3 minute read
PSICOLOGIA
SABE O QUE É ALIENAÇÃO PARENTAL? É UMA SITUAÇÃO QUE OCORRE, GERALMENTE, EM CASOS DE DIVÓRCIO, NA QUAL UM DOS PROGENITORES UTILIZA O FILHO COMO INSTRUMENTO DE AGRESSIVIDADE DIRECIONADA AO EX-PARCEIRO. NESTE PROCESSO, A MÃE OU O PAI PRETENDE QUE A CRIANÇA ROMPA OS LAÇOS AFETIVOS COM O OUTRO PROGENITOR, E, PARA ISSO, RECORRE A UMA CAMPANHA QUE VISA DESMORALIZAR, DESACREDITAR E ODIAR O EX-CÔNJUGE.
Pela
DRA. MARISA MARQUES
Psicóloga Clínica e da Saúde; Trofa Saúde Hospital de Barcelos e Trofa Saúde Hospital de Braga Norte
Alienação
CRIANÇAS SÃO
APERTURBAÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL, conhecida em inglês pela sigla PAS (Parental Alienation Syndrome), é um termo que foi proposto pela primeira vez por Richard Gardner, em 1985. Hoje em dia, infelizmente, é um fenómeno bastante frequente, resultante de processos de divórcio e a consequente disputa pela regulação das responsabilidades parentais.
A perturbação da alienação parental é o resultado de uma situação em que o progenitor não consegue fazer adequadamente o “luto” da separação e, consequentemente, desencadeia uma campanha vingativa contra o ex-companheiro. Neste processo, a grande vítima é a criança, sendo as consequências ao nível psicológico de enorme gravidade para ela.
MANIPULAÇÃO AFETIVA
Esta síndrome é marcada por elevados níveis de conflito e pela tentativa de um dos progenitores em se tornar no único centro afetivo da criança. Ao mesmo tempo, o progenitor socorre-se da aliança e alienação como instrumentos para mostrar à criança quem está dentro e quem está fora do sistema familiar. Geralmente, o alienador é a mãe, mas também se tem observado esta prática no pai ou, inclusive, noutros familiares próximos (avós e tios). Ao praticar esse ato, o adulto cria sentimentos prejudiciais ao desenvolvimento saudável do jovem, pois é sabido que o ambiente familiar tranquilo e estruturado é o mais adequado para o crescimento saudável de uma criança, que precisa de educação e, sobretudo, de amor e referên-
parental
AJUDA DE UM PSICÓLOGO
A procura de um profissional em Psicologia Clínica advém, tipicamente, em resposta aos sinais evidentes de dor na criança. Por isso, a ajuda é procurada em primeiro para a criança, mas a intervenção passa por uma terapia familiar em que todos os membros são envolvidos.
É uma situação delicada, pois as pontes de comunicação foram praticamente destruídas. A intervenção, por isso, começa com o atendimento de cada membro separadamente, com o intuito de restabelecer algum equilíbrio.
A terapia nestas situações foca-se no reequilíbrio da dinâmica familiar, em que cada participante deve respeitar o lugar e a expressão de cada membro. Respeitar não significa concordar, mas dar ao outro o direito de ser e pertencer. Há que não esquecer que a instituição familiar jamais se dissolve, apenas o casamento acaba, pois, os pais são para sempre, e negar isso é instalar um caos que atinge a todos.
Por fim, lembrar que a perturbação da alienação parental não é um problema apenas dos progenitores separados. É um problema social, que silenciosamente traz consequências nefastas para as gerações futuras.
Pai ou mãe: não se esqueçam que os filhos precisam de ambos. Está em jogo o desenvolvimento saudável e felicidade dos vossos filhos!
AS GRANDES VÍTIMAS
cias, e não deveria jamais ser envolvida nos conflitos dos progenitores.
SINTOMAS DAS CRIANÇAS VÍTIMAS DE ALIENAÇÃO PARENTAL
Crianças que experienciam a perturbação da alienação parental são mais propensas a: baixa autoestima, profundas carências afetivas e insegurança, alterações no rendimento escolar, alterações no relacionamento com os colegas, mudanças de humor repentinas, tristeza, irritação constante e agressividade.
Tudo isso deve ser tido em atenção como alerta e ser analisado com cuidado, para que não traga consequências graves à criança, podendo até levar à atitudes extremas, como a utilização de álcool e drogas como forma de aliviar a culpa e dor da alienação, ou mesmo, o suicídio, por exemplo.
COMO INTERROMPER
Como pai ou mãe, lembre-se que é muito importante garantir às crianças e adolescentes as condições para um desenvolvimento saudável, facilitando o acesso a um convívio familiar e incentivando a participação de ambos os progenitores nas suas vidas. Assim, deverá: 4Procurar compreender o seu filho e protegê-lo de discussões ou situações tensas com o outro genitor. 4Procurar auxílio psicológico e jurídico para tratar o problema. Não espere que uma situação de perturbação de alienação parental desapareça sozinha.