Revista Soluções - Edição 6

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Bernt Entschev: líder influencia as pessoas pelo seu comportamento

Revista trimestral

nº6

Ano2 Set/09

A revista da pequena empresa no Paraná

Gestão compartilhada Boas práticas de governança tornam empresas mais transparentes e competitivas

4ª edição da Semana da Pequena Empresa

Internacionalizar é um bom negócio

De 5 a 9 de outubro, Sebrae/PR comemora Dia da Micro e Pequena Empresa

Programa ensina pequenas empresas a conquistarem o mercado externo

Capacitação

Comportamento

Tendência

Associativismo

Feiras e Eventos

Serviço

Mercado

Giro pelo Paraná

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Índice PÁG. 52 – FEIRAS E EVENTOS Foto: Agência La Imagen

Confira entrevista com o jornalista Paulo Henrique Amorim. Para ele, classe C é o grande mercado consumidor.

Revitalizar espaços urbanos pode ser uma alternativa para aquecer o comércio e o turismo.

A Cultura do RE

Programa auxilia pequenas empresas a se qualificarem e atenderem as exigências do mercado externo.

PÁG. 57 – ARTIGO

Carlos Hilsdorf ensina, de forma didática, como agregar valor e aumentar seus lucros.

Foto: Studio Alfa

PÁG. 30 – TENDÊNCIA

Foto: Divulgação

Foto: Agência La Imagen

Internacionalizar é um bom negócio

Também em outubro, de 28 a 30, Maringá sedia o ENINC 2009, aberto para toda a cadeia produtiva do setor.

PÁG. 06 – ENTREVISTA A força da classe média

PÁG. 75 – MERCADO

Inovação para a construção civil

PÁG. 34 – TENDÊNCIA

O valor da gestão ambiental

Certificações ganham espaço e Sebrae/PR sai na frente com o SIGA.

PÁG. 80 – MERCADO

Sistema facilita comércio de produtos alimentícios

PÁG. 58 – FEIRAS E EVENTOS

PÁG. 40 – TENDÊNCIA

Melhor Feira do Empreendedor 2008

Informatização com ‘inteligência’

Paraná, que prepara edição 2010, vence premiação regional concedida pelo Sebrae Nacional.

Gestão compartilhada

O sucesso de uma empresa depende da forma como ela é gerenciada e a governança corporativa é uma tendência.

Foto: Divulgação

PÁG. 16 – CAPACITAÇÃO Líder 2.0

Conheça a história de trabalhadores informais que passarão a ter direitos previdenciários e empresariais.

Cooperação na fronteira

CDT-AL é um elo importante na troca de informações sobre empreendedorismo entre os países da América Latina. Saiba mais.

PÁG. 47 – ARTIGO Foto: Videographic

Paraná quer formalizar 55 mil até 2010

Pequenos descobrem oportunidades

Nichos inexplorados, territorialização, associativismo e formação de APLs projetam produtos de pequenas empresas.

PÁG. 44 – ASSOCIATIVISMO

Para ser líder, mais que dedicação, é necessário ter atitude. Revista Soluções ouve especialistas sobre o assunto.

PÁG. 22 – COMPORTAMENTO

PÁG. 84 – MERCADO

Foto: Agência La Imagen

Foto: Agência La Imagen

75% das pequenas empresas têm computador, mas desafio é usar sistemas que incrementem os negócios.

PÁG. 08 – CAPA

Equivalência de inspeção dará agilidade ao sistema que libera para a venda produtos de origem animal no Paraná.

PÁG. 60 – FEIRAS E EVENTOS Um ‘desfile’ de competitividade

Paraná Business Collection destaca o potencial da indústria têxtil e do vestuário no Estado.

José Cezar Castanhar aborda nesta edição as Certificações ISO.

PÁG. 48 – FEIRAS E EVENTOS

PÁG. 88 – MERCADO

FIAR 2009

O poder do varejo

Sebrae/PR leva soluções empresariais para Rosario, na Argentina. Confira como foi a participação na maior feira agroalimentar do país vizinho.

Conheça os resultados do VarejoMAIS, programa do Sistema Fecomércio/PR e Sebrae/PR em todo o Estado.

PÁG. 92 – GIRO PELO PARANÁ Foto: Adriano Oltramari

Um apanhado dos acontecimentos e eventos envolvendo o Sebrae/PR, nas regiões centro-sul, noroeste, norte, oeste e sudoeste do Estado.

Solução ajuda indecisos

Portal oferece mais de 240 opções de negócios, com informações sobre mercado, capital de giro e custos. Confira.

PÁG. 26 – COMPORTAMENTO

Regulamentação operacionaliza Lei Geral

208 dos 399 municípios do Paraná já criaram leis para micro e pequenas empresas.

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PÁG. 50 – FEIRAS E EVENTOS Semana da Pequena Empresa

Em comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, Sebrae/PR realiza em outubro semana de atividades, com foco no empreendedorismo.

PÁG. 70 – MERCADO

SPED leva TI às empresas

Empresários de micro e pequenas empresas precisam estar atentos às novas regras do Fisco.

Foto: Arquivo Sebrae

PÁG. 66 – SERVIÇO

PÁG. 96 – ARTIGO

Allan Marcelo de Campos Costa, diretorsuperintendente do Sebrae/PR, avalia os efeitos do Empreendedor Individual.

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Editorial

Sebrae/PR – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná Jefferson Nogaroli Presidente do Conselho Deliberativo Allan Marcelo de Campos Costa Diretor Superintendente Julio Cezar Agostini Diretor de Operações Vitor Roberto Tioqueta Diretor de Gestão e Produção Expediente Coordenação Renata Todescato Gerente de Marketing e Comunicação Edição/Jornalista Responsável Leandro Donatti Registro Profissional - 2874/11/57-PR Reportagens: Adriana Ribeiro, Adriano Oltramari, Andréa Bordinhão, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Ellen Taborda, Giselle Ritzmann Loures, Katia Michelle Pires, Leandro Donatti, Luciana Baroni, Maria Duarte, Mirian Gasparin, Octávio Rossi e Sílvio Oricolli.

Boa notícia! O Paraná registrou um aumento no número de empresas abertas nos seis primeiros meses deste ano. A maioria delas, micro e pequenas empresas. De acordo com números da Junta Comercial do Paraná, foram abertas de janeiro a junho deste ano 28.207 novas empresas. Em 2008, o total foi de 26.454. Ou seja, 1.753 empresas a mais em 2009. O número de empresas que fecharam as portas no primeiro semestre deste ano também é um indicador de que a crise não atingiu de forma tão avassaladora os pequenos negócios como se projetava. O número registrado de empresas fechadas foi menor se comparado com o ano passado: deram baixa 8.988 empresas em 2009, contra 9.223 em 2008. Uma das explicações para esse resultado positivo é o otimismo dos empreendedores que, mesmo diante do cenário extremamente negativo, mantiveram-se firmes na ideia de abrir novos negócios, respaldados por políticas de incentivos fiscais. Já para justificar a redução no número de empresas fechadas, podemos, por exemplo, apontar o uso do planejamento antes de abrir uma pequena empresa como possível variável. Empresários preparados sobrevivem mais. Nesta edição, o leitor confere entrevistas, artigos de opinião, matérias de serviço e reportagens especiais sobre diversos temas: associativismo, mercado, comportamento, capacitação, tendências, feiras e eventos. Material jornalístico que tem como objetivo reforçar conceitos, divulgar novidades e agregar ainda mais conhecimento aos empresários de micro e pequenas empresas. Destaque para a matéria de capa que trata de governança corporativa e também para a reportagem especial que aborda a importância da gestão socioambiental pelas empresas. Dois temas muito comuns em grandes empresas, mas ainda pouco explorados pelas pequenas. A sexta edição da Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná traz ainda reportagens sobre liderança, Empreendedor Individual, municipalização da Lei Geral, revitalização de espaços urbanos, inovação na construção civil, oportunidades de negócios, SPED, novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios e internacionalização focada nas micro e pequenas empresas.

Boa leitura!

Fotos: Claiton Biaggi, Cristiane Shinde, Hugo Harada, Luiz Costa, Marcos Zanella e Wilson Vieira. Colaboraram nesta edição: Adriana Schiavon Gonçalves, Dianalu Almeida Caldato, Leandro Krug Batista, e Paula Andreia de Castro. sebrae@pr.sebrae.com.br http://asn.sebraepr.com.br Críticas e comentários, mande um e-mail para revistasolucoes@pr.sebrae.com.br Anuncie na Revista Soluções: publicidade.revistasolucoes@ pr.sebrae.com.br Impressão Artes Gráficas Renascer Ltda. (Mult-graphic) Design Gráfico e Diagramação Ingrupo//chp Propaganda Tiragem 20 mil exemplares Periodicidade Trimestral ISSN 1984-7343

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Leandro Donatti, o editor

Construção coletiva Prezado leitor, nesta edição, a Revista Soluções encarta uma pesquisa de opinião. Queremos saber o que você acha desta publicação que já está na sua sexta edição, seu conteúdo, e pontos que precisam ser melhorados e trabalhados. Precisamos ainda medir questões logísticas como periodicidade. Hoje, a Revista Soluções circula a cada três meses. “Para você, qual a periodicidade ideal?” é uma das perguntas do questionário. Por que estamos realizando uma pesquisa junto aos nossos leitores? Porque assim como acontece nos projetos desenvolvidos pelo Sebrae/PR hoje, para nós, o sucesso de uma proposta como a Revista Soluções depende de uma construção coletiva. E ninguém melhor que você para nos ajudar nesse processo. As suas opiniões e os seus interesses serão a base de nossas decisões. O Sebrae/PR faz questão disso!

empresas. Uma tarefa que, para ter validade efetiva, precisa demonstrar-se útil para você. A pesquisa é simples. Basta preencher e enviar gratuitamente pelos Correios ou responder pelo site www.sebraepr.com.br. Ajudem-nos nessa construção, afinal a Revista Soluções é para você!

Renata Todescato,

gerente de Marketing e Comunicação do Sebrae/PR

Também precisamos saber sobre a aplicabilidade dos conteúdos abordados. A Revista Soluções procura tratar dos assuntos mais atuais no mundo corporativo, sempre focando o empreendedorismo e as micro e pequenas

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Paulo Henrique Amorim

Foto: Agência La Imagen

Por Andréa Bordinhão

Paulo Henrique Amorim, jornalista A classe média está aumentando seu consumo e tem mais acesso ao crédito. Esta é a dobradinha que o jornalista Paulo Henrique Amorim, conhecido por seus comentários sobre questões econômicas em programas televisivos, usa para ressaltar o crescimento econômico do Brasil. Ele esteve em Curitiba no último dia 21 de julho para participar do lançamento da promoção “Liquida Curitiba”, promovida pela Associação Comercial do Paraná (ACP) com o apoio do Sebrae/PR. De acordo com o jornalista, a consolidação da classe média é o fenômeno que está garantindo o crescimento econômico do Brasil, principalmente no cenário de crise financeira que atingiu os países ricos desde setembro do ano passado. Para Amorim, o aumento do poder de consumo e a facilidade e confiabilidade no crédito estão fazendo com que a classe C seja o grande motor da economia nacional. O consumidor da classe média, descreve Amorim, é “ávido” para prosperar. Por isso busca educação e, consequentemente, atinge aumento de renda e faz a cadeia econômica crescer. Além disso, a população desta faixa de renda tem, agora, mais

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acesso ao crédito e está mais confiante na sua capacidade de pagamento, inclusive em longo prazo. “Isso é da essência do sistema capitalista e isso é uma novidade para a sociedade brasileira”, afirma. E os reflexos deste processo, salienta, beneficiam diretamente as médias e pequenas empresas, que hoje “são as que mais empregam”. Amorim não nega que o bom momento econômico do Brasil foi ajudado pelos problemas financeiros nas maiores potências mundiais. Entretanto, mesmo com a proximidade da extinção da crise, o jornalista é otimista em relação à continuidade do crescimento dos países emergentes. “Estamos no meio de uma explosão sem precedentes no mundo e o ritmo de crescimento voltará a se acelerar nos países emergentes que compõem o BRIC (sigla para designar os quatro países emergentes do mundo - Brasil, Rússia, Índia e China) quando passarem os efeitos da crise”, afirma. A Revista Soluções – A Revista da Pequena Empresa no Paraná acompanhou a palestra do jornalista no Sebrae/PR. A seguir, alguns trechos da conversa com Paulo Henrique Amorim.

Revista Soluções - Quais os efeitos diretos desta consolidação para os empresários de pequenas e médias empresas? Amorim - É um mecanismo de retroalimentação. Os empresários (de pequenas e médias empresas) estão se beneficiando do aumento do emprego com carteira assinada, do aumento do salário mínimo real e do aumento dos programas de apoio social. Tudo isso faz com que o comércio tenha comprador. E com dinheiro nas lojas o comércio se movimenta, contrata e todo sistema se beneficia. E hoje o setor que mais contrata, de maneira geral, é a pequena e média empresa. Uma das consequências mais fascinantes desse fenômeno, na minha opinião, é o fato de que há uma migração crescente da mãode-obra feminina do emprego doméstico para o emprego na área de serviços e comércio. Ou seja, as mulheres com mais escolaridade vão para empregos fixos, para se beneficiar de todas as vantagens da carteira assinada.

Revista Soluções - A classe média está consolidada, portanto? Amorim - A classe C cresceu 25% entre dezembro de 2002 e abril de 2008. E hoje representa 54% da pirâmide de renda brasileira. Nós já somos um país de classe média. E o mais importante elemento no crescimento da classe média é que aumentou o emprego formal. Estamos no meio de uma explosão sem precedentes no mundo e o ritmo de crescimento voltará a se acelerar no BRIC quando passarem os efeitos da crise que atingiu os países mais ricos. A distribuição de renda entre ricos e pobres no mundo está se estreitando. Há um espaço grande para explorar as economias domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos consumidores entrarão na classe média. Revista Soluções - E qual o perfil do consumidor da classe média? Amorim - As classes C, D e E são normalmente mais jovens. Esse público tem um apetite de ascensão social insaciável. Essas pessoas querem estudar, querem melhorar e todos sabem que educação é igual à renda. Cada ano que o filho fica na escola a mais que o pai significa aumento de 10% na renda. Ele quer ganhar dinheiro, quer subir, quer a casa própria, quer deixar para o filho uma vida melhor. O salário mínimo é um outro fator importante. Nos últimos 10 anos, o Brasil tem promovido aumento real do salário mínimo e isso tem sido importante fator da expansão dessa classe média. E é importante lembrar também que esse público está conectado à internet. A rede mundial de computadores tem 62 milhões de usuários no Brasil. Este é o meio de comunicação que mais cresce em penetração no País. O público é jovem, tem dinheiro, estão todo tempo online e adoram comprar. É o mecanismo certo para vender

Revista Soluções - Durante a crise, então, o Brasil se sustentou na demanda interna? Amorim - A demanda interna é a chave da expansão do crescimento econômico do Brasil. E quando falamos em demanda interna, estamos falando de um consumidor ávido para dar prosperidade à sua família, aos seus filhos. Pela primeira vez o Brasil deixou de ser uma economia dependente do comércio externo para ser como toda sociedade capitalista forte, ou seja, uma sociedade que se baseia no dinamismo da demanda doméstica. Além disso, tem a questão do crédito. Está acontecendo o fenômeno da “banqueirização” da classe média brasileira. A classe média entrou na onda da utilização maciça de crédito, o que significa aumento da capacidade de tomar dívida e por mais tempo. O sistema capitalista vive de crédito e de confiança, vive de confiar em que amanhã a vida econômica vai permitir o pagamento das dívidas assumidas. Isso é da essência do

sistema capitalista e isso é uma novidade para a sociedade brasileira. A demanda de crédito é a locomotiva que puxa a economia do mundo. Como exemplo, hoje as classes C, D e E detêm 67% dos cartões de crédito do País. Revista Soluções - O Brasil está se consolidando como uma das principais economias do mundo?

Foto: Agência La Imagen

Para jornalista, classe C é o grande mercado consumidor que vai ajudar os países emergentes a continuarem crescendo

para o jovem. O Brasil é o país que passa mais tempo online no mundo. As pessoas ficam três vezes mais tempo online do que assistindo televisão.

Foto: Agência La Imagen

A força da classe média

Revista Soluções - Como o senhor vê as perspectivas econômicas para o Brasil a médio prazo? Amorim - A nova força da classe média brasileira foi o que fez o Brasil segurar a crise, que fez o Brasil domar a crise. O País pela primeira vez conseguiu demonstrar que tem uma economia que reside na classe média e não no mercado externo. O polo dinâmico está na classe média. Agora eu acho que o pior da crise mundial já passou. O Brasil enfrentou a crise e no ano que vem deve crescer à base de 4% ao ano. A China deve voltar a crescer acima de 10%. E pronto. A economia fez a curva, foi embora.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Amorim - Os membros do BRIC representam 50% da economia do mundo. Isso se deve à queda das economias ricas, mas também porque as economias dos países que estavam embaixo foram capazes de subir, emergir. Cerca de 60% da produção econômica saem dos países em desenvolvimento e houve aumento do intercâmbio comercial Sul-Sul. Os países do BRIC perceberam que os melhores fregueses são os que estão no Hemisfério Sul e inverteram a tendência centenária de se fazer negócios Norte-Norte. E o Brasil tem uma vantagem. Diferente dos outros países do BRIC, temos uma constituição que funciona, um regime democrático, falamos todos a mesma língua, não há conflitos étnicos e religiosos, não temos problemas de fronteira, não disputamos com ninguém nosso espaço, temos sol, água, terra e liberdade interna. Revista Soluções - De que forma a crise ajudou no crescimento e consolidação econômica do País? Amorim - Eu acho que a crise foi vantajosa

porque obrigou os empresários a reduzir seu endividamento e investir em tecnologia, especialmente em tecnologia de gestão. Além disso, houve a valorização do Real. Nossa moeda se valorizou para o nível de antes da crise porque o superávit comercial brasileiro se revigorou, ou seja, as empresas brasileiras conseguiram continuar exportando. E agora o Brasil, que diversificou sua pauta de exportação, pode continuar vendendo aos países emergentes, como a China. Revista Soluções - Apesar do crescimento, quais as principais dificuldades que os empresários de pequenas empresas ainda encontram para tocar seus negócios atualmente? Amorim - Nós temos os empecilhos de sempre, que são a carga tributária e a renda, que poderia ser maior. Ainda há muita desigualdade de renda no Brasil. Há dificuldades na burocracia que atinge a atividade comercial de uma maneira geral. Mas, de qualquer forma, tudo isso é atenuado pelo fato de que a economia voltou a crescer. S

“Há um espaço grande para explorar as economias domésticas. Em 2030, 2 bilhões de novos consumidores entrarão na classe média.”

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Governança corporativa

Gestão compartilhada Com boas práticas de governança, companhias tornam-se mais transparentes e mais competitivas Por Mirian Gasparin

As ferramentas de gestão têm sido apontadas por especialistas em Administração como um dos papéis fundamentais para a estruturação das atividades das empresas. Há quem diga que o sucesso de uma empresa depende exclusivamente da forma como ela é gerenciada. Nesse sentido, uma boa governança corporativa proporciona aos administradores, proprietários, acionistas ou cotistas de uma empresa a gestão estratégica e o efetivo monitoramento da direção executiva da companhia.

e pequenas empresas têm necessidade de se profissionalizar. Mas de forma alguma isso significa que os membros da família não possam participar da gestão. Eles podem sim, mas devem ser preparados para assumir seus cargos”, afirma Kaiser.

Feito o acordo de acionistas e adequada a gestão da empresa, partese para a terceira etapa da governança corporativa, que é a criação de um conselho. “Em caso de pe-

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Para o coordenador do IBGC no Paraná, Marcio Kaiser, hoje se reconhece cada vez mais que a governança corporativa é importante para a geração de valores das empresas, pois além de ajudar a diminuir os custos de capital e melhorar o acesso a financiamentos públicos ou privados, a governança contribui também para a perenidade das companhias. Diante desse quadro, a demanda por essa prática profissional vem aumentando nos últimos anos. Kaiser explica que o primeiro ponto a se considerar em governança corporativa é a elaboração de um acordo de acionistas, que muitas vezes é confundido com o estatuto da empresa. “O acordo é um instrumento privado, ou seja, um acordo entre os sócios, e vai muito além do estatuto da empresa. É esse acordo que vai regular os assuntos exclusivos da família e da empresa, no caso de empresa familiar. Um acordo de acionistas vai determinar, por exemplo, como os herdeiros poderão ingressar na empresa e estabelecerá a questão dos salários dos membros da família”, explica. Segundo o coordenador do IBGC no Paraná, depois do acordo de acionistas a segunda etapa da governança, corporativa é adequar a gestão da empresa. “As micro

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Foto: Divulgação

Mas, afinal de contas, o que é governança corporativa? Muitas são as definições para essa prática. Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas/cotistas, conselhos e administração, diretorias, auditorias independentes e conselhos fiscais.

Marcio Kaiser,

coordenador do IBGC quenas empresas, o conselho não se faz necessário”, observa o coordenador do IBGC no Paraná.

Código de boas práticas O IBGC tem um código que é considerado a principal referência sobre as boas práticas de governança do Brasil. O documento, chamado de Código das Melhores Práticas em Governança Corporativa, foi elaborado após análise de documentos similares no exterior e extensos debates entre associados da entidade, que procuraram adaptá-lo à realidade corporativa brasileira. O Código está subdividido em seis capítulos: Propriedade (sócios), Conselho de Administração, Gestão, Auditoria Independente, Conselho Fiscal, Conduta e Conflito de Interesses. O documento apresenta também os quatro princípios básicos da governança corporativa, que são a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

Lançado em 1999, o Código das Melhores Práticas está em sua terceira versão. Atualmente seu conteúdo está sendo revisto e será submetido à audiência pública antes de sua publicação. As modificações do código refletem as constantes discussões e o aprofundamento dos temas ligados à governança corporativa, motivo que fez do documento referência nacional em conduta de gestão empresarial, e nas escolas de negócios. Na sua primeira edição, o Código concentrou-se no funcionamento, composição e atribuições dos conselhos de administração, refletindo claramente a tendência dominante na época e a partir de reflexões sobre a Lei das Sociedades Anônimas, então vigente, e das discussões e conclusões de um grupo de empresários reunido em abril de 1997. A segunda versão, de abril de 2001, tratou do princípio da equidade entre acionistas. A terceira, de

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e que são definidas nos respectivos conselhos.

No conselho do Sebrae, explica Carlos Alberto dos Santos, têm assento representantes dos setores produtivo, acadêmico, governo e de diferentes grupos que influenciam, direcionam e aprovam os planos de trabalho, propõem ações cotidianas para que a Diretoria Executiva possa se concentrar no desenvolvimento de ações que estão vinculadas ao direcionamento estratégico

Foto: Sebrae Nacional

Um bom exemplo de governança corporativa está no Sebrae. O diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, explica que o Sebrae não é uma empresa privada, mas tem uma gestão privada de recursos públicos. “A governança corporativa do Sistema Sebrae é muito importante porque os conselhos deliberativos estaduais e federal cumprem a função de um conselho de administração comparado com uma empresa privada”, afirma.

Jefferson Nogaroli,

presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

Entidades unidas Carlos Alberto dos Santos, diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional

de crédito e do governo, a governança funciona como uma Assembleia Geral, soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli.

No Paraná, o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é um exemplo de gestão compartilhada, de governança corporativa que traça as estratégias e diretrizes do Sebrae a serem executadas pela Diretoria Executiva, com a fiscalização do Conselho Fiscal. “Formado por entidades parceiras, representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições

Nogaroli, que assumiu a presidência do Conselho do Sebrae/PR no final do ano passado e que atualmente também comanda o Conselho Superior da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Paraná (Faciap), diz que os modelos de gestão compartilhada são muito mais eficientes que os modelos caracterizados pela centralização, porque os temas colocados em pauta são abordados sob as mais diferentes perspectivas. “As decisões não são de um, mas do grupo. Sempre todos, de alguma forma, têm a colaborar, a contribuir para a melhor decisão”, assinala.

As decisões não são de um, mas do grupo e sempre todos, de alguma forma, têm a colaborar

O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por 13 entidades: Agência de Fomento, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Centro de Integração de Tecnologia do Paraná

Sede do Sebrae/PR, em Curitiba

O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa, diz que a governança corporativa, no Brasil, tornou-se uma exigência para as empresas acompanharem os novos tempos. Esse fenômeno, terminologia utilizada por muitos especialistas, foi acelerado pela privatização, desregulamentação da economia e globalização. “O ambiente corporativo hoje está muito mais competitivo se comparado com o ambiente de dez anos atrás. Por isso, o Sebrae/PR aposta na governança corporativa, porque, para nós, é um modelo de como bem gerenciar. Todas as decisões tomadas pela Diretoria Executiva são amadurecidas, revisadas e reformuladas nesse processo.” Para Allan Marcelo de Campos Costa, o Sebrae/PR dispõe de algumas vantagens, como por exemplo um Conselho Deliberativo eclético. “Temos representantes de entidades empresariais, de instituições financeiras, de instituições de ensino, do setor produtivo, do poder público e da iniciativa privada. Cada entidade ou instituição com sua expertise, mas todas com as suas ações focadas e comprometidas no desenvolvimento do Estado e no fortalecimento do empreendedorismo e das micro

Foto: Mauro Frasson/arquivo Sebrae/PR

De acordo com o diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, a governança corporativa da instituição é sofisticada e complexa devido às peculiaridades do Sistema, que se assemelha a uma parceria público e privada, em especial, porque os recursos devem ser aplicados em ações e programas voltados aos pequenos negócios e à competitividade dessas empresas no mercado. “O critério da eficiência do Sebrae é o resultado das empresas atendidas pela instituição”, destaca.

Sistema Sebrae

(Citpar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado do Paraná (Faciap), Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Fampepar), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio), Sebrae Nacional, Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Foto: Agência La Imagen

março de 2004, é marcada pela inclusão do princípio de responsabilidade corporativa.

Allan Marcelo de C. Costa,

diretor-superintendente do Sebrae/PR

e pequenas empresas. Isso acaba sendo muito vantajoso, porque todos contribuem com parte de seu conhecimento. Ganha o Sebrae/PR, que passa a ter uma gestão mais eficiente; ganham os empreendedores e empresários, que têm à disposição melhores soluções empresariais e ganha a sociedade, que pode contar com organizações de apoio ao desenvolvimento transparentes”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae/PR. (Colaborou nesta reportagem Leandro Donatti) S

Para saber mais sobre governança corporativa, acesse o site do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (www.ibgc.org.br). No site, você pode inclusive conhecer o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, que passa atualmente por uma revisão. Basta clicar no link Publicações. O site da HSM, líder na formação de executivos no mundo, também sempre traz artigos de especialistas sobre o tema. Acesse www.hsm.com.br.

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Foto: Agência La Imagen

Reunião mensal do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR

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Conheça as entidades que formam o Conselho do Sebrae/PR

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AGÊNCIA DE FOMENTO

BANCO DO BRASIL

CAIXA ECONÔMICA

A Agência de Fomento do Paraná S.A. é uma instituição financeira que opera prioritariamente com recursos próprios, que são aplicados no financiamento de iniciativas compatíveis com a política de governo do Estado. Através de seus programas, e em parceria com secretarias e outros órgãos do Estado, os recursos são direcionados à oferta de crédito e financiamentos sem burocracia e em condições favoráveis de taxas, prazos e garantias. www.afpr.pr.gov.br

A missão do Banco do Brasil é ser a solução em serviços e intermediação financeira, atender às expectativas de clientes e acionistas, fortalecer o compromisso entre os funcionários e a empresa e contribuir para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil. Com 24,6 milhões de clientes correntistas, 15,1 mil pontos de atendimento em 3,1 mil cidades e 22 países, o Banco do Brasil é hoje a maior instituição financeira do País. www.bb.com.br

A Caixa Econômica Federal é o principal agente das políticas públicas do governo federal e, de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões de brasileiros. Isso porque a Caixa – uma empresa 100% pública – atende não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de programas sociais e apostadores das loterias. www.caixa.gov.br

CITPAR

FACIAP

FAEP

O Centro de Integração e Tecnologia do Paraná é uma Oscip que se dedicou durante 21 anos a prestar atendimento na área de tecnologia a órgãos de governo, universidades e entidades da iniciativa privada. Como Eurocentro, realizou muitos encontros empresariais de países da Comunidade Europeia e América Latina. Várias empresas que hoje se encontram instaladas no Paraná foram influenciadas direta ou indiretamente pelo CITPAR.

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) representa hoje 247 associações comerciais e um universo de mais de 40 mil empresas em todo o Estado. A entidade é uma das maiores instituições do sistema no Brasil, com atuação em 70% dos municípios paranaenses. As associações comerciais estão presentes nas principais cidades, que representam juntas 95% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense. www.faciap.org.br

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná tem como objetivo o estudo, a coordenação, defesa e representação legal da categoria econômica rural, tal como agricultura e pecuária, buscando soluções para as questões relacionadas aos interesses econômicos, sociais e ambientais do produtor. É responsável pela orientação aos seus filiados, em sindicatos rurais. www.faep.com.br

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FAMPEPAR

FECOMÉRCIO

FIEP

A Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná desenvolve projetos que buscam o fortalecimento de associações de pequenas empresas em todo o Estado. O trabalho consiste na realização de palestras e na capacitação de lideranças e empresários. A entidade representa as micro e pequenas empresas no Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

O Sistema Fecomércio Sesc Senac-PR dá ao empresário do comércio as melhores condições possíveis de sobrevivência e sustentabilidade do seu negócio, numa época em que a competição pelo cliente é cada vez mais acirrada. A intenção da Federação é ampliar cada vez mais suas ações com qualidade e abrangência, contribuindo para o desenvolvimento do Estado. www.fecomerciopr.com.br

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná - Fiep, Ciep, Sesi, Senai e IEL - é uma entidade de representação da indústria do Paraná. Braço políticoinstitucional da indústria, a Fiep é a voz da indústria paranaense, a quinta maior do Brasil. A Federação presta assessoria direta aos sindicatos empresariais filiados à entidade, que representam mais de 30 mil indústrias, que geram 670 mil postos de trabalho. www.fiepr.org.br

Anúncio OCEPAR

SEIM

UFPR

O Sistema Ocepar é formado por três sociedades sem fins lucrativos que, em parceria, se dedicam à representação, fomento, desenvolvimento, capacitação e promoção social das cooperativas paranaenses: o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná - Ocepar, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - Sescoop PR e a Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná - Fecoopar. www.ocepar.org.br

A Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul existe para promover a articulação do governo do Paraná com o setor privado. Entre suas principais linhas de ação, estão o estímulo à criação de empresas e a promoção das exportações. A SEIM executa programas e projetos visando implantar e coordenar a política governamental para os setores secundário e terciário da economia do Estado. www.seim.pr.gov.br

A Universidade Federal do Paraná é a mais antiga universidade do Brasil e símbolo de Curitiba. Envolta por uma história de muitas conquistas, desde 1912 a UFPR é referência no ensino superior para o Estado e para o Brasil. Símbolo maior da cultura paranaense, a UFPR demonstra sua importância e excelência através dos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, além de suas áreas de extensão e pesquisa. www.ufpr.br

SEBRAE NACIONAL O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como missão promover em todo o País, de norte a sul, a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos das micro e pequenas empresas. A instituição foi criada em 1972, como resultado de iniciativas pioneiras que tinham como foco estimular o empreendedorismo no Brasil. www.sebrae.com.br

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Comando

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Líder 2.0 O Líder 2.0, explica o consultor, é quem reúne cinco forças:

Para especialista, liderança é a arte de influenciar as pessoas, não é cargo, não é posição e muito menos sinônimo de carisma

1. Oferece causas, em vez de apenas empregos, tarefas ou metas. O Líder 2.0 oferece às pessoas aquilo que mais desejam: uma bandeira, uma razão para suas vidas. Acredita que as pessoas estão dispostas a oferecer o melhor de si e até mesmo a fazer sacrifícios, desde que se identifiquem com uma causa, um porquê para o seu cotidiano; 2. Forma outros líderes, em vez de apenas seguidores. O Líder 2.0 não se satisfaz em ter atrás de si um grupo de pessoas seguindo fielmente o rumo traçado e recompensado pela sua lealdade. É aquele que tem em torno de si pessoas capazes de exercer a liderança quando necessário. Cria mecanismos, atitudes e posturas que estimulam o desenvolvimento do líder que existe dentro de cada um com quem convive. Forma, assim, outros líderes, seu maior legado para o futuro da organização;

Por Katia Michelle Pires

3. Lidera 360 graus, em vez de apenas 90 graus. O Líder 2.0 atua onde faz diferença. Não comanda apenas uma equipe de subordinados dentro das paredes de uma empresa. Exerce a liderança também “fora”, para cima e para os lados: lidera clientes, parceiros, comunidades e influencia chefes, colegas e acionistas;

O mundo está em constante mudança e não é por acaso que as personalidades que lideram empresas e comunidades devem se adequar a essas alterações. O consultor César Souza, autor de diversos livros, defende a formação de “um novo líder”, chamado de Líder 2.0, que seria capaz de lidar com a evolução.

Recentemente, César Souza participou do Fórum Global de Liderança, que aconteceu no Estação Convention Center, em Curitiba, reunindo os mais conceituados nomes. “Liderança é a arte de influenciar pessoas. Não é cargo nem posição social, nem sinônimo de carisma. O líder também não nasce pronto. Ninguém nasce líder, aprendemos a ser líder. Infelizmente, vivemos um verdadeiro apagão da Liderança, no mundo político, empresarial, educacional, familiar. Precisamos formar Líderes 2.0, para uma nova realidade”, define.

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Foto: Divulgação

Com sólida experiência como executivo, César Souza foi até 1998 vice-presidente da Odebrecht of América Inc, radicada em Washington nos Estados Unidos, e sócio-diretor do Monitor Group, até 2001, empresa fundada por Michael Porter. Desde então, atua como consultor para diversas companhias, nas áreas de estratégia, marketing e recursos humanos.

4. Surpreende pelos resultados, em vez de fazer apenas o combinado. O Líder 2.0 não é aquele que apenas chega aonde anunciou antes. Não basta cumprir metas. É aquele que faz mais do que o combinado, surpreende pelos resultados incomuns que obtém de pessoas comuns. Sabe “compatibilizar” o hoje com o amanhã. Garante o presente, enquanto constrói o futuro; 5. Inspira pelos valores, em vez de apenas pelo carisma. O Líder 2.0 constrói um mapa de atitudes em torno de valores que são explicitados, disseminados e praticados. Cria um clima de ética, integridade, confiança, respeito, transparência, aprendizado contínuo, inovação, paixão, humildade. Educa pelo exemplo. Prima pela coerência entre o que diz e o que faz. Lidera a si mesmo antes de pretender liderar os outros.

César Souza, consultor

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Quando questionado sobre o “boom” do termo liderança e a proliferação de cursos sobre o tema, o consultor faz uma crítica. “Infelizmente, a maioria desses cursos e livros sobre liderança está formando líderes para uma realidade que já não existe mais. No máximo formam gerentes mais eficientes em vez de líderes eficazes. A liderança tal qual a conhecemos hoje está com os dias contados. O Líder 1.0 deve ser estudado em aulas de História e não mais em aulas de Administração ou Gerenciamento. Precisamos de Líderes 2.0 nas nossas empresas.”

Como então os empresários podem se proteger? “Existem muitos cursos que prometem formar líderes em 24 horas, como se fosse um passe de mágica. Mas não adianta tentar aprender técnicas, pois liderança não é uma questão técnica. Trata-se de uma questão de atitudes”, aconselha César Souza. Ver como o líder age, é na opinião do consultor, a melhor forma de identificá-lo. “O exemplo é a ação, é a essência. Não adianta um belo discurso, nem diplomas de cursos de liderança. O melhor é na hora do sufoco, da ação. Por exemplo, sempre digo que ‘as estrelas brilham na escuridão’ e na hora da crise é que dá para distinguir o joio do trigo. Como o líder se comporta”, diz. Para César Souza, as cinco forças do Líder 2.0 ajudam a identificar o líder. “Sugiro que cada leitor dessa matéria se faça cinco perguntas inconvenientes: Será que ofereço uma causa à minha equipe ou apenas estou cobrando metas e tarefas? Será que estou formando outros líderes ou apenas seguidores? Será que faço mais que o combinado ou apenas “bato metas”? Será que lidero também clientes, fornecedores, comunidades ou lidero apenas uma equipe dentro da empresa como se fosse um mero chefe? Será que

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Fotos: Vanderson Faria

inspiro os outros por valores ou apenas pelo carisma e hierarquia? Essas perguntas ajudam a perceber se você está sendo um líder.”

Papel indispensável Falar em liderança é quase sempre associar o termo às grandes personalidades que marcaram a história mundial. Gandhi, Hitler, Nelson Mandela e Che Guevara são alguns exemplos de nomes que influenciaram gerações e mudaram a forma de pensar de milhares de pessoas. Mas a liderança não está associada apenas a grandes dimensões. É uma característica que está presente na personalidade das pessoas, de forma inata ou adquirida, em todas as etnias e classes sociais e nos negócios, desde uma multinacional até uma pequena empresa.

Kuniko Maeda,

Foto: Divulgação

Para César Souza, vivemos uma carência de líderes nas escolas, nas comunidades, na vida política. “Se quisermos criar famílias mais felizes, empresas mais saudáveis e comunidades mais solidárias, precisamos mudar a nossa forma de pensar sobre a liderança e a nossa maneira de exercer a liderança”, ensina.

empresária

Bernt Entschev, headhunter

Há duas formas de ser um líder: ou pela característica inata ou aprendendo técnicas de liderança, mas sempre a pessoa deve olhar para dentro de si e questionar “Um líder pode ser o presidente da República ou o síndico do prédio. Basta saber identificar”, ensina o headhunter (caça-talentos) Bernt Entschev, que também compartilhou sua experiência no Fórum Global de Liderança. Para ele, o líder tem um papel indispensável na condução dos negócios e, portanto, é fundamental identificar líderes em potencial no mundo corporativo. E como identificar os líderes? Entschev também dá dicas: “Um líder é aquele que consegue influenciar as pessoas com seu comportamento’’, diz, salientando que existem vários tipos de líderes. Uma pessoa pode ser líder em um ambiente e em outro não, na avaliação de Entschev. E a personalidade de liderança sempre vai aparecer quando se junta mais de uma pes-

soa. “No mundo dos negócios, essa liderança é fundamental para conduzir decisões e dar o direcionamento essencial para o sucesso do empreendimento. Ou fracasso.” Conforme ressalta Entschev, que tem mais de duas décadas de experiência na área de Executive Search e já foi eleito o 4º Melhor Headhunter do Brasil pelo Canal RH, há lideranças positivas e negativas. “E há duas formas de ser um líder”, de acordo com ele. “Ou pela característica inata ou aprendendo técnicas de liderança.’’ Para o headhunter, a pessoa deve olhar para dentro de si mesma e questionar os seus anseios e que papel ela quer desempenhar. “Há líderes e seguidores e é preciso saber o que se pretende, honestamente’’, conclui.

Na direção certa A empresária Kuniko Maeda, de Toledo, no oeste do Paraná, sabe bem a importância da liderança no mundo dos negócios. Proprietária de uma loja de produtos médico-hospitalares que comercializa mais de 30 mil itens e gera três empregos diretos e sócia de uma pizzaria que tem cerca de 30 funcionários, Kuniko precisa “liderar” o tempo inteiro para garantir o sucesso de seus negócios.

Para ela, um líder é um cidadão completo que influencia pela competência e capacidade de compreender o meio em que está. “E essa competência vale tanto para a formação profissional como espiritual’’, diz. Como líder de duas empresas, ela relata que é preciso estar sempre presente nos negócios e em contato com tudo o que acontece dentro da empresa.

Ela acredita, no entanto, que a liderança não está ligada ao autoritarismo. “Pelo contrário. Muita gente confunde liderança com comando, mas não é só isso. Um líder deve, antes de tudo, se fazer respeitar e conquistar as pessoas pela confiança’’, ensina.

“A liderança está na sabedoria de saber cobrar, mas também de saber confiar’’, diz. Para ela, essa competência já nasce com a pessoa e pode ser observada no grupo de amigos, na escola ou mesmo em escalas maiores, na sociedade, em cargos políticos, por exemplo.

Cabe ao líder, portanto, motivar sistemática e periodicamente as pessoas que confiam nele. “É importante dinamizar esse processo para ter um melhor resultado. Um bom líder deve propor reuniões, saber escutar as pessoas, motivá-las e acima de tudo manter-se atualizado’’. Sobre sua própria experiência, Kuniko é categórica: “Um líder deve obter respeito, sem gritar, sem pressionar. Deve se impor, colocar limites, mas também saber ser amigo’’. S

Para saber mais sobre o tema, leia o livro “Você é do tamanho dos seus sonhos”, de César Souza.

Como ser um líder em cinco lições, por Bernt Entschev

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Prever o futuro, ou seja, ter a capacidade de saber o que pode acontecer no mercado antecipadamente, reunindo informações sobre o assunto;

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Conseguir ordenar o serviço a ser feito;

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Conduzir subordinados;

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Abraçar a causa (muitos líderes acabam fazendo sacrifícios pela função, como o caso de Getúlio Vargas, como exemplifica o consultor);

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Conquistar a admiração das pessoas.

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Foto: Wilson Vieira/Videographic

Empreendedor individual

Paraná quer formalizar 55 mil até 2010

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Conheça a história de trabalhadores informais que, a partir de agora, passarão a ter direitos previdenciários e empresariais

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Na informalidade, os empreendedores não têm direitos previdenciários nem direitos empresariais. De acordo com o Anuário do Trabalho Sebrae/Dieese 2008, existem aproximadamente 565 mil trabalhadores informais no Estado. O prestador de serviços de pinturas e letreiros, Isaías Rosa, conhece bem as desvantagens de trabalhar sem garantias. Aos 52 anos, espera que o Empreendedor Individual lhe traga mais alívio e segurança. O pintor, que está na atividade há 37 anos, em Londrina, no norte do Estado, espera não passar mais pelo sufoco ao qual se submeteu há dois anos, quando se acidentou no exercício da profissão e viu-se desamparado. Isaías foi parar no hospital porque quebrou o braço ao cair de uma escada.

Ficou desesperado porque não tinha seguro. “Para poder receber o pagamento pelo serviço que eu já tinha começado, saí do hospital sem me recuperar direito e voltei ao trabalho assim mesmo”, conta. Além do direito ao benefício auxíliodoença, o trabalhador vê outras vantagens na formalização. “Não vou mais perder oportunidades de trabalho por falta de nota fiscal e CNPJ (Cadastro Nacional para Pessoa Jurídica). Acho que vai melhorar muito e todo mundo só tem a ganhar com essa lei”, aposta Isaías, que está ansioso para ser reconhecido como o mais novo Empreendedor Individual de Londrina.

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

dividual, além de vantagens previdenciárias como aposentadoria, auxílio-doença e auxílio-maternidade, também terá a vantagem de poder emitir nota fiscal. Será possível ainda participar de licitação ou entrar nas chamadas dispensas de licitação. O Sebrae/PR ressalta a importância do CNPJ para o empreendedor. Com o documento, ele terá poder de negociação, poderá comprar de atacadistas e abrir conta em bancos como pessoa jurídica, com taxas e juros especiais. O informal precisa ter clareza sobre a natureza do seu empreendimento, pois serão aceitos apenas negócios que não ferem a legislação local. O dia a dia do pedreiro Francisco Alves de Oliveira, 63 anos, também não é nada fácil. Seu Francisco foi o primeiro empreendedor informal a procurar orientações sobre o Empreendedor Individual, no Sebrae/PR, em Curitiba. Ele trabalha há 20 anos como autônomo e vê a formalização de seu ofício como uma forma de ter reconhecimento profissional e conquistar mais clientes. “Formali-

zado, vou pegar mais serviços, terei benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e penso em empregar mais uma pessoa. Perco muito trabalho atualmente porque não tenho nota fiscal para fornecer”, conta o pedreiro, que mora em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, mas exerce a maioria de suas atividades na Capital. Paulo Cesar Kaspreski também procurou o Sebrae/PR assim que soube que poderia virar um empreendedor individual. Paulo Cesar tem há três anos seu próprio empreendimento. Ele atua na limpeza comercial de telhas e pisos em Pato Branco, no sudoeste do Paraná. O empreendedor conta que tem acompanhado o assunto pelo noticiário. “Eu já sentia a necessidade de formalizar a empresa. Agora ficou mais simples e mais barato, o que vai fazer a gente antecipar essa decisão.” A necessidade a que Paulo se refere veio com o tempo. Ele conta que foi divulgando seu próprio negócio com o trabalho e as oportunidades foram aparecendo. Contudo, por não ter uma em-

Isaías Rosa, pintor

Quem aderir, além de vantagens previdenciárias como aposentadoria, também poderá emitir nota fiscal

Foto: Wilson Vieira/Videographic

Aproximadamente 55 mil empreendedores que trabalham na informalidade devem se formalizar no Paraná até o final de 2010. A estimativa é do Sebrae/PR que, desde 1º de julho, com a entrada em vigor do Empreendedor Individual, presta diariamente orientações para informais de todo o Estado que buscam a formalização. O Empreendedor Individual é uma figura jurídica instituída pela Lei Complementar 128/08 que alterou dispositivo do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, com o objetivo de facilitar a formalização de manicures, pintores, costureiras, carpinteiros, cabeleireiros, artesãos, sapateiros, entre outras profissões.

Foto: Wilson Vieira/Videographic

Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen

Por Leandro Donatti

De acordo com a nova legislação, quem aderir ao Empreendedor In-

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Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen

além dos portais dos órgãos envolvidos. A orientação e o atendimento direto a esse público estão sendo feitos pelo Sebrae, Fenacon e sindicatos filiados. Os escritórios de contabilidade integrantes do Simples Nacional farão, gratuitamente, o registro e a primeira declaração anual desses empreendedores individuais, de acordo com a Lei 128/08, que instituiu o Empreendedor Individual.

Foto: Studio Alfa

Perfil

Marlene Falasca Roth, costureira

presa formal, muitas vezes perdeu serviços. “Com essa chance, formalizado, posso participar de concorrências públicas e ampliar mercado também na iniciativa privada.”

Expectativa Marlete Falasca Roth é costureira em Maringá, no noroeste do Estado. Para ajudar na renda da família, compra retalhos em grandes confecções da cidade e, com arte, delicadeza e, acima de tudo, profissionalismo, transforma os retalhos em lençóis. “Trabalho há anos costurando e vendendo meus lençóis, sempre na informalidade, agora poderei abrir minha empresa e conseguir garantias às quais tenho direito”, aposta Dona Marlete, que ficou ansiosa antes mesmo de o Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br), pelo qual são feitas as formalizações, aceitar inscrições no Paraná. Para se tornar empreendedor individual, os informais precisam inscrever-se. Todo o processo de formalização é feito pela internet.“Quem sabe, virando empreendedora individual, poderei até contratar uma pessoa para me ajudar”, projeta a costureira. 24

Podem se formalizar empreendedores da indústria, comércio e serviço, com receita bruta anual de até R$ 36 mil Com a mesma expectativa de Dona Marlete, José Aparecido de Araújo, 38 anos, também sonha em virar empresário. José Aparecido tem um carro de som, que ele chama de “propaganda móvel”. Há seis anos trabalha na informalidade no Bairro Canceli, em Cascavel, região oeste. Sustenta sua família com o dinheiro que recebe pelo trabalho no carro de som. “É muito complicado. Sempre fico com medo da fiscalização, trabalho apenas no bairro, onde já sou conhecido, sem muitas perspectivas de crescimento”. Hoje, José Aparecido vê no Empreendedor Individual a chance de sair da informalidade. “Agora poderei trabalhar dentro da lei, emitir nota fiscal e quem sabe até expandir meu negócio, pois sei que o projeto inclui vários benefícios.”

Regras Podem se formalizar empreendedores da indústria, comércio e servi-

ço - exceto locação de mão-de-obra e profissões regulamentadas por lei - com receita bruta anual de até R$ 36 mil. Os interessados, que pagarão entre R$ 52,15 e R$ 57,15 de tributos, devem ter no máximo um funcionário com renda de até um salário mínimo mensal ou piso da categorial profissional. Empreendedores do comércio e da indústria pagarão um valor fixo mensal de 11% sobre o salário mínimo - hoje R$ 51,15 - referente ao INSS pessoal, mais R$ 1,00 de ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Prestadores de serviços arcarão com os mesmos 11% sobre o mínimo mais R$ 5,00 de ISS (Imposto Sobre Serviços). Já os profissionais que atuam em atividades mistas (indústria ou comércio com serviços) pagarão os 11% do mínimo mais R$ 1,00 de ICMS e R$ 5,00 de ISS.

Pesquisa qualitativa realizada pelo Sebrae Nacional com 543 informais brasileiros mostra que 70% dos entrevistados consideram a formalidade mais vantajosa do que a informalidade. Além disso, 75% afirmam não ter medo da formalização. A mesma pesquisa revela que a maioria dos informais está satisfeita com o trabalho que realiza, porém enfrenta graves problemas, como falta de dinheiro para participar de capacitações e treinamentos, de financiamentos para investir em infraestrutura e de divulgação de seus negócios. De acordo com a Pesquisa Economia Informal Urbana (Sebrae/IBGE, 2003), 64% das pessoas ocupadas neste setor são do sexo masculino; 36% têm ensino fundamental incompleto; 37% dos donos de empreendimentos informais têm entre

Consultor entrega cartilha sobre Empreendedor Individual para feirante

Com CNPJ, o empreendedor passa a ter poder de negociação e pode abrir conta em bancos como pessoa jurídica, com taxas e juros especiais 25 e 39 anos de idade, enquanto 46% estão entre 40 e 59 anos.

des parceiras diretamente envolvidas no processo.

Demanda

Na Capital, consultores do Sebrae/PR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar-PR) e Secretaria de Abastecimento de Curitiba percorreram as principais feiras livres de Curitiba e entregaram cartilhas e panfletos com informações sobre o Empreendedor Individual. (Colaboraram nesta reportagem Adriano Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Giselle Ritzmann Loures, Luciana Baroni e Octávio Rossi) S

A procura por informações sobre o Empreendedor Individual é intensa no Sebrae/PR, desde 1º julho, quando a nova legislação entrou em vigor em todo o Brasil. Além de atendimentos, o Sebrae realizou seminários regionais em Curitiba, Maringá, Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão e Londrina, para discutir a proposta com as entida-

Mais informações sobre o Empreendedor Individual, acesse o Portal do Empreendedor, em www.portaldoempreendedor. gov.br. O portal contém uma série de informações úteis e traz as vantagens e obrigações para quem quer se formalizar. Seminário em Curitiba

As empresas que já são formais poderão aderir em janeiro de 2010, prazo que se repetirá anualmente, de acordo com as regras do Simples Nacional. Os empreendedores interessados na formalização poderão buscar informações nas centrais de relacionamento do Sebrae (0800 570 0800), do INSS (135) e da Receita Federal do Brasil (146), 25


Municípios

Regulamentação operacionaliza Lei Geral 208 dos 399 municípios do Paraná já criaram legislações específicas para micro e pequenas empresas; próximo passo é regulamentar Por Adriano Oltramari e Leandro Donatti

Mais de a metade dos municípios do Paraná já instituíram legislações específicas para micro e pequenas empresas. Levantamento do Sebrae/PR mostra que 208 dos 399 municípios do Paraná já criaram Leis Gerais Municipais. Criaram, mas isso não significa que todos regulamentaram o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o que na prática impede que muitos benefícios da legislação, instituída no final de 2006, cheguem aos empreendedores e empresários. Os municípios têm um papel estratégico, em todo o Brasil, para que a Lei Geral torne-se operacional de fato. “A regulamentação é o primeiro passo para termos uma ação mais concreta em favor das micro e pequenas empresas. Por isso, é importante que os municípios façam um esforço para que não só implantem Leis Gerais Municipais, como também regulamentem a legislação, especifiquem como pretendem colocar em prática os benefícios que são concedidos ao segmento”, explica o coordenador estadual de Políticas Públicas do Sebrae/PR, Cesar Rissete. A mobilização, a regulamentação, as compras governamentais, os procedimentos simplificados, a integração de cadastros são alguns pontos da Lei Geral que podem fazer a diferença nos municípios, no que diz respeito ao sucesso dos pequenos negócios. Por exemplo, nas compras governamentais, nas quais as micro e pequenas empresas têm preferência em licitações de até R$ 80 mil, de acordo com a Lei Geral, essa preferência vai se traduzir em geração de mais empregos e renda nas próprias cidades, uma vez que fortalece o mercado local.

Mas, para isso, os futuros empreendedores individuais terão que assinar o Termo de Ciência e Responsabilidade, com efeito de Alvará de Licença de Funcionamento Provisório, a ser enviado para a Junta Comercial. As prefeituras, num prazo de até 180 dias, terão que confirmar o alvará de funcionamento. “A concessão de alvará provisório e definitivo, variando se a atividade é de risco ou não, será feita dentro das prefeituras. É no município que acontecerá o arranjo final de todo esse processo. É onde a lei sai do papel para a prática. Logo, as prefeituras que instituírem sistemas de concessão de alvará mais ágeis, cumprirão a legislação e atenderão com mais presteza às demandas”, descreve Rissete.

É importante que os municípios façam um esforço para que não só implantem Leis Gerais Municipais, como também regulamentem a legislação

Regulamentação A Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (AMSOP) trabalha para que os 42 municípios que a integram estejam em dia com seus deveres em relação à Lei Geral. Na região sudoeste, todos os municípios já criaram Leis Gerais Municipais. O tema vem sendo tratado desde 2007. A discussão do momento é a regulamentação. “O processo de regulamentação já estava encaminhado, porém a entrada em vigor da Lei Complementar 128/08 (do Empre-

Foto: Adriano Oltramari

O coordenador estadual de Políticas Públicas do Sebrae/PR ressalta a

importância do papel regulamentador dos municípios, tomando como exemplo a figura jurídica que instituiu desde julho o Empreendedor Individual. É importante que os municípios se preparem para atender os empreendedores que buscarão a formalização. Quem se formalizar como Empreendedor Individual, além dos registros no CNPJ, na Junta Comercial e na Previdência Social, também terá licença especial da prefeitura para funcionamento imediato.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Município de Pato Branco/PR

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endedor Individual) forçou novos ajustes”, observa Celito Bevilaqua, secretário executivo da AMSOP. “A Lei Geral tem que ser encarada pelos municípios como uma ferramenta de desenvolvimento”, analisa Bevilaqua. Segundo ele, outro ponto importante é que a municipalização da Lei Geral mexeu com questões tributárias. “Dos 42, apenas seis municípios não fizeram alterações em seus códigos (tributários). Uma ação provocada pela Lei Geral que certamente vai beneficiar não só os empreendedores, empresários, mas a maioria dos contribuintes municipais”, projeta o secretário executivo da AMSOP. A estimativa da Associação é que a partir da regulamentação, os municípios do sudoeste estejam prontos para emitir o alvará provisório para estabelecimentos comerciais que não apresentem riscos num prazo não maior de 48 horas. Em Pato Branco, a regulamentação da Lei Geral passa também pela instalação da Sala do Empreendedor no prédio da prefeitura. De acordo com o secretário de Finanças, Mauro José Sbarain, a prefeitura prepara-se para disponibilizar um local para atender os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. “Já temos o espaço, móveis e equipamentos. A sala é uma boa estratégia para a informação. Quem tiver dúvidas, poderá vir direto no espaço que a prefeitura vai disponibilizar, com um servidor para atender”, especifica. O secretário de Finanças confirma ainda que Pato Branco aguarda a votação do projeto que regulamenta a Lei Geral, que já está na Câmara Municipal, mas enquanto isso vai arrumando os procedimentos para atender principalmente os informais que podem ser enquadrados no Empreendedor Individual.

que já concluíram a primeira etapa do processo de municipalização, complementam itens já previstos na Lei Geral de âmbito nacional.

O Sebrae/PR, por meio de convênios com associações de municípios em todo o Estado, tem orientado para que as legislações municipais contenham regras quanto à instalação e implementação de comitês gestores municipais, cadastros sincronizados, procedimentos simplificados, estímulo à inovação, ao cooperativismo e ao associativismo, assistência técnica a produtores rurais, dentre outras. Outro item que merece acolhimento, pelas legislações municipais, é o que trata da participação preferencial de micro e pequenas empresas em licitações públicas. As empresas que faturam até R$ 2,4 milhões por ano podem participar exclusivamente de licitações públicas com valores até R$ 80 mil. A administração pública pode ainda garantir por lei a subcontratação de micro ou pequenas empresas até 30% do total licitado. Levantamento feito pelo Ministério do Planejamento estima que, se a participação das micro e pequenas empresas aumentar dos atuais 17% para 30% das aquisições públicas da União, estados e municípios, será gerado por ano no País cerca de 1 milhão de novos empregos. As Leis Gerais Municipais não precisam obrigatoriamente conter dis-

A Lei Geral tem que ser encarada pelos municípios como uma ferramenta de desenvolvimento

O que deve conter

positivos pertinentes à tributação, o que tem sido um engano recorrente no processo de discussão de sua implantação. Os prefeitos e vereadores têm autonomia para complementar a Lei Geral, criando facilidades e incentivos próprios.

A mobilização no Paraná em torno da criação de leis municipais para micro e pequenas empresas e sua regulamentação começou logo após a entrada em vigor da legislação federal, no início de 2007. As Leis Gerais Municipais, como têm sido chamadas pelas prefeituras e câmaras

O Sebrae/PR tem auxiliado os municípios a implantarem os mecanismos da lei, desde a parte legal com a oferta de um CD-ROM contendo uma proposta de lei municipal e assessoria especializada gratuita, até a elaboração e acompanhamento de um plano de ação para efetivamente

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transformar a lei em um instrumento de desenvolvimento local. Para isso, desenvolveu metodologias e está colocando à disposição dos municípios assessoria técnica.

Desenvolvimento Local Os municípios do Paraná que já instituíram Leis Gerais Municipais têm à disposição a partir de agora um programa específico do Sebrae/PR, focado no desenvolvimento a partir das micro e pequenas empresas. O Programa de Desenvolvimento Local Fundamentado na Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com duração de dois anos e meio, tem como objetivo institucionalizar a Lei Geral nos municípios, criando assim um ambiente legal e favorável aos pequenos negócios e contribuindo para o desenvolvimento dos municípios.

te para discutir os pontos fortes e fracos e as oportunidades e desafios dos municípios, sob o ponto de vista empresarial. Bem como medirão indicadores primários, seguindo os moldes de excelência da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). O diagnóstico, que servirá de base para um plano de desenvolvimento local, trabalhará todas essas variáveis. Para a implantação dos planos de desenvolvimento locais, os municípios terão apoio técnico das entidades e instituições de apoio. O Sebrae/PR, por exemplo, pretende disseminar ainda mais soluções empresariais nos municípios. A metodologia prevê ainda a realização de

workshops, encontros e assessoria especializada. “Esse Programa é de fundamental importância porque cria uma agenda de trabalho, pactuada entre instituições locais, entidades empresariais, federações e Sebrae/PR, em favor do desenvolvimento dos municípios a partir dos pequenos negócios. As micro e pequenas empresas representam 99% dos estabelecimentos formais e respondem por 60% dos empregos com carteira assinada no Paraná e no Brasil. O que mostra que o empreendedorismo é uma excelente oportunidade para o desenvolvimento”, diz Cesar Rissete. S

As Leis Gerais Municipais complementam itens já previstos na Lei Geral, de âmbito nacional

O Programa tem uma metodologia própria e prevê, por exemplo, a formação de Agentes de Desenvolvimento, que serão indicados pelas prefeituras e capacitados pelo Sebrae/PR, e a criação de Comitês Gestores, formados por representantes do poder público, de entidades empresariais e de instituições de apoio ao desenvolvimento dos municípios. Os Agentes de Desenvolvimento ajudarão na implantação de ações, enquanto os Comitês Gestores responderão pela governança do Programa nos municípios e pela regulamentação e aplicação das Leis Gerais Municipais. O Programa trabalha as temáticas previstas na Lei Geral, como desburocratização, acesso ao crédito, desoneração tributária, acesso à tecnologia, dentre outras, mas antes faz um raio-x do ambiente para os pequenos negócios. O Índice de Desenvolvimento para Micro e Pequenas Empresas (ID-MPE), lançado pelo Sebrae/PR, em parceria com o Instituto Brasileiro de Produtividade e Qualidade (IBQP), no final do ano passado, é um dos balizadores que será utilizado no Programa. O ID-MPE avalia o estágio de evolução do ambiente empresarial, institucional e de mercado nos municípios.

Mapa do Paraná com a indicação dos municípios que já implantaram Leis Gerais.

Os representantes dos Comitês Gestores se reunirão periodicamen-

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Cultura reinventada Cada vez mais difundida, a Cultura do RE (Reciclar, Reinventar e Reencantar) transforma regiões degradadas em atrativos cultural e comercial Por Katia Michelle Pires

Uma fábula, cuja origem e autoria se perderam no tempo, conta a história de uma rua precária e mal cuidada. As casas eram sujas e as fachadas decadentes. Certo dia, uma moradora decidiu arrumar o seu jardim. Limpou, plantou flores e logo viu sua casa mudar. Mas não foi só isso. Influenciados pela atitude da moradora, os vizinhos decidiram eles próprios arrumarem suas casas e jardins e logo perceberam uma verdadeira transformação na região. Bastou apenas uma iniciativa. A história, que já foi contada em várias versões e culturas, pode ser usada para ilustrar um fenômeno cada vez mais recorrente em cidades de todo o mundo, a Cultura do RE. O termo é utilizado pela consultora Beth Furtado para mostrar como palavras como reciclar, reinventar, restaurar e reutilizar podem transformar a paisagem urbana. Exemplos não faltam, como ela mesma cita. No Brasil, o conhecido Pelourinho, em Salvador, na Bahia, e a recente transformação da Praça Roosevelt, em São Paulo, em ponto de encontro cultural, a partir da iniciativa de um grupo de teatro, mostram como regiões antes consideradas decadentes podem se tornar núcleos de prosperidade se houver ação conjunta entre o poder público e privado e, acima de tudo, a participação da sociedade.

Foto: Agência La Imagen

“A partir da beleza física, há a inserção de negócios, que traz um novo frescor para a região e é capaz de movimentar o potencial econômico do espaço”, analisa Beth Furtado. Sócia diretora da Alia Consultoria em Marketing, ela atua há mais de duas décadas nas áreas de marketing e comunicação. Escreveu livros como “Horizontes do Consumo” e “Desejos Contemporâneos” e é colunista do Programa Comercial & Cia On Radio, veiculado na BandNews,

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

em São Paulo. Para ela, a experiência de cidades brasileiras e norteamericanas (como Manhattan, por exemplo) mostra a importância de se revitalizar os espaços tanto para os moradores e comerciantes locais como para a cidade em geral. Mas a consultora ressalta: “Não basta apenas uma maquiagem. É preciso inserir elementos novos”. E elementos culturais e arquitetônicos são fundamentais para essa transformação, como defende Beth Furtado. Ela ressalta a importância do envolvimento e parceria do poder público e privado nas iniciativas de revitalização dos espaços. “Não tem como ser uma atividade isolada”, salienta. Além disso, é preciso levar em conta que transformações não acontecem de um dia para o outro. “É um processo demorado, que envolve também uma mudança de hábito cultural”, comenta. E nem sempre as transformações radicais dependem apenas de fatores externos. Os próprios moradores ou comerciantes da região devem sentir quando é hora de mudar, buscar recursos e promover uma “revolução” para movimentar o espaço e trazer benefícios coletivos.

Logomarca do projeto de revitalização da Rua Riachuelo

A Cultura do RE mexe com todos e mostra que todos têm direito à renovação

É hora de mudar? “O comerciante deve mudar sempre”, exemplifica Beth Furtado. Para ela, se uma rua voltada ao comércio está decadente, a culpa não deixa de ser dos próprios comerciantes. “É preciso estar em constante renovação. Não dá para achar que o cliente vai entrar no estabelecimento só porque a casa está de portas abertas”, diz a consultora ressaltando que o consumidor é “mutante” e, portanto, o comerciante deve acompanhar a evolução e não parar no tempo. Para Beth Furtado, todas as cidades têm espaços com potencial de prosperidade. Avaliar essas regiões, investir

Beth Furtado,

consultora em varejo

Foto: Divulgação

Revitalização

Evento Vitrines na Calçada, realizado em julho na Rua Riachuelo, em Curitiba

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Vitrine na rua, montada por lojista da Riachuelo Regiões decadentes podem se tornar núcleos de prosperidade se houver ação conjunta entre o público e privado e realizar ações conjuntas são iniciativas que fazem não apenas a cidade crescer, mas as pessoas enquanto cidadãs. Em Curitiba, um exemplo recente da prática da Cultura do RE é um projeto que está sendo colocado em prática na Rua Riachuelo, centro da cidade. Uma ação conjunta entre a Prefeitura de Curitiba, o Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR está movimentando um espaço que já tem grande potencial comercial, mas que estava se deteriorando por uma série de fatores. O processo de revitalização começou com a reinauguração do prédio do antigo Paço Municipal, na Praça Generoso Marques. O espaço que também abrigou o Museu Paranaense e que estava em avançado estado de deterioração foi totalmente restaurado e transformado em unidade cultural do SESC Paraná. O restauro foi o ponto de partida para a revitalização da Rua Riachuelo, um complexo de cerca de cinco quadras da Rua Riachuelo, que leva até outra Praça: a 19 de dezembro. Para fazer parte da mudança, os empresários da região - potencial-

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mente habitada por lojas de móveis usados e brechós - foram convidados a participar de reuniões para discutir as vantagens da revitalização dos seus negócios, desde a recuperação de suas fachadas, passando pelo visual merchandising (de mercado) e modernização da gestão de suas empresas. Eles também terão direito a linhas de crédito que podem facilitar a reforma de cada ambiente.

Potencial Aparecida de Fátima Nogarolli, especialista em varejo, contratada para o projeto de revitalização do entorno do antigo Paço Municipal, ressalta que a rua já tinha um potencial para revitalização. “Uma vocação para um comércio específico”, explica. Mas faltava estrutura para uma mudança radical, e é aí que entra o poder público e privado. Além das linhas de créditos facilitadas, oferecidas pelo Banco do Brasil, a Prefeitura vai modificar a rua, fazendo reformas e melhorias, como a instalação de fios de luz subterrâneos. Sobre uma possível elitização do espaço, uma das inevitáveis contrapartidas questionáveis dos processos de revitalização, a especialista diz que as

Diagnóstico O Vitrines na Calçada foi formatado a partir da análise de dados levantados em um estudo realizado pelo Sebrae/PR, na região do entorno do Paço da Liberdade - SESC Paraná. O levantamento destacou quais eram as necessidades e oportunidades na região, o que resultou no Diagnóstico do Ambiente Econômico e Empresarial do Paço da Liberdade. Esse trabalho é fruto da percepção de empresários, consumidores e turistas.

Foto: Agência La Imagen

midores e a comunidade em geral”, ressalta Walderes Bello. Segundo a gestora, a revitalização da região é fruto de um processo de integração que começa a ganhar vida própria. Sobretudo porque conta com o apoio técnico de entidades como o Sebrae/PR, Fecomércio/PR, SESC, SENAC e Prefeitura, cada uma contribuindo com o seu conhecimento e especialidade.

Foto: Agência La Imagen

Foto: Agência La Imagen

parcerias também são importantes nesse sentido. “Não dá para ‘varrer’ os usuários de drogas e prostitutas que eventualmente frequentavam o local para outro lugar, mas eu acredito que as pessoas se sentem impactadas com a mudança, com a limpeza da rua, por exemplo, e que isso pode modificar também o modo das pessoas agirem”, salienta, complementando: “A Cultura do RE é uma cultura que mexe com todos e mostra que todos têm direito à renovação.” A especialista em varejo conta que, no princípio, nem todos os comerciantes olharam a mudança com bons olhos, mas que a adesão já é cada vez maior. Tanto que no primeiro evento para mostrar o projeto, o Vitrines na Calçada, realizado no dia 12 de julho, o clima era de otimismo e camaradagem.

Entusiasmo

Regina Soares Nascimento, empresária

mas foi apenas uma amostra do que pode ser feito quando há conjugação de esforços. Mostrou que a união das empresas participantes traz resultados positivos, como aumento das vendas, da circulação de pessoas”, avalia. “Muitos empresários redescobriram a vocação comercial de suas lojas, o que é muito importante porque ganham os empresários, os consu-

A empresária Regina Soares Nascimento, dona do Brechó Curitiba Semi-Novos, participou do evento, aprova a reforma da rua e é entusiasta do projeto. Para ela, o volume de vendas do brechó deve aumentar com as alterações. Alguns empresários apostam também na divulgação dos seus produtos, que deve ser ampliada com as reformas. “Queremos mostrar para as pessoas o que nós temos aqui e a revitalização vai nos ajudar nesse processo”, aposta Jerson Mattos, proprietário da Eletromóveis. A expectativa é que até o primeiro semestre de 2010 essa revitaliza-

Jerson Mattos, empresário

ção esteja concluída, mudando definitivamente o cenário de uma região que antes parecia abandonada. E assim como na fábula, bastou apenas uma iniciativa. E a participação de todos. S O nome da fábula citada nessa reportagem é Vestido Azul, conheça na íntegra em http://www.f9.felipex. com.br/f9/contos.htm

O diagnóstico apontou, entre outros fatores, as características gerais das empresas; o poder aquisitivo de consumidores; principais produtos procurados; e principais investimentos que melhorariam o movimento do comércio na região. Outro ponto de destaque levantado no diagnóstico foi o potencial de trabalhar a Riachuelo como um eixo que aborda um conceito, ou seja, uma rua que apresenta uma vocação. Esses dados deram subsídios para o Projeto da Nova Rua Riachuelo - A Rua do Reciclar, do Reinventar e do Reencantar.

Novo ânimo Para a consultora do Sebrae/PR e gestora do projeto, Walderes Bello, a revitalização do centro de Curitiba está dando um novo ânimo aos empresários. “Juntos, eles perceberam que podem promover mudanças em seus negócios e na região onde atuam. O Vitrines na Calçada contagiou,

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SIGA empresa, poderíamos lavar o copo de plástico, antes de depositar no cesto do lixo específico para plásticos. “Na minha empresa só temos um local para todo o lixo. Afinal, ficaria inviável ter duas ou três cestas de lixo, ao lado de cada mesa. E tem mais, se toda vez que eu tomar café no dia, eu levantar para colocar em um lugar específico, vou perder muito tempo. O pessoal recolhe meu lixo e leva meus copinhos sujos de café também”, explicaria rapidamente um empresário nada consciente às mudanças de comportamento que o meio ambiente exige. Pensando na responsabilidade que todos os empresários têm e em pequenas ações que podem fazer a diferença no dia a dia dos negócios, o Sebrae/PR desenvolveu um programa para micro e pequenas empresas: o SIGA - Solução Integrada de Gestão Ambiental, que ensina como agir respeitando o meio ambiente. “A proposta, fruto de uma discussão de quase dois anos pelo corpo técnico do Sebrae/PR, tem como objetivo sensibilizar e colocar as micro e pequenas empresas, de fato, no caminho da sustentabilidade, proporcionando um modelo de gestão ambiental que vai além do convencional, que considera aspectos técnicos como legislação, minimização de desperdícios e responsabilidade socioambiental”, explica o diretor de Gestão e Produção do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta.

O valor da gestão ambiental

Ações de responsabilidade socioambiental já se tornaram comuns no mundo corporativo, mas ainda são uma realidade um pouco distante da maioria das micro e pequenas empresas. Papel, plástico, lixo. Tudo é reciclável e reaproveitável. Grandes empresas, aparentemente sensíveis a temas como a variação climática, a poluição de rios e mares, a matança indiscriminada de animais e o desmatamento de florestas, investem, cada vez mais, em campanhas encabeçadas por Organizações Não Governamentais (ONGs) de apoio ao meio ambiente. Muitas ações já viraram documentários na tevê. Mesmo assim, com tantos exemplos de ações e informações sobre as questões relacionadas ao meio 34

ambiente, o planeta está em risco e as micro e pequenas empresas, presentes fortemente em todos os países, também precisam fazer a sua parte. A palavra de ordem no mundo corporativo é sustentabilidade, baseada nas pessoas, no meio ambiente e na saúde financeira das empresas. Conceito que também deve ser aplicável ao dia a dia dos pequenos negócios. Catástrofes naturais, nunca antes vistas e que ganham espaço nos noticiários, despertam essa preocupação. Quem já se perguntou de onde vem todas as coisas e para onde vão quando nos desfazemos delas? Sabemos, por exemplo, o quanto é importante separar o lixo? No dia a dia, ao tomar um cafezinho na

O diretor de Controle de Recursos Ambientais do IAP, Harry Luiz Ávila Telles, diz que o Sebrae/PR se tornará um grande aliado no trabalho de licenciamento, monitoramento e fiscalização que o IAP realiza em micro e pequenas empresas do Paraná. “Com a implantação do SIGA, vamos evoluir e agilizar grande parte dos processos.” O IAP também fará cursos de qualificação e capacitação para formar e orientar os técnicos do Sebrae/PR. “Depois disso, eles poderão, por exemplo, auxiliar os empresários no processo de licenciamento ambiental, conforme as exigências do IAP, evitando assim, multas futuras.”

A ideia é buscar um modelo de gestão ambiental, com atenção à legislação, fim dos desperdícios e responsabilidade socioambiental

Segundo Telles, a empresa que implantar o SIGA terá mais segurança ao encaminhar um projeto para o IAP, por exemplo. “Acredito também que com esse trabalho mais personalizado, por parte do Sebrae/PR, o empresário ganhará agilidade no processo.” Segundo ele, para preservar o meio ambiente e respeitar as pessoas, a empresa, independente do seu porte, precisa ter uma cota de responsabilidade e basearse em ações de sustentabilidade. “Qualquer empresa está direta ou indiretamente ligada ao governo e à sociedade. Não dá para escapar desse fato. Por isso, precisa seguir as leis.”

Foto: Mauro Frasson/Arquivo Sebrae/PR

Certificações ganham espaço no cenário empresarial; Sebrae/PR sai na frente com solução para micro e pequenas empresas Por Andrelise Daltoé

A ideia é trabalhar, de forma integrada e participativa, ações que envolvam colaboradores e empresários, diz o diretor. “Vivemos um momento no qual a consciência da importância de se preservar o meio ambiente é fundamental. Os empresários também precisam fazer a sua parte. E organizações como o Sebrae/PR têm o dever de ampliar a cultura com relação a ações mais responsáveis.” Com o SIGA, os colaboradores serão ecoagentes, capacitados como gestores e disseminadores da nova cultura na empresa. Eles serão responsáveis diretos. Vão monitorar e implantar ações de gestão ambiental. Com os ecoagentes devidamente capacitados, o copo de plástico do cafezinho será reaproveitável e não vai mais para o lixo comum da empresa. Ele terá destinação correta.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Vitor Roberto Tioqueta,

diretor de Gestão e Produção do Sebrae/PR

Todo material didático do SIGA foi preparado para despertar mudanças culturais em colaboradores e empresários, segundo o gerente da Unidade de Gestão Estratégica 35


A intenção é provocar naturalmente

a mudança de mentalidade do empresário. O consultor do Sebrae/PR, Amberson Bezerra, cita o exemplo de uma pequena empresa que, diariamente, gera uma pilha de papéis com aproximadamente 50 folhas. Com a implantação do SIGA, essa empresa terá que reduzir a quantidade de papéis. “O ideal é zerar, mas como trabalhamos de acordo com a realidade de cada empresa, caso não seja possível, imaginamos que a pilha de 50 folhas diárias consiga ser diminuída em pelos menos 80%. Já teremos um grande avanço. E o que fazer com as 10 folhas de papel diárias sem destino?”

Econegócios O SIGA é uma solução economicamente viável para resíduos. O programa identifica oportunidades de negócios, o que passa a ser chamado de econegócio. Uma pequena empresa que trabalha na fabricação de camisetas poderá doar seus retalhos para uma instituição carente da cidade onde atua. Talvez, hoje ela já o faça. O diferencial é que os técnicos do Sebrae/PR farão, nesse caso, um estudo de viabilidade econômica, que irá gerar renda de forma organizada para essa entidade. Assim, a doação passa a ser uma ação, também, de sustentabilidade. A empresa desenvolve o seu papel responsável na comunidade onde atua. A administradora e gerente financeira da Distribuidora de Plásticos e Tecidos Estrela Verde, em Cascavel, oeste do Estado, Camila Gnoato, adquiriu com o tempo uma consciência ambiental. “Estamos constantemente procurando produtos de fibras naturais ou reciclados para comercializar. Alguns, nós já conseguimos substituir, mantendo e até mesmo aumentando a qualidade.” Na Estrela Verde, o lixo é separado e foi montado um posto de coleta de pilhas e baterias. Segundo Camila, o mais importante é o trabalho de conscientização com os colaboradores. “Aproveitamos os horários das aulas de ioga, que ocorrem na empresa três vezes por semana, para despertar a consciência e a cultura ecológica, para que os nossos colaboradores coloquem em prática essas ações também em suas casas.”

A responsabilidade socioambiental deve ser aplicada dentro e fora dos muros da empresa, começa em casa

Foto: Claiton Biaggi

Outra medida que já foi adotada na empresa tem relação com o material de expediente. “Tudo é reciclado ou certificado, até mesmo as canetas.” Ela diz que gostaria de fazer muito mais e sabe que é possível, tanto que tem novos projetos para este ano. Um deles é a implantação de um jardim comestível no pátio da empresa.

Camila Gnoato, empresária

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Camila lamenta que poucas empresas tenham esse tipo de preocupação e elogia a iniciativa do Sebrae/PR com o SIGA. “Com essas pequenas ações, já conseguimos diminuir, por exemplo, o consumo de papel e, quando vemos um colaborador chegar com

Foto: Claiton Biaggi

(UGE) do Sebrae/PR, Luiz Marcelo Padilha. “Tentamos fugir dos jargões. Não queremos ser ‘professores’ em meio ambiente, do que é certo ou errado, mas sensibilizar os empresários sobre a importância da sua preservação. Isso já tem sido feito pelo próprio corpo técnico do Sebrae/PR em palestras, seminários, treinamentos, consultorias. O diferencial do SIGA é provocar uma atuação de forma integrada, envolvendo empresários e colaboradores. Queremos sugerir mudanças, ações concretas, com resultados.”

Gilberto Boita, empresário

as pilhas para depositar no nosso posto de recolhimento, temos a certeza que estamos fazendo a nossa parte.”

Mais clientes A Gráfica Imprecolor, também em Cascavel, recentemente conquistou a Certificação FSC (Forest Stewardship Council, em português, Conselho de Administração de Florestas), por tratar de produtos com origem em plantações florestais geridas de forma sustentável. A certificação veio reforçar ainda mais o interesse da gráfica em aperfeiçoar suas práticas. Segundo o proprietário, Gilberto Boita, estudos realizados por instituições especializadas e independentes comprovaram que papéis reciclados e brancos, certificados e produzidos com desempenho ambiental adequado, são a melhor opção existente no mercado para as instituições que querem diminuir os impactos ambientais. Para o empresário, qualquer investimento com atenção especial ao meio ambiente é sempre um bom negócio, apesar de não apresentar resultados imediatos.

Foi assim na Gráfica Imprecolor. “Os custos de produção permanecem praticamente os mesmos, mas, como somos a primeira gráfica da região e a 11ª no Brasil a conquistar a Certificação FSC, já temos procura de novos clientes.” Com seu exemplo, recomenda aos empresários de qualquer segmento que iniciem, o mais rápido possível, algum tipo de ação socioambiental. “Todo investimento em meio ambiente dará retorno a longo prazo e isso o empresário precisa ter bem claro, para não desistir.” Amberson Bezerra concorda com Gilberto Boita. Ao aplicar o conceito de sustentabilidade em seu empreendimento, o empresário não só poderá ver o crescimento da empresa e dos lucros a longo prazo, como se sentirá bem com os impactos positivos que causará ao seu redor. Com isso, os empresários de pequenas empresas começam

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a entender, mesmo que de forma ainda lenta, que desperdícios, ambiente de trabalho ruim e o não cumprimento da legislação vigente são práticas que podem se transformar em lacunas na responsabilidade socioambiental, se não forem cumpridas conforme determinados parâmetros.

O diferencial do SIGA é provocar uma atuação de forma integrada, envolvendo empresários e colaboradores

A responsabilidade socioambiental deve ser aplicada dentro e fora dos muros da empresa. “Responsabilidade sociombiental começa na própria casa, depois alcança o mundo lá fora”, avalia Amberson Bezerra, lembrando que o processo de reconhecer as falhas e mudar costuma ser muito difícil. “Qualquer adequação envolve negociações complexas, treinamento e muito diálogo para deixar tudo transparente. Nós estamos preparados para trabalhar essas questões. É uma maneira de pensar na imagem da empresa a longo prazo.”

Certificação No SIGA, os técnicos do Sebrae/PR farão a avaliação e o monitoramento de todo trabalho com as empresas que aderirem ao programa. A empresa assinará um termo de compromisso, ainda na primeira fase, que servirá de base para a avaliação dos resultados. Depois que a empresa implantar 100% do que foi recomendado no termo de compromisso, ela recebe uma certificação. “O selo se tornará um diferencial para o mercado. O debate sobre certificações empresariais deixa muito claro a evolução do pensa-

mento do mercado nos últimos tempos: a constatação da necessidade de atestar qualidade, posteriormente respeito ao meio ambiente e também responsabilidade social”, diz o consultor do Sebrae/PR.

Objetivo

Um ponto importante do SIGA é que a pequena empresa poderá ter a certificação parcial. Depois da avaliação inicial, ela recebe uma listagem com os itens que precisam ser adequados para a gestão ambiental. Se ela tiver condições financeiras para resolver apenas uma parte dos itens, receberá certificação proporcional. “Vamos pensar num caso, onde um dos itens seja a substituição do sistema de energia de uma empresa. Isso teria um custo elevado e seria inviável naquele momento. Mas os outros itens, a empresa poderia cumprir. Nesse caso, ela se compromete apenas com aquilo que pode cumprir e recebe certificação proporcional. Dessa forma, não limitamos o selo à questão financeira”, explica Amberson Bezerra. Na sua avaliação, qualquer empresa moderna precisa seguir requisitos fundamentais. “É um respaldo no mercado, algo que garante a própria sobrevivência do negócio. Pode-se interpretar isso como um planejamento estratégico da empresa. Se o empresário quer fazer sua empresa crescer, tem de preservar seu produto e contribuir para a qualidade. Com responsabilidade e sem agredir o meio ambiente.” (Colaborou nesta reportagem Leandro Donatti) S Para saber mais sobre o tema, acesse: Site do Instituto Ethos – www1. ethos.org.br; Site do CEATS – Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor www.ceats.org.br; Site da Revista Primeiro Plano – www.primeiroplano.org.br; Revista Eletrônica de Responsabilidade Social – www.responsabilidadesocial.com. Informações sobre o SIGA podem ser obtidas no Sebrae/PR.

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SIGA

Proporcionar modelo de Gestão Ambiental, considerando aspectos técnicos como legislação, minimização de desperdícios e responsabilidade socioambiental, de forma integrada e participativa, entre colaboradores e as ações da empresa.

Benefícios Economia gerada devido à minimização de desperdícios. Exemplo: redução de consumo de energia, água, matéria-prima e insumos; Ganhos financeiros com a comercialização de subprodutos advindos de processos de gerenciamento de resíduos. Exemplo: venda de material reciclado; Adequação ambiental na empresa, de acordo com a legislação do setor; Credibilidade e fortalecimento da imagem da empresa, de acordo com a legislação do setor; Credibilidade e fortalecimento da imagem da empresa reconhecidos pela sociedade; Desenvolvimento da cultura ambiental, inovação e empresas mais competitivas.

Fases de implantação Sensibilização – Proporcionar uma visão geral da solução, para que o empresário tenha ciência da importância da implantação da gestão ambiental na sua empresa. Análise ambiental – Realizar na empresa diagnóstico integrado considerando três aspectos, sendo eles de legislação, de desperdício, de responsabilidade socioambiental adotados pela empresa. Os técnicos do Sebrae/PR fazem uma espécie de fotografia geral da empresa. Formação de ecoagentes – Capacitar equipe de colaboradores da empresa, denominados ecoagentes, para que sejam gestores e

disseminadores da implementação do SIGA na empresa. Implantação e monitoramento – Os ecoagentes, munidos do plano de ação, farão a implantação e a gestão das ações propostas. Avaliação de resultados – Acompanhamento, por parte do Sebrae/PR, para a avaliação das ações implantadas na empresa. Certificação/Selo – Se as ações acordadas no termo de compromisso estiverem 100% implementadas, a empresa receberá o certificado de conformidade.

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Uso de tecnologia

A maioria das micro e pequenas empresas brasileiras já descobriu as vantagens da tecnologia para alavancar os negócios. Mas muitas outras ainda não aderiram à era digital.

adquirimos um (programa) com assistência”, conta. “Em 2008 trocamos novamente, atualizando. Pago uma mensalidade e recebo assistência. É um impacto pequeno no orçamento, que vale a pena”, diz o empresário, que paga R$ 250 mensais pelo sistema, incluindo a assistência.

Pesquisa realizada pelo Sebrae/SP, no final de 2008, revela que 75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam microcomputadores e 71% delas têm acesso à internet.

“Se um cliente reclamar de alguma peça ou serviço e eu não tiver controle do que foi feito e trocado, tenho zero de razão para argumentar com ele e questionar”, comenta Joel. “Evitar arcar com problemas já me compensa o investimento no sistema”, avalia o empresário.

No Paraná, o cenário é parecido com a média nacional: 73% das micro e pequenas empresas possuem computador, conforme o levantamento. Na Região Sul, o Estado fica atrás de Santa Catarina. No estado vizinho, 81% das micro e pequenas empresas possuem computador. Já no Rio Grande do Sul, o percentual é um pouco menor, de 70%.

Informatização com ‘inteligência’ 75% das micro e pequenas empresas utilizam computador; desafio é usar sistemas que cruzem informações e incrementem os negócios Por Maria Duarte

Hoje, todo o movimento da loja de Joel é controlado pelo programa: caixa, estoque, cadastro de clientes, contatos, troca de peças, datas dos atendimentos. “Temos computadores, todos interligados. O do administrativo, do caixa e do balcão. No caixa e no balcão, por exemplo, posso limitar as informações que ficam disponíveis nas máquinas, pois nem todos precisam desse acesso. Assim, o administrativo controla tudo”, explica.

O objetivo da pesquisa foi identificar o grau de utilização de equipamentos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e o grau de importância dado pelos empresários a essas ferramentas. Para se ter uma ideia, na área de serviços, 68% dos empresários brasileiros usam o computador para acessar a internet e 59% para cadastrar os clientes.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

66% das empresas com computador disseram não ter software para administrar, de forma integrada, atividades do negócio

Apenas 27% fazem controle de estoque informatizado e 1% faz o controle financeiro dessa maneira. Já no comércio, 50% fazem controle de estoque pelo computador e 2% fazem controle financeiro. Outro dado que chama a atenção é que 34% das empresas com computador disseram ter software para administrar, de forma integrada, atividades do negócio como compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques. O restante, 66%, não utiliza.

Com o passar dos meses, a carteira de clientes de Joel foi crescendo, e com isso o estoque da loja também. Logo, ele abandonou o chamado “cadernão” para controlar o movimento e resolveu investir em um programa de computador para dar suporte à gerência da loja. “Compramos um programa pronto, em 2004, mas não supria nossas necessidades. Então, em 2005,

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Foto: Zanella

O empresário Joel da Silva, de Dois Vizinhos, sudoeste do Paraná, é um exemplo de empreendedor que se beneficia das facilidades oferecidas pela tecnologia. Ele abriu sua empresa, a Joel Motos, em 2003.

Silvania e Joel Silva, empresários

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Foto: Erlei Schade

gerada pela tecnologia, ela não está ajudando a empresa e, pior, pode estar distraindo a atenção quanto ao foco do negócio”. “Para ser bem usada, a tecnologia necessita de pesquisas periódicas, de conversas com clientes, fornecedores e até concorrentes”, aconselha Belletti.

Uso de microcomputadores nas MPEs brasileiras

Proporção de MPEs que possuem microcomputadores (por UFs)

A era da internet As vantagens que a tecnologia pode trazer às empresas - grandes, médias ou pequenas - são destacadas também pelo professor Luiz Augusto Pelisson, do Departamento de Informática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Para o professor, além dos computadores e de uma rede, a internet é uma ferramenta que não pode ser ignorada pelos empresários.

Claudinei Benzi, empresário

O empresário precisa aprender a fazer uso sistemático da informação, seu monitoramento e análise O empresário compara seu sistema de computadores à luz numa indústria. “É uma ferramenta para mim como a luz para alimentar uma indústria. Se eu fico sem o sistema, é uma escuridão”, ilustra.

Uso inteligente das informações A gerente da Unidade de Gestão do Conhecimento (UGC) do Sebrae/PR, Lilian Langwinski, chama a atenção para o fato de que não basta ter computadores e outras facilidades da tecnologia, é preciso saber usar essas ferramentas de maneira eficiente para o negócio. “O empresário precisa aprender a fazer uso sistemático da informação, seu monitoramento e análise. Para esse monitoramento, podem ser utilizadas ferramentas gratuitas, tais como sites de busca e redes sociais.”

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“Às vezes (os empresários) até utilizam a tecnologia, mas não de maneira sistemática e organizada, usando por exemplo o computador só para escrever ou guardar uma agenda”, alerta o consultor do Sebrae/PR, Luiz Eduardo Belletti. “Além disso, é possível pesquisar nichos de mercado, o que as redes sociais estão discutindo sobre certos produtos, pesquisar preços, ficar de olho na concorrência e até descobrir o que certos grupos de consumidores não toleram na concorrência, evitando erros”, complementa o consultor. “Hoje tudo isso é possível pela web. A tecnologia não pode ser um fim em si mesma, mas um meio, uma ferramenta”, comenta o consultor. Belletti reforça que o foco tem que ser o negócio. “Não adianta se distrair com a tecnologia. A internet, por exemplo, é sedutora, você pode passar horas navegando. O foco precisa ter relação com o negócio”, alerta o consultor. Segundo Belletti, “se não for possível mensurar qual a economia (de tempo ou recursos) ou a receita extra

“Quem não tem, está perdendo mercado”, avalia Pelisson. “O cliente hoje vai buscar informações sobre as empresas e a concorrência na internet. Por isso é interessante também cadastrar aqueles clientes que quiserem, encaminhar mala-direta ou outras informações interessantes da empresa. Afinal, quem não é visto não é lembrado”, alerta o professor, lembrando que na internet não importa se a empresa é grande ou pequena.

Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta “Há quantos anos sua empresa utiliza microcomputadores?”

Uso de internet nas MPEs brasileiras

Empresas com software para administrar, de forma integrada, atividades do negócio 66% não possuem

Para todos os bolsos Claudinei Benzi, diretor executivo da Totvs, empresa de Tecnologia da Informação, desmistifica a ideia de que tecnologia e inovações são apenas para empresas de grande porte. Ele cita que para o varejo há produtos disponíveis na faixa de preço entre R$1,5 mil e R$ 2 mil. “Há soluções simples e de baixo custo”, diz. Benzi acredita que os empresários estão cada vez mais conscientes da necessidade de investir em tecnologias, para dar inteligência aos computadores. “No Paraná, as micro e pequenas empresas precisam de ferramentas de gestão.” Segundo Benzi, investir em software, por exemplo, pode ajudar a dar mais sustentação e competitividade aos negócios. S

ACESSO A TECNOLOGIAS 75% das micro e pequenas empresas do Brasil utilizam computador 71% contam com acesso à internet 91% usam telefone celular

34% possuem

Nota: o percentual acumulado foi identificado a partir da pergunta “Há quantos anos o sr.(a) utiliza internet em benefício da empresa?”

Principais finalidades na utilização de microcomputadores

Nota: 100% – total de empresas entrevistadas. (*) Outras finalidades = pesquisa de fornecedores, controle de compras e venda, emissão de boletos, comunicação (e-mail, Skype, MSN, Voip), segurança e apicações específicas à atividade.

Outros equipamentos de informática utilizados nas empresas

Nota: 100% – total de empresas entrevistadas. (*) = matricial, jato de tinta, laser e multifuncional

Software integrado = compras, vendas, contas a pagar, contas a receber e estoques. Fonte dos quadros: Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae/SP Para baixar a pesquisa completa, acesse: http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/estudos_tematicos/tecnologia_informacao

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Integração Foto: Agência La Imagen

Cooperação na fronteira

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Sebrae CDT-AL é um elo importante na troca de metodologias e informações sobre empreendedorismo entre os países da América Latina Por Ellen Taborda

Zandra Balbinot,

doutora em Gestão Internacional Apenas uma rua. Para muitos empresários de micro e pequenas empresas brasileiras que atuam na região de fronteira, essa é a distância que os separam de um mercado que pode ser promissor. Mas, para aproveitar as oportunidades nos países vizinhos, é preciso antes conhecer bem outras realidades comerciais e culturais. A cooperação entre os países é o caminho mais indicado para aproximar as diversas realidades do empreendedorismo nessas regiões e promover o desenvolvimento de projetos comuns, baseados na confiança e no intercâmbio de conhecimento. “O desafio de atravessar fronteiras é enorme”, explica a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zandra Balbinot, doutora em Gestão Internacional pela HEC, em Montreal, no Canadá. Segundo ela, o principal obstáculo a ser superado pelos países que buscam a integração e a cooperação, é o conhecimento uns dos outros e a compreensão da cultura, política, sociedade, economia e legislação das partes envolvidas. “É mais ou menos como um casamento. À medida que se toca em pontos mais específicos, a aliança começa a degringolar.” De acordo com a professora da UFPR, o empreendedor de fronteira

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tem vantagem de saber o que acontece do outro lado, mas pode errar ao supor que conhece a nação vizinha como um todo. “A cultura de fronteira é diferente do restante do país.” Quando se fala em arranjos e composições entre países, a situação tende a ficar mais complexa. Exige das partes envolvidas um esforço extra em nome da integração. “É um processo gradual. A cultura da cooperação facilita o processo de desenvolvimento. O objetivo é que grupos alcancem a capacidade de agir coletivamente, com objetivos comuns”, explica o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini. Para o analista de Assuntos Internacionais do Sebrae Nacional, Paulo Volker, a principal dificuldade dos empreendedores que atuam nas regiões de fronteira são os marcos legais diferenciados entre os países. “Mas, ao mesmo tempo em que ele enfrenta complexidades, também tem oportunidades”, afirma. Um exemplo de ponto positivo é o melhor aproveitamento das variações do câmbio ao seu favor. Segundo Volker, um fato que preocupa são as grandes assimetrias existentes entre um lado e outro da fronteira, que têm que diminuir. “A importação da pobreza e da miséria não interessa”, diz.

É fundamental que instituições sem muitas assimetrias conversem para que a integração ocorra mais facilmente

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O Sebrae CDT-AL, que funciona nas dependências do PTI, foi idealizado para desenvolver tecnologias que facilitem a integração produtiva e a transferência de metodologias e soluções para as empresas da região. Outra atribuição é a capacitação de empreendedores em projetos empresariais entre os países de fronteira. “Os primeiros passos para aproximar os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em torno de uma pauta focada no empreendedorismo, no fortalecimento das micro e pequenas empresas”, complementa Julio Agostini.

A cultura da cooperação facilita o processo de desenvolvimento e seu objetivo é que grupos alcancem a capacidade de agir juntos

Fronteiras do Brasil O Centro faz parte do plano de internacionalização do Sebrae e contará com recursos financeiros de R$5,8 milhões até 2011. O Projeto Fronteiras do Brasil, como foi batizado, tem o BID como parceiro. A instituição internacional viu na proposta brasileira uma iniciativa interessante de promover cooperações técnicas entre instituições de apoio às micro e pequenas empresas dos países. De acordo com Volker, o Sebrae já constituiu uma rede de parcerias com Argentina, Uruguai e Paraguai. No futuro, os demais países da América Latina também deverão ser atingidos. Segundo o consultor do Sebrae/PR em Foz do Iguaçu, Luiz Rolim de

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entre os países. “Não é impor, é sentar e descobrir quem é o parceiro. E para o parceiro também descobrir quem é o Brasil. E saber como é que se faz negócio nesses países”, analisa. A doutora em Gestão Internacional avalia que esse conhecimento tornará mais fácil qualquer negociação, o que abrirá, com mais segurança, novos mercados para as micro e pequenas empresas. “As pequenas têm poucos recursos. Se ‘quebrarem a cara’ fora do Brasil, podem acabar tendo que fechar as portas aqui dentro.”

Julio Cezar Agostini, diretor de Operações do Sebrae/PR

Moura, nesses primeiros meses de atividade, o Sebrae CDT-AL já iniciou o processo de estruturação de apoio ao projeto Ñandeva (de fortalecimento ao artesanato da tríplice fronteira – Brasil, Paraguai e Argentina) e Profronteira (de desenvolvimento do sudoeste do Paraná e oeste de Santa Catarina na região de fronteira com a Argentina). “Foram desenvolvidas e testadas duas metodologias-piloto, em elaboração de projetos e de planejamento estratégico participativo, que foram aplicadas e transferidas para instituições e parceiros do Brasil, Paraguai e Argentina. Com mais de 40 técnicos e parceiros capacitados de instituições dos três países”, afirma Rolim de Moura. O Sebrae CDT-AL também deve realizar três workshops de empreendedorismo, entre agosto e outubro, com participantes do Paraguai, Brasil e Argentina. Uma rede de parceiros públicos e privados será formalizada no Seminário Internacional de Cooperação Produtiva Transfronteiriça, programado para outubro.

Elos de confiança Segundo a professora Zandra Balbinot, o Sebrae CDT-AL é “uma excelente ideia” para construir mecanismos de criação de elos de confiança

Para unir economias tão diferentes, Zandra acredita que os países devem conversar de igual para igual. “Não deve haver imposição, nem sentimento de opressor e oprimido. É fundamental que instituições sem muitas assimetrias conversem para que a integração ocorra mais facilmente.” De acordo com ela, também é importante que sejam colocadas, claramente, as possibilidades de ganhos reais para ambos os lados. Para o analista Paulo Volker, do Sebrae Nacional, o projeto de integração só funciona quando o parceiro reconhece a importância da iniciativa, “que deve ser apresentada de maneira clara, num processo de discussão”. O diretor de Operações do Sebrae/PR concorda e diz que é fundamental a sensibilização das entidades dos países envolvidos numa cooperação técnica, por exemplo. “Todos precisam se envolver no processo. A pactuação precisa ser firme e representar uma composição de vontades entre as partes”, destaca Julio Agostini. S O tema dispõe de uma bibliografia extensa. Seguem algumas sugestões de livros, para aprofundar o assunto: Relações internacionais contemporâneas: da construção do mundo liberal à globalização, de José Flávio Sombra Saraiva, Editora Paralelo; Argentina y Brasil en el Mercosur; políticas comunes y alianzas regionales, de Mario Rapoport, Grupo Editor Latinoamericano; Cooperação, Integração e Processo Negociador: a construção do Mercosul, de Alcides Costa Vaz, IBRI; Diplomacia brasileira: palavras, contextos e razões, de Luiz Felipe Lampreia, Lacerda Editora.

Artigo

Certificações ISO:

o que são e seus benefícios José Cezar Castanhar

A trajetória das empresas é marcada por etapas que têm características e desafios distintos. Na fase da criação de um novo negócio, o desafio para o empreendedor é o de estar atento para identificar oportunidades com potencial econômico e construir alianças estratégicas para “colocar o negócio no ar”, com o mínimo de recursos possível. Na fase seguinte, de consolidação do negócio, a atenção se volta para a ampliação do mercado e das fontes de financiamento. Nessas fases iniciais do negócio, o empresário usualmente utiliza um estilo de gestão em que características empreendedoras como capacidade de inovar, agir de forma proativa, assumir riscos e aproveitar oportunidades que surgem em ambientes turbulentos ou favoráveis são determinantes para o êxito do negócio. A terceira fase caracteriza-se pelo crescimento acelerado e continuado. Nesta fase, o estilo de gestão baseado na intuição, no improviso e na capacidade empreendedora do seu criador não é mais suficiente. O desafio nesta fase é dotar a empresa de competências que permitam aprimorar os sistemas empresariais de gestão (finanças, operações, controle, comercialização, marketing, gestão de pessoas, etc). A demora em reconhecer a necessidade de investir no aperfeiçoamento gerencial ou a decisão de fazer esse investimento de forma fragmentada e descontínua costuma estar na base do fracasso de empresas que tiveram uma trajetória inicial bastante exitosa e promissora. Uma estratégia interessante para implementar as melhorias gerenciais de forma integrada e, ao mesmo tempo, agregar valor para a empresa, pode ser a obtenção das Certificações ISO, sendo as mais conhecidas as famílias de normas denominadas ISO 9.000 e ISO 14.000. As normas são estabelecidas pela International Organization for Standardi-

zation (ISO) e resultaram de estudos sistemáticos originados em diversos países para estabelecer padrões de gestão voltados para a melhoria contínua de qualidade de processos, produtos e serviços, tendo como objetivo final a satisfação dos clientes (ISO 9.000) ou o controle dos impactos ambientais de atividades empresariais (ISO 14.000). A certificação é conferida por instituições independentes acreditadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Existem atualmente cerca de 30 instituições acreditadas, sendo duas delas do Paraná. A empresa que solicita a certificação poderá contratar previamente uma consultoria para se preparar para o processo, dependendo do estado atual dos seus processos gerenciais.

realizado pelos não certificados. Fica claro que a certificação, além de contribuir para a melhoria gerencial num sentido amplo, funciona como uma estratégia de marketing para a empresa, ajudando a empresa a ampliar seu mercado. Esse auxílio pode ser ainda mais importante para a estratégia de internacionalização de empresas, onde o Certificado ISO pode compensar o fato de a empresa ser desconhecida num determinado mercado. Curiosamente, segundo o INMETRO, o número de certificações conferidas a empresas brasileiras ainda é muito baixo, com um estoque de empresas certificadas pouco superior a 30 mil, desde o início desse processo no País na década de 1980. Assim, os recursos eventualmente destinados para a obtenção dessas certificações podem ser considerados um investimento de alto retorno, seja pelos benefícios objetivos que pode trazer, seja porque diferencia a empresa no universo empresarial, o que é crucial num mundo globalizado em que a competição se torna cada vez mais acirrada. S

O processo de certificação compreende, então, “matar dois coelhos com uma única cajadada”. Por um lado, para obter a certificação, a empresa deve adequar seus sistemas de gestão às exigências da norma, o que requer um processo integrado e simultâneo de aperfeiçoamento desses sistemas. Por outro lado, a obtenção da certificação funciona como um aval externo sobre a qualidade dos sistemas de gestão da empresa e do seu comprometimento com o bom atendimento de seus clientes e com o impacto ambiental das suas atividades. Pesquisa recente do INMETRO confirma que a obtenção da certificação traz benefícios objetivos para a imagem das empresas certificadas. Assim, segundo a pesquisa, 75% das empresas consideram que a qualidade intrínseca dos produtos fornecidos por empresas certificadas é de melhor qualidade, 67% consideram que o atendimento é melhor nos fornecedores certificados e mais de 75% consideram que o tratamento das reclamações realizadas junto a um fornecedor certificado é melhor do que o

Foto: Divulgação

Foto: Arquivo Sebrae

A especificidade dos territórios de fronteira levou o Sebrae Nacional, numa aliança de peso entre o Sebrae/PR, Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a inaugurar, em maio deste ano, em Foz do Iguaçu, o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias para Integração Transfronteiriça de Micro e Pequenas Empresas do Mercosul e América Latina (Sebrae CDT-AL). É a primeira unidade do Sistema Sebrae para o desenvolvimento de micro e pequenas empresas em regiões de fronteira.

José Cezar Castanhar

é engenheiro civil, doutor em Gestão e professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

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Cooperação que podem ajudar no fortalecimento do empreendedorismo em Rosario. A cooperação é importante porque representa uma troca de informações e de experiências”, disse o presidente do Conselho Deliberativo.

FIAR 2009 Sebrae divulga soluções em empreendedorismo, agronegócio e turismo na maior feira agroalimentar da Argentina

Nogaroli falou para uma plateia de empresários argentinos sobre o acordo de cooperação iniciado há cerca de oito meses, parte de uma estratégia de internacionalização do Sistema Sebrae, para fortalecer o empreendedorismo nos países da América Latina que fazem fronteira com o Brasil.

Por Leandro Donatti

A FIAR 2009, que aconteceu no Salão Metropolitano de Rosario, inovou mais uma vez, com oportunidades comerciais e exposição de empresas para mais de 25 países participantes. Ao todo, foram 22 mil metros quadrados de exposição, divididos em sete salões temáticos: carnes, vinhos, panificação, tecnologia para o leite, soluções tecnológicas, inovações e salão gourmet.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

O governador de Santa Fe, Hermes Binner, falou da política econômica argentina e destacou a importância da cooperação com o Brasil. “Nossos povos vivem em irmandade, o Paraná tem experiências extraordinárias em agricultura familiar, que podem nos ajudar muito.”

Foto: Divulgação

Para o prefeito de Rosario, a cooperação é importante e a participação do Sebrae/PR na FIAR 2009 foi fruto dessa aproximação das entidades e instituições dos dois países. O cônsul do Brasil em Rosario e coordenador da FIAR 2009, Ricardo Diab, agradeceu o apoio e a participação do Sebrae/PR. “A FIAR é um evento consolidado na Argentina”, disse.

Foto: Divulgação

“Temos programas e projetos que podem ser adaptados à realidade argentina e que servirão de apoio nesse intercâmbio. As micro e pequenas empresas brasileiras e argentinas têm excelentes experiências que podem ser compartilhadas. Com isso, contribuímos cada vez mais para a integração do Mercosul”, destacou Nogaroli.

Da esquerda para a direita: Ricardo Diab, Miguel Lifschitz, Hermes Binner, Clara García e Nogaroli, abertura oficial da FIAR 2009 Um grupo de empresários paranaenses participou da FIAR 2009 e também fez visitas técnicas. Uma delas foi à Sancor Argentina, cooperativa de laticínios. Todos empresários que visitaram a FIAR participam dos projetos de agronegócio desenvolvidos pelo Sebrae/PR. O estande do Sebrae/PR, de 100 metros quadrados, trouxe também produtos apoiados por projetos desenvolvidos pela entidade no agronegócio, em diversas áreas como associativismo, inovação, tecnologia e mercado.

Foram expostos: café orgânico (Organivida), mel (Coofamel), cachaça (Quaty) e açúcar mascavo (Curió), do oeste do Paraná; cafés especiais do norte Pioneiro; mel e açúcar mascavo (Coopafi), doces (Cascatinha); bolacha, pé de moleque e rapadura (Agroindústria Terra Boa), melado (Pé de Cana), cachaça (Coachaça); vinhos da ABEVI (Betiatto, Frâncio, Graciani, Confrades), bolacha (Biscoitos Bace), açúcar mascavo (Cana Vivo); e geleia de uva e doce de figo (Agroindústria Graciani), todos do sudoeste do Paraná. S

Estande do Sebrae/PR na FIAR 2009

No estande da entidade, foram

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apresentadas soluções em empreendedorismo, agronegócio e turismo, e também algumas parcerias como o Paraná Business Collection e o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias para Integração Transfronteiriça de Micro e Pequenas Empresas do Mercosul e América Latina (Sebrae CDT-AL).

O Sebrae e a Prefeitura de Rosario firmaram uma parceria durante a Feira. O presidente do Conselho

Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli, e o prefeito de Rosario, Miguel Lifschitz, assinaram um acordo de cooperação técnica. O Sebrae/PR presta desde então assessoria à Prefeitura de Rosario com o objetivo de transferir tecnologia no apoio ao desenvolvimento de pequenas empresas, visando à futura criação de um serviço de apoio às micro e pequenas empresas em território argentino. “O Sebrae/PR tem soluções empresariais

Cooperação com Rosario prevê a adaptação de programas e projetos do Sebrae à realidade argentina Foto: Divulgação

O Sistema Sebrae levou em maio deste ano soluções empresariais para Rosario, na Argentina. A entidade, representada pelo Sebrae/PR, participou da Feira Internacional da Alimentação de Rosario (FIAR 2009). Rosario fica na província de Santa Fé, região argentina fortemente ligada ao agroalimento e agroengenharia e reconhecida como polo agroalimentar e exportador.

Nogaroli, com a comitiva paranaense na FIAR 2009 49


Semana da Pequena Empresa

Soluções para todos Em comemoração ao Dia da Micro e Pequena Empresa, o Sebrae/PR realiza, de 5 a 9 de outubro, a quarta edição da Semana da Pequena Empresa

Foto: Agência La Imagen

Por Leandro Donatti

Semana da Pequena Empresa 2008

desde 2006, a Semana da Pequena Empresa. O evento, que neste ano será de 5 a 9 de outubro, tem como principal objetivo apresentar, para o Estado, como o Sebrae/PR pode ser um aliado importante para quem já é empresário e também para os empreendedores que buscam ser donos do próprio negócio. Os preparativos para a quarta edição da Semana da Pequena Empresa já começaram. Especialistas de renome nacional serão convidados para falar sobre empreendedorismo. As palestras-magnas serão realizadas em Cascavel, Curitiba, Londrina, Maringá e Pato Branco, cidades paranaenses onde estão localizadas as cinco regionais do Sebrae/PR. Já estão confirmadas as presenças de Bernardinho, técnico da seleção brasileira de vôlei; Carlos Hilsdorf, economista; Waldemar Niclevicz, alpinista; Marcos Pontes, astronauta; e Waldez Ludwig, consultor de empresas. A programação especial será oferecida gratuitamente, para mostrar à sociedade como o empreendedorismo, com planejamento e informação, pode render bons frutos. A taxa de sucesso das micro e pequenas empresas no Paraná, conforme pesquisa nacional (a mais recente) divulgada em agosto de 2007, gira em torno de 75%. A pesquisa analisou a mortalidade dos pequenos negócios abertos entre os anos de 2003 e 2005 e os fatores de sobrevivência e fechamento nos dois primeiros anos após sua abertura, considerado o período mais crítico. Ou seja, de cada 100 negócios abertos no Paraná, 75 em média dão certo, conseguem manter-se de portas abertas.

Os outros 25 negócios que não

5 de outubro é o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. A data, instituída simbolicamente para marcar o início da vigência do primeiro Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, em 5 de outubro de 1999, é motivo de comemoração para o Sebrae/PR. Afinal de contas, o Sebrae/PR foi criado há mais de 36 anos para apoiar, no Paraná, empreendedores e empresários de pequenos negócios com o sonho de se transformarem em empresários bem-sucedidos. As micro e pequenas empresas for-

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mam atualmente um dos segmentos que mais movimentam a economia. Isso é fato no Paraná, no Brasil e no mundo. Os pequenos negócios geram empregos, renda e dão dinamismo às cidades. O empreendedorismo também está presente no campo, com a profissionalização do agronegócio. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 6 milhões de micro e pequenas empresas formais e mais de 10 milhões informais. O Anuário do Trabalho 2008, levantamento realizado pelo Sebrae Nacio-

nal e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta 450 mil empresas formais no Paraná e 565 mil informais. As micro e pequenas empresas respondem por 60% dos empregos com carteira assinada no Brasil, dado confirmado no Estado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os pequenos negócios movimentam 38% da massa salarial no País e 44% no Estado. Motivos para apoiar o empreendedorismo não faltam. Razão pela qual o Sebrae/PR promove anualmente,

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Semana da Pequena Empresa, terceira edição sobrevivem revelam ter algo em comum, também segundo a pesquisa. Seus empreendedores não buscaram qualquer auxílio técnico para o gerenciamento dos negócios e tomada de decisões. Muitos agiram por impulso e sem qualquer respaldo técnico, o que para o Sebrae/PR é causa certa para a mortalidade de micro e pequenas empresas. “A Semana da Pequena Empresa é um evento feito para mostrar a importância da informação no mundo dos negócios”, diz a gerente de Marketing e Comunicação do Sebrae/PR, Renata Todescato. Segundo a gerente, para enfrentar a concorrência e atender consumidores cada vez mais exigentes, os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas precisam estar preparados, aliar planejamento e conhecimento, para não perderem as oportunidades que se apresentam com a globalização. “O Sebrae/PR é um parceiro importante nesse processo, porque desenvolve soluções sob medida para os pe-

quenos negócios, respeitando suas particularidades e aumentando seu grau de competitividade.” Renata Todescato lembra que, com o apoio do Sebrae/PR, a taxa de sucesso das micro e pequenas empresas pode chegar a 80%, de acordo com levantamentos internos feitos pela entidade com participantes do Programa Próprio, uma solução que auxilia na abertura planejada de uma empresa. “Os empreendedores e empresários devem estar receptivos às mudanças. A Semana da Pequena Empresa é um momento de atualização e de adquirir novos conhecimentos. Para o Sebrae/PR, uma oportunidade de mostrar o que de melhor oferece para os pequenos negócios”, assinala S

Mais informações sobre como participar da Semana da Pequena Empresa podem ser obtidas pelo 0800 570 0800.

É um momento de atualização e aquisição de novos conhecimentos

Movimentação da Semana

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ENINC

Inovação para a construção civil De 28 a 30 de outubro, Maringá, no noroeste do Paraná, será palco de encontro nacional, aberto para toda a cadeia produtiva do setor Por Octávio Rossi

A inovação ainda não é uma prática comum na construção civil brasileira. Especialistas são categóricos ao afirmar que, apesar de responder por uma fatia significativa do Produto Interno Brasileiro (PIB), cerca de 5% do total, a construção civil é, talvez, o único setor da economia que ainda não se industrializou por completo, não deu um salto tecnológico significativo. Setores como a agricultura e a produção têxtil, que até bem pouco tempo estavam num mesmo patamar, mostram-se mais propensos a absorver as mudanças. “A inovação na construção civil foi de certa forma significativa na década de 1990 e anos 2000, mas aquém do que de fato precisaria ser para melhorar os patamares de produtividade, reduzir custos, avançar na qualidade, segurança e impacto ambiental”, explica a engenheira civil, mestre e doutora em Engenharia, Maria Angélica Covelo Silva, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento Ltda. “As inovações no setor foram predominantemente puxadas pela indústria de materiais e sistemas construtivos.” Segundo Maria Angélica, há necessidade de se criar uma cultura da inovação no setor, na qual as empresas - pequenas, médias e grandes - passem a investir mais em tecnologia da informação e metodologias de gestão da produção. “Na construção civil, a inovação está relacionada a ganhos de produtividade, qualidade e desempenho para o cliente, possibilidade de redução de custos e diferenciação competitiva. Esses são requisitos, obtidos com a inovação, que se tornam necessários para competir no mercado.” Com o objetivo de contribuir para a formação de uma cultura da inovação e levar tecnologia às micro e pequenas empresas da construção civil, o Sebrae/PR, Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon-NOR/PR) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) promovem em Maringá, noroeste do Estado, em outubro próximo, a segunda edição do Encontro Nacional de Inovação na Construção Civil (ENINC 2009). A ideia é reunir no Centro de Eventos Araucária empresários de vários segmentos da

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cadeia produtiva da construção civil do Paraná. Durante o evento, que acontece de 28 a 30 de outubro, os participantes assistirão a uma série de painéis e conferências com autoridades, especialistas de renome nacional, representantes de entidades, diretores de empresas e empresários que possuam produtos e serviços inovadores para o setor. Está programado também um showroom de materiais e equipamentos inovadores, apresentação de produtos desenvolvidos com tecnologias que proporcionem ganho de qualidade e produtividade, e oficinas técnicas, para a demonstração de modernas práticas construtivas. Em pauta, o que há de mais moderno em produtos, processos construtivos e oportunidades, dentre os quais: lean construction, Sistema Steel Frame, Built to Suit, Programas Setoriais de Qualidade (PSQ), especificação e normatização técnica de produtos, alvenaria racionalizada com blocos cerâmicos, pré-moldados de concretos, Sistema Tilt-up, Sistema PEX, alvenaria estrutural com blocos de concreto, fachadas em vidro, responsabilidade civil, exigências construtivas da Caixa Econômica Federal, gestão ambiental no canteiro de obras e reciclagem de resíduos.

Ritmo acelerado Para o coordenador estadual da Construção Civil do Sebrae/PR, Edvaldo Pires Correa, o setor tem se revelado estratégico para o desenvolvimento econômico do Paraná, com base na mão-de-obra empregada e no valor agregado que circula em toda a cadeia produtiva. “O cenário atual é de oportunidades e de grande demanda para as construtoras, profissionais e empresas ligadas à cadeia produtiva. A inovação é um ingrediente importante para as oportunidades não se perderem”, assinala.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Na construção civil, a inovação melhora a produtividade, reduz custos, representa avanço na qualidade, segurança e impacto ambiental

A construção civil cresce no Paraná e no País, lembra Edvaldo Correa. Os programas lançados recentemente pelo governo federal, que possibilitaram acesso fácil e rápido ao crédito imobiliário, impulsionam o setor. Segundo relatório da Cadeia Produtiva da Construção do Sebrae/PR, o setor da construção civil representa 9,18% de todo o Produto Inter-

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desperdício”, afirma o professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cezar Augusto Romano, que recentemente participou no Sebrae/PR, em Curitiba, de um evento sobre a inovação na construção civil, acompanhado de outros dois especialistas em inovação da instituição, Hélio Gomes de Carvalho e Dálcio Roberto dos Reis.

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

Segundo os estudiosos da UTFPR, em 20 anos, as empresas que não investirem em inovação estarão fora do mercado. “Os processos de inovação dependem muito da capacitação de pessoas. É por isso que ela deve começar dentro das instituições de ensino, para que os empresários e futuros empresários consigam investir em um processo sistemático contínuo, com mentalidades voltadas para a inovação”, diz Dálcio dos Reis. Pesquisas recentes revelaram que as micro e pequenas empresas que investem em inovação gastam, em média, R$1 mil para adequar seus processos, gerando retornos financeiros que vão muito além desse custo. “Observar o funcionário, por exemplo, é uma excelente maneira de gerar economia para a empresa. É simples e fácil, mas muitas vezes o empresário acaba se esquecendo desse detalhe”, assinala o professor.

Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira,

empresário e presidente do Sinduscon-NOR/PR

De olho no crescimento O consultor do Sebrae/PR, Joversi Rezende, diz que a escolha por Maringá para sediar o ENINC 2009 deve-se à estrutura que a cidade oferece, além de possuir inúmeras obras em andamento e também servir de sede para muitas empresas do ramo. “A inovação é uma realidade. O ENINC 2009 é uma ferramenta para mostrar aos empresários de micro e pequenas empresas o que há de mais moderno e oferecer novas formas para gerir a empresa, pensando sempre em tecnologias que possibilitem crescimento”, afirma. O consultor do Sebrae/PR em Maringá também destaca a parceria, para a realização do evento. O ENINC tem até, o momento, o apoio da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM), do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná (CREA-PR), do Centro

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Universitário de Maringá (Cesumar) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Motor Na avaliação da diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento, a inovação sempre será “o motor dos mercados” que, mesmo em momentos de crise, estão em profunda transformação devido às mudanças do perfil e características do consumidor, do cenário econômico e das condições de competitividade. “A empresa que não introduz algum tipo de inovação a médio ou longo prazo pode ser suplantada por outras e pode perder mercado. Não será um desafio se a empresa der os passos certos”, ensina Maria Angélica. A inovação requer metodologia, conhecimento e investimento. “Mas, acima de tudo, visão empresarial para enxergar suas vantagens.” O empresário da construção civil que enxergar todos os ângulos da inovação - gestão, tecnologia, processos, produtos, etc - pode desenvolver soluções inovadoras com criatividade e baixo investimento. Mas, alerta Maria Angélica, é preciso entender que a construção civil envolve engenharia,

o que requer algum investimento. As empresas do setor que não reinvestem no negócio ou reinvestem uma taxa muita baixa de suas receitas correm o risco de operar num patamar abaixo do que é necessário para assegurar tecnologia, desempenho dos produtos, segurança no trabalho e gestão do impacto ambiental da atividade de construção. O engenheiro Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira Filho, empresário e presidente do Sinduscon-NOR/PR, afirma que inovar também é planejar custos e investir em equipamentos. “Em um primeiro momento, a inovação gera um custo, porém com o tempo esse custo diminui e é absorvido pelo mercado. Vale lembrar que a inovação também pode ser tratada como marketing estratégico para a empresa e deve ser bem aproveitada.”

Necessidade “A inovação não é capricho, é uma necessidade. As empresas precisam inovar constantemente e trazer novos conceitos para seu dia a dia, buscando sempre novas informações e formas de atender seus clientes da maneira mais satisfatória possível, focando em qualidade e redução do

O número de micro e pequenas empresas que passam a apostar na inovação, como diferencial no mercado, ganha densidade no Paraná. Na Grande Curitiba, multiplicam-se, a cada ano, os exemplos de como a inovação pode fazer a diferença na construção civil. O empresário Nilson Luis Tortato, da Olaria Tortato, em São José dos Pinhais, buscou o auxílio de profissionais qualificados pelo Sebrae/PR e pela UTFPR, para introduzir soluções simples, mas inovadoras, na sua empresa. O empresário melhorou os processos de controle, financeiro e de redução do desperdício de materiais em sua empresa. “Não dávamos muita importância para a diferença de centimetragem na confecção dos produtos, o que acarretava em grande desperdício ao final de um ano. Adaptar a fábrica para corrigir esse problema ajudou a reduzirmos o preço e aumentarmos a qualidade dos produtos oferecidos às construtoras e consumidores finais”, contabiliza Tortato. O empresário também destaca que os avanços dependeram de um processo, na sua avaliação delicado, de busca de informações e mudança de mentalidade. “Essencialmente foi mais uma ação comportamental do

Segundo os estudiosos da UTFPR, em 20 anos, as empresas que não investirem em inovação estarão fora do mercado

Foto:Agência La Imagen

no Bruto (PIB) paranaense. O Estado possui aproximadamente 16 mil empresas ligadas diretamente ao setor da construção e as micro e pequenas empresas representam 90% desse total.

Resultados

Nilson Tortato, empresário

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Artigo

Carlos Hilsdorf

A margem de lucro que se pode obter na produção e venda de qualquer produto e serviço não depende somente da qualidade e dos custos envolvidos na sua fabricação e comercialização, mas do quanto de valor conseguimos agregar aos produtos e serviços e oferecer aos nossos clientes finais, lembrando sempre que é o valor efetivamente percebido pelo cliente que conta. Ficar preso à competição via preço é muito perigoso e acaba sendo ruim para todos, diminuindo cada vez mais as margens de lucro no segmento e prejudicando a saúde financeira dos negócios. Vamos observar como cresce a margem de lucro, à medida que agregamos valor, neste exemplo envolvendo “compra de café”:

Rimones José Vorakoski, empresário

que um grande investimento em termos de capital. A partir do momento em que melhoramos os processos de gestão dentro da fábrica, os funcionários passaram a aceitar essa nova metodologia de trabalho e isso já pode ser percebido em termos de retorno financeiro efetivo”, afirma.

A fábrica de artefatos de concreto Ouro Preto, localizada em Campo Largo, é outro exemplo de gestão focada na inovação. O empresário Rimones José Vorakoski investiu na padronização de materiais para a

fabricação de produtos; diminuiu o espaço de transporte, de uma máquina para outra, gerando economia em tempo de trabalho; e passou a utilizar agregados maiores, para a produção de materiais resistentes, substituindo o cimento. “Com essas medidas básicas, passamos a produzir um produto de maior qualidade, com menos desperdício de tempo e material, nos garantindo 47% a mais de economia”, comenta satisfeito o proprietário da Ouro Preto. (Colaboraram nesta reportagem Luciana Baroni e Leandro Donatti) S

Para saber mais sobre o tema, acesse www.facadiferente.com.br ou www.finep.gov.br/imprensa/sala_imprensa/manual_de_oslo.pdf. O Movimento Faça Diferente é uma iniciativa do Sebrae Nacional que traz uma série de 120 programas de rádio, veiculados em todo o País. Cada episódio, com duração média de três minutos, apresenta aos empresários oportunidades de como inovar, sair da mesmice e melhorar os resultados dos negócios. Já o Manual de Oslo - Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica tem por objetivo orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa de P&D de países industrializados. No Brasil, a primeira tradução para o português foi produzida e divulgada S pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) em meio eletrônico, em 2004. A edição mais recente do Manual de Oslo, de 2005, agrega as atualizações apresentadas na terceira edição do documento.

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ENINC 2009 Data: de 28 a 30 de outubro Local: Centro de Eventos Araucária Cidade: Maringá Público: micro e pequenas empresas (construtoras de obras residenciais, públicas, comerciais e industriais; projetistas como arquitetos, engenheiros civis, engenheiros eletricistas e afins; indústrias cujos produtos são aplicados na construção civil, como olarias e fábricas de lajes de concreto; empresas de transformação de produtos, como vidraçarias e empresas de esquadrias de alumínio; profissionais autônomos, como pintores, pedreiros, encanadores e empreiteiros; imobiliárias; lojas de materiais de construção e outras revendas de produtos ligados ao setor; empresas de coleta de resíduos sólidos da construção civil) Mais informações: (44) 3220-3474

1) Eu posso comprar café em grão direto do produtor. Neste caso, estarei comprando uma commoditie e o preço é definido pelos brokers (corretores) na Bolsa de Mercadorias & Futuros. A saca de café (do mesmo tipo e qualidade) do produtor A será vendida pelo mesmo preço da do produtor B em um mesmo momento do mercado. 2) Eu posso comprar o café industrializado, moído, solúvel, granulado, em pó ou instantâneo, como produto em um supermercado. Eu pago muito mais caro, proporcionalmente, por esse produto industrializado do que quando compro café como commoditie. Por quê? Porque o processo de industrialização agregou valor e, ao fazer isso, aumentou a margem de lucro.

Se você pensar que um copo de capuccino na Starbucks, nos Estados Unidos, custa em média 15 dólares (aproximadamente 30 reais), você perceberá que a margem de lucro aumentou exponencialmente. Você não compra o capuccino, compra a experiência de tomar capuccino na Starbucks. É o mesmo que ocorre se você comer fondue em Gramado, no inverno, em um aconchegante restaurante no estilo alemão. Você não está comprando e pagando apenas pelo fondue, mas pelo ambiente, pelo serviço, pela experiência de comer fondue em Gramado, no Rio Grande do Sul, no inverno, em um ambiente de atmosfera tão especial.

mo preço e, se quiser margens maiores, ofereça uma experiência, um conceito e um posicionamento tão especiais que o cliente tenha orgulho de pagar mais para fazer negócios especificamente com você! Prepare-se para vencer! Assim agem os empreendedores. Procure o Sebrae e descubra como agregar mais valor e encantar seus clientes. S

Em todos os segmentos da economia podemos vender qualquer “mercadoria” como commoditie, produto, serviço ou experiência. Tudo depende do seu posicionamento. O mesmo café ou capuccino em duas cafeterias diferentes na mesma cidade e até na mesma rua podem apresentar uma diferença de mais de 100% no seu preço final. As pessoas não compram sempre apenas o café. Compram o conjunto de benefícios, diferenciais e experiências que compõem comprar este café da sua empresa e não de outra! Seu café deve tornar-se “único”!

Foto: Divulgação

Foto:Agência La Imagen

O empresário que enxergar todos os ângulos da inovação pode desenvolver soluções com criatividade e baixo investimento

Agregue valor e aumente seus lucros!

Quando você encanta seus clientes e agrega mais valor a seus produtos e serviços, está garantindo que poderá escapar da prejudicial guerra de preços, vendendo valor. Se seu único diferencial é preço, então você não tem diferencial nenhum!

3) Eu posso comprar café em uma cafeteria ou confeitaria e, neste caso, estou comprando o serviço deste café ter sido preparado e servido para mim. Neste caso, o café custará proporcionalmente mais caro do que quando o compro como produto. Esta empresa agregou valor através do serviço de prepará-lo e servi-lo.

Claro que, na maioria dos casos, agregar mais valor aumenta seus custos, mas lembre-se, a margem de lucro aumenta de maneira mais que proporcional, por isso vale a pena. Além disso, em muitos casos, para agregar mais valor, melhorando a qualidade do serviço e da experiência, você precisa investir muito mais consciência e atitude que dinheiro.

4) Eu posso comprar café em uma cafeteria onde existam diferenciais no preparo, um serviço de atendimento superior e uma atmosfera envolvente e memorável. Neste caso, eu estarei comprando uma experiência!

O grande segredo é oferecer aos seus clientes uma maior percepção de valor, oferecer o maior valor pelo melhor (não menor) preço. Hoje, você não precisa praticar preços minúsculos, precisa oferecer mais valor que a concorrência pelo mes-

Carlos Hilsdorf Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha), Carlos Hilsdorf é economista, pós-graduado em Marketing pela FGV e consultor de empresas. Autor do best seller “Atitudes Vencedoras”, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero, é referência nacional em desenvolvimento humano. Site oficial: www.carloshilsdorf.com.br

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O Sebrae/PR venceu o Prêmio Melhor Feira do Empreendedor Circuito 2008 - no Bloco Regional Sul/ Sudeste, numa disputa com as unidades do Sebrae de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O anúncio oficial foi feito em Brasília, em junho deste ano.

Melhor Feira do Empreendedor 2008! Evento estadual, realizado em Londrina, vence premiação regional concedida pelo Sebrae Nacional Por Leandro Donatti

A Feira do Empreendedor do Paraná, realizada em Londrina de 14 a 17 de agosto de 2008, ficou entre as três vencedoras nacionais, junto com a de Mato Grosso do Sul, considerada a melhor feira no Bloco Regional Norte/Centro-Oeste, formado pelo Sebrae/MS, Sebrae/TO e Sebrae/PA, e com a do Rio Grande do Norte, no Bloco Regional Nordeste, representado pelos Sebrae de Sergipe, Piauí, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. “A Feira do Empreendedor é uma ação que tem como objetivo promover o desenvolvimento do empreendedorismo no Estado. A edição 2008, realizada em Londrina, foi muito mais que uma vitrine de oportunidades para empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. Foi uma ação que mobilizou todo o Estado, em prol do empreendedorismo”, diz o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa.

Foto: Gabriel Teixeira/Arquivo Sebrae/PR

Segundo ele, “foi um evento que nasceu de um compromisso compartilhado e se traduziu num instrumento de desenvolvimento que vai fazer a diferença nos próximos anos, quando novos empreendimentos que nasceram durante a Feira passem a ser estruturados.” Para Allan Marcelo de Campos Costa, o recebimento do Prêmio sela o trabalho desenvolvido pela entidade que, no Paraná, atende os 399 municípios com soluções para quem quer ser empresário e quem já é. O diretor-superintendente do Sebrae/PR anuncia que o Paraná participará novamente do circuito nacional da Feira do Empreendedor em 2010. Diversas cidades do Estado já manifestaram interesse em sediar o maior evento de empreendedorismo do Brasil. O Sebrae/PR ainda não definiu a cidade-sede, nem a data da realização.

Movimentação em Londrina, durante a Feira em 2008

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“Mostramos aos empreendedores e empresários de todo o Estado que o Sebrae/PR oferece soluções

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

empresariais, com oportunidades concretas de novos negócios e todo conhecimento técnico de apoio. A Feira do Empreendedor é um evento completo por disponibilizar o que de melhor o Sebrae tem num só evento”, diz André Basso, consultor do Sebrae/PR em Londrina e o então gestor da Feira do Empreendedor 2008.

Memória

Foto: Gabriel Teixeira/Arquivo Sebrae/PR

Prêmio

Feira do Empreendedor do Paraná 2008 Durante a Feira do Empreendedor do Paraná, em Londrina, foram realizados 191 eventos de conhecimento, com a participação de 11.002 empreendedores de todo o Estado. Palestras sobre os mais variados temas ligados ao empreendedorismo complementaram a área de exposição, na qual 92 empresas ofereceram mais de 100 oportunidades reais de negócios. Ao todo, o Sebrae/PR, com o apoio de associações comerciais, prefeituras e entidades parceiras, mobilizou 231 caravanas, com 7.129 empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. Toda a programação da Feira foi gratuita. Com as palestras-magnas, proferidas por personalidades de renome nacional, a entidade arrecadou quase quatro toneladas de alimentos não perecíveis, doadas para instituições de caridade.

Em 2010, o Sebrae/PR realiza mais uma edição da Feira do Empreendedor, em local e data a serem definidos

A edição do ano passado foi a quarta realizada no Estado. A primeira foi em Curitiba, em 1997; a segunda em Arapongas, em 1998 e a terceira novamente em Curitiba, em 2004. Em 2008, um dos destaques do evento foi o “Espaço Jovem”, focado no empreendedorismo entre jovens. S

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Em fevereiro de 1990, Cléia Maria Mira Mazoti confeccionou uma camiseta, a primeira peça de roupa com a marca da sua empresa, em Joaquim Távora, região norte do Paraná. Nos fundos da casa, a pequena confecção, batizada de Miravest, era gerenciada por Cléia em parceria com a irmã. Hoje, perto de comemorar 20 anos à frente da empresa, a fundadora da Miravest colhe os frutos de uma gestão focada na busca por resultados.

Um ‘desfile’ de competitividade

A profissionalização e o comprometimento da empresária Cléia transformaram a pequena confecção de ‘fundo de quintal’ em uma empresa que gera 96 empregos diretos e produz uma média de 18 mil peças de roupas por mês em um barracão próprio, construído com recursos próprios. Uma vitória para a empresária, filha de uma costureira e que sempre gostou de moda.

Realizado pelo Sebrae/PR e Sistema Fiep, evento destaca o potencial da indústria têxtil e do vestuário no Estado Por Giselle Ritzmann Loures

Com duas marcas próprias, “Miravest” e “Altas Horas”, as roupas criadas por dois estilistas são confeccionadas para atender o público feminino. Ao todo, 36 representantes são responsáveis por comercializar as peças produzidas em Joaquim Távora para lojas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Pará, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Cléia Maria Mira Mazoti, empresária

esteve em Curitiba em maio deste ano para participar do showroom de negócios, realizado durante o Paraná Business Collection. O evento é uma iniciativa do Sebrae/PR e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Conselho da Indústria do Vestuário, e reuniu, de 25 a 29 de maio, cerca de 10 mil empresários, especialistas, profissionais e estudantes de moda. Na terceira edição, o Paraná Business Collection se consolida como um importante evento que integra moda e varejo e cria canais de relacionamento entre empresários de pequenas empresas e grandes

grifes, lojistas e representantes comerciais. E a quarta edição já tem data marcada, será de 22 a 26 de fevereiro de 2010, no Cietep, em Curitiba “A experiência foi muito positiva. Participar do showroom do Paraná Business Collection foi importante para realizar novos contatos, em um evento que mostra a qualidade da moda produzida no Estado”, avalia a empresária Cléia, da Miravest. O Showroom de Negócios do Paraná Business Collection reuniu 25 empresas de todas as regiões do Estado, que mostraram a qualidade e a criatividade da moda paranaen-

Foto:Agência La Imagen

Para apresentar as marcas, produzidas pela empresa e ampliar o leque de contatos comerciais, Cléia

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná Foto:Agência La Imagen

Paraná Business Collection

Desfile da Picnic Delefante

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Rudimar Mariga, empresário, e o representante comercial Luiz Renato Machado

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empresária

produção exclusiva para essas marcas”, diz o empresário. Já as peças da “Vip Reserva” e “Aquela Moça”, criadas e desenvolvidas pela Akamizaria para o público masculino e feminino, respectivamente, são comercializadas em lojas no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.

Estreantes Miravest e Akamizaria participaram pela primeira vez do Showroom de Negócios do Paraná Business Collection. Outras confecções também fizeram sua estreia no evento, entre elas a Misma, a Chek e a Krindges. Thais R. Romanini Conceição, sóciaproprietária da Misma, empresa lo-

Stela Máris Giese Krindges, empresária, e Ivoni Potrick, funcionária 62

Carlos Pechek, empresário

Criar uma “marca de estrada”, que vestisse mulheres elegantes e fosse levada a vários estados por representantes comerciais, fez com que o empresário Carlos Pechek lançasse, em 2001, a marca Chek. A fábrica em Mandaguaçu, região noroeste do Paraná, produz uma média de 15 mil peças por mês e emprega, diretamente, 160 funcionários. Da “estrada” para as “araras” do Showroom de

Foto:Agência La Imagen

“Tenho interesse em participar da próxima edição”, antecipa Mariga. O empresário, filho de alfaiate e costureira, fundou a Akamizaria em 2001, em Cascavel, região oeste do Paraná. A fábrica produz de 12 a 15 mil peças de roupas por mês, e 80% da produção são direcionados para o mercado de São Paulo, na modalidade private label. “Atendemos 12 grifes nacionais nesse sistema, com

Thais Romanini Conceição,

“Participamos do Showroom de Negócios do Paraná Business para lançar a marca no mercado de atacado e tornar a empresa conhecida nesse mercado. E esse objetivo foi alcançado. Fizemos contatos com o mercado de Santa Catarina e também de outras regiões do Brasil, que conheceram nosso produto”, conta a empresária. Thais diz ainda que durante o showroom também “tirou” pedidos e que tem interesse em participar da próxima edição do evento.

Foto:Agência La Imagen

Rudimar Mariga, da Akamizaria Confecções, também participou do showroom. “Conhecemos clientes novos no evento, houve a prospecção de negócios e ainda estamos negociando com os contatos que fizemos durante o showroom”, diz o empresário, que levou ao evento as marcas “Vip Reserva” e “Aquela Moça”. “Participar do showroom foi importante para que as pessoas conhecessem a empresa e, também, fortalecer a imagem da empresa com aqueles clientes que já a conhecem.”

No segmento de fitness, sport wear e moda praia, a Misma produz peças que são comercializadas em três lojas próprias na capital paranaense. Consciente da importância de lançar no mercado produtos que atendam às necessidades de seus clientes, há sete anos Thais passou a contar com a criatividade de um estilista. “Sentimos a necessidade de ter um profissional com esse perfil na empresa”, observa a empresária.

Negócios do Paraná Business Collection, o empresário avalia que a participação foi importante pela prospecção de clientes. “Fui para mostrar a cara”, diz Pechek.

de 100 representantes comerciais levam para as vitrines de lojas, espalhadas por diversas regiões do Brasil, as três marcas de roupas criadas pela Krindges.

Na empresa, um estilista é responsável por criar as coleções da Chek e outro está sendo preparado. “Esse profissional está cursando moda e trabalha conosco”, conta. O empresário Carlos Pechek também é presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Maringá (Sindvest) e ressalta a importância de preparar profissionais para atuarem no setor. Além de participar do Showroom de Negócios, a proposta da Chek para o verão 2010 também pode ser conferida na terceira noite de desfiles do Paraná Business Collection.

“Foi interessante participar do showroom. Realizamos um cadastro com os contatos desses novos clientes e passamos para nossos representantes visitarem”, diz Stela Máris Giese Krindges, gerente de marketing da Krindges e que há 12 anos trabalha na empresa. Para Stela, um dos destaques do Paraná Business Collection foram os desfiles, pela projeção que as empresas conquistam ao apresentar suas coleções na passarela.

Da pequena Ampére, cidade do sudoeste do Paraná, a Krindges trouxe para o showroom três marcas produzidas pela empresa: “Guilherme Ludwer”; “Docthos” e “Aicone”. A confecção soma uma trajetória de 32 anos na criação e desenvolvimento de moda masculina. Nas duas unidades da empresa, uma em Ampére e outra em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, a capacidade de produção pode chegar a 200 mil peças de roupas por mês. Cerca

Moda e negócios Além de reunir empresas paranaenses em um Showroom de Negócios, uma experiência bem-sucedida já consolidada nas duas edições anteriores do evento, em 2009, o Paraná Business Collection apresentou como novidade antecipar as tendências dos estilistas para o verão 2010, com a realização do evento em maio.

Os compradores convidados para o Paraná Business Collection

Desfiles mostram criatividade em alta

Foto:Agência La Imagen

A principal proposta do Paraná Business Collection é consolidar o Paraná como um estado produtor de moda, referência na qualidade das marcas paranaenses e, ainda, divulgar a Marca Paraná.

calizada em Curitiba, decidiu dedicar seu trabalho para impulsionar o pequeno negócio fundado pelos pais. Thais fez faculdade de Administração e há dez anos participa da gestão da empresa, que soma uma trajetória de 15 anos no mercado.

Foto:Agência La Imagen

se e, também, a competitividade das empresas para lojistas, compradores de redes de lojas e boutiques de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Paraná. Em quatro dias de showroom, as empresas movimentaram aproximadamente R$ 5 milhões em negócios fechados e prospectados. Cifra que ultrapassou 10% em média a mais que o valor apurado na segunda edição do evento, em 2008.

Desfile de Fabio Bartz

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do Setor Têxtil e Vestuário, o impac-

Foto:Agência La Imagen

to do cenário global e retração dos mercados na indústria da confecção e na produção da moda do Paraná foram discutidos. Fechando a programação do evento, 12 finalistas do 6º Prêmio João Turin de Incentivo a Novos Designers desfilaram suas criações na passarela do Paraná Business Col-

lection. Sob o tema “Passaporte para a Moda”, inspirado nas Cataratas do Iguaçu, foram inscritos 152 trabalhos de 14 cursos de moda do Estado. Gilmara Aparecida Liques, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, foi a grande vencedora e levou o troféu assinado pelo artista plástico Valdir Francisco e, também, uma viagem para Milão (Itália). S

Empresas que participaram do Showroom de Negócios Akamizaria (Cascavel); All Purpose (Santo Antonio do Sudoeste); Atitude Jeans/Nítido (Cianorte); Camoa Brasil (Curitiba); Chek (Mandaguaçu); Deepsky/Lunegil (Barracão); Dijuly´s - Mark Jeans (Santo Antonio do Sudoeste); Dona Dita (Rolândia);

Movimentação intensa no lounge do Sebrae/PR

Fabio Bartz (Curitiba); Fatiota (Santa Helena);

conheceram a qualidade, o estilo e a competitividade da indústria da confecção paranaense nos mais variados segmentos. As 25 empresas do showroom trouxeram para Curitiba peças em moda feminina, masculina, infantil, fitness, malharia e moda praia.

Foto:Agência La Imagen

Get Shape (Curitiba);

Além do showroom, a passarela também foi outra vitrine-destaque do Paraná Business Collection. Em cinco dias de desfiles, Silmar Alves, Jefferson Kulig, Fabio Bartz, All Purpose, Lucia Figueredo, Lafort, Lua Morena, Picnic Delefante, Chek e Raffer, apresentaram suas coleções Verão 2010.

A dimensão da indústria têxtil e do vestuário no Paraná Segundo dados do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, são 5,4 mil indústrias, a maioria micro e pequenas empresas;

A programação do Paraná Business Collection ainda contou com eventos paralelos, que estimularam o debate sobre a moda produzida no Estado. Estudantes e profissionais da área participaram de uma oficina de criação, com o tema “Pesquisa de Moda e Análise de Tendências de Mundo”, ministrada pela estilista Karlla Girotto.

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No Paraná, o setor é o segundo que mais emprega entre toda a indústria do Estado. Um dos destaques da indústria paranaense é a descentralização da produção. Existem indústrias em todas as regiões do Estado, com destaque para a região

Fotos:Agência La Imagen

Um ciclo de palestras, com especialistas, discutiu temas relacionados à indústria da moda. Ao final do ciclo, as análises e observações levantadas durante as palestras foram abordadas na mesa-redonda “Perspectivas para o Mercado Paranaense”. Ainda como tema do debate, os planos de ação, resultantes do Fórum Setorial

As empresas empregam quase 90 mil trabalhadores, o que representa 6,8% de todos os empregados do setor no País;

Desfile da Raffer

Desfile de Silmar Alves

Norte, que concentra mais de 2.200 empresas, representando 42% do total de indústrias do setor no Paraná. Também possuem alta concentração de empresas as regiões Noroeste (18,71%) e Metropolitana de Curitiba (13,13%); O setor produz 150 milhões de peças ao ano e fatura anualmente R$ 4 bilhões; No ranking da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), que mede a participação do PIB Têxtil e de Confecção, o Estado aparece entre os quatro principais polos produtivos do Brasil.

Krindges (Ampére); Lua Morena (Londrina); Lucia Figueredo (Cianorte); Madame Lulu (Maringá); Meteora (Curitiba); Miravest (Joaquim Távora); Misma (Curitiba); Otero Confecções (Curitiba); OU (Cianorte); Oyster (Cianorte); Raffer (Francisco Beltrão); Rezzum/Nighteen (Maringá); Risca de Giz (Francisco Beltrão); Traymon (Santo Antonio do Sudoeste).

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Solução para empreendedores indecisos Portal do Sebrae/PR oferece mais de 240 opções de negócios, com informações sobre mercado, processo produtivo, capital de giro e custos Por Luciana Baroni

O empreendedor indeciso, que sonha em ser empresário de uma micro ou pequena empresa no Paraná, mas que ainda tem dúvidas sobre qual o melhor negócio para investir, conta agora com mais um apoio. É o Ideias de Negócios, um serviço disponibilizado pelo Sebrae Nacional e oferecido gratuitamente pelo Sebrae/PR no Portal: www.sebraepr.com.br.

São mais de 240 títulos, com apresentações de negócios, noções de mercado e informações sobre localização, exigências legais, estrutura, pessoal, equipamentos, matéria-prima/mercadoria, processo produtivo, automação, canais de distribuição, investimentos, capital de giro, custos, diversificação/agregação de valor, divulgação, tributação, eventos, entidades, normas técnicas, glossário, dicas de negócio, características específicas do empreendedor de cada setor específico e bibliografia complementar. Os candidatos a empresário têm acesso às informações, focadas por ramos de negócios, de forma didática. Segundo o coordenador estadual de Empreendedorismo do Sebrae/PR, Emerson Cechin, o serviço é rico em informações e ajuda na tomada de decisão. “Conhecer o ramo de atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimento constituem algumas medidas que o empreendedor tem de levar em consideração na hora de montar o seu negócio. Isso exige um aprofundamento de seus conhecimentos analisando dezenas de oportunidades de negócios”, afirma Cechin. Dentre as opções disponíveis no Ideias de Negócios estão orientações para quem quer, por exemplo, abrir uma academia de ginástica, uma empresa de animação de festa infantil, de alimentos congelados, aluguel de trajes para casamento, banca de revistas, borracharia, brechó, floricultura, casa de sucos, chaveiro, curso de idiomas, cyber café, gráfica, hotel para animais domésticos, home office (escritório em casa), mercearia, marcenaria, padaria, pizzaria, pastelaria, pousada, restaurante self-service (onde os próprios clientes se servem), representação comercial, tradução de textos, vidraçaria, videolocadora, dentre outras. “Muitos empreendedores procuram o Sebrae/PR interessados em virar empresários, mas sem noção do que pretendem. Os títulos oferecidos como Ideias de Negócios acabam sendo úteis por que trazem informações de apoio, que ajudam na decisão”, diz a consultora do Sebrae/PR em Curitiba, Clarice Fidalski. A consultora explica que a entidade estimula a consulta, em todo o Estado, sobretudo aos em-

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preendedores que participam do Programa Próprio, uma solução do Sebrae/PR que ensina para quem quer ser empresário o passo a passo da abertura planejada de uma empresa. Depois de consultar o Ideias de Negócios, é importante que o futuro empresário invista na elaboração de um plano de negócios, que também pode ser desenvolvido com base em um roteiro descritivo presente no Portal do Sebrae/PR, intitulado “Como Elaborar um Plano de Negócio”.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Análise de mercado O candidato a empresário Ricardo Vieira de Almeida, que também trabalha no setor de instrumentação industrial e eletrônica de uma empresa de laticínios, é um exemplo de empreendedor com disposição para montar um negócio, mas que até bem pouco tempo atrás não tinha noção alguma de como deveria proceder com relação às questões administrativas de uma empresa. O engenheiro desenvolveu em Ponta Grossa, há aproximadamente um ano, um protótipo de robô que realiza inspeções em tubulações, facilitando o trabalho de alcance a espaços onde não é possível que o homem chegue e que, hoje, é realizado com cabos de apenas 6 metros de extensão, que criam a necessidade de uma série de perfurações nos canos. O robô criado por Ricardo Vieira de Almeida funciona por comando de rádio e chega a alcançar até 250 metros de distância da pessoa que o opera.

Conhecer a atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimento são medidas que o empreendedor deve levar em conta

Foto: Agência La Imagen

Ideias de negócios

Ricardo Vieira de Almeida, candidato a empresário

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“Não passo de uma pessoa que gosta de robôs e eletrônica, nunca fui empresário, não sabia como montar um negócio e nunca entendi nada de mercado. O Sebrae/PR tem me ajudado muito nessa empreitada e, hoje, estou estudando a viabilidade para montar a

Brasil Robots, uma pequena empresa que vai fornecer os serviços do protótipo e, possivelmente num futuro próximo, trabalhar na produção e venda dos robôs”, comemora. Segundo Ricardo Vieira de Almeida, os serviços de tecnologia de inspeção ainda pertencem a um nicho muito carente de informação no Brasil, especialmente quando envolvem robótica. “Estou tentando estudar os equipamentos e o laboratório de eletrônica do SENAI/PR, fazendo testes na indústria e pesquisando na internet empresas que atuam nesse ramo. A parte prática, de estudos de mercado e noções administrativas, pretendo aprender após fazer cursos e ter muito auxílio de consultores do Sebrae/PR. É um ramo muito novo, ainda a ser pesquisado, especialmente para mim, que nunca havia tido noções de empreendedorismo”, constata.

Os 5 ramos mais acessados: Café expresso Casa de sucos Ateliê de costura Restaurante self-service Assistência técnica em informática Confira a lista de setores de atuação que podem ser consultados no link Ideias de Negócios do portal: www.sebraepr.com.br

Agricultura orgânica Agroenergia Apicultura

Foto: Agência La Imagen

Depois de definir o ramo em que pretende atuar, o futuro empresário precisa investir na elaboração de um plano de negócios

“É uma grande inovação nessa área. Percebi que, no Brasil, não existiam equipamentos que realizassem esse tipo de trabalho, mesmo havendo uma demanda latente. Foi então que resolvi montar esse protótipo”, comenta o engenheiro. Porém, com o robô funcionando e, a partir das solicitações de empresas que manifestaram interesse em alugá-lo, o engenheiro se deparou com uma nova realidade, para a qual ainda não estava preparado.

Aquicultura e Pesca Artesanato Café Carne

Sandro Roza e a mulher Romina, empresários

Foto: Agência La Imagen

Protótipo do robô desenvolvido por Ricardo Vieira de Almeida

Sobre o serviço oferecido pelo Sebrae/PR, o Ideias de Negócios,

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Construção Civil Cosméticos

Conhecimento Sandro Roza e sua mulher, Romina Roza, são nutricionistas, mas já tinham noções de administração de empresas quando decidiram ser empresários no ramo de alimentação. Mesmo assim, eles também procuraram o Sebrae/PR para montar um plano de negócios detalhado quando decidiram abrir seu segundo restaurante. “Já conhecíamos o mercado de Curitiba, pois nosso primeiro restaurante já funciona há quatro anos, mas sabíamos que precisávamos nos aprimorar para montar essa filial, já que o mercado muda de região para região e iríamos investir num segmento diferente, o à la carte (quando os clientes fazem seus pedidos com base no cardápio). Até o momento, estamos seguindo as orientações e o plano de negócios que foi elaborado há um ano e três meses, e tudo está correndo bem.”

Comércio Varejista

Couro e Calçados Sandro Roza sugere aos candidatos a empresário que o acessem como uma forma de conhecer melhor a área de atuação pretendida. Segundo ele, por experiência própria, para investir num negócio, é preciso saber o máximo possível sobre área de atuação pretendida, como localização, estrutura necessária, pessoal, equipamentos, organização do processo produtivo, investimentos, capital de giro, entre outros. “No nosso caso, a reunião de todas essas informações de forma detalhada nos ajudou a conseguir um financiamento que foi fundamental para a realização deste sonho”, analisa o empresário. S

Para consultar a lista de opções de negócios, acesse o Portal do Sebrae/PR, www.sebraepr.com.br. Basta clicar no ícone Ideias de Negócios.

Cultura e Entretenimento Derivados de Cana Floricultura Fruticultura Horticultura Leite e Derivados Madeira e Móveis Mandiocultura Metal Mecânica Ovinocaprinocultura Petróleo e Gás Química e Plásticos Rochas Ornamentais Serviços Turismo Têxtil e Confecções

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Novas regras

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

SPED leva tecnologia da informação às empresas Empresários de micro e pequenas empresas precisam estar atentos às novas regras do Fisco; sistema gera negócios para empresas de TI Por Adriana Ribeiro

A criação do Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED), há dois anos, pelo governo federal, está exigindo um grande esforço das empresas que precisam se adequar às novas regulamentações do Fisco. Os empresários que correm contra o tempo para encaminhar suas informações fiscais e contábeis de acordo com as novas regras sabem que quem não se adaptar ou enviar dados errados aos órgãos controladores poderá receber multas e penalidades. Estão vinculadas ao SPED, por enquanto, as pessoas jurídicas sujeitas ao acompanhamento dife-

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renciado do Ministério da Fazenda e Receita Federal, indicadas pela Coordenação Especial de Acompanhamento dos Maiores Contribuintes (COMAC), e as empresas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real. Neste caso, as empresas precisam ter uma receita bruta total, no ano-calendário anterior, superior a R$ 48 milhões. Nesse processo que inicialmente envolve cerca de 30 mil corporações de todo o Brasil, mas que também atingirá micro e pequenas empresas a curto prazo, o empresário que ainda não se informou sobre o tema deve ter atenção redobrada. O alerta é do coordenador estadu-

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Tecnologia, Informática e Comunicação (APL-TIC) do Oeste do Paraná, que tem apoio do Sebrae/PR.

oportu nidade de negócios e busquem qualificação para oferecer soluções em SPED específicas para as pequenas empresas. “Atualmente, a oferta ainda está focada nas grandes empresas.”

A empresa pretende lançar até o fim deste ano um módulo adequado à nova legislação do SPED, para atender o varejo farmacêutico, público-alvo da Softpharma. Isso porque, futuramente, as farmácias também terão que se adequar ao SPED, assim como pequenas e médias empresas de outros setores.

Oportunidades

O sistema está sendo considerado pelos especialistas como uma das maiores revoluções digitais, no campo da contabilidade, já vistas no País. De modo geral, consiste numa modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores. Para as empresas de TI, sem dúvida, o SPED passou a ser uma oportunidade de negócios que só tende a crescer. O SPED é composto por Escrituração Contábil Digital (ECD) e Escrituração Fiscal Digital (EFD), que passaram a valer recentemente, e pela Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em vigor no País desde abril de 2006. O sistema é uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas dos governos federal, estadual e municipal. A ECD foi instituída para fins fiscais e previdenciários e deverá ser transmitida pelas pessoas jurídicas. Estão compreendidos nesta versão digital os livros: Diário, Razão, Balancetes Diários, Balanços, Fichas de Lançamento e Auxiliares, quando existirem, que deverão ser assinados digitalmente.

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A EFD é um arquivo digital, que se constitui de um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos dos estados e da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Também consiste em um conjunto de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Este arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via internet, ao ambiente SPED. Já a NF-e, um documento de existência digital, gerado e armazenado eletronicamente que documenta as operações de prestação de serviços. Segundo Ricardo Pereira, os empresários de micro e pequenas empresas do Paraná precisam ficar atentos, de quando o seu software precisará de adequação às regras da Receita e buscar auxílio junto aos seus fornecedores de software ou empresas de software que já fizeram essas readequações. O coordenador informa que já existem no Paraná algumas empresas de TI especializadas no assunto, o que facilita o processo. “Apesar de ainda não haver um prazo para que as micro e pequenas empresas se adequem às regras, os empresários precisam colher o máximo de informações. O SPED vai exigir o uso da TI, o que, nos pequenos negócios, ajuda a elevar o patamar de competitividade.” Para os empresários de TI, o coordenador sugere que apostem nesta

Enquanto isso não acontece, técnicos da Softpharma estão viajando o País oferecendo palestras para orientar e conscientizar os empresários e também contadores sobre o novo sistema. Com o tema “Inovações da Legislação Fiscal”, as palestras tiveram início em janeiro deste ano e já aconteceram em sete cidades de Mato Grosso do Sul e dez cidades catarinenses. A empresa programa agora a capacitação em

A MobiOn está envolvida no sistema nacional desde 2005. “A empresa foi uma das primeiras a ingressar no projeto. Em 2006, nossos profissionais atuaram diretamente na definição dos padrões de comunicação fazendários, fornecendo inclusive software para a Receita Federal”, conta José Manuel Catarino Barbosa, diretor comercial da MobiOn. O empresário considera que a implantação do SPED se tornou uma oportunidade de mercado para as empresas de tecnologia. Mas o diretor acredita que esta oportunidade, que tem um tempo limitado, é vantajosa apenas as empresas de TI que já possuem maturidade tecnológica. “Quem não estiver preparado vai quebrar e, além do mais, irá prejudicar os empresários.”

Leandro Lorenzetti, diretor comercial da Softpharma, explica que as palestras são gratuitas e promovidas com a ajuda de um patrocinador. Mas de olho no mercado, a Softpharma espera vender a solução que está desenvolvendo para pelo menos 300 empresários de todo o País.

Demanda em alta A EBS Sistemas também oferece treinamento para seus clientes. A empresa, de Curitiba, já possui um software contábil há 22 anos. Como a solução é modular, a empresa precisou fazer adequações para que o produto passasse a atender as exigências do SPED. Todo o trabalho teve a ajuda de contabilistas.

O SPED é composto por Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

Marilucia Rodrigues da Silva, direto-

Leandro Lorenzetti, empresário

Ricardo Pereira diz que o novo sistema está provocando gradualmente um aumento nas receitas das empresas desenvolvedoras de software. “É que as empresas atingidas pelo SPED estão sendo obrigadas a fazer readequações dos softwares que já eram oferecidos por seus fornecedores. E esse processo tem um custo”, explica. O coordenador estadual de TI do Sebrae/PR também diz que esta movimentação pode trazer novos clientes para as empresas que estão investindo em capacitação. É o caso da Softpharma, empresa de Cascavel, oeste do Estado, que faz parte do Arranjo Produtivo Local de

Foto: Claiton Biaggi

al de Tecnologia da Informação do Sebrae/PR, Ricardo Almeida Pereira. O SPED, explica o coordenador, foi instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

Os primeiros fornecedores de soluções em TI no Paraná começaram a enxergar o SPED como uma oportunidade de negócio, logo que entrou em vigor a NF-e. Desde então, empresas de TI, algumas de pequeno porte, passaram a oferecer serviços de readequação de sistemas e capacitação sobre o SPED. O Paraná possui atualmente 178 empresas produtoras de software e destas pelo menos 10% já têm soluções ou estão adequando sistemas para atender às regulamentações do SPED.

20 cidades de São Paulo e Minas Gerais.

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Sem fronteiras

Internacionalizar é um bom negócio

Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen

Os empresários de micro e pequenas empresas do Paraná precisam ficar atentos sobre as adequações necessárias às regras da Receita quanto aos processos contábeis, fiscais e também tecnológicos como o software de gestão

Programa do Sebrae/PR auxilia pequenas empresas paranaenses a se qualificarem e atenderem às exigências do mercado externo Por Mirian Gasparin e Leandro Donatti

Marilucia Rodrigues da Silva, empresária ra comercial da EBS, conta que a procura pelo produto está em pleno vapor. O termômetro, segundo ela, são os cursos oferecidos aos clientes. Só este ano, a empresa promoveu quatro cursos que atenderam 120 interessados. A diretora comercial da EBS acredita que o SPED está fazendo com que as empresas de TI assumam um novo papel junto aos seus clientes. “Até então nossa missão era informatizar um processo de negócio e gestão, mas agora nossa atividade passa a ter um caráter de gerenciamento. Passamos a ter responsabilidade contábil”, diz. Para aproveitar essa onda e tirar proveito dela, Lorenzetti diz que as software house (fabricantes de software) devem incluir o tema SPED na atual estratégia da empresa. Outra dica é adequar seus produtos e serviços aos princípios contábeis e fiscais, estar atenta ao calendário exigido pelo Fisco e dar preços adequados aos produtos e soluções que oferecem. Por fim, divulgar no mercado que a sua empresa está adequada à nova legislação.

Divisor de águas Lorenzetti acredita que o SPED será um divisor de águas. “O momento eliminará do mercado as empresas com pouca capacidade de inovação”, diz. Catarino Barbosa, da MobiOn, tam-

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Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

bém acredita nisso. Ele lembra que o mercado da tecnologia está “cheio de aventureiros” e que os empresários precisam ter alguns cuidados na hora de adquirir uma solução. Uma prova disso, segundo ele, é que há dois anos o cadastro da Receita Federal tinha 50 desenvolvedores de software cadastrados para oferecer equipamentos capazes de emitir NF-e. Hoje, no Brasil, este número chega a 500 e entre eles há até pessoas físicas. É por isso que todo cuidado é pouco. Com mais responsabilidade as empresas desenvolvedoras de software não podem colocar no mercado um produto que não atenda a todas as exigências do Fisco. Qualquer dado transmitido errado online para a Receita Federal acarretará em multas aos empresários. Para o diretor da MobiOn, na hora de comprar uma solução o empresário não deve pensar apenas no preço. Ele deve avaliar a experiência da empresa fornecedora, se ela usa uma tecnologia de vanguarda ou se ainda trabalha com um sistema obsoleto, e quais são seus clientes. Catarino Barbosa aconselha ainda que o empresário entre em contato com esses clientes para saber o grau de satisfação que eles têm com relação ao produto que adquiriram. PAF-ECF - Em junho deste ano, o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), com sede em Londrina, norte do

Estado, foi credenciado como órgão técnico para análise funcional do Programa Aplicativo Fiscal - Emissor de Cupom Fiscal (PAF-ECF). O PAF-ECF é um software que controla o funcionamento das impressoras que emitem cupom fiscal utilizadas por diversos estabelecimentos comerciais.

O Unifil e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), empresa pública com sede em Curitiba, são as duas únicas entidades credenciadas no Paraná a emitir laudos de análise funcional de PAF-ECF. O uso do PAF-ECF para gerenciar a emissão dos cupons fiscais nas transações comerciais do contribuinte passa a ser obrigatório a partir de 1º de outubro de 2009. A determinação é do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) e objetiva padronizar as normas seguidas pelos desenvolvedores do Programa Aplicativo Fiscal de todo o País para adequação à legislação tributária nacional. (Colaboraram nesta reportagem Cleide de Paula e Leandro Donatti) S

Para saber mais sobre o SPED, leia Big Brother Fiscal – Na Era do Conhecimento, do administrador Roberto Dias Duarte. A publicação, feita em parceria com a Mastermaq e com a Zethos Consulting, é o primeiro livro do Brasil que aborda o SPED.

A internacionalização de uma empresa é muito mais que conquistar o mercado externo, é também um diferencial de competitividade no próprio País, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras está cada vez mais acirrada. Com o desafio de internacionalizar as micro e pequenas empresas do Paraná, o Sebrae/PR lançou em junho deste ano um programa para os empreendedores que querem conquistar o mercado internacional. O Programa de Internacionalização para as MPEs do Paraná iniciou como um projeto-piloto para um grupo de empresários em Curitiba. A intenção é estender, ainda em 2009, a proposta para todo o Estado. A primeira turma de empresários interessados no comércio exterior recebeu gratuitamente orientações sobre como se internacionalizar. Para o Sebrae, explica o gerente da Unidade de Desenvolvimento de Soluções (UDS), Agnaldo Castanharo, a internacionalização não se resume a exportar, mas também a importar, fazer acordos de parcerias com empresas no exterior para vender para terceiros, fornecer produtos e comprar e vender tecnologia, realizar pesquisas cooperadas com instituições internacionais. “É um processo amplo, que permite às empresas de pequeno porte tornarem-se mais competitivas dentro e fora

do País. Queremos consolidar sua articulação e integração junto ao mercado mundial.” O Programa de Internacionalização para MPEs do Paraná funciona em três etapas. A primeira consiste num atendimento coletivo, com duração média de uma hora e meia. Para participar, basta os empresários interessados buscarem orientação pelo 0800 570 0800. A segunda, trata-se de um autodiagnóstico, realizado pelo próprio empresário na sua empresa ou residência, por meio da internet, no site www.internacionalizacao. sebrae.com.br. A terceira etapa prevê uma consultoria especializada, com duração de uma hora, em Comércio Exterior, no valor de R$ 40.

No entanto, não é obrigatória a participação em todas as etapas”, assinala o consultor do Sebrae/PR, Rafael Tortato. Ele lembra que a participação das micro e pequenas empresas no comércio exterior brasileiro e paranaense ainda é tímida, representa cerca de 2% do volume total de exportações. “Com a globalização, as pequenas empresas têm condições de ganhar o mercado externo, mas, para isso, precisam estar preparadas.”

“O cliente pode participar de qualquer uma das fases; o ideal é que ele siga a sequência.

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Fotos: Agência La Imagen

Rita de Cassia Graf, empresária

Aprendizado Preparação que a empresária Rita de Cassia Graf adquiriu só com o tempo. Há três anos, sua empresa, a Dentro D´Água, em funcionamento há 12 anos em Curitiba, virou fornecedora de peças de vestuário para natação para a espanhola Mosconi do Brasil. A Dentro D´Água foi indicada para o representante da empresa espanhola no Brasil, que estava com dificuldades para conseguir um fornecedor que entregasse produtos com qualidade e no prazo. “Tivemos de fazer uma série de mudanças e adaptações, a começar pela instalação de um programa de computador para controlar o estoque e os pedidos e garantir uma comunicação online e eficiente com os representantes da empresa no Brasil e na Espanha. Tudo para garantir a qualidade e especificações dos produtos fornecidos”, lembra Rita de Cassia. Hoje, a Dentro D´Água é um exemplo de pequena empresa que fornece cerca de 4 mil peças ao mês para a Mosconi, que, por sua vez, comercializa produtos para natação em todo o Brasil. Em meses de pico, a produção mensal da Dentro D´Água fica entre 5 mil e 6 mil peças. “Acabei aprendendo muito com a internacionalização da nossa empresa. Criar um espaço para a Mosconi em nossa empresa, seja

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no nosso sistema de informática, seja no nosso estoque, seja no nosso setor de modelagem, acabou nos fortalecendo empresarialmente.” “A bandeira da nossa empresa se fortaleceu, passamos a virar referência na produção de vestuário para natação”, afirma a empresária, que comemora outra vitória recente, resultado do esforço que a empresa teve ao se internacionalizar. “O marketing da Mosconi é muito forte e, aliado com o nosso trabalho, passamos a ser referência no mercado interno. Conseguimos licenciamento da marca Flamengo e produzimos roupas de natação também para o Clube de Regatas Flamengo”, conta Rita de Cassia. A empresária diz que a internacionalização também ajudou a redirecionar o foco do negócio. A Dentro D´Água produz, além de roupas para natação, moda praia e fitness. “O mercado de biquínis está saturado, até porque muitos polos produtores estão localizados em regiões mais quentes que Curitiba. Ao adaptarmos nossa produção para a Mosconi, acabamos descobrindo nossa vocação para o mercado de roupas de natação”, assinala.

As pequenas empresas do Paraná ocupam o terceiro lugar no ranking das exportações por estado, atrás de São Paulo e Rio Grande do Sul

Evento Prospecção de Mercados Internacionais, com a Câmara do Comércio Brasil-Portugal no Paraná

Prospecção de mercado Paralelamente ao Programa de Internacionalização para MPEs do Paraná, o Sebrae/PR tem promovido eventos com foco na Prospecção de Mercados Internacionais. A ideia é realizar ciclo de eventos com diversas Câmaras de Comércio do Paraná. A proposta é que cada Câmara de Comércio parceira realize também, conjuntamente com o Sebrae, eventos em cidades-polo como Maringá, Londrina, Cascavel e Pato Branco. O primeiro evento foi em junho, numa parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Portugal do Paraná. Em pauta, “Portugal - Porta de Entrada para Negócios com a Europa”. “Portugal é um país irmão do

Brasil. Os empresários de micro e pequenas empresas de olho no mercado português puderam conhecer os principais requisitos para buscar parcerias com os portugueses, bem como tiveram uma visão da demanda dos consumidores portugueses. E vice-versa. Esse tipo de troca de experiências é bom para as micro e pequenas empresas dos dois países”, avalia Rafael Tortato.

Oportunidades Para o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Paraná, Luis Alberto Palma Almeida Pinheiro, a quantidade de oportunidades no exterior é bem maior do que o número de empreendedores brasileiros que as estão aproveitando. Ele cita como grandes mercados a

serem explorados pelas micro e pequenas empresas: Portugal, Angola, Moçambique, Guiné e Macau. Almeida Pinheiro explica que a língua portuguesa é considerada uma aliada no momento das negociações com esses países e que muitas empresas brasileiras ainda não perceberam que se estiverem preparadas, num momento econômico favorável para o câmbio, podem se deparar com um grande potencial para vendas nos países da língua portuguesa. Angola, por exemplo, é um país que precisa de todos os tipos de tecnologias e é um dos que mais cresce no mundo, depois de três décadas de uma sangrenta guerra civil. Almeida Pinheiro lembra que o país

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Quando o empresário importa uma máquina, também está importando tecnologia que vai refletir em mais competitividade

Estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao governo federal, identificou boas possibilidades de negócios em Angola para produtos, como frutas, carnes, peixes, aparelhos e instrumentos mecânicos, ferramentas eletromecânicas, máquinas para a industrialização de alimentos e bebidas, aparelhos para trabalhar pedra e minério, produtos de metais não-ferrosos, plásticos, produtos cerâmicos, vidros, embarcações e veículos automotores.

Associativismo As micro e pequenas empresas do Paraná ocupam o terceiro lugar no ranking das exportações por estado, ficando atrás apenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Em 2007, o segmento exportou US$ 356,8 milhões, sendo que o maior número de vendas ao exterior se destinou aos Estados Unidos, Argentina, Itália, Paraguai e Espanha, de acordo com o Conselho de Comércio Exterior da Associação Comercial do Paraná (ACP). Para o vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Paraná

a associação é uma boa opção para as pequenas empresas que querem se lançar no mercado internacional, mas que não se sentem capazes de buscarem sozinhas. “Cerca de 20 ou 30 empresas trabalhando em conjunto podem produzir em maior escala, especializar-se em etapas no processo produtivo, obter vantagens no acesso ao crédito e dividir os custos operacionais do processo de exportação ou de desenvolvimento de tecnologia.” Almeida Pinheiro cita como exemplo a American Soybean Association (ASA), entidade que representa os produtores de soja nos Estados Unidos. “Depois de se associarem à ASA, os pequenos produtores de soja dos Estados Unidos instalaram escritórios em Portugal, de onde efetuam vendas do produto para o Mercado Comum Europeu. Por que os brasileiros não podem fazer o mesmo?”, indaga o vice-presidente da Câmera de Comércio Brasil-Portugal no Paraná.

Qualificação Como resultado do empenho para exportar, as empresas também acabam tornando-se mais competitivas no mercado interno, reforça o empresário Marcelo Ávila, diretor da TechResult, empresa de Curitiba. A empresa é provedora de soluções em tecnologia para o mercado corporativo, nas áreas da construção civil, distribuição e logística, setor florestal e industrial, e tem como objetivo ser referência nacional em Gestão e Tecnologia da Informação pela qualidade dos serviços prestados. Desenvolve também sistema sob medida, fornecendo soluções personalizadas para atender às necessidades específicas de cada cliente.

encontramos pela frente um mercado de US$ 20 bilhões”, conclui.

Mercosul

Internacionalização é também um diferencial de competitividade no próprio País, onde a disputa com produtos e empresas estrangeiras é acirrada mercado internacional. A previsão é que até o final do ano deixará a condição de pequena empresa para se tornar uma empresa de médio porte e, a partir de 2010, passará a atuar nas mesmas condições de uma Sociedade Anônima (S/A) para poder comprar ou incorporar outras empresas. Para Marcelo Ávila, o mercado externo exige mais preparação por parte das empresas, porém a sua internacionalização permitirá encontrar um vasto potencial à sua frente. No caso de software, o número de negócios pode triplicar. Já o retorno do investimento no mercado internacional é duas vezes maior, informa o empresário. “Na área de Tecnologia da Informação, nós

Nos dias 16 e 17 de setembro, empresários interessados em investir no processo de internacionalização de suas empresas e fechar parcerias com os países vizinhos ao Brasil tiveram um encontro em Foz do Iguaçu, região oeste do Paraná. Aconteceu na cidade o Encomex Mercosul – Encontros de Comércio Exterior. Durante dois dias, foram realizados seminários, painéis e oficinas, com palestras ministradas por representantes de setores, público e privado, nacionais e internacionais, sobre comércio exterior. O encontro intensificou o debate sobre como promover a integração dos países pertencentes ao Mercado Comum do Sul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e também a Venezuela. O Programa de Internacionalização para MPEs estava na programação do Encomex. Consultores do Sebrae apresentaram a iniciativa e prestaram consultorias aos empresários interessados em ampliar o leque de negociação de suas empresas com os países vizinhos. O Sebrae ainda promoveu no evento palestras sobre os desafios e oportunidades para micro e pequenas empresas brasileiras no mercado de fronteira, e apresentações de casos de empresas das regiões sul, centro-oeste e norte do País, que já buscaram a internacionalização. A coordenadora nacional do Programa de Internacionalização para

Foto: Agência La Imagen

Fundada em 2003, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a TechResult há um ano e meio ingressou no mercado externo realizando negócios com o Japão e Estados Unidos. “A crise mundial chegou a afetar o fechamento de alguns contratos, mas há quatro meses nossos negócios estão superando as expectativas”, afirma Ávila.

Evento Prospecção de Mercados, realizado pelo Sebrae/PR e Câmara Brasil-Portugal

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A TechResult tem projetos de forma cooperada e agora está se unindo à Mira Sistemas, empresa também com sede em Curitiba, que atua no

MPEs, Louise Alves Machado, explica que no encontro, os empresários tiveram a oportunidade de compreender como a internacionalização pode aumentar a competitividade da empresa, inclusive no mercado interno. “Quando o empresário importa uma máquina, ele também está importando tecnologia, que vai refletir em mais competitividade para a sua empresa. Isso já é um processo de internacionalização, para o qual o empresário precisa estar preparado”, avalia. Já o analista do Sebrae Nacional, Iuri Andrade, diz que a entidade está criando uma metodologia para intensificar o processo de internacionalização, com foco no mercado de fronteira. “É uma ação que está sendo pilotada nos estados do Acre, Rondônia e Mato Grosso para entender como acontece a dinâmica das relações com os países que fazem fronteira com esses estados. Essa ação faz parte do Programa de Internacionalização para MPEs e essa metodologia, que deve ficar pronta em outubro, será levada a outras regiões do Brasil”, explica Iuri. (Colaborou nesta reportagem Giselle Ritzmann Loures) S

Sites indicados, para aprofundar seu conhecimento em internacionalização: www.internacionalizacao.sebrae.com.br; www.portaldoexportador.gov.br; www.bb.com.br;www.braziltradenet.gov.br; www.apexbrasil.com.br; www.encomex.gov.br/mercosul.

Foto: Agência La Imagen

possui 17 milhões de habitantes; até 2020, o número deve saltar para mais de 20 milhões de pessoas. Só no ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresceu 28%, ou seja, sete vezes mais que o PIB brasileiro.

Atendimento coletivo do Programa de Internacionalização para MPEs, em Curitiba

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Sistema facilita comércio de produtos alimentícios Equivalência de inspeção dará agilidade ao sistema que libera para a venda produtos de origem animal no Paraná, primeiro estado habilitado pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento Por Sílvio Oricolli

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

O Paraná é o primeiro estado habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a adotar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), o que confere equivalência à legislação federal sobre o assunto ao Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e ao Serviço de Inspeção do Paraná/Produtos de Origem Animal (SIP/POA). A habilitação ocorreu no dia 22 de junho deste ano. Com isso, os produtos que não tenham o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) poderão ser comercializados em todo o Brasil. E, a exemplo da Braga Doces, que está no mercado há 13 anos, vai beneficiar centenas de pequenas agroindústrias paranaenses, devido ao rito mais curto e custo menor para a obtenção do selo Sisbi/POA. Marcelo Braga diz que, dos 16 tipos de doce de leite com frutas que produz atualmente, tem licença estadual para comercializar apenas três, restringindo, com isso, a expansão do negócio. Por essa razão, o produtor entende que a adoção do Suasa permitiria que aumentasse o portfolio de doces certificados e, assim, fossem colocados mais produtos em outros municípios paranaenses e até mesmo em outros estados. “Eu considero o atual sistema ultrapassado, porque se tenho autorização para vender dentro do município, por ter o SIM, por que não posso vender em uma cidade vizinha? Ora, se temos de cumprir a lei, observando o controle sanitário e a manipulação dos alimentos, com instalações dentro do padrão, não há motivo para restringir o mercado em que posso atuar. Por isso, a nova

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O novo sistema vai romper barreiras que impedem a expansão da agricultura familiar Marcelo Braga, produtor

legislação vai facilitar a vida de todo mundo, e todos, do empresário ao consumidor, incluindo funcionários, saem ganhando”, avalia. O empresário garante que se tivesse a certificação, haveria aumento de demanda, o que contribuiria para elevar a produção diária para 500 vidros de 700 gramas de doce ante a média de 200 unidades atuais. “No mínimo, estaria no mercado nacional. Ocorre que, durante muito tempo, não me preocupei em crescer. No entanto, de quatro anos para cá, depois de um curso que fiz no Sebrae/PR, surgiu a vontade de mostrar a cara e aumentar a produção, enfim desenvolver a agroindústria”, revela. Marcelo Braga, que também é presidente da Associação Regional da Agroindústria (Area), com sede em Maringá, mas abrangência no noroeste e norte do Paraná, fundada há dois anos e oito meses e com 65 associados, diz que até o ano que vem é possível que os pequenos empreendimentos

Foto:Cristiane Shinde/Studio Alfa

“Vai facilitar a vida de todo o mundo, porque poderemos vender para outros municípios e também para outros estados. Além disso, vai permitir pensarmos também em exportar.” A conclusão é do produtor e empresário Marcelo Francisco Braga, dono da Braga Doces, em Mandaguaçu, município próximo de Maringá, no noroeste do Paraná, sobre a unificação da fiscalização municipal, estadual e federal sob o ‘guarda-chuva’ do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), que, em síntese, trata da questão de segurança alimentar e sanidade de produtos de origem animal, vegetal, insumos e serviços.

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

Unificação

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Inácio Kroetz,

secretário do Ministério da Agricultura

A adesão pode contribuir para a abertura de mercados importantes para a pequena agroindústria

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consigam autorização para vender os produtos no Estado todo e mesmo no País. “Estamos trabalhando bastante neste sentido, envolvendo deputados, prefeituras e até o pessoal de mercados. E o Sebrae/PR tem promovido reuniões mensais visando acelerar o processo. Mas também precisamos do engajamento do maior número de prefeituras”, comenta. O Sebrae/PR, para auxiliar as agroindústrias de alimentos a se prepararem com a entrada em vigor das novas regras, tem realizado atividades de orientação junto a cooperativas e associações, informa a coordenadora estadual do Agronegócio do Sebrae/PR, Andreia Claudino. O trabalho começou no noroeste do Estado e a intenção é expandi-lo para todo o Paraná. De acordo com a coordenadora estadual, o novo sistema de fiscalização de produtos alimentícios facilita a abertura de novos mercados. A coordenadora destaca que os procedimentos de auditoria continuam os mesmos, ou seja, a necessidade de garantia da qualidade é um requisito para que agroindústrias possam aderir ao novo sistema. “Pensando nisso, em 2010, o Sebrae/PR trabalhará fortemente com as agroindústrias na implantação das Boas Práticas de Fabricação – BPF, ponto de partida para que a qualidade esteja garantida e então seja possível na prática aderir ao Sisbi/Suasa.” A nova política, explica Andreia Claudino, aliada à garantia da qualidade, proporcionará às agroindústrias paranaenses a ampliação do raio de comercialização, promovendo a competitividade desses empreendimentos. “O Sebrae/PR elegeu o

Após a assinatura do termo de adesão Sisbi/POA, do Suasa, entre os secretários de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, e de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Valter Bianchini, em meio ao lançamento do Plano Safra 2009-2010, em Londrina, na região norte, Kroetz avaliou que a medida vai tornar mais competitiva a indústria e o comércio paranaenses, enquanto Bianchini, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que “o sistema vai romper barreiras que impedem a expansão da agricultura familiar”. E observou ainda que a adesão pode contribuir para a abertura de mercados importantes para a pequena agroindústria familiar. O veterinário João Carlos Rocha Almeida, chefe da Divisão do Serviço de Inspeçao de Produtos de Origem Animal do Estado do Paraná (SIP/POA) da Seab, explica que o sistema já se encontra em fase de implantação no Estado porque “iniciamos o processo no começo de 2008”, quando foram enviadas propostas ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e agendadas auditorias pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa para avaliar como estava o serviço de ins-

Foto: SEAB/PR

Foto: SEAB/PR

Na frente

Valter Bianchini,

secretário de Estado

peção no Estado. A primeira auditoria foi realizada em março de 2008, mais com o sentido de orientar os técnicos. Em maio deste ano, foi realizada a segunda auditoria, de caráter operacional, quando os auditores federais visitaram várias empresas, que haviam demonstrado interesse em fazer parte do Sisbi/POA, na área de derivados de carnes, leite, mel, ovos e peixes. “Depois disso, os auditores nos mandaram o relatório da auditoria indicando o que faltava para atender a legislação. Como nos adequamos às exigências, o Paraná foi o primeiro estado habilitado para o serviço no País”, explica. Atualmente, estão registradas no SIP/POA 472 empresas que produzem alimentos de origem animal.

Melhora da qualidade Almeida diz que a adoção do Sisbi/POA encontra muita resistência, especialmente por parte das grandes empresas, que temem o aumento da concorrência no mercado interno, por entender que todos poderão comercializar seus produtos no Brasil. “Mas não é bem assim, pois quem quiser entrar no mercado, tem de cumprir todo um processo de pré-requisitos. E para exportar, precisa ter registro no SIF (Serviço de Inspeção Federal)”, comenta. E acrescenta ainda que esse é “um momento fantástico para as pequenas agroindústrias, mesmo porque é complicado para elas conseguirem o SIF, devido à burocracia, o que demora muito tempo.” O chefe do SIP/POA da Seab afirma que o Sisbi/POA vai contribuir muito para se ter um processo mais rápido no atendimento às empresas. “Ocorre que as inspeções municipais têm agilidade muito maior para atender as empresas e o trâmite é mais rápido também.” Isso se dá porque o município solicita a inclusão de seu sistema de inspeção no Sisbi/POA, obtendo, assim, a equivalência de inspeção da legislação federal, garantindo a segurança alimentar e assegurando que o produto está dentro dos padrões para o consumo humano. “A partir daí, o estabelecimento que tiver esse reconhecimento poderá vender o produto no Brasil todo”, comenta Almeida, ao adiantar que Cianorte, no noroeste, e Cascavel, no oeste,

foram os dois primeiros municípios paranaenses que pedirem a inscrição no sistema. Ele lembra que, em um congresso do Dipoa, em Florianópolis (SC), ficou claro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia determinado que, até 2010, 500 municípios brasileiros deveriam ter aderido ao sistema. “No entanto, em junho, em Salvador, conseguimos reunir chefes e técnicos de inspeção de 12 estados, que representam quase 3,3 mil municípios”, esclarece. No dia 3 de agosto foi realizado, em Curitiba, o primeiro treinamento no novo sistema com 12 fiscais dos estados que já pediram a inscrição, que são, além do Paraná, a Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. “Com isso, o Paraná obteve o reconhecimento efetivo no sistema, que será implantado, inicialmente, em seis empresas ‘sipadas’. A partir daí, será estendido para as demais interessadas”, explica, ao acrescentar que o sistema contribuirá para melhorar a qualidade dos produtos, “mesmo porque ajuda a diminuir o problema dos clandestinos e o fim da fraude econômica. Aliás, o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura, junto com o Ministério Público e a Polícia Federal, vão agir com rigor contra essas fraudes, que consistem em colocar excesso de água no frango, no suíno e no pescado e adulteração do leite e do mel”, esclarece.

Mais em conta Para Norberto Ortigara, secretário do Abastecimento de Curitiba, cada vez mais aumenta a necessidade de se abrir canais de comercialização especialmente para a pequena agricultura familiar, diante dos empecilhos para acessar o mercado, principalmente pela dificuldade de ter o selo de controle de qualidade. “Estamos discutindo com os demais municípios da região metropolitana a possibilidade de se instituir um consórcio para operar o serviço de inspeção recíproco, ou seja, que atendesse a todos os municípios, dentro da legislação. Entendemos que isso resultaria em ganho coletivo, a começar pela redução de despesas”, conceitua. Ortigara diz que atualmente é muito caro para uma pequena empresa

Foto: Prefeitura de Curitiba

agronegócio como um dos setores estratégicos da entidade, pela alta concentração de agroindústrias no Paraná”, assinala. A coordenadora estadual lembra que as propriedades rurais devem ser encaradas como pequenas empresas.

Norberto Ortigara, secretário municipal

obter a autorização para comercializar a sua produção. “Não se propõe abrandar a legislação, mas mediante auditoria do Estado e da União, determinar a capacidade técnica e a metodologia de trabalho para tornar mais ágil e mais barato o serviço por meio do consórcio”, diz, lembrando, por exemplo, que, em Curitiba, existem 400 açougues, 40 peixarias, 230 supermercados e 21 hipermercados e que, em 17 municípios dos 26 que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, existem 169 mil bovinos, 3,3 mil bubalinos, 133 mil suínos, 11,5 mil caprinos, 27 mil ovelhas e a produção diária de leite é de 51 mil litros, entre outros. A população é estimada em 2,4 milhões de pessoas. “Um serviço de inspeção de qualidade, por exemplo, permitirá a um produtor de Balsa Nova colocar a produção no mercado de Curitiba, o que não pode ser feito hoje, se ele tiver apenas o SIM”, defende. S Para saber mais detalhes das novas regras que afetam a comercialização de produtos alimentícios no Paraná, acesse www.seab.pr.gov.br. O site da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento traz esclarecimentos, legislação e documentos sobre o tema. Acesse ainda o site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no www.agricultura. gov.br, que contém detalhes do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.

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Foto: Divulgação

Especialização

Produtores participam de feiras para expor o produto

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

Pequenos descobrem oportunidades Foto: Divulgação

Nichos inexplorados, territorialização, associativismo e formação de arranjos produtivos projetam produtos de micro e pequenas empresas Por Cleide de Paula

Cachaça Sudoeste

Marca Cafés Especiais do Norte Pioneiro

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Os exemplos são muitos e listá-los um a um, sem ser traído pela memória, é impossível. Dentre as estratégias encontradas pelos empresários de micro e pequenas empresas do Paraná, para conquistar o mercado, estão a aposta em novos nichos, a territorialização, o associativismo e a constituição

de arranjos produtivos locais. Das regiões sudoeste e oeste do Paraná surgem cachaças produzidas de maneira artesanal, com aromas exclusivos e gostinho de cooperação que estão conquistando apreciadores no Brasil e no mundo. Para chegar à comercialização, a Cachaça do Sudoeste, nome comercial da bebida produzida pela Cooperativa Coachaça, percorreu um longo caminho. Exigiu esforço e planejamento de 27 produtores, localizados em 18 municípios da região. Trajetória semelhante traçou a Cachaça Quaty. Resultado do trabalho de 30 produtores do oeste, que transformaram a bebida base da caipirinha no principal produto da Cooperativa Copercachaça. Na região norte do Estado, cerca de 100 cafeicultores iniciaram há três anos um novo ciclo. Atentos à demanda crescente por cafés especiais e às novas exigências dos consumidores, eles uniram interesses e constituíram a Associação de Cafés Especiais do

Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). Pautados pela cultura da eficiência, comercializam cafés de alta qualidade, produzidos sob o uso intensivo de novas tecnologias, melhoria da gestão e conquista de certificações. Tanta dedicação e planejamento valem a pena, uma saca de 60 quilos de café especial chega a valer R$840, enquanto que uma saca de café comum gira em torno de R$250. O mercado-alvo desses produtores são lojas especializadas na venda de café em grãos e cafeterias do Brasil e exterior. Para o professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Mário Nei Pacagnan, doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), a especialização é um bom caminho para os empreendedores e empresários de pequenos negócios. “As micro e pequenas empresas só têm a ganhar com a especialização de produtos. Quanto mais se especializam, maior será a sua capacidade de ren-

tabilização. Ao contrário das grandes empresas, os empresários de micro e pequeno negócios, por estarem em maior contato com os clientes, têm mais agilidade para detectar mudanças e constituir relacionamentos duradouros com o mercado”, analisa. Pacagnan considera que as micro e pequenas empresas levam vantagem no atendimento de determinados nichos de mercado. “Se comparadas às grandes corporações, as pequenas empresas são mais eficientes na atuação dos nichos em razão de fatores como a capacidade que os empreendimentos têm de responderem rapidamente às necessidades do mercado, possuírem uma estrutura enxuta, terem facilidade de sinergia com outras empresas e atitudes empreendedoras”, explica o professor.

Mário Ney Pacagnan, professor

Foto: Wilson Vieira/Videographic

A especialização é um bom caminho para os empreendedores e empresários de pequenos negócios

A valorização de recursos e atividades locais tem levado os produtos de micro e pequenas empresas paranaenses a se destacarem em mercados competitivos. São exemplos de variados produtos produzidos nas diferentes regiões do Estado que, com o passar do tempo, ganham projeção, identidade e, em alguns casos, uma ‘marca registrada’. Quem já não ouviu falar da força do jeans de Cianorte? Dos móveis de Arapongas? Dos bonés de Apucarana? Da cachaça do oeste e sudoeste do Paraná? Dos cafés do Norte Pioneiro? Do mel de Santa Helena e Ortigueira? Dos cosméticos de Curitiba e Região? Da moda bebê de Terra Roxa? E do artesanato Ñandeva da região de fronteira?

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Tendo em vista que a competitividade das empresas é fortemente influenciada por fatores externos como infraestrutura, políticas públicas, marcos regulatórios, centros de educação e dependência de mãode-obra, a reunião de uma cadeia produtiva em um Arranjo Produtivo Local (APL), por exemplo, torna-se uma vantagem competitiva a mais. Um bom exemplo de empresas que alcançaram sucesso concentradas geograficamente é o município de Apucarana, no norte do Paraná. Com uma produção anual de aproximadamente 60 milhões de peças de bonés, a cidade responde por mais da metade da produção nacional do setor. Os empresários da região especializaram-se tanto no negócio que estão aptos a atender às mais variadas necessidades como na confecção de bonés destinados ao uso promocional, à fabricação de peças exclusivas com a marca dos clientes, à produção de bonés de marcas próprias, aos bonés desenvolvidos e produzidos sob encomenda para grandes grifes da moda e à confecção de bonés para uso profissional. Na opinião de Pacagnan, o domínio de algumas habilidades contribui para que os empresários sejam bemsucedidos nos nichos escolhidos. “O desenvolvimento de habilidades em

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inovação e vocação empreendedora, a capacidade de superação e motivação da equipe e o espírito investigativo são essenciais para o sucesso dos empreendedores e empresários”, afirma.

Pesquisas de mercado dão uma visão do todo e abrem espaço para análises mais específicas de tendências e demandas ocultas

Segundo o doutor em Administração, é possível sim, que um empresário de pequena empresa adapte o seu produto ou serviço de maneira a atender às necessidades exclusivas de clientes potenciais. “Uma dica interessante é observar o que os demais concorrentes têm feito e ofertado aos clientes. Depois disso, os interessados no segmento, devem adaptar seus produtos ou serviços com possíveis diferenciais que não incorram em elevação exagerada de preços”, aconselha Pacagnan. Para os empresários interessados em identificar as brechas de mercado deixadas pelas grandes empresas, o professor sugere o uso de algumas técnicas do marketing. “As pesquisas de mercado são muito interessantes, especialmente as desenvolvidas pelo Sebrae que dão uma visão do todo e abrem espaço para análises mais específicas de tendências, e demandas ocultas”, recomenda Pacagnan.

Ferramenta poderosa Contudo, apenas uma gestão bem feita não garante o sucesso do negócio. O especialista em Marketing e Comunicação Corporativa, Eloi Zanetti, também escritor e palestrante, nota que muitos empresários de micro e pequenos negócios não utilizam o marketing adequadamente, seja por desconhecimento ou falta de tempo. “O marketing é uma ferramenta poderosa. Projeta e faz

Foto: Divulgação

Vantagem competitiva

Eloi Zanetti,

profissional de Marketing o empresário subir, mas tem que ser tratada com atenção constante. Não é algo que dá para se fazer um dia e parar. A cultura marqueteira tem que entrar dentro da empresa e permear todos os setores, de forma integrada. Todos têm que participar e ajudar. O que é muito comum é que, ao primeiro sucesso, o empresário para todo o procedimento que vinha desenvolvendo e não evolui, justo na hora em que ele tem que se empenhar mais”, adverte Zanetti. Justificar o não uso das técnicas de marketing porque é complicado e oneroso não convence Eloi Zanetti. “Marketing não é algo caro e sofisticado. Tem que apostar na simplicidade das coisas. Para os empresários de micro e pequenas empresas é até mais fácil fazer marketing. Eles podem começar a pensar em como vender o seu produto ou serviço. Para isso, têm que definir bem o público que querem atingir. Isso exige tempo, concentração e criatividade. Tenho observado que gerentes e empresários permanecem tão voltados para a ação que não têm tempo nem energia para pensar nas estratégias de vendas e negócios, mas é justamente pelo trabalho da estratégia e do pensamento que serão julgados”, assinala o escritor.

Portal do Boné divulga ações do APL de Apucarana

Desenvolvimento sustentável O que era uma saída para driblar a dependência da agricultura na década de 1960 fez de Arapongas, norte do Paraná, o segundo maior polo moveleiro do País e o primeiro do Paraná, um exemplo bem-sucedido de como a especialização e o associativismo trazem resultados e como a marca ganhou projeção. Hoje, a cada 100 móveis fabricados no Brasil, 10 são de Arapongas. O grande diferencial desses fabricantes é a aposta no desenvolvimento sustentável. Todas as fabricantes de móveis do município, cerca de 170 empresas, utilizam madeira certificada e destinam corretamente cerca de 200 toneladas de resíduos diariamente. Para evitar a escassez de matéria-prima, as fabricantes mantêm o SIMFLOR, uma fazenda que cultiva eucalipto nativo, com objetivo de desenvolver a autosustentabilidade da madeira para o polo nos próximos anos. Questionado sobre a tendência de segmentação de mercado para os próximos anos, Pacagnan compreende que o fator tempo será uma das principais demandas dos consumidores. “Sem dúvida, algo que não podemos ignorar é a fragilidade do processo de diferenciação. O consumidor é um alvo que se move muito rapidamente. Os empresários devem analisar a utilidade de forma e utilidade de tempo dos produtos que serão ofertados daqui para frente, pois, a cada dia que passa,

as pessoas se tornam mais críticas em suas compras e mais avessas a falhas, erros e dispendio de esforço que leve à perda de tempo, filas, demoras e atrasos”, avalia o professor. Para Zanetti, entrar no mundo virtual é uma boa estratégia de marketing para micro e pequenas empresas alavancarem seus negócios. “A internet deve ser utilizada porque abre fronteiras. É fácil, barato e rápido. Para as empresas localizadas em pequenas cidades, também indico o uso das rádios locais. Dá um bom resultado. A participação das atividades comunitárias regionais e o apoio às atividades e comemorações do município são maneiras poderosas da empresa criar uma identidade”, comenta Zanetti. A comunicação com o mercado é outra dica do profissional de como utilizar as ferramentas de marketing. “Antes de tudo, o empresário de pequena empresa tem que se preocupar em se mostrar para o mercado. Tem que se importar com isso, ter essa consciência. A comunicação é fundamental. O uso dos veículos de comunicação é muito importante. Tem que buscar a mídia gratuita. É importante ser notícia. Se der, o empresário com pouco dinheiro pode contratar uma assessoria de imprensa, o que traz bons resultados. Uma citação em um meio de comunicação vale muito. Basta ter uma boa história, um bom produto”, finaliza Zanetti. S

A cultura do marketing tem que entrar dentro da empresa e permear todos os setores, de forma integrada

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Comércio

Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná

O poder do varejo Parceria do Sistema Fecomércio/PR e Sebrae/PR atende mais de 1,5 mil micro e pequenas empresas do varejo, em 68 municípios do Estado Por Por Leandro Leandro Donatti Donatti

O Programa atende atualmente 1,5 mil micro e pequenas empresas do comércio, espalhadas em 68 municípios do Paraná. Até o final do 2008, já havia atendido cerca de 5,3 mil empresas e 15,6 mil empresários, gerentes e funcionários. Segundo o coordenador estadual do Varejo do Sebrae/PR, Osmar Dalquano, o Programa é um sucesso porque faz os empresários do setor a pensar o negócio de forma efetiva, com visão de mercado, estratégia e planejamento. “As ações do VarejoMAIS preveem ainda missões técnicas nacionais e internacionais, uma oportunidade para os empresários reverem os conceitos aprendidos durante o Programa.” Durante o VarejoMAIS, os lojistas aprendem como melhorar e ampliar a gestão da carteira de clientes, definir novos produtos, serviços e processos, aprimorar a administração da loja, desenvolver a equipe de trabalho, fidelizar clientes, aumentar o volume de vendas e a qualidade dos serviços ofertados a consumidores cada vez mais exigentes. Temas como vendas, promoções, visual de loja, marketing, recursos humanos, finanças,

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atendimento, inadimplência, entre outros, também são trabalhados com os empresários. Dividido em modalidades, o VarejoMAIS leva soluções sob medida às empresas. O VarejoMAIS - Câmara da Mulher Empreendedora é exclusivo para empresárias filiadas à entidade. O VarejoMAIS Multisetorial reúne empresários de um mesmo segmento, como lojas de autopeças, iluminação, floriculturas, por exemplo. Uma estratégia que dá a oportunidade aos empresários discutirem problemas comuns e encontrar soluções em conjunto.

Até 2008, Sebrae/PR e Fecomércio já haviam atendido 5,3 mil empresas e 15,6 mil empresários, gerentes e funcionários

O VarejoMAIS 2ª Fase é para empresários que já fizeram o Programa, mas querem continuar. E o VarejoMAIS em Ação, uma versão mais compacta do Programa, para empresas do comércio varejista de municípios de menor porte.

Mais competitividade Em Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, a empresária Iraci dos Santos Ruaro participa do VarejoMAIS desde o início de 2008 e até o que julgava sem interesse para o seu ramo de negócio, descobriu que era importante. Iraci tem uma empresa de alimentos no ramo de panificação e bolos e, graças ao Programa, participou de treinamentos e recebeu consultorias. Iraci conta que dentro do VarejoMAIS resolveu integrar a turma do curso de vitrinismo, mesmo achando que não seria útil para a sua empresa. “A gente trabalhou com gestão, liderança e quando foi para o vitrinismo não via como utilizar isso na minha empresa. Mas, pelo contrário, aproveitei as informações e o resultado me surpreendeu”, testemunha.

Foto Zanella

As empresas do comércio varejista do Paraná estão mais competitivas, mais preparadas para enfrentar a concorrência acirrada, fruto da globalização da economia. Parte desse avanço vem de uma experiência bem-sucedida firmada entre o Sebrae/PR e o Sistema Fecomércio/PR em 2005, que tem mudado o perfil do comércio paranaense. É o VarejoMAIS – Mais Vendas, Mais Competitividade, um programa focado para o comércio varejista, com o apoio e orientações de consultores e especialistas em varejo.

Iraci dos Santos Ruaro,

comerciante

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Foto: Claiton Biaggi

Nava Ferro aponta o visual da loja e as atitudes de sua equipe de vendedores, que também participaram de um curso, como os principais diferenciais. “Melhoramos e adequamos

Rafael Luiz Nava Ferro, comerciante

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Há 25 anos no mercado da construção civil, a empresária de Maringá, no noroeste do Estado, Tânia Reis Leal Tavares, administra sua loja de forma dinâmica e planejada. Tamanha dedicação lhe rendeu o título de Referência no Prêmio “O Melhor do VarejoMais 2008”. “A premiação é muito importante, mas o mais valioso foi a satisfação em utilizar todos os conhecimentos das consultorias dentro da minha empresa e com os meus funcionários e colaboradores”, diz. A empresária, que participa da Câmara da Mulher Empreendedora, destaca que, com o VarejoMAIS, soube identificar problemas e solucioná-los, capacitar funcionários e destacar os pontos positivos e dinamizá-los. “Por conta disso, estamos em constante evolução”, assinala.

Rosalina Cappellazi e a sócia Sandra, comerciantes

a apresentação da loja, tanto interna como externa, de acordo com o perfil do nosso cliente e agora estamos colhendo os resultados.” Ele afirma que o VarejoMAIS é o grande responsável pelo aperfeiçoamento e crescimento de sua empresa. Segundo ele, todas as etapas do programa são adequadas à realidade do mercado e por isso aplicáveis. “Considero o programa fundamental para todo empresário que quiser crescer, independente da área que atua, inclusive já recomendei para vários amigos empreendedores.”

Mais faturamento A proprietária da loja de calçados Capellazzi, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, Rosalina Cappellazi, procurou o Sebrae/PR após receber indicações de amigos, ao perceber que a loja não estava faturando conforme seu planejamento inicial. Participando do VarejoMAIS, modalidade Multisetorial, há dois meses, Rosalina passou a posicionar seu empreendimento de uma maneira diferenciada, com base em um trabalho minucioso de captação de dados de mercado e concorrência, realizado com acompanhamento de consultores do Sebrae/PR e Fecomércio. “A partir dos cursos e das visitas dos consultores, percebemos a importância de formalizar todo tipo de dado para mensurar resultados. Com um plano completo, descobrimos que o ponto fraco de nossa loja não era exatamente o que imaginávamos”, comenta Rosalina. Segundo ela, a loja foi criada com a ideia inicial de atingir o público de Classe B da região, mas, após oito meses de funcionamento, a empresária percebeu que seu real público-alvo, a população da região, pertencia às Classes B/C. “O VarejoMAIS nos ajudou muito a partir do momento em que identificamos essa dificuldade e, agora, também está nos ajudando a reformular a loja para atingir nosso público e aumentar nossas vendas. Estamos

Cristiane Shinde/Studio Alfa

Mais planejamento

Depois de trabalhar dez anos como gerente da Esporte Camisa 10, Nilza Christ de Carvalho, 43 anos, percebeu que a companhia, especializada

Tânia Reis Leal Tavares, comerciante

em artigos esportivos, caça, pesca e camping, passava por dificuldades. Em setembro de 1999, decidiu adquirir parte da empresa e passou de funcionária à proprietária. A empreendedora nem imaginava o que lhe aguardava pela frente. “Foi um início difícil. A empresa estava descapitalizada e não tínhamos acesso ao crédito porque não possuíamos bens para oferecer como garantia”, lembra Nilza. Determinada a tornar seu negócio bem-sucedido, a empresária de Apucarana, norte do Estado, integrou,

em 2006, o VarejoMAIS e, a partir de então, vem aprimorando sua gestão e colhendo bons resultados. “De lá para cá, foram muitas mudanças. Com o apoio das consultorias, aprendi a importância de ter um controle financeiro e de estoque e a investir, sempre que possível, recursos próprios. Melhorei a comunicação visual da loja, mudando a iluminação, o piso, as paredes, a vitrine, a exposição e apresentação dos produtos”, conta Nilza. (Colaboraram nesta reportagem Adriano Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Luciana Baroni e Octávio Rossi) S

Lojistas aprendem como melhorar e ampliar a gestão da carteira de clientes, definir novos produtos, serviços e processos

Foto: Wilson Vieira/Videographic

Com o VarejoMAIS, o empresário Rafael Luiz Nava Ferro, de Cascavel, oeste do Estado, também se sente mais preparado para enfrentar o mercado. “Conseguimos aumentar o lucro, bem como a competitividade da nossa empresa”, afirma. Farmacêutico e proprietário da Farmácia Medicinal, Nava Ferro diz que “aprendemos muito com todas as etapas do Programa.” “Aplicamos várias soluções apresentadas durante o treinamento e logo percebemos mudanças positivas”, destaca.

cursando o segundo módulo do Programa, com foco em visual de loja e nós mesmos estamos fazendo algumas alterações nas vitrines, buscando atender as necessidades do nosso cliente. O mais importante é que o consultor nos ensina a fazer mudanças no empreendimento e nós mesmos podemos agir, sem precisar pagar um profissional para fazer isso”, conclui.

Foto: Agência La Imagen

A empresária conta ainda que informatizou a gestão e ganhou em lucratividade. “A gente sabia que vendia, mas não sabia quanto e como. Hoje, temos tudo controlado, o custo de cada ingrediente para a formação de preço dos produtos, quanto produzimos, quanto vendemos, onde temos que investir, enfim, trabalhamos com mais seguranças graças à gestão dos processos”, completa. Iraci, que dirige sua empresa junto com a sua família, acredita que os resultados foram positivos. “No geral, dá para afirmar que ganhamos em competitividade, pois pudemos aplicar o que se aprendeu no dia a dia da empresa”, conclui a empresária beltronense.

Nilza Christ de Carvalho, comerciante

Para saber mais sobre o VarejoMAIS – Mais Vendas, Mais Competitividade, acesse o Portal do Sistema Fecomércio: (www.fecomerciopr.com.br) e o Portal do Sebrae/PR (www.sebraepr.com.br).

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Sebrae/PR

Entrevista Tendência Comportamento Mercado Feiras e Eventos Capacitação Serviço Associativismo Giro pelo Paraná

Os empresários de academias, óticas e lojas esportivas das regiões de Curitiba, Londrina e Maringá não podem perder essa oportunidade. O Sebrae/PR e o Sistema Fecomércio/PR lançaram em agosto o Atitude Sebrae, um programa completo com treinamentos, consultorias, palestras, cursos e acompanhamento. Feito sob medida para os três setores, o Atitude Sebrae ensina como crescer com segurança e superar os obstáculos, com informações sobre finanças, recrutamento e seleção de pessoas, relacionamento e fidelização de clientes, indicadores de resultado e comunicação visual de lojas. Para se inscrever é fácil, ligue para 0800 570 0800 ou preencha formulário de inscrição no: www.atitudesebrae.com.br

Tour virtual Os empresários de micro e pequenas empresas que participam ou queiram participar do Prosperar - Programa de Excelência em Performance Empresarial podem ‘navegar’ no site do Programa. Basta acessar o www.sebraepr.com.br/prosperar e conhecer a ideia por meio de um tour virtual. Lançado neste ano, o Prosperar já beneficia cerca de 700 micro e pequenas empresas no Paraná. Os empresários avaliam e medem a excelência da gestão e a competitividade dos negócios, valendo-se dos critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) que são liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Tudo inicia quando os interessados se inscrevem para o Programa em qualquer uma das unidades do Sebrae/PR e fazem um autodiagnóstico que analisa o ambiente empresarial, a gestão e os processos da empresa. Isso é feito sob a orientação de consultores da entidade e acontece em sala de aula, durante cinco encontros que totalizam 20 horas. Ao final desse período, a empresa já tem condições de potencializar seus pontos fortes e desenvolver um plano de ação para seu desenvolvimento.

Líder na Argentina O presidente do Sebrae Nacional, Paulo Okamoto, lançou no final de julho o Programa Líder, na fronteira entre o Paraná, Santa Catarina e Argentina. Embora já realizado em Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, será a primeira vez que o Programa atenderá outro país do Mercosul, no caso, a Argentina. O lançamento ocorreu durante encontro na cidade de Dionísio Cerqueira, fronteira seca com Barracão (PR) e Bernardo de Irigoyen (Província de Misiones-Argentina). O Líder terá a participação do Sebrae/PR, Sebrae/SC, Fórum de Integração Municipal Transfronteiriço, Consórcio Intermunicipal da Fronteira e Projeto de Desenvolvimento do Sudoeste

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do Paraná e Oeste de Santa Catarina na Região da Fai­xa de Fronteira com o Extremo-Oriente da Argentina (Profronteira). O público-alvo do Programa são empresários, prefeitos e líderes ligados ao terceiro setor. O Líder é um programa de mobilização, formação e integração de lideranças para o desenvolvimento regional. Um trabalho que vai estimular e alinhar os mais de 30 municípios envolvidos no Profronteira, direcionando as ações propostas para sensibilizar as lideranças para o desenvolvimento regional integrado. O Programa vai acontecer em sete módulos - três etapas em 2009 e quatro em 2010. Paraná e Santa Catarina receberão três etapas e a Argentina também terá uma.

Foto: Agência La Imagen

Atitude Sebrae

Sebrae/PR no shopping O Sebrae/PR instalou um ponto de atendimento no Shopping São José, em São José dos Pinhais, município da Região Metropolitana de Curitiba. O espaço, uma experiência inédita do Sebrae, no Paraná, está em funcionamento há cerca de dois meses e conta com atendentes que prestam consultoria gratuita a empresários e futuros empresários, tanto das lojas do shopping, quanto de toda a comunidade local. O ponto de atendimento também é responsável pela realiza-

ção de eventos de capacitação, treinamentos e orientações para legalização de empresas, marcas e patentes, franquias, acesso ao crédito, cooperativismo, exportação e importação, impostos e contribuições, modelos de contratos, publicações, além de fornecer informações relacionadas a finanças, marketing e recursos humanos. A iniciativa da criação do ponto de atendimento é parceria entre o Sebrae/PR e a Associação Comercial de São José dos Pinhais (ACIAP).

Central de atendimento Os dekasseguis, nipo-brasileiros que vivem temporariamente no Japão em busca de novas oportunidades, terão, a partir de setembro, um novo serviço de apoio no Japão. É a Central de Relacionamento Dekassegui Sebrae, para os dekasseguis que pretendem retornar ao Brasil e abrir uma micro ou pequena empresa. O lançamento oficial da linha telefônica 0120 98 2366 será no dia 7 de setembro, durante o Brazilian Day Japan. A Central de Relacionamento é um projeto-piloto do Sebrae Nacional que terá como

ponto de apoio o Sebrae/PR. Todas as ligações feitas por dekasseguis no Japão cairão automaticamente na Central de Relacionamento do Sebrae/PR, com sede em Curitiba. Os dekasseguis poderão tirar dúvidas sobre gestão e soluções empresariais oferecidas pelo Sebrae como o Programa Dekassegui Empreendedor e demais temas de interesse. O serviço ainda dispõe de consultorias a distância. Técnicos no Brasil esclarecem dúvidas técnicas de dekasseguis no Japão.

Cafés especiais Representantes da cadeia produtiva do café na Espanha desembarcaram em julho no norte do Estado. A comitiva, formada por especialistas, conheceu o Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná, iniciativa do Sebrae/PR e da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP). Os espanhóis conheceram fazendas centenárias na região. Na oportunidade, negociantes industriais, baristas (preparadores de café) e degustadores percorreram as lavouras, acompanharam a colheita que é realizada mecânica ou manualmente e conferiram as fases do processamento do café como a secagem, classificação e armazenagem. Os cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná são responsáveis pela produção de aproximadamente 50% dos grãos colhidos no Estado. Atualmente, a região conta com 7.500 médios e pequenos produtores distribuídos em 45 municípios.

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High-tech

Educação Empreendedora Histórias, metáforas, citações de grandes pensadores e experiências de vida. Esse foi o tom da palestra “Imaginação e Encantamento: a educação para o empreendedorismo”, ministrada por Rubem Alves no final de julho, em Curitiba. Bacharel em Teologia, psicanalista, professor emérito da Unicamp e autor de diversas publicações, o educador Rubem Alves esteve em Curitiba a convite do Sebrae/PR. A entidade elegeu como uma das sete ações estratégicas, para os anos de 2009 e 2010, promover a educação e a cultura empreendedora entre crianças e jovens. Na palestra, que aconteceu no auditório do Sebrae/PR e foi transmitida ao vivo, via internet (pelo www.sebraepr.com.br), Alves dividiu com uma

plateia de educadores e consultores a sua larga vivência como um estudioso do processo de aprendizagem e como o educador pode auxiliar seus alunos a aprender verdadeiramente. Para ele, o princípio de todas as ações humanas é o desejo. “O ato de tentar ensinar? Não, talvez o certo fosse o ato de despertar o desejo do aluno. Com o desejo, há uma transformação rápida na sua cabeça que desperta a inteligência e a inteligência é a ponte que liga o desejo ao objeto desejado”, disse Alves. Segundo o educador, o professor deve oferecer algo prazeroso para o estudante. “Não quero ensinar regras de como ser professor. Quero ensinar um jeito de ser professor”, disse Alves.

Fotos: Agência La Imagen

Foto: Agência La Imagen

Regina Martelli, coordenadora de moda do jornalismo da Rede Globo, falou para um grupo de empresários do setor de cosméticos, no dia 30 de junho, no auditório do Sebrae/PR em Curitiba. Na palestra “Comportamento e Atitudes do Novo Consumidor da Indústria da Beleza”, Regina Martelli deixou um recado para o setor: os empresários precisam investir em pesquisa, tecnologia e inovação. A oferta de produtos de beleza cresce a cada dia e só fideliza o cliente o empresário de olho nas novidades. Outra dica da especialista: vaidade não é mais só prerrogativa feminina. Os homens também são consumidores. Regina Martelli esteve em Curitiba a convite do Sebrae/PR, numa ação do Projeto Cosméticos do Paraná.

Mutirão da solidariedade

O Sistema Fecomércio/PR e o Sebrae/PR disponibilizam, desde julho, pela internet, vídeos sobre a Pesquisa Conjuntural do Comércio do Paraná. A ideia é levar aos empresários do comércio varejista um resumo dos principais dados apurados na pesquisa, em

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forma de uma entrevista com perguntas e respostas. O economista e consultor da Fecomércio, Vamberto Santana, responsável pela coleta e análise dos dados, é o entrevistado da jornalista Adriane Werner, âncora dos programas. A Pesquisa Conjuntural do Comércio do Paraná produz indicadores de curto prazo, mensais, que permitem acompanhar e avaliar o desempenho do comércio varejista no Estado. A amostra é formada por empresas escolhidas, de acordo com critérios estatísticos. A área de abrangência é constituída pelas cidades de Curitiba e Região Metropolitana, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Região Oeste. Esses municípios representam uma população de 5,1 milhões de habitantes. São pesquisados 14 ramos de atividades. Os primeiros vídeos da parceria Fecomércio/PR e Sebrae/PR - um deles que explica a metodologia da pesquisa - já estão disponíveis e podem ser acessados pelos sites: www.sebraepr.com.br e www.fecomerciopr.com.br

Fotos: Cesar Machado

Pesquisa em vídeo

Um grupo de eletricistas, encanadores e pintores, que fazem parte dos núcleos setoriais do Projeto Obra Nota 10, parceria entre Sebrae/PR e Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC), realizou em julho a primeira edição do Projeto Obra Feliz é 10, na Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cascavel. Mais de 30 empreendedores e representantes de pequenas empresas prestadoras de serviço fizeram uma ação comunitária para consertar encanamentos, reparar a parte elétrica, trocar lâmpadas, tomadas e inclusive pintar paredes, portas

e janelas. Essa mesma ação já havia sido feita no ano passado, no Recanto da Criança, também em Cascavel. O material para o trabalho foi doado por fornecedores locais. O Projeto Obra Nota 10 é uma iniciativa que une toda a cadeia da construção do oeste paranaense na busca pela melhoria dos níveis de qualidade e competitividade do setor. O Projeto é coordenado pelo Sebrae/PR, Sinduscon/Oeste e Fiep-Senai e objetiva fortalecer empresas, reduzir o custo final das obras e ampliar as oportunidades para as pessoas adquirirem seu imóvel.

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Artigo

Cidadania empresarial Allan Marcelo de Campos Costa

A informalidade, historicamente, constitui um dos mais graves problemas na economia brasileira. Ela gera prejuízos para todos os lados. Perdem o País e a sociedade, uma vez que informais não contribuem com o pagamento de tributos; perdem as empresas formalmente constituídas, que são obrigadas a enfrentar concorrência desleal; perdem clientes dessas empresas informais, que não têm qualquer amparo legal para assegurar seus direitos como consumidores; e, principalmente, perdem os próprios informais, que existem à margem de todo o sistema legal, econômico e financeiro, e, portanto, sem qualquer tipo de direito ou oportunidade. Entretanto, analisar a questão da economia informal exige a compreensão de um ponto essencial: ninguém é informal porque quer! Os milhões de empreendedores que atuam na informalidade, na ampla maioria das vezes, lá estão porque não têm alternativa. A formalização, antes do advento da Lei, trazia uma série de complicações e entraves burocráticos e obrigava o empreendedor ao pagamento de tributos excessivos e injustos. Em outras palavras, representava praticamente uma sentença de morte para qualquer microempresa nascente e carente de oportunidades para se desenvolver. Em suma, a única alternativa para sobreviver quase sempre era permanecer na informalidade. Como em quase tudo na vida, tudo gira em torno de uma simples equação de custo x benefício. O principal combustível para o processo de formalização é a percepção, por parte do empreendedor, de que se

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formalizar vale a pena. E é isso que a Lei do Empreendedor Individual busca proporcionar. Na sua essência, a Lei simplifica enormemente o processo de formalização da Empresa Individual e prevê o pagamento de tributos que não ultrapassam os R$57,15 para empresas que faturem até R$ 36.000 por ano. Em contrapartida, os informais que optarem pela formalização passam a contar com uma série de benefícios inalcançáveis até então. O Empreendedor Individual obtém o seu número de CNPJ. A partir daí, pode emitir notas fiscais e, dessa forma, tem acesso a todo o mercado formal composto por grandes empresas e governos que necessitam do documento fiscal para todas as suas operações; pode contratar empréstimos e financiamentos como pessoa jurídica, o que se traduz em taxas de juros muito mais civilizadas do que aquelas praticadas para pessoas físicas; passa a ter cobertura previdenciária e a contar com amparo em caso de doença e afastamento, além de adquirir direito a aposentadoria. Dessa forma, o resultado da equação se altera significativamente, e o benefício da formalização passa a ser evidente e significativo.

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Analisar a questão da economia informal exige a compreensão de um ponto essencial: ninguém é informal porque quer!

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Finalmente, a Lei do Empreendedor Individual transforma o discurso de que “justiça é tratar os diferentes de maneira diferente” em algo efetivo e tangível. E ao fazê-lo, torna possível para o enorme contingente de empresas informais adquirir o que chamamos de Cidadania Empresarial. É o direito de existir! O direito de fazer parte do mundo real, com dignidade e oportunidade para crescer e se consolidar.

Allan Marcelo de Campos Costa

Por isso, entendemos o advento da Lei como uma revolução. Não apenas econômica, mas principalmente, de cidadania. É a micro e a pequena empresa ampliando sua importância e consolidando o seu papel de mola propulsora do desenvolvimento do País, ocupando o espaço que é seu por direito. Essa é, sem dúvida, uma grande conquista! S

é diretor-superintendente do Sebrae/PR. Mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e Mestre pela Universidade de Lancaster, Inglaterra, tem MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC Business School, é pós-graduado em Desenvolvimento Gerencial pela FAE/CDE e cursou o Programa de Desenvolvimento de Dirigentes Empresariais do INSEAD, França. Coautor do livro “Electronic Business in Developing Countries”, possui artigos publicados no Brasil e no exterior, em países como Chile, África do Sul, Reino Unido, Holanda, Hungria e Eslovênia.

Apucarana (43) 3422 - 4439 Umuarama Campo Mour‹o (44) 3523 - 5386 Avenida Brasil, 3404 – Bairro Zona I – CEP: 87.501-000 Fone/fax: (44) 3622-7028 – Fax: (44) 3622-7065 Cascavel (45) 3321 - 7050 REGIONAL Curitiba (41) 3330NORTE - 5800 Escritório – Francisco Beltrão Londrina Rua São Paulo, 1212 - sala 01 - Bairro Centro – CEP: 85.601-010 Av. Santos Dumont, – Bairro Aeroporto – CEP: 86.039-090 Foz do Igua�u (45) 3522 - 1335 3312 Fone: (46) 3524-6222 – Fax: (46) 3524-5779 Fone: (43) 3373-8000 – Fax: (43) 3373-8005 Francisco Beltr‹o (46) 3524 - 6222 REGIONAL CENTRO-SUL Escritório – Apucarana Curitiba Rua Osvaldo 13º andar – Bairro Centro – CEP: 86.800-720 (42) 3623Cruz,-5106720 Rua Caeté, 150 - Bairro Prado Velho – CEP: 80.220-300Guarapuava Fone: (43) 3422-4439 – Fax: (43) 3422-4439 Fone: (41) 3330-5800 – Fax: (41) 3330-5768/ 3332-1143 Ivaipor‹ (43) 3472 - 1307 Ivaiporã Escritório – Guarapuava Rua Professora Proença, 1190 – Bairro Centro – CEP: 86.870-000 Jacarezinho (43) 3527 Diva - 1221 Rua Arlindo Ribeiro, 892 - Bairro Centro – CEP: 85.010-070 Fone: (43) 3472-1307 – Fax: (43) 3472-1307 Fone: (42) 3623-6720 – Fax: (42) 3623-6720 Londrina (43) 3373 - 8000 Jacarezinho Ponta Grossa Rua Dr.3220 Heráclio Gomes, 732 – Bairro Centro – CEP: 86.400-000 Maring‡ (44) 3474 Rua XV de Novembro, 120 - Bairro Centro – CEP: 84.010-020 Fone: (43) 3527-1221 – Fax: (43) 3527-1221 Fone: (42) 3225-1229 – Fax: (42) 3225-1229 Paranava’ (44) 3423 - 2865 REGIONAL OESTE REGIONAL NOROESTE Pato Branco (46) 3220 - 1250 Cascavel Maringá Avenida Pres. Tancredo Neves, 1262 – Bairro Alto Alegre – CEP: 85.805-000 Avenida Bento Munhoz da Rocha Neto, 1116 – Bairro Zona 07 – CEP: 87.030-010 Ponta Grossa (42) 3225 - –1229 Fone: (45) 3321-7050 Fax: (45) 3226-1212 Fone: (44) 3220-3474 – Fax: (44) 3220-3402 Toledo (45) 3252– Foz - do0631 ESCRITÓRIO Iguaçu Escritório – Campo Mourão Rua das Guianas, 151 – Bairro Jardim América – CEP: 85.864-470 Avenida Manoel M. de Camargo, 1111 – Bairro Centro – CEP: 87.302-080 Umuarama (44) 3622 - –7028 Fone: (45) 3522-3312 Fax: (45) 3573-6510 Fone: (44) 3523-5386 – Fax: (44) 3523-5386 REGIONAL SUDOESTE Pato Branco Avenida Tupi, 333 - Bairro Bortot – CEP: 85.504-000 Fone: (46) 3220-1250 – Fax: (46) 3220-1251

Foto: Mauro Frasson/Arquivo Sebrae/PR

No último dia 1º de julho, teve início uma das mais importantes revoluções na economia do nosso País com a entrada em vigor da Lei do Empreendedor Individual. Muito mais do que uma simples lei que assegura aos empreendedores individuais um tratamento diferenciado e justo, trata-se de um fantástico instrumento de desenvolvimento e geração de riqueza.

Paranavaí Rua Mato Grosso, 1874 A – Bairro Centro – CEP: 87.702-030 Fone: (44) 3423-2865 – Fax: (44) 3423-2794

0800

Toledo Largo São Vicente de Paulo, 1333 – 3º andar – sala 30 e 31 – CEP: 85.900-210 Fone: (45) 3252-0631 – Fax: (45) 3252-6175

570

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www.sebraepr.com.br

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