Revista Soluções - Edição 27

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Qualificação Selo Turismo

aumenta competitividade de empresas paranaenses

E MAIS Paranaenses conhecem experiência mundial no comércio

Sebraetec: o caminho para inserir tecnologia no negócio

Toda empresa precisa ser reinventada? Especialista fala em entrevista


Foto: Luiz Costa

ÍNDICE

Entrevista

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Você conhece os dramas de seus clientes?

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Experiência internacional para o comércio

Tendência de mercado

Gestão

paranaenses se 28 Negócios destacam por excelência em gestão

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Capa

Micro e pequenas empresas do setor de turismo investem em gestão e qualidade Sustentabilidade

Iniciativas inovadoras são reconhecidas no 10º Prêmio Ozires Silva

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Encontro motivou prefeitos e prefeitas a pensar no desenvolvimento com micro e pequenas empresas

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Ágide Meneguette dirige o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

Ecossistema

Campus Party abre novas oportunidades para startups e fortalece ecossistema de inovação no Paraná

Inovação

Empresas se destacam NO mercado com auxílio do Sebraetec Ambiente de negócios

Institucional

Conselho Deliberativo O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de ensino, tecnologia e crédito e poder público. Funciona como uma assembleia geral e soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática e compartilhada. Ao todo, são 13 entidades que têm assento no Conselho Deliberativo do Sebrae/PR. Ágide Meneguette – Presidente do Conselho Deliberativo Banco do Brasil: Neirim Goulart Duarte - titular | Roberto Galvan - suplente Caixa Econômica Federal: Renato Scalabrin - titular | José Amilcar de Lucca Junior - suplente Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (Citpar): Luiz Carlos Baeta Vieira - titular | Rubens Maluf Dabul - suplente Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep): Ágide Meneguette - titular| Carlos Augusto C. Albuquerque - suplente Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap): Marco Tadeu Barbosa - titular | Rainer Zielasko - suplente Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Fampepar): Ercílio Santinoni - titular | Jonas Bertão - suplente Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep): Edson Campagnolo - titular | Evaldo Kosters - suplente Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio): Darci Piana - titular|Ari Faria Bittencourt - suplente Fomento Paraná: Juraci Barbosa Sobrinho - titular|Heraldo Alves das Neves - suplente Sebrae Nacional: Elizabeth Soares de Holanda - titular | Joana Bona Pereira - suplente Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral: Cyllêneo Pessoa Pereira Junior - titular | Mario José Doria da Fonseca - suplente Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar): José Roberto Ricken - titular |Nelson Costa - suplente Universidade Federal do Paraná (UFPR): Graciela Ines Bolzon de Muniz - titular | Sandro Lunard Nicoladeli - suplente

Conselho Fiscal

Faep: João Luiz Rodrigues Biscaia - Presidente do Conselho Fiscal | Dalton Celeste Rasêra - suplente Fecomércio: Alberto Franco Samways - titular | Edson Luiz Guariza - suplente Ocepar: Gerson José Lauermann - titular | João Gogola Neto - suplente

Expediente

Coordenação: Fabíola Negrão – Gerente de Marketing e Comunicação Jornalista Responsável: Adriano Oltramari – Registro Profissional – 3434/13/37-PR, Camila Gioda Fumaco – Consultora especialista em Marketing e Andressa Paola Coutinho – Consultora especialista em Marketing

Diretoria Executiva Vitor Roberto Tioqueta – Diretor-superintendente Julio Cezar Agostini – Diretor de Operações José Gava Neto – Diretor de Administração e Finanças Textos: Adriano Oltramari, Bruna Komarchesqui, Camila Cabau, Juliana Dotto, Antonio Menegatti Neto, Patrícia Biazetto e Patrícia Gomes. Impressão: Speedgraf Gráfica e Editora Ltda. Direção de Criação: CCZ


Ágide Meneguete Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

É com alegria que retorno à presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR. De 2003 a 2006 dirigi esse órgão deliberativo da casa do empreendedor de micro e pequenos negócios no Paraná. Nos próximos dois anos, teremos uma missão ainda mais desafiadora, pois o momento econômico exige mais trabalho do Sebrae/PR para fortalecer empresas e superar a crise, restabelecendo um cenário de crescimento. O Sebrae/PR tem sua capacidade aprovada em 44 anos de atuação. Contudo, precisamos ser mais assertivos nas soluções e programas de apoio ao empreendedorismo e seus resultados, no campo e na cidade. Afinal, acreditamos nesta recuperação com a força dos pequenos, traduzida em emprego e renda, bem como temos o capital humano e o conhecimento para fazer a diferença nesta época de muitas incertezas no setor produtivo. Queremos gerar valor para os clientes, agregar resultados práticos e produtivos nas micro e pequenas empresas, de forma que sejam o alicerce para virar a página deste período econômico marcado pela crise financeira, descrédito na política e reflexos desagradáveis para a nossa população. O desafio está posto. Vamos juntos fazer a diferença para encurtar caminhos e chegar a alternativas de gestão, qualidade e inovação, que façam a diferença para a recuperação e o desenvolvimento por meio dos micro e pequenos negócios.

Nossa missão é promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e estimular o empreendedorismo. Continuaremos a trabalhar, incansáveis, pela melhoria da competitividade, inovação, qualidade e progresso dos pequenos negócios porque acreditamos no empreendedorismo e nas micro e pequenas empresas.

Qualificação traz resultados José Gava Neto Vitor Roberto Tioqueta Julio Cezar Agostini Diretoria Executiva do Sebrae/PR

Nesta edição da Soluções, temos a feliz oportunidade de conhecer melhor algumas inciativas que levam qualidade de gestão para micro e pequenas empresas do Paraná. Mais do que isso, temos breves relatos de empreendedores que, mesmo diante do quadro turbulento de crise, abriram suas empresas e dedicaram seu tempo para investir em processos que resultam em competitividade. Falamos do Selo de Qualidade no Turismo do Paraná e o MPE Brasil, que desenvolvemos junto com nossos parceiros estratégicos e são iniciativas modelo, seja pela sua metodologia e resultados, seja pela confiabilidade perante os empresários. São apenas alguns relatos de desafios superados, mas que traduzem o esforço e resultado gerados para quem investe na melhoria da gestão. Em tempos normais de economia estabilizada ou crescente, a busca pela competitividade faz a diferença. Nos períodos de crise econômica, são ainda mais fundamentais para a sobrevivência e sucesso nos negócios. Nesta linha, podemos acompanhar conteúdos relativos à inovação e reflexão sobre modelos de negócios e tendências. Para tanto, o empreendedor pode contar com o Sebrae/PR nesta busca por qualidade e resultados. Além dos programas já comentados aqui, apresentamos novas histórias relacionadas a clientes que utilizaram o Sebraetec. Empreendedores que criaram ou reinventaram produtos e soluções, com base na inovação e na visão de manter ou ampliar mercado. Novamente, colocamos à disposição dos empreendedores de micro e pequenos negócios uma gama de informações e conteúdo que podem inspirar quem já está no mercado, ou mesmo quem tem sonhos e planos para empreender. Em qualquer circunstância, conte sempre com o Sebrae/PR, parceiro dos pequenos negócios no Estado. Boa leitura!

Foto: Luiz Costa

Retorno com mais desafios

Foto: Luiz Costa

EDITORIAL


SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

Reconhecimento

SUSTENTABILIDADE

Iniciativas inovadoras

são reconhecidas no

10 ozires silva O prêmio

de empreendedorismo s u s t e n táv e l Categorias de Empreendedorismo:

Social Econômico Ambiental Educacional Entre os vencedores do evento, patrocinado pelo Sebrae/PR, estão quatro projetos de micro e pequenos empreendedores Patrícia Gomes 4


Q

uatro boas surpresas, sendo três paranaenses, foram reveladas na cerimônia de entrega do 10º Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável, que aconteceu em fevereiro, no Espaço Nova Curitiba, na capital paranaense. Promovido pelo Instituto de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), em parceria com o Grupo Paranaense de Comunicação e com patrocínio do Sebrae/PR, o prêmio reconhece os melhores projetos nas áreas de empreendedorismo e sustentabilidade, que contribuem para o desenvolvimento da sociedade. Eles estão divididos em quatro categorias (social, econômico, ambiental e educação) e três modalidades (empresarial, acadêmico e pessoa física), que definem como cada um será julgado. Os vencedores foram escolhidos entre 128 projetos inscritos de todo o Brasil. Entre os 17 premiados, quatro foram propostos por micro e pequenos empreendedores. Para o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, o resultado não surpreende, pois, a iniciativa atrai pessoas e entidades que desejam contribuir na prática com projetos de inovação, empreendedorismo e sustentabilidade. Fato que é visto pelo Sebrae/PR como uma “fonte de identificação de projetos” com potencial.

tes ao perfil dos projetos participantes”, comenta Tioqueta. Os trabalhos inscritos foram avaliados em etapas e passaram pelo crivo de uma banca formada por especialistas em empreendedorismo, sustentabilidade e inovação. “A participação do Sebrae no contexto do Prêmio Ozires Silva tem fundamental importância para o sucesso do programa ao longo dos seus 10 anos de existência”, destaca o presidente do ISAE, Norman de Paula Arruda Filho. A relevância da premiação se justifica na medida em que ganha repercussão nacional. Essa exposição agrega valor aos trabalhos vencedores e promove de forma positiva a imagem dos participantes. O resultado é o crescimento, ano a ano, no número de projetos inscritos. “Estamos juntos com o ISAE/ FGV, como realizadores do Prêmio Ozires Silva, desde a sua primeira edição, por acreditarmos na importância de se valorizar o empreendedorismo e de se reconhecer as boas práticas. O prêmio está muito conectado com a crença que temos dentro do GRPCOM de que devemos contribuir para o desenvolvimento social e econômico”, resumiu Carmem Murara, gerente de Comunicação e Relacionamento do GRPCOM. Foto: Luiz Costa

Os trabalhos inscritos foram avaliados em etapas e passaram pelo crivo de uma banca formada por especialistas em empreendedorismo, sustentabilidade e inovação. “A participação do Sebrae no contexto do Prêmio Ozires Silva tem fundamental importância para o sucesso do programa ao longo dos seus 10 anos de existência”, destaca o presidente do ISAE, Norman de Paula Arruda Filho.

Estamos juntos com o ISAE/FGV, como realizadores do Prêmio Ozires Silva, desde a sua primeira edição, por acreditarmos na importância de se valorizar o empreendedorismo e de se reconhecer as boas práticas. Diretor do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta, enalteceu o

valor empreendedor dos projetos. Na foto, com Norman de Paula Arruda Filho e Ozires Silva

“O Sebrae/PR patrocina, participa da banca examinadora e está atento às iniciativas, que podem ser fonte de novos projetos dentro do nosso trabalho de fomento ao empreendedorismo em todo Paraná. Vencedores ou não, todos são analisados e, identificando-se oportunidades, podem serem incluídos nos projetos das linhas estratégicas do Sebrae, com destaque para as de Startups e Alto Potencial, em princípio, mais aderen-

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Micro e pequenos empreendedores se destacam com projetos inovadores

Empreendedorismo Social Micro e Pequeno Porte Associação Enactus

Na Categoria Social, o Programa Hector, dos estudantes de Florianópolis (SC), foi o vencedor. Promovido pelos 21 integrantes da Associação Enactus, ele prevê a reinserção de jovens infratores na sociedade e no mercado de trabalho pela participação em cursos e treinamentos que trabalham transformação de valores. De acordo com a diretora da instituição e uma das responsáveis pelo projeto, Bruna Silveira, a associação existe há um ano e, só neste período, 58 adolescentes já foram impactados pelas ações do projeto, que acontece em quatro etapas. A parte de Transformação e Valores promove aulas de rap, grafite e outras atividades ligadas ao universo dos jovens. Eles participam da programação nos fins de semana e também recebem auxílio psicológico. “Todo o atendimento é realizado com apoio de voluntários”, destaca. A estudante descreve, ainda, que a etapa de Ensino Profissionalizante é realizada em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que oferece cursos de mecânica básica de motor, assentador cerâmico, desenho industrial e instalador de ar-condicionado. A terceira etapa é a Ação Empreendedora, com oficinas de estamparia em camisetas. O lucro com a venda dos produtos confeccionados com ajuda dos menores é revertido em cursos profissionalizantes para eles. Por fim, a última parte dos trabalhos é 6

Empreendedorismo Econômico Micro e Pequeno Porte Biofilia

a que envolve a Plataforma de Agenciamento. A própria associação pesquisa empresas e entidades de classe que precisam da mão de obra e faz o encaminhamento para o mercado de trabalho. “Termos nosso projeto premiado foi uma grata surpresa. Mesmo sendo ainda em pequena escala, é uma experiência recompensadora. Este reconhecimento vem coroar a nossa iniciativa e nos mostrar que estamos no caminho certo e que, de alguma forma, estamos cumprindo nosso papel na sociedade e colaborando para um futuro mais promissor para esses jovens”, finaliza. Além de Bruna, os estudantes Betina Harger Silveira, Everton Niero, Márcia Gomes Lacerda, Jolmerson de Carvalho Júnior, Tainá Moura, Isabela Gevaerd e Mariana Maçaneiro foram premiados. Em tempos de instabilidade econômica, toda relação de bom custo-benefício num projeto é bem-vinda. Se for um projeto sustentável, então, melhor ainda. O trabalho desenvolvido pela analista de sustentabilidade Thaís de Castro Lima Varella, também empreendedora da Biofilia, de Curitiba, reúne conceitos da economia circular. O objetivo é basicamente desenvolver projetos que transformam a qualidade de vida nas cidades. Eles oferecem produtos e serviços na área de eficiência energética, captação de água, paisagismo e compostagem, de forma que reduzam desperdícios.

O trabalho premiado na Categoria Econômico com o Ozires Silva foi produzido em parceria com a Embaixada da Holanda no Brasil. Com consultorias realizadas nos clientes, os profissionais traçam um diagnóstico do uso da energia e da água e recomendam de que forma é possível reduzir o consumo e baixar custos. “Nosso diferencial é que mostramos o caminho e ajudamos o cliente a investir em melhorias, mas não fechamos contratos com valor fixo. Nosso ganho é após todo o trabalho de consultoria e varia de acordo com a economia gerada. É como se fosse um contrato com ‘risco calculado’. Confiamos no nosso trabalho e temos convicção de que vai gerar economia. É uma forma bem diferente de negociação, se comparada à tradicional, que a maioria das empresas do segmento trabalha. Primeiro é gerada a melhoria e depois é feita a remuneração”, explica Thaís. De acordo com ela, em um ano de atuação, a empresa já conseguiu gerar uma economia de R$ 250 mil em cinco clientes atendidos. “A economia circular promove uma nova realidade de negociação no mercado. Estamos trabalhando para disseminar esse conceito, e vários clientes já estão se abrindo para a questão de fechar contratos nesse formato”, resume a líder do projeto, que também contou com a participação de Antonio Lucas Pires e Cleber Alexandre.


Fotos: Luiz Costa

Por fim, na Categoria Educação, o vencedor foi o projeto da ABIS Transformação, coordenado por Daniel Isfer Zardo, com participação de Suelen Elizabeth Bordignon. A instituição especializada em treinamentos para desenvolvimento profissional criou o Programa Ventos. Eles visitam empresas e instituições, promovendo oficinas de curta duração que funcionam de forma interativa. Atualmente, são cinco profissionais envolvidos em ações voltadas principalmente para crianças de 4 a 12 anos e jovens de 13 a 21 anos. “Nosso objetivo é revelar líderes transformadores. Trabalhamos a questão da liderança e do empreendedorismo para mudarmos a nossa realidade. Nosso projeto busca o resultado financeiro, mas nosso principal objetivo é o impacto social e a transformação que pode gerar”, comenta.

Empreendedorismo Ambiental Micro e Pequeno Porte Renova Green

Ainda em se tratando de projetos sustentáveis, mas na Categoria Ambiental, o vencedor foi o projeto do engenheiro ambiental Reinaldo Cardoso de Lima Barreto, da empresa Renova Green, de Curitiba. Trata-se de um plano de energia solar por assinatura. Na prática, funciona como uma contratação de serviços voltada para clientes residenciais que queiram reduzir o valor da conta de luz. A empresa instala todo o equipamento a ser utilizado para captar a energia solar que vai substituir a elétrica. A contrapartida é que, a partir daí, o cliente torna-se um assinante que contribui mensalmente, num contrato de longo prazo, com a empresa.

“Além da questão financeira, nosso projeto tem um grande impacto social, que consideramos que é o principal atrativo para convencermos os investidores nessa fase em que buscamos parceiros para que nosso modelo de negócios decole”, explica. A repercussão do prêmio já tem se revertido em bons resultados para a empresa. “Já temos quatro mil cadastros de clientes de diferentes regiões do País interessados em nossos serviços”, comemora.

Hoje a ABIS atua com grandes empresas, clubes e instituições de ensino. Em seis anos de atuação, 6.300 pessoas já passaram por algum tipo de treinamento. A empresa também desenvolve ações em parceria com palestrantes de renome nacional, como o velejador brasileiro Lars Grael, e o empreendedor de expedições marítimas e escritor brasileiro Amyr Klink. ”Ganhar o prêmio Ozires Silva foi uma experiência única, não apenas pelo reconhecimento recebido, mas pela credibilidade conferida ao nosso projeto, pela rede de contatos gerada no dia da cerimônia, a troca de experiências que tivemos e por termos certeza do impacto positivo do nosso trabalho”, resume Zardo.

Empreendedorismo Educação Micro e Pequeno Porte ABIS Transformação

Em suma, a empresa não cobra nada pela instalação dos equipamentos e oferece benefícios em forma de serviço. Os contratos têm duração de 20 anos, e o cliente paga um valor fixo de mensalidade. “Esse modelo democratiza o acesso ao uso de energia solar a consumidores de menor poder aquisitivo que não poderiam arcar com o alto custo para aquisição dos equipamentos”, explica o engenheiro. Segundo ele, hoje este serviço está limitado a quem pode investir alto e conseguir o retorno depois de dois ou três anos. 7


Foto: Luiz Costa

Vencedores da 10ª edição do Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável

O legado de empreendedorismo de Ozires Silva Ozires Silva é paulista de Bauru, tem 86 anos, é engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e fundador da Embraer. É Mestre em Ciências Aeronáuticas pelo California Institute of Technolgy, dos Estados Unidos, onde também foi agraciado com a medalha Alumni Award. Profissional reconhecido internacionalmente por sua contribuição no desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira, passou também por empresas como Petrobrás e pelo Ministério da Infraestrutura nos anos 90. Também trabalhou em empresas privadas na área de aviação e atuou em projetos de desenvolvimento e produção de tecnologias inovadoras na área de regeneração e engenharia tecidual. Na Embraer, quatro anos após assumir o departamento de aeronaves, lançou o primeiro avião brasileiro, o Bandeirante, que operou em 26 países. Essa foi apenas uma mostra do que um profissional competente, bem preparado e com perfil empreendedor poderia fazer pelo Brasil. Esteve lá até 1995, quando foi privatizada. Mas sua contribuição ainda hoje é lembrada pela liderança que transformou a companhia na terceira maior empresa de aviação comercial do mundo, atrás apenas da Boeing e da Airbus. Por este motivo, recebeu diversas homenagens por sua trajetória profissional, sendo uma delas a exposição Sonhos e Ousadia, promovida pela Embraer, e outras dezenas de condecorações internacionais em países como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Irlanda e Suécia. Com uma vida dedicada à aviação, Ozires Silva é uma grande referência nacional de empreendedorismo e autor de oito livros em que aborda esses dois temas que sempre fizeram parte de sua carreira vitoriosa.

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Empreendedorismo Social Acadêmico (Graduação) Projeto: Mesus – Melhor Escolha Sustentável Autor: Universidade Positivo – Jodelly Juliana Maichszak, Alexis Augusto Tirapelle, Bárbara Carolina Gonçalves Da Silva, Caio Lúcio Ferreira Cascaes, Gabriel Cabral Antonio, Marcelo Dias Fernandes, Piergiulho Motin Ziotkowski. Pessoa Física Projeto: Cangame - Pacote de Serviços Multidisciplinar Educacional para Autistas, TDAH, Déficit de Atenção, Síndrome de Down. Autor: Eraldo Martins Guerra Filho, Gabriel Lourenço, Asaffe Carneiro, Renato Araujo, Charles Nicollas. Micro e Pequeno Porte Projeto: Programa Hector – promove reinserção de jovens infratores na sociedade. Autor: Associação Enactus Florianópolis. Médio Porte Projeto: Sistema de Transporte e Distribuição de Alimentos – Sistidista. A alimentação no processo de reabilitação da pessoa com deficiência múltipla. Autor: Orionopolis Paranaense (Pequeno Cotolengo do Paraná). Empreendedorismo Econômico Pessoa Física Projeto: Cria Foco – aplicativo e livro sobre metodologia FOCUS. Autor: Isaias Eufrosino Rodrigues. Micro e Pequeno Porte Projeto: Biofilia – Circular Economy – para transformar qualidade de vida nas cidades. Autor: Biofilia. Médio Porte Projeto: Novo Processo de Separação de Alumínio, Polietileno e Fibras Vegetais da Embalagem Longa Vida. Autor: Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel – Telêmaco Borba. Empreendedorismo Ambiental Acadêmico (Graduação) Projeto: Plataforma Reverse – plataforma que indica mapa online para pontos de descarte correto para resíduos. Autor: Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) – Jeison Cechella da Silva, Christian Engelmann, Tulio Magnus, Henrique Limas.

Acadêmico (Pós-graduação) Projeto: Produção mais limpa de nanopartículas de carbono amorfo à temperatura ambiente e aplicação na captura de CO2 atmosférico pela fotossíntese artificial. Autor: Escola Politécnica da UFBA – Francislei Santa Anna Santos. Pessoa Física Projeto: Sistema Construtivo Modular Industrializado – processo inovador de produção industrial. Autor: Carlos Alberto da Costa. Micro e Pequeno Porte Projeto: Renova Green (Energia Solar por Assinatura) – plano para reduzir conta de energia elétrica em residências. Autor: Renova Green. Médio-grande e Grande Porte Projeto: Programa de Biodiversidade-FCA – conservação e reflorestamento da Mata Atlântica. Autor: FCA – Fiat Chrysler Automóveis Brasil Ltda. Empreendedorismo Educação Acadêmico (Graduação) Projeto: Despertar – mostra a importância da educação para adolescentes. Autor: Universidade Estadual de Maringá (UEM) – Renata Mognon Versa, Ana Ligia Poliseli Salvadori, Andrea Fresneda Bucker, João Vitor Dada Nogueira, Lucas de Souza Borban, Núbia Voss Reis. Pessoa Física Projeto: Social Brasilis – Formação empreendedora de base tecnológica: da construção de projetos ao protagonismo. Autor: Emanuelly Ferreira de Oliveira, Elvis Alves, Antonio Maurizio Longo. Pessoa Física – Menção Honrosa Projeto: Game Olhares – jogo de narrativa para desenvolver o protagonismo infanto-juvenil. Autor: Francisco Elvis Alves Rocha e Emanuelly Ferreira de Oliveira. Micro e Pequeno Porte Projeto: Programa Ventos – treinamento para desenvolvimento profissional. Autor: ABIS Transformação. Médio-grande e Grande Porte Projeto: Ações Sustentáveis nas Escolas – A preservação do meio ambiente também passa pelo Rádio. Autor: Rádio Educativa Unijuí FM.


Seu café não vai ficar melhor se você não mudar seu jeito de fazer café. SEGUNDA

TERÇA

QUARTA

QUINTA

Sebrae/PR. Fazendo a diferença para quem quer empreender. A gente sabe que ninguém consegue ser diferente fazendo a mesma coisa todos os dias. E é por isso que trabalhamos: para fazer toda a diferença no seu negócio, desde a abertura até a expansão, crescimento e desenvolvimento. Vamos conversar? www.sebraepr.com.br

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SEXTA


SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

Inovação

ecossistema

Maior evento de tecnologia digital do mundo aconteceu em São Paulo

Foto: Divulgação

e contou com a presença de startups paranaenses

Campus Party

abre novas oportunidades para startups e fortalece ecossistema de inovação no Paraná Maior evento de tecnologia digital do mundo aconteceu em São Paulo e contou com a participação e startups paranaenses; Estado se posiciona como um dos principais ecossistemas de startups do País Patrícia Biazetto, com ASN 10


Desafio Like a Boss 1UP

Foto: Gabriel Henríquez

teve a participação de sete startups do Paraná

E

star em contato com potenciais investidores ligados a aceleradores e incubadoras, trocar experiências e informações com outros empreendedores, ampliar o networking com diversos profissionais e ampliar mercado. Com esse foco, o Sebrae/PR incentivou a participação de dezenas de startups do Estado na Campus Party, maior evento de tecnologia digital do mundo, que aconteceu de 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2017, no Anhembi, em São Paulo. Para o coordenador do Programa Startup do Sebrae/PR, Rafael Gustavo Tortato, o Paraná vem se posicionando como um dos principais ecossistemas de startups do País e a participação no evento reforça, segundo ele, a relevância do Estado no cenário nacional. “A Campus Party é um evento que concentra muitos formadores de opinião do universo startup, entre eles empreendedores, mentores e investidores”, diz.

Durante o evento, startups de 17 estados brasileiros se enfrentam no Desafio Like a Boss 1Up, uma competição que o Sebrae promoveu com objetivo de aproximar os empreendedores de investidores e fortalecer o crescimento dessas empresas inovadoras. Do Paraná, sete startups foram selecionadas para participar do Sebrae Like a Boss 1UP, competição que faz parte de uma estratégia do Sebrae Nacional para capacitar empreendedores e contribuir para a sustentabilidade de negócios digitais no País. Outras empresas participaram do Startup & Makers Camp, que foi realizado pela quarta vez no Brasil dentro da Campus Party ou com os “campuseiros”, termo utilizado para designar os participantes do evento. No Like a Boss 1UP, em cada fase da competição, empresas cumpriram tarefas presenciais e em ambientes virtuais. Foram analisados pelo Sebrae a composição da equipe e função dos

integrantes, o faturamento, a visão de futuro, o potencial de mercado, entre outros aspectos. A plataforma contribuiu ainda para a formação de dados sobre startups brasileiras. O aplicativo Cuke, de Londrina, na região norte do Estado, foi a única startup paranaense finalista da competição. O sócio-proprietário da empresa, Gabriel Henríquez, lembra que o Sebrae/ PR teve papel fundamental na integração da equipe do Cuke com o ecossistema de inovação. “Sermos finalistas do Like a Boss foi uma surpresa e participar da Campus Party, pela primeira vez, também foi importante para termos contato com potenciais investidores e também pela troca de conhecimentos”, expõe. Gabriel detalha que o Cuke é um aplicativo desenvolvido para profissionais de vendas diretas ou empreendedores individuais, com o propósito de aumentar o resultado financeiro de empresas. “No Brasil são 5 milhões de pessoas trabalhando com venda direta e, no mundo, mais de 100 milhões. Hoje, o aplicativo já tem 60 mil downloads e mais de 7 mil usuários ativos em 90 países”, completa. Diante do resultado obtido na competição, o consultor do Sebrae/PR, Fabrício Bianchi, que coordena o trabalho junto às startups na regional Norte, acredita que o evento possibilitou o aumento de networking nacional e internacional, atualização profissional e de conhecimentos técnicos, aproximação de parceiros e público-alvo atendido pelo projeto de startups e a parceria com a Microsoft. “Já as startups tiveram a possibilidade de estar em contato com possíveis investidores, de fecharem acordos comerciais e parcerias com outros players do mercado e de serem reconhecidas”, completa. Outra startup paranaense que se destacou no desafio foi a serviTicket, de Dois Vizinhos, na região sudoeste do Estado. A empresa deixou o desafio na

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Foto: Divulgação

Equipe do Sebrae/PR acompanhou jovens empreendedores durante o evento semifinal e conseguiu viabilizar contatos importantes e que possibilitaram a abertura de novas agendas de reuniões, tanto com potenciais investidores quanto com possíveis novos clientes. “O Sebrae/PR nos abriu a oportunidade de mostrarmos nossa cara, nossa proposta de valor e de escutarmos o feedback dos investidores. Isso nos fez entender que estamos no caminho certo”, comemora o sócio proprietário da startup ServiTicket, Rômulo Mateus Duarte. Segundo ele, a empresa já está operando no mercado há aproximadamente 15 meses e desenvolve tecnologia para meios de pagamento em dispositivos móveis.

Também estiveram presentes no maior evento de tecnologia do mundo empreendedores de Cascavel, Foz do Iguaçu e região. Para o consultor do Sebrae/PR Osvaldo César Brotto, a participação da Campus Party permitiu uma visão geral do que está acontecendo no Brasil e no mundo em tecnologia, inovação, empreendedorismo e startups. “Nos dias que participei foi possível absorver muitos conteúdos e obter excelentes contatos com investidores, consultores e com os maiores players do ecossistema nacional, que vão contribuir com o trabalho que desenvolvemos com as startups na região oeste do Paraná”, diz.

Já na área dos “campuseiros”, a regional Sul do Sebrae/PR organizou uma caravana de 28 pessoas ligadas ao tema inovação, sendo que a maioria participou de edições do Startup Weekend ou de Hackahtons, segundo o gestor de Projetos Startup, Inovação e Tecnologia, da regional Sul do Sebrae/ PR, César Giovani Gonçalves. “Em depoimento, o Alexandre Ferreira, que é curador de case modes da Campus Party SP, e é morador de Pato Branco, nos disse que o Sebrae no ecossistema de empreendedorismo e inovação, na regional Sul, tem sido um grande parceiro e apoiador desse movimento”, reforça César Giovani.

The Big Hackathon O impacto social e ambiental foi destaque no The Big Hackathon, uma competição de desenvolvimento de soluções alinhadas com os 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que estipulam a erradicação da pobreza e da fome, a igualdade de gêneros, a educação adequada, a produção de energias renováveis, dentre outros. A programação foi parceria entre a Campus Party e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com mentoria de especialistas

Queremos mostrar que é possível empreender e melhorar o mundo, bem como obter lucro e geração de emprego e renda para a comunidade. (Heloisa Menezes, diretora técnica do Sebrae)

em modelos de negócios convidados pelo Sebrae, dentre eles 20 Agentes Locais de Inovação (ALI). “Queremos mostrar que é possível empreender e melhorar o mundo, bem como obter lucro e geração de emprego e renda para a comunidade”, explica a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, durante o evento na Campus Party. Sobre a Campus Party A Campus Party é a maior experiência tecnológica do mundo. Realizada desde 1997, reúne jovens geeks em um festival de inovação, criatividade, ciência, empreendedorismo e universo digital. Desde a sua primeira edição, na Espanha, encontrou um público tão entusiasmado que cresceu e se internacionalizou passando a ter, a partir de 2008, edições no Brasil, Inglaterra, Alemanha, Colômbia, México Equador e El Salvador. A Campus Party é uma realização da MCI, empresa global de produção de eventos, gestão de associações e organização de congressos, com sede em Genebra (Suíça), fundada em 1987. A MCI possui 60 escritórios, espalhados em 31 países entre Europa, América, Ásia-Pacífico, Índia, Oriente Médio e África. No Brasil, a MCI foi constituída em 2009 e conta com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.


Foto: Rodinei Santos

Prefeito Augustinho Zucchi e presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia, comemoram

a parceria em Pato Branco

“Campus Party do Paraná” será em Pato Branco Nos dias 14 a 15 de outubro deste ano, Pato Branco, no sudoeste do Estado, realizará a Campus Weekend. O lançamento do evento ocorreu no dia 10 de março, na prefeitura da cidade. O evento acontecerá junto com a terceira edição da Inventum, a Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pato Branco, que será realizada de 14 a 18 de outubro. Promovida pelo Instituto Campus Party, que realiza a maior experiência tecnológica do mundo, o Campus Weekend Pato Branco será o primeiro realizado em uma cidade do interior do País. O evento contará com a parceria das universidades, faculdades, entidades, empresas do setor e do Governo do Estado do Paraná. O presidente do Instituto Campus Party, Francesco Farruggia, explicou que o diferencial de Pato Branco é a visão de futuro e a qualidade de vida que percebeu ao visitar a cidade. “Os novos paradigmas da revolução digital afirmam que as crianças que nascem hoje, em 25 anos, não exercerão nenhum tipo de trabalho que existe na atualidade. Estamos em uma

transformação rápida que exige uma mudança na educação, no trabalho e na relação do cidadão com a sua cidade. Tecnologicamente, é a primeira vez que os filhos ensinam os pais”, explanou Francesco. “A Campus é um local que acolhe esses jovens, que estão dispersos e perdidos no meio dessa revolução. O evento se propõe a norteá-los, servindo como uma ocasião onde as energias são reunidas, oportunizando a troca de conhecimentos em um ambiente que não é hostil, pois entende que essa mudança está acontecendo. E foi isso o que senti em Pato Branco, que é uma cidade onde a administração pública está preparada para fomentar essa mudança, investindo nos jovens e isso é a missão da Campus Party”, concluiu Francesco. O prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, afirma que a intenção, ao buscar o evento para a cidade, é dar condições ao desenvolvimento tecnológico. “Nós possuímos todo um cenário favorável, mas que só conti-

nuará a crescer se buscarmos atrativos. A Campus Party é um evento referência em todo o mundo e o seu presidente, Francesco Farruggia, acreditou em nós, enquanto município, para realizarmos uma edição aqui. E o nosso compromisso será o de garantir que a tecnologia seja compartilhada em toda a sociedade, incentivando projetos inovadores”, afirmou Zucchi. Para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pato Branco, Géri Natalino Dutra, o evento será um atrativo para a cidade. “Nós já possuímos um evento consolidado que é a Inventum, agora teremos a parceria da Campus Party agregando valor ao nosso encontro. Lembrando que, além da programação possuir atividades para todas as idades, é construída de forma coletiva, contado com o poder público, entidades, empresas, universidades, faculdades e a comunidade, num evento que pode ser vivido por todos”, explicou Géri. Em 2015, a segunda edição da Inventum recebeu mais de 60 mil visitantes.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

Inovação e atitude

Foto: Ralph Willians

entrevista

A convite do Sebrae/PR, Marcelo Salim

percorreu o Estado para falar sobre novos modelos de negócios em empresas já constituídas

Você

conhece os dramas

de seus clientes? Empreendedor premiado, Marcelo Salim percorreu o Estado para mostrar a importância da inovação em empresas já constituídas. O palestrante convidado pelo Sebrae/PR para a sétima edição do Seminário Desafios do Crescimento, que aconteceu em março, alertou sobre o prazo de validade dos modelos de negócio, a vivência do cliente e o desapego das ideias de um milhão de dólares Juliana Dotto

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T

oda empresa precisa ser reinventada. Em algum momento, independentemente do porte, segmento ou fase de consolidação, o modelo de negócio vai parar de funcionar. O que parece um pensamento negativo é, justamente, um incentivador. Um estímulo para a inovação nas empresas já consolidadas no mercado. Aquelas que querem crescer e estão dispostas a usar uma fase ruim como trampolim para renovar e reavivar o sucesso. Entretanto, nada é tão simples como parece. Inovar, na grande maioria dos casos, não é ter um insight avassalador quando o empresário acorda de madrugada. Inovar, na visão de um os empreendedores mais versáteis do Brasil, Marcelo Salim, é questão de observação e entendimento profundo do cliente, junto à busca de informações, conhecimento, com desapego de ideias e muito teste no mercado. Matemático, mestre em Engenharia de Sistemas, com especialização internacional em Negócios e Empreendedorismo, Marcelo Salim largou carreira estável em uma multinacional para empreender. Além da bagagem técnica, Salim carrega a experiência com a fundação, administração, mentoria e sociedade em empresas dos mais variados setores no Brasil e exterior. Hoje, propõe, por meio de aulas, palestras e conferências devolver à sociedade as oportunidades que a vida lhe deu. Selecionado Empreendedor Endeavor em 2000 e eleito Entrepreneur of the Year entre toda a comunidade Endeavor no mundo no ano seguinte, também foi escolhido Empreendedor do Novo Brasil, em 2002, em concurso nacional da revista Você S.A.. Marcelo Salim foi palestrante convidado pelo Sebrae/PR para a 7ª edição do Seminário Desafios do Crescimento, circuito de palestras e talkshow que percorreu todo o Paraná em março de 2017, passando pelas cidades de Toledo, Maringá, Londrina, Francisco Beltrão, Ponta Grossa e Curitiba.

Para ele, que ainda assina a criação do Centro de Empreendedorismo Ibmec (CEI) e ajudou no surgimento da Startup Rio - instituições que auxiliam jovens a empreender -, gerenciar é uma arte e, sendo assim, não há um único caminho para o sucesso. “Empresa não é um CNPJ. Empresa é um conjunto de CPFs.” À Revista Soluções, Marcelo Salim detalhou, com exclusividade, o processo de inovação em empresas já constituídas, bem como a forma de observar e entender o que o cliente precisa, e quais as ferramentas que podem auxiliar na implementação de uma ideia inovadora. Confira: Revista Soluções – Qual o primeiro passo para o empresário que tem interesse em inovar dentro da própria empresa? Marcelo Salim – O primeiro passo é interno, da compreensão de que todo modelo de negócio tem prazo de validade, não importa o quão bem-sucedido ele seja ou tenha sido. Todo modelo de negócio tem uma data de início e uma data de fim. Ele vai esmorecendo, desaparecendo, e, normalmente, nessa fase, os empresários têm uma dificuldade muito grande em “matar a vaca leiteira”, acham que é uma crise, que é passageira, mas o negócio já está em declínio. Assim, o primeiro passo é entender que seu modelo de negócio tem prazo de validade e, portanto, você tem que ficar sempre alerta em busca de qual é o novo modelo que vem por aí. O passo externo é conversar muito com os clientes, porque aquilo que você vende nunca é o que o cliente compra. Existe um gap que pode ser muito próximo de zero, ou seja, aquilo que você está vendendo é muito próximo do que ele precisa, mas, normalmente, não é tão próximo de zero assim, esse gap pode ser muito grande. Um exemplo extremo é você vender um refrigerante, tendo a certeza de que o cliente compra para beber, mas, no fim, ele vai usar para limpar mármore. Mas como a gente sabe o que o cliente pensa? Conversando com ele. Ouvindo. Mas, fundamentalmente, acompa-

nhando a forma com que ele compra. Não se trata apenas de perguntar, porque o cliente responde o que ele acha que você quer ouvir. Revista Soluções – O que o empresário precisa observar no cliente? Marcelo Salim –É importante que se observe a vivência que ele tem com o problema. Ele tem uma dor e por isso te procura. Como é que ele vivencia essa dor? Como é que ele sente essa dor? Como é que essa dor faz com que ele aja? Como é que ele busca essa solução? Qual é a solução que ele usa? Qual é o ponto fraco dessa solução que ele usa? Onde que poderia melhorar? É justamente aí que vem a questão da inovação. É um trabalho de design mesmo. Muito menos um trabalho técnico, é um trabalho humanístico, sociológico, psicológico. É um trabalho de entender a cabeça do cliente. Por que ele faz assim? Quais são os dilemas que ele está enfrentando? Por que ele toma as decisões do jeito que ele toma? Fazendo um resumo, é entender perfeitamente bem os dilemas do cliente. Isso é diferente de ouvir o cliente, porque quando você pergunta, ele não conta o que está na cabeça dele. Mas quando você entende os dilemas dele, você consegue desenhar uma solução. O princípio de uma inovação. Revista Soluções – De que maneira é possível chegar nessa observação profunda do cliente? Marcelo Salim –Vivenciando o dia a dia ele, passe um dia com o cliente. Tentando entender, fazendo perguntas das crianças de sete anos: “por quê?”. Por que você vai trabalhar? Por que você trabalha? Para que você ganha dinheiro? Para que serve o dinheiro? Quando a gente vai ficando mais velho, ficamos com essas respostas já fabricadas na nossa cabeça, a gente deixa de perguntar por quê? A gente assume motivos e, quando você assume isso, comete um erro. É importante perguntar, mesmo que a resposta seja óbvia. Pois quando você vivencia o dia a dia do cliente, vai ver que, muitas vezes, a interpretação que você tinha

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Foto: Ralph Willians

Palestrante no Seminário Desafios do Crescimento, em Toledo

daquela resposta não é exatamente a que o cliente dá. Nisso você aprende alguma coisa, você desenha o produto melhor. Essa observação de vivenciar é muito o trabalho do vendedor. O vendedor que escuta o cliente e vende é um tomador de pedidos. O verdadeiro vendedor conhece o dia a dia, os dramas do cliente. E esses dramas estão em várias camadas, são dramas técnicos, políticos, sociais, financeiros. O vendedor que consegue entender todos esses dilemas consegue propor uma solução de encaixe perfeito. Aí o cliente se apaixona, e tua margem sobe, porque ele paga até mais caro. Então como é que eu ouço o tal do cliente se ele é sete bilhões? Estatística. Eu tenho que fazer amostragens. Então, hoje em dia, é o mundo do Teste A/B, é o mundo das correlações, é o mundo da estatística variada, onde você consegue “torturar” alguns dados até que você saiba alguma coisa. Revista Soluções – Fora o cliente, quais outras fontes o empresário que deseja inovar deve buscar?

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Marcelo Salim – Na verdade, não se tem regra para esse tipo de coisa. Gerenciar é uma arte. Da mesma forma que, para fazer um quadro, você não dá um conjunto de regras invioláveis para o pintor fazer a obra. O que se tem são algumas regras gerais, que funcionam para a maior parte dos pintores, e ele vai criando seu estilo a partir daquilo ali. Gerenciar é a mesma coisa. Eu tenho um conjunto de regras gerais que funciona para a maioria das pessoas, não quer dizer que funciona para todos e, à medida que você vai criando experiência, cria seu padrão, seu estilo. Dentro de uma mesma empresa, com uma mesma cultura, com as mesmas regras, com o mesmo manual, há gestores e gestores, porque o processo ainda é artístico. Tendo dito isso, como é arte, qualquer coisa funciona. Você pode pegar uma pessoa que não frequentou a escola e que tem um negócio muito bem-sucedido e funciona muito bem porque é arte. Da mesma forma que você pode ter um ator que não fez escola de teatro, mas é um grande ator. Agora, não é a curva normal, em que a maior parte

das pessoas tem sucesso, mas pode acontecer. Então, acho que as pessoas têm que procurar se especializar, estudar, se informar dos eventos da classe, porque, além de conhecimento, também atrai networking. Às vezes você vai a um evento, as palestras, em si, podem não te dizer muita coisa, pode ser que o que a pessoa vai falar você já tenha ouvido, mas, às vezes, um contato com alguém, será muito importante. A informação funciona como um vírus, quando você reúne muitas pessoas, há um fluxo dessa informação de um lado para o outro, uma reinterpretação positiva. A mesma informação que chega para você e para mim, mas a capacidade que você tem de analisar aquela informação é diferente da minha e essa análise é que fez a diferença. Mas, se ele fizer só isso, vai estar igual à média e a diferença é fazer o que ninguém da área faz. Há uma tendência nossa na especialização. Se for do setor de agropecuária, frequenta todos os eventos de agropecuária, falo só com as pessoas do segmento, até porque não se tem tempo para fazer outras coisas. Mas isso é um equívoco.


Revista Soluções – Como fazer diferente nesse caso? Marcelo Salim – A mente humana é um grande repositório de padrões e o cérebro humano é uma máquina muito eficiente em armazená-los e reconhecê-los. Quando você frequenta os mesmos tipos de eventos e conversa com os mesmos tipos de pessoas, você armazena no seu cérebro os mesmos tipos de padrões e você tira a sua capacidade de ter insights. Quando você flutua em diferentes áreas, você aumenta consideravelmente as chances de você ter uma grande ideia, porque alguns neurônios na sua cabeça se conectaram de um jeito que nunca tinham se conectado, simplesmente você nunca havia olhado para aquele lado. Então, acho que é um pouco de largura e um pouco de profundidade. Tem que estudar, tem que frequentar os eventos, mas não é só isso, você precisa dar um relax para o cérebro, trabalhar com coisas que não têm nada a ver com tua atividade fim e isso vai fazer com que o teu cérebro reaja muito diferente e muito melhor na tua atividade fim. Por exemplo, quando eu falei ouça os clientes, também é legal ouvir outros tipos de clientes que não sejam os seus, nem da sua área. Saber o que os clientes querem, o que eles procuram. Se você consegue entender o que o cliente quer em determinado setor, muito provavelmente vai querer a mesma coisa noutro, é só você fazer o mapeamento da área. Revista Soluções – Dentro do processo para quem busca inovar em um negócio já existente, há estágios que você considera mais difíceis? Marcelo Salim – A parte mais difícil é a resistência psicológica, a chamada resiliência, que já está bem batida. As pessoas acham que criatividade e inovação é genialidade e não é. É arroz com feijão, é diariamente estar assistindo o seu cliente para saber como ele funciona, como ele opera, como ele faz, e aprender alguma coisa ali. Isso é cansativo e leva tempo. É muito mais fácil você voltar para casa e dizer “já sei o que ele faz.” A partir disso, cria quatro, cinco alternativas e volta

a testar para ver se aquilo se encaixa com o que você percebeu do cliente. Nisso você vai receber quatro, cinco rejeições, para entender que todo o seu trabalho foi jogado fora, não serve para nada, mas, talvez, na sexta, sétima tentativa dê certo. Desta forma, é preciso ter desapego da ideia, do insight que teve. Porque eu construo uma ideia que acho muito boa, vou lá e não é o que o cliente quer. Quando você se apaixona pela própria ideia é perigoso, porque vai ser mais difícil desapegar dela caso você teste e o mercado recuse. Desapego requer disciplina e foco. A verdade é que você não precisa ser nenhum gênio para fazer uma inovação, mas ela dá trabalho e é cansativa, exige senso de entrega, de se doar para aquilo, acreditando que dar certo em algum momento. Outro fator que freia a inovação é a procrastinação. As pessoas falam que sabem exatamente o que vão fazer, mas não fazem. Aí, daqui a pouco aparece um concorrente que começa a fazer aquilo. Então, ideia não vale nada – isso já virou até chavão na área -, o que vale é a execução. O que vale é como você pega essa ideia e faz acontecer. Isso é muito difícil e por essa razão é que a maioria das pessoas não fazem. Quem quer inovar vai percorrer um caminho cansativo, enfadonho, mas esse trabalho vai ter um resultado excepcional. Então, o arroz com feijão bem feitinho, bem temperado, junto com o desapego da ideia, é o que te faz chegar lá. Revista Soluções – Por que uma ideia inovadora, mesmo que muito

As pessoas acham que criatividade e inovação é genialidade, mas não é.

boa, tende a mudar do início ao término da implantação? Marcelo Salim – É muito importante que as pessoas entendam que a ideia que teve nunca vai ser a ideia do resultado, nunca vai ser a ideia do sucesso ou a ideia de um milhão de dólares. Ela sempre vai variar no caminho. Então a preocupação nunca deve ser acertar a mosca, deve ser acertar o alvo e vai inteirando até chegar à mosca. Mas é disciplina, trabalho, não tem magia, não é genialidade. Honestamente, talvez tenha genialidade em um momento, mas é uma genialidade que também vem do trabalho duro. Ou seja, na medida em que eu fiquei horas e horas observando, eu tive a ideia. Quando Isaac Newton viu a maçã caindo, não foi a maçã, ele já vinha matutando aquilo, mas foi quando ela caiu que se deu conta. Então esses momentos “É isso!” vêm depois de muito trabalho, o cérebro já havia processando aquilo, com as conexões, com a observação. O que chamamos de insight, é só o evento que precipitou a ideia, mas o trabalho já vinha sendo feito. Revista Soluções – Tentativa e erro é muito comum em startups. Você acredita que todas as empresas devem seguir o modelo de startup quando querem inovar? Marcelo Salim – Não existe regra geral. Você vai ter empresas consolidadas que aprenderam o seu sistema de inovação. Acho que sempre há meios diferentes, você pode ter uma empresa constituída, que se comporta como grande, mas usa processo de startup, faz aceleração, pode até não usar os jargões, mas faz isso. É, claramente, mais uma fonte para você beber e aprender. Agora, no fundo, no final do dia, a gente está fazendo a mesma coisa: tentando entender, do ponto de vista humanista, o que o cliente pensa, quer e como ele encara aquela dor que ele sente, e tentando construir uma solução para ele. Quem consegue fazer isso, a forma com que ele escolheu não faz diferença. Agora, as startups não existem sem isso. Já em uma empresa consolidada, a inovação não é um processo núcleo duro

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Revista Soluções – Como observar que o modelo de negócio está chegando no fim do prazo de validade?

Quando você se apaixona pela própria ideia é perigoso, porque vai ser mais difícil desapegar dela caso você teste e o mercado recuse. Desapego requer disciplina e foco.

para sua existência. A empresa pode viver com o que ela já é, se for uma das empresas que já deram certo, por um tempo, porque o modelo de negócio vai acabar, então ela não tem uma preocupação enorme com isso. Para a startup a preocupação é só esta, porque ela não existe se aquela inovação não funcionar. Aí entra uma variável que, individualmente, contribui bastante para o processo de inovação, que é o desespero. Porque o desespero é um grande motivador, faz você correr atrás. Uma empresa em que todo mundo está bem, recebendo seu 14º salário, os números estão sendo atingidos, a empresa está na zona de conforto. Já o ambiente de startup é muito hostil, sua empresa pode desaparecer em questão de horas e, geralmente, não se depende daquilo. Você tem mais dois sócios, fica duas a três semanas pelejando e não consegue nada. Um dos sócios arruma um emprego. Acabou a empresa. Então as coisas são muito áridas e isso faz com que haja uma colimação de objetivos e de trabalho duro, porque amanhã pode não ter nada então tem que fazer alguma coisa, tem conta para pagar. Quando você não tem plano B, fica mais fácil você dar foco, pois o desespero age. Já na consolidada, esse desespero aparece quando ela entende que o modelo de negócio está no fim do prazo de validade.

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Marcelo Salim – Tem que estar atento aos sintomas: a receita vai caindo, as margens vão ser espremidas, o ciclo de vendas vai se dificultando, os vendedores não conseguem mais atingir as metas. Você começa a ver que a sua solução já não está tendo mais aquele encaixe que tinha no mercado então alguma coisa está acontecendo. Ou o concorrente está com uma solução muito melhor e, portanto, você perdeu para a inovação dele. O que acontece, normalmente, é que alguém entendeu melhor o problema do cliente e criou uma solução com um encaixe melhor. Revista Soluções – Como o empresário deve enxergar o conceito de transmídia para ajudar nos negócios e/ou na inovação? Marcelo Salim – Transmídia é uma realidade. A informação não está mais vindo pra você às oito da noite no jornal na televisão. A informação vem de todos os lados. O que o empresário precisa entender é que o cliente está inserido nesse mundo. A forma como você transmite quem você é, o que você faz, porque aquilo que você faz é importante para ele, é transmídia. Você vai ter diferentes canais para tentar chegar ao cliente. Uma empresa não é um CNPJ, ela é um conjunto de CPFs e com comportamentos diferentes, ideais diferentes, têm formas de compreensão diferentes, então é importante que você saiba trabalhar isso. Revista Soluções – Em sua opinião, qual o grande ganho da ferramenta Business Model Generation (BMG)? E quais as possíveis falhas no processo? Marcelo Salim – Como uma ferramenta, eu posso comprar o melhor martelo do mundo, mas se eu for um péssimo marceneiro, não vai resolver o problema. Agora, se eu for um bom marceneiro, um martelo bem usado resolve o problema. Então o BMG é uma boa ferramenta, de vanguarda, que tem o que há de melhor. Mas não vale só a ferramenta, é como

você utiliza. Eu tenho visto, ao longo desses anos que apareceu esse livro, 2010, sucesso muito grande, comecei a perceber um grande frenesi das pessoas com a ferramenta, tirando fotos, colocando post-its, só que as pessoas esquecem que se tem três etapas. A primeira é da ideia, que vem da observação, da disciplina. Outra é a fase de tirar essa ideia da cabeça para o papel, antes as pessoas faziam isso com plano de negócio e hoje você tem uma ferramenta melhor, no caso de startup, que é o BMG. Agora, tem a fase mais importante, que é como você tira a ideia do papel e coloca no mercado. As pessoas não estavam mais fazendo isso. Ficava um exercício de colar post-its na parede e você precisa saber a metodologia para fazer os testes daquilo – matemática -, Teste A/B, e entender porque a demanda ora funciona ora não funciona. A ferramenta ainda assim te ajuda, porque ela dá uma visão do que se poderia fazer, para onde eu poderia ir, um norte, mas é preciso ir para o mercado. Revista Soluções – Quando usar plano de negócio e modelo de negócio? Marcelo Salim – Também houve uma ruptura no meio acadêmico, em que as pessoas passaram anos entendendo que a ferramenta para o empreendedor era o plano de negócio. Não se fazia nada sem plano de negócio, você não pegava empréstimo ou investimento sem plano de negócio. Se você fosse um empreendedor e dissesse que você não tinha um plano de negócio, você era mal visto, despreparado. A grande verdade é que o plano de negócio é uma ferramenta útil, mas em algumas situações. Já o BMG se mostrou muito mais útil em outras situações. São ferramentas, eu tenho uma chave de fenda e uma chave-inglesa, as duas ferramentas são boas, depende para que eu vou usar. Então plano de negócio é uma excelente ferramenta quando você tem um passado, quando você tem uma história, quando eu sei a demanda do meu produto, sei quantos gastos eu tenho, conheço minha curva, meu produto. Nesse caso, um plano de negócio ajuda muito, porque eu tenho certezas na


Foto: Ralph Willians

“A informação funciona como um vírus, quando você reúne muitas pessoas, há um fluxo dessa informação de um lado para o outro, uma reinterpretação positiva.” bagagem. Já startup, que é um exercício de ficção científica, em que não se tem uma história pregressa, não se tem dado nenhum, tudo é chute. Nesse caso, o plano de negócio não é uma ferramenta muito boa. De maneira geral, o plano de negócio parte de certezas, enquanto que o BMG, modelo de negócio, de incertezas, de hipóteses e, claro, vou validar essas hipóteses depois. Mas se é uma empresa constituída que está lançando uma ideia nova em cima do que ela já tem, plano de negócio é uma boa ferramenta. Se ela está criando uma nova divisão, é uma startup, modelo de negócio. Essa diferença fica clara quando entendemos que startup é uma entidade temporária (que pode durar duas semana, dois meses, dois anos...) em busca de um modelo de negócio que seja escalável, replicável e lucrativo antes que o dinheiro acabe. Uma empresa estabelecida é aquela que já encontrou um modelo de negócio, então ela é uma máquina de otimização do modelo de

negócio que ela encontrou e que já é escalável, replicável e lucrativa. Você tem modelos totalmente diferentes. A empresa precisa otimizar o que ela já faz e extrair o máximo do modelo, enquanto a startup tem como fundamental interesse descobrir o modelo. Em relação a erros, também se diferenciam, na empresa consolidada cabe um erro a cada um milhão, ou seja, não erre. Em startup é um erro a cada movimento, você pode errar sistematicamente. Revista Soluções – Você acredita que eventos, como este que o Sebrae/PR realizou em todo Estado, ajudam a mobilizar os empreendedores para a inovação? Marcelo Salim – Não tenho dúvida. O Sebrae faz um trabalho espetacular. Eu sempre fui muito fã do Sebrae, porque ele tem uma missão muito difícil. Primeiro, porque qualquer pessoa que trabalha com a causa de empreender nesse país já é herói. É um país que não valoriza o empresário. Há um certo rancor inexplicável pela pessoa que toma o risco, dá a cara a tapa, gera emprego e aumenta a arrecadação. Eu não consigo entender isso. Mas é gente que merece muito o nosso res-

peito, e o Sebrae luta para isso. Segundo ponto, é que o Sebrae luta por todo o tipo de empreendedor, desde a menina que faz uma quentinha até a scale up que está exportando para os Estados Unidos. É um trabalho muito árduo, do qual tenho muita admiração pela atuação. Gosto de participar dos eventos e todas as outras soluções do Sebrae porque a gente vê uma energia diferente. O empresário vê como a tábua de salvação, onde ele vai para buscar ideias, mudar o jeito com que está trabalhando, então a energia é muito estimuladora. Mais do que o palestrante em cima do palco, que talvez ajude algumas pessoas diretamente, mas o fato de estarem aqui ajuda 100% dos casos, porque vão se ver, se reconhecer, e empreender é uma atividade muito solitária, não porque se queira, não somos loucos solitários, pelo contrário, o empreendedor precisa de gente para ajudar. Mas acaba sendo uma atividade solitária porque você está focado na sua missão. Então, quando se vem a eventos como esse, é uma injeção de ânimo, você vê que você não está sozinho, que tem muita gente que é louca que nem você, que toma o risco num país que não estimula. Desde os 30 anos, quando larguei emprego em uma multinacional, já são 20 anos que eu vejo que esse é um mundo muito bacana. Tenho muito respeito pelos empresários que chegaram lá, aqueles que estão começando e aqueles que, assim como eu, estão começando um negócio novo todos os dias.

O que chamamos de insight é só o evento que precipitou a ideia, mas o trabalho já vinha sendo feito pelas conexões e observações.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

CAPA

Paraná

Micro e pequenas empresas do setor de turismo investem em gestão e qualidade Entrega do Selo de Qualidade reconheceu 120 empresas que investiram em melhorias em seus processos de gestão e ampliaram sua competitividade

C Patrícia Gomes

erca de 120 micro e pequenos empreendedores do segmento de turismo receberam, no mês de março, a recompensa por um ano de trabalho intenso em busca de melhorias em seus processos de gestão. Eles receberam o Selo de Qualidade no Turismo do Paraná, conquista que atesta que alcançaram o índice de 80% de conformidade em todos os critérios avaliados.

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O Programa é desenvolvido pelo Sebrae/PR, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR), Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Paraná (ABEOC/PR), Paraná Convention & Visitors Bureau, Paraná Turismo e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

Durante um ano, os empresários receberam a equipe de consultores do Sebrae/PR e passaram por uma avaliação em seus processos internos e na prestação dos serviços. Após o diagnóstico, receberam treinamentos, participaram de palestras, implantaram melhorias, receberam avaliações de consultores e visitas técnicas até serem finalmente avaliados em requisitos legais, processos de gestão, sustentabilidade e atendimento, itens de infraestrutura e oferta de serviços. A avaliação final


Foto: Luiz Costa

Empresários e parceiros que credenciou as empresas ao Selo foi realizada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Entre todos os empresários credenciados, 16 receberam uma premiação especial por terem alcançado as melhores notas em cada item avaliado. Este ano, novas categorias foram incorporadas ao Programa, totalizando seis segmentos. Participaram do processo micro e pequenas empresas de meios de hospedagem (hotéis, resorts, flats e pousadas), estabelecimentos de gastronomia turística (restaurantes, bares, lanchonetes), agências de turismo receptivo, organizadoras de eventos, locadoras de veículos, empresas de transporte turístico e espaços para eventos. O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, enalteceu a disposição dos empresários que, mesmo diante de um momento difícil na economia, tiveram coragem para abrir as portas de suas empresas para fazer as mudanças necessárias para melhorar a gestão. “Vocês alcançaram um patamar diferenciado de qualidade. As empresas que se preparam estarão mais prontas para crescer e enfrentar o mercado”, destacou. Ele lembrou ainda que, no Paraná, 97% das empresas da cadeira turís-

tica são de micro e pequenos empreendimentos, justamente o foco do trabalho da entidade e motivo de tanta satisfação pela entrega do Selo. “Queremos ampliar ainda mais nosso atendimento e ter mais empresas buscando capacitação e gerando emprego e renda para que o Paraná seja referência e possamos receber cada vez melhor nossos turistas”, finalizou. Segundo o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Agostini, o trabalho dos empresários não termina após a conquista do Selo. “Uma das vantagens do Programa é estimular a melhoria contínua na gestão do negócio e na prestação de serviço aos turistas. Isso garante que a busca pela qualidade esteja incorporada à rotina diária das empresas”, diz. E completa: “Além de contribuir para uma gestão mais eficiente, a certificação fortalece as marcas e credencia as empresas a explorarem novos mercados e expandirem sua atuação”. A diretora da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio PR, Rosa Maria Corbari Maccalli, em nome do presidente da entidade, Darci Piana, falou da satisfação da entidade em participar do Programa. ”O Selo eleva o nível de competitividade na medida que as empresas alcançam reconhecimento por seu investimento

do programa comemoram resultados

em melhorias e isso chega aos clientes, que podem contar com serviços de mais qualidade a preços justos”, resumiu. O presidente da Paraná Turismo, Jacó Gimenes, destacou a importância do trabalho conjunto entre todas as entidades envolvidas no Programa que beneficia em muito o segmento turístico no Estado. “Para o Paraná crescer e ter uma economia pujante, é preciso qualidade. E para se alcançar isso é necessário contar com o empenho de empresas comprometidas, que buscam capacitação e que sabem receber os turistas. A conquista do Selo nos dá segurança para sair pelo Brasil, nos eventos que participamos, e dizer que estamos credenciados e que o Paraná oferece turismo da melhor qualidade”, concluiu.

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Foto: Luiz Costa

Comemoração

Melhores da noite A noite foi mais especial para seis empresas de Londrina, seis de Maringá, três de Curitiba e uma de Ponta Grossa. Elas foram os destaques desta edição do Programa, por conquistarem o melhor aproveitamento entre os certificados. Os melhores desempenhos registrados, por ordem de premiação (1º, 2º e 3º lugar, respectivamente) foram: Categoria Espaço para Eventos: Acadêmico (Graduação) Empório Guimarães, de Londrina Espaço Nova Curitiba, de Curitiba Vila Coruja Festas, de Ponta Grossa Categoria Agência de Turismo Receptivo: Pessoa Física KTS Turismo, de Londrina Serra Verde Express, de Curitiba Special Paraná Turismo & Eventos, de Curitiba Categoria Meio de Hospedagem: Bourbon Londrina Business Hotel Hotel Golden Ingá, de Maringá Golden Blue Hotel, de Londrina Categoria Gastronomia Turística Boteco do Neco, de Maringá Pizza Mais, de Londrina Della Re Buffet e Eventos, de Maringá Categoria Transportadora Turística Ingá Vans Transporte e Turismo, de Maringá Categoria Organizadora de Eventos FB Eventos, de Londrina Bússola Eventos, de Maringá Agência VQV Eventos, de Maringá 22

Bicampeã do Selo de Qualidade, a empresária Deborah Kemmer, do Boteco do Neco, de Maringá, comemorou a supremacia na categoria gastronomia turística. “Sempre aprendemos muito com o Programa. A ter e seguir processos, melhorar a gestão para ganhar em qualidade de serviços. Vale muito a pena o empresário tirar um pouco do seu tempo para organizar a casa. Isso é muito importante, principalmente nesse momento difícil da economia que estamos vivendo. Trabalhar de forma organizada é um diferencial competitivo de mercado. Esse é o segredo”, conclui. Luiz Henrique Conte, do Bourbon Londrina Business Hotel, de Londrina, que já participa desde o início do Programa, conquistou o primeiro lugar em meios de hospedagem, pela primeira vez. “Esse ano nos empenhamos ainda mais e conquistamos não só o primeiro lugar na categoria, como o primeiro lugar geral, entre todos os participantes”, orgulha-se. “Além de já vir numa sequência de mudança de processos, em razão do ano passado, o apoio da direção da empresa para que todos os colaboradores abraçassem a causa foi fundamental. Este ano focamos mais nos ajustes e em dar sequência nas adaptações de acessibilidade e ações de sustentabilidade para destacar Londrina como excelência no atendimento da hotelaria”, reforça. O empresário Wagner Santos, da Ingá Vans, de Maringá, foi o único premiado do segmento de transportadora turística e disse que isso será um diferencial para seu negócio. “O nosso segmento já segue várias exigências legais bem específicas, mas com a ajuda do Sebrae, estruturamos nos-

sos negócios e focamos nos padrões de atendimento, além de formalizar alguns processos internos. Com o Selo ganhamos um atestado de qualidade e temos o reconhecimento de nosso trabalho com mais seriedade. Em 2018, esperamos estar aqui novamente”, resume. A vencedora na categoria organizadora de eventos, Daiana Bisognin Lopes, da FB Eventos, de Londrina, participou do programa pela primeira vez, com a inclusão das novas categorias. Ela conta que conseguiu melhorar a gestão da empresa, a qualidade dos serviços e toda equipe ficou mais integrada e comprometida. “O primeiro lugar surpreendeu porque até a metade do processo não sabíamos sequer se conseguiríamos atingir a meta mínima. Vamos seguir todas as recomendações e melhorias implementadas. O Selo e o reconhecimento alcançado, com certeza, vão fazer diferença na hora de uma concorrência”, anima-se. A agência KTS Turismo, de Cristiane Yuri Toma, foi a vencedora na categoria agência de turismo receptivo. Ela diz que a credencial do Selo vai ajudar a divulgar o destino Rota do Café, que a agência trabalha, há cinco anos, como um de seus principais produtos. “Vamos continuar seguindo as orientações e melhorando nosso padrão de qualidade para tornar nossa região ainda mais conhecida no Brasil. Durante o processo, nossa equipe ficou muito mais alinhada e ajustamos nossas ações de marketing, sustentabilidade e atendimento, além de toda a gestão interna.” “O mais motivador é que mesmo concorrendo com empresas consolidadas nesse segmento no Paraná, conquistamos a primeira colocação.


O Selo de Qualidade no Turismo tem como objetivo contribuir com o aperfeiçoamento técnico e profissional das empresas do setor turístico, por meio de avaliação da gestão, processos e qualidade dos produtos e serviços oferecidos para torná-las mais competitivas e por reconhecê-las perante o mercado do turismo. Este ano, o Programa certificou empresas localizadas em cidades onde o Sebrae/PR já atua com projetos de Turismo, como Curitiba, Litoral, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Campos Gerais, além de estabelecimentos de outras regiões do Paraná, através de Chamada Pública. Das mais de 160 empresas inscritas no Programa deste ano, 120 atingiram o mínimo de 80% de conformidade nos critérios avaliados e receberam o Selo. Esta distinção não é permanente. Tem validade de um ano e prevê a melhoria contínua dos participantes para que alcancem a qualificação, com avaliação anual.

Foto: Luiz Costa Foto: Luiz Costa

Orlando Kubo (ABIH), com o vencedor na categoria transporte turístico, a empresa

Ingá Vans, de Maringá

Boteco do Neco,

de Maringá, 1º entre os estabelecimentos de gastronomia turística, com Adonai Arruda Filho – Paraná Convention

Foto: Luiz Costa

Empório Guimarães,

de Londrina, 1º na categoria espaços para eventos, recebe o troféu do presidente da Paraná Turismo, Jacó Gimenes

Foto: Luiz Costa

O Programa

1º na categoria meios de hospedagem, recebe o prêmio de Vitor Tioqueta, diretor do Sebrae/PR

FB Eventos,

de Londrina, melhor entre as organizadoras de eventos, recebe o troféu do diretor do Sebrae/PR, Julio Agostini

KTS Turismo,

de Londrina, 1º entre agências de turismo receptivo, com Orlando Kubo (ABIH)

Foto: Luiz Costa

O empresário Alexandre Guimarães, da Empório Guimarães Eventos, de Londrina, vencedor na categoria Espaço de Eventos, disse que o mais importante em todo o processo foi o envolvimento de sua equipe. “O mérito é todo dos nossos colaboradores, que abraçaram a causa e se empenharam de verdade para obtermos a certificação”, reconhece. Segundo ele, a conquista do Selo está alinhada aos valores e estratégias da empresa e isso criou uma afinidade ainda maior na busca pela adequação dos processos. “Os critérios do Programa consideram o desenvolvimento da gestão na área comercial, de responsabilidade social e de sustentabilidade, princípios que norteiam nossa atuação no mercado. O Selo vai gerar não só uma vantagem competitiva à nossa empresa, como também nos credencia como empresa de excelência no segmento, chancelada pelo Sebrae, o que confere ainda mais credibilidade. É muito importante esta conquista”, comemora.

Bourbon Londrina Business Hotel,

Foto: Luiz Costa

Isso foi uma surpresa e também um motivo de muito orgulho”, conta.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

Varejo de ponta

Fotos: Divulgação

tendência de mercado

NRF Retail’s Big Show 2017, um dos principais eventos destinados ao varejo do mundo

Experiência internacional

para o comércio Missão técnica promovida pelo Sebrae/PR e Fecomércio PR levou os empreendedores à NRF Retail’s Big Show 2017, um dos principais eventos destinados ao varejo do mundo Antônio Menegatti 24


Visão abrangente Após encerrada a NRF, os empresários tiveram a oportunidade de conhecer empreendimentos dos mais variados tipos e conceitos. O roteiro teve 13 visitas técnicas, mostrando iniciativas como a rede de supermercados Whole Foods Market, que comercializa produtos orgânicos, e a tradicional loja de departamentos Macy’s.

Grupo conheceu experiências como a Sweet Corner Bake Shop

N

o primeiro mês de 2017, de 15 a 17, foi realizada em Nova York (EUA) a edição 2017 da NRF Retail’s Big Show. Um dos mais antigos e destacados eventos ligados ao varejo do planeta, a NRF chegou à 106ª edição, com números superlativos: 35.000 participantes de 94 países, 510 expositores, 3.326 empresas representadas e 1.145 brasileiros inscritos. O público nacional foi o segundo maior, perdendo apenas para o Canadá. Entre os brasileiros, um grupo de empresários paranaenses, integrantes da Missão Técnica do Comércio – Nova York, promovida pelo Sebrae/PR e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). A comitiva embarcou para os Estados Unidos no dia 13 de janeiro e no dia seguinte participou de um workshop que reuniu os paranaenses com grupos do Sebrae do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal e Paraíba. De 15 a 17, os brasileiros participaram dos eventos da NRF, que contou com mais de 300 palestrantes. Destaque para Richard Branson, empresário britânico fundador do grupo Virgin e considerado um dos maiores empreendedores do mundo, com uma fortuna calculada

em US$ 5 bilhões, e para o astronauta Scott Kelly, capitão da Marinha norte-americana que contou sobre o período de um ano em que viveu no espaço. Nos dias 18 e 19, aconteceram as visitas técnicas a estabelecimentos comerciais. No primeiro dia, o foco esteve em verificar a gestão dos negócios, o relacionamento com os clientes, o posicionamento das marcas e os desafios enfrentados. No outro dia, o grupo pode conhecer centros comerciais e vivenciar experiências sensoriais.

Empresários elogiam

Whole Foods Market: a onda de produtos naturais e orgânicos nos Estados Unidos virou uma mania, crescendo em um ritmo alucinante a cada ano. Neste segmento a rede de supermercados Whole Foods Market é a grande vedete, sendo o retrato deste setor no competitivo mercado americano.

Turnstyle: primeiro centro gastronômico subterrâneo de Nova York, está localizado na estação de metrô Columbus Circle e conta com quase 30 quiosques de comida ao longo dos corredores.

O casal Tania Regina Merlo Dalla Valle, proprietária da Priska Confecções, e Claudio Marcelo Dalla Valle proprietário da Datasis Informática, de Francisco Beltrão, fez parte da missão. Tania Dalla Valle avalia a participação como uma experiência sem precedentes.

Macy’s: pertencente à Federal Stores, que também é proprietária de outra loja de departamento, a Bloomingdale´s, a Macy´s é a maior cadeia de lojas de departamento dos EUA e uma das mais tradicionais e antigas.

“Foi maravilhosa. A NRF tem formato dinâmico, inovador. Nos deparamos com nossos fornecedores de nível mundial. Ainda tivemos oportunidade de assistir a palestras como a do presidente da Intel [o CEO Brian Krzanich] falando sobre inovação”, analisa. Tania também aprovou a realização das visitas técnicas. Para ela, foi uma maneira de completar o aprendizado, vendo como o varejo norte-americano opera.

Peloton: bicicleta virtual que permite fazer aula de spin na sala de casa. A Peloton tem milhares de ciclistas, mas uma única academia de ciclismo. Fabrica a bicicleta e um tablet, contrata instrutores e cria conteúdo para os consumidores que aderem à plataforma.

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Sweet Corner Bakeshop: empreendimento do brasileiro Rodolpho Gonçalves, uma delicatessen especializada em cookies. A proposta da visita foi apresentar aos empresários participantes da missão o desafio de administrar uma pequena loja em Manhattan e as estratégias do brasileiro para se manter competitivo neste mercado.

Sonos: focada em deixar as residências com uma distribuição de som inteligente, lançou em Manhattan uma loja capaz de proporcionar ao consumidor a experiência de simulação de três ambientes de uma casa em pequenos showrooms.

Trader Joe’s: varejista que também aposta na venda de produtos mais saudáveis ou de aparência mais caseira, natural. Uma de suas características, além de apostar em preços competitivos, é o de oferecer apenas um produto de cada categoria.

Grand Central Market: mercado localizado no Grand Central Terminal, a maior estação de trens do mundo, foi inaugurado em 1913 e atualmente mais de 750 mil pessoas passam por lá diariamente. Os produtos ali ofertados são de alto padrão e expostos de forma a facilitar o acesso e explorar todos os sentidos do consumidor.

Gransevoot Market: feira gastronômica multicultural que reúne restaurantes descolados e lojas de produtos relacionados. A proposta é oferecer um clima familiar e ambiente descontraído que é um convite para entrar e ficar. 26

De Foz do Iguaçu, Matheus Oro Tomio, diretor da papelaria Incopel, ressalta que o grupo foi preparado pelos técnicos do Sebrae/PR e do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná para aproveitar ao máximo a jornada pelos Estados Unidos. “Tivemos muitas informações para encarar as atividades da feira. O principal aprendizado é da importância que devemos dar a nossos consumidores e colaboradores. No mercado competitivo de hoje, processos internos devem estar operando em perfeita sintonia. A complexidade do negócio deve ser mínima para que o foco seja sempre buscar o melhor para o consumidor, qualidade de atendimento e fidelização, a fim de entregar uma experiência com a marca sempre memorável”, relata Tomio. Sergio Padovani Filho, de Iporã, proprietário da Terra de Peão, indústria de confecção focada na moda country, elogiou as visitas técnicas. “A organização foi surpreendente e as soluções contam com muita praticidade. Quem não atentar para a inovação, para as novas tecnologias, ficará para trás ou desaparecerá do mercado”, prevê. Fernanda Correa da Silva Parteka, sócia-proprietária do Mercado Parteka, de Curitiba, conta que a missão aos EUA propiciou outra visão do varejo e um estímulo para sair da zona de conforto. “Na questão do empreendedorismo, por exemplo, pude entender que, além de termos visão e espírito empreendedor, precisamos encontrar pessoas melhores que nós para administrar o nosso negócio”, pontua.

A supermercadista parabenizou a equipe que coordenou as visitas técnicas. “Tivemos contato com pessoas experientes, que nos mostraram o quanto é importante você entender o que faz, não somente copiar todos os dias a sua rotina. Estou colocando em prática o conhecimento que obtive junto aos meus colegas e já estou tendo resultados positivos”, comemora Fernanda.

Valorização A comitiva paranaense teve, além dos empresários, seis representantes do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e do Sebrae/PR, que foi responsável pelo acompanhamento técnico. Osmar Dalquano Junior, coordenador estadual do Setor de Comércio, Bens e Serviços do Sebrae/PR, foi o responsável pela coordenação técnica da missão e destaca que a edição deste ano da NRF teve muitos conteúdos voltados para a qualificação profissional dos colaboradores e para o atendimento ao cliente. “Falou-se muito sobre a valorização dos talentos e das novas tecnologias que estão chegando. O varejo norte-americano tem buscado a capacitação para o uso das ferramentas tecnológicas. Mas as equipes devem estar preparadas para usá-las”, alerta. Dalquano relata ainda que tudo será permeado pelas relações humanas. “O congresso da NRF trouxe a abordagem de que o lado humano não pode ser substituído nas relações entre clientes e comerciantes.”

Inovação em negócios e tendências inspiraram lojistas


Participantes conheceram o Turnstyle, o primeiro centro gastronômico subterrâneo de Nova York

Inspiração O coordenador estadual do Setor de Comércio, Bens e Serviços do Sebrae/ PR explica que a proposta da missão era inspirar os empresários para novos comportamentos. “Queremos que eles mudem seus referenciais. Buscamos provocá-los a adotar inciativas que possam mudar o patamar de seus negócios. Que eles possam enxergar o que está por vir, o quão profissional é o segmento e os caminhos que está tomando”, resume Dalquano.

comércio PR, Darci Piana, ocorrida em Cascavel, no dia 8 de fevereiro, sugeriu que o número de participantes seja ampliado para o próximo ano. “Foi uma experiência fantástica, com muitos conhecimentos compartilhados. Ganhou quem pôde participar. A parceria entre a Fecomércio PR e o Sebrae/PR foi extremamente válida e agora queremos multiplicar o que aconteceu com nossos colegas empresários”, comenta Paulo Beal.

Subsídio

Lista para 2018

As inscrições dos empresários foram subsidiadas pela Fecomércio PR, que esteve representada na missão pelo 10º vice-presidente da Federação, Paulo Beal. Também presidente do Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região, Beal avaliou como de grande importância a participação no evento. Tanto que, em reunião com o presidente da Fe-

Os esforços para levar maior número de empreendedores paranaenses para a edição 2018 da missão técnica para Nova York já estão em andamento. Há, inclusive, uma lista de interessados aberta. Para fazer a pré-inscrição, basta acessar o portal do Sebrae/ PR na internet (https://flagticket.com/ ingresso/237414).

Na Macy´s, conheceram a maior cadeia de lojas de departamento dos EUA e uma das mais tradicionais e antigas

Meatpacking District e Highline: a tradução literal de “Meatpacking District” seria algo como “Distrito dos Empacotadores de Carne”. Considerado o novo Soho, é uma grande mistura de tudo, mas com um ponto em comum: descolado. Restaurantes e boutiques moderninhas também já marcam presença na vizinhança. O High Line, o trilho elevado de trem abandonado que foi convertido em parque, fica a oito metros de altura, possui um lindo jardim, além de bancos e passarelas e serve praticamente como um museu a céu aberto, já que a cada passo uma nova obra surge entre os prédios de Nova York.

Chelsea Market: complexo de lojas, confeitarias e restaurantes charmosos que ainda conservam a arquitetura da antiga fábrica de biscoitos que existia no local, o que o torna um dos mercados mais fascinantes de Nova York.

Wine Vault: loja especializada de vinhos localizada no Chelsea Market oferece, além de carta especializada de vinhos, uma adega, localizada no porão da loja, com um serviço de clube de estocagem de vinhos para apreciadores e colecionadores de garrafas de alto valor no mercado nacional e internacional.

Anthropologie: cadeia de artigos para o lar e de vestuário para mulher em franco crescimento, destaca-se como uma alternativa atrativa à uniformidade de estilo e de moda que caracteriza grande parte dos estabelecimentos para o mercado de massas. É uma empresa que foi concebida desde o início em torno da identidade e emoção, não apenas em torno do preço e manutenção de estoques. 27


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Gestão premiada gestão

Negócios paranaenses se destacam por excelência em gestão Oito vencedores do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil Ciclo 2016 – Etapa Paraná comemoram melhorias em processos que resultaram em aumento de qualidade e competitividade no mercado

equenas mudanças em gestão, com o engajamento de toda a equipe de colaboradores e sócios, podem aumentar drasticamente a qualidade, produtividade e competividade de micro e pequenas empresas no mercado, sobretudo em tempos de crise. Isso foi o que comprovaram na prática oito negócios paranaenses vencedores do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil Ciclo 2016 – Etapa Paraná. Ao longo do último ano, as empresas investiram em melhorias de processos e, com o Prêmio, recebem a chancela de que excelência em gestão, inovação e produtividade ambientam sua estratégia de mercado. As vencedoras da etapa estadual deste ciclo, premiadas em março, em cerimônia no Sebrae/PR, em Curitiba, foram: Washington do Brasil, de Arapongas, na categoria Comércio; Forward Química do Brasil, de Ponta Grossa, e Metal Solution, de Londrina,

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Fotos: Luiz Costa

P

Bruna Komarchesqui

Vencedores com membros do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR na categoria Indústria; Bulek Contabilidade, de Ponta Grossa, e ITAC, de Curitiba, na categoria Serviços; Labore Saúde Ocupacional, de Maringá, na categoria Serviços de Saúde; SWA Sistemas Acadêmicos, de Medianeira, na categoria Serviços em Tecnologia da Informação; e Dom Sollievo Hotel, de Telêmaco Borba, na categoria Serviços de Turismo. No Paraná, o MPE foi implantado em 2004, sob coordenação do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), com apoio do Sebrae/ PR. Para o diretor-presidente do IBQP, Sandro Nelson Vieira, o grande destaque do Prêmio é a metodologia do Modelo de Excelência em Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qua-

lidade (FNQ). “É a melhor metodologia existente no Brasil e um dos melhores benchmarkings no mundo”, avalia. “O fato de ter um prêmio específico para micro e pequenas empresas possibilita que elas vão amadurecendo e identificando pontos em que podem ampliar suas réguas de qualidade e competitividade. O modelo traz uma série de elementos que apontam lacunas que entendemos como áreas de oportunidade de melhoria para o negócio”, completa Vieira. A busca pela excelência em gestão com base no MEG, metodologia incorporada pelo Sebrae/PR em sua estratégia e atuação, certamente auxiliou as empresas vencedoras a se destaca-


rem no mercado, mesmo em um período de crise econômica. O diretor de operações do Sebrae/PR, Júlio Cesar Agostini, evidencia que as empresas finalistas e vencedoras agregam uma gestão moderna e avançada, o que aumenta sua competitividade.

dade na sua gestão e processos. Com o Prêmio, as empresas ganham em visibilidade e credibilidade, demonstrando que fatores importantes como qualidade, excelência em gestão, inovação e produtividade guiam sua estratégia de mercado”, analisa Júlio.

“Somente por participar do MPE Brasil, as empresas que aplicam os critérios da FNQ já passam a ser mais inovadoras e competitivas. Elas ampliam sua capacidade de gestão e agregam quali-

Para participar do Prêmio, basta se enquadrar como micro ou pequena empresa – com faturamento anual máximo de R$ 3,6 milhões – e manifestar interesse na disputa. Nesta edição,

foram 1,9 mil inscritos, dos quais 1.420 responderam um questionário pelo site. No total, 177 empresas alcançaram mais de 70 pontos no MEG e 42 entregaram a documentação obrigatória. Destas, 16 foram classificadas para a fase final. A vitória na etapa estadual não carimba o passaporte para a grande final, em Brasília. A partir de agora, as vencedoras em cada estado entram em um novo processo de avaliação, em vista da premiação nacional, prevista para outubro deste ano.

Conheça as vencedoras:

Metal Solution, categoria Indústria

Há três anos, os sócios da Washington do Brasil – uma academia de inglês com sede em Arapongas, no norte do Estado, e 63 escolas espalhadas por 12 estados brasileiros – lançaram um desafio que foi prontamente abraçado por toda a equipe: tornar-se uma empresa reconhecida por excelência em gestão. As mudanças implementadas resultaram em economia de custos, novos clientes, mas, sobretudo, em uma união dos colaboradores. “Hoje, temos uma equipe muito mais integrada. Todo mundo sabe

Com muito empenho da pequena equipe de seis colaboradores, a Metal Solution, de Londrina, no norte do Estado, que trabalha na fabricação e comercialização (no atacado e varejo) de móveis hospitalares, alcançou melhorias que se refletiram diretamente nos resultados da empresa. “Ao longo desse processo, que foi firme em 2016, adquirimos várias melhorias como placares de metas para serem atingidas durante o ano, uma nova loja virtual, melhoramos nossos preços

exatamente o que tem que fazer, o caminho a seguir, os resultados que cada um está gerando dentro do negócio. Essa clareza gera uma motivação muito grande, o que acredito ser o maior dos ganhos”, conta o sócio Siddhartha Octavio da Costa. Segundo ele, mais importante do que o troféu foi o caminho feito para chegar à premiação. “Nosso propósito foi alcançado, somos uma empresa pronta para ganhar escala, para ser referência não só em administração, mas no setor de ensino e de franchising”, projeta.

e fizemos novos produtos, conforme a necessidade dos clientes, para alavancar nossas vendas”, enumera a sócia-proprietária Marcelly Lopes Silva. Hoje, a empresa atende todo o Brasil, com negócios mais fortes em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Sentimos bastante o aumento de clientes, e nossas vendas estão crescendo aos poucos. Conforme os anos, tivemos bastante dificuldades na empresa, então, o reconhecimento de um prêmio é emocionante para nós”, comemora.

Washington do Brasil,

categoria Comércio

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SWA Sistemas Acadêmicos, categoria Serviços de Tecnologia da Informação

presa quer lucro e melhorar a eficiência, mas nosso foco não era só o resultado e, sim, sermos uma empresa legal para trabalhar”, explica o sócio Leandro Scalabrin. Para ele, o Prêmio é um feedback importante de que toda a equipe está remando para o lado certo. “O desafio não é só para os gestores, mas para a equipe. Somos meros representantes de um time que, no dia a dia, atendem nossos clientes, todo mundo comprou a ideia e festejou muito”, ressalta.

De um hotel para um público mais sim-

atingir objetivos”, lembra Luiz Geraldo

ples que visita Telêmaco Borba, na re-

Battezati, que há dois anos e meio é

gião dos Campos Gerais, ao primeiro

sócio de Ana Lívia Batezati no empreen-

hotel da cidade na avaliação do TripAd-

dimento. “Além do resultado financei-

visor: essa foi uma mudança visível que

ro, o maior ganho é o reconhecimento

as melhorias em gestão trouxeram ao

dos hóspedes. Clientes que vinham há

Dom Sollievo Hotel, empresa familiar

um ano e meio agora dizem que mudou

com 12 anos de mercado e 30 colabora-

radicalmente o padrão. Hoje, temos

dores. “Uma das modificações que mais

garçom e recepcionistas bilíngues, in-

fizeram diferença foi o relacionamento

vestimos em pesquisa de satisfação dos

e valorização dos colaboradores. Muda-

clientes em diversos pontos e temos

mos a visão e colocamos supervisores

metas para cada setor, avaliadas quin-

em cada setor, delegando funções, para

zenalmente”, enumera.

Bulek Contabilidade e Consultoria,

categoria Serviços

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Voltada para a gestão educacional, com clientes em praticamente todos os estados brasileiros, a SWA Sistemas Acadêmicos, de Medianeira, no oeste paranaense, nasceu dentro de uma incubadora tecnológica e sempre mirou a excelência em gestão como um dos objetivos. “A empresa vinha crescendo, conquistando mercado, mas os resultados não eram satisfatórios. Com o Prêmio, encontramos os ralos e as deficiências, e buscamos melhorias, por meio das certificações e programas do Sebrae. Toda em-

Medidas simples, como a revisão de prazos para o cumprimento interno de tarefas, podem trazer um resultado significativo no faturamento da empresa. No caso da Bulek Contabilidade, de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, as mudanças de médio prazo aplicadas ao longo do processo do MPE significaram um crescimento de 10% em um ano. “Minimizamos erros e fizemos uma revisão interna de prazos. Antes, nosso prazo final para as tarefas era o mesmo limite imposto pelo fisco, mas resolvemos antecipar nossas datas-bases. O atendimento também é um diferencial

Dom Sollievo Hotel,

categoria Serviços de Turismo

e, por isso, começamos a receber mais indicações de nossos clientes. Nos dois primeiros anos, não houve mudança financeira, mas agora já podemos sentir. O foco não é o financeiro, mas ele é consequência de um trabalho de busca pela excelência”, comemora o sócio João Demétrio Bulek. Ele reforça, que um grande ganho do Prêmio é dar ao empreendedor uma visão externa da empresa. “É por meio da identificação de problemas que teremos soluções. Nisso, é fundamental a integração da equipe, porque, se tiver resistência para implementar as práticas, fica mais complicado.”


Labore Saúde Ocupacional, categoria Serviços de Saúde

A preocupação com a gestão sempre esteve no DNA do Instituto Tecnológico de Avaliação e Certificação da Conformidade (ITAC), de Curitiba, já que a atividade de certificação em si requer a existência de uma cultura de padrões. “Mas com o diagnóstico realizado pelo Prêmio, pudemos avaliar práticas e estabelecer novos saltos na forma de gerir o negócio. Procuramos trabalhar aumentando nossa carteira de clientes e reduzindo os custos operacionais, o que é muito importante, principalmente, nesta época

Forward Química do Brasil,

categoria Indústria

Desde a fundação, em 2010, a Labore Saúde Ocupacional, cujo foco é medicina, segurança e qualidade de vida no trabalho, procurou o Sebrae/PR para pensar a gestão. Sediada em Maringá, no noroeste do Estado, a empresa ganhou o Prêmio MPE em 2014 pela primeira vez, sendo, na ocasião, finalista da etapa nacional. “Todos os sócios são da área da saúde, então, tivemos que aprender gestão na prática. Com a participação no Prêmio, toda a estrutura estratégica da empresa foi alterada e a tomada de decisões do dia a dia é toda baseada no MEG”,

de crise”, aponta o diretor Fábio Eduardo de Freitas Barbosa. De medida prática, ele conta que um dos legados do MPE foi a criação de um aplicativo para informatizar processos internos. “Percebemos um crescimento na nossa produtividade de dois anos para cá, porque antes perdíamos recursos em atividades desnecessárias. Além da agilidade, com o aplicativo nossas tarefas ganharam em confiabilidade. E toda economia de recurso se reflete no resultado final”, resume.

Quando decidiu participar do MPE, a equipe da Forward Química do Brasil, empresa de produtos químicos voltados para a área da saúde e biossegurança, sediada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, tinha um grande objetivo: ter uma régua que permitisse a empresa saber onde está no mercado, comparada aos concorrentes. “Nós tínhamos indicadores internos, mas não externos. Onde você está quando fala em gestão, excelência, qualidade? O Prêmio veio certificar que estamos com nosso norte bem aplicado”, comemora Otto Ferreira Neto.

conta George Coelho. Os resultados são visíveis: aumento de faturamento, diminuição de indicadores de faltas de colaboradores e de rotatividade, diminuição de custos, além do aumento de produtividade e competitividade. “A cada três ou quatro meses, fazemos a revisão dos 37 pontos do MEG, vemos em qual critério precisa fazer um reforço ou melhorar algum aspecto. A busca de excelência é sem fim. E, por serem critérios externos para o bem de todos, não há resistências por parte da equipe”, pontua.

ITAC – Instituto Tecnológico de Avaliação e Certificação da Conformidade,

categoria Serviços

Resultados positivos, ele aponta vários: “você só tem melhoria em resultado, o Prêmio não te permite andar para trás. Pode até não haver um resultado financeiro em curto prazo, mas tem estrutural, com uma equipe bem qualificada, uma empresa bem qualificada e apontando para o lugar certo”, diz. Além das melhorias de processos, um grande legado do MPE na Forward foi o tempo investido na capacitação da equipe. “Fica esse ganho de entusiasmo e foco, de uma equipe toda engajada. O Prêmio não deixa você se acomodar”, garante.

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VOCÊ TEM UMA IDEIA DIFERENTE? VOCÊ TEM UMA O PROGRAMA STARTUP DO SEBRAE/PR PODE FAZER IDEIA DIFERENTE? A DIFERENÇA PARA ELA. 1 1

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

inovação

Inovar para crescer

Empresas se destacam

NO mercado com auxílio do Sebraetec Com suporte e subsídios do Programa Sebraetec, paranaenses podem melhorar a competitividade por meio da inovação em seus processos produtivos e adequação às demandas do mercado Antônio Menegatti 33


Em comum, eles contaram com o apoio do Sebrae/PR, por meio do Sebraetec, programa que subsidia empresários de micro e pequenos negócios e empreendedores rurais paranaenses que buscam inovação e serviços tecnológicos. Para a PWD Usinagem, de Pato Branco, região sudoeste do Paraná, inovar tornou-se fundamental para ampliar vendas e crescer. Foi com esse pensamento que os sócios da PWD Usinagem encontraram uma maneira de explorar um nicho de mercado na colheita de feijão. Nelson Panho e Valadar Dal Bosco identificaram que não existia uma plataforma eficiente para colheitadeiras de uma das principais marcas, a Massey Ferguson. Com apoio do Sebrae/PR, desenvolveram um equipamento que está disponível no mercado. Panho conta que a ideia de fazer o kit surgiu no início de 2015, depois de encerrada a colheita do feijão no Sudoeste. “Observei que, com as opções existentes, as colheitadeiras da marca não eram adequadas para o serviço, pois a perda variava de 25% a 30%, algo impraticável”, pontua. A partir daí, resolveu projetar algo que pudesse ser adaptado às plataformas das colheitadeiras, e os resultados começam a aparecer, com o lançamento do kit MF-32 no final do ano passado. A construção do kit só foi possível depois que Panho e Dal Bosco procuraram o Sebrae/PR e utilizaram recursos do Sebraetec para desenvolver o projeto. A PWD já produziu e comercializou 54 kits MF-32 e está atendendo concessionárias da Massey Ferguson de Londrina e Ponta Grossa, além do interior de São Paulo. “Em abril, deveremos começar a vender para cidades do Mato

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Foto: Arquivo

O

dito popular “o mar não está para peixe” resume bem a atual situação da grande maioria dos empreendimentos brasileiros. Excetuando-se alguns setores, os efeitos da crise ética e econômica têm sido catastróficos. Mas, em meio a tantas notícias ruins, empreendedores paranaenses têm conseguido crescer e se destacar no mercado com inovações aplicadas a produtos ou serviços.

Nelson Panho e Valadar Dal Bosco identificaram que não existia uma plataforma eficiente para colheitadeiras

Subsídio de até 70%

O Sebrae/PR lançou, em janeiro, o novo edital do programa Sebraetec – Serviços em Inovação e Tecnologia. A meta é, ao longo de 2017, atender 4,5 mil empresas paranaenses formalizadas, cujo faturamento anual máximo não ultrapasse R$ 3,6 milhões.

Nesta edição, uma das novidades do edital é o aumento do subsídio do Sebrae/PR para 70% do valor total do projeto. “É uma mudança significativa. Além disso, a gama de serviços oferecidos está maior. São muitos os benefícios que o empreendedor tem por meio do investimento feito na melhoria em inovação e serviços tecnológicos, como reduzir custos, eliminar desperdícios, ampliar mercados, além

Grosso, como Sorriso e Primavera de Leste”, anuncia Nelson Panho. Com a crescente demanda, a PWD contratou mais dois colaboradores – chegando a sete no total – e desenvolve um novo produto, desta vez na área de utensílios domésticos. “O projeto está em fase de registro de patente e foi aplicada também com recursos do Sebraetec”, completa o sócio da PWD Usinagem.

de vender mais, melhor e de forma mais sustentável”, argumenta César Rissete, gerente da Unidade Ambiente de Negócios do Sebrae/ PR. O Programa Sebraetec no Paraná conta com uma rede de prestadores de serviços tecnológicos de mais de 300 entidades credenciadas, para atender clientes nos sete temas do programa: Design, Inovação, Produtividade, Propriedade Intelectual, Qualidade, Serviços Digitais e Sustentabilidade. “É um produto sob medida, não é uma solução padronizada. O consultor verifica a empresa e o que pode ser alterado, melhorias a serem implementadas, a condição de implementar”, acrescenta Rissete.

Reduzindo o desperdício Na parte de cima do Estado, em Maringá, o empresário Marcelo Reis de Souza, proprietário do restaurante Caseirinho, recorreu ao Sebraetec para a aplicação da metodologia “5 Menos que são Mais”. À frente de uma empresa com 19 anos de existência, com 21 funcionários na matriz e mais 17 na filial, Souza buscou


Foto: Rafael Moreschi

solução para reduzir o desperdício, a maior parte resultado da montagem das marmitas. Sem padronização nas quantidades usadas, ocorria o “desperdício embutido”. O custo da produção oscilava e a empresa desconhecia o custo real de produção, assim como o lucro real. Com recursos do Sebraetec, Souza contratou consultoria especializada, que verificou variações no peso das marmitas (de mesmo tamanho e sabor) de até 22 %, sendo de 10% a menor variação encontrada. Após a implantação de uma série de ações, entre o final de 2016 e o começo deste ano, o desperdício foi reduzido consideravelmente, para 5,5%.

Marcelo Reis de Souza utilizou recursos em processos que reduzem o desperdício

“Não perdemos qualidade na montagem das marmitas. Trocamos carnes com osso por pedaços desossados, por exemplo. As marmitas ficaram mais bem servidas, melhor organizadas. Nenhum cliente foi perdido e nosso movimento aumentou, tanto na venda das marmitas quanto no bufê”, relata Marcelo Souza.

“Na visão de empresário, só se muda se houver incentivo. O Sebraetec é programa que viabiliza projetos, com apoio financeiro e nas consultorias. Fazer sozinho é muito complicado, com o Sebrae/PR e o Sebraetec você ganha coragem para empreender mais”, atesta. Alimentos específicos Em Curitiba, a farmacêutica bioquímica Claudimara Rak inovou com o desenvolvimento de produtos nutricionais para autista e alérgicos. Em 2015, após receber uma prescrição médica diferente, para uma criança autista com várias restrições alimentares, a proprietária da farmácia de manipulação Clorofila descobriu um nicho de mercado praticamente inexplorado. “A mãe da criança participava de grupos relacionados ao autismo e comentou com outros mães, que passaram a nos procurar. Eram do sul do País e de outras regiões, como o Nordeste.

Foto: Luiz Costa

O empresário de Maringá destaca ainda que o treinamento da equipe foi fundamental para os bons resultados e que o Sebrae/PR foi o grande incentivador das mudanças.

Claudimara Rak inovou com o desenvolvimento de produtos nutricionais para autista e alérgicos Começamos a vender via WhatsApp (aplicativo de mensagens instantâneas para smartphones)”, revela.

em Curitiba, que deu origem à Nutrinova. Lá, foi desenvolvido um suplemento em pó, o Proaut.

Claudimara então procurou o Sebrae/ PR pois enxergava novas perspectivas para o negócio, com produtos e atendimento diferenciados para autistas e alérgicos.

“O tratamento para autistas é baseado na nutrição, que tem papel direto na melhora do quadro. O autismo não é uma doença alérgica, mas que gera várias complicações no intestino, por exemplo, resultando em uma série de restrições alimentares. O Proaut é um complemento com aminoácidos, minerais e vitaminas e que pode ser misturado à agua, sucos, alimentos sólidos, sopas, e caldos, entre outros”, explica Claudimara.

“O projeto foi aprovado no final de 2015, e a engenheira de alimentos responsável pelas consultorias contratadas via Sebraetec orientou que seria preciso uma nova farmácia, para evitar o contato com substâncias não indicadas para o público-alvo”, ressalta a farmacêutica bioquímica. Ainda em 2015, Claudimara adquiriu uma farmácia de manipulação à venda

A Nutrinova está vendendo o produto para todo o Brasil. Em breve, o Proaut passará a ser industrializado. 35


SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

Ambiente NEGÓCIOS

Gestores municipais podem contar com a parceria do Sebrae/PR para desenvolver um ambiente propício para as micro e pequenas empresas. Antes de assumirem os mandatos, puderam conhecer programas, soluções e manter contato com órgãos estaduais e de crédito, durante encontro voltado ao segmento Camila Cabau

A

segunda gestão do prefeito de Ubiratã, localizada no noroeste do Estado, Haroldo Fernandes Duarte, tem como uma das prioridades a implementação de políticas que incentivem as compras públicas, na adoção de um regime diferenciado de contratação que favoreça as micro e pequenas empresas instaladas no município. Esta estratégia foi identificada pelo prefeito durante o Encontro de Prefeitas e Prefeitos Eleitos – Gestão 2017/2020, promovido pelo Sebrae/PR, Governo do Estado e Fomento Paraná, nos dias 30 de novembro a 2 de dezembro de 2016. 36

Fotos: Luiz Costa

Encontro motivou prefeitos e prefeitas a pensar no desenvolvimento com micro e pequenas empresas

Juraci Barbosa Sobrinho

Carlos Alberto Preto,

diz que já é possível visualizar os resultados do Líderes Públicos em todo Paraná

prefeito de Apucarana, destaca a geração de empregos nas micro e pequenas empresas

“O Encontro me trouxe novos conhecimentos e me ajudou a estabelecer metas que precisam ser desenvolvidas em Ubiratã. No caso das compras públicas, tenho certeza de que, após a instalação deste processo, a cidade terá o comércio e a indústria fortalecidos e aptos a expandir seus negócios”, afirma o prefeito Haroldo. O evento que despertou esta nova estratégia administrativa em Ubiratã integra o Programa de Estudos Avançados

para Líderes Públicos, que é organizado pelo Sebrae/PR e o Governo do Estado. A edição de 2016 reuniu 378 prefeitas e prefeitos e 1,9 mil assessores, dirigentes e secretários municipais, na cidade de Foz do Iguaçu. Toda a programação do evento foi direcionada para apoiar os chefes do Executivo e suas equipes no planejamento dos 100 primeiros dias de governo, apresentando programas que possam ser implementados nos municípios.


Evento aproximou prefeitos e prefeitas de entidades estaduais e oportunizou conhecimento sobre programas para os municípios

O maior aprendizado incorporado durante o Encontro pelo prefeito Ailton Caeiro da Silva, de Tupãssi, na região oeste do Paraná, foi a compreensão de que o bom planejamento da gestão pode impactar diretamente no desenvolvimento no município e no fortalecimento das empresas da cidade. “A seriedade do planejamento, que contemple um melhor ambiente de negócios para o empreendedorismo só traz benefícios à cidade”, diz. Ailton conta que a Sala do Empreendedor, que é administrada pela prefeitura e Sebrae/PR, é um bom exemplo de como é estratégico favorecer este ambiente. “A Sala ajudou muitos microempreendedores individuais a se tornarem microempresas. O município cresce por meio dos empregos. E esta transformação de MEI para microempresas promove mais renda e empregos. Já vimos que esta receita dá certo e continuaremos a seguir este caminho”, reforça.

Raul Izoton, prefeito reeleito de Dois Vizinhos, na região Sudoeste, relata que o encontro serviu para aprofundar seus conhecimentos quanto à Lei Geral das Micro Pequenas Empresas, que visa regulamentar o tratamento diferenciado destes negócios. “A Lei Geral é uma diretriz que nos auxilia a apoiar as empresas, os grandes geradores de renda e emprego dos municípios. Nos primeiros quatro anos, pude ver muitas empresas crescerem e parte disso se deve ao trabalho em conjunto da prefeitura com o Sebrae/ PR, que para o município, gerou empregos e aumento na arrecadação dos tributos. No Encontro de Prefeitos conheci casos que validaram ainda mais a importância da Lei Geral.” Para o gestor municipal de Dois Vizinhos, o desenvolvimento do município é resultado de uma gestão pública eficiente aliada a um setor empresarial que seja pujante. “O Sebrae/PR e o Governo Estadual ajudaram muito os

prefeitos, nos deram respaldo e instrumentos para profissionalizar ainda mais a nossa gestão”, conclui. Carlos Alberto Gebrim Preto, prefeito de Apucarana, reforça a importância das empresas na economia local, sendo responsável por cerca de 70% dos postos de trabalho. “Analisando estes dados e após conhecer novas boas práticas no Líderes Públicos, pudemos adotar novas estratégias que foram incluídas no planejamento do mandato 2017 a 2020 com a intenção de fortalecer ainda mais nossas empresas”, aponta.

Recorde de público As eleições de 2016 resultaram em uma renovação dos gestores municipais de 75% nos 399 municípios. O encontro reuniu quase duas mil pessoas, entre elas 378 prefeitas e prefeitos eleitos, um recorde de público e de novos gestores participando do evento. 37


“Na gestão anterior, descobri na prática que incentivar o empreendedorismo traz renda e crescimento ao município. Por isso, neste mandato continuaremos no mesmo caminho e acumulando esforços em para apoiar as nossas empresas”, projetou.

Foto: Divulgação

Na avaliação de Cesar Rissete, gerente da Unidade de Ambiente de Negócios do Sebrae/PR, e um dos organizadores do evento, a mobilização dos prefeitos foi intensa e abriu novas portas para o empreendedorismo e o fortalecimento do ambiente de negócios. “Os gestores compreenderam que é preciso olhar para frente, identificar oportunidades e traçar um planejamento estratégico que gere renda e empregos por meio do empreendedorismo”, diz.

Para Raul Izoton, Dois Vizinhos, “a Lei Geral é uma diretriz que nos auxilia a apoiar as empresas, os grandes geradores de renda e emprego dos municípios”

Avaliação Próximo dos cem primeiros dias das gestões municipais 2017/2020, Rissete aponta que os primeiros resultados do Encontro de Prefeitos já foram mensurados, como o recorde no interesse pelo programa Cidade Empreendedora. “Pela primeira vez, desde o lançamento do programa, em 2007, tivemos um maior número de solicitações dos municípios do que é a nossa capacidade de atendimento. E isso é muito positivo”, conta.

Juraci Barbosa Sobrinho, presidente Fomento Paraná, também concorda que já é possível visualizar os resultados do Líderes Públicos. O dirigente informa que desde janeiro tem sido perceptível a mudança da sistemática dos prefeitos reeleitos, que passaram a recorrer às instituições públicas do Estado, principalmente a Fomento. “Eles têm buscado financiamento não só para infraestrutura, máquinas e equipamentos, mas também para os empreendedores locais, abrindo esse trabalho de organizar melhor sua secretaria de desenvolvimento e infraestrutura. Mas tendo atenção em 38

Ambiente de Negócios

Foto: Divulgação

Outro grande resultado mensurado pelo Sebrae/PR é o aumento do interesse dos prefeitos e prefeitas em estabelecer parcerias com a entidade. “Já temos ações que estão em fase de desenvolvimento entre o Sebrae/PR e as prefeituras, que surgiram durante conversas entre os gestores e os consultores da entidade no Líderes Públicos. Entre as principais solicitações que identificamos estão as iniciativas para abrir novas Salas do Empreendedor e o estímulo em implantar os processos das compras públicas. O Encontro de Prefeitos de 2016 foi o de maior sucesso entre as quatro edições anteriores”, enfatiza.

Cyllêneo Pessoa Pereira Junior, secretário estadual de Planejamento, relata que o governo estadual tem registrado, gradativamente, a procura dos prefeitos por informações e projetos das secretariais estaduais. “Como muitos prefeitos estão em seu primeiro mandato, entendo que o Encontro foi muito produtivo e interessante sob a proposta de informação e orientação para os gestores”, ressalta.

Cesar Silvestri Filho: compromisso em auxiliar o município no desenvolvimento com base no empreendedorismo

especial para aquecer a economia municipal, através da relação da qualificação”, avalia. O prefeito reeleito de Guarapuava, Cesar Silvestri Filho, diz ter assumido em seu primeiro mandato o compromisso em auxiliar o município no desenvolvimento com base no empreendedorismo. Suas ações foram reconhecidas pelo Sebrae/PR no ano passado, quando o dirigente recebeu o prêmio Prefeito Empreendedor estadual na categoria ‘Municípios Integrantes do G100’. A honraria foi resultado da ampliação das possibilidades de investimentos dos micro e pequenos empreendedores, além de melhorias na saúde, educação e habitação do município.

O Sebrae/PR tem uma linha estratégica de Ambiente de Negócios, que reforça seu papel como articulador e promotor de um ambiente favorável aos pequenos negócios, com estratégias, ações, legislação e políticas que fomentam esse ambiente. Entre as ações, está o Programa Cidade Empreendedora, voltado ao desenvolvimento social e econômico do município, com a finalidade fomentar os pequenos negócios com ações práticas que apresentam resultados rápidos e duradouros para o município. Muitas ações como capacitação para agentes de desenvolvimento, simplificação de procedimentos para o surgimento de empresas, formação de Comitê Gestor Municipal, planejamento com base nos indicadores locais e muitas outras que atribuem o tratamento diferenciado e favorecido aos pequenos negócios. Em 2016, o Sebrae/PR fechou o ano com 206 municípios com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa instituída, o que representa 52% do total de cidades. Dos municípios atendidos com o Programa Cidade Empreendedora, 209 integraram-se a Redesim – Empresa Fácil Paraná, para desburocratizar a abertura, alteração e o fechamento de empresas. O Programa Compra Paraná, outra ação dentro da linha de ambiente de negócios, que estimula a participação micro e pequenos nas compras públicas, teve a adesão de 36 municípios, atingindo 2.615 participantes no ano passado.


Institucional

Fotos: Luiz Costa

Artigo

Ágide com membros do CDE e diretoria executiva do Sebrae/PR

Ágide Meneguette dirige o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR Por unanimidade, Ágide foi eleito pelo CDE para a função que era ocupada por Edson Campagnolo, na Presidência do Conselho Deliberativo Redação

E

m março (dia 20), o Sebrae/ PR elegeu o novo presidente do Conselho Deliberativo, que comandará a entidade até o final de 2018. O presidente do Sistema FAEP/Senar-PR, Ágide Meneguette, assumiu a presidência do Conselho Deliberativo do Sebrae/

PR, em substituição ao presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo. O Conselho do Sebrae/PR, responsável por formular as diretrizes de apoio ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas paranaenses, é formado por representantes de 13

entidades do setor produtivo, instituições de crédito e poder público, que se alternam no comando. Ágide Meneguette falou em continuidade e seguir as diretrizes do Sistema Sebrae. “Agradeço a confiança dos conselheiros e reafirmo que a priori39


Vitor Tioqueta, Campagnolo e Ágide

Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de ensino, tecnologia, crédito e poder público

Meneguette durante a eleição

dade é continuar o trabalho até aqui realizado de maneira tão profissional pela casa. O caminho é esse que os conselheiros já aprovaram e vamos executar o planejamento do Sebrae/ PR, pensando na causa dos pequenos negócios”, apontou Meneguette. É a segunda vez que ele assume como presidente do Conselho, função que exerceu também de 2003 a 2006. Edson Campagnolo deixou a presidência do CDE, mas continuará membro do Conselho. Ele lembrou do momento delicado e fundamental para o trabalho da entidade em favor dos micro e pequenos negócios. “É um momento de união, esforços e ação da casa para superar essa crise e trabalhar pela retomada do desenvolvimento. Sou um soldado à disposição do novo presidente”, resumiu. Campagnolo destacou do apoio durante os dois anos em que dirigiu a entidade, tanto no próprio Conselho, como também em todo o Sebrae/PR. “Agradeço ao Conselho pela parceria e trabalho e também toda e equipe do Sebrae/PR, entidade reconhecida há décadas pela sua atuação”, pontuou. Empresário há mais de 30 anos, Campagnolo falou da sua proximidade com a entidade. “Fui cliente do Centro de Apoio Gerencial (Ceag), ‘embrião’ 40

do que hoje é o Sebrae. Portanto, o Sebrae está na minha vida, na vida de minha família. Ter ocupado essa posição no Conselho foi uma conquista, onde me senti um colaborador a mais desta casa”, recordou. Ao assumir, Ágide Meneguete nomeou Darci Piana, presidente Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), para a vice-presidência do Conselho e coordenação do G7, grupo formado por representantes de entidades do setor produtivo paranaense que trabalha ações em conjunto em prol do desenvolvimento do Estado. “Primeiro gostaria de cumprimentar e agradecer o Campagnolo pela sua atuação nesses dois anos à frente ao Sebrae/PR. Parabenizo o Ágide pela eleição e agradeço por me confiar essa função. Serei um soldado do presidente e vou levar a tranquilidade que o G7 precisa. O mais importante neste cenário é o respeito aos interesses do setor produtivo”, ponderou Piana. O diretor-superintendente do Sebrae/ PR, Vitor Roberto Tioqueta, em nome da equipe do Sebrae/PR e da diretoria executiva, composta por ele, Julio Agostini e José Gava Neto, agradeceu o ex-presidente Campagnolo pelas realizações no seu mandato e enalteceu

a liderança do presidente Ágide, que demonstrou disposição em continuar o trabalho da entidade com atuação territorial e foco em ambiente de negócios, educação empreendedora, lideranças e no desenvolvimento de empresas no Estado. Em 2016, o Sebrae/PR atendeu 155.300 micro e pequenas empresas em todo Paraná. “O Sebrae/PR está otimista com resultados e na sequência de seu trabalho, pois temos em nosso conselho entidades idôneas e efetivas nos seus setores. A liderança do Ágide Meneguette, bem como foi a do Edson Campagnolo, vai nos ajudar a cumprir nossa missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e estimular o empreendedorismo”, ponderou. Com modelo de gestão compartilhada, o Conselho Deliberativo do Sebrae/ PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de ensino, tecnologia, crédito e poder público. As 13 entidades que compõem o Conselho são Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Citpar; Sistema FAEP/Senar-PR, Faciap; Fampepar; FIEP; Fecomércio PR; Fomento Paraná; Sebrae Nacional; Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral; Ocepar e UFPR.


AS REGIONAIS DO SEBRAE/PR E SEUS ESCRITÓRIOS REGIONAL CENTRO Ponta Grossa Rua Doutor Lauro Cunha Fortes, 450 Bairro Uvaranas CEP: 84.025-002 Fone: (42) 3228-2500 Guarapuava Rua Arlindo Ribeiro, 892 Bairro Centro CEP: 85.010-070 Fone: (42) 3623-6720 Telêmaco Borba Av. Vice-Prefeito Reginaldo Guedes Nocera, 250 Bairro Centro CEP: 84.261-020 Fones: (42) 3372-9854 / 3271-252

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