REVISTA Outubro de 2014
Domenico De Masi
Edson Godoy Bueno
Viviane Mosé
Oliviero Toscani
A SOCIEDADE
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90 anos de pesquisa, inovação e pioneirismo. Este é o DNA da Fanem®. 2014 é o ano em que se comemoram nove décadas de uma história de dedicação e pioneirismo, inspirada pelo desejo de contribuir com a preservação da vida humana. Foi com esse ideal que o fundador, Arthur Schmidt, e seu filho, Walter, traçaram a trajetória da empresa, inicialmente na área laboratorial e a partir dos anos 50 na área neonatal. Saber que mais de 80% dos brasileiros se beneficiam, no momento inicial de suas vidas, dos equipamentos Fanem®, motiva a empresa a continuar trilhando caminhos que ultrapassam as fronteiras do Brasil. Atualmente presente em mais de 100 países, a Fanem® possui o reconhecimento de certificações nacionais e internacionais, por sua excelência e credibilidade. Se o tempo sempre ajuda a compreender e superar obstáculos, a Fanem® aprendeu, desde o início, a fazê-lo seu aliado, com uma visão futurista e de vanguarda. Todo o esforço da família Schmidt rendeu muitos frutos, tornando a empresa pioneira e líder na fabricação de diversos equipamentos de ponta, nas linhas neonatal e laboratorial. A Fanem® se orgulha de chegar até aqui e poder agradecer a todos que contribuíram para que ela se tornasse referência em sua área de atuação. Fanem – Presente desde as primeiras horas de vida.
www.fanem.com.br
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ÍNDICE OUTUBRO 2014
BEEZ 14 O seu canal de comunicação online KEYNOTES 18 Domenico De Masi vislumbra o
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68 Agente Transformador: o compro-
mundo em 2020
24 Oliviero Toscani incita coragem
72 TI na Saúde: onde sua instituição
para correr riscos
está em relação às 500 maiores e às diretrizes da HIMSS
cara as incoerências da sociedade atual
76 Modelo de Remuneração: velha discussão com novas alternativas
36 A trajetória de Edson Bueno e sua visão de liderança e empreendedorismo
TALK SHOW 42 Domenico e Oliviero conversam sobre felicidade, solidão e relacionamentos
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tos para o cuidado com o novo perfil
misso dos gestores com a sociedade e o meio ambiente
30 Poeta e filósofa Viviane Mosé escan-
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64 Envelhecimento: iniciativas e proje-
PALESTRAS 48 Ruy Shiozawa, da GPTW, mostra qual
MAIS QUE PALAVRAS 80 Relembre cenas do Saúde Business Forum 2014
FIXAS 06 EXPEDIENTE
é o diferencial das melhores empresas
08 EDITORIAL 52 Saber incluir a diversidade social é competência do líder; com Andrés Tapia, da Korn/Ferry
36 42
106 EM CENA
56 Luciana Faluba, da FDC, propõe um planejamento estratégico em tempo real
SAÚDE BUSINESS DEBATE 60 Futuro do negócio: crescer ou vender?
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EXTRAS NA WEB
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O novo mundo está aqui. Com pessoas corajosas que questionam padrões e engajam pessoas. Não podemos ficar parados. E Você, está preparado?
Relembre!
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Coragem e felicidade são lições de Domenico De Masi e Oliviero Toscani para a Era Digital http://bit.ly/1vPz0T2
Para Edson Bueno, UnitedHealth e Amil compartilham a mesma visão http://bit.ly/1siNwnn
“Escola hoje nos ensina a repetir e não a pensar”, diz Viviane Mosé http://bit.ly/1BaRm1v
Nossa essência é compartilhar. Descobrimos semelhanças, abreviamos diferenças, fortificamos objetivos. E você, está preparado? http://bit.ly/ZuiFrB
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EXPEDIENTE
PRESIDENTE EXECUTIVO ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br VICE -PRESIDENTE EXECUTIVO MIGUEL PETRILLI • mpetrilli@itmidia.com.br
saudebusiness365.com.br COMERCIAL GERENTE EXECUTIVO DE VENDAS André Cavalli - acavalli@itmidia.com.br
EDITORIAL MARIA CAROLINA BURITI Editora de Saúde • mburiti@itmidia.com.br
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VERENA SOUZA Editora Adjunta de Saúde • vsouza@itmidia.com.br
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MARCELO VIEIRA Repórter de Saúde • marcelo.vieira@itmidia.com.br
REPRESENTANTES RIO DE JANEIRO: Sidney Lobato • sidney.lobato@itmidia.com.br (21) 2275-0207 – (21) 8838-2648
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ANALISTA DE MÍDIAS SOCIAIS Cibele Lana • cibele.lana@itmidia.com.br GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES GERENTE DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Marcio Lima • mlima@itmidia.com.br OPERAÇÕES GERENTE DE OPERAÇÕES Emanuela Araújo • earaujo@itmidia.com.br EDITOR DE ARTE E VIDEO Francisco Yukio Porrino • fporrino@itmidia.com.br PRODUTOR DE ARTE E VIDEO Bruno Cavini • bcavini@itmidia.com.br MARKETING GERENTE DE MARKETING FÓRUNS Gabriela Vicari • gvicari@itmidia.com.br GERENTE DE MARKETING DIGITAL Eric Ouchi • eric.ouchi@itmidia.com.br
CONSELHO EDITORIAL REVISTA SAUDE BUSINESS Cláudio Giulliano A. da Costa • Sócio-Fundador, da e-Folks Eduardo Perillo • Vice-coordenador do grupo de pesquisa Regulação Econômica e Estratégias Empresariais da PUC-SP Francisco Balestrin • Presidente do Conselho da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) Gonzalo Vecina Neto • Superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês Gustavo Campana • Diretor executivo de desenvolvimento de negócios do DLE Medicina Laboratorial Mohamad Akl • Presidente da Central Unimed Receba as últimas notícias do mercado em tempo real, diariamente em seu email. Assine a newsletter do SAUDEBUSINESS365: saudebusiness365.com.br IMPRESSÃO Log & Print Gráfica e Logística S.A.
REVISTA SAÚDE BUSINESS
A Revista Saúde Business é uma publicação trimestral dirigida ao setor médico-hospitalar. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados. As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nessa publicação. As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.
IT Mídia S/A Pça Prof José Lanes, 40 • Edifício Berrini 500 • 17º andar • 04571-100 • São Paulo • SP Fone: 55 11 3823.6600 | Fax: 55 11 3823.6690 www.itmidia.com.br
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Cliente da MV, o Hospital Unimed Recife III acaba de receber da Healthcare Information and Management Systems Society – maior e mais importante associação internacional de tecnologia da informação em saúde – o certificado HIMSS ANALYTICS EMRAM nível 6, que atesta o alto grau de automação clínica das organizações certificadas. Através da utilização do Prontuário Eletrônico do Paciente da MV, o hospital se torna um dos poucos no mundo e um dos primeiros no Brasil a alcançar esse patamar de excelência. Um reconhecimento especial, que comprova não apenas a máxima segurança promovida no atendimento e cuidados com seus pacientes, mas também a capacidade das soluções MV em promover mais eficiência na gestão das instituições de saúde. MV. Líder em Sistemas de Gestão de Saúde.
GESTÃO HOSPITALAR | GESTÃO ESTRATÉGICA | SAÚDE PÚBLICA | OPERADORA DE SAÚDE | MEDICINA DIAGNÓSTICA
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EDITORIAL
VIVA O ÓCIO
CRIATIVO! Foto: Bruno Cavini
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MARIA CAROLINA BURITI
EDITORA DE SAÚDE
MBURITI@ITMIDIA.COM.BR
ma mistura de trabalho, conhecimento e diversão. É assim que o sociólogo italiano Domenico De Masi define o ócio criativo. Para ele, o Saúde Business Forum pode ser considerado um exemplo disso. Criatividade é, inclusive, tratada como um diferencial competitivo e de riqueza entre os grupos econômicos da sociedade pós–industrial. Como abordou De Masi em sua palestra, os criativos são “a coluna vertebral ” dos países. Na visão e nas lentes do fotógrafo Oliviero Toscani, devemos ter coragem para nos tornar mais criativos. Criatividade, segundo ele, está no risco e na insegurança. E você, vai arriscar? Está preparado para isso? O risco se dá nesta era de conhecimento, na qual a tecnologia proporciona inúmeras possibilidades. Entretanto a sociedade continua intolerante, carregando características medievais para o contexto digital, como bem analisou a filósofa e psicanalista Viviane Mosé. Afinal, que evolução é essa?
Neste tempo de transição há mais perguntas do que respostas. E o Saúde Business Forum quis ajudar você, leitor, a refletir e a tomar as melhores decisões neste contexto. Levamos algumas ideias, provocações e exemplos daquilo que acreditamos que fará diferença em sua organização. Nas próximas páginas, você verá um resumo de tudo o que ocorreu nestes dias mágicos e intensos, na Ilha de Comandatuba. Choro, tensão, sorrisos, gargalhadas, brincadeiras, análises, debates, inspirações, beleza, conteúdo, relacionamento e negócios. Estamos juntos com você nesta transição e nesta reflexão. A IT Mídia enfatiza, mais uma vez, o compromisso de desenvolver a comunidade de saúde. Já estamos trabalhando no Saude Business Forum de 2015, com muitas inquietações, é claro, e considerando que é preciso ser criativo, corajoso e libertário para lidar com este momento. E como nos ensinou De Masi, é preciso fazer isso gerando riqueza, conhecimento e bem-estar. Viva o ócio criativo!
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O Biocor Instituto é pioneiro no Brasil e no mundo em acreditações segundo os padrões internacionais das normas ISO’s 9001 (qualidade), 14001 (meio ambiente) e OHSAS 18001 (saúde e segurança ocupacional); ONA Nível III (acreditação máxima com excelência); QSP 31000 (baseada na ISO 31000 – gestão de riscos); NIAHO (acreditação internacional norte-americana); FNQ (padrões de excelência), além da ISO 27001 (segurança da informação), projeto ISO 50.001 (eficiência energética) e certificação de conformidade a 100% dos requisitos legais, bem como diversos prêmios nacionais e internacionais, obtidos em reconhecimento à boa gestão, acolhimento diferenciado, competência dos profissionais de saúde e moderna tecnologia. Todo esse esforço é recompensado pelo carinho diário dos Pacientes e da nossa Sociedade.
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Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946
Certificada pelo IQG, a Brasanitas Hospitalar é lííder em higienização de hospitais, clínicas e laboratórios, além de pioneiraa naa gestão de equipes multidisciplinares. A empresa é parte do Grupoo Brasanitas, referência em todo o território nacional, com mais de 28 mil funcionnárioos capacittados para oferecer o melhor em facilitiess para hospitais, shopping centeers, indústrias, instittuições de ensino e muitos outros segmentos. GRUPO BRASANITAS. NOSSA VIDA É FACILITAR A SUA.
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NOSSA VIDA É FACILITAR A SUA.
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BEEZZ
O BEEZZ É UM CANAL DE COMUNICAÇÃO PARA VOCÊ OPINAR E EXPRESSAR SUAS CRÍTICAS, PENSAMENTOS E SUGESTÕES. O ESPAÇO ESTÁ DENTRO DO SITE WWW.SAUDEBUSINESS365.COM.BR E PARA FAZER PARTE DESTA COMUNIDADE BASTA APENAS SE CADASTRAR. PARTICIPE!
Claudio Lubascher, do Hospital Marcelino Champagnat 18/Set às 13:14
Ruy Shiozawa, da GPTW 17/Set às 18:01
Você sabia que as Melhores Empresas para Trabalhar na área de Saúde, ou seja, aquelas que conseguem maior engajamento de seus colaboradores, seu faturamento cresce a taxas de 6 a 9 vezes a evolução do PIB? Cenário perfeito e abençoado para forte aprendizado. It Mídia faz a diferença em tudo.
Marcos Simões, da Jequitibá Investimentos 18/Set às 10:24
Parabéns IT Mídia pelo acerto na escolha de Domenico De Masi. Grande estímulo inicial para as palestras e trabalhos do evento.
Domenico De Masi traz uma reflexão provocativa do nosso papel na construção de uma nova sociedade. Fundamental para alinhar o pensamento e visão estratégica de todo CEO. IT Mídia. Parabéns !
João Senna, do Hospital de Caridade de Ijui 18/Set às 11:59
Altíssimo padrão na forma de relacionamento, no conteúdo e aprendizado. It Mídia é líder e permite que todos acompanhem a mudança CEO. Começou de forma espetacular o SBF 2014, parabéns abençoada equipe!
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@SAUDE365 Fotos: Divulgação
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Naiara Paiva, do Hospital Anchieta 19/Set às 17:31
Obrigada Adelson e Miguel pela oportunidade de viver estes momentos de felicidade ! Janete Vaz, do Laboratório Sabin 19/Set às 22:08
Evento perfeito, em local perfeito!!! Parabéns mais uma vez IT Mídia !
Francisco Figueiredo, do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus 19/Set às 10:06
Sergio Lozinsky, da SLozinsky Consultoria 20/Set às 21:51
Palestra do Domenico: sensacional!!!!
Evento excelente! Neste Fórum o tema TI mostrou que deve ganhar atenção e espaço na agenda das organizações de Saúde.
Domingos Galati, do Grupo Resolv 20/Set às 23:27
Evento nota 1000. Parabéns aos idealizadores e toda a equipe. Sucesso merecido.
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KEYNOTE | DOMENICO DE MASI
ERA DA CRIATIVIDADE MARIA CAROLINA BURITI
NOVA SOCIEDADE SERÁ MARCADA PELA EMOTIVIDADE, FEMINILIDADE E ESTÉTICA. OS TRABALHOS MANUAL E INTELECTUAL SERÃO EXECUTADOS POR MÁQUINAS E OS CRIATIVOS SERÃO A COLUNA VERTEBRAL DAS ORGANIZAÇÕES. É O QUE VISLUMBRA O SOCIÓLOGO DOMENICO DE MASI
Fotos: Francisco Yukio Porrino
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O mundo em 2020, segundo De Masi 1. LONGEVIDADE A população mundial terá um bilhão (de bocas, mas também de cérebros) a mais do que hoje. “Na era industrial (sec. XVIII) éramos 600 milhões e hoje 6 bilhões. Teremos mais bocas para alimentar, mas mais cérebros que pensarão em como alimentar as novas bocas.” As pessoas mais longevas serão aquelas escolarizadas e com relações sociais mais intensas. A maioria envelhecerá nos últimos dois anos de vida, durante os quais as despesas farmacêuticas serão equivalentes a todo dinheiro gasto em medicamentos. 2. TECNOLOGIA Em 2020, um chip terá o tamanho de um neurônio humano. Custará menos de US$ 20 e sua potência será superior a 1 bilhão de transístores. Há uma grande disponibilidade de informações. Como transferir este patrimônio do bolso para o cérebro? 3. ECONOMIA O PIB per capita no mundo será de US$ 15 mil, contra os atuais US$ 8 mil, mas o Ocidente irá dispor de 15% a menos do próprio poder de compra. O Primeiro Mundo (OCDE) terá a supremacia na produção de ideias. Os emergentes produzirão sobretudo bens materiais. O Terceiro Mundo fornecerá matérias-primas e mão de obra barata. Paralelamente ao Bric (Brasil, Rússia, India e China), emergirão os Civets (Colombia, Indonésia, Vietnã, Egito, Turquia e África do Sul). 4. TRABALHO O trabalho manual e intelectual (com caráter executivo) será efetuado pelas máquinas, e transferido para os países emergentes e aos imigrantes. Os criativos (30%) serão a parte central do mercado, com mais garantias e melhor retribuição. Os funcionários executivos serão 40%; os chamados Neet (30%) terão direito ao consumo e não terão direito à produção. Redistribuir a riqueza, o trabalho, o saber, o poder, as oportunidades, e as tutelas provocará crescentes conflitos.
DOMENICO DE MASI, SOCIÓLOGO E AUTOR DO LIVRO "ÓCIO CRIATIVO"
5. UBIQUIDADE E PLASMABILIDADE A “nuvem informática” terá transformado o mundo numa única praça: tele-aprenderemos, tele-trabalharemos, tele-amaremos e nos tele-divertiremos. O conceito de privacidade tenderá a desaparecer. Será cada vez mais difícil esquecer-se, perder-se, entediar-se, isolar-se.
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KEYNOTE | DOMENICO DE MASI
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ascemos na era industrial. E o desenho traçado por este período que durou cerca de 200 anos nos acompanha até os dias de hoje. Porém, essa sociedade bem delineada, pautada na produção, na escala, no processo e, com o ciclo econômico baseado no consumo, convive e contrasta com as transformações de novos tempos. Diferentimente da passagem do período rural para o industrial, no qual a absorção de uma nova forma de trabalho e de inovações tecnológicas foi gradual, o contemporâneo assiste a uma rápida e abrupta ruptura de uma era. “Nas últimas décadas, a transformação foi total”, afirmou o sociólogo Domenico De Masi durante o Saúde Business Forum. De Masi explica que as grandes rupturas ocorrem com a mudança simultânea de basicamente três elementos: a organização do poder, da economia e da cultura. “Foi assim com a transição da descoberta do fogo e com a descoberta da agricultura na Mesopotâmia.” Após esse período, de acordo com o sociólogo, a humanidade viveu 5 mil anos sem que houvesse grandes transformações. Mais à frente, no século II pós Cristo, surgiram tecnologias que prepararam o terreno para as rupturas do Renascimento. Depois, a humanidade assistiu aos períodos das Grandes Navegações, o Iluminismo, Revoluções, como a Francesa, Inglesa, Americana, até a concepção do período industrial. Com a indústria, a sociedade foi organizada para a produção em escala. Hoje, esse modelo vive o declínio, mas é ainda muito presente no cotidiano. Basta lembrar que a sociedade continua organizada nos moldes trabalho-casa, onde não se considerou a disruptura do tempo/espaço causada pela tecnologia. “ Graças as novas tecnologias e as redes estamos em qualquer lugar a qualquer momento.” “Mas nos organizamos como na época em que não tínhamos internet. As empresas de São Paulo, por exemplo, não entenderam a passagem do industrial para o pós-industrial. O trânsito faz com que a cidade se torne o grande manicômio do mundo”, brincou. E o que significa a Sociedade Pós-Industrial? “É um sistema que não depende da produção de bens materiais e, sim, de bens imateriais”, explica De Masi.
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AS MULHERES ESTARÃO NO CENTRO DO SISTEMA SOCIAL
NOVO MUNDO Para o sociólogo, no pós–industrial o mundo passa a ser dividido em três (veja pilar 3.Economia, da página 19), entretanto o que pode ser considerado mais promissor é justamente onde se concentra a produção de ideias. E é essa produção de ideias que mudará a visão sobre o trabalhador do futuro. “Os criativos são a coluna vertebral dos países neste momento”, disse o sociólogo. Como gerar a criatividade? O autor de “Ócio Criativo” esclarece que não se trata de não fazer nada, e sim combinar simultaneamente três elementos: trabalho, estudo e diversão. “Com trabalho, eu gero riqueza, com o estudo, gero conhecimento e com diversão, o bem–estar.”
O mundo em 2020, segundo De Masi 6. LAZER Iremos dispôr de 265 mil horas de tempo livre. Como ocupá-las? omo evitar o tédio? Como crescer intelectualmente? Aumentará a violência ou a paz social? Será necessária uma verdadeira formação para o tempo livre, começando desde já, mais do que estamos habituados a nos preparar para o “tempo de trabalho.” 7. ÉTICA Em 2020, o mundo será mais rico, mas continuará desigual. As desigualdades alimentará movimentos e conflitos. A sociedade pós-industrial será mais honesta e menos violenta do que aquela industrial. 8. ESTÉTICA Os fiéis se voltarão à fé, os leigos à estética, a qual, mais do que qualquer outra disciplina, é responsável pela felicidade humana. A estética se tornará um dos principais fatores competitivos e quem se dedicar as atividades estéticas será mais gratificado do que quem trabalhar com as práticas. 9. CULTURA A homologação global irá superar a identidade local. Contudo, todos tenderão a diferenciar-se uns dos outros. Energia e ecologia serão problemas primários. O modelo norte-americano será insidiado pelo modelo chinês. A maior produção e transmissão do saber será por meio do critério de “muitos para muitos”. 10. ANDROGENIA Em 2020, as mulheres viverão três anos a mais do que os homens. 60% dos estudantes universitários, dos pósgraduados e dos mestrados serão mulheres. Muitas casarão com um homem mais jovem, terão um filho sem ter marido, enquanto que para os homens ainda não será possível ter um filho sem mulher. Elas estarão no centro do sistema social e irão gerenciar o poder com a dureza acumulada em 10 mil anos de injustiças. Valores “femininos” (estética, subjetividade, emotividade, flexibilidade) serão dominados também pelos homens. Revista SB | Outubro 2014 2
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KEYNOTE | OLIVIERO TOSCANI
MARCELO VIEIRA
POLÊMICO E LIBERTÁRIO, OLIVIERO TOSCANI PROVOCA PLATEIA DO SAÚDE BUSINESS FORUM AO SENTENCIAR QUE O RISCO É INERENTE À CRIATIVIDADE
CONTRA O MEDO, A FILOSOFIA DA LIBERDADE 2
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KEYNOTE | OLIVIERO TOSCANI
O
liviero Toscani é um nome mundialmente conhecido (e reconhecido) pelas fotos e campanhas publicitárias que tantas vezes causaram, segundo suas próprias palavras, “um escândalo, um desastre”. Em sua Itália natal, um enorme e tradicional contingente religioso parece, sem dúvida, pouco predisposto a apreciar sem críticas imagens tão polêmicas quanto as dele, que ainda assim são compradas por publicações e marcas no mínimo bastante corajosas.
Homem à imagem e semelhança de Cristo morre de aids em uma cama, rodeado pelos parentes que choram. Três mulheres de negro velam em uma viela o corpo de uma vítima da máfia, de onde escorre uma poça escura de sangue grosso. Anoréxica, a modelo exibe em pose sensual os ossos e a pele cheia de escarras em plena semana da moda de Milão. Condenado à morte, diz a tarja sobre o rosto em close do homem negro que olha triste para a câmera. Beijam-se na boca um padre e uma freira, o papa e o imã (clérigo muçulmano), o presidente dos EUA e da China. Embaixo de todas essas imagens uma logomarca, uma empresa, um produto. Pode-se sem dúvida questionar o bom gosto de combinar capitalismo com críticas sociais tão sérias, mas é impossível ignorar o impacto, muito menos reduzir a obra de Toscani às campanhas da grife Benetton, por exemplo, que o tornaram mundialmente conhecido. Durante o Saúde Business Forum, quando subiu ao palco das plenárias com seus 72 muito bem vividos anos, o publicitário exibiu
AS MARCAS NÃO NUTREM A HUMANIDADE, MAS SE NUTREM DELA
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em velocidade acelerada um sem número de fotos, desde capas de revistas e peças publicitárias, jornais e publicações de moda, livros, exposições cultuadas, até propaganda de ração para cães. Incontáveis. “Estou livre, não estou ligado a ninguém. Pego minha mala e faço o que me interesse fazer”, disse, quando começou a defender que é necessário não ter medo de ter medo, o tema de sua palestra. Arriscar é necessário. É não ter certeza. “Quem não pode arriscar não pode ser criativo. O momento de máxima insegurança talvez seja o de máxima criatividade.” O fotógrafo “sem estudo” valoriza, acima de tudo, a liberdade. “Não tenho vergonha de dizer que sou a pessoa mais privilegiada que já tenha conhecido. Acredito que trabalho para ser livre, e não me sinto livre quando não trabalho.” Detalhes Mesmo em trabalhos à primeira vista tão pouco questionadores, como capas de Vogue e Elle, Toscani encontra lições. Todos aqueles que gostam de si são bonitos, diz, e aí reside a verdadeira saúde: respeitar-se, querer a si. “A receita da beleza é uma energia que faz bem”. Nas top models hoje tão belas e tristes, o fotógrafo sempre preferiu captar originalidade, “vida, personalidade”. Não sendo possível, já substituiu modelos por fotos de flores em uma coleção de primavera. Vestidos? Não, nenhum.
Uma lição no episódio da marca de jeans Jesus (uma nádega feminina coberta por um curtíssimo short jeans e o slogan “quem me ama me segue” causou outro “escândalo tremendo, padres, Vaticano, um desastre”): “Entendi que a fotografia publicitária não é apenas para vender produtos, mas tem uma valência, um valor social muito importante. Os jovens muitas vezes são mais influenciados por publicidade do que por livros sérios. Temos que considerar este poder da comunicação.” Ou esta ironia: um livro com fotos dos mais variados tipos de excremento (sim, fezes). Na capa, a recomendação de que a publicação fique na mesa do café. Mais imagens. Inumeráveis e apressadas. Lado a lado, dois fotógrafos de guerra que trabalham juntos, um palestino e uma israelense, “fotografam o mesmo sangue”. Em close, os pulsos algemados de um homem negro e um homem branco vestidos com o mesmo jeans. Duas fotos, dois diferentes destinos.“De manhã fui para Londres ser julgado por incitar a violência. A tarde fui pra Amsterdã receber o prêmio de melhor foto do ano.” Da série de fotos em que atualmente trabalha, clicando retratos de pessoas das mais variadas culturas e etnias, Toscani conclui que “todo ser humano é único, irrepetível, ninguém nunca foi como vocês e nem será”. RuptuRa Nesta altura da palestra, quando a plateia já extasiada com a incrível quantidade de trabalhos mostrados por Toscani, vem a pergunta derradeira. Afinal, o que é a criatividade? “É um superávit de energia, inteligência e liberdade!” É e sempre deve ser subversiva. Deve estar fora dos esquemas pré-estabelecidos e convenções burocráticas. Significa fazer o contrário. Construir do nada alguma coisa que tenha valor. Exige um estado de não controle, de coragem total. Para um público atento, condena as limitações e amarras à que a criatividade atualmente está submetida. Vivemos, diz ele, em um mundo onde tudo é mercadoria, mas também é imagem. Considerando que a matéria prima da arte é o próprio artista, “os criativos estão condenados a trabalhar para as finanças”. No entanto, diz, a verdadeira cultura deveria ser o contrário do mercantilismo. “As marcas não nutrem a humanidade, mas se nutrem dela.” Dirigindo-se a um grupo de líderes empresariais, o libertário fotógrafo sentencia: “a criatividade é e sempre será subversiva”. Tão subversiva e livre quanto sempre será Oliviero Toscani.
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UM NOVO CENÁRIO PARA INSPIRAR O PENSAMENTO ESTRATÉGICO Punta Cana República Dominicana
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VIVIANE MOSÉ, POETISA, FILÓSOFA, PSICÓLOGA E PSICANALISTA
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UM PÉ NA IDADE MÉDIA E OUTRO NO FUTURO VERENA SOUZA
AO DISCUTIR AS RELAÇÕES HUMANAS NO CONTEXTO DIGITAL, A FILÓSOFA VIVIANE MOSÉ ESCANCARA QUE, APESAR DE TODA A TECNOLOGIA, A SOCIEDADE CONTINUA INTOLERANTE
Fotos: Francisco Yukio Porrino
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e expressão intensa e raciocínio rápido, Viviane Mosé, filósofa e escritora, descreve o caos de uma sociedade em transição, que passa da era industrial para a digital reproduzindo incoerências a partir de valores completamente distintos de um período para o outro. Enquanto temos o bluetooth, a fibra ótica, a democratização do conteúdo e a multiplicidade midiática, assistimos o espancamento de uma menina por colegas incomodadas por ela ser “a mais bonita”. Presenciamos ainda atos racistas nos estádios de futebol, e mais da metade da população toma remédios psiquiátricos, enquanto sobem os índices de suicídios no Brasil. O conjunto de uma alta capacidade tecnológica e a presença, ainda forte, de uma mentalidade medieval, como descreve Viviane, produz um senso de “não fragilidade” e a “perda da noção de humanidade”. “Somos incapazes hoje de lidar com a frustração e o sofrimento. Queremos transformar tudo em tecnologia”, disse. A transição está no rompimento de valores e modelos antigos de se relacionar – fenômeno este impulsionado pela ampla disseminação de conteúdo, semelhante ao que ocorreu na época renascentista, com a circulação de livros após a criação da prensa por Gutenberg.
Viviane, que também é poeta e psicanalista, enxerga o ser humano como um vulcão ambulante, que todo o dia é amarrado para poder conviver. “O que eu faço com minha força? Consigo transformar a minha frustação em arte, em trabalho, em produtividade? Essas intensidades são controladas, mas não desaparecem. E a mudança de valores desfaz essas amarras e evidencia essas intensidades”. Hoje, assim como as empresas já não vendem mais produtos e, sim, experiências, a violência também não acontece mais por um par de sapatos ou prato de comida, mas persegue um conceito, algo subjetivo. O avanço tecnológico, segundo Viviane, está acabando com as desigualdades objetivas, promovendo acesso a objetos, coisas, produtos, antes usufruídos apenas pelos ricos. Enquanto a era digital avança, eclode a desigualdade do conhecimento, agravada por um sistema educacional arcaico, que continua ensinando aos jovens de hoje análise sintática e morfológica, obras de Machado de Assis, tabela periódica, a chegada da família real no Brasil, assuntos facilmente encontrados pelo celular. Enquanto isso, “não se discute a vida, o tempo, o ser humano. Não discutimos e nem exercitamos o relacionamento”, ressalta Viviane. “Temos que aproveitar o caos e ampliar nossa capacidade”, afirmou a filósofa apontando claramente o relacionamento e a educação como meios para uma sociedade mais coesa. Apesar de acreditar que atravessamos uma crise político-social, ambiental e tecnológica, os humanos, para Viviane, são como ervas daninhas, sempre “dão conta do recado”. Alguns exemplos desta era digital já demonstram que “teremos pessoas mais capazes de lidar com sua própria
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SOMOS INCAPAZES HOJE DE LIDAR COM A FRUSTRAÇÃO E O SOFRIMENTO. QUEREMOS TRANSFORMAR TUDO EM TECNOLOGIA
solidão, caso contrário, não teremos sociedade”. O mecanicismo da contagem do tempo, dos processos fabris, da rotina operária já cede lugar ao pensamento em rede, à valorização do trabalho colaborativo e a não linearidade de pensamento. As instituições, segundo Viviane, já começam ouvir a todos e a entender que boas ideias podem vir de qualquer um. “Se eu tenho um funcionário com um problema, todos estão com um problema”. Aderente a esta não linearidade de pensar, o discurso “jogado” de Viviane, cheio de prós e contras, dramas e piadas, escancarou o tamanho da mudança que nos bate à porta e a dificuldade em lidar com ela. Para a filósofa, por enquanto, “as novas mídias são mais democráticas e mais amplas do que somos como pessoas”. “Esse povo extremamente criativo que amo tanto precisa de uma coisa para organizar essa bagunça: educação viva e corajosa que nos faça lidar com a vida de uma maneira melhor”. 3
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Nós da Beneficência Portuguesa de São Paulo estamos com os olhos voltados para o futuro. Sempre evoluindo e desenvolvendo novas ofertas de serviço, com inovação tecnológica e ampliação dos nossos hospitais. Esse é o nosso compromisso com a sua saúde.
Responsável técnico: Dr. Luiz Eduardo L. Bettarello –CRM 23706
Oferecer um futuro com ainda mais saúde. Esse é o nosso compromisso.
Beneficência Portuguesa de São Paulo. Uma cidade dedicada à saúde. @Beneficencia_SP
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Rua Maestro Cardim, 769 - Bela Vista - São Paulo - SP - Tel: 11 3505-1000 - www.beneficencia.org.br
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KEYNOTE | EDSON BUENO
“O SONHO SEMPRE ESTEVE NA FRENTE”. “NÃO É VESTIR A CAMISA, MAS ENGOLIR A CAMISA”. “PROCURO FAZER UMA VIDA DE RELACIONAMENTOS”. O FUNDADOR DA AMIL MOSTRA COMO PENSA, FATOR DETERMINANTE PARA SUA TRAJETÓRIA VERENA SOUZA
LIÇÕES DE UM BILIONÁRIO 3
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edson bueno, ex-dono do grupo Amil, fAlA sobre liderAr e empreender
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Po isco Yukio Fotos: Franc
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om uma fortuna avaliada em US$ 2,6 bilhões, segundo a lista da revista Forbes de 2014, a história de Edson Godoy Bueno e seu modo de encarar os negócios por si só já representam uma lição de empreendedorismo. Fundador da Amil, maior operadora de planos de saúde da América Latina, e atualmente maior controlador do grupo Dasa, Bueno saiu de Guarantã, uma cidade pequena do interior paulista, guardando alguns valores que carrega e ensina até hoje: o de não cultivar inimigos, o de dividir sonhos e batalhar por eles. “Procuro fazer uma vida de relacionamentos e a competição tem que existir para a gente se aprimorar, mas nunca com inimigos. Não dá para construir o futuro atacando as pessoas”, disse o empresário, de 71 anos, que hoje é o maior acionista individual e integrante do conselho de administração da norte-americana UnitedHealth, que comprou o grupo Amil por R$ 6,5 bilhões no final de 2012. Filho de Leontina, dona de casa e analfabeta, Bueno aprendeu logo a se virar para ganhar dinheiro. Foi engraxate, vendedor de abacate e laranja, mas não queria saber de estudar. Ele afirma que “enquanto a pessoa não tiver interesse, ela é medíocre”. Foi aos 14 anos que, ao ser bem tratado em uma consulta, a medicina despertou o grande sonho de Bueno que até hoje empurra
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“A GENTE TEM QUE COLOCAR TODO MUNDO JUNTO. O EDSON SOZINHO NÃO TEM VISÃO” seus passos: “ainda quero ajudar a medicina do nosso País a ser de primeiro mundo”, disse para uma plateia lotada de gestores do setor da saúde durante o Saúde Business Forum. A partir desta decisão, sua trajetória foi de ascensão. Formou-se médico aos 28 anos pela Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, atual UFRJ, e mais tarde assumiu o comando de uma unidade com 250 m² chamada Casa de Saúde São José, em Duque de Caxias, uma das regiões mais pobres da Baixada Fluminense. Atento às necessidades das pessoas, algumas medidas foram tomadas na época, como uma Kombi para transportar as mães e os recém-nascidos, cursos para gestantes, distribuição de fraldas e de pão com mortadela. “Aqueles 25 leitos foram transformados em uma maternidade, depois passou a contemplar mais especialidades e, em cinco anos, tínhamos 70% do mercado”, contou. Dali pra frente os planos se tornaram mais ambiciosos. Influenciado pelo sucesso da Golden Cross, liderada pelo Milton Soldani Afonso, o empresário criou a Amil Assistência Médica em 1978, que rapidamente se expandiu. Outro divisor de águas em sua trajetória ocorreu em 2007, quando a Amil decidiu abrir capital na bolsa de valores e, mais recentemente, quando foi comprada pela gigante UnitedHealth, que atende 85 milhões de pessoas no mundo e faturou US$ 122 bilhões em 2013.
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KEYNOTE | EDSON BUENO
“ENQUANTO A PESSOA NÃO TIVER INTERESSE, ELA É MEDÍOCRE” Ter uma visão compartilhada é a receita do executivo para que as decisões sejam acertadas. “A gente tem que colocar todo mundo junto. O Edson sozinho não tem visão. É preciso sentar na mesma sala, dividir os problemas e pensar para onde vamos e o que queremos da nossa empresa. E todos têm de estar com as mesmas motivações, senão é impossível ir para qualquer lugar”, explica Bueno, acrescentando outro atributo importante para o gestor: liderar pelo exemplo. “Eu continuo levantando às 5h30 e indo deitar à 1h00. O lema não é vestir a camisa, é engolir a camisa, e as pessoas da United são iguais”, disse, deixando claro a visão semelhante dos americanos. Bueno ainda disse que não espera que o Brasil dê certo pelas mãos do governo. “Nós empresários podemos fazer coisas excepcionais neste País”. Em conversa com a presidente Dilma Rousseff, o executivo contou ter defendido a possibilidade do capital estrangeiro investir em hospitais. “Penso no que é melhor para o Brasil, afinal, eu não vou para o cemitério com nenhum tostão. O dinheiro nunca foi o mais importante, o sonho sempre esteve na frente”. 4
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TALK SHOW | DOMENICO & OLIVIERO
OLIVIERO TOSCANI, FOTÓGRAFO E PRODUTOR DE VINHO E AZEITE
DOMENICO DE MASI, SOCIÓLOGO E AMANTE DO BRASIL
Fotos: Francisco Yukio Porrino
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"CRIANDO SAÚDE VOCÊS GERAM FELICIDADE" TEXTO: MARCELO VIEIRA MEDIAÇÃO: MARIA CAROLINA BURITI
OS AMIGOS DOMENICO DE MASI E OLIVIERO TOSCANI ENCANTARAM O PÚBLICO DO SBF 2014 DURANTE DIVERTIDO TALK SHOW. EM DISCUSSÃO, SAUDADE, FELICIDADE E RELACIONAMENTOS NA ERA DIGITAL
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TALK SHOW | DOMENICO & OLIVIERO
Nos encontramos e decidimos algumas coisas. Primeiro, que a felicidade é colorida e por isso o livro tinha que ser colorido. Eu disse que a felicidade era um conceito abstrato, e ele tinha que fazer fotos abstratas, embora sempre fizesse fotos concretas.
A felicidade é realmente abstrata, mas nunca podemos falar de abstrato nas fotos. A fotografia é a tradução de coisas tridimensionais.
O conjunto dos rostos e aquela pesquisa que vimos. Eu queria uma abstração que pudesse levar à felicidade, que nos levasse a uma dimensão de felicidade.
se olharmos cada um desses rostos, percebemos algumas coisas. Primeiro que somos todos diferentes, o que é lindo. E segundo que somos todos iguais.
O professor De Masi é muito bom, muito profundo, fala a verdade por que bebe meu vinho e come meu azeite. Isso faz muito bem para a saúde dele.
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Eu percebo que podemos fazer diversas coisas. Quem diz “eu não tenho tempo” são aqueles que fazem muito pouco. Aqueles que fazem muito sempre tem muito tempo.
Cada um de nós tem livros que não leu, discos que não ouviu, quadros que não admirou. Cada um de nós tem coisas que não saboreou. Podemos saborear um quadro, uma nuvem.
Vivemos em um estado de medo, temos medo até de ser felizes. Se alguém liga em casa as pessoas pensam “tomara que não tenha acontecido nada.
O que era felicidade para os gregos? Era o equilíbrio entre várias partes da existência. Esse é um elemento importante na vida de hoje, pois frequentemente nos falta equilíbrio. Talvez a felicidade seja um desejo de liberdade, se sou livre sou feliz. Como consequência da minha liberdade posso ser feliz.
Eu acredito que nós somos sós. E isso não é ruim.
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TALK SHOW | DOMENICO & OLIVIERO
Temos dificuldade de olhar para o interior, porque quanto mais profundo vamos mais criamos problemas. Nunca como hoje estivemos tão conectados e, também, tão sozinhos. Em casa o pai vê a T V, a mãe ouve música no iPod, o filho no computador... Talvez estejamos conectados, mas creio que há uma grande solidão.
a situação melhor é a de quem consegue ficar muito bem sozinho e muito bem acompanhado.
A imaginação é o futuro. Depende de nós que futuro desejamos.
Eu acho que isso é bonito por que cada um deles está com a pessoa que prefere. Como assim? Ele tá com o telefone, não com a pessoa! Se não tivesse telefone, o filho teria que escutar o pai e a mãe...
criando saúde vocês criam felicidade. como marx disse, “somente o homem que torna os outros felizes pode se permitir ser feliz”
A tecnologia cria solidão. A meu ver cria interação.
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PALESTRA | GESTÃO DE PESSOAS
O VALOR DO
FEEDBACK MARCELO VIEIRA
PARA APRIMORAR A GESTÃO DE PESSOAS É PRECISO PREPARAR AS LIDERANÇAS, POIS ELAS REFLETEM A EMPRESA. ESSE É O CONSELHO DE RUY SHIOZAWA, DA GPTW BRASIL, QUE ACREDITA QUE MEDIDAS SIMPLES COMO CONVERSAS FORMAIS PODEM MELHORAR O AMBIENTE DE TRABALHO E TRAZER MAIS RESULTADOS
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riar um bom ambiente de trabalho pode ser um desafio vencido com medidas simples. Por exemplo: gestores que fazem reuniões individuais e formais com seus subordinados diretos para conversar sobre carreira e desempenho, entre outras coisas, costumam gerar mais satisfação do que aqueles que não o fazem. Entre as empresas do ranking da Great Place to Work no Brasil, o
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índice de satisfação sobe junto com o número de reuniões anuais: um (72% de aprovação), dois (80%) ou três (86%) encontros geram mais satisfação que nenhum (60%). É com estes e outros números que o presidente da GPTW no Brasil, Ruy Shiozawa, defende que aprimorar a gestão de pessoas é fundamental, e isso deve começar pelo próprio líder. “Uma recomendação: prepare os líderes de suas organizações para cuidar melhor das pessoas”, ponderou o executivo para os gestores do setor durante o Saúde Business Forum 2014. “Para a maior parte dos colaboradores, o gestor direto é a empresa.” Reuniões informais entre chefes e empregados não valem: a formalização do feedback é necessária para que ele seja reconhecido como tal. Há de se ter ainda certa disciplina para que estes encontros se tornem não pontuais, mas frequentes. “Melhores líderes criam melhores ambientes de trabalho, gerando melhores resultados”, ressaltou Shiozawa. “É uma fórmula muito simples, muito poderosa e que muitas vezes custa nada, zero. Queremos estimular as organizações a pensarem nesse contexto, nessa possibilidade de transformar isto em uma alavanca de melhoria do negócio.” Com dados do GPTW Saúde (veja tabela na página seguinte), estudo publicado em parceria
Foto: Francisco Yukio Porrino
Para a maior Parte dos colaboradores, o gestor direto é a emPresa ruy shiozawa, da gptw
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PALESTRA | GESTÃO DE PESSOAS
COMO ESTOU ME SAINDO? ÍNDICE DE SATISFAÇÃO DE ACORDO COM O NÚMERO DE REUNIÕES INDIVIDUAIS E FORMAIS ENTRE COLABORADOR E GESTOR DIRETO
Reuniões anuais X Satisfação
72% 80% 86% 60%
UMA DUAS
MELHORES LÍDERES CRIAM MELHORES AMBIENTES DE TRABALHO, GERANDO MELHORES RESULTADOS com a IT Mídia, Shiozawa chama a atenção do setor para a gestão de pessoas. “Apesar de todo executivo do planeta reconhecer que é importante, o foco dado não está no mesmo nível dos demais pilares”, ou seja, clientes, finanças, processos e sistemas. “Talvez a gestão de pessoas seja menos quantificável, e ainda ocupa menos tempo na agenda. Não estou falando de dinheiro, estou falando do tempo dedicado”, aval iou Shiozawa, segundo o qual algumas empresas têm conseguido dar mais atenção e mensurar essa dimensão da gestão, gerando bons resultados. 5
TRÊS NENHUMA
Fonte: GPTW Saúde 2013 / GPTW Brasil e IT Mídia
QUAIS AS VANTAGENS DAS GPTW? MELHORES EMPRESAS PARA TRABALHAR VS MÉDIA BRASIL
TW E GP ÚD SA 11% 28% ROTATIVIDADE
IA É D SI L M RA B
TW E GP ÚD SA
TW E GP ÚD SA 1,9% 3,5%
ABSENTEÍSMO
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CONCORRÊNCIA POR VAGA
Fonte: GPTW Saúde 2013 / GPTW Brasil e IT Mídia
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Rede Digital que promove a troca de experiências e conexões entre pacientes oncológicos. Certas lutas do dia a dia machucam mais a alma do que o corpo. Mas quando a gente se conecta somos mais fortes. Através do Coneccte, provamos que diante do câncer, somos mais que humanos, somos super-humanos com o super poder de superação. Formamos uma rede de pessoas ligadas para fortalecer a alma. Juntar para dividir experiências, unir para trocar informação e compartilhar para se conectar.
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PALESTRA | DIVERSIDADE E INCLUSÃO
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A SABER INCLUIR DIFERENTES PERFIS É, SEGUNDO CONSULTORIA KORN/FERRY, UMA COMPETÊNCIA FUNDAMENTAL DE UM LÍDER, UMA VEZ QUE EQUIPES HETEROGÊNEAS SÃO MAIS PRODUTIVAS E INOVADORAS
lice é solteira, chilena, mas mora no Brasil, extrovertida, médica, cantora nas horas vagas, tem 33 anos e se considera independente. Diferente de Alice, a começar pelo gênero, Rubens é casado, tímido, CIO de um hospital, tem 27 anos, planeja ser pai e é canadense. Os exemplos fictícios simbolizam, ainda que superficialmente, a heterogeneidade existente entre duas pessoas que trabalham no setor de saúde. E o que dizer da imensidão de diversidades presentes em um universo organizacional? Apesar das diferenças serem uma marca da humanidade, há pouco tempo ela tem sido encarada de uma nova forma pelas sociedades, indicando a possibilidade de um futuro mais inclusivo. “A diversidade é uma mistura e a inclusão é fazer com que a mistura dê certo”, afirma Andrés Tapia, sócio da consultoria Korn/ Ferry e responsável pela área de Desempenho da Força de Trabalho, Inclusão e Diversidade Prática. Assim como o professor Peter Drucker, considerado o pai da administração, dizia em sua época que o fator dominante para o futuro dos negócios não estaria na economia e nem na tecnologia, mas na demografia, Tapia aponta a diversidade demográfica como o aspecto mais importante da gestão, uma vez que equipes heterogêneas são em geral mais produtivas e inovadoras. O executivo desenhou o seguinte trajeto para que o serviço prestado atenda à necessidade do mercado: o primeiro desafio é crescer; diferenciar-se para crescer; inovar para ser diferenciado; ser diverso para inovar; incluir para ser diverso e possuir o líder certo para gerir todas essas etapas. Revista SB | Outubro 2014 5
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PALESTRA | DIVERSIDADE E INCLUSÃO Foto: Francisco Yukio Porrino
REPENSAR A DIVERSIDADE DENTRO DE UM MUNDO MÚLTIPLO, O BRASIL CONSEGUE SE DESTACAR AINDA MAIS PELA SUA FORMAÇÃO MULTICULTURAL. ALÉM DESSA PREDOMINANTE CARACTERÍSTICA, O PAÍS ASSISTE AO CRESCIMENTO ECONÔMICO E À ASCENSÃO SOCIAL DE PESSOAS QUE PASSAM A CONSUMIR, DEMANDAR E EXERCER SUA INFLUÊNCIA SOBRE O MERCADO. O SETOR DE SAÚDE JÁ SENTE OS EFEITOS DESTE INCREMENTO E TAMBÉM SE INSERE NO CONTEXTO DE TER DE REPENSAR A DIVERSIDADE. PARA ISSO, TAPIA APONTA A INCLUSÃO COMO META PARA O SEGUINTE CENÁRIO: ANDRÉS TAPIA É AUTOR DO LIVRO “O PARADOXO DA INCLUSÃO: A ERA OBAMA E A DIVERSIDADE GLOBAL” (THE INCLUSION PARADOX: THE OBAMA ERA AND THE TRANSFORMATION OF GLOBAL DIVERSITY, EM INGLÊS).
E este gestor, segundo Tapia, precisa compreender que multiplicidade de dimensões caracteriza a identidade de cada um, e que não basta ser tolerante e sensível, mas considerar a sua visão de mundo e a dos outros para discernir e aproveitar as oportunidades. É preciso tomar decisões e resolver conflitos trabalhando e destacando as diferenças culturais para melhores soluções. “Temos que nos tornar mais conscientes, pois erramos ao definir as pessoas de acordo com nossos rótulos. Não podemos, por exemplo, escolher pessoas baseados em nós mesmos”, afirmou o consultor, ressaltando a importância de se ter uma visão do todo e não mais a perspectiva limitada de um único indivíduo. Tapia, que é peruano, sugere que nas culturas latinas pode até ser mais fácil começar a gerir a partir desta visão, pois é uma cultura menos individualista do que a norte-americana, mas garante que a mudança exige tempo e treino. “Os americanos dizem muito mais eu, eu, eu do que os latinos, que preferem a palavra nós, nós e nós”. 5
• SER JOVEM É SER EXPERIENTE Geração do milênio e avanço tecnológico • SER A MINORIA É SER A MAIORIA Na última década, a classe média na América Latina cresceu 50%, representando mais de 30% da população Grupos majoritários tratados como minorias agora fazem valer os seus direitos Os latinos já se tornaram o maior grupo étnico na Califórnia, superando os brancos • SER MULHER É TER OPORTUNIDADES AUMENTADAS Mais de 70 milhões de mulheres ingressaram no mercado de trabalho na América Latina nos últimos 20 anos • SER DEFICIENTE É SER CAPAZ DE FORMA DIFERENTE Autismo, por exemplo, pode ser uma competência chave
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PALESTRA | PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: DA TRADIÇÃO AO TEMPO REAL VERENA SOUZA
O DINAMISMO DA SOCIEDADE ATUAL PEDE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM TEMPO REAL. LUCIANA FALUBA DAMÁZIO, DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL, APONTA O CAMINHO PARA A MUDANÇA DO TRADICIONAL, COM ETAPAS DEFINIDAS, PARA PROCESSOS MAIS FLEXÍVEIS E COLABORATIVOS 5
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eguir todas as etapas do tradicional planejamento estratégico pode colocar um “gesso” em seus negócios. É o que questiona a professora da Fundação Dom Cabral, Luciana Faluba Damázio, propondo uma nova maneira de planejar, mais adequada, segundo ela, ao momento atual do mercado. Muitas corporações caem nas armadilhas do clássico planejamento estratégico, que possui processos muito bem definidos, que levam tempo para serem operacionalizados e, muitas vezes, têm no aumento dos lucros e no critério de execução do orçamento as suas prioridades. “Será que estamos entendendo que estratégia é igual a planejamento estratégico?”, indagou Luciana. Para a professora, o planejamento consiste em um pro-
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NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO DISSEMINAÇÃO
RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
SELEÇÃO DAS FONTES
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
COLETA DE DADOS
ANÁLISE DOS DADOS
VALIDAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Fonte: Luciana Fabula, da Fundação Dom Cabral
cesso de sistematização, mas não a estratégia em si. “Não se pode ‘manualizar’ e amarrar o planejamento, pois corre-se o risco dele distrair o estrategista”, disse, propondo que o foco principal deva ser sempre o benefício efetivo para a sociedade. A plaquinha intacta na parede da empresa com as diretrizes e valores já não devem durar tanto, uma vez que o dinamismo do ambiente social, econômico e ambiental pedem uma revisão ou readequação constante. “É preciso sair do modelo de vagões e operar sob uma perspectiva mais sistêmica - sem o foco no controle da performance, mas com compromisso de performance”, explicou. Para isso, Luciana propõe a estratégia em tempo real.
TRADICIONAL No modelo estruturado padrão, quatro etapas são seguidas e planejadas anualmente: Definição da Identidade Organizacional; Processo de Imersão Analítica, analisando o ambiente interno e externo; Modelagem Estratégica, definindo ações e custos dessas ações e Controle da Performance. Feita a modelagem e definida as ações, indicadores são estipulados e mensurações periódicas realizadas. “Este processo é engessado e lento e não combina com a velocidade de hoje”, afirmou. EM TEMPO REAL Sob a premissa de que as empresas deixam de ser organizações para se tornarem organismos sociais, e consideranRevista SB | Outubro 2014 5
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PALESTRA | PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Foto: Francisco Yukio Porrino
É PRECISO SAIR DO MODELO DE VAGÕES E OPERAR SOB UMA PERSPECTIVA MAIS SISTÊMICA - SEM O FOCO NO CONTROLE DA PERFORMANCE, MAS COM COMPROMISSO DE PERFORMANCE LUCIANA, DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL
ESTRATÉGIA EM TEMPO REAL… RADAR DA ESTRATÉGIA IDENTIDADE ORGANIZACIONAL
IMERSÃO ANALÍTICA
COMPROMISSO DE PERFORMANCE
MODELAGEM ESTRATÉGICA
PACTUAÇÃO DE METAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS.
PLATAFORMAS DE ENGAJAMENTO
SISTEMA DE REMUNERAÇÃO VARIÁVEL
Fonte: Luciana Fabula, da Fundação Dom Cabral
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do a geração do milênio integrando o mercado de trabalho, a estratégia em tempo real é a ideal, de acordo com Luciana, pois contempla as quatro etapas aplicadas, com a diferença de que são revisitadas a qualquer tempo. A Imersão Analítica, por exemplo, é sustentada por uma área de inteligência competitiva (gráfico na página anterior) de dentro da organização, cuja função é analisar o ambiente de negócios tanto interno quanto externo e repassar informações. Já o processo de Modelagem Estratégica acontece por meio de plataformas de engajamento (gráfico ao lado), na qual as pessoas podem conversar discutir e enviar ideias. “Dessa forma as estratégias de fato emergem a partir do que acontece no momento. O canal tem que ser aberto e o caminho criado”. Tal flexibilidade permite que a identidade organizacional seja revista a partir da perspectiva atualizada do cliente. “E isso não tem que ter um prazo, acontece o tempo inteiro, de forma sistêmica e natural”.
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Este ano comemoramos 20 anos de trabalho desenvolvendo soluções para o Mercado de Saúde. Nesta comemoração tão especial, queremos oferecer o primeiro pedaço do bolo para você!
Aguardem novidades! Pensar novas formas de cuidado faz parte de nossa história.
S ã o Pa u l o * B a i x a d a S a n t i s ta * C a m p i n a s * Va l e d o Pa ra í ba * R i o d e J a n e i ro * S a l va d o r * B ra s í l i a
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DEBATE | CRESCER OU VENDER
SEM
VENCEDORES
OU VENCIDOS TEXTO: VERENA SOUZA MEDIAÇÃO: MARIA CAROLINA BURITI
VISÃO DE CONTEXTO INTERNO E EXTERNO, TRANSPARÊNCIA NOS DADOS, GOVERNANÇA CORPORATIVA, ESTIMULAR PESSOAS, TODOS ASPECTOS QUE DEVEM SER AVALIADOS NA HORA DE VENDER OU OPTAR POR PARCERIAS FINANCEIRAS A FIM DE CRESCER
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sonho é o começo de qualquer empresa. O desejo de dar certo, de angariar clientes, de atender necessidades, de ser reconhecido, exemplo a ser seguido, de servir, ditar tendências, ser bem sucedido. Muitos são os estímulos para criar uma organização, marca ou serviço. A medida em que o tempo passa e, com ele, a trajetória do negócio, é comum chegar a um novo momento de decisão: crescer ou vender?
A indagação pede uma decisão e, para que ela seja acertada, considerando as infinitas possibilidades de situação de cada companhia, um debate no Saúde Business Forum se propôs a apontar um norte aos gestores para quando este momento chegar. Para isso, três executivos que se depararam com esta circunstância e um consultor experiente em analisar caminhos para que as empresas atinjam seu objetivo de valor participaram da discussão. Delfin Gonzalez, sócio fundador do grupo de diagnóstico Delfin Imagem, que recebeu no final de 2012 aporte financeiro da Kinea, gestora de fundos alternativos do banco Itaú; Jair Monaci, representante da Latin
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Finance e ex-vice-presidente da Lincx Sistemas de Saúde, comprada pela Amil em 2011; George Schahin, presidente do Hospital Santa Paula, que em outubro de 2005 vendeu a maior parte de suas ações ao grupo ESHO, coligado à Amil; e Marcos Simões, sócio-diretor da Jequitibá Investimentos e ex-CFO do Hospital São Luiz, adquirido em 2010 pela rede carioca D´Or. PARA DECIDIR, É PRECISO TER VISÃO Olhar o contexto do setor, mais especificamente da área de atuação em jogo, como andam os processos e valores internos, assim como as relações e a situação financeira, são pontos importantes a serem analisados. Na visão de Monaci, ex-Lincx, ser atrativo aos investidores, seja com o intuito de crescer ou vender a operação, é um atributo construído ao longo do tempo. “Ninguém começa uma empresa pensando em vender. O preparo [para crescer ou vender] vai sendo feito desde a concepção de abrir uma companhia”, disse. Como o grande diferencial da Lincx era o relacionamento conquistado com a classe médica e ser referência no atendimento voltado para a classe A, segundo Monaci, o mais difícil foi fazer a transição da filosofia. Por isso, o fundador da Lincx, Silvio Corrêa da Fonseca, continuou à frente da operadora, que acabou se juntando a One Health, plano de saúde premium criado pela Amil. Ter uma governança corporativa estruturada certamente é um aspecto importante para o sucesso da negociação, mas nem sempre primordial. No caso do Hospital Santa Paula, por exemplo, a governança veio depois do controle da Amil. “Não havia governança antes, nem conselho, auditoria, nada. Passou a ter depois”, contou Schain, que ainda detém 20% do capital do Santa Paula e participa de outros conselhos administrativos de hospitais pertencentes a Edson Bueno. “Tenho que trocar o chapéu para o bem do Santa Paula, para não ficar isolado, senão perderia as sinergias de pertencer a um grupo”. Para Schain, a imagem foi o valor mais importante no caso do Santa Paula e, em segundo lugar, a rentabilidade. “Com uma volta no corredor do hospital dá para saber quanto que está o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da instituição”. Atualmente o Santa Paula possui 200 leitos e projeta faturar R$ 262 milhões em 2014.
O MAIOR VALOR DE UMA EMPRESA DE SUCESSO SEMPRE SÃO SEUS COLABORADORES. QUANTO MAIS O ESTIMULAREM, MAS RESULTADOS E ATRATIVIDADE
No caso da rede de clínicas Delfin, referência no nordeste brasileiro, Gonzalez destacou a transparência nos dados para receber o aporte de R$ 70 milhões do Kinea Investimentos juntamente com a promessa de triplicar a empresa. “É preciso fazer com que todos entendam que o acionista minoritário é igual ao majoritário. O departamento financeiro tem dificuldade de entender que 0,5% e 51% é a mesma coisa e as informações devem ser compartilhadas para todos os sócios da mesma maneira”, ressaltou. O consultor Simões, da Jequitibá Investimentos, lembrou que o prestador de saúde tem que pensar em qual investidor está interessado e se a sociedade será apenas com fins fiRevista SB | Outubro 2014 6
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DEBATE | CRESCER OU VENDER nanceiros ou de gestão. “Quando o melhor que a empresa tem está do lado de fora, a imagem e o mercado, a troca de pessoas pode ser substancial”, disse. Entretanto, das oito transações (entre compra e venda) do setor de saúde que Simões acompanhou nos últimos quatro anos, cinco mantiveram o gestor no cargo de liderança. “Há muitos contratos de compra e venda em que a manutenção dos fundadores é obrigatória, haja vista a United com a Amil”. “O maior valor de uma empresa de sucesso sempre são seus colaboradores. Quanto mais o estimularem, mais resultados e atratividade”, defendeu Gonzalez, do Delfin.
Apesar de um conjunto de fatores ser determinante para a decisão de vender a companhia, estabelecer uma sociedade, buscar investidores etc., o consenso entre os executivos é de que não há vencedores ou vencidos, apenas um propósito: o de manter a chama do sonho acesa, nem que para isso seja preciso readequar-se, mudar pessoas e estratégias. Fotos: Francisco Yukio Porrino
MESA DEBATEDORA: DA ESQ. PARA DIR. MONACI, DA LINCX; SCHAIN, DO HOSPITAL SANTA PAULA; GONZALEZ, DO DELFIN IMAGEM; SIMÕES, DA JEQUITIBÁ INVESTIMENTOS.
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DEBATE | ENVELHECIMENTO
SETOR DISCUTE PREOCUPAÇÕES E INICIATIVAS DIANTE DE UMA QUESTÃO IMINENTE – E QUE NÃO PODE MAIS SER ADIADA
QUEM ESTÁ PREPARADO PARA O
ENVELHECIMENTO ? MARCELO VIEIRA
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stariam as instituições e fontes pagadoras preparadas para lidar com o crescimento massivo da população idosa do País? Afinal, a tendência trará reflexos não só para os resultados econômicos, com a diminuição na oferta da mão de obra disponível, mas também no orçamento dos hospitais e operadoras, uma vez que 80% dos brasileiros com mais de 60 anos já apresenta ao menos uma doença crônica. Como lidar com a questão? Um debate quente buscando respostas tomou corpo durante o Saúde Business Forum 2014. É unânime a percepção de que a questão deveria ter passado da fase de planejamento e se tornado desde já um impulsionador de soluções concretas. Afinal, o envelhecimento não é um problema pontual para ser encarado no futuro, mas um processo já em evolução. Um exemplo de como encarar a questão vem do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que investiu, num primeiro momento, na adaptação de sua infraestrutura física para acessibilidade dos idosos – que respondiam por 20% dos atendimentos – e, depois, em promoções de iniciativas de promoção à saúde e envelhecimento saudável. Esta última, aliás, estendida para os próprios funcionários da instituição, ajudou a reduzir reajustes de planos de saúde corporativos nos últimos três anos. Hoje, a instituição dedica cerca de 1 mil metros quadrados em iniciativas de promoção à saúde, voltada especialmente para pacientes idosos, de modo a manter-lhes autonomia e prevenir doenças crônicas. “É uma coisa que dá bastante certo”, ponderou Paulo Bastian, superintendente executivo do Oswaldo Cruz. “Com a qualidade assistencial que a gente passou a ter, garantimos uma série de outras atividades.” Como resultado, o número de internações de pessoas acima de 60 anos no hospital cresceu, transformando-o em referência na área: em 2014, das 17 mil internações realizadas pelo Revista SB | Outubro 2014 6
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DEBATE | ENVELHECIMENTO Foto: Francisco Yukio Porrino
80% DOS BRASILEIROS COM MAIS DE 60 ANOS JÁ APRESENTA AO MENOS UMA DOENÇA CRÔNICA Oswaldo Cruz, ao menos 7 mil correspondiam a pacientes com mais de 60 anos. “Criamos uma demanda segmentada”, explicou. “O hospital acabou se tornando referência.” PÚBLICO Antônio José Pereira, ou Tom Zé, como é mais conhecido, também participou do debate sobre envelhecimento mostrando um pouco da experiência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), do qual é superintendente médico. Hoje, além de mutirões para o tratamento ou intervenção de doenças crônicas (como a catarata) e das estratégias de envelhecimento saudável, o hospital aposta em um modelo de gestão que amplie o número de leitos de retaguarda. Atualmente em obras, estão sendo ampliadas as unidades de Suzano e Cotoxó, para abrigar de forma mais humanizada os pacientes de longa 6
DEBATE COM BASTIAN, DO OSWALDO CRUZ (À ESQ.) E JOSÉ PEREIRA, DO HC (À DIR.), LEVANTA CARÊNCIA DE POLÍTICAS GLOBAIS PARA A SAÚDE DOS IDOSOS
permanência, notoriamente idosos, desafogando outros hospitais do complexo. Atualmente, 20% dos leitos do estado de SP são de responsabilidade do HC, o que por si já demonstra o tamanho do desafio de gestão. “Hoje, um leito de alta complexidade no Hospital das Clínicas custa para o SUS cerca de R$ 1.800 por dia, enquanto um de retaguarda não passa de R$ 450”, disse, ao ressaltar que fazer a gestão dos leitos de urgência, emergência e retaguarda ainda é um problema grande. “A tecnologia na área da saúde ainda está na idade da pedra.” DIRETRIZES Participante ativa, a plateia do debate sobre envelhecimento apontou uma carência de políticas globais claras a respeito do tratamento dos idosos no sistema de saúde, seja público ou privado. “Não temos que reinventar a roda. A saída é apostar em saúde da família”, ponderou o presidente da Unimed Pindamonhangaba, José Renato Schimdt, ao pregar uma mudança no modelo de assistência que ainda privilegia a doença, em detrimento da Saúde. Duro ao criticar a agência reguladora do setor de saúde suplementar, Schmidt recebeu o apoio de Denise Eloi, presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), para quem a ANS já poderia ter investido mais em “orientar um modelo de assistência no setor de saúde suplementar”. No entanto, disse, o interesse repousa muito mais em medidas reativas de mercado. A Unidas, aliás, já enfrenta uma questão demográfica de envelhecimento “já há muito tempo”, explicou Denise. Atualmente, entre as autogestões associadas, 22,8% da população é formada por idosos, perfil semelhante ao do Brasil de 2050.
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DEBATE | SUSTENTABILIDADE
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omeçar pela governança: o mandamento não vale apenas para empresas interessadas em ampliarem faturamento, aprimorarem a gestão ou aumentarem a lucratividade, mas cai também como uma luva para as interessadas em tornarem-se mais sustentáveis. É o que revelou o debate “Agente Transformador”, realizado durante o Saúde Business Forum 2014, e cujo foco estava no aumento da consciência do setor a respeito da responsabilidade socioambiental.
“É um tema novo na área de saúde”, explicou Rodrigo Henriques, sócio-diretor da consultoria Lanakaná Princípios Sustentáveis. “É impossível não falar de governança corporativa, falar de transparência. As empresas que começam pela governança obtêm mais sucesso.” Segundo o consultor, certificações na área não se tratam apenas de atender exigências de bancos por relatórios de sustentabilidade para concessão de empréstimos (como já é o caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, por exemplo, ou de instituições financeiras europeias). “É possível obter retorno no primeiro ano, já há instrumentos pra isso”, as-
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DEBATE | SUSTENTABILIDADE Foto: Francisco Yukio Porrino
segura Henriques, mas com uma ressalva. “Muitas empresas falam que é importante, mas não incluem [responsabilidade socioambiental] no plano estratégico.” A questão é tão premente que o conjunto dos mais importantes hospitais privados do Brasil reconhece uma necessidade. Explica-se: a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) instituiu recentemente um grupo específico para discutir sustentabilidade em seus hospitais membros. O resultado deste trabalho deve ser incluído no Observatório Anahp, mais especificamente em um painel de indicadores de sustentabilidade e iniciativas “verdes”. “Estamos transformando a questão da governança corporativa”, afirmou o presidente do conselho de administração da entidade, Francisco Balestrin. “Há a questão da transparência, da equidade, da apresentação dos dados de sustentabilidade.
A finalidade é transferir [esses conceitos] para nossas empresas.” Segundo o executivo, muitas instituições de saúde no Brasil já se conscientizaram da importância de ter conselhos administrativos e de administração, primeiro passo para implementar um novo modelo de gestão, que profissionalize as instituições de saúde a partir de um modelo organizado. “Tudo abaixo vem como se fosse chuva, tudo profissionaliza”, MESA DEBATEDORA, DA ESQ. esquematizou. PARA DIR.: BALESTRIN, DA “Cansamos de ouvir o mercado ANAHP; ALBERTO, DO FLEURY E dizer que as instituições são mal HENRIQUES, DA LANAKANÁ organizadas, mal estruturadas, vendem OPME fora do preço etc... Se assim o é, vamos tratar em um ambiente de transparência, ética, equidade etc. Temos um grupo trabalhando com regras de compliance para que o mercado veja as instituições hospitalares da mesma forma que veem um banco”, sentenciou. NA PRÁTICA Mas então, qual é o primeiro passo? “É importante gerar indicadores”, ponderou Fernando Alberto, diretor executivo do Grupo Fleury, uma das poucas empresas nacionais do setor de Saúde que publicam o relatório de sustentabilidade GRI (do inglês Global Reporting Initiative). Atualmente, o Fleury gera pelo menos 1,4 toneladas de lixo infectantes por ano, mas o volume deste tipo de material foi encontrado em apenas um quarto de todos os resíduos “produzidos” pela rede. “A gente mede um quarto disso, 75% ainda não. Existem uma série de explicações para isso, como a aquisição de outras empresas etc, mas a meta é medir 100% até o fim deste ano.” Em termos de emissões de dióxido de carbono (CO2), Alberto explica que a rede detectou a emissão de 4 mil toneladas em 2012, e de 11 mil em 2013, após uma adequação dos cálculos. Longe de causar constrangimento, os números traçam um plano de ação. Admitindo o que chama de “ainda um monte de imperfeições em casa”, o executivo ressalta o papel transformador que a implantação deste tipo de transparência tem sobre a empresa. “A gente começa a ver que isso [a transparência] é uma demanda da sociedade”, ponderou.
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DEBATE | TI NA SAĂšDE
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G Rumo ao hospital digital, governança de TI é estratégica marcelo vieira
Participação de CIOs nas decisões estratégicas das corporações ainda esbarra em questões culturais e de formação profissional. Perspectivas da digitalização, no entanto, são positivas
overnança foi um tema determinante no Saúde Business Forum durante os debates sobre fusões e aquisições e sobre a implantação de iniciativas de sustentabilidade. E a questão novamente veio à tona quando o assunto mudou para tecnologia da informação (TI), uma vez que uma arquitetura de sistemas realmente capaz de agregar valor ao negócio exige um ambiente propício, com um fórum de discussão adequado. “Na Saúde, o que vemos é uma participação muito pequena dos diretores de TI em reuniões mais estratégicas. Tenho visto eles serem só informados do que acontece”, ponderou Sergio Lozinsky, consultor da SLozinsky Consultoria de Negócios e um dos autores do relatório “Antes da TI, a Estratégia na Saúde”, realizado em parceria com a IT Mídia. “Isso pode ter duas razões: ou o gestor de TI não é percebido como alguém que pode contribuir, o que é um problema, ou a instituição não percebe que alguém de TI precisa participar.” Para o especialista, uma TI com capacidade efetiva de entender e traduzir as necessidades da corporação de forma estratégica, compreendendo o negócio, exige uma governança bem estruturada. “Mais da metade das empresas brasileiras entre as mil maiores não estão em um grau de maturidade necessário para governar TI.” Se consideradas apenas as instituições de saúde brasileiras (no estudo da IT Mídia são 150 os hospitais entre Revista SB | Outubro 2014 7
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DEBATE | TI NA SAÚDE Fotos: Francisco Yukio Porrino
as mil maiores empresas), o nível constatado de informatização é ainda mais baixo. As organizações ainda veem a TI primeiro como suporte ao negócio – o que também não deixa de ser importante, é claro, obedecendo a quatro elementos fundamentais: desempenho, continuidade, segurança e contingência. “A ambição de quem trabalha com TI é de que ela seja estratégica, para servir melhor o cliente. Só que para chegar neste nível a lojinha tem que abrir todo dia”, ponderou Lozinsky. A questão esbarra não só na cultura organizacional, mas na própria formação mais comum dos líderes de TI, normalmente profissionais de perfil mais técnico do que gerencial. “Há um papel fundamental do CEO. Não tenho dúvida que a maioria já tem um olhar sobre a importância da TI, mas é preciso trazer o CIO junto para qualificá-lo”, pondera Claudio Giulliano Alves da Costa, da Folks e-Saúde e também autor do estudo. “Não podemos esperar que só a TI ofereça as soluções. Ela tem que ser estimulada a fazer isso.” Se o objetivo de qualquer instituição de saúde é aumentar a qualidade operacional e assistencial, isso “certamente só será alcançado quando tivermos processos mais automatizados, com o uso da TI para apoiar esses processos”, acredita Costa. Neste sentido, segundo ele, o Brasil está avançando. “Cada vez mais a gente tem uma adoção progressiva de sistemas da informação, e já temos ótimos exemplos.”
GIULIANO: HOSPITAIS ESTÃO INVESTINDO, MAS AINDA HÁ UM LONGO CAMINHO A TRILHAR
SERGIO LOZINSKY: DIRETORES DE TI ESTÃO EM POUCAS REUNIÕES ESTRATÉGICAS
NA ÁREA DE SAÚDE BRASILEIRA, OS APORTES EM TI NÃO COSTUMAM SER MAIORES QUE 1% DO FATURAMENTO, MAS HOSPITAIS COM NÍVEL DE INFORMATIZAÇÃO MAIS ELEVADO INVESTEM ATÉ 3% AFERIÇÃO Experiências de sucesso já podem ser observadas no Brasil em hospitais com um grau de automação considerado bastante elevado, inclusive se avaliados seguindo padrões internacionais como o da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS). A organização começou em 2014 a avaliar a digitalização dos hospitais brasileiros de acordo com uma escala de 7 níveis chamada de Eletronic Medical Record Adoption Model, ou EMRAM. O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), e o Hospital Unimed Recife III, na capital pernambucana, alcançaram o nível 6. “Alguns [hospitais] estão intensamente investindo [em TI]. É um cenário muito mais positivo que há quatro ou cinco anos”, disse Costa. “Mas ainda há um longo caminho a trilhar.” Caminho que passa também por aumentar os investimentos em tecnologia. Na área de Saúde brasileira, os aportes em TI não costumam ser maiores que 1% do faturamento, mas hospitais com nível de informatização mais elevado (EMRAM níveis 6 e 7) podem investir até 3%, acumulando até 70 fornecedores diferentes. “A Saúde está se dando conta que precisa começar a gerir mais amplamente a estratégia de TI olhando para fora”, ressalta Lozinsky.
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DEBATE | MODELO DE REMUNERAÇÃO
TEXTO: MARIA CAROLINA BURITI MEDIAÇÃO: VERENA SOUZA
ATUAL MODELO DE REMUNERAÇÃO NÃO É SUSTENTÁVEL E COLOCA O SISTEMA EM XEQUE; SETOR QUER MUDANÇAS E DEBATE DEVE ENVOLVER TAMBÉM O PADRÃO ASSISTENCIAL
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discussão não é recente: o atual modelo de remuneração baseado no “fee for service” ou conta aberta coloca a sustentabilidade do setor em xeque. A principal vítima é o paciente, que não é beneficiado por um sistema no qual se privilegia a quantidade de exames, procedimentos, medicamentos nem sempre utilizados com o objeto de promover à saúde e, sim, manter o foco na doença. Para os prestadores e fonte pagadora, o modelo tem impulsionado desentendimentos na hora de autorizar as requisições para o pagamento do serviço prestado, o que torna o relacionamento um verdadeiro cabo de guerra, no qual só há perdedores. Mas como, afinal, desenvolver uma nova alternativa de pagamento, mais sustentável para os agentes envolvidos e com mais valor ao paciente? “O modelo de remuneração é o fim ou instrumento? Estamos propondo o modelo de remuneração, entretanto, não discutimos previamente o modelo de assistência que queremos. É mais integral? Mais ‘hospitalocêntrico’?, questionou o diretor de Provimento da Unimed BH, José Augusto Ferreira, durante o Saúde Business Forum 2014. “Queremos foco no interesse e equipamentos ou no efetivo ganho de saúde para os pacientes?”, completou.
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Rever os padrões da assistência também é considerado fundamental pelo Diretor de Recursos Próprios da Unimed Vitória, Mário Tironi Junior. Segundo ele, o modelo hoje onera o sistema e, muitas vezes, trata pontualmente o paciente, sem contribuir para o cuidado integral e a promoção da saúde. “Hoje o sistema de remuneração é baseado no ‘que eu fiz no cliente’, precisamos mudar para ‘o que que eu faço pelo cliente’, sugeriu. INICIATIVAS Atualmente cerca de 47% das receitas hospitalares no segmento privado é proveniente de materiais e medicamentos. Esses itens são responsáveis por cerca de 15% dos custos hospitalares, os 85% veem das diárias, ou seja, hoje as operadoras pagam muito por aquilo que custa pouco – materiais e medicamentose pagam pouco por aquilo que custa muito, as diárias. “O objetivo do modelo atual não é entregar valor [para o paciente], pois para o profissional ser bem remunerado, precisa usar mais medicamentos, equipamentos, materiais e que o paciente fique mais tempo internado. Ou seja, o modelo vigente premia a ineficiência”, afirma Ferreira. Verticalizadas e com grande número de beneficiários em suas praças de atuação, Unimed BH e Unimed Vitória trabalham alternativas para que esses impactos não sejam tão nocivos. A cooperativa capixaba, que possui uma rede com centros de diagnóstico, centros de atenção
primária, homecare e hospitais, implantou processos de regulação no backoffice envolvendo procedimentos cirúrgicos e de alto custo, incluindo OPME. A iniciativa gera uma economia média de R$ 400 mil por mês, e quando é somada ao trabalho realizado por auditorias hospitalares, o valor economizado alcança R$ 28 milhões por ano. A Unimed Vitória também investiu em seus centros de atenção primária com um modelo baseado em captação. “Temos uma demanda de profissionais que querem sair dos consultórios para entrar no sistema”, comemora Tironi referente ao projeto que começou no ano passado. Nele, equipes formadas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde acompanham grupos de paciente e se tornam referência para a população atendida. “Essa captação leva a indicadores de performance da saúde do cliente como: manuten-
HOJE O SISTEMA DE REMUNERAÇÃO É BASEADO NO ‘QUE EU FIZ NO CLIENTE’, PRECISAMOS MUDAR PARA ‘O QUE QUE EU FAÇO PELO CLIENTE’ Revista SB | Outubro 2014 7
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DEBATE | MODELO DE REMUNERAÇÃO
o abc do DRG
MESA DEBATEDORA, DA ESQ. PARA A DIR.: MÁRIO TIRONI, DA UNIMED VITÓRIA, RENATO COUTO, DO IAG E JOSÉ AUGUSTO FERREIRA, DA UNIMED BH
ção do peso, medição da glicose etc.”, contou. Assim, é possível abrir mão do fee for service rumo ao modelo que reconheça a qualidade do serviço. Outra forma é a remuneração semi-global, que envolve materiais e medicamentos, taxas e diárias hospitalares. A cooperativa reuniu quatro grandes hospitais da região e passou a discutir o tipo de remuneração, uma vez que as entidades já tinham assistido a quebra de duas operadoras locais. “Conseguimos implementar em todos os hospitais”, disse, explicando que foram necessárias algumas negociações para o êxito do projeto iniciado em maio deste ano. “Foi o parto da montanha. Mas no fim todos entenderam que há o ganha-ganha”. A Unimed BH pratica há cinco anos o modelo de diária global, na qual estão contemplados todos os procedimentos cirúrgicos - incluindo diárias, taxas e insumos básicos – apenas materiais, medicamentos especiais e honorários médicos não entram. De acordo com Ferreira, o resultado é que esses hospitais atingiram a eficiência dos hospitais americanos, quando se compara índices como alta precoce, tempo de permanência e outros. “Com a diária global, o ganho do hospital é em relação ao que ele faz melhor e mais rápido e assim se torna mais eficiente. Diagnósticos que ficavam três dias internados, hoje ficam dois, pois se melhorou os processos, melhorou o pós operatório, a recuperação anestésica e etc.”, axplicou Ferreira. O modelo evita a sobreprestação de serviços, pois ela só é interessante em conta aberta. Na Unimed Bh, o modelo é visto como transição: não é conta aberta, mas também não é desempenho, mas como disse Ferreira, já é um início. 7
RENATO COUTO, DIRETOR DO IAG SAÚDE, TAMBÉM PARTICIPOU DO DEBATE COM O OBJETIVO DE ESCLARECER O MODELO DE DIAGNOSTIC RELATED GROUPS OU DRG, ALTERNATIVA UTILIZADA EM VÁRIOS PAÍSES E APONTADO COMO UM MODELO MAIS SUSTENTÁVEL. SAIBA MAIS SOBRE O MODELO E O CONTEXTO ATUAL: • DRG nasceu nos Estados Unidos em 1969 e, desde o início dos anos 80, é usado e atualizado pelo governo americano. • A versão MS-DRG usada pelo governo americano é livre e acessível a qualquer cidadão ou empresa. • Há empresas que fizeram modificações na metodologia original e a patentearam. A 3M é uma delas. Porém, a maior parte dos países que usam o DRG não pagam patente à 3M. • O DRG só se aplica a pacientes internados em hospitais. O desempenho da produção assistencial deve ser mensurado em duas dimensões: custos e resultados. • Dois indicadores permitem avaliar a qualidade: complicações assistenciais e mortalidade. • Para usar o DRG é necessário um software que realize as milhares de combinações entre idade, CID da doença principal, CID de comorbidades, procedimentos realizados para gerar os 786 produtos da versão atual (MS-DRG). OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA IMPLANTAR O DRG NO BRASIL, SEGUNDO COUTO, SÃO: DESCONFIANÇA ENTRE AS PARTES: por isso ela precisa ocorrer de forma voluntária, transparente e com decisões sustentadas em preceitos técnicos. DIFERENÇAS DO SISTEMA DE CODIFICAÇÃO EUA VS BRASIL: São 72 mil códigos cirúrgicos americanos e 5100 códigos TUSS brasileiros. A solução é construir equivalências de códigos. OS PROCESSOS GERENCIAIS DO SISTEMA DE SAÚDE SUPLEMENTAR BRASILEIRO DEVEM SER INCLUSOS: Categorizador de DRG deve integrar a assistência a ser realizada pela operadora e hospital.
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De 17 a 21 de setembro de 2014 foi realizado o Saúde Business Forum, no Transamerica Ilha de Comandatuba – BA, destinado aos decisores da cadeia de valor de saúde.
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EXECUTIVOS PRESENTES
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CONFIRA PATROCINADORES ALGUNS MAIS DE NÚMEROS 600 QUE REUNIÕES DE TRADUZEM NEGÓCIOS REALIZADAS PARTE DO QUE FOI O ENCONTRO: 30 HORAS DE CONTEÚDO
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AÇÕES DE RELACIONAMENTO
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É uma empresa global de consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, com mais de 293.000 profissionais atendendo a clientes em mais de 120 países. Combinando experiência ímpar, conhecimento profundo sobre todos os setores econômicos e funções de negócio, e extensa pesquisa junto às mais bem-sucedidas organizações no mundo, a Accenture colabora com seus clientes, quer sejam empresas ou governos, para ajudá-los a alcançar altos níveis de performance. A companhia teve receitas líquidas de US$ 28,6 bilhões no ano fiscal encerrado em 31 de agosto de 2013. Sua página na internet é www.accenture.com.br
Pertencentes ao Grupo Brasanitas, a Brasanitas Hospitalar é líder em higienização e atua em hospitais, clínicas, laboratórios e demais áreas da saúde. Já a Infralink Facilities Services oferece soluções de engenharia, sendo responsável pelas atividades de manutenção predial, industrial e facilites. Visite o site: www.grupobrasanitas.com.br
É uma empresa independente e global com mais de 100 anos de liderança, comprometida em fazer o que for preciso para ajudar nossos clientes a obter sucesso nos seus negócios. Criamos soluções inovadoras e inteligentes focadas na produtividade e na otimização do fluxo de trabalho das instituições de saúde. Fornecemos sistemas de imagens médicas e dentais; sistemas de imagem de raios X industrial e materiais avançados para filmes de precisão e mercados eletrônicos - com o apoio de uma rede de serviços e suporte global.
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É uma empresa do grupo NTT DATA, é uma multinacional de consultoria que oferece soluções de estratégia e de negócios, desenvolvimento e manutenção de aplicações tecnológicas e serviços de terceirização. A empresa que atua nos setores de telecomunicações, serviços públicos, financeiros, industriais, de energia, e o setor de saúde. Atualmente tem 10.600 profissionais localizados em escritórios e centros de alto desempenho em 13 países.
Grupo Geriatrics a tua na área de saúde há 28 anos. É a primeira empresa privada de Home Care do Brasil e possui mais dois setores assistenciais e um de treinamento de equipe e acolhimento de familiares assistidos chamado CEAD. O setor de Clinic Care é clínica de reabilitação com meta predeterminada para subagudos ou tratamento paliativo e o Office Care é o
A GRSA/Compass é líder nacional e mundial na prestação de Serviços de Alimentação e de Suporte para hospitais, empresas, escolas, aeroportos, plataformas de petróleo e locais remotos. São 37 anos de experiência no Brasil, 40 mil colaboradores e 1,5 milhões de refeições por dia. Atualmente atendemos mais de 120 hospitais, com soluções de alimentação para pacientes, corpo clínico, funcionários, acompanhantes e visitantes; além de serviços de suporte como limpeza hospitalar, portaria, jardinagem, e recepção.
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Tendo iniciado como um pequeno e inovador empreendimento médico no início dos anos 90, atualmente o Grupo apresenta-se como um dos principais players do ramo de diagnóstico por imagem do país, sendo o maior nas regiões Norte e Nordeste. Em toda sua trajetória, o Grupo pode se orgulhar de unir dois grandes vetores de um crescimento sustentável: Inovação e liderança. Com notório conhecimento do mercado e com a maturação de seu corpo gerencial e técnico, outros segmentos começaram a ser explorados pelo Grupo, sendo estes o ramo hospitalar e a produção de bio-marcadores moleculares. Pode-se, então, definir o atual Grupo Delfin como um conglomerado de empresas, assim divididos: Delfin Imagem, Hospitais e Biofarmaco.
Líderes na América Latina, na L+M criamos espaços contemporâneos. São ambientes de saúde prontos para funcionar – de pequenos escritórios a áreas maiores que 90 mil m². Nossa equipe multidisciplinar atua em cada fase desses ambientes. Vamos além da arquitetura, com projetos completos e integrados do planejamento à gestão. Em 27 anos, são mais de: 1,1 milhão de m2 em projetos, 400 mil m2 construídos e 360 clientes.
Com mais de cem anos de história e milhares de projetos hospitalares, a Kahn é especialista em Soluções para o Setor da Saúde, como o Plano Estratégico Integrado, que engloba o Plano Diretor, e o Desenvolvimento de Projetos de Arquitetura com a aplicação do conceito “Healing Buildings – mais que sustentáveis, restaurativos”, fi losofi a alinhada com o propósito das instituições de saúde. Tem como clientes os principais hospitais do Brasil e EUA.
A Linde Gases é membro do Grupo Linde, com sede na Alemanha e operações em mais de 100 paises, é uma das líderes mundiais em Gases Industriais, Gases Medicinais, Engenharia e Atenção Domiciliar. Posicionada como empresa líder no setor de saúde, a Linde Healthcare trabalha para garantir a segurança e qualidade de vida dos pacientes por meio de produtos, serviços e soluções completas e personalizadas para o seu negócio. Pioneirismo, inovação, qualidade e confiabilidade são alguns de nossos valores.
É uma rede global de firmas independentes que prestam serviços profissionais de Audit, Tax e Advisory. No Brasil são aproximadamente 4.000 profissionais atuando em 22 cidades, localizadas em 13 estados e Distrito Federal. A prática de Health Care da KPMG no Brasil conta com profissionais experientes e focados em diversos setores da Saúde, que auxiliam seus clientes a responderem aos desafios do mercado.
É uma empresa do grupo Andrade Gutierrez que atua no planejamento, gestão e logística da cadeia hospitalar de suprimentos, garantindo aos seus clientes, além de uma efetiva economia financeira, o controle e o uso consciente e otimizado dos materiais hospitalares e de medicamentos.
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No Brasil, atuando nessa área há 35 anos, com 35,5 mil colaboradores e cerca de 2 mil unidades operacionais, a Sodexo trabalha para oferecer as melhores opções em Serviços On-site – Alimentação e Facilities Services. Tem ampla gama de serviços integrados e atende a clientes de segmentos como: Saúde, Educação, Corporativo e Bases Remotas. A empresa possui atuação em todo território nacional. Por seis vezes, foi eleita ao prêmio Top of Mind Estadão de RH, categoria Serviços de Alimentação Coletiva, e sete vezes ao Top Hospitalar, da IT Mídia, o mais importante prêmio do setor médico-hospitalar no País.
É uma empresa dedicada à eficiência e que atua nas áreas de facilities, manutenção e gestão de utilidades. Com modelo de negócios baseado em transferência de riscos e SLA’s (Service Level Agreement), a companhia tem como objetivo otimizar o uso das instalações, com aumento de disponibilidade e performance, além da redução de custos operacionais, através do melhor aproveitamento dos recursos. No Brasil desde 1998 como subsidiária da Dalkia Internacional, a empresa atua em instituições de saúde, instituições de ensino, empreendimentos comerciais, shopping centers e indústrias. Em 2013, ainda sob o nome Dalkia, registrou um faturamento de R$ 330 milhões no País.
A Stryker é uma das empresas líderes em tecnologia médica no mundo e junto com seus clientes, são movidos a construir uma Saúde melhor. A empresa oferece uma diversidade em tecnologias médicas inovadoras, incluindo produtos direcionados a reconstrução, produtos médicos e cirúrgicos, neurotecnológicos e para a coluna, ajudando as pessoas a viver mais ativamente e satisfeitas.
A inovação e a excelência nos serviços hospitalares sempre foram prioridade para a White Martins, em seus mais de cem anos de atuação no Brasil. A empresa mantém um intenso programa de desenvolvimento de tecnologias para o setor medicinal e foi a primeira indústria a ter autorização de funcionamento da Anvisa para produzir gases medicinais com grau farmacêutico. Seus produtos, serviços e equipamentos são indicados para diversas aplicações clínicas e de infraestrutura. A White Martins se destaca ainda, há 4 anos consecutivos, como uma das empresas mais inovadoras do país, de acordo com a revista Época Negócios e a renomada consultoria internacional A. T. Kearney.”
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