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Out�bro/Novembro-2018
Out�bro/Novembro-2018 Marcos Antonio Kroeff
Pequisador Autor do livro “Revirando Arquivos”
Revirando...
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eus escritos nestes últimos 50 anos, alguns deles, foram reunidos pela Z Multi Editora, e transformados em livro. Por lá hão de encontrar observações, vivências, olhares, enfim memórias. Sem pretensões literárias, meus registros pipocaram em vários órgãos de imprensa, principalmente nos últimos anos nas páginas do jornal “O Minuano”. A todos que me acolheram ao longo destes anos, sou grato. Como tudo que é publicado em jornais nem sempre é guardado, tirei dos meus arquivos e recortes os textos que no livro serão mais perenes. Por ocasião da minha pesquisa (1982) saiu “De ano em ano, de pedra em pedra, uma história de todos nós” onde narramos os 90 anos do Grêmio Atiradores Novo Hamburgo. Na oportunidade dediquei este trabalho: (Para a novíssima geração, a quem a vertiginosidade da época não transfere nem memórias, nem lembranças)... Agora dedico “ás minhas netas Mariana, Guilhermina e Helena, construtoras cada uma de suas trajetórias. Que com estes subsídios não esqueçam seus antepassados”.
Revista MultiFamília é uma publicação da: Ano 3 - Número 19 - Out + Nov/2018 ISSN 2447631-5 Circulação: Bimestral - 4.000 exemplares Distribuição: Gratuita
Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860) Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862) Impressão: BT Indústria Gráfica Capa: Claudia Utzig Faça contato: 51-99961-4410 |contato@zmultieditora.com.br
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Out�bro/Novembro-2018 Luiz Mateus Pacheco
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A Momo e os desafios do terror
ão faz muito tempo, fomos brindados com o desafio da baleia azul – jogo de nome infantil, mas que não tinha nada de inocente. Desta vez, é o desafio da Momo que chama a atenção. E ele já fez vítimas. Mas, afinal, o que está acontecendo com os nossos jovens? Sempre que algo se repete, sou levado a pensar nisso não como uma ocorrência fortuita do acaso, mas como um produto de nossa sociedade. Se a Momo ou a Baleia se espalham como fogo em palha, isso não é por acaso: alguma coisa nesses desafios fisga nossos jovens. Existe algo aí capaz de atiçar neles o desejo. Mas o que há nesses jogos de terror de tão atraente? Estariam nossos jovens sofrendo de desinformação quanto aos riscos? Não posso supor que seja isso. Todos os dias nossos televisores ou telas das mais variadas formas ou tamanhos transbordam tragédias e violência. Por isso, não deveriam tornar-se mais assustados? Talvez nós, adultos, é que estejamos nos tornando mais temerosos numa taxa exponencial. Fechamos nossas casas, construímos muros e nos guarnecemos com grades e alarmes. Senhas, leitura biométrica e os mais variados apetrechos são instrumentos para guardar aquilo que temos de mais precioso. Do lado de fora, estamos acelerados. Com medo e acelerados. Corremos todos os dias. Trabalho, academia,
Psicólogo do NAP CRP 07/27656
faculdade e eventos que parecem não ter mais fim. Cada vez mais cedo, nossos filhos são incluídos nesse frenético ritmo de vida: creche, aula de dança, natação, arte marcial, língua estrangeira e uma correria que não tem fim. E nossos laços cada vez mais frágeis. Seguimos. E não falamos. Não sofremos. Não podemos aceitar esses sentimentos. Então medicamos. Somente anestesiados para aguentar toda essa pressão. Anestesiamos o sintoma. Se o filho não para ou briga na escola, anestesiamos. E não ouse pensar em negatividade – pensar nisso virou quase um crime na nossa sociedade. Recentemente, caiu em minhas mãos um texto creditado à Bruno Bettelheim, psicanalista famoso pelo trabalho com crianças (e pouco lembrado por ter sobrevivido aos campos de concentração nazistas). Datado de 1966, pareceme extremamente atual. Bettelheim nos lembra que, as partes que negligenciamos no nosso Eu, tem o estranho costume de nos surpreender com sua aparição. Nós temos negligenciado o medo. Temos negligenciado a violência. E, especialmente, temos negligenciado a morte. Fugir disso é correr num círculo que leva ao encontro inevitável. Nossos jovens estão trancados e superprotegidos. Mesmo assim, aventuram-se no risco da morte. Não seriam esses desafios portavozes de algo que estamos negligenciando?
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Ana Lúcia Soares
Terapeuta Ocupacional CREFITO 5 - 1252/TO, Coordenadora Clínica APAE Ivoti, Mestre em Reabilitação e Inclusão
Marilene Alves Lemes
Pedagoga, Coordenadora Pedagógica APAE Ivoti, Doutora em Educação
Marliese Christine S. Godoflite
Fonoaudióloga, Psicopedagoga, Diretora APAE Ivoti, Especialização em Atendimento Educacional Especializado (em curso)
APAE Ivoti: respeito às diferenças
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Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ivoti (APAE Ivoti) encontra-se em seu 39° ano de funcionamento. Fundada em 20 de outubro de 1979, no município de Ivoti, é uma associação civil, filantrópica e tem como missão promover e articular ações na perspectiva da inclusão social de Pessoas com Deficiência, buscando assegurarlhes o exercício da cidadania. A APAE Ivoti mantêm serviços nas áreas de Assistência Social, Saúde e Educação não escolar, voltados para a atenção de pessoas com deficiência nos diferentes ciclos da vida: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Oferece uma série de programas e intervenções profissionais como: Atividades Aquáticas, Educação Física, Estimulação Precoce, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Hidroterapia,
Informática, Marcenaria, Música, Pedagogia, Pet Terapia, Preparação para o Mercado de Trabalho, Psicologia, Serviço Social, Teatro e Terapia Ocupacional. Atualmente, atende a 118 pessoas de Ivoti, Presidente Lucena e São José do Hortêncio, somando 1.487 atendimentos por mês, de 1 a 62 anos de idade, de forma direta ou indireta. Todas famílias envolvidas nos programas, projetos e oficinas visam à emancipação e qualidade de vida dos beneficiários. Os serviços de Estimulação Precoce, Fonoaudiologia e Psicologia, além de atenderem à pessoas com deficiência, também acolhem crianças e adolescentes que apresentam questões que possam interferir em seu processo de desenvolvimento, como alterações de fala, linguagem ou dificuldades comportamentais. Com o objetivo de contribuir para o processo de ensino aprendizagem, a Apae de Ivoti busca proporcionar vivências e experiências aos seus beneficiários, em direção à compreensão das suas próprias trajetórias de vida, respeitando as dimensões da singularidade e da especificidade de cada sujeito.
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Out�bro/Novembro-2018 Pâmela Cristina Alexandre Pschichholz
Psicopedagoga e neuropsicopedagoga clínica do NAP Autora do livro “O menino que não via amigos”
Falar de inclusão é preciso em qualquer idade
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á houve tempo em que se pensava que ter determinadas conversas com crianças era difícil pela falta de maturidade. Hoje já é sabido que, se adaptarmos a linguagem com um vocabulário familiar, a criança vai entender. Falar de inclusão com as crianças não precisa e nem deve ser algo complexo. Precisamos nos desprender das terminologias de difícil compreensão para deixar claro que falamos de convivência, respeito e empatia. Estes valores precisam ser ensinados para serem aprendidos e colocados em prática. Se você não falar para seu filho que “todas as pessoas têm seu jeito de ser, de pensar, de ver, de andar e de falar”, como ele vai aprender a conviver com a diversidade? Estes ensinamentos e exemplos precisam partir dos adultos. Quando falamos de inclusão com a criança, é preciso enfatizar como ela faz o outro se sentir. Bem? Mal? Preocupar-se com as outras pessoas, como elas estão se sentindo e procurar agir para que elas sintam-se felizes, confiantes,
alegres e valorizadas são formas de pensar que tornam as crianças mais tolerantes, respeitosas e empáticas. Antes de justificar o motivo pelo qual aquela criança não fala, não ouve, não anda, não tem mãe, não tem casa ou se não tem o mesmo cabelo que o seu, é preciso que seu filho aprenda que aquilo que ele faz, fala e gesticula produz um efeito: a criança se sente bem ou mal e isso é responsabilidade dele. Como ele gostaria que a outra criança se sentisse? Gostaria de sentir da forma com que ele faz o outro sentir? A empatia faz com que as crianças sejam ativas na responsabilidade social, na solidariedade e na paciência, isso é cultura inclusiva. Falar de diferenças é sensibilizar sobre a inclusão, um movimento de convivência, de garantia de direitos, de possibilidades e de responsabilidades, independente da idade. Pensar de forma inclusiva é possível e necessário. Você já falou com seu filho sobre os sentimentos dele e sobre que sentimentos ele despertou nas outras crianças hoje?
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Kátia Schuster
Professora da Cliff Idiomas; graduada em Publicidade e Propaganda; estudante do Instituto de Formação de Professores de Língua Alemã
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Os diferentes olhares da Educação
era é do conhecimento e da civilização cognitiva. Precisamos aprender a aprender e a criar ambientes de aprendizagem onde o aluno tenha curiosidade e sinta-se apaixonado pela proposta do professor, para que desse modo ele sinta interesse. Sabemos, no entanto que não há receitas prontas, mas os cardápios precisam ser variados, pois nossas salas são múltiplas e heterogêneas, e isso precisa ser respeitado, sendo este somente mais um dos vários desafios do professor. Somos munidos de diferentes olhares, inclusive para como ensinar em sala de aula adaptando-se à educação 3.0*, às metodologias ativas, à interdisciplinaridade, à sala de aula invertida ou ainda, e não menos importante, à sala de aula como laboratório. Transições muito significativas, se considerarmos especialmente os tempos atuais, em que os jovens são bombardeados e influenciados diariamente por novos estímulos. De que forma esse jovem pode ser atraído e sentir-se provocado pelo professor? Como podemos ensinar? Quais são os nossos objetivos? E quais condições oferecer nesse mundo paradoxal? Por isso, uma sala de aula “tradicional” nem sempre é a melhor alternativa. Com dosagem e equilíbrio, as outras
formas de perceber a aula são importantes, pois assim podemos ter mais chances de atingir, instigar, provocar e sensibilizar o nosso aluno para o encontro do desconhecido e tornar nossa proposta mais significativa. Em encontros com colegas e formações continuadas, a crença na docência se renova, e além de proporcionar conhecimento, nos mostra novas chances e perspectivas de equilíbrio para tentar elaborar e aplicar uma aula. Já que “integrar conhecimento significa apreender, disseminar e os transformar” (Fazenda, 2006), para que não fiquemos somente na utopia. É imprescindível não pensar na inviabilidade de todas as novas formas de dar uma aula, envolver um estudante e o transformar em alguém mais autônomo e crítico. Isso abrange fatores que muitas vezes vão além dos muros da escola. Nem todo jovem tem chance de narrar sua história. Mesmo enfrentando dificuldades, tanto sociais quanto pessoais, acreditamos cada vez mais na nossa escolha e no que podemos oferecer aos jovens estudantes. Sabemos que somos muito mais capazes do que nossas simples verbalizações. * Trazer as tecnologias digitais para a sala de aula para estimular a produção e a troca de conhecimentos.
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Out�bro/Novembro-2018 Pronila Krug
Wilson Corrêa Vieira
Professora aposentada e autora do livro “Crônicas da Pronila”
Di schöne Schärme
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i Fraue loofe ofmols in de Sunn ruhm um wolle kheen Schärm uf spanne, un niemand will ach kheen Hut uf de Kopp dhuun. Hait gebs so schöne Fraue Schärme, ehne imma schöne als de andere. Das is awe ach net laich uf de calçada kheen mit ehn Schärm, aubselich mit ehn grosse Schärm un noch im centro wail ehn Reen Schärm muss füll platz hon. Das geb so schöne Schärme di lache ehne ohn. Das geb’re fa di Sun, di Sin foll mit schöne Blume, sin ach Farwiche, un fun Pitz, fun cetim, geb grosse un klenne, fun alle gröeste. Uf de calçada kheen mit ehn Schärm das is ehn Kunst, wail hait gebs fülle Lait woh kheen Platz me mache uf de calçada, di loofe do when di calçada aleen dhenne whea, do is kheen respect me unich de Lait.
As bonitas sombrinhas
Hoje em dia dificilmente tu vê uma senhora com uma sombrinha, muito menos com chapéu. Ultimamente, tem sombrinhas lindas para comprar só que não é fácil andar nas calçadas, principalmente no Centro, ainda mais com guarda-chuva, ele precisa bastante espaço. Muitos acham que usar uma sombrinha é cafona, preferem o sol quente. Conseguimos sombrinhas coloridas que sorriem para nós, que podemos usar para nos proteger do sol, algumas cheias de flores, umas são rendadas, até de cetim tem e ainda diversos tamanhos. Andar na calçada aqui no Centro com sombrinha ou com guarda-chuva é uma façanha, porque algumas pessoas acham que a calçada foi feita só para alguns e que não se precisa dividí-la com mais ninguém, acho isso uma tremenda falta de respeito.
Psicólogo - CRP 07/25933
Que filhos queremos? Que pais/mães seremos?
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eria muito estranho perguntar a um casal que pensa em ter filhos: - que filho vocês almejam ter? E uma resposta parece ser óbvia. Sim, claro, almejamos ter filhos saudáveis, estudiosos, inteligentes, respeitadores etc. E não podemos nos admirar, qualquer pai/mãe, imagino, deve pensar assim pois, afinal trata-se de um filho. Todas as características melhores, desejamos a eles. No entanto, se pensarmos por uma lógica, os filhos são um resultado. Ou não? Vejamos, nós herdamos características genéticas. Porém, temos que refletir sobre uma coisa muito importante. Pensar que, para ter os melhores filhos, precisamos responder uma perguntinha simples: - Que pai preciso ser para ter esse filho idealizado? Primeira coisa, embora não sendo regra definitiva, para ter filho saudável é preciso ser saudável. Outras características dependem de comportamentos do casal no período gestacional. Todo pai/mãe precisa saber que uma gestação problemática, por exemplo com brigas, alcoolismo ou outras drogas, certamente vão contribuir para um filho ser ou não, mais ou menos saudável. Completando, não podemos esquecer de toda influência do meio em que vivemos e daí concordar ou não se os filhos são ou não, um resultado, de que, e de quem? O ARTIGO DE WILSON CORRÊA VIEIRA TEM O PATROCÍNIO DE:
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Ivone Santos
Psicóloga | CRP 07/26515
A fala como cura “Fala é maneira de cura, quem fala confirma o poder da palavra” (BaianaSystem)
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frase citada acima está em meio a uma mixagem, feita pelo grupo BaianaSystem, na música “O Segundo Sol”, gravada pela cantora Cássia Eller. Essa música empresta o nome e é o tema de abertura da novela que passa em horário nobre. No entanto, não é sobre a novela que escrevo, até porque não acompanho, o destaque aqui é sobre esta nobre frase: “Fala é maneira de cura, quem fala confirma o poder da palavra”. Foi a partir do pedido de uma paciente – de que pudesse falar livremente – que Freud criou o método psicanalítico: um tratamento baseado na fala, um tratamento em que o fato de verbalizar, de buscar palavras para expressar o sofrimento, possibilita, se não curá-lo, ao menos ter consciência de sua origem e, sendo assim, a responsabilidade de assumi-lo. O que você tem feito com as suas dores? Muitas pessoas preferem render-se voluntariamente a substâncias químicas a falar de seus sofrimentos mais íntimos. Seja essas substâncias lícitas ou ilícitas. É claro que não estou negando a importância dos medicamentos no tratamento de casos de extremo sofrimento
psíquico. O problema é quando o recurso ao tratamento medicamentoso é eleito como única forma de enfrentar as várias manifestações da dor de viver. Existir neste mundo que impõe velocidade, capacidade de adequação, intolerância à frustração, consumo exacerbado, necessidade de sucesso e felicidade parece ser um desafio presente no cotidiano de cada pessoa. De modo que a busca por alívio imediato para os seus males - sem a disponibilidade de tempo para pensar nas suas mazelas -, passou a ser a nova ordem; assim como o apelo ao prazer imediato. Então, nesse corre-corre, o ser humano se perde, pois já não sabe se essa correria tem a ver com o que busca ou se está detido na “impossibilidade de parar por não saber o que encontrará ao olharse”. Diante disso é que repito a frase: “Fala é maneira de cura, quem fala confirma o poder da palavra”. Não tenho a pretensão de garantir que a fala é a cura de todos os males, mas confio nos efeitos desse tipo de tratamento na vida de cada pessoa. Leia este e outros artigos em:
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Out�bro/Novembro-2018 Nadja Janaina da Silva Pereira
Assistente Social CRESS 4630/10ª; Especialista em Intervenção Sócio-Familiar
Que tamanho tem a sua família? “Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos.” João Cabral de Melo Neto
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omei parte das palavras do poeta brasileiro para ilustrar alguns pensamentos, pois acreditar na família, na coletividade, na construção e fortalecimento de laços de afeto requer entusiasmo, fantasia e poesia. Alguns, menos esperançosos ou talvez mais assustados, temam pelo término ou extinção da família, outros, assim como eu, retomarão o conceito sobre o humano como um ser gregário e encontrarão aí um contraponto para sustentar o desejo pela convivência. O temor, de muitas coisas faz parte do estar aqui, ali ou acolá, inclusive neste momento sóciohistórico que vivemos, o medo possui um viés paralisante, mas precisamos encontrar a outra via, aquela que conjuga verbos como seguir, amar, viver. Os inquietos observarão que muitos foram os movimentos que culminaram na diversidade de estruturas e dinâmicas familiares, restando não o término da família, mas um rompimento com o instituído, com a idealização. A continuidade da família está marcada por relações baseadas nas experiências e necessidades dos sujeitos e assim estão se constituindo diferentes formas de ser e estar no mundo, diferentes formas de ser família.
Na atualidade, o afeto, o amor, a empatia, são sentimentos reconhecidos para além dos pares, extrapolando os laços consanguíneos e as determinações sociais, pois, em meio ao barulho dos dias, muitas são as pessoas que demandam e são demandadas por nós, havendo convivência e a possibilidade da construção de diferentes vínculos. Sentimentos em sintonia, ampliamos nossa rede de pertencimento e nossas crianças em meio à “sapequices” passam a ganhar mais avós, tios, dindos, primos, irmãos e amigos. A perspectiva de finitude já não possui mais força, pois novos laços são estabelecidos e sustentados com um alimento poderoso, o cotidiano. Abraços, sorrisos, gargalhadas, gentilezas e brincadeiras são ações que, compartilhadas, instigam e fortalecem a convivência, sendo possível vivenciálos no parque, no elevador, a caminho da escola ou do trabalho. Atos que se transformam em energia criadora e fortalecer dos laços fraternos, os quais terão o alcance semelhante ao cantar dos galos ao amanhecer e fomentarão manhãs cheias de esperança. Em uma dessas manhãs o programa de televisão ainda abordará a temática família, entretanto a pergunta mais producente será: Que tamanho tem a sua família? E assim terão assunto para muitas e muitas manhãs.
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Josias S. Fontoura
Psicólogo, CRP 07/26.179
Suicídio? – A denúncia do sintoma
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articipando do Polêmicas Contemporâneas (evento trimestral do EBEP-POA), ouvia uma psicanalista falando de nosso objeto de trabalho na psicanálise: o sujeito do inconsciente. Trabalhamos com o infantil – que vem no adulto, ou na criança – e não com a infância, ou adultez, ou terceira idade, ideias mais ao lado de um dimensionamento social. O infantil, seja onde e quando ele apareça, sem necessidade de enquadrá-lo numa faixa etária. Numa lógica semelhante, escutamos o sofrimento do paciente que nos chega na clínica, sem necessidade de enquadrá-lo nas patologias psicológicas (o que não significa recusar o saber médico ou psicológico a respeito do sofrimento), visto que o efeito de tal método iria na direção de angariar uma estatística, ou produzir um encaminhamento, ou resultar numa condução de cura, entre outros. Seja qual for a explicação, está ao lado de uma pressa de concluir, não de substrato para aquele que fala de sua dor. Lacan (1966) introduz na clínica psicanalítica a idéia de tempo lógico, segundo a qual o tempo de compreender (antes do momento de concluir) é singular e não cabe na categorização, nem num
enquadre de tratamento padrão. Por essa via, esse sujeito que nos chega com sofrimento tal que não suporta sua vida, seu corpo, sua inércia, precisa ser escutado a partir do que os efeitos de seu sintoma denunciam de sua história e de seu modo de viver. O sintoma é como um outro lado da condição desejante do sujeito, uma janela pela qual olhar – para si, para o outro. Silenciar o sintoma é sufocar a verdade que ele nos traz. Por isso, precisamos falar (escutar) sobre suicídio, sobre automutilação, sobre depressão. Dar voz à vontade de acabar com a vida, é muitas vezes o único caminho para não continuar em um gozo (vivo) de morte. E uma análise é o lugar mais recomendável para tecer de palavras as sensações, e relançar seus sentidos, abrir com elas novos caminhos. Porque interroga, corta, incomoda. Até causa dor, mas uma “dor de crescimento”, de descoberta.
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Out�bro/Novembro-2018 Débora Schneider
Psicóloga (CRP 07/12539), especialista em Psicologia na Educação e em Psicologia Clínica e Institucional, esquizoanalista e coordenadora do Espaço Vida em Movimento
Aonde anda essa tal de felicidade: LIBERDADE X SEGURANÇA
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que fazer para ser FELIZ? O que não fazer para ser FELIZ? Onde anda essa tal felicidade? Como construir isso? Como ser feliz vivendo em uma sociedade que é marcada pela falta, pela insatisfação, pelas incertezas político, financeira e social? Como não ser capturado por essa lógica que “tempo é dinheiro”? Felicidade ou infelicidade não é um acidente (exceto da doença: depressão). Felicidade é uma escolha: o que eu quero? De quais pessoas vou me afastar e de quais vou me aproximar? Quais coisas quero deixar e quais quero intensificar? O que quero para os próximos anos? Não existe receita! Como saber se estamos felizes? Tudo o que precisamos decidir, gera angústia. Toda escolha implica perda! Implica sair da zona de conforto, pois é preciso abrir mão de algo. Há alguns anos tínhamos 4 canais de TV para escolher o que iríamos assistir. Hoje temos mais de 50, Netflix e achamos pouco. Ficamos inquietos e insatisfeitos sem saber qual programa queremos assistir e achamos poucas opções. Existe um custo sair da zona de conforto. Em crise, saio da inércia. É a ferida narcísica que me faz movimentar. Mudar é muito difícil! Não mudar é fatal! Mas mudar o que e para que? A ambivalência da vida e a felicidade. Bauman traz dois valores essências e indispensáveis para uma vida FELIZ: SEGURANÇA e LIBERDADE! Ele afirma: você não consegue ter felicidade sem um dos dois! Mas como achar o equilíbrio entre os dois? Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um caos. Esse equilíbrio é um desafio constante do viver, pois cada vez que você ganha mais segurança, você entrega um pouco de liberdade. Cada vez que você
ganha mais liberdade, você entrega um pouco de segurança. Conclusão: sempre que temos uma entregamos um pouco da outra! E que você nunca parará de procurar o lugar onde esses dois estarão equilibrados! Há muitas formas de ser feliz! No livro “A arte da vida”, ele cita dois fatores independentes que constituem a vida humana: o DESTINO, que é o apelido que ele dá para as coisas que não temos nenhuma influência! É o que acontece conosco e que não foi causado por nós! Outro, o CARÁTER: algo que podemos mudar, aperfeiçoar; boa parte está sob o seu controle! Vamos pensar um pouco na divisão entre destino e caráter: se nós tivéssemos nascido 20 anos antes do que nascemos, nossas opções seriam diferentes; se tivéssemos nascido em uma favela, nossas opções seriam diferentes; se tivéssemos nascido num bairro muito rico, e por aí vai. Sempre há uma gama de opções provocadas pelo “destino”. Porém, as escolhas são feitas pelo caráter, e como as pessoas são muito diferentes, não dá para ter uma receita para a felicidade! A FELICIDADE É INDIVIDUAL! Bauman nos provoca: qual a relação entre consumo e felicidade? Se a felicidade é individual, como ser feliz numa sociedade capitalista, onde os padrões são impostos? Onde ditam nossos desejos? Para ele os ideais de consumo e vida feliz no mundo capitalista trazem a “insolúvel contradição interna de uma sociedade que estabelece para todos os membros um padrão de felicidade que a maioria destes ‘todos’ é incapaz de alcançar”. Refletirmos sobre os valores que adotamos e escolhermos de fato o que é importante para nós é fundamental para a Felicidade!
Out�bro/Novembro-2018 Muriel Dilly Bohnenberger
Arquiteta e urbanista CAU A69778-8
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Projeto: Muriel Dilly Execução: Faz Arte Móveis
SOLUÇÕES PARA ESPAÇOS PEQUENOS
orar em espaços pequenos pode ser um verdadeiro desafio, mas uma ótima opção para o primeiro apartamento. O foco da pouca metragem é facilmente resolvido com a ajuda de um arquiteto que vai distribuir o mobiliário de acordo com o espaço e aproveitar cada cantinho! Por isso, móveis planejados, revestimentos acertados e truques de decoração que criam a ilusão de amplitude são a solução perfeita para estes espaços. Quanto menor a área, maior o desafio! A vida em poucos metros já é uma tendência, e, nesse cenário, cada centímetro vale ouro.
Os móveis sob medida auxiliam na organização e na otimização do espaço, são desenvolvidos exclusivamente para você e o seu ambiente.
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Os espelhos são sempre lindos e ampliam o seu espaço. A utilização das bancadas americanas setorizam o ambiente sem perder a integração.
Poucos móveis e poucos objetos decorativos ajudam para um visual limpo e organizado.
Utilize cores claras, desobstrua as janelas e abuse da iluminação.
A utilização de nichos e prateleiras sempre auxiliam no décor!
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Out�bro/Novembro-2018 Cecília Pohren Dhein
Arielle Gehm
Engenheira Civil – CREA RS 198259 Especialista em Estruturas e Fundações
Reformar com segurança
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ora de realizar aquela reforma... fazer aquela mudança na casa? Para que seu sonho não vire pesadelo, é necessário ficar atento às normas de segurança. Sempre contrate profissionais que possuem equipes especializadas, com experiência e que sigam as normas de segurança. No mundo da construção civil, onde os acidentes são frequentes, qualquer descuido já pode atrapalhar seus planos. Antes de iniciarem as atividades, os funcionários devem ter em mãos todos os EPIs (equipamento de proteção individual), além de fazer a devida montagem dos EPCs (equipamento de proteção coletiva). A empresa ou pessoa que contrata os trabalhadores é responsável por fornecer os equipamentos mais adequados para o serviço prestado. Sempre que possível verifique se o local de trabalho está apto para que os funcionários trabalhem com eficiência e segurança. Nós brasileiros, temos sempre a mania de dar um “jeitinho” em tudo, mas quando o assunto é segurança, o melhor é agir com cuidado. Uma boa opção é colocar essa condição no contrato, mesmo se for uma obra pequena. Lembre-se, investir em segurança na reforma da casa, resultará em mais eficiência e sucesso na sua obra. “O futuro só chegará se, no presente, a segurança você adotar”.
Fonoaudiologia CRFa 9712
Escutar bem com ajuda de aparelhos auditivos
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durabilidade do seu aparelho auditivo está relacionada diretamente com os cuidados que você tem sobre ele. Com a chegada das estações de calor aumenta a produção de suor e a sílica vai lhe ajudar a diminuir/retirar a umidade do seu aparelho. É um custo muito baixo mas que prolonga a vida útil do seu equipamento. Qualidade de vida é estar saudável e rodeado de pessoas que nos fazem bem! Para manter este vínculo é importante ouvir bem, participando das rodas de conversa, interagindo com o que está acontecendo ao seu redor. Por isso investir em um aparelho auditivo de qualidade é garantir a manutenção dos relacionamentos sociais e familiares, e com isso espantar a solidão. Percebe dificuldade de ouvir ou de entender o que as pessoas falam? Teve algum acontecimento (acidente, infecção de ouvido, otite) e percebeu mudança na sua audição? Não deixe passar em branco, faça uma audiometria para pesquisar o que está acontecendo.
Out�bro/Novembro-2018 Claudete Kunst
Psicóloga Especialista CRP 07/27438
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Lazer
azer é a ocupação à qual podemos nos entregar de livre e espontânea vontade, com finalidade de liberar a fadiga, reparar desgastes físicos, mentais e emocionais. Necessitamos de lazer na vida cotidiana de tensões e pressões dos afazeres diários. Relacionada a saúde mental o lazer transmite sensações e prazeres que liberam serotonina e dopamina fundamentais para o bom funcionamento do cérebro e todo organismo. O sistema imunológico está atrelado a neuroquímica e seu desequilíbrio desenvolve sintomas físicos e causa doenças como depressão e ansiedade. Por isso, o lazer é fundamental para busca por uma compensação por meio do divertimento, repouso, atividades socializantes, etc. Sabemos que os recursos financeiros e falta de tempo torna a prática do lazer limitada. A realização de atividades de lazer pode ser desenvolvida em espaços públicos como praças, parques, eventos socioculturais, turismo, cinema, teatro, museus, pescaria, motociclismo, ciclismo, atividade esportiva, roda de chimarrão, etc. O lazer potencializa à convivência e novas trocas sociais, desenvolve a personalidade e através de agrupamentos recreativos permite novas aprendizagens trabalhando a razão e sensibilidade. Que tal pesquisar o que sua cidade oferece aos cidadãos para o lazer e usufrua das oportunidades de promover qualidade de vida.
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Out�bro/Novembro-2018 Luis Alexandre Cerveira Professor Faculdade IENH
O Futuro e seus desafios
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ntre os dias 08 e 10 de outubro a Faculdade IENH promoveu o Simpósio Futurismo: Gestão, Comportamento e Tecnologia. Nesses três dias palestrantes do Brasil e exterior, das mais variadas áreas do conhecimento – desde Administração de Empresas até Psicologia, passando por áreas da tecnologia da informação e comunicação- se dedicaram a pensar sobre os desafios que o futuro nos reserva. Na primeira noite o gerente de desenvolvimento da SAP Fábio Serrano, com formação na área de tecnologia e inovação, dedicou-se ao tema da empregabilidade nos próximos anos. A formação de qualidade, a atenção as novas necessidades que surgem a cada dia e a adaptabilidade diante de novos cenários foram tratados pelo palestrante. Nessa mesma noite graduandos da faculdade IENH e cursos técnicos mostraram resultados de suas pesquisas nas áreas de Psicologia, Administração de Empresas e Tecnologia. O NAP ( Núcleo de Atendimento Psicológico ) mostrou que de alguma forma o futuro já chegou. Apresentou aos presentes seu sistema de Realidade Virtual para tratamento de Fobias. As pessoas puderam experimentar os óculos de Realidade Virtual e
receberam explicações de como são utilizados como importante ferramenta de tratamento. Na segunda noite o Doutorando da Universidade de Salamanca – Espanha, Carlos Eduardo Jijena Michel, mostrou resultados de suas pesquisas sobre a importância do altruísmo como estratégia de gestão de equipes. Na mesma noite a doutora em comunicação pela PUC Rosângela Florczak trabalhou a importância de ações na contenção de crises no mundo virtual que acabam influenciando fortemente na vida de pessoas e instituições. Fechando a semana de muita aprendizagem mais duas palestras. O especialista em vendas e tecnologia da informação Marcelo Noronha abordou o tema mais que presente de um presente e futuro em que somos mapeados por algoritmos. Nossas vidas e gostos transformados em equações que depois são usadas para “prever” ou produzir nossos desejos. Em seguida o Pós-doutor, escritor e professor da USP Cristian Dunker abordou brilhantemente o tema “Subjetividade digital e o desejo em rede”. O palestrante abordou temas relativos a nosso comportamento nas redes sociais, como e porque nos comportamos de tal forma e como isso influencia nossas vidas no “mundo real”.
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Talita Camargo Raimundo Educadora Física
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Mitos e verdades no treinamento físico funcional urante um bom tempo o Treinamento
quem busca apenas uma atividade física como
Funcional era desconhecido. Hoje em
forma de fugir do sedentarismo ou melhorar
dia ele já está difundido e com vários
seu condicionamento físico. Os benefícios
estudos aprofundados. Decidi escrever um pouco
são vários: melhora da coordenação motora,
sobre dúvidas que apareceram nos treinos:
condicionamento físico e equilíbrio; diminuição
O treinamento é sempre individualizado? VERDADE. Para ser considerado funcional, o treinamento precisa se adaptar à sua rotina: o
do tempo de resposta a um estímulo; estímulo da função motora global. Treinamento funcional é só com o peso
ideal é que cada treino seja construído de forma
do corpo. MITO. Algumas estratégias do
individual.
treinamento de força se utilizam do peso
É possível fazer treinos funcionais de força/
corporal. Dependendo do volume e intensidade
hipertrofia? VERDADE. Há um mito de que os
de ambos é inviável realizá-los com a qualidade
treinos funcionais não são indicados para aqueles
que se espera. Os trabalhos com carga externa,
que querem aumentar a força física. Isso não é
com uso de barras e anilhas é fundamental
verdade. A qualidade (amplitude de movimento
dentro de um sistema de treinamento funcional
e tempo em contração) é quem vai determinar
efetivo.
seu crescimento. Isso será atingido se a pessoa
O mais importante e que contribuirá para os
tiver acompanhamento nutricional adequado.
resultados será a frequência ao treinamento e o
Treinamento Funcional é somente para alto rendimento. MITO. Não é somente para atletas e alto rendimento. Também é ideal para
ambiente influencia, afinal, você precisa GOSTAR de ir até o local do Treino. * Sócia-proprietária da Pluma Estação de bem Estar.
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Out�bro/Novembro-2018
Dor lombar: quem nunca...
Márcia Baptista
... sentiu aquela dor nas costas?
À
Fisioterapeuta CREFITO 9565-F
s vezes um incômodo leve ao levantar,
a tomada de anti-inflamatórios e analgésicos,
às vezes uma dor aguda quando
prescritos pelo médico, e com toda a certeza
executamos um movimento de flexão
com sessões de fisioterapia que podem envolver
anterior com carga, ou ainda quando ficamos
exercícios e alongamentos, eletroanalgesia,
muito tempo sentados em posição inadequada
descolamento miofascial, manobras osteopáticas
(trabalhando em frente ao computador, ou
e acupuntura. Sem dúvida, o sucesso deste
jogados em um sofá mexendo no celular,
tratamento depende, principalmente, do acerto
tablet,etc), enfim chamamos de lombalgia uma
diagnóstico do profissional de saúde que avalia
dor que ocorre no final da coluna, e pode ser
o seu paciente, para então tomar a conduta
acompanhada ou não de dor que se irradia para
mais adequada. Mas lembre-se: na maioria das
uma ou ambas as nádegas ou para as pernas no
vezes, a dor lombar aparece por mantermos uma
mesmo sentido do nervo ciático. Esta dor pode
postura inadequada na escola, no trabalho, no
ocasionar restrições na mobilidade do paciente
lar... até dormindo nos posicionamos mal, sendo
de grau leve, até a incapacidade de se manter em
assim é importante solicitar a orientação postural
pé devido à dor local ou irradiada.
adequada com o seu fisioterapeuta para que
Ela pode ser causada por má postura, um
possamos evitar lesões musculares e articulares,
mau jeito nas costas ou pode estar associada
afinal nascemos sem um manual de instruções
a outras doenças, como hérnia de disco ou
não é mesmo?
artrose na coluna. Seu tratamento pode incluir
Tenha uma vida com saúde, sem dor!
Out�bro/Novembro-2018
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Vicente Fleck
Advogado - OAB 73.662
T
A Eleição da Previdência
ema recorrente nas propostas de redução de gastos do governo, o rombo ou déficit da previdência gera muita controvérsia, por esse motivo, a cada eleição presidencial esse tema costuma ser discutido entre os candidatos para que cada um possa apresentar uma solução ao problema. Entretanto, nessa eleição o tema não ganhou protagonismo, nenhum candidato à presidência ousou dizer que irá propor uma idade mínima para a aposentadoria ou que irá aumentar o tempo de contribuição. A ausência de propostas deixa muito claro que nenhum candidato se manifestou porque sua proposta certamente será a de modificar a legislação previdenciária, alterando as regras para as aposentadorias por tempo de contribuição e por idade. De outro lado, o tema ganhou força entre os postulantes aos cargos Legislativos, enquanto os candidatos à presidência fogem do tema, candidatos à Câmara Federal e ao Senado se revezaram nas promessas de que se forem eleitos irão lutar para manter as regras para a aposentadoria. Esse descompasso mostra que pouco
mudou na relação dos políticos com os cidadãos, são feitas promessas de preservação das aposentadorias, porém, logo após a eleição, certamente iremos ver a volta do governo tratando sobre a necessidade da reforma da previdência. Independente da necessidade ou não de reforma da previdência, o que não pode ocorrer é a falsidade e a omissão dos políticos com relação a tema tão importante para a sociedade, dizer ou não dizer que é a favor da reforma e depois de eleito mudar de lado ou dizer que sem a reforma da previdência o país irá quebrar. Eleição é o meio pelo qual escolhemos uma pessoa para nos representar, por esse motivo é tão importante que os motivos pelos quais escolhemos um candidato sejam preservados até o final do mandato. Infelizmente a obrigação de honrar a palavra e cumprir o que prometeu tem se tornado artigo raro entre os políticos. Leia este e outros artigos em:
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Out�bro/Novembro-2018 Marcia Schardosim
Cirurgiã-dentista | CRO 12316 Especialista em Radiologia Odontológica e especializanda em Ortodontia
H
Halitose
alitose significa “mau hálito”, um problema que muitas pessoas enfrentam eventualmente. Calcula-se que 40% da população sofre ou sofrerá de halitose crônica em alguma época de sua vida. Muitas são as causas deste mal; incluindo: • Higiene bucal inadequada, isto é, o não uso do fio dental e escovação muito rápida e mal feita. • Gengivite • Ingestão de alimentos fortes como alho e cebola • Fumo e bebidas alcoólicas • Boca seca, causada por certos medicamentos; por distúrbios e por menor produção de saliva durante o sono. • Doenças sistêmicas tais como câncer, diabetes, problemas com o fígado e rins. Como prevenir a halitose? Evite alimentos que causam mau hálito e observe o seguinte: • Escove bem os dentes duas vezes ao dia e use fio dental diariamente, para remover a
placa bacteriana e restos de alimentos que se acumulam entre os dentes. • Limpar a língua também ajuda, use a escova ou um raspador de língua. • Visite seu dentista periodicamente para fazer uma revisão e limpeza de seus dentes. • Se o mau hálito persistir mesmo após uma boa higiene, consulte seu dentista, já que isso pode ser a indicação de existência de um problema mais sério. O que é gengivite? É uma inflamação da gengiva. É o estágio inicial da doença da gengiva e a mais fácil de ser tratada. A causa direta desta doença é a placa bacteriana; que é uma película viscosa que se forma sobre os dentes. Se a placa não for removida pela escovação e o uso de fio dental diariamente, ela produz toxinas que irritam a mucosa da gengiva. E assim causando o mau hálito. Leia este e outros artigos em:
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Out�bro/Novembro-2018
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Eder Gustavo Schuster Mecânico
Ser mecânico é um desafio
D
iariamente, enfrentamos diferentes tarefas - das mais simples as mais complexas. Sempre teremos um parafuso escondido e de difícil acesso. Além disso, é preciso até certa ‘delicadeza’, para que tudo volte a ficar no estado original. Para ser mecânico, é claro, precisa fazer muita força na ponta dos dedos e, talvez não seja impossível uma dor no corpo inteiro no final de alguns dias de labuta. É preciso muita organização porque os parafusos podem se esconder e as ferramentas precisam estar classificadas para facilitar a rotina. Aliás, a quantidade de itens é infindável. E quando achamos que se trata apenas de um serviço, por vezes, encontramos outras melhorias a serem feitas. E desmonta aqui e dali até resolver e, depois, é claro, monta mais um pouco. Claro que o estoque de peças precisa estar em dia, ou os fornecedores precisam estar à disposição para atender às diferentes necessidades. A quantidade de modelos - novos e usados – que chegam até nós todos os dias também requerem atenção, responsabilidade, e muito estudo, sim, estudo! Como em tudo que nos permeia, a tecnologia também está presente nos veículos, além da necessidade de equipamentos que fazem leitura dos sistemas eletrônicos, também é preciso atualização e cursos para operar esses equipamentos, visando sempre um resultado preciso. Se me perguntassem o que é ser mecânico, bem, diria que é uma profissão de extrema importância, que somos necessários na vida das pessoas, com as quais estabelecemos relações de confiança, e que é algo, antes de tudo, para quem põe paixão no que faz!
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Out�bro/Novembro-2018 Nestor Luiz Trein
Ex-prefeito de Estância Velha Autor do livro “O pai do Voltér”
P
(51) 3102.8282 | 99961.4410
Gentileza, por onde andas?
ois ninguém me convence que este abrutalhamento que estamos assistindo todos os dias é a consequência da falta de práticas gentis que se aprendia desde o berço e continuando nos bancos escolares. Formam-se em tudo, mas muitos, pós graduados em grosseria. O resultado disto são pessoas mal educadas e grosseiras e quem assim o é, não tem bagagem de gentilezas, por isto, perdem a prática de algo que é tão simples, como regar seu jardim com água quente. Resulta em ser tratado pelo segundo pronome pessoal no caixa do super, no telefone com quem nunca falamos, no balcão da farmácia onde nunca havíamos entrado e por aí a fora. Aprendemos, há mais de meio século, que não se chama de TU quem não nos é íntimo ou não nos tenha dado esta autorização. Quando qualquer pessoa entrava na sala de aula, da doméstica ao diretor, levantava-se e num sonoro cumprimento os recebia. E os presentinhos para eles? Sem nunca imaginar chantagem, muito pelo contrário, assisti “reguaços” em quem tinha trazido o “instrumento” feito pelo pai marceneiro. Se tornaram marginais? Não, tornaram-se homens de bem e convivem com suas famílias e comunidade, harmoniosamente. Conta-se que o Presidente Janio Quadros, aquele do fi-lo porque qui-lo, certa feita teria interpelado uma jornalista que o tratava pelo nome de batismo: - A “Senhôra” se recomponha. Intimidade gera filhos e problemas e eu não quero nenhum dos dois com a senhôra! Mas ele era folcrórico. Certa feita também teria respondido a um jornalista por que bebia tanto Wiski: - Bebo-o por ser líquido, pois se fosse sólido, comê-lo-ia. Mas voltando ao tema, já notaram que foi preciso uma lei para as pessoas idosas terem prioridade em filas, em supermercados, em acentos do transporte público etc? Uma lei! Pelo amor de Deus, quando algo que deveria ser (e como era em priscas eras) natural, corriqueiro, espontâneo, precisa de lei e fiscais para acontecer. Algo de errado está acontecendo entre o céu e a terra. Acho, sinceramente, estão se formando os engenheiros para uma nova Babel. Seria melhor chamar Noé.
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Satoshi Suzuki
Eng. Agronomo, diretor da Alface Pizza Gourmet, diretor S. Suzuki Viveiro de Mudas e vereador em Ivoti.
Minha Flor, Minha Vida
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Porque viver é florescer todos os dias!!!
Flor é um fascinante mistério perfumado. Na história, o hábito de presentear com flores possuía um significado recheado de emoções, conforme os sentimentos recitados pelos poetas românticos. Era como se fosse a mensagem “Emoji” favorita dos nossos ancestrais. Assim, o costume de cultivar um jardim multicolorido na frente de casa, tornou-se uma boa maneira de atrair Beija Flores, Borboletas e emocionar afetivamente as pessoas, melhorando os laços familiares. A flor é um antigo símbolo da beleza, pureza, amor, fertilidade, harmonia, etç. Era considerada a ferramenta dos Deuses, que fazia nascer o amor e mudava o mundo. Atualmente, acredita-se que flores protegem a casa e a família, pois os Anjos sentam-se ao seu redor. E quem nunca se sentiu melhor e mais alegre perto das flores? Dizem que a “Mística da Flor” chega a melhorar o pensamento das pessoas, pois possui uma grande “aura de energia” que produz uma metamorfose transformadora, promovendo a ascensão da alma. Os antigos Magos ensinam que Flores, Florais e banho de flores curam, pois são arquétipos positivos que estimulam a produção de
neuroestimulantes, que alteram a alquimia intima e elevam o ânimo vital da mente. Na medicina complementar, a terapia floral utiliza partículas invisíveis da natureza, despertando a virtude adormecida da alma divina de cada ser humano, frutificando uma sólida saúde aos pacientes tratados com este recurso. Sejam flores lunares ou solares, todos possuem um dom especial e único a ser desvendado no “Tempo de Despertar” cada um. Talvez uma bela e cheirosa flor economize vários e suados versos de “Eu te Amo”, ou simplesmente faça melhor o dia de alguém. Talvez uma exuberante flor deixe uma cidade mais romântica, ou apenas traga um momento de Paz no Universo. Talvez seja somente uma água saborizada, ou produza lembranças angelicais de ternura fogosa, difíceis de esquecer. Mas enfim, desejamos que o jardim de nossa casa possa ser sempre alegre, colorido e perfumado. Porque viver é florescer todos os dias!!! Leia este e outros artigos em:
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Out�bro/Novembro-2018 Paulo Link
Produtor de plantas ornamentais Autor do livro “Encantos e lições da colônia”
Mestres e Guias Vitais
T
emos assistido, na mídia, muitos casos de agressões a professores em sala de aula. Trabalhei muito com grupos de préadolescentes e me considero um observador do comportamento dessas pessoas. Estou em diversas escolas fazendo trabalhos voluntários dentro da minha atividade de cultivador de flores e plantas ornamentais. Comentei com quem estava nessas lides comigo que é possível, após um dia de convívio, fazer um retrato falado do ambiente familiar de cada indivíduo. Quero afirmar que os primeiros mestres e guias são os pais, avós e demais familiares com quem a criança e o jovem convivem. Todos sabem que a estrutura física de uma casa, alicerce, paredes... quando não edificada com solidez, virá abaixo. Na indústria, quando um produto apresenta erro de produção, é descartado ou sofre um retrabalho. Na educação, na falha do processo, pode acabar no CASE ou no sistema carcerário, dependendo da idade da pessoa. Considero que não é permitido errar. Os primeiros educadores precisam estar bem preparados para essa missão imprescindível. Hoje as crianças com três, quatro anos já têm bom discernimento sobre o que ocorre ao seu redor. Ouvi um especialista dizer
que o pequeno com essa idade faz até trezentas perguntas diárias sobre o que vê e ouve. Os pais precisam estar presentes e saber responder, sempre de acordo com o que aquela pequena mente quer saber. Esteve em minha casa por uma semana um profissional fazendo trabalhos de manutenção, e convive conosco um neto de quatro anos; o referido adulto me disse: como você tem paciência com esse menino. O exercício da paciência, de ouvir e mostrar os limites devem ser constantemente praticados. A leitura é um bom caminho para habitar a mente jovem da criança. Se durante o dia os pais não estão com a criança, devem dispender um tempo para ouvir e responder àquelas mentes ávidas de conhecimento. Ler ou contar historinhas é demais saudável. Como não é possível frequentar uma escola para se tornar um bom pai/mãe, há muita literatura para aperfeiçoar essa atividade tão importante. Agradeço muito pelas oportunidades que a vida me concedeu. Busquei respostas em livros, revistas e tive o privilégio de estudar com bons professores e mestres. Quero ressaltar um que sempre foi importante e que, por diversos semestres, ensinou-me, inclusive, a arte de escrever: falo do Professor Melo, na Feevale. Relembro também da minha professora Lucia Trein, quinto ano primário, que acarinhou os meus conhecimentos iniciais. Muito obrigado a todos os professores por sua dedicação!
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Fabiane Horlle Hoff
Diretora da H. Maria Joias Contemporâneas e filha de Maria Helena Horlle Hoff
N
Qual o seu legado?
ossa mãe, Maria Helena, era professora de matemática, certo? Certo! Mas veja, não era qualquer professora, era a Maria dos 3 H’s! Ela tinha uma capacidade incrível de tornar a matemática “entendível” através do lúdico. Quem não lembra dos tão almejados “dois patinhos na lagoa” (22)? Ou do “Tio Pit”? Ou sobre que “a ordem dos tratores não altera o viaduto”? E as piadas no final da aula? E aquele griteiro que ela fazia ao encontrar alunos e ex-alunos na rua? E receber os ensinamentos “sentado na pernoca da Tia Maria Helena”, que tal? E as “coisas” que tinham nome, como a Azulinda, sua fiel escudeira de muitos anos, sua máquina de lavar roupas. Foi uma mulher muito a frente do seu tempo. Fazia da convivência com ela momentos engraçados, felizes e cheios de sorrisos. Ela amava incondicionalmente. Isso a fazia ir além. Ela caprichava no valor que entregava às pessoas. Como professora, podia deter-se em ensinar a matéria e pronto. Mas não, através das suas aulas (e em tantos outros papéis na vida), ela foi além, muito além do óbvio. Ela usou a matemática como ferramenta para fazer a diferença na vida das pessoas. Alguém que ama verdadeiramente
entende que as pessoas estão acima de tudo. Quando criamos a H.MARIA, cujo nome é uma homenagem à mãe Maria Helena – percebemos através de todo legado recebido, que também podemos ir além da nossa ferramenta - que é a venda de joias folheadas - e fazermos uma entrega de valor muito maior. Através de nossos produtos buscamos ir além da comercialização: utilizamos as joias como valiosos meios de conexão da mulher com seu próprio poder, beleza e valor pessoal. Valorizamos o potencial feminino, a coragem com que as mulheres enfrentam seu dia a dia e o amor que colocam em tudo o que fazem. Acreditamos em um estilo de vida voltado para o bem e em atitudes positivas que geram relacionamentos de qualidade entre as pessoas e a comunidade, trazendo possibilidades de um mundo mais feliz e harmonioso. A oportunidade de sermos filhos de uma mulher admirável, impregnada de fortes valores humanos nos faz sentir que “isso” precisa ser passado adiante... Como podemos ser melhores para que possamos transmitir e perpetuar valores e princípios essenciais para que tenhamos uma sociedade mais fraterna? Qual a sua ferramenta? Qual o seu legado?
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