Revista Soluções - Edição 19

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A revista da pequena empresa no Paraná

Trimestral nº19 Ano 6 Set/13

União, para o bem comum

Eles estão em ascensão

Cidades empreendedoras

Agricultores e empresários enxergam no cooperativismo oportunidade para crescer

Microempreendedores individuais faturam mais e viram empresários de microempresas

Municípios que apostam em projetos para micro e pequenas empresas se desenvolvem mais

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Editorial O Sistema S O Sistema S é um forte aliado do desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Formado por organizações criadas pelos setores produtivos, como as cooperativas, a indústria, o comércio, a agricultura, os serviços e os transportes, é um sistema dinâmico que busca acompanhar as mudanças econômicas e sociais para melhor atender. Você, leitor da Revista Soluções, poderá conferir, nesta edição, um pouco mais sobre o Sistema S, seu funcionamento e as atividades das nove organizações que o compõem, dentre as quais o Sebrae/PR, o Sescoop, o Sesc, o Senac, o Sesi, o Senai, o Senar, o Sest, e o Senat. João Paulo Koslovski Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

A missão do Sistema S vai muito além de cursos, palestras, projetos e consultorias. Tem como desafio o preparo das pessoas para o mercado de trabalho, o cuidado da saúde e da qualidade de vida dos trabalhadores, o apoio às empresas com soluções tecnológicas inovadoras e o estímulo ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas. O Sebrae faz parte do Sistema S! E nesses 40 anos de serviços de apoio aos pequenos negócios, busca cumprir a sua parte na viabilização de sonhos de milhares de milhares de micro e pequenos empreendedores paranaenses.

Encadeamento produtivo Pequenas e grandes empresas podem trabalhar juntas, numa relação produtiva na qual todos ganham. Prova disso é o projeto desenvolvido pelo Sebrae em todo o País, tema destaque desta edição. A proposta, em execução em quatro regiões paranaenses, trabalha o encadeamento produtivo, capacita pequenas empresas como fornecedoras e fortalece sua relação com empresas de porte maior.

Julio Cezar Agostini, Vitor Roberto Tioqueta e José Gava Neto Diretoria Executiva do Sebrae/PR

A ideia é preparar os pequenos negócios, reduzindo o grau de dependência e melhorando, por meio de orientação técnica, sua performance e sua relação com o mercado, cheio de oportunidades. O Brasil vive um momento econômico importante, com investimentos de grandes empresas e eventos de projeção internacional como a Copa de 2014. Quem não estiver atento, vai perder oportunidades.

Para você leitor Você leitor confere entrevistas, análises, matérias de serviço e reportagens especiais sobre temas, como associativismo, mercado, comportamento, capacitação e tendências. A entrevista com o português Rafael Pires, cofundador do Startup Pirates Global, traz informações sobre uma metodologia que conquista a simpatia de empreendedores.

Leandro Donatti Editor

Na seção de tendências, matéria sobre empreendedores que compartilham clientes. E na seção de comportamento, a história de superação de um empresário com surdez. Nesta edição ainda, reportagem sobre cidades empreendedoras. E a ‘dança’, entre as categorias empresariais, provocada pelos microempreendedores individuais.

Boa leitura! 3


Índice Conselho Deliberativo Modelo de gestão compartilhada, o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de crédito e poder público. Funciona como uma assembleia geral, soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática. Ao todo, são 13 entidades que têm assento no Conselho Deliberativo do Sebrae/PR.

João Paulo Koslovski Presidente do Conselho Deliberativo

Agência de Fomento do Paraná S/A (FOMENTO PARANÁ) Juraci Barbosa Sobrinho – titular Alexandre Teixeira – suplente

Banco do Brasil José Roberto Sardelari – titular Joares Angelo Scisleski – suplente

Caixa Econômica Federal Fabio Carnelos – titular Enilson Araújo – suplente

Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (CITPAR) Luiz Carlos Baeta Vieira – titular Rubens Maluf Dabul – suplente

Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) Ágide Meneguette – titular Carlos Augusto Cavalcanti Albuquerque – suplente

Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP)

Conselho Fiscal

Jefferson Nogaroli – titular Rainer Zielasko – suplente

João Luiz Rodrigues Biscaia – FAEP (presidente do Conselho Fiscal)

Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (FAMPEPAR)

Dalton Celeste Rasêra – FAEP Suplente

Ercílio Santinoni – titular Jonas Bertão – suplente

Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) Edson Campagnolo – titular Evaldo Kosters – suplente

Federação do Comércio do Paraná (FECOMÉRCIO) Darci Piana – titular Ari Faria Bittencourt – suplente

José Georgevan Gomes de Araújo – FIEP Titular

Capa - Pág. 12

Paulo Roberto Munhoz – FIEP Suplente Umberto Marineu Basso Filho – FECOMÉRCIO Titular Alberto Franco Samways – FECOMÉRCIO Suplente

Sebrae Nacional Elizabeth Soares de Holanda - titular Joana Bona Pereira – suplente

Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (SEIM)

Diretoria Executiva

Ricardo José Magalhães Barros – titular Horácio Monteschio – suplente

Vitor Roberto Tioqueta Diretor Superintendente

Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR)

Julio Cezar Agostini Diretor de Operações

João Paulo Koslovski – titular Nelson Costa – suplente

José Gava Neto Diretor de Gestão e Produção

Pequenas e grandes, parceria produtiva Empresas paranaenses de diferentes portes, unidas em torno de um projeto, fortalecem encadeamento produtivo, melhoram qualidade e inovam nas relações empresariais

Tendência PÁG.

Cidades empreendedoras

PÁG.

24

PÁG.

30

20

Entrevista Associativismo

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

União, para o bem comum

Zaki Akel Sobrinho – titular Joel Souza e Silva – suplente

Capacitação

Pág. 8

PÁG.

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‘Acerele’ sua empresa

Expediente da Revista Soluções Coordenação Renata Todescato Gerente de Marketing e Comunicação

http://asn.sebraepr.com.br

revistasolucoes@pr.sebrae.com.br

Ammanda Macedo Especialista em Marketing

Artes Gráficas Renascer Ltda.

Flora Guedes, Francielle Colpani, Giovana Chiquim, Graziela Castilho, Juliana Dotto, Katia Michelle Bezerra, Leandro Donatti e Mirian Gasparin. Fotos: Helen Marques, Luiz Costa, Maurício Lehmkuhl, Paulo Araújo e Rodolfo Buhrer.

Eles estão em ascensão

Comportamento Empreendedorismo sem limites

PÁG.

42 Serviço

mande um e-mail para

Edição/Jornalista Responsável Leandro Donatti Registro Profissional – 2874/11/57-PR

Reportagens: Adriana De Cunto, Adriano Oltramari,

Rafael Pires fala sobre metodologia Startup Pirates, desenvolvida na Europa e que ganha o mundo por ajudar empreendedores a pensarem modelos de negócios inovadores

Críticas e comentários,

Anuncie na Revista Soluções:

Adriana Schiavon Gonçalves Especialista em Marketing

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sebrae@pr.sebrae.com.br

Negócios ‘conjugados’

S de plural

PÁG.

PÁG.

46

PÁG.

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Crédito para crescer

publicidade.revistasolucoes@pr.sebrae.com.br Impressão

Artigo

(Mult-graphic) Design Gráfico e Diagramação Ingrupo//chp Propaganda Periodicidade Trimestral Tiragem 20 mil exemplares

Vitor Roberto Tioqueta - Pág. 73 ... a cada quatro micro e pequenas empresas abertas, três sobrevivem...

Personalidade O país do empreendedorismo

PÁG.

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Giro pelo Paraná

ISSN 1984-7343

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Linha direta com o leitor

Cartas

Radar da pequena empresa

Um ‘jogo rápido‘ sobre os pequenos negócios.

Revista Soluções – www.solucoessebrae.com.br

É muito enriquecedor ler na Revista Soluções iniciativas de microempreendedores que acreditam no próprio potencial e atingem novos mercados. A publicação está repleta de boas ideias, com cases de sucesso. Nós, empresários, contamos com uma revista que reconhece o nosso trabalho e nos revela o que vem sendo realizado em diferentes setores. Assim, conseguimos crescer ainda mais com o exemplo de diversos colegas. Elyane Fiuza – empresária – Curitiba/PR

A Revista Soluções, do Sebrae/PR, faz jus ao nome, pois através de uma linguagem simples, sem palavras difíceis nos mostra soluções para as nossas dúvidas, sejam elas de mercado, empresas, pessoas, serviços e tantas outras. Por meio das reportagens, a Soluções nos dá uma visão do que devemos levar em conta na hora de pensar em abrir um determinado negócio ou serviço. E com os depoimentos vemos o que deve ser evitado, para que

A décima oitava edição da Revista Soluções teve como tema de capa reportagem especial com o título “Quando o sucesso vira um problema”. Uma ‘lição’ para quem está começando, com orientações sobre o que fazer para superar obstáculos inesperados nos negócios e dicas de especialistas sobre como é possível aprender com os próprios erros.

o empreendimento dê certo. Que é preciso fazer um bom planejamento

Curva ascendente

Mais escolarizados

Conectados na rede

Estudo inédito do Sebrae aponta que em 2011 cerca de 700 mil jovens com graduação universitária eram donos de seu próprio negócio. O número é quase o dobro do registrado em 2001, quando 370 mil jovens com até 34 anos e ensino superior estavam à frente dos negócios. Cresceu 76% o número de donos de negócios nessa faixa etária que tem 15 anos ou mais de estudo.

Em dez anos, o número médio de anos de estudo dos jovens empreendedores, aqueles entre 18 e 34 anos, aumentou em média 28%, passando de sete para nove anos de estudo. Ainda de acordo com o estudo, é maior a proporção entre donos de negócios de jovens com curso superior (completo ou cursando) se comparada com os donos de negócios com idade acima de 34 anos.

Os jovens donos de negócios acessam mais a internet do que os empreendedores mais velhos. Segundo o estudo do Sebrae, com base em dados apurados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% dos jovens empreendedores brasileiros acessam a rede, ante 33% dos demais.

Participação efetiva

Empregos líquidos

Efeito contrário

No primeiro semestre de 2013, os pequenos negócios geraram 19,3% menos empregos que no mesmo período em 2012, mas por outro lado, elevaram sua participação no total de empregos gerados em todo o País, de 74,7% para 78,7%. Já as médias e grandes empresas geraram no primeiro semestre deste ano 40,4% menos empregos e perderam participação, de 22% para 17,1%.

As micro e pequenas empresas brasileiras responderam por 90% dos empregos líquidos – resultado total menos as demissões – em junho, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Dos 123.836 postos de trabalho criados, os pequenos negócios empregaram 111.033 pessoas, as médias e grandes, 11.555, e a Administração Pública, 1.248.

O Paraná, que ficou em quarto no ranking dos estados, fechou o primeiro semestre com saldo de 6.143 novos empregos. Ao passo que as médias e grandes empresas do Estado registraram em junho saldo negativo de -1.053 empregos. Os pequenos negócios dos setores de serviços e da indústria de transformação foram, em disparada, os que mais geraram postos de trabalho.

Tratamento diferenciado

Ambiente favorável

Regulamentação

A Assembleia Legislativa havia aprovado por unanimidade de votos, até o fechamento desta edição, em primeira e segunda discussão, projeto do Poder Executivo que institui legislação estadual favorável às micro e pequenas empresas. É a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa Estadual, com dispositivos legais para fortalecer os pequenos negócios no Paraná.

A nova legislação formaliza benefícios para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas e cria condições para que os pequenos negócios sejam, de fato, e por lei, valorizados. A proposta prevê programa de compras públicas; educação empreendedora nas escolas; simplificação da abertura de pequenos negócios; e créditos específicos para pequenos negócios, dentre outros.

O trabalho, no entanto, não termina com a aprovação da Lei Geral Estadual. O próximo passo, após a sua entrada em vigor, é a regulamentação, por meio de decretos, para tornar a legislação efetiva. A responsabilidade do Sebrae aumenta nesse processo, na medida que precisa preparar ainda mais as empresas para que se valham dos benefícios oferecidos pela legislação.

antes de entrar em um determinado mercado. Esta revista é ótima para estudantes universitários, pois logo vão entrar no mercado de trabalho e com certeza pensam em se tornar futuros empreendedores. Deonisia Warlei Freese – auxiliar administrativo – Toledo/PR

Uma surpresa a cada edição. A Revista Soluções é rica em orientações para quem está começando e também para quem já tem experiência empresarial. Sempre com novidades, é uma publicação cheia de informações. Cláudio da Silva – empreendedor – Londrina/PR

A Revista Soluções é uma fonte de informações atuais e confiáveis, onde lemos relatos de sucessos assim como também relatos de crises. Um aprendizado tão importante para nós empreendedores. Selma Claro - empreendedora - Rio de Janeiro/RJ

A Revista Soluções vem contribuir para solidificar uma das características do empreendedor que é o conhecimento, além da disciplina, equilíbrio, iniciativa, planejamento e estratégia para que ele entre no mundo do empreendedorismo por vocação e não por puro interesse de lucrar. Parabéns ao Sebrae/PR pela contribuição aos empreendedores brasileiros tão carentes de conhecimento. Eustáquio L. R. Vasconcellos - empresário - Vitória/ES

Queremos sua opinião

Agradeço a oportunidade de estar recebendo esta magnífica revista e aproveitar para parabeniza-los pela ótima qualidade das matérias.

revistasolucoes@pr.sebrae.com.br

Elimar Veloso Conceição - empreendedor - Cajuru/SP

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não estavam (e ainda pouco estão) ensinando

programa de Startup Pirates nas Américas.

o empreendedorismo como uma hipótese de

O evento, para ‘acelerar’ pequenos negó-

carreira, elas partem do pressuposto que va-

cios inovadores, foi no Sebrae/PR em Curi-

mos nos formar para trabalhar numa grande

tiba e contou com a participação do portu-

empresa. Percebemos que era um problema

guês Rafael Pires, um dos idealizadores da

em toda a Europa e em todo mundo.

metodologia e cofundador do Startup Pirates Global. Mais de 300 empreendedores no mundo já tiveram acesso à metodologia

Rafael Pires - Achamos que o empreende-

tamente pelo programa.

dorismo é um caminho que pode ser trilha-

No Startup Pirates, o limite máximo é de 30 pessoas por programa. O que se busca, numa imersão de 12 horas por dia, durante oito dias, é criar um ambiente de proximidade entre os participantes, mentores e empreendedores que ministram workshops. Assim, todos podem tirar suas dúvidas e o programa se torna mais eficaz. O que se leva em conta no programa é a qualidade e não a quantidade. A edição do programa em Curitiba superou todas as expectativas e reuniu empreen-

Rafael Pires, confundador do Startup Pirates Global

‘Acelere’ sua empresa

Por Flora Guedes

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do logo que se termina a faculdade ou ainda durante os estudos. Não devemos deixar as nossas ideias de lado. Às vezes, muitos profissionais têm competências para desenvolver os produtos, mas não o negócio. Pesquisamos e vimos que apenas existiam metodologias focadas nas ideias ou áreas específicas, nenhuma no empreendedor. Então nós criamos um programa que pudesse capacitar e aplicar os conhecimentos em algo real.

Revista Soluções - O que é exatamente Startup Pirates?

dedores de diversos estados brasileiros.

Rafael Pires - Fizemos uma combinação de

Cinco grupos, formados por profissionais

vários problemas e criamos o Startup Pirates,

com diferentes expertises, estiveram foca-

que não só capacita, mas permite a capacita-

dos em trabalhar ideias de negócios, no

ção e a aplicação efetiva da ideia. Não encon-

formato startup. Oportunidade única para

tramos nenhum modelo que esteja focado

testar novos modelos e colocar muitos

em quem está começando, em quem não

insigths em prática. Do ‘intensivão’, resul-

sabe nada. Fora a criação da metodologia,

taram seis projetos, com ideias de negó-

entramos em contato com diversos empre-

cios, que já estão em andamento, prontos

endedores da Europa para saber quais as di-

para o mercado.

ficuldades que eles enfrentavam e quais co-

“Trabalhamos com um grupo heterogêneo, alguns com experiência em startups e que agora vão enriquecer um bocadinho mais esse conhecimento, e outros que já são donos de empresas e que irão avaliar se o conhecimento das startups podem incrementar seus negócios. Havia ainda pessoas com ideias, mas que não sabiam como materializá-las e aproveitaram o programa para dar o primeiro passo”, avaliou Rafael Pires, na sua passagem pelo Paraná. A Revista Soluções conversou o cofundador do Startup Pirates e traz, nesta edição, trechos da entrevista.

Metodologia Startup Pirates, desenvolvida na Europa, ganha o mundo e ajuda empreendedores a pensarem modelos de negócios inovadores

Revista Soluções - Mas o que de fato vocês pensavam sobre o assunto?

e mais de 25 negócios foram criados dire-

A ideia é simples, mas bastante funcional.

Revista Soluções - Como nasceu o Startup Pirates Global?

Entrevista

Foto: Luiz Costa/La Imagen

Rafael Pires

O Paraná foi sede da primeira edição do

É importante o empresário estar sempre atento, sempre alerta e acompanhar as tendências e mudanças, e a inovação tem que ser constante

nhecimentos eles gostariam de ter acesso.

Revista Soluções – Qual foi o passo seguinte? Rafael Pires - Fizemos uma pesquisa online, mais abrangente, para cruzarmos os dados, e concluímos que os resultados foram bem semelhantes e, portanto, um estudo validou o outro. A inspiração do nome Startup Pirates veio da célebre frase de Steve Jobs, cofundador da Apple: It’s more fun to be a pirate than to join the navy. É muito mais engraçado ser um pirata do que entrar para a marinha, em português.

Revista Soluções - Quando o programa começou a ser experimentado?

Rafael Pires - Trabalhamos a metodologia e pesquisa em 2011. O primeiro programa-

Rafael Pires - Os cinco fundadores passa-

-piloto aconteceu em setembro de 2011, na

ram pela Universidade do Porto (que fica

cidade do Porto, que serviu para validar o

em Portugal). Na ocasião, três de nós ainda

modelo e fazer melhorias. Depois fizemos

estavam na faculdade. Nós tínhamos um

já um segundo piloto, em 2012, em Lisboa,

problema em comum, uma insatisfação

que foi organizado por outras pessoas e

com o ensino superior: as universidades

não por nós, os cofundadores. A metodolo-

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Foto: Luiz Costa/La Imagen

Rafael Pires - Uma espécie de market pla-

equipe que tem condições de colocar o

ce que permite conectar chefs a amadores,

programa em prática, mas implementar

pessoas que gostam de cozinhar e apreciar

com qualidade nem sempre é possível.

a boa comida. Às vezes, uma massa que

Com o Sebrae, conseguimos realizar as ati-

gostamos muito não é fácil de encontrar

vidades previstas e ir um pouco mais além.

no mercado, mas uma amiga faz muito bem essa massa. Então essas pessoas podem trocar esse conhecimento ou mesmo

Rafael Pires - Tenho pouca informação so-

lho começou em Portugal, Inglaterra e Du-

bre esse mercado. Conheço a Aceleradora

blin, mas a plataforma de suporte permite

21 212, que faz um trabalho muito legal.

replicar o mesmo modelo de negócio na

Mas não conheço profundamente. Acredi-

França ou no Brasil. E a equipe global con-

to que é um ecossistema que está emer-

segue controlar o negócio por meio dessa

gindo e tem muito potencial. Aqui na cida-

plataforma. A web veio para facilitar a

de, a Startup Curitiba e a Aceleradora

questão da escalabilidade.

Supernova se juntaram para trazer a

pacidade criativa e de trabalho dos participantes paranaenses do Startup Pirates?

Rafael Pires - Surpreenderam minhas expectativas. Quando eu vim para Curitiba, me falaram que as pessoas aqui eram um pouco mais fechadas. O primeiro dia foi

Rafael Pires gia foi replicada em outras cidades. O pri-

retos também algumas startups que come-

meiro programa internacional foi organiza-

çaram no programa e continuam, além dos

do por um participante do evento de Lisboa

projetos que começaram depois do nosso

que levou o Startup Pirates para a Bratislava

programa. Quando a melhor ideia chegar,

Startup Pirates e articularam todo o trabalho com o Sebrae. No Brasil existe muita competência e vontade, portanto é só uma questão de criarmos ambiente para isso se tornar cada vez mais realidade.

Revista Soluções - Qual o segredo de su-

No que o Sebrae/PR pode ajudar

cesso nos negócios? Assim como o Startup Pirates, o Sebrae/PR é

focado em team building, criar relações

Rafael Pires - O segredo é a equipe que

entre os participantes e colocá-las aber-

conseguimos montar. Às vezes, uma pes-

tas para o feedback e participar dos

soa tem uma ideia, mas o medo de se arris-

apoiou no sudoeste do Paraná o Startup Me-

workshops, com mentores especializados

car e ter sua ideia roubada só bloqueia.

etup Pato Branco, que reuniu mais de 150

em diversas áreas, como marketing, pla-

Temos muitos exemplos de pessoas que

pessoas, entre jovens empreendedores, aca-

nejamento financeiro e desenvolvimento

passaram um ano trabalhando suas ideias

dêmicos e empresários. O evento reuniu in-

de softwares.

sozinhas, sem compartilhar com ninguém,

vestidores, desenvolvedores, prestadores

e não fizeram nada mais do que dar voltas.

parceiro de diversos eventos envolvendo o tema startups. Recentemente, a entidade

de serviço, incubadoras, aceleradoras de ne-

(Eslováquia). Já chegamos a sete países e o

os empreendedores já terão o conheci-

Revista Soluções – E? Qual o resultado?

evento em Curitiba foi o primeiro que fize-

mento dos processos e dos caminhos para

mos na América Latina, nossa primeira ex-

teragirmos, nós não teremos feedback

se arriscarem efetivamente no mercado.

Rafael Pires - Tivemos um grupo bem heterogêneo, pessoas com alguma experiên-

para validá-las no mercado. A equipe for-

cia em startups, que agora vão enriquecer

mada por várias habilidades é quem prati-

um bocadinho mais esse conhecimento; e

ca e transforma a ideia em um negócio.

-canvas/id620083339?mt=8), com o desafio

tivemos pessoas que já eram donas de em-

Uma boa equipe com uma má ideia conse-

de atender um público cada vez mais cres-

presas grandes e que avaliaram se o co-

gue trabalhar e ter sucesso; no entanto,

cente, formado por jovens empreendedores

periência do lado de cá do Atlântico.

Revista Soluções - Quantos empreendedores já tiveram acesso à metodologia?

Revista Soluções - Qual a diferença do Startup Pirates e outras metodologias de ‘aceleração’?

Senão partilharmos nossas ideias, não in-

gócios, estimulando diálogo com potencial para parcerias comerciais e troca de experiências. A entidade articula ainda soluções, como o aplicativo Sebrae Canvas para iPad (https://itunes.apple.com/br/app/sebrae-

Rafael Pires - Mais de 300 pessoas. O que

Rafael Pires - O nosso programa foca no

nhecimento das startups pode incremen-

uma má equipe com uma boa ideia acaba

interessados em diferentes modelos de ne-

fizemos em Curitiba é o programa de nú-

empreendedor e não na startup. Nós que-

tar seus negócios. O grupo também tinha

ficando pelo caminho. A equipe é o mais

gócios. Por fim, existem consultores do Se-

mero 17. O programa estabelece um limite

remos capacitar pessoas, e é óbvio que a

máximo de 30 pessoas por edição. Esse li-

pessoas que não sabiam o que fazer, ti-

importante para o sucesso.

melhor forma de aprender é na prática.

mite tem uma razão, nós queremos criar

nham a ideia, mas não sabiam como colo-

Então, temos grupos de pessoas que tra-

cá-la em prática, e aproveitaram o nosso

um ambiente de proximidade entre os par-

balham a ideia real e a ideia é que cada um

programa para dar esse passo.

ticipantes e também entre os participan-

tenha adquirido ferramentas para aplicar o

tes e os mentores. A intenção é proporcionar oportunidades para os participantes colocarem suas dúvidas, trocarem ideias, assim o programa se torna eficaz. É uma experiência de imersão.

conhecimento mais tarde. A startup não precisa ser necessariamente ainda formada, mas o fator de risco e a inovação têm que estar presentes. Pode ser uma inovação incrementada, ou seja, em cima de

Revista Soluções - Quais os resultados al-

uma ideia que já exista. Por fim, a startup

cançados com o programa?

tem o fator de escalabilidade associado ao

Rafael Pires - Como resultado direto do programa colaboramos para a criação de mais de 25 negócios, considerando que o

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bre o mercado de startups no Brasil?

podem fornecer uma para outra. O traba-

Revista Soluções - Como você avalia a ca-

Uma boa equipe com uma má ideia consegue trabalhar e ter sucesso, no entanto, uma má equipe com uma boa ideia acaba ficando pelo caminho

Revista Soluções - Qual a sua opinião so-

Às vezes, uma pessoa tem uma ideia, mas o medo de se arriscar e ter sua ideia roubada só bloqueia

negócio, precisa ser um modelo de negócio que permita o crescimento sem aumentar muito a estrutura e custos.

Revista Soluções – É comum o apoio de entidades, como o Sebrae/PR, na realização do Startup Pirates?

Revista Soluções - Qual a mensagem que

brae/PR especializados no assunto, que podem auxiliar interessados em desenvolver modelos de negócios com perfil mais arroja-

você deixa para os empreendedores e em-

do, como as startups. Fique ligado nos even-

presários de micro e pequenas empresas

tos que o Sebrae/PR apoia e acesse sempre

do Paraná?

o www.sebraepr.com.br.

Rafael Pires - Eu diria para não se acomodarem. O que acontece é que se acertamos

Rafael Pires – Geralmente, não temos

e o mercado gosta do nosso produto, de-

esse apoio em outros lugares. Aqui tive-

pois ficamos só colhendo os frutos desse

mos a sorte de ter o Sebrae/PR, que facili-

produto, e nos acomodamos, não nos pre-

tou com infraestrutura e muitos outros

ocupamos em acompanhar a evolução do

contatos. Isso tornou o programa mais

mercado. É importante estar sempre aten-

rico. Geralmente, o programa é realizado

to, sempre alerta e acompanhar as tendên-

por grupos de quatro a cinco pessoas que

cias e mudanças. A inovação tem que ser

querem replicar a metodologia e dinami-

constante, precisamos sempre nos rein-

número de ideias desenvolvidas é supe-

Revista Soluções - Poderia dar exemplo de

zar os ecossistemas de startups nas suas

ventar. O nosso produto não funciona para

rior. Consideramos como resultados indi-

startup gerado a partir da metodologia?

cidades. Elas se reúnem e montam uma

toda a vida.

Saiba mais Saiba mais sobre o tema no www.startuppirates.org. O site é em inglês, mas pode ser traduzido com a ajuda de ferramentas da internet.

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Capa

Encadeamento

Pequenas e

grandes, parceria produtiva

Projeto, em execução no Paraná, reúne empresas de diferentes portes e trabalha encadeamento produtivo, inovando nas relações empresariais

Por Mirian Gasparin

12

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Quando grandes e pequenos interagem e cooperam a produção aumenta e a qualidade melhora, garantem os especialistas no tema

que beneficia perto de 17 mil empresas.

capacitação para que os pequenos melho-

O investimento, por meio da parceria en-

rem sua eficiência e qualificação. Com

tre Sebrae, empresas e fornecedores, to-

isso, eles conseguem crescer e ser mais

taliza R$ 96,3 milhões, com estimativa de

competitivos.

O encadeamento produtivo pode ser definido como relacionamentos cooperativos, mutuamente atrativos, que se estabelecem entre grandes corporações e micro e pequenas empresas de sua cadeia de valor, com a finalidade de adequar as pequenas aos requisitos das grandes e facilitar a realização de negócios entre elas, melhorando a competitividade das empresas envolvidas e da cadeia de valor como um todo.

O primeiro foi o de petróleo e gás, que

momento é mostrar a realidade, as oportuni-

teve como empresa-âncora a Petrobras. O

dades e o que deve melhorar. O terceiro

segundo envolve 16 fornecedores da

ponto é fazer um plano de trabalho. “É aí que

planta da Gerdau em Araucária, na Gran-

são realizadas as ações na área mercadológi-

de Curitiba. O terceiro projeto está fun-

ca e a melhoria de gestão com cursos e con-

cionando na cidade de Toledo, oeste do

sultorias. Se uma empresa precisa fazer in-

Paraná, com a segunda camada de forne-

vestimentos, será orientada para conseguir

cedores da Olex, que é o braço de expor-

os recursos. Tudo é fundamentado nos indi-

tação da Odebrecht. O quarto é o Projeto

cadores que precisam ser alcançados.” Se

Serralheiros que engloba a Gerdau e em-

necessário, um novo ciclo de desenvolvimen-

presas compradoras de Londrina. E o

to pode ser implementado.

Embora o termo seja relativamente novo e a concepção moderna, a prática é antiga dentro do Sistema Sebrae. Unir elos da mesma cadeia produtiva, visando à melhoria de processos e produtos, e gerando avanços econômicos e produtivos, além da troca de informações e experiências, já foi motivo de inspiração de inúmeros programas na história da instituição.

Foto: Luiz Costa/La Imagen

Em todo o Brasil, existem hoje mais de 70 projetos de encadeamento produtivo, o

negócios da ordem de R$ 3 bilhões. No Paraná, são cinco projetos que estão mudando a vida de centenas de micro e pequenas empresas, informa a consultora do Sebrae/PR e coordenadora do Programa Encadeamento Produtivo no Paraná, Rosângela Angonese.

quinto projeto está começando em Maringá, com 115 empresas fornecedoras da Usina Santa Terezinha (Usaçucar).

sas e não apenas qualificar os empresários de micro e pequenas empresas por meio de cursos. O primeiro trabalho é fazer o diagnóstico para avaliar o nível de gestão e competitividade das empresas. O segundo

Os indicadores que são computados e tabulados mensalmente vão definir os gar-

Airton Genesio Stollmeier, empresário

galos e fragilidades que, depois de mapeados, definirão o tipo de capacitações e

trole de fornecedores e de qualidade”,

nacional do encadeamento produtivo

consultorias voltadas ao aperfeiçoamen-

afirma. Segundo Rodrigo Souza, a Binaar,

com o setor automobilístico e o Paraná

to técnico e gerencial das micro e peque-

que tem sete funcionários, conseguiu

está enquadrado no programa.

nas empresas, transformadas agora em

aprimorar ainda mais o atendimento, que

parceiras do crescimento. Como recom-

já era considerado bom. “Após os indica-

Escolha

pensa, além do avanço, esses pequenos

dores de prazo de atendimento, passa-

A definição do público-alvo dos projetos é

negócios irão aumentar sua competitivi-

mos a trabalhar com metas e a medir os

estruturada de acordo com as necessida-

dade; terão acesso a novíssimas ferra-

resultados do setor”, acrescenta.

des das grandes empresas. As negocia-

mentas de gestão empresarial; garantirão

ções podem ser feitas nacionalmente ou

a melhoria do faturamento e terão am-

estadualmente. No caso das negociações

pliadas suas possibilidades de acessar no-

nacionais, elas são feitas pelo Sebrae em

vos mercados, diminuindo, inclusive, o

Brasília. São identificadas as grandes em-

seu grau de dependência em relação a um

presas que possuem uma cadeia de forne-

único cliente.

cedores e distribuidores que envolvem pequenas empresas, que sofrem alta

Empresários satisfeitos

Segundo o diretor-financeiro da Usicenter Ltda., especializada em soluções de sistemas hidráulicos, recuperação de caçambas e fabricação de pescas com usinagem, Eduardo Serrato, participar da proposta ajudou a empresa a aumentar o seu controle orçamentário. Na sua avaliação, as mudanças mais radicais foram

Para o empresário Rodrigo Freitas de Sou-

nos processos de controle e organizacio-

Nas negociações estaduais, por exemplo

za, diretor da Binaar Comércio e Repara-

nais. “Agora nós sabemos avaliar com

no Paraná, o Sebrae/PR identifica o clien-

ção de Equipamentos Ltda., localizada na

mais segurança o que está bom e onde

te ou segmento conforme a necessidade

Cidade Industrial de Curitiba, participar

precisamos melhorar, porque temos nú-

da grande corporação, que tenha ao seu

do Programa de Desenvolvimento de For-

meros e referências. O efeito mais desta-

entorno várias pequenas empresas. O

necedores, como é conhecida na Grande

cado dessas capacitações foi a decisão

projeto é construído com a empresa-ân-

Curitiba a parceria entre o Sebrae e a Ger-

de transferência da empresa. Há dois

cora, como é chamada a grande empresa,

dau, é muito importante tanto para o de-

meses, estamos adequando novas insta-

de acordo com as suas necessidades.

senvolvimento da própria empresa, como

lações físicas, em Araucária, para com-

para o atendimento à Gerdau.

portar melhor funcionários e equipa-

De acordo com Rosângela Angonese, o

14

do para melhorar a performance das empre-

Para 2014, será implementando o projeto

competição e precisam melhorar.

Eduardo Serrato, empresário

O Projeto Encadeamento Produtivo foi cria-

Foto: Luiz Costa/La Imagen

Uma relação de ganho mútuo entre grandes e pequenas empresas. Este é o principal objetivo de um projeto que trabalha o chamado encadeamento produtivo e que apresenta o que de mais inovador vem acontecendo nas relações empresariais entre parceiros de diferentes portes. Quando grandes e pequenos interagem e cooperam a produção aumenta e a qualidade melhora, garantem os especialistas no tema.

As capacitações vão trazer retorno financeiro e abrir novos horizontes para as empresas e para os familiares

mentos. Vamos realizar a mudança até

Sebrae quer reduzir o gap (lacuna) entre a

“Todos os nossos clientes de Curitiba e

oferta e a demanda. A grande empresa

Santa Catarina acabaram sendo beneficia-

quer qualidade, conformidade e preço. As

dos com as melhorias que já são sentidas

micro e pequenas empresas nem sempre

na empresa, principalmente, com a im-

Para Airton Genesio Stollmeier, gerente

conseguem atender os pedidos no nível

plantação dos indicadores de gestão em-

da Cardan Sul Equipamentos para Veícu-

exigido. Nesse sentido, o Sebrae atua na

presarial, de prazos de atendimento, con-

los Ltda., localizada no bairro Pinheirinho,

outubro deste ano”, destaca o diretor da Usicenter, que possui oito funcionários.

15


Foto: Frezarin

mento. Ele comprou um terreno distante

que será dividida entre Sebrae; empresa-

três quilômetros da atual sede da empre-

-âncora, no caso a Gerdau, e 60 empresas compradoras da Gerdau. Durante o treinamento, serão realizadas as seguintes atividades: diagnóstico empresarial; gestão por indicadores; cursos e consultorias gerenciais, cursos e consultorias técnicas; qualificação em aço carbono; e palestras sobre segurança no trabalho, legislação, entre outras.

sa e pretende construir um barracão maior e transferir a sede da sua serralheria para o local. O Projeto Serralheiros foi criado pelo Sebrae Nacional e Gerdau para ajudar o segmento a se tornar mais competitivo, por meio da adoção do desenvolvimento da gestão sustentável. A iniciativa está atendendo nove estados brasileiros, entre eles o Paraná – que tem a ação concentrada na região norte do Estado, mais especificamente em Londrina. Um estudo do Sebrae Nacional sobre o perfil das serralherias e metalúrgicas brasileiras aponta que 77% dos empreendimentos têm vários fatores que podem ser melhorados no que diz respeito às questões gerenciais - como a formalização no segmento, a definição de um pró-labore para os sócios, os controles financeiros e

Após a conclusão do projeto, os resultados esperados são a melhora do faturamento e o lucro da empresa; fortalecimento do relacionamento com o cliente e ampliação de novos mercados; implementação de ferramentas de gestão; desenvolvimento técnico em serralheria e troca de experiências com profissionais.

O Projeto foi criado para melhorar a performance das empresas e não apenas qualificar os empresários de micro e pequenas empresas por meio de cursos

Segundo Ricardo Magno, consultor do Sebrae/PR em Londrina, trata-se de um projeto que está inserido no conceito de encadeamento produtivo, uma vez que os

o conhecimento dos empresários em relaFoto: Rodolfo Buhrer/La Imagen

ção ao valor do faturamento do negócio. O assessor de Marketing da Gerdau, Ed

Antonio Ferreira Ramalho, empresário

Carlos Correa, acredita que, em um ano, as empresas que aderirem ao Projeto já esta-

em Curitiba, os treinamentos recebidos proporcionaram à empresa, que faz a recuperação e balanceamento de cardans e atua na prestação de serviços de manutenção, adequar as ferramentas de gestão para melhorar todas as suas áreas: financeira, comercial, operacional, marketing e

Em todo o Brasil, existem hoje mais de 70 projetos de encadeamento produtivo, o que beneficia perto de 17 mil empresas

16

compras. “Nós implantamos o fluxo de caixa e passamos a ter um maior controle das receitas de despesas. Agora temos como planejar nossas contas.”

Serralheiros em Londrina O empresário Antonio Ferreira Ramalho, proprietário da Serralheria Martins, microempresa com sede em Londrina, está

rão em outro patamar, graças ao conhecimento adquirido. “A capacitação vai trazer retorno financeiro e abrir novos horizontes para as empresas e para os familiares.”

participando do Projeto Encadeamento

O estudo do segmento, feito pelo Sebrae

Produtivo Serralheiros, que está sendo

Nacional, detecta ainda questões como a

desenvolvido com compradores da Ger-

falta de estrutura para armazenar a maté-

dau. Ele quer melhorar a gestão do seu

ria-prima, layout precário, falta de manu-

negócio, deixar sua empresa mais profis-

tenção dos equipamentos, condições ina-

sional e aumentar o seu faturamento.

dequadas

Ramalho trabalha no setor de serralheria

para

os

funcionários

no

ambiente de trabalho, baixa qualificação de mão de obra e excessiva perda de ma-

Na parte operacional, informa Stoll-

desde 1971. Começou como funcionário e

meier, a Cardan implantou indicadores

a partir de 1989 decidiu trabalhar por con-

para medir a produção e os ‘5S’, que

ta própria. No ano de 2002, criou o Cadas-

trouxeram resultados impressionantes

tro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da

Correa trabalha há 13 anos em contato

na organização, limpeza, otimização dos

Serralheria e Vidraçaria Martins. Fabrican-

com as serralherias e informa que, nesse

espaços e descarte de materiais que não

te de estruturas metálicas, portas, jane-

tempo, percebeu que precisava ajudá-las

eram mais utilizados. Já a capacitação

las, grandes, coberturas de policarbonato

a se desenvolverem. O melhor caminho

para a área de RH ajudou a empresa que

e produtos de serralheria em geral, Rama-

encontrado foi investir em conhecimento.

tem 28 funcionários a recrutar novos ta-

lho compra a sua matéria-prima de várias

Ao longo dos anos, ele percebeu que a

lentos, colaborou para melhorar o de-

empresas, mas o seu principal fornecedor,

maior dificuldade das serralherias é a

sempenho dos supervisores e das equi-

em Londrina, é a Gerdau.

mesma das demais micro e pequenas em-

pes. Além disso, o setor comercial está

Hoje, a Serralheria Martins está instalada

realizando vendas mais técnicas e os trei-

num barracão de 130 metros quadrados

namentos na área de marketing incre-

na zona norte de Londrina e tem três em-

mentaram a forma de fazer propaganda.

pregados, embora em determinado perío-

“Em breve, teremos um novo site, que,

do já tivesse contado com13 funcionários.

acredito, poderá nos trazer resultados

Ramalho diz que não tem ambição de fi-

O Projeto Serralheiros de Londrina rece-

bem positivos”, frisa Genesio.

car rico, mas quer ampliar seu empreendi-

be recursos de R$ 400 mil, importância

téria-prima, dentre outros pontos a serem melhorados.

presas do Brasil: a falta de conhecimento sobre gestão empresarial. Por isso, a Gerdau fez parceria com o Sebrae, uma referência nacional na capacitação dos negócios de pequeno porte.

Gilberto Selenka, comprador da Gerdau no Paraná

17


Foto: Videographic

De olho na inovação

avaliação do comprador da Gerdau no Pa-

Para melhorar o desempenho dos pequenos negócios da cadeia produtiva sucroalcooleira da região noroeste do Paraná, o Sebrae/PR, por meio da estratégia de encadeamento produtivo, vai iniciar, até o início de outubro, o Projeto Adensamento

necedores da Gerdau. Segundo Selenka,

templar a área de abrangência da iniciati-

em setembro de 2012, o índice de depen-

va e serão realizados nos municípios de

dência era de 95%. Em julho de 2013, bai-

Maringá, Cianorte e Umuarama.

xou para 80%. “O ideal é que esse porcen-

do para julho último, o aumento passou

gir esses índices, a empresa conta com 11

de 10% para 13%. “Nós queremos uma

unidades e 22 mil funcionários, sendo a

cadeia de fornecedores fortes. Para que

maior empregadora da região noroeste

isso ocorra, é fundamental que eles este-

do Estado.

jam com sua gestão bem estruturada e

dos processos, produtos e serviços. Além

acredita que, além da oportunidade de

de melhorar a competitividade das em-

melhorar os produtos que vende para a

presas individualmente, o objetivo é pro-

indústria de Toledo, também poderá me-

O consultor do Sebrae/PR em Maringá,

mover o desenvolvimento da indústria

lhorar a sua empresa como um todo e, in-

Marco Aurélio Gonçalves, informa que as

metalúrgica no norte do Paraná.

clusive, passar a vender outros produtos

atividades serão realizadas ao longo de

para empresas ainda maiores.

dois anos. Nesse processo, a Usaçúcar

cado de atuação. Todos saem ganhando.

Projeto ajudarão a identificar as falhas e os

O faturamento das micro e pequenas em-

acertos. “Vamos fazer uma ‘varredura ge-

presas cresce e elas passam a comprar

ral’ e melhorar, pois, aqui, um é cliente do

mais da empresa fornecedora”, avalia Ri-

outro. Tivemos a sorte de sermos escolhi-

cardo Magno.

Fornecedores de segunda camada

fará parte da governança do Projeto e prestará contribuição ao apontar os requisitos que poderão melhorar a competitividade e o desempenho das pequenas

quebrar e deixar de nos atender. Para a Gerdau, não é interessante que eles deixem de nos atender, porque os nossos fornecedores já estão adaptados à nossa cultura. Queremos que essas empresas cresçam, porque os reflexos serão sentidos em toda a cadeia produtiva”, explica Gilberto Selenka.

mento, estarão preparadas para expan-

A Gerdau é líder no segmento de aços lon-

dir mercado.

O Sebrae/PR dá todo o suporte técnico para

gos nas Américas e uma das principais for-

as empresas participantes com acompanha-

dos para integrar esse processo. Vamos

“A iniciativa vem ao encontro da formação

necedoras de aços longos especiais do

mento passo a passo da execução, durante

agradecer e abraçar essa chance”, assinala.

de um ecossistema de inovação em Marin-

mundo. Com mais de 45 mil colaborado-

dois anos, com consultores qualificados e

res, possui operações industriais em 14

especialistas em pequenos negócios. Os em-

brae/PR, que é auxiliar micro e pequenas

países. No Brasil, atua com regionais em

presários de micro e pequenas empresas

empresas para o desenvolvimento sus-

oito estados, nos quais acontecem simul-

tentável e para obter melhores resulta-

taneamente o mesmo Programa de De-

dos em desempenho e competitividade.

senvolvimento de Fornecedores, em par-

Além disso, o setor sucroalcooleiro tem

ceria com o Sebrae Nacional. O piloto do

Segundo a consultora do Sebrae/PR em

gá e Região e da própria missão do Se-

dutivo trabalha com fornecedores de se-

teve início no final de abril deste ano, se-

gunda camada, tendo como âncora a

gue até dezembro de 2014, e já possibili-

Olex, que é uma trading brasileira de ex-

tou capacitações e consultorias sobre pla-

portação do grupo Odebrecht, que com-

nejamento estratégico, gestão financeira

Programa foi realizado, há três anos, com

pra sapatos de segurança da empresa

força econômica na região e é um dos ei-

e recursos humanos. “Essas foram necessi-

xos temáticos do Centro de Inovação de

as fornecedoras do Rio Grande do Sul, e

Bombonatto Indústria de Calçados - Bom-

dades comuns e prioritárias levantadas no

Maringá, do qual o Sebrae/PR é integran-

devido ao sucesso, a metodologia foi re-

pel, que, dentre seus fornecedores, tem

diagnóstico que fizemos em cada empre-

te”, afirma Marcos Gonçalves.

plicada para demais regionais.

16 que são micro e pequenas empresas.

sa, a primeira ação do projeto”, explica.

Resultados

tora, as empresas são “apadrinhadas” por

Há pouco mais de um ano da implantação

rias nesse processo. Algumas das evolu-

consultores que checam os resultados

do Programa de Desenvolvimento de For-

ções não são mensuráveis, o empresário é

mensalmente e tiram dúvidas específicas.

necedores para atender a planta Gerdau

quem nos dá esse feedback, sobre redução

“O acompanhamento é intenso e o envol-

na Grande Curitiba, a indústria e as 16 em-

de riscos de acidentes na empresa, melhor

vimento da empresa-âncora e fornecedo-

presas do encadeamento produtivo per-

planejamento e organização das ações e a

O empresário Carlos Alberto Canassa, da

ras está avançado. Independentemente

tencentes às áreas de manutenção mecâ-

motivação da sua equipe”, informa Gilber-

cidade de Palotina, é um dos fornecedo-

do porte, as empresas ‘puxam’ umas as

nica,

pintura,

to Selenka. (Colaboraram nesta reportagem

res da Bompel e vê a proposta como uma

outras para melhorar produtos e proces-

usinagem, além de transportadoras e co-

as jornalistas Giovana Chiquim, Graziela

grande oportunidade de alavancar a sua

sos”, assinala Deborah França.

piadoras comemoram os resultados. Na

Castilho e Juliana Dotto)

produto chegará até a grande empresa. Este projeto começou em abril de 2013 e recebe recursos de R$ 380 mil.

limpeza

que atendem grandes empresas, e que se encaixariam na proposta do Programa de Encadeamento Produtivo, precisam ficar atentos às oportunidades e às parcerias que sempre são fechadas entre o Sebrae e as empresas-âncora.

“Posso garantir que não existe uma em-

Além das capacitações, enfatiza a consul-

tiver o fornecedor, melhor e mais rápido o

No que o Sebrae/PR pode ajudar

empresas que, a partir do aperfeiçoa-

Toledo, Deborah Steiner França, o Projeto

Vilson Pastre, quanto mais qualificado es-

O acompanhamento é intensivo e o envolvimento entre empresa-âncora e fornecedores, muito produtivo

apliquem as melhores práticas para não

Em Toledo, o Projeto Encadeamento Pro-

Segundo o diretor comercial da Bompel,

18

res da Gerdau, de outubro do ano passa-

produção de açúcar exportada. Para atin-

acessórios exclusivos para a Bompel. Ele

grupo de fornecedores, as consultorias do

final do programa”, observa. No caso do faturamento dos fornecedo-

dos para aumentar o padrão de qualidade

e têm a oportunidade de ampliar o mer-

certeza que o índice será alcançado até o

por 50% da produção de álcool e 60% da

anos e sua empresa produz quase 100

além do desenvolvimento individual e do

tual se situe na casa dos 50%. Temos

Paraná, o empreendimento é responsável

ma fornecida pela Gerdau, são capacita-

qualidade da empresa-âncora, a Gerdau,

ra em 94%.

lançamentos estão previstos para con-

empresa. Canassa está no mercado há dez

O empresário Vilson Pastre lembra que,

tes do programa era de 90% se situa ago-

grau de dependência econômica dos for-

serralheiros, que consomem matéria-pri-

Gerdau passam a oferecer o padrão de

trega das mercadorias e serviços que an-

do Noroeste do Paraná. Três eventos de

a Usaçúcar – Usina Santa Terezinha. No

“Nesse caso específico, os clientes da

no âmbito organizacional. O prazo de en-

Outro indicador que preocupava era o

empresas, será realizado em parceria com

Independentemente do porte, as empresas ‘puxam’ umas as outras para melhorar produtos e processos

ta até agora foi a evolução das empresas

Produtivo da Cadeia de Álcool e Açúcar

O trabalho, que atenderá 115 pequenas

Ricardo Magno, consultor do Sebrae/PR

raná, Gilberto Selenka, a melhor conquis-

presa que não tenha apresentado melho-

industrial,

Saiba mais Para saber mais sobre o Projeto Encadeamento Produtivo, acesse o www.sebrae.com.br ou procure o Sebrae mais próximo e consulte se há projetos em andamento e vagas disponíveis.

19


na. Na opinião dela, esse tipo de associação

contas fixas, como aluguel, água e energia.

empresarial é uma tendência. “Acho que é

Falando assim, pode parecer um casamen-

uma forma de negócio que vai proliferar

to, mas na verdade, esse tipo de união foi a

porque o custo é muito importante e só o

estratégia encontrada por empresários de

fato de poder dividir as despesas é um be-

pequenas empresas para iniciar um negó-

nefício para quem está dando o primeiro

cio com os custos – e os riscos – reduzidos.

passo”, avalia.

No Paraná, há exemplos de parcerias que

Até junho deste ano, Silvana Turin atendia

estão dando certo e que conseguiram ir

seus clientes em um ateliê com horário

além da divisão de despesas porque passa-

marcado. Mas ela e a sócia, Anita Santos,

ram a compartilhar serviços, experiências e

decidiram que era hora de ousar e levar a

até clientes. Os empresários dizem que

marca para uma loja de rua. “No final do

esse modelo de cooperação está sendo

ano passado, fizemos um evento com os

fundamental para sobreviver no mercado,

nossos produtos, que tiveram uma boa

pois a economia gerada significa a possibi-

aceitação”, conta Silvana. Os amigos, en-

lidade de investir mais na firma e oferecer

tão, começaram a questionar o porquê de-

produtos com preço competitivo.

las não se mudarem para um ponto comer-

Em uma pequena e charmosa via do Bairro

“O curitibano tem uma cultura meio com-

nio Baby, um simpático sobrado é o ende-

plicada de atendimento em casa. Ele não se

reço compartilhado da Be My Guest Cards &

sente à vontade”, constata. A comerciante

Invitations e da loja Mon Parti Presentes e

percebeu que os clientes ficavam constran-

Lembranças Especiais. A primeira, que ocu-

gidos em ir até o ateliê e não comprar nada.

pa a parte superior do imóvel, é uma em-

“Isso nos motivou a buscar um espaço aber-

presa especializada em produzir finos con-

to e expandir”, explica.

e eventos. A segunda, na parte térrea, comercializa presentes personalizados e lembranças para festas, aniversários, batiza-

Silvana Santos Turin e Luciene Ceccatto, empresárias, e seus respectivos sócios, Anita Santos e Sergio Sérgio Augusto Ribas Ceccatto

dos e eventos corporativos.

Negócios

algumas lojas. Silvana Turin é advogada e trabalha em um outro escritório no período endedor há alguns anos, quando decidiu pre-

espaço é bem definido. O interessante é

parar, sozinha, os enfeites e as lembranças

que a delimitação física não impede um

para a festa de 15 anos da filha.

peração. “Eu recomendo, desde que as pessoas se identifiquem e tenham o mesmo estilo de vida. Para nós, veio a somar”, frisa Silvana Santos Turin, da Mon Parti. Ela lembra que os produtos das duas marcas “se relacionam” e não são concorrentes – requisitos importantes para que uma empresa acabe captando, indiretamente, clientela para a parceira. Segundo Silvana Turin, a maioria das despesas é dividida, incluindo nesse bolo as contas de água, luz, aluguel, internet, serviço de vigilância patrimonial e o salário do segurança/manobrista. O pagamento da funcionária da Mon Parti não entra no rateio, assim como o telefone (cada um tem o seu), os itens de alimentação (café, refrigerante,

20

Baby, local que frequentava como cliente de

da manhã. Ela descobriu o seu lado empre-

elogios para essas pequenas redes de coo-

Por Adriana De Cunto

seguir um ponto na Rua Deputado Antonio

empresas seguem rotinas diferentes e o

de experiências. As proprietárias só têm

Parcerias têm conseguido ir além da divisão de despesas e empresas passam a compartilhar serviços, experiências e até clientes

A lojista conta que batalhou muito para con-

Embora ocupem a mesma casa, as duas

bom relacionamento interpessoal e a troca

‘conjugados’

cial que facilitasse o acesso ao público.

Batel, em Curitiba, a Rua Deputado Anto-

vites, cartões e toda a papelaria para festas

biscoitos e água mineral) e os tributos.

Tendência

Foto: Luiz Costa/La Imagen

Ajuda mútua

Compartilhar o mesmo teto e dividir as

A partir do momento em que se decidiu compartilhar, há outras pessoas a consultar antes de tomar uma decisão, e é aí que entra a flexibilidade

Ao dar início ao processo de locação do imóvel no Batel, Silvana Turin ainda não imaginava dividir o sobrado que antes era ocupado por uma galeria de artes. A ideia surgiu quando encontrou a artista plástica Luciene Ceccatto, proprietária da Be My Guest, em um evento social. A amiga também estava à procura de um espaço comercial para instalar sua empresa. “Eu, Luciene e Sérgio (Sérgio Augusto Ribas Ceccatto, sócio na Be My Guest) temos uma amizade de longa data”, complementa. Diferente de Silvana Turin, Luciene Ceccatto tinha 12 anos de experiência no comércio. De 2000 a 2011, a artista plástica especializada em caligrafia manteve a Be My Guest em um ponto comercial na Rua Angelo Sampaio, também no Batel. Uma decisão da Prefeitura em proibir o estacionamento de carros naquela via afetou negativamente os negócios e então ela decidiu levar a

“Desde que você conheça as pessoas e

empresa para seu apartamento, onde tra-

você confie nelas, tudo bem”, reforça Silva-

balhou um ano e meio no sistema home-

21


tre Dani Brito Bureau de Comunicação e

der

Galeria Lúdica mostra que atividades dife-

clientes

em

apartamento

ficou

rentes também podem compartilhar. Há

complicado”, justifica. A possibilidade de ocuparem juntas o sobrado da Deputado Antonio Baby animou as empresárias. “Você está começando e o aluguel pesa bastante no orçamento. Eu acho ótimo porque ela me traz clientes e eu passo clientes para ela. Uma acaba gerando

A escolha do parceiro é essencial para permitir que os clientes de uma empresa se interessem também pelos produtos ofertados pelo outro

um ano e meio, a jornalista Dani Brito levou sua empresa de assessoria de imprensa para uma sala na parte superior do espaço multicultural, localizado na Rua Inácio Lustosa, na região boêmia do bairro São Francisco, também na capital paranaense. “Quando eu sai de uma outra agência de

negócios para a outra”, reforça Luciene. Na opinião dela, dividir um espaço corporativo é como viver em um condomínio. “É preciso respeitar os princípios da boa convivência”, ensina a artista plástica. Para ela, o compartilhamento do imóvel comercial tem mais chances de dar certo se as atividades se complementarem. “A gente só divide o espaço físico. Uma não interfere no trabalho da outra. Mas na hora do aperto, a gente socorre e vice-versa. Trocamos opiniões. Às vezes temos uma lembrança que casa com o convite que ela está fazendo. Outras vezes, indicamos uma cliente para a Luciane”, completa Silvana Turin.

comunicação, pensei em alugar uma sala. Mas achei que não tinha a ver com o meu estilo. Também não tenho o dom de trabalhar em casa e nessa época eu já tinha uma pessoa trabalhando comigo”, justifica. Dani Brito lembrou que havia uma sala vazia na Galeria Lúdica e propôs à proprietária, Dé-

Uma hamburgueria e um escritório de comunicação ocupando o mesmo imóvel

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen

pode parecer estranho, mas a parceria en-

Débora da época em que trabalhava como

dução dos custos, ela observou que o

pelo outro ocupante da casa. “Tem que ter

jornalista na Gazeta do Povo. É aí que entra

networking das empresárias cresceu em nú-

aderência de público”, aconselha a consul-

o networking da gente”, afirma. Na opinião

mero e qualidade.

O escritório de

tora. “O respeito e a flexibilidade são im-

dela, boas parcerias como essa, firmada

comunicação tem seu próprio medidor de

portantes. A partir do momento em que se

com a Lúdica, são mais fáceis de concreti-

energia. Parte da despesa do bureau com

decidiu compartilhar, há necessidade de

zar quando se tem uma boa rede de conta-

aluguel é paga em serviço de assessoria de

consultar antes de tomar uma decisão,

tos profissionais e pessoais.

imprensa para a Lúdica e a outra parte é

quando refere-se ao espaço em comum. É

paga em dinheiro. “Nós duas conseguimos

aí que entra a flexibilidade. Se é uma pes-

reduzir as nossas despesas”, frisa Dani Brito.

soa muito dura e centralizadora, a tendên-

no perfil de atuação. Antes, o negócio era

cia é tomar as decisões sozinha”, lembra.

No que o Sebrae/PR pode ajudar

baseado no comércio de roupas e acessó-

Débora Mello também ressalta que a con-

rios e galeria de arte. Atualmente, se trans-

fiança entre as partes é pré-requisito im-

Sonia Shimoyama acredita que esse tipo de

formou em uma espécie de warm up club. A

portante, pois ela não tem mais exclusivi-

cooperação empresarial pode se tornar

galeria de arte permanece, mas a loja deu

dade das chaves do imóvel. “Uma pessoa

uma tendência porque é uma forma inova-

lugar a uma hamburgueria. Dani Brito acre-

com um perfil mais egoísta, que tem muito

dora de reduzir custos, tornar-se competiti-

dita que as características do local ajuda-

ciúmes das suas coisas, não conseguiria

vo e sobreviver no mercado. “Não é só

ram a tornar a sua empresa mais atraente e

compartilhar o espaço”, avalia.

compartilhar custos, mas compartilhar

versos temas de interesse empresarial. Os

boas práticas e lições aprendidas. Se eles

empresários que queiram compartilhar es-

permitirem essa troca, será muito impor-

paços, despesas, clientes, por exemplo, po-

Na opinião da consultora do Sebrae/PR, So-

tante para ambas as partes”, acredita.

dem buscar a orientação técnica dos consul-

nia Shimoyama, não é preciso que os empre-

Segundo a consultora, o empresário brasi-

com personalidade. Muitas vezes, a reunião com um cliente é realizada em uma mesa da Lúdica e alguns já viraram fregueses do bar.

O bom vizinho

“Acontece de um cliente que não conhecia

sários que dividirão o mesmo espaço te-

a galeria, passar a frequentá-la”, lembra a

nham um vínculo de amizade antigo. O

jornalista. Débora Mello, que também é

sistema pode dar certo até mesmo entre es-

DJ, já conseguiu indicações de eventos por

tranhos, desde que eles tenham consciência

meio da inquilina. Além disso, é comum o

de que esse modelo é baseado na ajuda mú-

pessoal do escritório, hoje ocupado por

tua, no respeito e no compartilhamento.

sete pessoas, descer um lance de escada para o happy hour ou jantar.

Lúdica é muito parceiro. Sabe aquela coisa

de todos que passarão a integrar essa pe-

de emprestar o açúcar da vizinha?”, compa-

quena associação. “Os perfis têm que ser

ra Dani Brito. Na opinião dela, é preciso

convergentes”, ressalta, lembrando que os

haver muita confiança entre os empresá-

futuros parceiros precisam negociar e até

rios e troca de informações e experiência,

mesmo firmar um contrato.

pouco diferente.

pontos de atendimento a empreendedores, no Estado, dispõe de consultorias sobre di-

tores do Sebrae/PR, mas, nesse caso, antes é necessário encontrar o parceiro certo para a informações técnicas sobre gestão, planeja-

ocupação com a concorrência. “Se você

mento, mercado, recursos humanos, finan-

compartilhar com as pessoas certas, você

ças, dentre outros temas. As consultorias no

tem muito a ganhar”, ensina. E alerta: “se os negócios forem muito destoantes, um mente no outro”.

regras que irão nortear o comportamento

com seis regionais e 11 escritórios, além de

nova empreitada. O Sebrae/PR auxilia com

com perfil semelhante e negociar com clareza o espaço que cada um ocupará e as

pequenas empresas no Paraná. A entidade,

por suas ideias e suas dificuldades por pre-

deles poderá acabar interferindo negativa-

respeitar o espaço da outra. E o pessoal da

O Sebrae/PR é o serviço de apoio às micro e

leiro tem um pouco de dificuldade de ex-

Por isso, é necessário encontrar pessoas

“Nesse tipo de parceria, é importante uma

mesmo que a natureza do trabalho seja um

22

Sonia Shimoyama, consultora do Sebrae/PR

É preciso haver muita confiança entre os empresários e troca de informações e experiência, mesmo que a natureza dos trabalhos seja um pouco diferente

bora Mello, alugar o espaço. “Eu conhecia a

A Galeria Lúdica passou por uma mudança

Networking

Dani Brito e Débora Mello, empresárias

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen

-office. “No começo estava bom. Mas aten-

Sebrae ou in company (na empresa) podem ser uma boa opção. Mais informações, empresários e potenciais empresários podem obter pelo 0800 570 0800.

Vale lembrar que esse sistema de associação não se enquadra no coworking, outro tipo de compartilhamento de espaço que está ganhando cada vez mais adeptos no Brasil. A diferença é que no coworking há uma infra-

Saiba mais

estrutura criada para abrigar vários tipos de pequenos negócios e os empresários inte-

O processo de escolha do parceiro é uma

ressados pagam uma mensalidade para des-

etapa essencial para permitir que os clien-

frutar dos serviços que são oferecidos, como

Débora Mello frisa que a parceria agregou

tes de uma empresa se interessem tam-

internet, estações de computador, salas de

vantagens para as duas partes. Além da re-

bém pelos produtos ou serviços ofertados

reuniões, secretária, entre outros.

Leia “Networking – como utilizar a rede de relacionamentos na sua vida e na sua carreira”. José Augusto Minarelli. Editora Gente.

23


brae/PR para construir um ambiente favo-

pequenas empresas estão encontrando,

rável para fortalecer micro e

em algumas cidades paranaenses, o am-

empresas e o empreendedorismo como

biente propício para se instalarem e se de-

geradores de emprego, renda e qualidade

senvolverem. Sete anos após a aprovação

de vida. Munaretto deixou a Prefeitura na

da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa,

última eleição municipal, mas seu sucessor

também chamada de Estatuto Nacional da

Antonio Celso Pilonetto continua apostan-

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, e da criação, algum tempo depois, do Programa Cidade Empreendedora, pelo Sebrae/PR, diversos municípios começam a se destacar nacionalmente pelo incentivo à inovação e aos novos negócios.

Tendência

um novo ambiente de desenvolvimento participativo, que potencializa as micro e pequenas empresas e o empreendedorismo, como geradores de emprego, renda e qualidade de vida, o Sebrae/PR disponibilizou para Bom Sucesso do Sul uma série de

oeste do Estado, formalizou por meio da

soluções, como o Programa Liderar, Educa-

sua Sala do Empresário, mais de 5 mil em-

ção Empreendedora, Sebrae Itinerante,

preendedores, ocupando, hoje, o quarto

Empretec e Varejo Mais, aplicadas com

lugar no ranking de formalizações no Para-

apoio das entidades locais e que, aos pou-

ná, segundo informações da própria Prefei-

cos, se apresentam como diferenciais de

mente, pela Revista Exame, como a oitava

Cidades empreendedoras

do no empreendedorismo. Para construir

Em apenas três anos, Cascavel, na região

tura. Cascavel também foi citada, recente-

Cascavel, quarta cidade paranaense em número de microempreendedores individuais

pequenas

sucesso para pessoas e empresas.

no ranking das cidades do interior do Brasil

“A cidade empreendedora é aquela que de

(com população inferior a 500 mil habitan-

fato promove mudanças positivas na socie-

tes) que mais acrescentarão famílias nas

dade. No caso específico da micro e peque-

classes A e B até 2020. A previsão do muni-

na empresa, a cidade empreendedora é

cípio, que tem 300 mil habitantes, é que em

aquela que possibilita que os pequenos

sete anos, as classes A e B somem 21 mil

negócios consigam contribuir de fato para

famílias. No ano passado, o Prêmio Sebrae

a geração de renda, de emprego de quali-

Prefeito Empreendedor (nas etapas esta-

dade, com uma remuneração adequada,

dual e nacional) foi para Edgar Bueno, pre-

que consiga fazer com que essa cidade me-

feito de Cascavel, na categoria Formaliza-

lhore seus indicadores e melhore a vida das

ção dos Pequenos Negócios e Apoio ao

pessoas que ali estão residindo. Uma cida-

Microempreendedor Individual.

de empreendedora é aquela que propor-

Toledo, também no oeste do Estado, é ou-

ciona um ambiente acolhedor aos negócios

tro exemplo positivo. Em dois anos, houve

do município”, afirma o gerente de Inova-

um acréscimo de 218% no número de mi-

ção e Competitividade do Sebrae/PR, Ce-

croempreendedores individuais cadastra-

sar Reinaldo Rissete.

Cidade empreendedora é aquela que possibilita que os pequenos negócios consigam contribuir de fato para a geração de renda e de emprego

dos - aqueles com faturamento bruto anual de até R$ 60 mil. De 842, em 1º de fevereiro de 2011, passou para 2.678 em 26 de agosto de 2013. O município ainda conseguiu reduzir o prazo de abertura para em-

Foto: Sebrae/PR

Foto: Luiz Carlos Cadini/Prefeitura de Cascavel

Desenvolvimento

Empreendedores e empresários de micro e

presas de baixo risco. Se em 2011 era preciso entre 16 e 30 dias para abrir um negócio, hoje o prazo é de 11 a 15 dias. Promover a desburocratização é um exemplo de iniciativa que faz uma administração municipal ser reconhecida como incentivadora do

Municípios do Paraná apostam nas micro e pequenas empresas para promover o desenvolvimento local e regional

empreendedorismo. O empreendedorismo também tem transformado Bom Sucesso do Sul, que fica a 27 quilômetros de Pato Branco, no sudoeste do Paraná. Na gestão de Élson Munaretto, o município investiu na cultura empreendedora, da escola ao pequeno negócio, no

Por Adriana De Cunto

campo e na cidade. Em 2009, Bom Sucesso do Sul se integrou ao Programa de Desenvolvimento Municipal, realizado pelo Se-

24

Cesar Rissete, gerente do Sebrae/PR 25


Segundo ele, participam as maiores cida-

Cascavel é uma cidade que vem crescendo

za. A administração municipal também

car e iniciar o suporte para que esses municí-

des do Estado e o Programa foi pensado

em geração de empregos, graças à força do

oferece casulos industriais (barracões de

pios possam se desenvolver”, ressalta.

para atingir todo o território paranaense.

empreendedorismo. Somos uma cidade com

165 metros quadrados) para que a empre-

O gerente lembra que mesmo os municí-

apenas 61 anos e a quarta em formalização

sa se instale por um período de dois anos e

pios que não participam podem se benefi-

de empresas. Isso se deve à união dos pode-

receba capacitação e consultoria. Bueno

ciar porque ações realizadas em uma cida-

res públicos com a sociedade organizada, que

garante que Cascavel é a 11ª melhor cida-

de-polo, como Maringá, acaba impactando

nos levaram a criar mecanismos para propor-

de digital do País, oferecendo internet gra-

também as comunidades que vivem ao re-

cionar a esses empreendedores melhores

tuita (tecnologia rádio) em praticamente

dor dela, por causa do dinamismo regional.

condições de desenvolvimento”, afirma.

todo o perímetro urbano e nas sedes dos

Rissete lembra que não existe uma “receita de bolo” para promover o desenvolvimento de uma comunidade. Ele afirma que é preciso pensar nas características positivas que podem ser potencializadas e nas ações a serem realizadas. Algumas vezes, as medidas incluem melhorar o ânimo, a autoestima e o dinamismo dos moradores daquela localidade. “Existem soluções, o segredo está na montagem dessas soluções”, revela. Mas o gerente de Inovação e Competitividade lembra que antes de tudo é preciso

Bom Sucesso do Sul, no sudoeste do Estado, também é cidade empreendedora

ocorrer uma mudança de mentalidade e a troca de um pensamento exógeno pelo endógeno. Em vez de esperar que o progres-

Diferentes soluções

precisam partir da própria comunidade. A

preendedora surgiu há cinco anos, na sequ-

ajuda externa acontece, lembra Rissete,

ência da aprovação da Lei Geral da Micro e

mas os cidadãos devem promover as ações

Pequena Empresa e, antes de tudo, leva em

de mudanças.

conta a realidade de cada município. O obje-

Segundo o gerente do Sebrae, constatou-

ção, regulamentação e institucionalização da Lei Geral visando a melhoria do ambiente de negócios para as micro e pequenas empresas. Diante disso, são programadas ações no sentido de promover a desburocratização e agilizar a constituição delas, facilitar o

-se nos municípios que promovem projetos de incentivo às micro e pequenas empresas um impacto positivo na geração de empregos e no aumento de renda da população. Com o município arrecadando mais impostos, também é possível melhorar a infraestrutura e os serviços, como saúde e educa-

acesso dos empreendedores, empresários,

ção. “Todo esse processo só é efetivo, se

potenciais empresários e produtores rurais a

melhorar a qualidade de vida daquela co-

licitações públicas, à inovação, ao crédito e à

munidade”, resume.

educação empreendedora.

tes, implantadas pelo Sebrae de vários estados, para ajudar os municípios a desenvolverem as pequenas empresas. Mas ele acredita que o programa paranaense Cidade Empreendedora é um dos mais evoluí-

No ano passado, Bueno foi premiado nacio-

distritos (área rural).

nalmente, pelo Sebrae, com o título de Pre-

“Vale ressaltar que dados divulgados pelo

feito Empreendedor na categoria Formali-

Programa das Nações Unidas para o Desen-

zação de Pequenos Negócios e Apoio ao

volvimento - no fim de julho - apontaram

Microempreendedor Individual.

que Cascavel tem o 4º melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

dos do País porque é completo, preocupa-

Ele explica que o município promove diver-

-se com a continuidade dos projetos e

sas ações e programas de incentivo ao em-

envolve uma metodologia e ações pré-

preendedorismo e cita o Empresa Fácil,

-pensadas e esquematizadas. Outras boas

que trouxe para a formalidade mais de 5

iniciativas, segundo ele, estão sendo apli-

mil negócios. “Possuímos também uma

cadas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso

forte parceria com o Governo do Estado,

do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Mi-

que por intermédio da Agência de Fomen-

nas Gerais.

to, instalou o primeiro posto avançado do

Os prefeitos têm se empenhando em parti-

Fomento Paraná no interior do Estado,

cipar do Cidade Empreendedora, como

proporcionando crédito para micro, pe-

Para manter a cidade como referência em

comprova o grande número de localidades

quenas e médias empresas, financiando de

empreendedorismo, Bueno pretende, no

que responderam às chamadas públicas.

R$ 300,00 a R$ 3,6 milhões com prazo de

futuro, ampliar o atendimento dos diver-

“Em geral, os municípios têm grande dificul-

pagamento de até 36 meses e juros men-

sos programas de fomento e criar novas

dade nessa área de desenvolvimento eco-

sais de 0,51%. Estamos ampliando nossas

ferramentas de estímulo. Entre eles, um

nômico”, constata. Ele lembra que as admi-

áreas industriais, viabilizando mais investi-

novo projeto educacional. Em parceria com

nistrações municipais contam com pessoas,

mentos nesse importante setor da econo-

instituições de ensino superior, a proposta

recursos e iniciativas focadas na questão da

mia. Já temos dez parques industriais em

é colocar o jovem universitário empreende-

saúde, educação, assistência social e mobili-

Cascavel. Possuímos também a Fundetec,

dor em contato com o mercado empresa-

dade (no caso das maiores), áreas que aca-

nossa Fundação Tecnológica, que estimula

rial. “É fundamental manter a chama das

bam absorvendo a agenda do funcionalismo

o surgimento de novos negócios e inova-

parcerias com uma visão integrada de cres-

e recursos financeiros. “Quando se fala em

ção por meio das incubadoras”, contabili-

cimento”, afirma.

Os municípios que participam do Programa

Uma grande ajuda

apoio ao desenvolvimento econômico, seja

têm um cronograma a seguir que é com-

Cento e doze municípios paranaenses fo-

no, os municípios, em geral, têm dificulda-

posto da elaboração de um diagnóstico

ram selecionados na terceira chamada pú-

des, por falta de pessoas para tocar os pro-

que aponte a realidade do ambiente de ne-

blica do Programa Cidade Empreendedora,

jetos e por falta de recursos e estrutura”,

gócios para as micro e pequenas empresas.

realizada entre dezembro de 2012 e janei-

explica. “Então, quando você chega com um

Eles também precisam criar um Comitê

ro de 2013. Para participar, é preciso cum-

programa positivo, você acaba viabilizando

Gestor Municipal, formado por represen-

prir alguns pré-requisitos, como a adequa-

as ações da administração pública e de enti-

tantes do poder público e da iniciativa pri-

ção à Lei Geral da Micro e Pequena

dades parceiras naquele município.”

vada, que ficará encarregado de coordenar

Empresa, promoção de ações anteriores

a elaboração e a execução de um plano de

de apoio ao desenvolvimento de pequenos

ação. Dentro desse plano de ação, destaca-

negócios e a indicação de entidades inte-

-se a Sala do Empreendedor, o local para

ressadas em compor o comitê gestor local.

orientação e capacitação.

26

ção deve compreender que as mudanças

Rissete explica que o Programa Cidade Em-

tivo do Programa é potencializar a implanta-

Quando se fala em apoio ao desenvolvimento econômico, seja ao produtor rural, ao empreendedor urbano, os municípios têm dificuldades, por falta de pessoas, recursos e estrutura

so aconteça de fora para dentro, a popula-

Rissete lembra que há iniciativas diferen-

do Paraná. No último levantamento, em 2000, a cidade ocupava a 12ª posição no ranking estadual”, afirma. “O aumento da renda per capita mensal (de R$ 695 em 2000 para R$ 1.003 em 2010) e da expectativa de vida do cascavelense (de 73 para 75 anos) permitiram que Cascavel se destacasse no cenário estadual”, comemora.

ao produtor rural, ao empreendedor urba-

A força das parcerias

Foto: Luiz Carlos Cadini/Prefeitura de Cascavel

Foto: Prefeitura de Bom Sucesso do Sul

brae se propõe a ser esse ponto para alavan-

O prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, considera o empreendedorismo como um

Na primeira chamada, em 2008, foram sele-

grande fator para o desenvolvimento de

Segundo Rissete, muitas vezes, as potencia-

cionadas 130 localidades. A segunda etapa

uma região. Na opinião dele, trata-se da

lidades de desenvolvimento de um municí-

foi realizada no ano seguinte, como com-

mola propulsora da economia e da inova-

pio passam despercebidas pelos seus admi-

plementação da anterior, e selecionou

ção. “O empreendedorismo é essencial

nistradores porque estão esquecidas. “É

mais 19 cidades. Cada processo tem dura-

para o desenvolvimento de uma cidade,

preciso dar uma direção, um norte para esse

ção mínima de três anos, mas as ações se

funcionando como mola propulsora da

conjunto de elementos que, às vezes, estão

perpetuam, lembra Rissete. “Os resultados

economia e da inovação. Por meio do em-

adormecidos”, comenta. É nesse momento

não acontecem do dia para a noite. É um

preendedorismo, surgem novas empresas,

que entra o Cidade Empreendedora. “O Se-

projeto de médio a longo prazo”, diz.

novos empregos e riquezas para a região.

Edgar Bueno, prefeito de Cascavel 27


Foto: Helen Marques e Maurício Lehmkuhl malmal/Olhares Studio Fotográfico

blico e a sociedade. No caso de Cascavel,

2010, com ano base 2007, Bom Sucesso do

ele conta com 29 representantes.

Sul ocupava a 183º posição no Paraná e a 1.408º no Brasil. Em 2010, com base 2010,

Sucesso coletivo O consultor do Sebrae/PR, Cesar Colini, destaca que o trabalho realizado em Bom Sucesso do Sul contou sempre a participa-

Apoio contínuo Quando o município de Cascavel lançou o Programa Empresa Fácil, em 2010, a Prefeitura estimava a existência de 3 mil empreendedores atuando na informalidade. Na tentativa de mudar esse quadro, várias

O IDMPE monitora o ambiente institucional para pequenos negócios, favorecendo o desenvolvimento local com base na Lei Geral

ações começaram a ser feitas por meio do Programa Cidade Empreendedora. Uma delas é a Sala do Empresário, que realizou nos últimos três anos mais de 8 mil atendimentos, emitindo 5.025 Cadastros Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Para a consultora do Sebrae/PR, Elisangela

como os empresários de micro e pequenas empresas podem exportar seus produtos e expandir mercado. E os frequentadores da Sala puderam participar também de um curso de informática. “Passar por essa qualificação é muito importante para os novos empreendedores”, diz a consultora. Elisangela Rosa comenta que várias ações estão acontecendo em Cascavel com a ajuda do Cidade Empreendedora e seus parceiros. Ela destaca o

Núcleo Industrial

João Batista Cunha, que oferece lotes subsidiados pelo município com infraestrutu-

Rosa, de Cascavel, a Sala do Empresário

ra, sendo que 14 espaços estão destinados

vem desempenhando um papel fundamen-

a pequenas empresas.

tal para a formalização dos microempreendedores individuais e das pequenas empresas. Principalmente por conta do suporte que é recebido nesse escritório. “Eles têm uma assessoria contábil gratuita por um período de três anos”, afirma.

28

representante dos Correios falou sobre

Jaqueline Nascimento Lara, diretora de Desenvolvimento Econômico e Coordenadora do Comitê de Gestão Municipal do Cidade Empreendedora, reconhece que o Programa realizado em parceria com o Sebrae/PR está ajudando Cascavel a “tirar a Lei Geral

816º no País.

Indicadores positivos

ção de entidades, da população e poder

A Sala do Empreendedor, uma das ações

público, o que foi um diferencial para que

que o Programa Cidade Empreendedora

o município avançasse. “Acredito que dei-

realiza nos municípios em que atua, é des-

xamos um legado, quebramos paradigmas

tacada pelo consultor Alan Alex Debus, do

e construímos uma governança ativa em

Sebrae/PR em Toledo, como grande fator

Bom Sucesso do Sul, que está preparada

incentivador da microempresa naquele

para gerir o desenvolvimento sustentável

município. É nesse local que o empresário

com foco nas pequenas empresas e cultura

tem acesso à capacitação e recebe orienta-

empreendedora. O município mostrou que

ções gratuitamente. São cerca de 380

é capaz e pode fazer ainda mais pelo seu

atendimentos por mês.

presente e futuro”, aponta Colini.

Toledo aposta na Sala do Empreendedor e em medidas a favor das pequenas empresas

o município passou para a 68º no Estado e

Há iniciativas diferentes, implantadas pelo Sebrae de vários estados, para ajudar os municípios a desenvolverem as pequenas empresas

Toledo aderiu ao projeto em 2011 e, desde

Os indicadores oficiais demonstram que o

lá, muita coisa já mudou. É o que aponta

município buscou o desenvolvimento. No

um radar que traz a evolução dos indicado-

Índice de Desenvolvimento Municipal para

res de ambiente de negócios na cidade,

Micro e Pequenas Empresas (IDMPE), por

mostrando uma evolução de 6 para 19,8

exemplo, Bom Sucesso do Sul ganhou 173

pontos. Em uma escala de 0 a 40, são atri-

posições, passando da 299ª posição em

buídas notas para as ações realizadas em

2009, para a 126ª em 2010, entre os 399

oito áreas: Simplificação e Desburocratiza-

municípios paranaenses. O IDMPE monito-

ção, Tributação, Acesso a Mercados, Asso-

ra o ambiente institucional para pequenos

ciativismo, Inovação e Tecnologia, Crédito

negócios, favorecendo o desenvolvimento

e Financiamento, Educação Empreendedo-

local com base na Lei Geral da Micro e Pe-

ra e Acesso à Justiça.

empreendedorismo e das micro e pequenas

Debus informa outras ações implementa-

tendimento da entidade, os pequenos negó-

das, como a simplificação e otimização dos

cios, para gerarem desenvolvimento, neces-

processos de abertura de empresas, a re-

sitam de um ambiente favorável para

gulamentação municipal da Lei Geral da

crescer. Os municípios que ainda não regula-

quena Empresa. Para medir o grau de desenvolvimento do ambiente empresarial municipal, é feita uma análise que envolve o Índice de Desenvolvimento Empresarial (IDE), o Índice de Desenvolvimento de Mercado (IDM) e o Índice de Desenvolvi-

Pequena Empresa, desconto de 50% no al-

mento Institucional (IDI).

vará aos microempreendedores individu-

“É um indicativo de que Bom Sucesso se

dos convites de preço por pregões presen-

desenvolve também com a força dos pequenos negócios. O poder público, as empresas e a governança instalada na cidade mostraram que é possível um município pequeno buscar o desenvolvimento de forma integrada e sustentável”, aponta o consultor do Sebrae/PR, Gerson Miotto.

ais no segundo ano, substituição completa

de, pensar projetos com esse viés. O Sebrae realiza ainda, de dois em dois anos, o Prêmio

loriza iniciativas empreendedoras nos muni-

Cresol e de agências do Sicoob e implanta-

cípios. Assim como projetos, dentre os quais

ção da cultura cooperativista em quatro

o Cidade Empreendedora, que ajuda os ges-

escolas do município, usando a metodologia Cooperjovem, também inspirada na ci-

entre a Sala do Empreendedor e a Câmara

grafia e Estatística (IBGE) era de 3.061 habi-

de Mediação e Arbitragem de Toledo.

tores públicos a tornar realidade a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Mais informações podem ser obtidas no 0800 570 0800.

“No caso das licitações, a meta do município é aumentar a participação das micro e

Quem não tem acesso à informática, tam-

do papel e torná-la prática, aplicável de for-

bém pode usar a estrutura para recolher as

ma contínua, para que seja uma ferramenta

guias para pagamento dos impostos. A Sala

de desenvolvimento da sociedade, promo-

do Empresário envolve a atuação de 21

vendo o surgimento, o desenvolvimento e

parceiros do Programa Cidade Empreende-

o fortalecimento do microempreendedor

O índice Firjan de Desenvolvimento Muni-

quena Empresa”, lembra o consultor. (Co-

dora. Todos os meses, é oferecido algum

individual e das micro e pequenas empre-

cipal também aponta de forma positiva o

laborou nesta reportagem o jornalista

tipo de treinamento. Recentemente, um

sas.” O Comitê é a ponte entre o gestor pú-

desenvolvimento da cidade. Na edição

Adriano Oltramari)

evasão populacional e de recursos.

Bem como podem, com o auxílio da entida-

feitoempreendedor.sebrae.com.br), que va-

estimativa do Instituto Brasileiro de Geo-

para o município, com intuito de diminuir a

brae/PR orientação técnica para fazê-lo.

do Banco do Empreendedor, instalação da

acesso à Justiça, foi firmada uma parceria

reflete também uma das ações pensadas

mentaram a Lei Geral podem obter no Se-

Sebrae Prefeito Empreendedor (www.pre-

bém impactam na população. Em 2007, a

dado que pode parecer simples, mas que

empresas é prioridade do Sebrae/PR. No en-

primeiro, criação do Hotel Tecnológico e

dade argentina de Sunchales. Quanto ao

também segundo o IBGE, é de 3.372. Um

Fortalecer as políticas públicas em favor do

ciais e eletrônicos, com preferência para o

Os números sobre Bom Sucesso do Sul tam-

tantes. Em 2013, o número de habitantes,

No que o Sebrae/PR pode ajudar

Saiba mais

pequenas empresas nos processos licitatórios em 50% e isso requer conscientização dos servidores públicos para que se informem sobre a Lei Geral da Micro e Pe-

Acesse: premioprefeitoempreendedor.sebrae.com.br portaldodesenvolvimento.org.br

29


sobras também é uma das vantagens das co-

sonha junto é realidade. A máxima pode

operativas, já que como cooperado ele é

muito bem ser aplicada a um modelo de ges-

dono e usuário da sociedade e participa dos

tão que vem ganhando cada vez mais força

resultados obtidos ao fim do exercício. Para

no Paraná e no Brasil: o cooperativismo.

se ter uma ideia, no ano passado, o coopera-

Trata-se de uma associação de pessoas com interesses em comum, que se organizam de uma forma democrática para, principalmente, viabilizar seus próprios negócios, conquistar economia de escala com o objetivo de melhorar sua renda. Os pequenos agricultores e empresários sabem bem o que isso significa. Individualmente, podem ter algumas dificuldades em seus campos de atuação, mas a partir do momento que se unem em uma cooperativa, ganham maior capacidade de competição no mercado, além de maior estrutura para a manutenção e crescimento dos negócios. Na opinião do presidente da Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná - João Paulo Koslovski, que também preside o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, esses são os principais motivos que levam ao crescimento das coo-

de R$ 1,5 bilhão, valor distribuído para cerca de 735 mil cooperados e capitalizado junto às cooperativas do Estado. O valor é um diferencial na renda dos cooperados e estimula a adesão cada vez maior às cooperativas.

Caso de sucesso E é fácil encontrar cooperativas que são verdadeiros exemplos de sucesso e provam que sonhar – e realizar – em conjunto faz diferença. Uma delas é a Cooperativa Agrícola Campo do Tenente (Cooperante), que, em agosto deste ano, completou 15 anos de atuação. O presidente da Cooperante, Guilherme Grein, conta que a instituição nasceu do desejo de pequenos agricultores de ter uma maior estrutura para recepcionar, armazenar e transportar os seus produtos. Fundada em agosto de 1998, com 21 pro-

no setor no Estado.

dutores – um a mais do número de pesso-

ná registrava 266 mil cooperados. Em uma década, esse número saltou para mais de 900 mil. Atualmente, são 236 cooperativas

União, para o bem comum

tivismo paranaense obteve sobras no valor

perativas e alavancam os índices e números

Segundo dados da Ocepar, em 2002, o Para-

registradas no Estado, nos mais diversos segmentos econômicos. Juntas, as cooperativas geram cerca de 1,6 milhão postos de trabalhos em todo o Estado e movimentam a economia paranaense.

Associativismo

De acordo com a Ocepar, a distribuição de

sonha só é só um sonho, mas sonho que se

Unidos em uma cooperativa, agricultores e empresários ganham maior capacidade de competição no mercado, além de maior estrutura

as exigido para fundar uma cooperativa – a

Cooperante

tem

227

cooperados

atualmente e revela números que mostram a vantagem dessa união ao longo do tempo. O faturamento, por exemplo, pulou de R$ 3,6 milhões em 1998 para cerca de R$ 33 milhões no ano passado. O faturamento de 2012 foi 40% superior ao do ano anterior.

Para Koslovski, os constantes investimentos na criação de novas oportunidades fazem das cooperativas um ‘porto seguro’. “Afinal, o cooperado é o verdadeiro dono de toda a estrutura e define os seus desti-

Foto: Ocepar

Cooperativas

Existe um ditado que diz que sonho que se

nos de forma democrática”, complementa. O dirigente ressalta que um dos diferenciais do cooperativismo é a sua força e capacidade de unir as pequenas produções, gerando escala para poder negociar no mercado melhores preços para a produção

Agricultores e empresários do Paraná apostam no cooperativismo como alternativa para potencializar negócios e conquistar mercados

de seus cooperados. “Independente da área, individualmente o pequeno agricultor não tem condições de negociar como em uma cooperativa. A aglutinação viabiliza o negócio”, diz Koslovski. Ele explica que uma cooperativa é uma so-

Por Katia Michelle Bezerra

ciedade de prestação de serviços, ou seja, é por meio dela que o cooperado permite realizar a sua atividade.

30

João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar e do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR 31


principalmente da cidade de Campo do Tenente, mas hoje a cooperativa já atua em

Condições fundamentais para o desenvolvimento de uma cooperativa

Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen

seis municípios, incluindo Rio Negro, Lapa, Tijucas do Sul, Pien e Quitandinha. E o crescimento não para por aí. Grein conta que no ano passado a Cooperante conquistou a aprovação de uma linha de crédito, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de um plano de expansão de R$ 3 milhões. O investimento, em fase de captação de recursos, deve ampliar em 25% a capacidade de

Dicas para criação e manutenção de uma cooperativa, segundo a Ocepar

A sociedade cooperativa tem características singulares que devem ser consideradas para o seu desenvolvimento em longo prazo. Domínio da gestão cooperativa pelos cooperados, líderes e dirigentes; instrumentos de melhoria empresarial e agregação dos cooperados na cooperativa de forma a tornar mais transparente a administração da cooperativa aos cooperados são condições fundamentais a serem observadas. Dois momentos são fundamentais para garantir o sucesso da cooperativa: na sua constituição e durante o seu desenvolvimento.

armazenagem e recepção da Cooperativa e aumentar o beneficiamento dos produtos em cerca de 200%.

Navegar é preciso Somar forças também só teve vantagens para a Cooperativa dos Transportadores Náuticos Autônomos da Ilha do Mel (Cotranauta). Fundada em 1999 e pioneira no setor no Estado, a Cotranauta recebeu no ano

No processo de constituição, a orientação da nova cooperativa deve considerar cinco aspectos:

Durante o desenvolvimento da cooperativa são necessários alguns cuidados:

passado o registro definitivo na Ocepar, mas acumula experiências de sucesso que mostram a importância da união de esforços em torno de um bem comum. A cooperativa tem atualmente 64 cooperados, a maioria, donos de pequenas embarcações que se dedicam ao transporte náuti-

Guilherme Grein, presidente da Cooperante

A sociedade cooperativa tem características singulares que devem ser consideradas para o seu desenvolvimento em longo prazo

32

co de turistas que visitam a Ilha do Mel e outras atrações do litoral do Estado.

A capacidade de armazenagem, uma das

“Quando começamos essa atividade, a

principais dificuldades individuais dos coo-

maioria dos barcos era rudimentar. Nós sen-

perados, também saltou de 30 mil sacas no

timos a necessidade de nos unirmos para

ano da criação da Cooperativa para 270 mil

melhorar essa prestação de serviço e am-

sacas atualmente. Em 15 anos, o crescimen-

pliar os nossos horizontes”, diz o presiden-

to da capacidade armazenadora da Coope-

te e um dos fundadores da Cooperativa,

rante atingiu 800%.

Nelcio de Oliveira. Ele conta que precisou

O interessante é que a maioria dos cooperados é formada por pequenos agricultores, que possuem até 50 hectares. Ou seja, individualmente seria impossível alcançar o patamar que hoje a cooperativa consegue atingir. “Além disso, temos suporte técnico para alavancar recursos para investimentos, mais uma vantagem de sermos uma cooperativa”, revela o presidente.

pesquisar modelos de cooperativas no setor em outros estados, já que no Paraná não existe nada semelhante. Em 2007, a Cotranauta recebeu um registro provisório e somava 46 cooperados. Depois de cumprir as metas exigidas pelo programa de monitoramento e autogestão executado pela Ocepar, a Cooperativa comemora o registro definitivo e o título de primeira cooperativa de embarcação no Estado. Durante

Grein salienta que a distância, o transporte

esse tempo, os primeiros serviços ofereci-

e a falta de recursos impediam o crescimen-

dos, de táxi náutico, foram ampliados. Bar-

to individual. Antes da cooperativa, os pro-

cos maiores foram adquiridos e os serviços

dutores tinham dificuldades também de fa-

difundidos. “Hoje, além de fazermos o trans-

zer um acompanhamento seguro da carga e

porte de turistas e pessoas hospedadas nas

da classificação da mesma, situações hoje

pousadas da Ilha, também fazemos o trans-

viabilizadas pela Cooperativa. Aumentar o

porte dos funcionários da Copel e do Institu-

campo de atuação também foi um dos dife-

to Ambiental do Paraná, além do transporte

renciais. No início, os cooperados eram

de cargas”, conta Nelcio de Oliveira.

1 2 3 4 5

DIAGNÓSTICO DE NECESSIDADE: identificar se de fato há necessidade de se constituir a cooperativa, se essa é a melhor alternativa;

DIAGNÓSTICO DE INTERESSE: verificar quantas pessoas estão interessadas em investir e operar com a cooperativa;

ESTUDO DE VIABILIDADE: baseado na realidade de mercado, calcular o tamanho da cooperativa e verificar se há equilíbrio econômico e financeiro;

ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE CONTROLE: estatuto, normas e regimento absolutamente compatíveis com a legislação cooperativista em vigor;

LEGALIDADE: obter dos atos constitutivos junto aos órgãos competentes antes do inicio do seu funcionamento, dando segurança aos cooperados.

1 2 3 4 5

ACOMPANHAMENTO ECONÔMICO E SOCIAL: identificação de índices sobre o desempenho da cooperativa ao longo do tempo;

INVESTIMENTO NAS PESSOAS: baseado nos vetores de desempenho, treinar o seu público interno para atender a demanda dos negócios da cooperativa;

MODELO DE GOVERNANÇA: definição do funcionamento do comando da cooperativa onde o cooperado, como seu único dono, tenha função estratégica;

FORMA DE GESTÃO: profissionalização da administração da cooperativa, onde a capitalização merece especial atenção;

ATUAÇÃO NO MERCADO: busca permanente de agregação de valor aos produtos e serviços, possibilitando acesso aos mercados com viabilidade.

33


Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen

O cooperativismo paranaense, em números Indicadores do cooperativismo de 2002 a 2012* Indicadores

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Faturamento (bilhões R$)

10,65

15,50

18,00

16,50

16,50

19,50

25,80

24,90

26,40

32,21

38,5

Cooperativas (unidades)

202

204

210

228

228

234

238

238

236

240

236

Cooperados (pessoas)

266.523

319.627

368.175

407.312

451.642

496.251

513.389

548.812

641.460

735.437

900.000

Colaboradores (pessoas)

39.282

43.673

47.489

48.061

50.190

51.621

55.319

60.407

63.407

62.595

67.000

Exportações (US$ milhoões)

643,90

800,00

992,00

680,00

852,90

1.100,00

1.442,50

1.470,00

1.640,00

2.200,00

2.200,00

Impostos recolhidos (R$)

558,30

710,70

718,80

744,90

781,90

898,00

1.060,80

1.000,70

1.170,75

1.329,05

1.500,00

Investimentos (R$ milhões)

350,00

450,00

780,00

680,00

794,00

1.028,00

1.275,00

1.000,00

1.011,00

1.100,00

1.323,00

Individualmente, é quase impossível alcançar o patamar que atualmente as cooperativas conseguem atingir

No que o Sebrae/PR pode ajudar Os empreendedores, empresários de micro e pequenas empresas, potenciais empresários e produtores rurais que buscam o cooperati-

Eventos realizados

858

992

1.266

1.583

2.368

2.926

2.946

3.340

4.273

4.344

5.020

vismo como alternativa para o desenvolvimento encontram no Sebrae/PR diversos programas com foco no agronegócio e no

Participações/ treinados

59.840

55.123

72.364

71.415

104.614

120.000

100.273

102.332

123.775

129.223

140.820

empreendedorismo rural. Iniciativas execu-

Nelcio de Oliveira, presidente da Cotranauta

tadas pela entidade em parceria com o fórum dos promotores do agronegócio parana-

Postos de trabalhos gerados Participação no PIB Agropecuário do PR (%)

545.966

53

639.548

55

700.568

55

781.600

53

773.309

51

926.608

52

1,25mi

54

1,30mi

53

1,40mi

54

1,50mi

1,60mi

55

56

ense. O Sebrae/PR e o Sescoop/PR, por

Nelcio de Oliveira ressalta que a ampliação

des de compra e venda em comum e supriam

exemplo, com o governo federal e a Universi-

dos serviços não seria possível sem a forma-

também, nesse modelo, suas necessidades

dade de Bologna, na Itália, desenvolvem o

ção da Cooperativa. “O cooperativismo tirou

de consumo e crédito.

Programa Internacional de Formação de Exe-

Participando dos diversos ciclos econômi-

Mais informações: 0800 570 0800.

os pequenos proprietários de barcos da pirataria e da informalidade e deu maior estrutu-

Fonte Sistema Ocepar (*) Estimativa - 2012

ra tanto para esses pequenos empresários como para a população, que hoje conta com um serviço de qualidade”, reforça. Entre todas as vantagens, Nelcio de Oliveira ressalta

Curiosidades

34

também a formalização da situação fiscal dos cooperados. “Hoje, quem faz parte da coope-

A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu o ano de 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Para comemorar, foi definido o slogan “Cooperativas escolhem um mundo melhor”. Desde então, todos os anos é escolhido um tema para marcar as iniciativas cooperativistas. Este ano, o tema é “Cooperativas se mantêm fortes em tempos de crise”.

rativa está totalmente legalizado e a comuni-

A autoria da frase “Sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto é realidade”, citada no início desta reportagem, é atribuída a John Lennon e foi difundida no Brasil pelo músico Raul Seixas, na música Prelúdio.

beleza do litoral paranaense.

dade reconhece nosso trabalho”, comemora. Para o futuro, o cooperado

quer buscar

parcerias para fortalecer o turismo na região e mostrar para cada vez mais pessoas a

cutivos e Líderes Cooperativistas do Paraná.

cos do Paraná, as cooperativas expandiram as fronteiras agrícolas e passaram a desenvolver-se também no meio urbano nas áreas da saúde, trabalho, turismo, crédito, consumo, educação, habitação e infraestrutura.

Saiba mais

Segundo João Paulo Koslovski, saúde e crédito são os setores cooperativistas que mais crescem no Estado. “Mas se você tem um grupo efetivamente interessante em qualquer área, é preciso se reunir e defender a atividade”, salienta o dirigente. A Ocepar recebe atualmente cerca de 100 grupos interessados em montar uma coope-

Não basta cooperar

rativa por ano, nos mais diversos setores.

O cooperativismo no Paraná também tem sua

ta apenas montar uma cooperativa, é preciso

origem calcada nas comunidades de imigran-

fazer com que ela funcione, se desenvolva e

tes europeus, que organizavam suas ativida-

tenha legalidade”, defende Koslovski.

Desses, apenas 10% se constituem. “Não bas-

O Sistema Ocepar é formado por três sociedades distintas, sem fins lucrativos que se dedicam à representação, fomento, desenvolvimento, monitoramento, capacitação e promoção social das cooperativas paranaenses: o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – Ocepar, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop/PR e a Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – Fecoopar. Para saber mais, acesse o www. paranacooperativo.coop.br.

35


“A responsabilidade aumenta mil vezes,

endedores brasileiros, como cabeleireiros,

mas é muito gratificante ver o crescimento

artesãos, pintores, carpinteiros, maridos

da empresa”, diz Barros. Há 15 anos, quan-

de aluguel, manicures e vendedores, foi

do estava desempregado, ele nem imagi-

apenas o primeiro passo para uma trajetó-

nava que isso pudesse acontecer.

ria empresarial em ascensão. Microempreendedores individuais até ontem, com rendimento médio mensal de R$ 5 mil, hoje desfrutam as vantagens de ser empresários de microempresas, com faturamento maior e perspectiva de crescimento.

36

microempreendedor individual e decidiu abrir o próprio negócio. A princípio contra-

do Sebrae Nacional, cerca de 30 mil empre-

tou uma pessoa, mas vendo o trabalho au-

endedores deixaram a condição de micro-

mentar de forma inesperada, ele precisou

empreendedores individuais para se tor-

de muita organização e planejamento para

narem

enfrentar o crescimento sem medo de errar.

de

microempresas.

O

“Quando comecei, o faturamento era de R$ 36 mil ao ano e hoje já faturamos R$ 25 mil

Desde julho de 2009, quando entrou em vi-

ao mês”, comemora Barros. A empresa tem

gor a figura jurídica do microempreendedor

seis funcionários e passou a atuar em muni-

individual, fruto de ajuste na Lei Geral da

cípios próximos a Umuarama, sede da em-

Micro e Pequena Empresa para estimular a

presa. “Hoje já atuamos em um raio de 150

formalização, aproximadamente 86 mil mi-

quilômetros, o que antes era impossível por

croempreendedores passaram para a condi-

conta da falta de estrutura”, contabiliza.

ção de microempresários. Isso significa mais dinheiro no bolso, mas também mais responsabilidade na hora de gerir o negócio.

Por Katia Michelle Bezerra e Leandro Donatti

mou-se em Administração de Empresas e

Com o Sebrae/PR, ele conheceu a figura do

em volume menor.

De olho no mercado e faturando mais, microempreendedores individuais migram de categoria e viram donos de microempresas

também investiu no conhecimento. For-

‘dança’ no enquadramento empresarial

movimento contrário também ocorre, mas

ascensão

década, ganhou conhecimento prático, mas

em que hoje também leciona.

semestre de 2013, segundo levantamento

Eles estão em

lhar em uma fábrica de toldos. Durante uma

fez MBA em Estratégias Empresariais, área

tem movimentado o País, só no primeiro

Luiz Alvino de Barros, ex-microempreendedor individual e atualmente microempresário

Com o mercado em baixa, começou a traba-

Para se ter uma ideia do quão comum essa

donos

Capacitação

Foto: Christiane Shinde/Studio Alfa

Empreendedorismo

Sair da informalidade, para muitos empre-

Barros diz que a mudança é grande e é preciso estar preparado. “As dificuldades acontecem, inclusive as financeiras, por isso é

A diferença essencial entre as duas cate-

preciso planejamento, controle da gestão

gorias está no faturamento e no número

e, principalmente, manter a qualidade do

de empregados que podem comportar. Mi-

serviço”, complementa o microempresário.

croempreendedor individual é aquele com faturamento bruto anual de até R$ 60 mil e um empregado contratado com salário mínimo ou piso da categoria. Já a microempresa é aquele empreendimento que tem faturamento bruto anual de até R$ 360 mil, com possibilidade de número ili-

No seu entendimento, a qualidade é fundamental e deve estar em todos os aspectos, do atendimento à finalização do produto. “Eu procuro atender meus clientes de forma individual, para conquistar cada vez mais mercado”, ensina.

mitado de contratações.

Mudança de patamar

Em todo o Brasil, são cerca de 7 milhões de

Para André Basso, gerente de Atendimen-

micro e pequenas empresas e mais de 3

to Individual do Sebrae/PR, a migração da

milhões de microempreendedores indivi-

categoria de microempreendedor indivi-

duais. No Paraná, os números também são

dual para proprietário de microempresa é,

expressivos. São cerca de 500 mil micro e

comparativamente, tão importante quan-

pequenas empresas e 170 mil microem-

to mudar o grau de escolaridade. “O pro-

preendedores individuais.

cesso é outro, traz mais conquistas, mas

Luiz Alvino de Barros, de Umuarama, no

Só no primeiro semestre de 2013, cerca de 30 mil pessoas deixaram de ser microempreendedores individuais para se tornarem microempresários

também mais responsabilidades”, diz ele.

noroeste do Paraná, é um exemplo de em-

André Basso ressalta que o objetivo das

presário de microempresa que começou,

empresas é sempre crescer, mas este pro-

na formalidade, como microempreende-

cesso exige cuidados. “São momentos dife-

dor individual. Há quase quatro anos, ele

rentes e os empreendedores precisam es-

deixou de ser microempreendedor indivi-

tar

dual para montar a microempresa L.A. Tol-

complexidade, mas se existir planejamento

dos e Luminosos.

e aprimoramento da gestão, isso acontece

preparados.

Toda

evolução

traz

37


Foto: Videographic

de”, salienta André Basso. Para ter um crescimento tranquilo e responsável, é preciso definir processos e cercar-se de bons profissionais.

5 dicas para uma mudança responsável

O gerente de Atendimento Individual do Sebrae/PR, André Basso, dá cinco dicas para quem quer migrar da categoria de microempreendedor individual para proprietário de microempresa com sucesso. Confira.

Cidadania empresarial Na avaliação da consultora do Sebrae/PR, Juliana Schvenger, a maioria dos microempreendedores individuais demonstra interesse em crescer, aumentar seu faturamento e fazer expansão de seus negócios. “Essa ascensão empresarial é muito positiva, não só para essa categoria e sim para a economia como um todo.” Para a consultora, a modalidade de microempreendedor individual, além de ser uma ‘ponte’ para o mundo dos negócios, é uma oportunidade para quem deseja ter a sua primeira empresa. “Ainda mais para quem tem receio e acha que é arriscado e complicado abrir uma empresa. Essa categoria veio para mudar esse paradigma e mostrar

A migração da categoria empresarial é, comparativamente, tão importante quanto mudar o grau de escolaridade

que é possível ter cidadania empresarial e pagar poucos tributos, com muitos direi-

André Basso, gerente do Sebrae/PR

O microempreendedor individual tem um papel importante na economia e papel social

de forma natural.” Para Basso, a primeira coisa que o candidato a dono de microempresa deve fazer é manter-se informado sobre o mercado e suas possibilidades.

do País. Desde a sua criação, os mais de 3 milhões de empreendedores brasileiros que se formalizaram passaram a ter benefícios da Previdência Social, com uma contribuição

Na opinião do gerente de Atendimento In-

mensal que varia entre R$ 33,90 a 39,90, de-

dividual do Sebrae/PR, à medida que a em-

pendendo do tipo de atividade exercida.

presa cresce, por exemplo, não dá mais

Os empreendedores que optam por esse

para encarar o contador como uma figura secundária e, por outro lado, nem para delegar ao contador a responsabilidade total pela carga tributária paga pela empresa. “A responsabilidade é do empresário, que precisa estar atento às mudanças e à legislação para que nada fuja do controle”, observa.

sistema, explica Juliana Schvenger, passam a ter cobertura do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com direito à aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade, conquistam o Cadastro Nacional de Pessoal Jurídica (CNPJ), têm direito a emitir nota fiscal, máquinas de cartão de

Com o crescimento e mudança de status,

crédito e podem, com isso, vender para

de microempreendedor individual para

empresas e para os governos federal, esta-

empresário de microempresa, é também

dual e municipal, além de adquirir matéria-

importante passar a delegar funções. An-

-prima por preços mais baixos e obter cré-

dré Basso exemplifica o processo com a

dito com mais facilidade.

fabricação de brigadeiros. “Se você faz 100 brigadeiros sozinho para vender não vai conseguir fazer 1.000 no mesmo tempo e com a mesma qualidade. Vai precisar de ajuda”, compara.

38

tos e obrigações”, destaca.

No entanto, para quem já é microempreendedor individual e está de olho no futuro e no crescimento, abrir uma microempresa é um ótimo negócio. Se a carga tributária aumenta, o faturamento e as

Um empreendedor precisa também se

conquistas do empresário também podem

desvencilhar da responsabilidade total do

ser muito maiores. Uma microempresa,

negócio e migrar de papel, delegar fun-

por exemplo, pode faturar até R$ 360 mil,

ções e aprender a fazer uma boa gestão.

ampliar o quadro de funcionários e partici-

“Em muitos casos, essa é a maior dificulda-

par de grandes licitações.

1 2 3 4 5

Manter-se informado sobre os tributos para não cair em armadilhas futuras.

Definir processos operacionais e manter clareza nos padrões para garantir a qualidade do negócio.

Identificar tarefas que podem ser delegadas, deixando o proprietário mais livre para gestão e menos na operação.

Criar formatos de controle que permitam uma visão geral do que acontece na empresa.

Toda evolução traz complexidade, mas se existir planejamento e aprimoramento da gestão, isso acontece de forma natural

Preparar-se pessoalmente para a mudança de função.

Com esses passos, planejamento e muita informação, é possível crescer de forma responsável e sustentável e estar preparado para o sucesso. 39


Foto: Luiz Costa/La Imagen

Essa ascensão empresarial é muito positiva, não só para essa categoria e sim para a economia como um todo

Leonardo Baitello, empresário

Pequenos negócios, de acordo com o faturamento

Pronto para crescer Pensando em tudo isso e em novas oportunidades, o microempreendedor Leonardo Baitello, de Itaperuçu, na Grande Curitiba, já está se organizando para mudar de categoria. Natural de Jundiaí, São Paulo, há oito anos ele mudou-se para o Paraná. Desempregado, viu nos conhecimentos que

Microempreendedor individual é aquele empreendedor com faturamento bruto anual de até

R$

60 mil.

tinha em informática uma oportunidade para ganhar dinheiro. Começou a atender em casa e a domicílio, consertando computadores e criando sites. Para sair da informalidade, e principalmente conquistar crédito com os fornecedores, decidiu regularizar a sua situação e

Microempresa é o empreendimento com faturamento bruto anual de até

R$

360 mil.

No que o Sebrae/PR pode ajudar

optou por ser um microempreendedor individual. “Sem o CNPJ não conseguiria cré-

O Sebrae/PR tem uma série de produtos e serviços para atender os microempreendedores individuais que desejam crescer e tornarem-se empresários de microempresas. São soluções simples, que fazem a diferença nos negócios, melhorando a administração, o planejamento, as compras, as vendas, as finanças e os controles. A entidade realiza ainda, anualmente, a Semana do Microempreendedor Individual, para estimular a formalização e fortalecer microempreendimentos já legalizados. Acesse o Portal do Sebrae/PR no www.sebraepr.com.br ou procure o Sebrae/PR mais próximo.

dito para comprar material nem podia emi-

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tir nota fiscal”, recorda. A opção para o microempreendedor indivi-

FUN

CONCLUSÕES GERAIS E PALESTRAS DE ENCERRAMENTO.

dual cabia no bolso e na realidade de Leo-

Pequena empresa é aquela com faturamento bruto anual entre

R$ 360 mil e R$

3,6 milhões.

nardo, que não tinha, na época, como dispor de dinheiro para despesas extras, como um contador. Com o faturamento da Soluporte Infor-

tre do ano que vem, ele pretende tornar-

De acordo com o anuário do trabalho do Sebrae Nacional e Dieese, estima-se que existam cerca de 400 mil informais no Estado e 8 milhões no País. Quer saber mais sobre a figura jurídica do microempreendedor individual e como formalizar-se sem sair de casa, pela internet? Acesse agora o Portal do Empreendedor:

-se dono de uma microempresa, aumen-

www.portaldoempreendedor.gov.br

mática crescendo, no entanto, o microempreendedor individual já enxerga oportunidade de crescimento, de ampliar o atendimento para outros municípios e de

Fonte: Lei Complementar 123/06, conhecida como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

abrir uma nova loja. Até o primeiro semes-

tar o faturamento e conquistar o mercado dentro dos padrões legais.

40

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Foto: Luiz Costa/La Imagen

“Foi difícil abrir a escola, precisei ter muita

cisou ir muito longe para ter uma boa ideia

coragem, porque o nosso público é surdo

de negócio. A sua própria experiência de

ou pessoas que têm envolvimento com sur-

vida foi o suficiente para motivá-lo a ser um

dos, como familiares, amigos, colegas de

empreendedor. Éden é surdo profundo de

trabalho e profissionais da área de saúde. É

nascença, mas em nenhum momento a falta

como abrir uma escola especializada em

da audição foi um fator limitador para ele

ensino de mandarim (idioma oficial da Chi-

investir na sua própria empresa. Pelo contrá-

na), quantas pessoas irão se interessar pelo

rio, de forma tímida, mas significativa, com o

curso?”, compara Éden Veloso, informando

seu trabalho, ele também vem ajudando a

que existem cerca de 30 mil surdos em

diminuir o preconceito, a promover a acessi-

Curitiba, 500 mil no Paraná. Já no Brasil,

bilidade ao mercado de trabalho e a aumen-

esse número é de 9 milhões.

tar a participação dos surdos como indivíduos produtivos na sociedade.

com o sócio, Valdeci Maia, também surdo. A

bras, leva mais ou menos uns três anos.

principal publicação, “Aprenda Libras com

Mas se comparar com o Português é uma

eficiência e rapidez”, volumes 1 e 2, acom-

língua menos complexa, só que é necessá-

panha um dvd com diálogos em Libras (Lín-

rio ter boa memória para aprender milha-

gua Brasileira de Sinais), e já vendeu mais

res de sinais”, avalia.

de 30 mil exemplares em todo o Brasil. O li-

“A estrutura do Português é bem diferente

gos de comunicação. Ainda no segundo semestre de 2013, a editora vai lançar os volumes 3 e 4 com outros 1,4 mil sinais.

sem limites

Conheça a emocionante história empreendedora de Éden Veloso que, mesmo sem audição, virou empresário em Curitiba

Libras você pergunta: idade você?. Por isso a dificuldade do surdo em compreender até mesmo o Português escrito. Para o surdo, a primeira língua é a Libras e a segunda é o Português”, esclarece ele.

rede de comunicação, enriquece sua ativi-

Memória

dade profissional e favorece a inclusão do

Telêmaco Borba, cidade natal de Éden, é o

surdo”, explica Éden Veloso. O livro, re-

lugar de onde o empresário tem as primei-

força ele, é fruto de muita pesquisa e foi

ras lembranças de preconceito e dificulda-

pensado para os ouvintes aprenderem Li-

des que enfrentou quase a vida inteira pela

bras mais rápido. “Reunimos materiais de

surdez. “Lembro que a professora fazia a

diferentes experiências de ensino com a

chamada e quando ela dizia o meu nome eu

língua”, afirma Éden Veloso, que é forma-

só levantava a mão, não respondia. No en-

do no curso de Licenciatura em Letras/Li-

tanto, ela insistia para que eu dissesse ‘pre-

bras pela Universidade Federal de Santa

sente’. Aí eu tentava falar, só que eu balbu-

Catarina (UFSC).

ciava a palavra e tinha uma voz estranha.

A Escola Mão Sinais começou a funcionar em 2011, no bairro do Portão, em Curitiba. A sede conta com uma estrutura de sete sa-

professora sempre me fazia passar por isso”, recorda. “As crianças não me deixavam jogar bola ou

ministram aulas de Libras. Cerca de 90%

participar das brincadeiras, me chamavam

dos funcionários da escola são surdos, e

de retardado”, completa. Um pouco mais

apenas três colaboradores são ouvintes,

velho, Éden foi morar em Curitiba com a fa-

como a auxiliar administrativo, Herica Mo-

mília e continuou os estudos até o ensino

reira, que foi a primeira aluna da Mão Sinais.

superior. Ele cursou quatro anos de Ciên-

De 2011 até agora, a escola contabiliza um

Com o seu trabalho, empresário vem ajudando a diminuir o preconceito e a promover a acessibilidade de surdos ao mercado de trabalho

Todos os alunos debochavam de mim. A

las, onde oito professores, todos surdos,

ouvintes. “Comecei a fazer o curso porque

42

pergunta: quantos anos você tem?. Já em

clusão social e o contato com a cultura

pouco mais de 250 alunos, sendo a maioria

Por Flora Guedes

da Libras, por exemplo, em português você

“O principal objetivo é colaborar com a insurda. Quem aprende Libras amplia sua

Empreendedorismo

ram, mas a maioria acaba abandonando o curso porque é difícil mesmo aprender Li-

Libras, que engloba no total mais 7 mil códi-

Éden Veloso, empresário

“Muitos familiares de surdos nos procu-

Em 2009, ele fundou a Editora Mão Sinais

vro reúne o aprendizado de 1,2 mil sinais da

Comportamento

Superação

O empresário Éden Veloso, 37 anos, não pre-

cias da Computação, mas teve que largar devido à grande dificuldade para compreender o que os professores comunicavam.

achava bonito ser intérprete de Libras.

“Eu pedia à professora para que ela falasse

Queria muito aprender a língua de sinais e,

de frente para os alunos e não olhando

com tempo, fui ficando mais apaixonada

para o quadro ou mesmo caminhando na

pela Libras e acabei me tornando colabora-

sala, para que eu pudesse fazer a leitura la-

dora da empresa”, conta Herica Moreira.

bial. Mas ela dizia que não conseguia ficar

43


Foto: Luiz Costa/La Imagen

Todos os treinamentos corporativos da or-

procurou a entidade para tirar algumas dú-

ganização são acompanhados de intérpre-

vidas sobre gestão empresarial. Acompa-

tes, caso haja a participação de surdos.

nhado de Herica Moreira, que serviu de in-

Além disso, o Grupo solicita a Mãos Sinais a

térprete

adequação de provas e questionários para

empresário falou dos planos que pretende

a Libras, que confecciona vídeos explicando as questões, passo a passo. “A situação do surdo dentro das empresas precisa ainda melhorar muito, todos devem se conscientizar que o surdo tem capacidade intelectual e potencial como qualquer ouvinte. Por isso, a necessidade de estabelecer a comunicação para entender o que

o

colocar em prática nos próximos meses. “O empreendedorismo, de fato, não tem limites. E Éden Veloso, mais que um cliente, é um exemplo de superação, de pessoa que nasceu com o empreendedorismo nas veias, um exemplo a ser seguido.” “A sua timidez é misturada com determinação e é

empresa, sem sofrer preconceitos. Não

rem adiante”, analisa Rodrigo Viana.

duação não consegue ocupar um posto de trabalho além das linhas de produção. Precisamos de mais oportunidades.”

Para o consultor do Sebrae/PR, o empresário detém um perfil empreendedor bastante forte, porque não se intimida com as adversidades. “Pelo contrário, as dificuldades o momerece reflexão. Principalmente quando

jetos. Um deles é a criação de uma Organi-

nos deparamos, frequentemente, com em-

suporte à escola, que tem planos de realizar novos trabalhos de assistência para surdos.

presários muitas vezes receosos, prestes a desistir diante dos primeiros obstáculos.”

No mês de outubro, será colocado no ar o

O empreendedorismo, para Rodrigo Viana,

novo site da Mão Sinais: haverá uma loja vir-

é um ofício árduo, mas quase sempre re-

tual para venda de livros da editora; um di-

compensador, porque torna as pessoas

parada”, conta ele. “Foi aí que minha mãe

Federal nº 8.213, de julho de 1991. Os sur-

cionário em Libras disponível para consul-

melhores. “No caso de Éden Veloso isso é

teve a ideia de comprar um gravador. Eu

dos não queriam continuar na fábrica, por-

tas; além de cursos de Libras a distância.

que estavam excluídos de tudo lá dentro.”

nítido. É um empresário que mostra essa

gravava as aulas e, à noite, ela ouvia e condesgastante, alguns professores se incomodavam com a situação, então eu tive que abandonar o curso”, lembra.

“O ambiente de trabalho precisa ser agra-

pessoas que vivem o seu mesmo proble-

ceber explicações e se sentir participante

atendeu Éden Veloso que, recentemente,

ma”, destaca o consultor do Sebrae/PR.

em todo o processo como qualquer outro funcionário. A empresa tem o dever de criar pontes de comunicação entre os em-

meiro emprego, eu era o único funcionário

pregados surdos e os ouvintes”, defende.

reuniões, mas eu nunca conseguia enten-

Inclusão social

der o teor do assunto porque eles falavam

A Escola Mão Sinais ainda presta serviços

muito rápido. Teve um dia que eu olhei em

de intérpretes e cursos de capacitação em

volta e não tinha ninguém trabalhando, eu

Libras para colaboradores de empresas em

estava sozinho. Procurei e achei todo mun-

Curitiba. É com esse trabalho, aliás, que a

do na sala de reunião. Perguntei por que

empresa consegue equilibrar as finanças,

não tinham me chamado, eles disseram

já que a escola sozinha não se mantém. A

que eu não entendia, então não precisava

Volvo, Bosch, Grupo Boticário, Maxipas,

estar lá. Senti-me muito ofendido e acabei

New Holland e Risotolândia são algumas

pedindo as contas”, desabafa.

das organizações que já solicitaram os ser-

O seguro de saúde Maxipas, por exemplo,

primeiro na igreja que frequentava, depois

possui 15 funcionários que dominam a Li-

em escolas especiais, até que começou a

bras para atender de forma adequada o

ser chamado para ensinar dentro de fábri-

cliente surdo. Já o Grupo Boticário é a em-

cas de Curitiba. “Fui dar aulas para funcio-

presa paranaense que mais avançou no tra-

nários de uma empresa que tinha contrata-

balho de inclusão social dos funcionários

do 30 surdos para cumprir a lei de cotas - Lei

surdos, na opinião de Éden Veloso.

O Sebrae/PR dispõe de games empresariais como o Teste do Perfil Empreendedor (www.perfildoempreendedor.com.br). A ideia é que os visitantes respondam um questionário-padrão, com 20 perguntas, e verifiquem se têm tino empresarial. Com o teste, os empreendedores saberão se possuem ou não algumas características consideradas necessárias para conduzir, de forma eficaz, a gestão de uma pequena empresa. Além de games, o Portal do Sebrae/PR (www.sebraepr.com.br) traz conteúdos e informações de fácil compreensão e úteis para quem quer ser empresário e para quem já é.

Saiba mais

viços da Mão Sinais.

autônomo e começou a dar aulas de Libras,

No que o Sebrae/PR pode ajudar

quando sai para trabalhar e ajudar outras

Rodrigo Melo Viana, consultor do Sebrae/PR,

em duas fábricas em Curitiba. “No meu pri-

Foi quando Éden resolveu trabalhar como

vontade de empreender todos os dias,

dável também para o surdo, ele precisa re-

Antes de abrir a Mão Sinais, Éden trabalhou

surdo da fábrica. Lembro que eles faziam

Exemplo de superação

Foto: Rodolfo/La Imagen

tava para mim. Só que foi ficando muito

Cerca de 90% dos funcionários da escola de Éden Veloso são surdos, e apenas três colaboradores são ouvintes

tivam a sempre fazer mais. É um caso que

Para o futuro, a Mãos Sinais tem vários prozação Não-Governamental (ONG) para dar

44

consultoria,

isso que faz seus empreendimentos segui-

rar para atendê-lo. Hoje, um surdo com gra-

Hoje, um surdo com graduação não consegue ocupar um posto de trabalho além das linhas de produção

a

lhe é solicitado e poder crescer também na adianta contratar um surdo sem se prepa-

Éden Veloso e Valdeci Maia

durante

Quer saber mais sobre a escola de Éden Veloso, empresário personagem desta reportagem? Acesse o site: www.maosinais.com.br.

Rodrigo Melo Viana, consultor do Sebrae/PR 45


zo de dez anos para pagar). Sei que não terí-

apontada como vilã contra o crescimento

amos feito esta aquisição sem o intermédio

de micro e pequenas empresas no Brasil,

da GarantiOeste”, constata Michel.

não precisa mais ser vista como problema sem solução pelos empreendedores do Paraná. O Estado vem se consolidando, nos últimos anos, como referência na implantação e administração das chamadas Socieda-

Foto: Helen Marques e Maurício Lehmkuhl - malmal/Olhares Studio Fotográfico

des de Garantia de Crédito (SGC).

Serviço

Garantia

A dificuldade para a obtenção de crédito,

A empresa possui quatro funcionários e a intenção é ampliar as atividades. “Para isso, estamos estudando fazer um empréstimo de capital de giro por meio da SGC. Empresas pequenas precisam desse incentivo para se desenvolver. Queremos aproveitar as

As SGC, que têm o apoio do Sebrae Nacio-

oportunidades do mercado e não podemos

nal em todo o País, estão presentes tam-

perder tempo”, pontua o jovem empresário.

bém nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Minas Gerais, mas no Paraná encontraram ambiente ideal para se desenvolver e prosperar. Hoje, o Estado possui três SGC espalhadas em pontos estratégicos do território paranaense, em pleno funcionamento, e outras duas socieda-

50 anos e oferece um fundo garantidor, que permite segurança para que as instituições

Juntas, a Noroeste Garantias, com sede em

a Serviços Financeiros do Sebrae/PR, Flávio

trão, viabilizaram quase R$ 15 milhões em

presas. O coordenador estadual de Acesso Locatelli, diz que o formato brasileiro, vai além disso e tem foco na orientação.

crédito somente no Paraná. Outro dado

“Não fornecemos apenas garantia, mas

que chama a atenção: as três SGC paranaen-

também o que chamamos de crédito orien-

ses em operação acumulam mais de 719

tado aos empreendedores e empresários

empresas associadas, o que representa

do Paraná, ou seja, damos assistência para

54% do total de empreendedores atendi-

que os interessados em crédito empresarial

dos por SGC em todo o País. A demanda pa-

identifiquem se realmente precisam do em-

ranaense tende a crescer ainda mais com a

préstimo e acompanhamos as empresas

implantação de duas novas SGC, uma em

para que façam o devido proveito, evitando

Guarapuava e outra em Londrina.

que o crédito se transforme em dívida.”

Comuns na Europa, as SGC visam aproximar

Flávio Locatelli atribui os bons números à

as empresas de pequeno porte associadas e

parceria firmada no Estado com a Federação

as instituições bancárias, facilitando, com

das Associações Comerciais e Empresariais

esse contato, a liberação de financiamen-

do Paraná (Faciap) e ao convênio com as Co-

tos, por meio de convênios com agentes fi-

operativas de Crédito do Brasil (Sicoob), a

nanceiros e associações comerciais. As SGC

Agência de Fomento do Paraná (Fomento

O empresário às vezes tem o perfil empreendedor, porém, esbarra na dificuldade do acesso ao crédito para desenvolver seus negócios

funcionam como avalistas das micro e pequenas empresas nas operações de crédito. Os empresários Alceu Irineu e Michel Becker, pai e filho, da Becker Locações Ltda., microempresa instalada em Toledo, no oes-

Foto: La Imagen

crescer

ração o modelo italiano, que já tem mais de

financeiras façam empréstimos para em-

do; e a GarantiSudoeste, em Francisco Bel-

Crédito para

A experiência paranaense teve como inspi-

des garantidoras em início de operação.

Maringá; a GarantiOeste, instalada em Tole-

Alceu e Michel Becker, pai e filho empresários

Inspiração

te do Paraná, não perderam a oportunidade de crescer com a ajuda das SGC. Os Becker associaram-se, assim que puderam, à GarantiOeste. Eles trabalham há 11 anos no ramo de locação de equipamentos para a construção civil e planejavam comprar uma

Sociedades garantidoras se consolidam no Paraná e tornam realidade sonho de empresários que buscam financiamento para investir

máquina empilhadeira. “Esse sempre foi um pedido dos nossos clientes, mas o valor era muito alto”, lembra Michel Becker. A solução veio após conheceram o trabalho das SGC. “Conseguimos emprestar R$ 93 mil em recursos do BRDE (Banco Regional de

Por Francielle Colpani

46

Desenvolvimento do Extremo Sul), a juros bastante acessíveis (de 3,5% ao ano com pra-

Flávio Locatelli, consultor do Sebrae/PR 47


Números consolidados GarantiSerra

Região atendida

Serra Gaúcha

tos, totalizando R$ 12,4 milhões. Os recur-

de pequeno porte, já que diminuem os ris-

sos podem ser utilizados para capital de

cos para o agente financeiro.

giro ou investimentos. “A SGC é um instru-

Noroeste Garantias

GarantiOeste

Noroeste Paraná

Oeste Paraná

SGC Sudoeste

Garantia dos Vales

Sudoeste Paraná

Leste Minas Gerais

Acumulado desde a Acumulado fundação desde a fundação

mento essencial para democratização do

Facilidade

crédito. Sem ela, a maioria das empresas

Para a empresária Leonir de Morais, pro-

que são nossas clientes não obteria um financiamento”, diz Odanir Guerra, diretor-

595

64

617

38

24

1.338

importante ter o apoio de uma SGC. Ela

“O empresário às vezes tem o perfil empre-

está ramo da confecção de uniformes, há

acesso ao crédito para desenvolver seus negócios”, assinala Guerra. Ele acredita que a garantia possa reduzir algo entre 30% e

Garantias solicitadas

1.114

109

681

40

14

1.958

40% do preço das linhas de crédito. Ao orientarem os associados sobre a contrata-

Garantias concedidas

701

44

468

38

5

1.256

% concedidas/solicitadas

63%

40%

69%

95%

36%

64%

Valor das operações (R$)*

R$ 28.741

R$ 1,501

R$ 12.435

R$ 943

R$ 300

R$ 43.920

Tíquete médio das operações (R$)*

R$ 41

R$ 34

R$ 27

R$ 25

R$ 60

R$ 35

Valor da garantias (R$)*

R$ 17.113

R$ 1.099

R$ 9.435

R$ 707

R$ 240

R$ 28.593

Tíquete médio das garantias (R$)*

R$ 24

R$ 25

R$ 20

R$ 19

R$ 48

R$ 23

Nova Esperança, no norte paranaense, foi

-executivo da GarantiOeste.

endedor, porém, esbarra na dificuldade do

Números de associados

prietária da L. R. Leopoldino De Morais, de

dois anos, e não é por acaso que está prosperando. Com determinação e foco, Leonir investiu muita energia no desenvolvimento de sua microempresa. Atualmente, ela possui uma funcionária e fornece uniformes para Curitiba, Cidade Gaúcha e Loanda.

ção do crédito e ao fornecerem carta de

Com o aumento da demanda, a empreende-

aval para essas operações, as SGC viabili-

dora percebeu que poderia crescer e decidiu

zam o acesso pelo empresário do segmento

procurar crédito para investir em maquiná-

SGC contabilizadas nas estatísticas 2013

* Valores Milhares

Paraná) e o Banco Regional de Desenvolvi-

do Brasil iniciou suas atividades em 2004”,

mento do Extremo Sul (BRDE), que passa-

destaca Flávio Locatelli.

ram a operar com as SGC paranaenses.

As SGC viabilizam o acesso ao crédito para os empresários de pequenas empresas, já que diminuem os riscos para o agente financeiro

presas em todo o Brasil aderiram às SGC. O

penho sem o apoio das associações comer-

maior crescimento no número de adesões

ciais e das instituições financeiras consoli-

foi registrado na paranaense GarantiOeste,

dadas hoje no Estado. Os dois bancos de

que atende a região oeste do Estado. A uni-

desenvolvimento que atuam no Paraná, o

dade foi responsável por 73% do total de

BRDE e a Fomento Paraná, propiciaram, in-

novas empresas associadas e ultrapassou a

GarantiOeste

clusive, acesso dos empresários a recursos

pioneira do País, a GarantiSerra, do Rio Grande do Sul.

(Toledo - PR)

do BNDES para micro e pequenas empresas. Isso é um grande diferencial”, lembra o

“A GarantiOeste possui abrangência dife-

coordenador.

renciada porque, além de ter representan-

Desde que começaram a operar no Brasil, as SGC já foram responsáveis pela liberação de mais de R$ 43 milhões em crédito, sendo R$ 14,8 milhões somente no Paraná. “É um dado que chama a atenção porque a primei-

48

Do início do ano até agora, 176 novas em-

“Nós não conseguiríamos esse bom desem-

O sucesso da GarantiOeste

Desde que começaram a operar no Brasil, as SGC já liberaram mais de R$ 43 milhões em crédito, sendo R$ 14,8 milhões somente no Paraná

tes em Toledo, também possui dois pontos de atendimento, um em Foz do Iguaçu e

Noroeste Garantia (Maringá - PR)

GarantiSudoeste GarantiSerra

com o apoio das associações comerciais e

(Caxias do Sul - RS)

empresariais da região, o que a torna uma detalha Flávio Locatelli.

ra Sociedade Garantidora de Crédito do Es-

A GarantiOeste reúne 660 empresários as-

tado foi implantada em 2009 e a primeira

sociados e já distribuiu 474 cartas de crédi-

PR

(Francisco Beltrão - PR)

outro em Cascavel. Toda a estrutura conta

instituição de peso e representatividade”,

MG

Garantias dos Vales

SC RS

(Governador Valadares - MG)

49


rio. “Eu gosto de andar com minhas próprias pernas, por isso nunca procurei fiador. Tive conta em outro banco que nunca liberou financiamento com a desculpa de que eu não tinha bens que pudesse dar como garantia para o empréstimo”, diz Leonir. O problema acabou quando a empresária pediu o apoio da Noroeste Garantias. “Foi a

As SGC paranaenses não oferecem apenas garantia, mas também crédito orientado aos empreendedores e empresários

melhor saída para mim. O processo foi muito rápido e não durou mais do que 20 dias. Emprestei R$ 10 mil e consegui comprar uma máquina para fazer bordado industrial que faltava para impulsionar o meu empreendimento. Acho que essa é a melhor saída para as micro e pequenas empresas.”

Crescimento

Planos futuros Além das três unidades já implantadas no Estado, outras duas estão em fase pré-operacional. São elas a GarantiNorte, em Londrina; e a SGC Centro-Sul, em Guarapuava. “Os convênios com os bancos já estão sendo formalizados e a expectativa é de que até o final do ano as duas novas garantidoras estejam funcionando”, antecipa o coordenador do Sebrae/PR, Flávio Locatelli. Curitiba, Região Metropolitana e o litoral do Paraná também devem receber suas SGC, em âmbito regional, como as demais em funcionamento no Estado, mas ainda não há data prevista para implantação. O processo ainda está em articulação.

O empreendedor Pedro Stella é outro exemplo de empresário beneficiado com as SGC. Ele pagou, em agosto, a última parcela do empréstimo que fez para investir na melhoria da frota que faz o transporte das calhas produzidas pela empresa dele, na cidade de Francisco Beltrão, região sudoeste. Ele é proprietário

No que o Sebrae/PR pode ajudar

da Funibel Funilaria Beltrão Ltda. e quando começou a trabalhar no ramo, há 30 anos, não esperava que um dia pudesse ser dono do próprio negócio.

Foto: Helen Marques e Maurício Lehmkuhl - malmal/Olhares Studio Fotográfico

“Entrei na área de funilaria porque soube que precisavam de alguém que produzisse calhas. Eu não sabia fazer esse serviço, mas precisava de dinheiro e por isso quis tentar”, conta o empresário que, para fazer o primeiro pedido, emprestou alguns equipamentos de amigos. Pedro Stella, que cursou a escola apenas até a 4ª série, descobriu que levava jeito para coisa e, depois de algum tempo, abriu sua empresa. “Hoje colho os frutos de tanto trabalho, mas sem nunca esquecer do passado. No começo, precisei da ajuda de amigos e por isso quando alguém pede meus equipamentos emprestados eu nunca nego”, recorda Pedro Stella.

endedor sabe que é preciso sempre investir isso, há cerca de três anos, ele procurou bancos para obter um empréstimo. “Depois de tentar a liberação de crédito em várias instituições, soube da existência das SGC. O contato com a GarantiSudoeste foi rápido. Fizeram uma avaliação na minha empresa e viram que minhas contas e minha documentação estavam em dia. Eles me ajudaram a conseguir um empréstimo de R$ 20 mil. Investi o dinheiro e já consegui

50

Saiba mais

Mesmo com o sucesso nos negócios, o emprepara que a empresa continue a prosperar. Por

Michel Becker, com carta de crédito do BRDE

O Sebrae/PR tem escritórios nas regiões do Estado aonde estão localizadas as SGC em operação e também nas aonde entrarão em funcionamento. A entidade apoia a proposta e auxilia os empresários no processo de associação junto às SGC. O Sebrae/PR não empresta dinheiro, mas ajuda os empresários a analisarem suas finanças e, em caso de necessidade de financiamento, a formular um plano de negócio para a obtenção de crédito a juros baixos. Empresas com dificuldade de acesso ao crédito e que solicitam a garantia junto às SGC têm apoio do Sebrae/PR através de consultoria especializada, possibilitando melhoria na gestão dos pequenos negócios.

converter o valor em lucro”, afirma o empresário, que, no período do contrato, registrou crescimento médio de 20% da empresa.

Quer saber mais sobre o funcionamento das SGC e suas vantagens? Acesse: www.sociedadegarantiacrédito.com.br. O Portal das SGC contém informações e fornece serviços de interesse dos pequenos negócios. O ambiente digital também disponibiliza conteúdo de interesse de instituições financeiras, formuladores de políticas públicas e estudiosos das estratégias para a ampliação do acesso ao crédito pelos pequenos negócios no Brasil.


Serviço

Sistema S

O Sistema S está por toda parte. No Paraná, ele é formado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac); Serviço Social da Indústria (Sesi); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Social do Transporte (Sest); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).

O Sebrae/PR - Serviço de Apoio às Micro e Pe-

Micro e Pequena Empresa, legislação em favor

quenas Empresas do Paraná - é uma organiza-

dos pequenos negócios.

ção criada na década de 1970, para dar apoio a

A missão do Sistema S é preparar as pessoas para o mercado de trabalho, cuidar da saúde e da qualidade de vida dos trabalhadores, apoiar as empresas com soluções tecnológicas inovadoras e estimular o empreendedorismo. Por isso, investe continuamente em infraestrutura e na melhoria de suas equipes e processos para atender com qualidade as empresas e os trabalhadores. Além disso, as instituições desenvolvem ações de responsabilidade social e ambiental que provocam impacto positivo em toda a comunidade.

empreendedores,

Conheça, nas próximas páginas, um pouco mais sobre a atuação dessas instituições que somam com os paranaenses. Afinal, S é plural.

empresários,

potenciais

empresários e produtores rurais. Com seis regionais - em Cascavel, Curitiba, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa - e 11 escritórios, a entidade chega aos 399 muni-

Foto: Sebrae

ne num só local oportunidades de negócios, conhecimento e inovação. Na última edição, mais de 17 mil visitantes. O Programa Educação Empreendedora e as

itinerante, pontos de atendimento e de parcei-

Sociedades de Garantia de Crédito (SGC), pro-

ros, como associações comerciais, sindicatos,

jetos de destaque do Sebrae/PR, se consoli-

cooperativas, órgãos públicos e privados.

dam ano após ano.

São cursos, palestras, orientações, capacita-

O Programa Educação Empreendedora, para

ções, treinamentos, projetos e programas em:

levar a cultura empreendedora nas escolas do

Desenvolvimento de empreendedores; Impul-

Paraná, fechou 2012 com o envolvimento de

so a empresas avançadas; Competitividade

mais de 53.000 alunos de 209 escolas públicas

setorial; Promoção de ambiente favorável

e capacitação de mais de 2.500 professores.

so ao crédito; Acesso ao mercado; Parcerias

O Sebrae/PR avança ainda na questão do crédi-

internacionais; Redes de cooperação; Forma-

to, com a criação de sociedades de garantia, as

ção de líderes.

SGC, para dar suporte às empresas de peque-

O Sebrae/PR tem batido constantemente a marca de 100.000 empresas atendidas por ano. A atuação do Sebrae/PR pode ser também avaliada pelo nível de satisfação dos em-

S de plural

‘marca registrada’ do Sebrae/PR. O evento reú-

cípios paranaenses por meio de atendimento

para os negócios; Tecnologia e inovação; Aces-

Micro e pequenas empresas encontram no Sebrae a solução que procuram em diversas linhas de ação

A Feira do Empreendedor, bianual, é também

no porte que sempre precisam de aval para a obtenção de linhas de financiamento. O Paraná, com suas cinco sociedades garantidoras, é hoje referência no assunto, sobretudo pela

preendedores atendidos, que atribuíram nota

qualidade dos serviços oferecidos.

9,5 aos serviços prestados.

A missão do Sebrae/PR é tornar realidade o

O Sebrae/PR trabalha com empreendedoris-

sonho de pessoas que querem ser donas do

mo, agronegócios, comércio varejista, constru-

próprio negócio e promover o desenvolvimen-

ção civil, tecnologia da informação, turismo,

to por meio do empreendedorismo e de pe-

vestuário. Assim como estimula a Lei Geral da

quenos negócios sustentáveis.

Sistema que representa setor produtivo está presente no comércio, indústria, agricultura, cooperativismo, transporte e nas pequenas empresas

52

53


ração, que tem sua base na produção e dis-

O Sescoop tem sido um instrumento fun-

tribuição das riquezas.

damental para a modernização do cooperado setor. No Paraná, os investimentos do

cidadão e de plateias: 1.283 crianças na

Serviço S foram a base do processo de me-

Educação Infantil; 16.404 alunos em cursos

lhoria de gestão e de prestação de serviços

de complementação curricular e atualiza-

vismo. Implantado no Paraná em 21 de se-

das cooperativas.

ção profissional; 2.470 alunos na Educação

tembro de 1999, tem sede em Curitiba e

O trabalho de desenvolvimento humano e

atualmente possui 236 pontos de apoio

de autogestão ganhou força, o que trouxe

nas cooperativas. Sua atuação é voltada a

mais assertividade ao planejamento estra-

organizar, administrar e executar as ativi-

tégico e aos treinamentos, que passaram a

diferencial desse setor, cujo trabalho é realizado com o suporte do Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperati-

O cooperativismo é um sistema socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social, tanto na cidade como no campo. Seus referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade, independência e autonomia. A preocupação com a cidadania, com o meio ambiente e com o qualidade de vida das pessoas faz parte da cultura da coope-

dades de formação profissional e promoção social de cooperados, funcionários e familiares. Também promove ações de monitoramento e aprimoramento da gestão

Dessa forma, o Sescoop está proporcionando o acesso à qualificação profissional, com

Foto: Sicredi

difusão de informação e conhecimento para

PCG; e 7.796 alunos de cursos de artes. O Sesc tem ainda como prioridade o desenvolvimento de ações educativas e preventiHá mais de seis décadas o Sesc Paraná de-

vas para estimular hábitos voltados à saú-

perativas e seus cooperados.

senvolve ações voltadas para a formação

de. Colabora para a melhoria da qualidade

do ser humano, promovendo bem-estar so-

de vida da população e tem a missão de

cial na vida da família comerciária e de fun-

impulsionar a responsabilidade social e

cionários das empresas que atuam na área

empresarial: 40 consultórios odontológi-

do comércio de bens, serviços e turismo.

cos e 131.581 consultas atendidas; 534

aulas e investimentos da ordem de R$ 18,88 milhões.

Uma das características básicas do trabalho

postos de orientação e informação e 582 campanhas sobre cuidados com a saúde;

milhares de pessoas. Ao mesmo tempo, tem

Dentre os principais eventos realizados,

procurado fornecer ferramentas que auxi-

podemos enumerar o Cooperjovem, envol-

liam o setor a alcançar maior eficiência na

vendo 14 cooperativas, 10 mil alunos, 414

prestação de serviços para 900 mil coopera-

professores em 53 municípios; o Jovemco-

dos no Paraná. Esse conjunto de fatores

op, evento anual com a presença de 350

Desde sua instalação, o Sesc PR já realizou

está impulsionando o crescimento do siste-

jovens lideranças cooperativistas; o Elicoop

mais de 5,3 milhões de credenciais de co-

ma cooperativista, contribuindo para uma

Feminino, encontro anual de 200 lideranças

merciários e dependentes, gerando 642

mudança no perfil do setor no Estado.

femininas do cooperativismo; Intercâmbio

milhões de atendimentos, através das suas

Entre os eventos organizados pelo Sescoop no

Cultural – festival de apresentações cultu-

36 unidades de serviço, hotel e sede admi-

musculação e iniciação esportiva; e 16.584

rais dos talentos das cooperativas, partici-

nistrativa. Disponibiliza espaços como res-

hóspedes no Hotel Sesc Caiobá.

pação de 700 pessoas; Ação Cooperativa –

taurantes, lanchonetes e teatros, com ali-

e fóruns especializados. Destaque para a re-

mobilização de 38 mil estudantes nas redes

mentação de qualidade e variedade de

alização de 44 cursos de pós-graduação em

de ensino público e particular e também

atrações culturais.

parceria com renomadas instituições de en-

das APAE para difundir o cooperativismo e

sino superior. Também, por meio de um pro-

a cultura da cooperação; Jovem Aprendiz –

grama de formação internacional, lideran-

participação de 25 cooperativas com a pre-

ças

sença de 907 jovens em 38 cursos; e o Encon-

encontros, dias de campo, reuniões técnicas

cooperativistas

paranaenses

estão

O Sesc oferta em suas unidades diversas atividades físicas e recreativas e realiza eventos em todo o Paraná: 171 torneios e campeonatos com a participação de 49.049 pessoas; 30.280 inscritos em ginástica,

A estrutura do Sesc no Paraná compreende 36 pontos de atendimento, hotel em Caiobá, Escola Sesc São José, duas unidades

A instituição oferece atividades educacio-

móveis de odontologia, o OdontoSesc, e

nais para todas as faixas etárias e oferece

três bibliotecas móveis, com acervo de 3

bolsas de estudo gratuitas, pelo Progra-

mil livros, o BiblioSesc.

ma de Comprometimento e Gratuidade

Em 2012, o programa Justiça no Bairro Sesc

aproximadamente 2 mil lideranças cooperativistas, em Curitiba, com a presença de au-

mento

toridades municipais, estaduais e federais

Também promove ações culturais funda-

lizou mais de 118 mil atendimentos de cida-

de avaliação das atividades do exercício.

mentais para a formação do indivíduo, do

dania à população de baixa renda. A

atuação

com

Mesa Brasil; e 248 grupos de convivência.

tes que estão favorecendo o aperfeiçoacom

Cooperativistas,

cação, cultura, lazer, esporte e ação social.

(PCG) - ferramenta de transformação social e de cidadania.

presentados. E o OdontoSesc atendeu 1.793 pessoas em oito municípios de baixo IDH, com 16.599 consultas gratuitas.

129.072 pessoas atendidas no Programa

tros países, coletando subsídios importanprofissionais

de

te nas atividades das áreas de saúde, edu-

tro

de

Estadual

do Sesc Paraná é a ação educativa, presen-

participando de missões de estudos em ou-

estratégica nas cooperativas.

54

no Médio; 5,6 mil bolsas gratuitas pelo

nança e na profissionalização junto às coo-

com 144.445 participações, 67.146 horas/

Campanha do Agasalho, realizada em parceria com o GRPCOM, arrecadou em 2012, 124.435 peças de roupas e cobertores, beneficiando 177 instituições sociais. A 24ª edição do Sesc Triathlon Circuito Nacional Etapa Caiobá teve a participação de 1.033 atletas. A sexta edição da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, contou com 1.641 atletas de sete países. No Circuito de Caminhada e Corrida de Rua, realizado em 19 cidades do Paraná, a participação foi de mais de 25 mil pessoas. A 31ª Semana Literária & Feira do Livro, em 21 cidades do Paraná, com a comercialização de mais de 40 mil livros e atendeu 220 mil pessoas. A 34ª edição da Mostra de Música Cidade Canção (Femucic), em Maringá, teve 18 estados re-

de Jovens e Adultos, Alfabetização e Ensi-

ter forte foco em boas práticas de gover-

Em 2012, foram realizados 4.999 eventos,

das cooperativas.

Paraná estão cursos, seminários, workshops,

O Sescoop tem sido um instrumento fundamental para a modernização do cooperativismo no Paraná

tivismo e a ampliação da competitividade

Foto: Acervo Sesc

O investimento no capital humano é outro

Cidadão, parceria entre o Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e o Poder Judiciário, rea-

Sesc PR está comprometido com a educação do trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo e de seus familiares

55


Além disso, o Sesi oferta também educação infantil, fundamental, educação contiEm quatro anos de funcionamento, o Pro-

com suas 36 unidades de educação profis-

grama Senac de Gratuidade (PSG) já quali-

sional e chega a todos os municípios com

ficou mais de 43 mil pessoas de renda bai-

suas três unidades móveis e cursos a dis-

xa. Em 2012, a instituição destinou ao

tância. A conexão entre teoria e prática é

programa 45% de sua receita líquida ad-

garantida em suas 28 empresas pedagógi-

vinda da contribuição compulsória, cerca

cas, nas quais os alunos vivenciam o dia a

de R$ 34,7 milhões.

dia da ocupação. Para ampliar o número de pessoas benefi-

O Sesi oferece consultoria para que as indústrias desenvolvam programas de Responsabilidade Social Corporativa. Também promove diretamente ações de responsabilidade social gerando impacto significativo e promovendo inclusão social em comu-

A aprendizagem faz parte das ações de gra-

nidades mais carentes, especialmente nos O Sesi no Paraná apoia as indústrias em

sional não têm custo algum, tanto para os

ações que promovem a saúde e a qualidade

aprendizes, quanto para as empresas con-

de vida dos trabalhadores e suas famílias. A

tribuintes da instituição. Dos recursos des-

sua atuação destacou o Estado como líder

tinados ao PSG, R$ 15,9 milhões foram re-

brasileiro em número de trabalhadores

passados à aprendizagem comercial e

atendidos em programas integrados de

contribuíram para qualificar 6.073 jovens.

Saúde e Segurança no Trabalho em 2012.

destinada ao ensino profissionalizante,

Com um portfólio de 850 cursos, o Senac

atendidas em serviços de qualidade, resul-

Podemos Paraná articulou mais de 500

bem como o número de vagas.

oferta cursos técnicos, livres, capacitação e

tado 47% superior à meta estabelecida.

ações nos municípios com maior dificulda-

ciadas e também a qualidade nos atendimentos, o Senac investe continuamente em seus ambientes pedagógicos e equipamentos. Nos últimos quatro anos, nove escolas foram inauguradas. Juntamente às outras dez obras em andamento, as novas unidades vão ampliar em 77% a estrutura

Foto: Ivo Lima

56

ção de Jovens e Adultos.

tuidade. Os cursos de qualificação profis-

O ingresso do Senac como uma das instituições ofertantes de cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) veio somar aos cursos já

de aperfeiçoamento, bem como ações extensivas à educação profissional, tais como palestras sobre empregabilidade e os tradicionais festivais gastronômicos.

Foram aproximadamente 576 mil pessoas

O trabalhador da indústria também tem acesso ao Cartão Sesi, ferramenta de gestão de benefícios sociais que subsidia serviços odontológicos, compras em farmácias,

ofertados no Programa Senac de Gratuida-

A aprendizagem é a raiz do Sistema S, cria-

supermercados, livrarias e papelarias, além

de (PSG). Direcionadas à população de bai-

do na década de 1940 para assistir os fi-

de desconto em cinema e teatro. São ofere-

xa renda, tais ações reforçam o papel do

lhos dos colaboradores das empresas. O

cidas também ações de cultura, esporte e

Senac como importante agente de inclusão

Senac inovou esse programa já consolida-

lazer aos industriários e suas famílias.

e desenvolvimento socioeconômico e con-

do e passou a ofertar cursos de aprendiza-

firmam seu compromisso para a melhoria

gem comercial na modalidade a distância,

da educação do Estado.

Curso de cozinheiro gratuito, realizado no Senac Curitiba

nuada - presencial e a distância - e Educa-

levando seus benefícios sociais a municí-

Foto: Gilson Abreu

Há mais de 65 anos o Senac Paraná se dedica a preparar pessoas para o trabalho, em sintonia com a evolução do comércio. Cada um dos 4,9 milhões de certificados já emitidos compõe a trajetória da instituição, que se mistura à história de vida dos milhares de paranaenses que passaram por suas salas de aula. Em 2012, por exemplo, o Senac registrou mais de 99 mil atendimentos em cursos e atividades de educação profissionalizante.

A instituição marca sua presença no Estado

Na área de educação, o Sesi no Paraná responde pela maior rede privada de ensino

municípios com baixo IDH. Um exemplo é a articulação do Movimento Nós Podemos Paraná que estimula o comprometimento voluntário de pessoas, instituições e indústrias para trabalhar em prol dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Em 2012, o Movimento Nós

de no atingimento dos ODM, impactando em torno de 81 mil pessoas. Outras iniciativas de Responsabilidade Social são a Ação

Lançamento do Programa Cuide-se + em Londrina

Global e o Esporte e Cidadania, eventos realizados em parceria com a Rede Globo, organizações privadas, públicas e o tercei-

estresse; prevenção de doenças crônicas;

ro setor.

alimentação saudável; prevenção do cân-

O Sesi integra o Sistema Federação das In-

cer; prevenção de doenças sexualmente

dústrias do Paraná, também formado pelo

transmissíveis; prevenção ao uso de álcool

Senai, IEL e Fiep.

e outras drogas. Melhorando a qualidade de vida do trabalhador, a iniciativa contri-

médio do Estado, a rede de Colégios Sesi.

Uma das principais iniciativas do Sesi no Pa-

Com metodologia diferenciada, forma jo-

raná, no ano que passou, para promover a

vens com visão empreendedora e capacida-

saúde e o bem-estar do trabalhador da in-

competitividade industrial. O ex-jogador

bui para o aumento da produtividade e da

Com o Pronatec, foram beneficiadas 5.509

pios onde não há unidades da instituição.

pessoas em 2012, que participaram das

A experiência, inédita no Estado e Brasil,

aulas de forma totalmente gratuita e ain-

tem sido tão bem-sucedida que o Senac

de de liderança. Alia o ensino regular ao

dústria foi o lançamento do Programa Cui-

da seleção brasileira Walter Casagrande Jr.

da receberam uma assistência estudantil

Paraná assumiu o compromisso de desen-

ensino profissionalizante por meio de cur-

de-se +. O Programa é pautado em oito ei-

participou do lançamento do Programa em

para auxílio nas despesas com transporte

volver a aprendizagem a distância em todo

sos técnicos do Senai, preparando o jovem

xos: estímulo a atividades físicas; prevenção

várias cidades do Paraná, contando sua ex-

e alimentação.

o território nacional.

para ingressar no mercado de trabalho.

de acidentes de trabalho; prevenção do

periência de superação das drogas.

57


O Senar-PR incentiva o aprendizado, a bus-

O Programa Mulher Atual atua no desenvolvimento humano, social, econômico e politico da mulher. Com conteúdo diferenciado, onde são abordados aspectos culturais, emocionais, sociais e profissionais, o curso promove um despertar diferenciado mostrando para a mulher do campo que ela pode fazer a diferença na administração da propriedade em relação à gestão, à parte operacional e à tecnologia.

ca por novas formas de renda, a adoção de novas técnicas e o aproveitamento da força de trabalho familiar e melhoria da qualidamantém Centros Nacionais de Tecnologia

educação superior. Integram as Faculdades

de de vida. Sempre priorizando a saúde, a

nas mais diversas áreas de atuação indus-

da Indústria a antiga Famec e mais sete fa-

segurança do trabalhador rural e a preser-

trial. No Programa Ações Móveis, 10 unida-

culdades Senai.

vação ambiental. Em todos os seus cursos,

Estado para levar educação profissional a todos os lugares em 10 áreas de atuação.

difunde a ideia de uma agricultura susten-

O Senai integra o Sistema Federação das

tável como forma de desenvolvimento.

Indústrias do Paraná também formado

Para que as ações e estratégias alcancem

pelo Sesi, IEL e Fiep.

e do governo do Paraná Pronatec, conside-

O Senai do Paraná lidera, ao lado do Rio

Em março de 2013 o Senai completou 70

rada a maior iniciativa já tomada para am-

Grande do Sul, a carteira de projetos de

ses, de uma forma ou de outra, o Senar-PR

belece uma série de parcerias com institui-

anos de atuação no Paraná, consolidando-

pliar a oferta de educação profissional. São

inovação industrial no País (pesquisa apli-

está presente mobilizando, treinando e

ções públicas e privadas que compartilhem

-se como referência em educação profissio-

cursos técnicos para alunos de ensino mé-

cada), no Programa de Inovação para a In-

capacitando nossa gente. Há 20 anos o Se-

da mesma visão.

nal e soluções tecnológicas para a indústria.

dio de escolas públicas e cursos de qualifi-

dústria do Senai nacional. Já foram desen-

nar-PR tem investido na formação profis-

Em 2012, foram investidos R$ 121 milhões

cação para públicos que atendem aos crité-

volvidos 35 projetos em empresas de

sional do homem do campo, transforman-

em educação profissional e mais de R$ 18

rios do programa: estudantes do ensino

portes e áreas variadas. O atendimento às

do a realidade social da família rural e

milhões em tecnologia e inovação.

médio de escolas públicas, trabalhadores

empresas se dá também por meio de 14 la-

contribuindo para o desenvolvimento do

beneficiários do programa Bolsa Família,

boratórios que oferecem trabalhos com-

setor agropecuário.

trabalhadores que recebem o seguro de-

plementares entre si.

Entre seus objetivos estão a profissionali-

O Senai possui o maior complexo de Educação Profissional e Tecnológica e de Tecno-

semprego e grupos específicos, como sol-

logia Industrial e Inovação do Paraná. Tem

Foto: Gilson Abreu

50 unidades de atendimento no Paraná e

dados das Forças Armadas. Todos os cursos

A rede oferta serviços de calibração e en-

são gratuitos para o aluno, que ainda rece-

saios em diferentes áreas tecnológicas. No

be alimentação e transporte.

Paraná, os laboratórios concentram-se em

Em 2012, o Senai no Paraná destinou 60,5% de sua receita líquida de contribuição geral (o que equivale a R$ 70 milhões) para cursos gratuitos, superando a meta nacional de gratuidade, fixada em 59%. Isso permitiu efetivar 21.115 matrículas gratuitas em formação inicial e continuada e 207.866 ma-

Senai é referência em educação profissional

58

sete áreas: Madeira e Mobiliário, Construção Civil, Alimentos e Bebidas, Celulose e

Em cada um dos 399 municípios paranaen-

maior número de pessoas, o Senar-PR esta-

zação dos trabalhadores rurais e a sua integração à sociedade, além da melhoria da qualidade de vida e o exercício da cidadania para a formação de um cidadão pleno, produtivo e participativo.

Seja por meio de suas 13 regionais, ou, por meio de parceiros, como os 184 sindicatos rurais, o Senar-PR conduz seus projetos com profissionalismo e eficiência. Na Promoção Social um dos destaques do Senar-PR é o Agrinho, um dos maiores programas de responsabilidade social do Paraná. Idealizado em 1995, é voltado a despertar a cidadania em alunos do Ensino Infantil, Fundamental e da Educação Especial, além de fomentar o segmento agrope-

Papel, Meio Ambiente, Metalmecânica,

Suas ações buscam transformar o trabalha-

cuário com boas iniciativas. Por ano, o Agri-

Tecnologia da Informação, além de labora-

dor rural em um profissional qualificado,

nho envolve, em média, 80 mil docentes e

tórios de Prototipagem, Metrologia, Orga-

aproximando-o de novas tecnologias e

1,5 milhão de crianças de todas as cidades

nismo de Certificação de Produto e Prove-

orientando para uma gestão profissionali-

paranaenses.

dor de Ensaio de Proficiência.

trículas gratuitas em iniciação profissional.

De 2012 a 2014 esta rede receberá investi-

A educação superior é ofertada por meio

mentos de R$ 277 milhões com a implanta-

das Faculdades da Indústria, cujo diferen-

ção de um Instituto de Inovação, sete Insti-

cial são os conteúdos direcionados às ne-

tutos de Tecnologia, oito novos Centros de

cessidades das indústrias. Em 2012 foram

Formação Profissional e a modernização

efetivadas 1.144 matrículas em cursos de

de 27 unidades.

Lançado em 2003, o Empreendedor Rural leva soluções para o homem do campo, transformando propriedades rurais e o modo de pensar dos produtores. No Paraná, a iniciativa já capacitou 18,5 mil produtores, que experimentaram mudanças significativas na gestão de suas propriedades.

os melhores resultados e cheguem ao

A instituição é parceira do governo federal

zada de sua propriedade.

Foto: Faep

des e mais 100 kits didáticos percorrem o

O Programa Jovem Agricultor Aprendiz foi

São 305 opções de cursos e treinamentos

especialmente desenvolvido para diminuir

que vão desde atividades técnicas como re-

o êxodo rural, fixar o jovem às suas raízes e

gulagem de máquinas agrícolas e ordenha

fornecer subsídios para que ele tenha o seu

de vacas leiteiras até programas como o

espaço no mercado. Empreendedorismo,

Empreendedor Rural que busca despertar

capacitação e crescimento pessoal andam

o empreendedorismo e estimular o surgi-

juntos neste programa que já atendeu mais

mento de novas lideranças no meio rural.

de 13 mil jovens entre 14 e 18 anos.

O Programa Agrinho é um modelo de educação e cidadania que atua em todos os municípios do Paraná atingindo 1,5 milhão de alunos e 80 mil professores

59


de inglês e/ou espanhol para comunicação com turistas e também orientações de ges-

gado permitindo ao motorista iniciar o tratamento em uma cidade e dar continuidade em qualquer outra do Estado ou do País.

O profissional recebe também orientações sobre alimentação saudável, postura correta, exercícios físicos e hábitos saudáveis. O objetivo é que ele desenvolva o autocuidado para evitar problemas de saúde para si e também acidentes ao volante decorrentes de mal súbitos, por exemplo.

Pensando na saúde integral do trabalhador, o Sest mantém o serviço médico oftalmológico, além de atendimento em Psicologia e Fisioterapia (em unidades específicas). Nessas áreas, ao longo de 2012, foram registrados mais de 24,5 mil atendimentos. Os profissionais de saúde também atuam na prevenção de doenças.

Para estar mais próximo do motorista em trânsito, algumas unidades foram instaladas às margens de rodovias. Este é o caso das unidades de Cascavel, Guarapuava, Santo Antonio da Platina, Maringá e Vitorino. Nessas cidades e também em Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu, o Sest realizou 45 mil atendimentos odontológicos em 2012. A especialidade disponível varia conforme a região e entre as opções estão: Dentística (restauração), Odontopediatria (para crianças), Endodontia (tratamento de canal) e

60

Desde 2007, o Sest Senat e a Volvo do Brasil desenvolvem o Programa Motorista Profissional. Essa iniciativa pioneira – que atualmente conta também com a parceria da LiNo Paraná, o Serviço Nacional de Aprendiza-

brelato – prepara o motorista profissional

gem do Transporte (Senat) oferece capacita-

para utilizar a tecnologia embarcada como

ção e atualização profissional, incluindo to-

aliada em resultados de condução econômi-

dos os cursos exigidos pelo Código de

ca e direção defensiva. Com a orientação do

Trânsito Brasileiro (CTB) e normatizados

instrutor, o aluno passa a utilizar a tecnolo-

pelo Conselho Nacional de Trânsito (Con-

gia a favor da economia de diesel e da pre-

tran). Entre eles: transporte de passageiros,

servação dos componentes do veículo, além

de escolares, de veículo de emergência (am-

de aprender a preservar o meio ambiente.

Também em 2012, mais de 57 mil pessoas

bulâncias ou viaturas), de cargas perigosas

(incluindo trabalhadores em transporte

(Movimentação e Operação de Produtos Pe-

seus familiares e comunidade) participa-

rigosos – MOPP), de cargas indivisíveis e pe-

ram de atividades de esporte, lazer e cultu-

quenas encomendas (motofrete).

ra. Em cidades como Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu, as opções de serviços e atividades são mais amplas. Existem ginásios poliesportivos onde acontecem escolinhas de futsal, voleibol, basquete e outras modalidades esportivas, além de competições para atletas profissionais.

Foto: Denis Ferreira Netto (Sest)

Em todo o País, as unidades do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) ocupam o mesmo espaço físico e administrativo. Mas, individualmente, elas mantêm o foco na atuação para a qual foram concebidas, atendendo o trabalhador em transporte, seus dependentes e comunidade com diversos serviços e ações.

xistas participam do Programa.

cativas são disponibilizados aos motoristas em trânsito testes de acuidade visual, exames de glicemia (diabetes) e aferição de pressão arterial, entre outros serviços.

Periodontia (implantes). O sistema é interli-

Também nessas localidades a estrutura contempla auditórios para eventos, apresentações teatrais e musicais. Há ainda churrasqueiras e quadras de fute-

tico com piscinas para adultos e crianças. Como estratégia nacional, desde 2006 o Sest e o Senat participam do Comando de Saúde nas Rodovias, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal. Nessas blitze edu-

te de Cargas do Estado do Paraná (Fetrans-

dráulica, retroescavadeira e outros equipa-

par) e a Federação das Empresas de Trans-

mentos voltados à construção civil e terra-

porte de Passageiros dos Estados do Paraná

planagem,

e

e de Santa Catarina (Fepasc). Além de pro-

guindauto. Em 2012, o Senat contabilizou

mover o engajamento e a conscientização de

quase 28 mil cursandos, superando as metas

transportadores,

de produção estabelecidas pelo departa-

mos, taxistas e sociedade em ações ambien-

mento executivo nacional para as nove uni-

tais, por meio do Despoluir são realizadas as

dades operacionais do Paraná.

aferições veiculares. A estratégia é executa-

de

empilhadeira

temente ações inovadoras que promovam

Iguaçu, a estrutura dispõe de parque aquá-

Trabalhador do transporte tem atendimento odontológico

tal da Confederação Nacional do Transporte com a Federação das Empresas de Transpor-

segmento de transporte. Busca permanen-

amigos ou familiares. Em Londrina e Foz do

o objetivo do Despoluir – Programa Ambien-

abrangendo operação de escavadeira hi-

além

Programa Motorista Profissional oferece aprimoramento ao motorista que busca melhores oportunidades

(CNT), desenvolvido no Paraná em parceria

qualidade de treinamentos e qualificação no

quem quer curtir momentos de lazer com

A conservação do meio ambiente também é

Há ainda qualificação em máquinas pesadas,

O Sest Senat é visto como referência em

bol para locação, facilitando a vida de

Foto: Senat

tão. Somente em Curitiba, cerca de 370 ta-

caminhoneiros

autôno-

Saiba mais Acesse os sites das entidades que formam o Sistema S Sebrae/PR – www.sebraepr.com.br Sescoop – www.paranacooperativo.coop.br

da em parceria com federações, associações

Sesc – www.sescpr.com.br

e sindicatos com o objetivo de promover a

Senac – www.pr.senac.br

melhoria da qualidade do ar e o uso racional de combustíveis.

Sesi – www.sesipr.org.br Senai – www.senaipr.org.br

cada vez mais a profissionalização do traba-

Em 2012, a Fetranspar realizou 6.442 aferi-

lhador em transporte. Na área de Educação a

ções, bem acima da meta de 170 por mês. A

Distância, além de cursos online disponíveis

Fepasc, que possui uma meta de 250 por mês,

Sest – www.sestsenatpr.org.br

no site nacional www.sestsenat.org.br, de-

também superou alcançando 9.868 aferições

Senat - www.sestsenatpr.org.br

senvolve o Programa Taxista Nota 10, em

no ano passado. No Brasil, mais de 500 mil afe-

parceria com o Sebrae, que contempla aulas

rições foram realizadas no mesmo período.

Senar – www.sistemafaep.org.br

61


rativo do Sebrae/PR reconhece que o em-

rio bem-sucedido, não basta apenas ter

preendedor brasileiro tem grandes desa-

uma boa ideia e querer transformá-la

fios que precisam ser superados, dentre os

numa empresa. Antes, é preciso trabalhar

quais a concessão de crédito no mercado

e estudar muito. Para o superintendente

financeiro para iniciar seu negócio e fazê-

do Banco do Brasil no Paraná e conselheiro

-lo prosperar.

do Sebrae/PR, José Roberto Sardelari, o primeiro passo para ser um empreendedor é fazer, por exemplo, um plano de negócio.

mento direto com esse público por meio

oportunidades oferecidas pelo mercado,

de funcionários preparados para orientar e

qual a melhor solução para essa necessida-

acompanhar o desenvolvimento sustentá-

de e que recursos serão necessários nesse

vel de seus empreendimentos.

jetivos de vendas para um período”, reforça.

empreendedorismo

62

tando mais nos pequenos negócios. “O próprio Banco do Brasil vem adotando uma política de apoio aos pequenos negócios com bastante intensidade. O Micro-

no Banco do Brasil, tendo iniciado suas ati-

crédito Produtivo Orientado (MPO), desti-

vidades como office-boy numa agência em

nado

São Paulo, tendo exercido a função de ge-

empreendedoras de atividade produtiva

rente de agência em diversas cidades de

de pequeno porte, o Proger Urbano Em-

São Paulo e Mato Grosso do Sul até chegar

presarial e o Cartão BNDES, créditos desti-

à superintendência no Paraná em agosto

nados à ampliação e modernização da em-

de 2012, acredita que o empreendedor

presa, são exemplos de produtos que o BB

precisa aceitar riscos, confiar na própria

disponibiliza para empresários de micro,

capacidade de tomar decisões, ter iniciati-

pequenas e médias empresas, aos empre-

va e persistência.

sários individuais e às pessoas físicas.”

Ainda segundo ele, para ser um empreen-

O Banco do Brasil, segundo ele, é o líder

dedor de sucesso é preciso conhecer a ati-

nesse segmento e possui hoje em sua cartei-

vidade que pretende desenvolver e o mer-

ra aproximadamente 200 mil clientes micro

cado no qual deseja atuar. Estar em busca

e pequenas empresas no Paraná.

constante por oportunidades de negócios

a

pessoas

físicas

e

jurídicas

no mercado em que vai atuar e, principal-

Juros mais baixos

mente, ter coragem para correr riscos.

A atual taxa de juros tem contribuído para

Graduado em Matemática, com Pós-Gradu-

o crescimento dos empréstimos por parte

ação em Marketing e Recursos Humanos e com MBA em formação geral para executivos pela Universidade de São Paulo (USP) e em Gestão Avançada de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV), José Ro-

das micro e pequenas empresas. De acordo com Sardelari, a política econômica do atual governo favorece a concessão de empréstimos mais baratos aos empresários de micro e pequenas empresas.

berto Sardelari considera o Brasil como um

O Banco do Brasil possuía no mês de agosto

país de empreendedores.

último, no Paraná, uma carteira de crédito

“O empreendedorismo no Brasil vem crespalmente nos últimos cinco anos, após a

Por Mirian Gasparin

Segundo ele, os bancos hoje estão apos-

Sardelari, que fez sua carreira profissional

cendo de forma sólida e sustentável, princi-

Para superintendente do Banco do Brasil no Paraná e conselheiro do Sebrae/PR, um bom empresário precisa mais do que uma grande ideia

ao crédito disponibilizado aos pequenos

permita ao empreendedor identificar as

chegar aos potencias clientes e quais os ob-

O país do

nanceiras devem dar condições favoráveis empreendedores e buscar um relaciona-

futuro empresário defina como pretende

José Roberto Sardelari, superintendente do Banco do Brasil no Paraná e conselheiro do Sebrae/PR

Sardelari defende que as instituições fi-

Ele refere-se a um bom planejamento que

processo. “Também é fundamental que o

Personalidade

Foto: Luiz Costa/La Imagen

José Roberto Sardelari

Para ser um empreendedor, um empresá-

de R$ 6,7 bilhões. No mesmo período do ano passado este valor era de R$ 5,2 bilhões, representando um crescimento de 22%.

criação da Lei Geral da Micro e Pequena Em-

O superintendente do BB no Paraná atri-

presas que, além de outros objetivos, dá

bui o crescimento principalmente às bai-

condições especiais para que o trabalhador

xas taxas praticadas pelo banco, à diversi-

informal possa se tornar um microempre-

dade de linhas de crédito disponíveis aos

endedor individual legalizado, estabelecen-

empresários de micro e pequenas empre-

do um ambiente que favorece o crescimen-

sas e ao atendimento especializado que é

to dos pequenos negócios”, enfatiza.

oferecido para esse público.

Como superintendente do Banco do Brasil

Quando indagado se o Brasil tem mecanis-

no Paraná e membro do Conselho Delibe-

mos adequados e suficientes para apoiar

iniciativas empreendedoras, Sardelari reconhece que em nosso País existem iniciativas louváveis de apoio ao empreendedorismo, principalmente na forma de cursos, palestras e até prêmios aos melhores planos de negócios desenvolvidos por jovens empreendedores. “Essas iniciativas são de suma importância para que os empreendedores brasileiros continuem contribuindo para o desenvolvimento da economia do País”, justifica. Outro ponto considerado fundamental para que o Brasil continue crescendo, na opinião do superintendente do Banco do Brasil no Paraná, são os projetos empresariais desenvolvidos por jovens empreendedores. “Eles são um estímulo para que no curto ou longo prazo, essas mesmas pessoas acabem por acreditar que elas podem realmente construir um negócio viável por meio de uma ideia empreendedora, que, na prática, representará um rendimento que será novamente injetado na economia como consumo”, acrescenta. As micro e pequenas empresas são responsáveis por grande parte dos empregos oferecidos no Brasil e, portanto, são essenciais para o desenvolvimento da economia. Nesse sentido, Sardelari aponta o papel do Sebrae como fundamental, pois estimula os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas e os prepara para atuarem em um ambiente de empresas competitivas e sustentáveis, por meio da promoção de cursos de capacitação e consultorias. O Sebrae/PR, para Sardelari, busca facilitar o acesso a serviços financeiros, estimula a cooperação entre empresas, além de organizar feiras e rodadas de negócios e incentivar o desenvolvimento de atividades que contribuem para a geração de emprego e renda.

63


Sebrae/PR

Equipe do Sebrae

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Startup Brasil

Serviços Tecnológicos

O sudoeste do Paraná tem uma empresa, cliente do Sebrae/PR, selecionada no edital do Startup Brasil. A Executive, de Francisco Beltrão, empresa de base tecnológica, 100% focada em investimentos realizados por ‘robôs’ que identificam oportunidades de negócio, foi uma das 45 empresas nascentes selecionadas nacionalmente. A empresa vai receber recursos, via bolsa do Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e ainda ter acesso a uma das nove aceleradoras credenciadas para investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O Startup Brasil é um programa do governo federal, criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para apoiar as empresas nascentes de base tecnológica, as startups, e sua ligação a aceleradoras. O Startup Brasil integra o TI Maior, Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação, que, por sua vez, é uma das ações da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), que elege as tecnologias da informação e comunicação, as chamadas TIC, entre os programas prioritários para impulsionar a economia brasileira. A empresa selecionada oferta ferramentas e suporte para investidores interessados na bolsa de valores. Através de ‘robôs’ investidores, softwares especializados capazes de analisar o mercado financeiro, decidir e investir de forma automática, a Executive disponibiliza soluções que atendem as mudanças nas formas de fazer negócios, cada vez mais atreladas à tecnologia.

A concorrência internacional, principalmente a chinesa, é um dos desafios enfrentados pelos empresários do setor moveleiro. E, para competir com os produtos do mercado externo, é necessário investir em inovação e tecnologia. De olho nesse cenário, o Sebrae Nacional, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Centro de Tecnologia e Qualidade do Setor de Móveis da Região de Marche (Cosmob), da Itália, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), lançaram em Arapongas, no norte do Paraná, a Rede de Serviços Tecnológicos (RST). A RST tem como objetivo aumentar a sustentabilidade das micro e pequenas empresas e gerar condições favoráveis à competitividade, agregando valor aos produtos e utilizando soluções tecnológicas que possam fazer a diferença no mercado moveleiro. Arapongas foi escolhida para participar da RST por ser referência para a indústria moveleira do Brasil, além de principal polo no Paraná. A RST foi concebida para aproximar centros tecnológicos e de pesquisas e as micro e pequenas empresas da cadeia produtiva de madeira e móveis. A rede com soluções tecnológicas fornecerá aos empresários locais o acesso direto, por meio de um único ponto de atendimento, a capacitações, cursos e consultorias técnicas, inovações de processo e produto e demais serviços tecnológicos.

Edital Repsol Pesquisadores e empresários de micro e pequenas empresas do Paraná, que já possuam ou tenham interesse em elaborar soluções para a área de eficiência energética, poderão desenvolver projetos com o apoio do Centro de Tecnologia do Repsol, localizado em Madri, na Espanha. A oportunidade foi publicada por meio do Edital Fundo de Empreendedores, aberto pela Fundação Repsol e disponibilizado no Brasil, por meio do Institut Cerdà, que é parceiro do Sebrae/PR. O período de incubação poderá chegar a 24 meses, dependendo das particularidades de cada projeto. As propostas selecionadas receberão aporte financeiro que varia entre 6 e 12 mil euros (19,5 mil e 39 mil reais), por mês, além de assessoramento empresarial. Os autores dos projetos incubados passarão por uma formação empresarial e os selecionados terão apoio técnico também do Sebrae/PR. Cada um dos selecionados terá o suporte de três tutores com conhecimento comercial, tecnológico e empresarial, que serão como consultores, a exemplo do que existe no Sebrae. Eles irão identificar os pontos fortes e fracos de cada projeto, ajudando a desenvolver um plano de negócios, acompanhando prazos e orientando sobre aspectos legais, como a questão da propriedade intelectual. Após o período de incubação, os participantes receberão apoio para apresentar suas propostas a investidores internacionais. Os interessados em desenvolver projetos em eficiência energética e disputar apoio financeiro do Repsol podem se inscrever até 15 de novembro, no site www.fondoemprendedores.fundacionrepsol.com. A divulgação dos selecionados está prevista para acontecer no segundo trimestre de 2014. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail flocatelli@pr.sebrae.com.br ou pelo telefone (41) 3330-5925.


Regional Centro

Classe Mundial

O Sebrae/PR oficializou no final de julho em Ponta Grossa, a implantação de uma nova regional da entidade no Paraná. Lideranças políticas e empresariais da região central do Estado, conselheiros e diretores executivos do Sebrae/PR participaram do ato de instalação. A Regional Centro é a sexta regional do Sebrae/PR e nasce com o desmembramento da extinta regional Centro-Sul, com sede em Curitiba. A transformação do escritório instalado no município, em sede regional, se consumou no dia 2 de abril, quando se iniciaram as atividades. A criação de uma regional do Sebrae/PR em Ponta Grossa atende um anseio antigo da comunidade empresarial dos Campos Gerais. A forte densidade empresarial na região também pesou na decisão do Sebrae/PR de criar mais uma regional. De acordo com dados da RAIS 2010, existem quase 48 mil microempresas nos 46 municípios da região, cerca de 2,5 mil pequenas empresas, como também 2,2 mil médias empresas. Há ainda 100 grandes empresas e aproximadamente 15 mil microempreendedores individuais, ou seja, aqueles que faturam até R$ 60 mil ao ano.

Foz do Iguaçu foi sede, em setembro, do 1º Simpósio Fronteiras Classe Mundial. O evento, promovido pelo Sebrae/PR, por meio do Projeto de Apoio à Cooperação Internacional, aconteceu em parceria com a Associação das Regiões de Fronteira da Europa (ARFE). Estiveram presentes representantes da Espanha, Peru, Itália e Brasil, que, juntos, vão desenvolver uma metodologia para melhorar a visibilidade internacional das cidades localizadas nas regiões de fronteira. Em pauta, a troca de experiências entre os técnicos que atuam nas regiões-alvo, a criação do conceito classe mundial e o desenvolvimento da primeira versão de indicadores de classificação desses locais. Muitas vezes, as cidades fronteiriças são vistas apenas como local de passagem ou elementos de proteção territorial, sem que suas potencialidades sejam vistas ou exploradas. Investir nessas regiões irá ajudar no desenvolvimento dos espaços, o que consequentemente criará ambientes favoráveis para o fortalecimento de micro e pequenas empre-

Desafio Universitário Estudantes do Paraná já podem se inscrever no Desafio Universitário Empreendedor, ferramenta disponível na internet pelo Sebrae que integra diferentes soluções da instituição para desenvolver capacidades empreendedoras de quem está se preparando para entrar no mercado de trabalho. A participação no Desafio Universitário, que substitui o Desafio Sebrae, é gratuita e para universitários, matriculados em um estabelecimento de ensino reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), além de professores e instituições de ensino. Estruturado em forma de competição, tem um site, http://desafiouniversitarioempreendedor.sebrae.com.br, onde os estudantes se cadastram e podem aprimorar seus conhecimentos com os dez jogos virtuais disponíveis na plataforma, que apresentam diferentes temáticas e aprendizados: “Escritório Topia”, “Vila do Empreendedor”, “Tapioca Manager”, “O Chefe”, “Vendendo seu Peixe”, “Minha Boutique”, “Fazendinha de Negócios”, “Meu Primeiro Milhão”, “Hora de Liderar” e “Negócio Quente”. Cada um dos games tem uma pontuação específica e quem acumular mais pontos será o vencedor. Nesse novo formato, o participante ainda pode jogar qualquer um dos jogos, quantas vezes quiser, para somar pontos até o final da etapa estadual, que encerra em 68 dias – a contar do dia 23 de agosto. À medida que o jogador avançar nos níveis, maior será o grau de dificuldade dos games.

GREAT Roadshow

Reino Unido O Reino Unido é a sede de mais da metade das empresas estrangeiras que foram se instalar na Europa, nos últimos anos. Londres, a capital da Inglaterra, é o maior centro financeiro do mundo. A Escócia, o País de Gales, a Irlanda do Norte e a Inglaterra, juntos, somam 60 milhões de habitantes, um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4 trilhões de dólares e crescimento anual de 0,2% ao ano. Devido ao seu mercado cosmopolita, profissionais altamente qualificados, localização geográfica estratégica e cultura empreendedora, o Reino Unido tornou-se a maior plataforma global de negócios. Os principais benefícios, incentivos e oportunidades de investimentos no Reino Unido foram apresentados, em agosto, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), durante o GREAT Roadshow de Investimentos. O evento foi uma realização do UK Trade & Investment (UKTI) - um departamento do governo britânico -, em parceria com a Fiep, Associação Comercial do Paraná (ACP) e Sebrae/PR. A proposta foi mostrar o que a UKTI pode oferecer para as empresas brasileiras que têm planos de internacionalização, uma forma de atuar no comércio exterior com presença física em outro país, em busca do sucesso na economia mundial.

sas. A ideia paranaense chamou a atenção e tem a parceria do Sebrae Nacional, que também levou representantes ao Simpósio. Como a faixa de fronteira terrestre brasileira é imensa, o Sebrae trabalha em diversas frentes para criar áreas de excelência, lugares com estrutura para o desenvolvimento da economia local.

Grupo discute conceito classe mundial

Instalação da Regional Centro

Mundo Gastronômico Qualimundi Micro e pequenas empresas paranaenses que fazem parte da cadeia produtiva de petróleo, gás e energia poderão investir na internacionalização de seus produtos e serviços por meio do Qualimundi, o Programa de Qualificação de Empresas para Atuação em Classe Mundial. O lançamento aconteceu em agosto durante a II Semana de Óleo, Gás e Energia do Paraná. Sessenta empresários assistiram às apresentações e foram convidados a aderir à ideia. Foram abertas 20 vagas e podem participar empresas de todo o Estado. O Qualimundi foi desenvolvido pelo Sebrae/PR, por meio do Projeto de Apoio à Cooperação Internacional (ACI), que é um ‘braço’ do Sebrae Nacional. O Programa é uma ação conjunta do Sebrae no Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A duração do Qualimundi vai variar entre 18 e 24 meses. O Programa contempla diversas ações de inteligência de mercado. A partir daí, começa a etapa de qualificação, que é composta por cursos de 16 horas, ligados à área de comercio exterior, com consultoria aplicada. São eles: planejamento para internacionalização, fundamentos de importação e exportação, planos de negócios internacionais, câmbio e financiamento, marketing e negócios, logística internacional, contratos internacionais, rotina de exportação e importação e gestão de exportação e importação.

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Estande do Sebrae/PR

O estande temático do Sebrae/PR, que foi montado na entrada da II Feira Mundo Gastronômico Curitiba, estampou a logo e as cores do Projeto Sebrae 2014 e chamou a atenção dos visitantes que circularam no evento realizado em agosto, no Expo Renault Barigui, no Parque Barigui. A ideia foi divulgar no espaço os produtos e serviços dos empreendimentos participantes das redes empresariais apoiadas pelo Sebrae/PR, como restaurantes, estabelecimentos turísticos e de lazer e recreação, além de aumentar a rede de contatos dos empresários com o setor da gastronomia. Participaram do estande 12 estabelecimentos de Curitiba e Região Metropolitana, pertencentes às redes empresariais do Centro Histórico, Rotas do Pinhão e de Hotéis do Centro da capital paranaense. Durante a Feira, os empreendimentos se revezaram para apresentar seus produtos durante sessões de degustação no estande do Sebrae/PR, equipado com cozinha para dar suporte à preparação dos pratos. O espaço contou com uma sala de reuniões para os empresários que tivessem interesse em fechar negócios durante o evento. No estande, ainda houve o atendimento para empresários ou futuros empreendedores do setor, que procuraram o Sebrae/PR em busca de suporte e já aproveitaram para iniciar o processo de cadastramento.

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Apresentação do Programa Seminários de Crédito Compra Paraná O Sebrae/PR lançou o Programa Compra Paraná, que será executado em 14 municípios do Estado. A intenção é estimular a participação de micro e pequenas empresas em compras públicas e governamentais, conforme prevê a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Serão pesquisadas aproximadamente 1.500 empresas paranaenses. Bem como será traçado o perfil de compradores e fornecedores de serviços e produtos e os dados serão apresentados à comunidade local. A partir dessas informações, serão definidas quais capacitações podem ser aplicadas tanto para os compradores quanto para os fornecedores. Na avaliação do Sebrae/PR, é fundamental que empresários de micro e pequenas empresas participem dos processos de compras públicas, porque essa adesão resultará em uma maior circulação de dinheiro nas cidades. Atualmente, muitos empresários deixam de participar de licitações, na maioria das vezes, por desconhecimento. Participam do Compra Paraná: Arapongas, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Pato Branco, Ponta Grossa, São José dos Pinhais e Umuarama.

Segue até o final de novembro a quarta edição dos Seminários de Crédito. Os eventos, sucesso de público, serão realizados em 45 cidades do Paraná e têm como objetivo apresentar produtos e serviços bancários especiais, para que empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas possam identificar qual a melhor forma de investir em seus negócios. Os Seminários de Crédito, com a participação de representantes de instituições bancárias que apresentam, durante os eventos, linhas de crédito exclusivas e com taxas reduzidas, são realizados pelo Sebrae/PR, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Fomento Paraná, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco. Também fazem parte da iniciativa as cooperativas de crédito Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), o Sistema de Crédito Corporativo (Sicredi) e as sociedades de garantia de crédito GarantiSudoeste, GarantiOeste, GarantiNorte, Noroeste Garantias, SGC Centro-Sul. Os seminários setoriais são a novidade deste ano. Confira a programação: http://www.sebraepr.com. br/PortalInternet/Generica/ Semin%C3%A1rios-Regionais-Cr%C3%A9dito.

Fórum de excelência

Excelência em Gestão Aconteceu em agosto, no auditório do Sebrae/PR, em Curitiba, o IX Fórum do Comitê de Benchmarking para Excelência em Gestão (CBEG). O evento foi aberto à participação da sociedade e contou com a participação de mais de 120 pessoas. O objetivo foi compartilhar o conhecimento de boas práticas em excelência de gestão experimentadas por grandes empresas, além de identificar e apresentar oportunidades de benchmarking. O Fórum defendeu a importância de aprimorar a excelência em gestão promovendo a educação contínua dentro das organizações. O tema “Educação Corporativa” foi escolhido pelo CBEG, uma rede de relacionamento focada em benchmarking, desde 2005, que reúne 11 empresas públicas e privadas: Petrobras, Volvo, Copel, Correios, Caixa Econômica, GVT, ISAE/FGV, Sanepar, Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Sebrae/PR e Universidade Federal do Paraná (UFPR). A maioria das organizações integrantes do Comitê implantou em seu processo de gestão os fundamentos e critérios de excelência disseminados pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

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Foto: Luiz Costa/La Imagen

Artigo

Sobrevivência aliada à reinvenção Por Vitor Roberto Tioqueta

ESCRITÓRIO - Campo Mourão Rua Santa Cruz, 1.085 - Bairro Centro - CEP: 87.300-440 Fone: (44) 3523-2500 - Fax: (44) 3523-2500

REGIONAL CENTRO As micro e pequenas empresas estão vivendo

seja, antes, a cada dez empreendedores no País,

mais. A boa notícia – que está diretamente relacio-

seis em média o faziam por necessidade enquan-

nada à longevidade dos pequenos negócios - faz

to os outros quatro, por oportunidade.

parte de uma pesquisa recente divulgada pelo Sebrae, sobre pequenos negócios abertos em

são ao empreendedorismo. Em 2002, 20,9% da

é diretor-superintendente do Sebrae/PR.

população estava envolvida na criação ou admi-

Formado em Ciências Contábeis, tem

nistração de um negócio. Passada uma década, o

pós-graduação em Direção de Empre-

índice saltou para 30,2% da população adulta,

sas, pela PUC-PR, e MBA em Desenvolvi-

Romper a barreira dos dois primeiros anos, consi-

entre 18 e 64 anos, e para 88% dos brasileiros

mento de Ambientes Empresariais, pela

derado o período mais difícil, já que, normalmen-

adultos ouvidos na Pesquisa GEM, o início de

Universidade Positivo. Participou dos

te, as empresas não são ainda conhecidas e têm

novo negócio é uma boa opção de carreira.

cursos Gerenciamento de Empresas

2007. Em média, três a cada quatro micro e pequenas empresas abertas sobrevivem nos dois primeiros anos de vida, no Paraná e no Brasil.

poucos clientes, é um desafio (permanente) que vem sendo superado por muitos empreendedores. Há dez anos, as taxas de sobrevivência e de mortalidade se equivaliam, ou seja, apenas duas a cada quatro empresas abertas sobreviviam.

Isso tudo mostra que o empreendedorismo brasileiro está mais maduro, mudando de patamar e está sendo encarado como profissão. O sonho de ser dono do próprio negócio – cada vez mais crescente - vem acompanhado de mais análise

Mas o que tem contribuído para a maior perma-

de mercado e de gestão. E o preparo exigido

nência dos pequenos negócios no mercado? O

para identificar e explorar as oportunidades que

desempenho econômico brasileiro, com a ascen-

se apresentam precisa ser cada vez maior.

são da classe média, que passou a consumir mais, aquecendo o mercado interno, é uma das causas mais evidentes nesse novo cenário. No entanto, o fator que mais contribui para o quadro é de ordem comportamental. O perfil empreendedor mudou e tem ajudado a dar maior longevidade aos pequenos negócios.

nos Estados Unidos; Programa de Gestão Estratégica para Dirigentes Empresariais, pela INSEAD, escola de negócios, na França; Programa de Estratégia e Inovação em Negócios, pela Wharton - Universidade da Pensilvânia, também nos Estados Unidos; e Programa Internacional de Desenvolvimento de Lideranças do Sistema Sebrae, pela Univer-

sim. O medo excessivo de errar e, por consequên-

sità Cattolica Del Sacro Cuore, em

cia, de ousar, inibem o desenvolvimento dos pe-

Milão, na Itália. E-mail: vtioqueta@pr.

quenos negócios. Em diversos países, onde as

sebrae.com.br.

micro e pequenas empresas são ‘puxadoras’ de persegue é a qualidade do empreendedorismo praticado. Os erros são tentativas de acerto. Antes do sucesso, é preciso conviver com o fracas-

do possível, mais orientação antes de abrir os pró-

so. Essa é uma lição importante que os empreen-

prios negócios, têm apostado em planejamento.

dedores e empresários brasileiros precisam

Além disso, empreendem mais por oportunidade

absorver e internalizar. A sobrevivência das empresas é fator fundamen-

vem de inspiração. Afinal, nos negócios, não basta permanecer no mercado, é preciso se reinventar todos os dias. Essa é a maior lição! O Sebrae/PR oferece diversas soluções, tanto para quem está abrindo uma empresa, como o

tal sim, mas não é o único. Apostar em novos

Próprio – Programa de Orientação ao Candida-

modelos de negócios e de empresas também é

to a Empresário, quanto para quem quer dar um

um ponto-chave. Nos deparamos, diariamente,

novo rumo para os seus negócios e testar suas

De acordo com a última sondagem do Global En-

com novos conceitos de negócios, muitos deles

características empreendedoras, como o Em-

trepreneurship Monitor (GEM), feita em 69 países

com fórmulas que fogem do convencional. A for-

pretec. São soluções para auxiliar e apoiar os

inclusive o Brasil, em 2002, o índice dos que em-

ça desses empreendimentos está justamente da

empreendedores na busca de um melhor plane-

preendiam motivados pela identificação de uma

forma inovadora à qual foram concebidos. Em-

jamento, o que garantirá, com certeza, maior

chance no mercado empresarial era de 42,4%. Ou

preendimentos a serem estudados, porque ser-

longevidade nos negócios.

abertos devido à análise de uma oportunidade. Os outros três são frutos de necessidade.

ESCRITÓRIO - Paranavaí Rua Souza Naves, 935 - Jardim São Cristóvão - CEP: 87.702-220 Fone: (44) 3423-2865 - Fax: (44) 3423-2865

ESCRITÓRIO - Guarapuava Rua Arlindo Ribeiro, 892 - Bairro Centro - CEP: 85.010-070 Fone: (42) 3623-6720 - Fax: (42) 3623-6720

ESCRITÓRIO - Umuarama Avenida Brasil, 3.404 - Bairro Zona I - CEP: 87.501-000 Fone: (44) 3622-7028 - Fax: (44) 3622-7065

REGIONAL LESTE

REGIONAL NORTE

Curitiba Rua Caeté, 150 - Bairro Prado Velho - CEP: 80.220-300 Fone: (41) 3330-5800 - Fax: (41) 3330-5768/3332-1143 ESCRITÓRIO - Paranaguá Avenida Gabriel de Lara, nº 1.404 - Bairro Leblon - CEP: 83203-742 Fone: (41) 3330-5760 - Fax: (41) 3330-5760 REGIONAL OESTE Cascavel Avenida Presidente Tancredo Neves, 1.262 - Bairro Alto Alegre CEP: 85.805-000 Fone: (45) 3321-7050 - Fax: (45) 3226-1212 ESCRITÓRIO - Foz do Iguaçu Rua das Guianas, 151 - Bairro Jardim América - CEP: 85.864-470 Fone: (45) 3522-3312 - Fax: (45) 3573-6510 ESCRITÓRIO - Toledo Avenida Parigot de Souza, 2.339 - Bairro Centro - CEP: 85.905-380 Fone: (45) 3252-0631 - Fax: (45) 3252-6175

desenvolvimento, mais que sobreviver, o que se

endedores e empresários têm buscado, na medida

no Brasil, sete a cada dez empreendimentos são

Globais, pela Universidade do Texas,

Temos ainda muito a avançar? Sem dúvida que

Com acesso mais facilitado à informação, empre-

que por necessidade. Para se ter ideia, atualmente,

70

Vitor Roberto Tioqueta

Outro dado para se refletir é o aumento da ade-

Ponta Grossa Avenida João Manoel dos Santos, 500 - Bairro Nova Rússia CEP: 84.051-410 Fone: (42) 3225-1229 - Fax: (42) 3225-1229

REGIONAL NOROESTE Maringá Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1.116 - Bairro Zona 7 CEP: 87.030-010 Fone: (44) 3220-3474 - Fax: (44) 3220-3402

Londrina Avenida Santos Dumont, 1.335 - Bairro Aeroporto - CEP: 86.039-090 Fone: (43) 3373-8000 - Fax: (43) 3373-8005 ESCRITÓRIO - Apucarana Rua Osvaldo Cruz, 510 - 13° andar - Bairro Centro - CEP: 86.800-720 Fone: (43) 3422-4439 - Fax: (43) 3422-4439 ESCRITÓRIO - Ivaiporã Rua Professora Diva Proença, 1.190 - Bairro Centro - CEP: 86.870-000 Fone: (43) 3472-1307 - Fax: (43) 3472-1307 ESCRITÓRIO - Jacarezinho Rua Coronel Figueiredo, 749 - Bairro Centro - CEP: 86.400-000 Fone (43) 3527-1221 - Fax: (43) 3527-1221 REGIONAL SUDOESTE Pato Branco Avenida Tupi, 333 - Bairro Bortot - CEP: 85.504-000 Fone: (46) 3220-1250 - Fax: (46) 3220-1251 ESCRITÓRIO - Francisco Beltrão Rua São Paulo, 1.212 - Sala 1 - Bairro Centro - CEP: 85.601-010 Fone: (46) 3524-6222 - Fax: (46) 3524-5779

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