres são capazes de exercer a maternagem, muitas vezes sem terem gerados filhos em seus ventres. O amor maternal inicia

antes de qualquer vestígio de que exista um filho a caminho. Seja ele biológico ou não. Esse amor surge do simples desejo de ser mãe. Atualmente, diante das mudanças provocadas pelo ritmo de vida frenético, da inserção no mercado de trabalho, a mulher passou a ser vista como alguém capaz de desempenhar muitos papéis ao mesmo tempo. Diante deste cenário, a maternidade, que tempos atrás era vista como o marco principal na vida da mulher, e muitas vezes, até mesmo como uma tarefa a ser cumprida, hoje não é mais. A mulher se permite ter outras prioridades, antes de realizar o desejo de ser mãe, e mais: ela se autoriza escolher esse momento. Com isso surgem as dúvidas diante desse sonho: Qual a hora certa para ser mãe? Qual a idade ideal? Como fazer para conciliar carreira e maternidade? Bem, se antes era culturalmente exigido das mulheres que fossem mães em tempo integral (e com isso, leia-se ficar com os filhos dia e noite exclusivamente sob seus cuidados), hoje é permitido às mulheres que desenvolvam todos esses papéis, no entanto, cada uma dentro de seus contextos e de suas limitações, ao seu tempo. Afinal, se a maternidade é um processo de construção, é preciso que a futura mãe vá se apropriando, com muito amor, do exercício da maternidade. E o aprimorando internamente de forma leve e contínua, até que se depare com o tão mágico momento de ser mãe.


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Valquíria Kuhn Terapeuta Floral

Mulher, que produto sou?

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ós, mulheres, ansiamos por liberdade, mas ao mesmo tempo temos um medo absurdo dos riscos que corremos: nos deparamos conosco mesmas! Não mais atrás da máscara da esposa leal ou da super mãe; temos que assumir nossas deficiências, fraquezas, inseguranças e instabilidade emocional sozinhas, porque é sempre mais fácil ter um companheiro para responsabilizar pela nossa infelicidade ou filhos para ocupar-nos com suas exigências a ter que olhar para nós mesmas, como quando saímos do banho e nos olhamos nuas no espelho nos deparando com as séries de imperfeições que conseguimos esconder por baixo das vestimentas. Inúmeras, perfeitamente ajustadas para disfarçar as marcas do tempo. Me ocorre o quão difícil é estar só e ter de se assumir, ouvir as próprias lamúrias, ter de encontrar prazer na própria companhia, se gostar e aprender a se amar com as imperfeições que temos, aceitá-las como fruto do tempo, da experiência e da libertação. Sabemos que os legumes e frutas mais bonitos geralmente não são os mais saudáveis, aquele aspecto maravilhoso traz uma carga de venenos e agrotóxicos que podem ser fatais, enquanto os produtos orgânicos, singelos, muitos de aparência nada atraente, mantêm seus nutrientes intactos. Será que, nós, mulheres, não estamos nos

comportando também assim?! Tão preocupados com a casca, aparência, brilho ou cor, perdendo nossos nutrientes ou essência?! Inclusive em vez de nos alimentar bem, estamos gerando malefícios maiores à saúde, comprometendo não só a qualidade, mas o sabor de uma degustação prazerosa? Porque essas maçãs vermelhas e reluzentes aparentemente tão tentadoras são frustrantes quando damos a primeira mordida, além de ingerirmos uma quantidade tão grande de agrotóxicos e conservantes que seus benefícios são muito inferiores aos malefícios. Posso ainda perguntar: que tipo de maçã sou? Atraente, tentadora e sem sabor? Que ao invés de cumprir o papel de saciar a fome e contribuir com seus nutrientes, decepciona logo na primeira mordida e ainda contamina aqueles que se alimentam?! Em uma época de futilidades e banalidades, em que impera a ideia tanto dos governos quanto da mídia de distrair para não nos dar conta das nossas reais necessidades, estamos perdendo a essência, o sabor em tudo, não só nos pequenos prazeres, como nos grandes que são as relações francas, sinceras e transparentes que sustentam a vida. É por isso que nossa fome de amor quase nunca é saciada? Porque temos nos tornado, consumido e ido em busca de produtos artificiais?


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Cristiane Dias Psicóloga | CRP 07/15253

Jardim dos Sonhos

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esde crianças, alimentamos sonhos. Quando bem pequenos, sonhos simples. Conforme o tempo vai passando, esses sonhos vão se complexificando e muitas vezes nos escravizando. As relações de pais e filhos também são atravessadas por esses sonhos, porque depositamos nas crianças nossas ânsias e desejos. Muitas vezes esperamos que nossos filhos sejam tudo aquilo que não fomos. Essas expectativas podem ser alimentadas pelos sonhos ou, quem sabe, por uma fantasia delirante. O reconhecimento da diferença entre sonho e fantasia se dá a partir do momento em que nos conhecemos internamente. Essa tarefa exige esforço e dedicação exatamente como fazemos para ter um jardim em nossa casa. Podemos fantasiar um jardim lindo, grande e cheio de árvores exóticas em que todas as plantas são perfeitas e que a manutenção seja simples e barata. Ou podemos sonhar com a possibilidade de construir um jardim possível, em que as plantas sejam aquelas que se adaptam, que nem sempre estejam floridas, com folhas caídas no chão e às vezes, quem sabe, até com inço.

Olhar para dentro de si e perceber quem realmente somos faz muita diferença. O medo de errar, perder ou sofrer nos impede de evoluir, pois ficamos presos às fantasias que criamos a nosso respeito e desconectamos da realidade. Estar vivendo no aqui e agora, atento ao presente, é se atualizar dentro do que é possível. Respeite, se respeite. Uma semente leva muito tempo para se transformar em árvore, mas dentro de si, desde sempre, carrega o seu potencial de árvore. Por isso é importante sonhar e continuar acreditando que dias melhores virão. O mágico é ser capaz de transformar as dificuldades em aprendizado. Só conseguimos isso quando saímos da vitimização e assumimos nossas responsabilidades diante da vida. A raiva e a culpa são sentimentos que se assemelham às ervas daninhas, se deixarmos tomar conta sufocam o amor. Para finalizar, desejo que você encontre no seu jardim interior muitas possibilidades, porque a perfeição está exatamente em aceitar que nem tudo é como gostaríamos que fosse e mesmo assim continuar sonhando.

TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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Cleoni Konzen Estudante de pós-graduação em Administração e Qualidade

ocê já parou para pensar no que pode ser feito no quintal de sua casa ou na varanda de seu apartamento? E que além de alimentos fresquinhos você também vai “plantar e colher” momentos de união, afeto, dedicação, paciência, entre outros sentimentos com a sua família? É isso que irei contar neste artigo, de como nós temos tido mais tempo juntos como família, apenas nós três e os “apetrechos” da horta, como pazinhas, regador, mangueira, enxada, deixando de lado os desenhos na TV, joguinhos e outras diversões que muitas vezes arrumamos para os nossos filhos. Ficamos surpresos com a participação do nosso pequeno, hoje com 3 anos, na construção da horta. Ele adora participar, ajudar a regar, construir os canteiros, tirar os inços. E a melhor parte fica para a hora da colheita: o Davi adora tomatinhos, morango, chuchu e sempre repete a mesma coisa com relação ao alface – Eu não gosto de “altace”. Aqui em casa, não temos um espaço muito grande, mas foi bem aproveitado, por exemplo, os pepinos, chuchu , maracujá e vagem estão agarrados em um fio preso à estrutura do sombrite de modo que o crescimento seja vertical, assim precisam de pouco espaço, além destes, ainda cultivamos repolho, couve-flor, ‘’altace”, rúcula, couve, abobrinha, alho, cenoura, nabo, rabanete, morangos, além de chás como poejo, hortelã, erva cidreira, cidró, melissa e manjerona. Ah , sabe aquele espaçinho ao lado da rampa de acesso para a garagem, que normalmente se planta flores ou grama ? Aqui em casa a gente também aproveita: tem tomates, pimentões, agrião e espinafre. Com um pouco de cada coisa, alimentamos nosso corpo e também a nossa alma. Claro que para que tudo isso cresça é preciso alguns cuidados, como colocar sombrite para proteger do excesso de sol, regar diariamente em períodos mais quentes, fazer o manejo manual das pragas, isso mesmo! Significa ir na horta e literalmente caçar as lagartas e demais insetos prejudiciais à unha mesmo, sem venenos. Uma coisa legal que fizemos

foi plantar tagetes (cravo de defunto) que, devido ao seu aroma marcante acaba repelindo naturalmente moscas e outros insetos. Ah, tem outra vantagem em se ter uma horta: as borboletas, de todas as cores e tamanhos. Em tempos no mínimo “diferentes” que vivemos atualmente, onde se percebe menos gentilezas, menos paciência, menos companheirismo, menos amor e mais consumo, mais competitividade, mais Face, mais Whats e mais antidepressivo, faça uma horta, você e sua família vão se surpreender! Sandra Hess/RMF

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Momentos em família, junto à horta

Na horta: Sandro, Cleoni e o filho Davi


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Vanessa Marzullo Psicóloga do NAP | CRP 07/12848

Jogos eletrônicos na infância e na adolescência

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s jogos eletrônicos e os jogos on-line têm despertado, há algum tempo, a atenção das pessoas de várias faixas etárias. Os jogos não são bons nem ruins, pois vão depender da forma como são utilizados. Eles podem estimular ou desenvolver habilidades como raciocínio lógico-matemático, criatividade, estratégias, agilidade no reflexo, percepção de análise, tempo e espaço, memória, resolução de problemas. Ademais, pode auxiliar na aquisição de uma língua estrangeira e no desenvolvimento escolar. Contudo, se a criança/adolescente focar toda sua atenção apenas nos jogos, pode prejudicar o desenvolvimento escolar, pois tende a deixar de realizar temas, trabalhos e estudos para provas. Pode também ter prejuízo social, deixando de brincar ou encontrar amigos e familiares. Há estudos que revelam que podem desenvolver obesidade ou problemas de visão. Vale lembrar que o uso indiscriminado dos jogos pode levar à dependência (vício), devendo tanto a criança/adolescente quanto os pais a terem cuidados com o seu uso. É sabido que um dos fatores para um desenvolvimento saudável na infância e a adolescência é o equilíbrio entre as diversas PEDALANDO: Guilherme Bello, de Novo Hamburgo, apreciando o que a estrada proporciona

atividades, como por exemplo, estudos (escola e estudo de línguas), lazer (TV, computador, brincadeiras, jogos, passeios), esporte, e, obviamente, descanso. Algumas dicas para a relação dos pais com seus filhos: - Estimule o diálogo, pois somente assim você conhecerá seu filho; - Converse sobre os jogos, fale dos benefícios e malefícios; - Decida junto com seu filho quais jogos são mais adequados para a sua idade, explique os motivos pelos quais você permite uns e proíbe outros. Permita que ele também argumente, porque isto estimula sua capacidade crítica e argumentativa. Mas lembre-se que a palavra final é sempre a sua; - Determine o tempo que pode jogar por dia, acompanhe e fiscalize; - Se for utilizar a retirada do jogo como castigo, fique atento, porque você vai precisar cumprir o que prometeu; - Em alguns momentos, permita-se a brincar e jogar com seu filho. Ele vai adorar ter você como companheiro(a) de jogo! E lembre-se: o mais importante de tudo é o amor e o carinho que você dá ao seu filho.


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Iara Senger de Aragão Historiadora, neuropsicopedagoga, especialista em Educação Inclusiva e audiodescritora

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A vida vista através de sons e das sensações

eche os olhos! É possível compreender o que ocorre a nossa volta apenas pelos sons e sensações? Sim, podemos aprender e compreender o mundo que nos rodeia através dos outros sentidos, sem a visão. Para nós, “videntes” (pessoas que enxergam), essa é uma possibilidade, mas para quem não enxerga é a única opção. Para ampliar essa compreensão, hoje contamos com a Audiodescrição, um recurso de acessibilidade comunicacional, segundo a pesquisadora Livia Motta, que “amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em todos os tipos de eventos, sejam eles acadêmicos, científicos, sociais ou religiosos, por meio de informação sonora”. Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição aproxima os acontecimentos de pessoas com deficiência intelectual ou com déficit de atenção, idosos, autistas, disléxicos, entre outros. Estudiosos afirmam que a escola precisa estar amparada para trabalhar com a diversidade. “Nem a diversidade negada, nem a diversidade isolada, nem a diversidade simplesmente tolerada. Também não se trata da diversidade assumida como um mal necessário ou celebrada como um bem em si mesmo, sem assumir seu próprio dramatismo. Transformar a diversidade conhecida e reconhecida em uma vantagem pedagógica: este me parece ser o grande desafio do futuro (FERREIRO (2001) apud LERNER, 2007)”. Temos feito um grande esforço para divulgação da audiodescrição, pensando nas pessoas com e sem deficiência visual , para que conheçam e saibam de seus direitos. Os professores podem contribuir para essa multiplicação, levando materiais com audiodescrição para sala de aula, assistindo a filmes com o recurso. Dois filmes muito conhecidos têm o recurso e são de fácil aquisição: “Os Smurfs” e “Hotel Transilvânia”, ótimos exemplos. Também na internet podemos encontrar um excelente filme para introduzir a temática. Sugiro que os professores baixem o curtametragem “Imagine uma menina com cabelos de Brasil” nas duas versões (com e sem o recurso de audiodescrição). A partir deste filme é possível convidar os alunos a partir do 3º ano a fechar os olhos e a “assistir” a versão sem audiodescrição, constatando o quanto é difícil para uma pessoa com deficiência visual compreender o que passa na tela. Além de ser um filme que trata de uma temática muito atual, o bullying. Acesse outras informações em http:// audiodescricaoe literaturainfantil. blogspot.com.br/.

NA ÁRVORE: Os irmãos Mariana Isabela Torres, de 10 anos, e Matheus Arigony Torres, 8, de Estância Velha, fotografados pela mãe, Marcia Arigony Torres (e assistido pelo pai Leoser Luís Torres).


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Fernando Ebeling, Graduado em Administração de Empresas, atua com Marketing Digital e pedala há 5 anos

Pedalar: esporte, paixão ou necessidade?

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ocê, como pedestre ou motorista, em alguns momentos da sua rotina, já deve ter observado que o volume de bicicletas vêm aumentando intensamente, sua utilização se dá por pessoas de todas faixas etárias e em todos momentos do dia. Elas estão tomando espaços das ruas, parques e, inclusive, os estacionamentos das empresas. Esse movimento nos leva a ter alguns questionamentos sobre este novo cenário:

1. Questão de necessidade?

Sim, estamos passando um momento de crise que há tempos não se via, consequentemente, o aumento dos combustíveis está tirando o sono de muita gente e, logo, ir ao trabalho pedalando passa a ser uma alternativa. Rapidamente, avaliando os comportamentos de buscas no Google em torno do assunto, pude observar que o interesse em torno de respostas ao tema tem crescido e juntamente a isto também se questiona se este ato pode ajudar a emagrecer, ou seja, essa já é uma opção avaliada por muitos. O que para nós, brasileiros, ainda pode estar sendo um período experimental, em alguns locais isso, além de econômico, é vantajoso. Ano passado, a França tornou lei o pagamento por parte das empresas por quilômetro pedalado aos seus colaboradores, prática que já é realidade também em países como Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Grã-Bretanha e a Holanda.

2. Esporte em ascensão?

Quem de vocês não observou alguém do seu bairro, do seu prédio ou um amigo que passou a pedalar recentemente? Desde 2009 se observa a prática do esporte em suas mais diversas modalidades e fortalece através da formação de grupos, onde pessoas com o mesmo interesse se unem para praticar o esporte.

3. Paixão por pedalar?

Pedalar fez parte da infância de muitas pessoas, logo, retomar esse esporte que foi tão

prazeroso NO PARQUE DE na vida adulta passa a ser algo fantástico, ainda mais que reincorporar essa prática não é tão dolorosa como outras atividades que requerem grande preparo inicial. Assim, se DIVERSÕES:

retoma uma paixão de infância que pode vir a ser uma atividade física constante. De certa forma todas estas questões se entrelaçam e contribuem diretamente para a evolução da prática do esporte. Você se encaixa em alguma delas? Está pensando em pedalar? Escreva para mim, será um prazer ajudar a tirar as suas dúvidas. fernandoebeling@gmail.com ou confere fotos em https://www.instagram.com/fernandoebeling/.


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INFORME PUBLICITÁRIO

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Com método de ensino autoinstrutivo, Kumon forma autodidatas há cerca de 40 anos no Brasil Presente em 49 países, rede conta com mais de quatro milhões de alunos pelo mundo

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om um método de ensino autoinstrutivo e individualizado, o Kumon tem formado autodidatas há mais de 50 anos pelo mundo. Presente em 49 países e com mais de quatro milhões de alunos, desenvolve a habilidade acadêmica e outrashabilidadescomo concentração, independência, hábito de estudo e responsabilidade. No Brasil, presentehá quase quatro décadas,oferece as disciplinas de Matemática, Português (Língua Pátria), Inglês e Japonês. Criado em 1958 no Japãopelo professor Toru Kumon, o método nasceu após o fundador sentir necessidade de fazer com que seu filho avançasse nos estudos. Porém, como trabalhava o dia inteiro, desenvolveu uma maneira para que o filho pudesse estudarindependente. Aprimorado ao longo dos anos, o Kumonpropõe estimularo raciocínio lógico, a capacidade de leitura, a concentração ea autoestima, além de desenvolver a habilidade acadêmica. O material didático é dividido em estágios, fazendo com que a complexidade aumente gradualmente.Porém,o aluno só avança para o próximo conteúdo quando consegue entendero que é proposto. “Os assuntos não assimilados são revistos, pois o objetivo é desenvolver um aprendizado sem lacunas”, diz Mariana Bruno Chaves, chefe do Departamento de

Desenvolvimento de Material Didático de Língua Pátria do Kumon. Os conteúdos fornecidos abordam temas que vão desde a pré-escola até a universidade. Cada aluno deve realizar os exercícios por si só, com as intervenções necessárias do orientador, que o observa e fornece dicas quando necessário para que ele adquira conhecimento por conta própria e, assim, consiga avançar para conteúdos além de sua respectiva série escolar. “A aplicação do material didático é feita de forma individualizada, respeitando o ritmo de aprendizado e as características de cada aluno”, explica Mariana. Os alunos frequentam a unidade duas vezes por semana. “Os estudantes têm um cronograma de estudos, com lições que envolvem aproximadamente 30 minutos de dedicação diária, mesmo em casa”, comenta Mariana. A educadorareforça ainda que o papel dos pais é muito importante nesse processo, acompanhando e estimulando os filhos na conclusão das atividades fora da sala de aula, pois o principal objetivo do método é tornar o aluno autodidata e, consequentemente, fazer com que ele crie o hábito de estudar e adquira gosto por esta atividade. Quer saber mais? Acesse www.kumon.com.br .

KUMON UNIDADE SÃO LEOPOLDO Rua São Joaquim, 611, Loja 3, Centro – Fone: 3107-8470 Facebook.com/Kumon


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Raoni Forian Professor Diretor da Soneto Escola de Música

Os primeiros passos para apreciar e descobrir a música A musicalização tem como objetivo dar uma inicialização na área musical para alunos de 3 a 10 anos de idade com aulas em grupo. É através de brincadeiras com o foco na música em geral que os alunos aprendem sobre música, melodia, harmonia e ritmos. O grupo participa de apresentações e visita outras escolas com o intuito de incentivar crianças da mesma faixa etária a entrarem nesse universo musical. O aluno tem contato com todos instrumentos, para assim o professor descobrir qual instrumento o aluno tem mais afinidade. É recomendado começar pela musicalização, porque é ali que o aluno tem os primeiros passos e contatos com os mais diversos instrumentos, trabalhanado sempre com grupo com uma didática totalmente voltada para o aprendizado musical, onde o aluno aprende brincando. Vários alunos fizeram musicalização por um tempo e já estão fazendo aulas individuais de algum instrumento, seja de bateria, violão, violino e canto coral.

NA VOLTA DA ESCOLA Faça sol, faça chuva, o percurso é o mesmo do pai e da filha.

Por que musicalizar?

A musicalização, além de transformar as crianças em indivíduos que usam os sons musicais, permite que o aluno crie e aprecie música e, finalmente, se expanda por meio da música, além de auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento da:

- Socialização; - Alfabetização; - Inteligência; - Capacidade inventiva; - Expressividade; - Coordenação motora e tato fino; - Percepção sonora; - Percepção espacial; - Raciocínio lógico e matemático; - Estética.


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Fabiane Alexandra Kich Especialista em ensino e aprendizagem de língua estrangeira

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Alemão como opção de segunda língua e a influência do dialeto

ivemos num mundo globalizado, marcado por rápidas transformações tecnológicas. Em meio a essas transformações, culturas e tradições vão se perdendo. Muitas famílias na região sul do Brasil, descendentes de alemães, ensinaram sua língua para seus filhos. Nos dias atuais, as gerações mais recentes sabem cada vez menos desse idioma e de suas raízes. Pesquisadores falam sobre uma série de períodos sensíveis para diferentes habilidades. Crianças menores conseguem alcançar níveis mais altos de fluência. Elas também parecem ter uma clara vantagem quanto ao sotaque. Contudo, crianças não têm vantagens sobre os mais velhos, como, por exemplo, na escrita. Os bilíngues precoces (que aprendem duas línguas desde cedo e ao mesmo tempo) fazem menos esforço, usam a intuição e imitam o que veem. Os bilíngues tardios (que aprendem a língua com certa idade) podem chegar ao nível do precoce através de habilidades cognitivas, com muita motivação, estudo e contato com a língua em uma imersão. Crianças bilíngues chegam ao mesmo nível linguístico no mesmo tempo que crianças monolíngues. Assim, afirmações do tipo “o Hunsrück atrapalha a aprendizagem do português” são um mito. Quando aprendemos mais de um idioma é normal que os misturemos, mas essa fase passa assim que a pessoa se torna fluente. Os cérebros de pessoas bilíngues funcionam de forma diferente do que os daquelas que falam apenas uma língua, e essas diferenças oferecem vários benefícios mentais. A inteligência e a memória tornam-se melhores, aumenta a capacidade de percepção e de gerenciar várias

tarefas ao mesmo tempo. Além disso, a escolha da língua alemã oferece potencial vantagens para alunos que possuem determinado nível de proficiência, ou que buscarão cursos de qualidade e bolsas de estudos em escolas especializadas. O IFPA (Instituto de Formação Profissional Administrativa) é uma escola profissionalizante alemã que oferece uma formação internacional nos cursos de Administração, Logística, Secretariado e Seguros. É resultado de uma parceria de 1982 entre o Colégio Humboldt (São Paulo), o Consulado Geral da Alemanha no Brasil e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Algumas empresas parceiras são Bayer, BASF, Mercedes Benz, Volkswagen, Dr. Oetker e Stihl. O IFPLA (Instituto de Formação de Professores de Língua Alemã) é uma instituição mantida pela Associação Evangélica de Ensino de Ivoti, que forma há 38 anos professores de alemão e português para escolas de todo o país. O IFPLA oferece, com recursos do governo da República Federal da Alemanha, 16 bolsas anuais que cobrem integralmente os custos das mensalidades. Então, porque não aproveitar seus conhecimentos para investir num futuro promissor?


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Cecilia C. P. Dhein Fonoaudióloga | CRFa 9712-RS

V NO ESCORREGADOR: Os colegas da EEI Aquarelar e amigos (de cima para baixo) Davi Konzen,3, Arthur Ely da Silva, 3, Lucas Santos de Lima, 3, e Oliver, 3, se divertindo em pracinha do Travessão, em Dois Irmãos.

Seu filho está falando corretamente?

ocê já parou para pensar a respeito da fala do seu filho? Está sabendo se expressar? Tem uma quantidade de palavras adequadas para sua idade? Não faz uso de fala infantilizada para conseguir o que quer? Faz uso de gestos ou um único som para demonstrar o que deseja e você alcança? Será que ele/ela está ouvindo direito? Enfim, este é um tema bastante comum a rotina de qualquer família com crianças, mas que muitas vezes passa despercebido e pode ser o “alarme” de outras coisas que estejam acontecendo. O desenvolvimento da fala e da linguagem necessita da participação de diversas outras funções, como, por exemplo, a audição, que vai fornecer a base para o início da fala, que ocorre por imitação dos sons que são ouvidos. Com o decorrer do crescimento da criança, os músculos da face e da língua desempenham papel crucial e devem estar preparados para isso através da alimentação com diversas consistências funcionando como uma “academia” para estes músculos. Além disso, algumas alterações na fala estão diretamente ligadas ao frênulo lingual encurtado. Somos uma criação muito complexa, que tem engrenagens bastante específicas, e através da atuação de diversos sistemas conseguimos alcançar o resultado final que é o desempenho de uma comunicação efetiva. Fique atento ao desenvolvimento do seu filho, percebendo algo inadequado, busque avaliação de um Fonoaudiólogo o mais precoce possível, antes que essas alterações acabem desencadeando outros prejuízos, na fala e atrasos na escola.


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Daniela Ballardin Fisioterapeuta (CREFITO – 132.398 F)

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O Método Pilates e seus benefícios

ilates é dito um método de exercício físico que trabalha “a mente, o corpo e o espírito”. Foi inventado pelo alemão Joseph Pilates, na qual o próprio nome originou este método. Atualmente está difundido pelo Brasil e pelo mundo, considerado como o exercício completo, trazendo bem-estar e saúde àqueles que praticam. É formado pela junção de várias práticas esportivas; desde as artes marciais até a yoga e meditação. O Pilates foi oriundo no momento da guerra, na Inglaterra, para a recuperação funcional daqueles que sofreram alguma mutilação. Hoje, é reconhecido tanto para o bem-estar/fitness como para a recuperação de alguma lesão, assim como, para tratamento de alguma patologia e/ou cirurgia da coluna vertebral. A prática consiste em 6 princípios básicos que são os responsáveis por todos os benefícios que lhe é proporcionado: respiração, concentração, coordenação, precisão, centralização (power house) e flexibilidade. Como trabalha o corpo e a mente, a pessoa que pratica deve manter-se concentrada no que está fazendo, concentrada no seu corpo (consciência corporal), isto é a

contrologia que o método exige. O controle do seu corpo e sua mente no que está fazendo garante relaxamento, alívio do estresse e até mesmo a diminuição da ansiedade. Pode ser praticado desde crianças até idosos, e até mesmo gestantes; tanto para reabilitar alguma lesão física como condicionamento físico para atletas. O Método Pilates consiste na utilização de aparelhos, uso de Bolas suícas e o Mat (pilates solo).

Os benefícios para quem pratica são:

* tonificação muscular, fortalece músculos mais profundos do corpo; * melhora da postura corporal; * melhora o equilíbrio, a coordenação e consciência corporal; * exercícios que trabalham do corpo como um todo; * melhora o alongamento muscular e flexibilidade corporal; * melhora a autoestima; * traz alívio de tensões, estresses e dores crônicas; * estimula o sistema circulatório e linfático e * são exercícios sem impacto para as articulações.

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Abril/Maio-2016

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Michele Koch Cirurgiã-dentista (CRO/15333)

Diferentes formas de substituição de dentes naturais

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té alguns anos, ao se perder dentes naturais, tinha-se poucas opções para a sua substituição. Hoje temos uma quantidade bastante razoável de formas que vão desde as próteses removíveis, passando por próteses fixas e chegando nos modernos implantes. A forma mais simples de substituição de dentes é a prótese removível, seja ela total ou parcial. A prótese total é confeccionada toda em acrílico e é feita quando o paciente perde todos os dentes naturais. Ao ser confeccionada, deve levar alguns aspectos em consideração, como idade do paciente, formato do rosto, tipo físico, entre outros, para que o resultado final seja harmonioso. A prótese parcial substitui parcialmente os dentes perdidos e é feita com uma estrutura de metal e acrílico. É bastante importante que os dentes remanescentes em boca estejam em perfeito estado, já que esta prótese fica apoiada em dentes naturais. A prótese fixa substitui um ou mais dentes.

Elas são confeccionadas sobre os dentes ou sobre pinos instalados dentro do conduto de dentes que já passaram por tratamento de canal. Para instalar próteses fixas sobre dentes, estes devem sofrer uma pequena redução do seu tamanho, para que então a prótese seja “encaixada” por cima. Os implantes dentários, por sua vez, podem substituir um ou todos os dentes perdidos. Existem alternativas para se fixar próteses totais que ficam muito soltas, sem fixá-las totalmente (overdenture) ou até mesmo fixá-las em definitivo (protocolo) O implante unitário ou de alguns elementos dentários é a maneira mais conservadora de substituir dentes perdidos, já que para a fixação de implantes não se necessita apoiar em dentes naturais. Cada caso deve ser avaliado individualmente e uma série de itens devem ser levados em consideração na escolha do melhor método para a pessoa. É imprescindível que um exame minucioso de toda a boca e tecidos de suporte seja feito para decidir-se o melhor tratamento.

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Abril/Maio-2016

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Daniela Vieira Roehe

Oftalmologista; Médica do Corpo Clínico do Hospital Banco de Olhos e do Hospital Ernesto Dorneles; Professora em glaucoma no programa de residência médica em oftalmologia do HBO-POA

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O que é glaucoma?

Semana Mundial do Glaucoma ocorre de 6 a 12 de março, quando são feitas campanhas para a prevenção e tratamento do glaucoma em todo o mundo. Em homenagem a esta campanha, resolvemos publicar aqui informações sobre essa doença ocular, capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 80% dos glaucomas não apresentam sintomas no início da doença. É uma doença crônica que não tem cura, mas, na maioria dos casos, pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. Estudos demonstram que a pressão intra-ocular normal é entre 10 e 21,5 mmHg, mas sabemos que cada paciente responde diferente a mesmos níveis de pressão. Há pacientes que apresentam glaucoma com pressão baixa e outros com pressão alta. Portanto, cada paciente tem a sua pressão ideal, que deve ser definida por seu oftalmologista. Para saber se você tem a doença, consulte seu oftalmologista regularmente. Durante a consulta, ele fará ou solicitará diversos exames que poderão diagnosticar o glaucoma, tais como: exame do fundo do olho, medida da pressão intraocular e exame de campo visual. Tonometria é o nome dado ao exame indolor que mede a pressão de dentro do olho. Paquimetria é a medida da espessura da córnea. É importante porque alterações em sua espessura falseiam o resultado da medida da pressão intra-ocular. O teste de sobrecarga hídrica é um exame no qual o paciente ingere grande quantidade

de líquidos e, em seguida, mede-se a pressão dentro do olho para ver se a alteração é normal ou não. Outros exames, como a Campimetria e a Papilografia, também são necessários para o diagnóstico para o acompanhamento da doença. O glaucoma deve ser prevenido desde o nascimento, especialmente em famílias de portadores de glaucoma. Outros fatores de risco são: idade acima de 40 anos, raça negra, usuário crônico de colírios com corticóide, portadores de doenças sistêmicas, como diabetes, labirintite, surdez. O tratamento ideal é aquele que melhor proporciona controle da doença, ou seja, ausência de progressão. Pode ser feito através de colírios, laser ou cirurgias. A maioria dos pacientes obtêm bom controle da pressão dos olhos somente com o uso regular de colírios. Apenas alguns casos evoluem com necessidade de realização de cirurgia antiglaucomatosa. As cirurgias visam impedir a progressão da doença na tentativa de manter a visão, mas não a curam. A mais comum é a trabeculectomia, onde se abre um novo caminho para a drenagem de um líquido, chamado humor aquoso. É possível também a cirurgia à laser e o implante de drenagem. Existe também o implante de um dispositivo valvulado e a ciclodestruição. O acompanhamento deve ser o mais individualizado possível e depende do paciente, da agressividade da doença e da fidelidade do paciente ao tratamento entre outros fatores. Vale reforçar: o melhor tratamento ainda é a prevenção!


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Abril/Maio-2016

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Cíntia Fink

Administradora de Empresas

Como eliminar odores de cigarro e urina de mascotes

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dores de cigarro são terrivelmente persistentes. A composição da fumaça e dos resíduos do cigarro, além de cheiro marcante e característico, tem a propriedade de impregnar ambientes e superfícies porosas (como tecidos) de tal forma, que limpeza e produtos convencionais em geral até pioram o quadro. Mascará-lo ao invés de neutralizá-lo por completo pode dificultar, inclusive, uma posterior correção de higienização, deixando este mau odor fixado no ambiente ou superfície. Outro odor forte e muito inconveniente é o de urina...principalmente a urina de nossos mascotes. Eles são nossos amigos, fazem parte da família. Mas você sabe bem: um minuto de descuido e seu parceiro decide que seu sofá ou tapete é o perfeito local para aliviar-se... Você limpa e limpa, mas, afinal, não consegue eliminar o cheiro nem a mancha ocasionada. Cães são por natureza territorialistas, e marcam seu ambiente, urinando. Gatos tendem a preferir áreas mais calmas e tranquilas, ou seja, buscam cantos e esquinas de pouca circulação. Acostumá-los a locais fixos e fáceis de limpar às vezes tornase tarefa difícil e inevitavelmente sua mascote procurará um local alternativo, de acordo aos seus instintos.

A eliminação de odores advindos de mascotes requerem procedimentos específicos. Mesmo entre cães e gatos há diferenças. Produtos químicos convencionais não removem o odor, somente o disfarçam. O resultado é a volta do mau odor em poucos dias. Além disto, da perspectiva de sua mascote, este local segue “marcado” para uma nova atuação.

COMO ELIMINAR?

Para eliminação permanente destes tipos de odores, tanto de cigarro quanto de urina de mascotes e também outros tipos de odores, como vômito, leite azedo e outros resíduos orgânicos, há combinação de diferentes tecnologias que vai desde o uso de equipamentos de detecção de áreas atacadas (pois muitas vezes sente-se o odor, mas não se identifica exatamente a origem do mesmo), a biodegradação dos compostos da urina e nicotina pelo uso de óleos essenciais até o uso de maquinário específico para extração do odor e dos resíduos da sujidade. Cada caso é um caso! Procure uma empresa de serviços com vasta experiência e elimine os odores mais difíceis. Pois a desodorização com a higienização é sinônimo de SAÚDE, BEM ESTAR E CONFORTO.


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João Senger Médico Geriatra

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E quando ficarmos muito velhos?

ste é o novo grande desafio da medicina e, principalmente, da geriatria. Darmos qualidade de vida aos muito idosos, que em inglês chama-se de “the oldest old”. São aqueles indivíduos com mais de 85 anos, uma nova parcela da população que vêm crescendo rapidamente e temos poucas informações sobre eles, pois até pouco tempo atrás eram muito poucos que conseguiam chegar lá. Assim, teremos que aprender rapidamente sobre eles, sobre seu organismo, suas enfermidades e tratamento. Pois nossa função é aumentar a longevidade com qualidade de vida. Apenas aumentarmos a longevidade são dados estatísticos que servem para mostrar o grau de desenvolvimento de um país, e complicar o sistema de saúde e previdência. Mas, estes anos a mais que estamos agregando às pessoas necessariamente precisam vir acompanhados de qualidade. Estas pessoas geralmente são frágeis, com dificuldade em níveis simples de habilidades, deitar e levantar da cama, tomar banho, vestir-se e caminhar. Isso tem como causa a dificuldade de mobilidade, a perda de massa muscular e óssea, anemia, dor, depressão, uso inadequado de medicações, dificuldade de equilíbrio e quedas. Muitos destes sinais e sintomas estão ligados à dificuldade de aceitação das limitações que o envelhecimento traz, dificuldades nutricionais (por falta de absorção dos alimentos e alimentação inadequada), perda de massa muscular e acúmulo de enfermidades, este um grande diferencial do paciente idoso, pois, em média, eles apresentam 4 enfermidades, o que leva ao uso excessivo de medicações. A perda de massa muscular é uma

característica do envelhecimento. A partir dos 30 anos começamos a perder células em nosso corpo, portanto, começamos a envelhecer. Esta perda é lenta, mas, quando estamos falando de pessoas que irão viver mais de 85 anos, elas farão muita diferença e levarão às perdas de função, seja cerebral, cardíaca, de movimentos etc. Uma das características importantes após os 30 anos é que existe uma perda de massa muscular, mas que será substituída por gordura, assim vamos nos tornando mais flácidos, perdendo força muscular e nossa escultura corporal. Exemplo clássico é dos atletas, que na sua grande maioria apresentam dificuldades de se manterem em atividade após os 30 anos. Uma das maneiras de amenizarmos estas alterações é a pratica de exercícios, pois, com eles, retardamos a perda muscular, em alguns casos existe, inclusive, ganho e diminuímos a perda de massa óssea (osteoporose). Seria como se fizéssemos uma poupança de músculos e ossos, para após termos o bastante, que possibilite perdermos e ainda mantermos nossas funções adequadamente. Existem outras maneiras de prevenção, mas que devem ser prescritas pelo médico para cada pessoa, pois temos características diferentes, que devem ser avaliadas individualmente.


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Vicente Fleck Advogado

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Adicional de 25% na Aposentadoria

lei 8.213/91, que trata sobre as aposentadorias e demais benefícios previdenciários traz em seu artigo 45 que: “O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).”. Na prática, toda a pessoa que se aposentar por invalidez em razão de Alzheimer, derrame cerebral, paralisia motora ou outra doença que necessite da ajuda de outra pessoa terá direito a sua aposentadoria e mais um acréscimo de 25%. Porém, havia uma grave injustiça em se conceder este acréscimo apenas para quem se aposentasse por invalidez. Por exemplo, uma pessoa que trabalhasse por um dia, sofresse um acidente e necessitasse da ajuda de outra pessoa receberia a sua aposentadoria acrescida do adicional de 25%. Entretanto, um trabalhador que contribuísse por 35 anos e após se aposentar sofresse um acidente em que necessitasse do mesmo auxílio não teria o mesmo direito, pois não se aposentou

por invalidez. A desigualdade de tratamento levou a Turma Nacional de Uniformização a julgar procedente o pedido para estender o adicional a todas as aposentadorias, assim, todo o aposentado que vier a necessitar de ajuda permanente de outra pessoa terá direito ao adicional, ainda que essa condição se dê após a aposentadoria. Segundo o Tribunal, pelo Princípio da Isonomia e pela Assistência, a pessoa com deficiência o acréscimo deve ser pago a todas as aposentadorias, uma vez que seria um tratamento desigual pagar este acréscimo somente a quem se aposentou por invalidez e não ao trabalhador que contribuiu por muitos anos ao INSS e acima de tudo também necessita da mesma assistência financeira para a sua sobrevivência. Importante destacar que até o momento este acréscimo não está sendo concedido pelo INSS a quem se aposentou por tempo de contribuição ou por idade, devendo ser ajuizado um processo na Justiça para se conseguir este acréscimo.

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Abril/Maio-2016

Paola Roos Braun Advogada | OAB/RS 63.876 Mestre em Direito

Novas regras para cobrança de pensões alimentícias

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21 Juliana de Jesus

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Novo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) entrou em vigor em 18 de março de 2016, em substituição ao Código anterior, que já contava com 42 anos de vigência. A nova lei processual traz importantes modificações no âmbito das pensões alimentícias com o objetivo de dar mais garantias para que o menor tenha seu direito de pensão resguardado. Seguem as principais modificações:

devedor de pagar as pensões atrasadas. Ele será separado dos presos comuns e ficará com outros que têm pena semelhante à sua. Assim que quitar a dívida, será solto. Como no sistema anterior, a dívida alimentar que autoriza o decreto de prisão civil do genitor devedor é o que compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da demanda judicial.

Nome sujo:

Há possibilidade de desconto na folha de pagamento de pensões atrasadas. Poderá ser descontado até 50% do valor total da folha. Ou seja, se o responsável paga 30% por mês do valor do salário em pensão alimentícia, poderá ter descontado mais 20% para quitar dívidas de meses anteriores, o que não era possível na lei anterior. Essas regras são aplicáveis tanto à sentenças judiciais, acordos feitos em processos judiciais de pensão alimentícia, quanto aos acordos extrajudiciais, envolvendo o direito à alimentos (acordo oriundo de mediação, por exemplo). É importante que os responsáveis legais por menores que estão com pagamentos atrasados procurarem advogados e defensores para buscar orientações.

O não pagamento pode levar o devedor a ter o nome incluído no banco de dados do SPC e do Serasa. Com um mês de atraso da pensão, já pode ser solicitado ao juiz a abertura de um protesto judicial. Se o devedor, no prazo de três dias, não efetuar o pagamento, não provar que o fez e não apresentar justificativa da impossibilidade de pagar, terá seu nome atrelado aos órgãos de proteção ao crédito. Isso ocorre antes mesmo da prisão. Com isso, não é mais possível ao devedor fazer nenhum tipo de financiamento ou compra a prazo.

Prisão em regime fechado:

A partir de um mês de atraso da pensão, o juiz já pode receber pedido de prisão. Se efetivada, a prisão será em regime fechado e não irá eximir o

Desconto da dívida em folha:


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Muriel Dilly Arquiteta e Urbanista

Planejando seu futuro

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desejo de aquisição da casa própria ou apartamento é uma realidade que permanece desde os tempos passados, sendo um momento onde as pessoas

almejam um espaço com sua própria identidade para passar a viver. Esta não é uma tarefa fácil, pois envolve diversas variáveis como o desejo dos proprietários, a disponibilidade de recursos financeiros e também a necessidade de envolvimento direto de profissionais competentes e habilitados para tornar o seu sonho em realidade. Com uma configuração familiar que apresenta uma quantidade menor de filhos, as famílias vêm optando por menos dormitórios e espaços mais amplos de convivência para receber amigos e familiares. Nesse contexto, é claro, a churrasqueira nunca pode faltar! As metragens quadradas passaram a ser mais enxutas em função do elevado custo que despende uma construção. Ao mesmo tempo, passa a ser tendência a integração de ambientes, que amplia os espaços e cria maior convívio entre todos da casa. Também passou a ser recorrente a opção por vagas de estacionamento para dois ou mais veículos. Os formatos e modelos residenciais podem variar com os mais diversos gostos. De acordo com o conceito da casa, você pode optar por diferentes tipos de telhado, esquadrias e revestimentos, que apresentam variedades de materiais, cores e texturas. Antes de tomar qualquer atitude, o ideal é procurar um

EM GESTAÇÃO: Registro da mãe Lorena Lelis, de Ivoti, durante a gestação de Isadora, que nasceu há 3 meses

arquiteto experiente que possa viabilizar a concretização do seu sonho de acordo com suas disponibilidades financeiras. Com a ajuda de bons profissionais, seu projeto será bem elaborado, você evitará surpresas indesejáveis e conseguirá curtir cada etapa da sua obra. Afinal, ser feliz é morar bem!


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Falar sobre a morte faz bem para a alma Por Sandra Hess

Sandra Hess/MF

“A palavra é ‘morte’ quando precisamos explicar uma perda para uma criança. Não existe outra definição para isso, nem ‘viagem’, nem ‘descanso’, ou ‘foi para o céu’”, afirmou a doutora e mestre em Perdas e Luto, psicóloga clínica Elaine Gomes dos Reis Alves, na noite de 18 de março, no auditório do Jardim da Memória, em Novo Hamburgo. A criança é concreto: do contrário, ela pode ter medo de dormir, descansar ou viajar porque foi assim que descreveram a morte de alguém. A pós-doutoranda em Emergências e Desastres pelo Instituto de Psicologia da USP conversa sobre luto em 5 módulos até julho, durante curso de extensão organizado pelo Núcleo de Apoio Psicológico – NAP, Curso de Psicologia da Faculdade IENH e Jardim da Memória. A Revista MultiFamília acompanhou o primeiro encontro, “Falando de Morte com a Criança” (foto). Nem morbidez, nem loucura, a proposta é focar na saúde e bem-estar e estar preparado para viver o luto ou ajudar a quem perde uma pessoa querida.

LUTO DE UM ANO?

“A tristeza precisa ser expressa. Não mediquem a tristeza”, declarou Elaine, ao lembrar que luto é um importante ritual de despedida. “Se há vínculo, há luto. Por isso, é preciso pensar como se organizar para aprender a viver sem a pessoa. É um processo com começo e meio. Hoje, dizemos que não tem fim”, afirmou. Segundo a psicológa, o luto pode vir acompanhado de diferentes fases: a negação, raiva, inveja, tristeza, depressão e aceitação. “Essa é a pior emoção que se tem em vida”, falou, algo que cada um experimenta, em média, de 4 a 6 vezes. Há tempo para curar o luto? De acordo com Elaine, não. A dor diminui, mas a falta está presente. Muitos acham importante se desfazer de todas as roupas, fotografias e demais pertences. “Mas a lembrança é fundamental. Garanto que a pessoa se arrepende se não conserva algumas coisas consigo. No caso de uma mãe gestante que perde o bebê, não esvaziem o quarto”, reforçou. Com um auditório lotado, o Nap Núcleo de Apoio Psicólogico abriu a programação de eventos de 2016 com a palestra “Para descomplicar a vida e potencializar a felicidade”, da psicóloga Cris Manfro na noite de quintafeira, 10 de março, em Novo Hamburgo.


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