Para Maurício de Paula, coaching não significa dizer às pessoas o que devem fazer, mas sim ajudá-las a avaliar o que estão fazendo
Revista trimestral
nº7 Ano2 Dez/09
A revista da pequena empresa no Paraná
Comece 2010 com o ‘pé direito’ Ano eleitoral, Copa do Mundo e aceleração das obras do PAC trarão um novo dinamismo à economia brasileira
Endomarketing aumenta a produtividade Cresce o número de empresas que aplicam programas para garantir a interação entre seus colaboradores
Redes sociais ampliam oportunidades As comunidades virtuais tornam-se as ferramentas de internet mais populares e utilizadas no mundo todo Capacitação
Comportamento
Tendência
Associativismo
Feiras e Eventos
Serviço
Mercado
Giro pelo Paraná 87
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Índice PÁG. 42 – FEIRAS E EVENTOS
PÁG. 8 – ENTREVISTA
Semana da Pequena Empresa reúne 10 mil pessoas no Paraná
Enriquecer é uma questão de escolha
Foto: Agência La Imagen
Evento realizado pelo Sebrae/PR, de 5 a 9 de outubro, divulgou a importância do empreendedorismo.
Foto: Divulgação
Para Gustavo Cerbasi, as pessoas podem escolher o caminho do enriquecimento. E a regra também vale para as empresas.
Jovens buscam negócio próprio
O Desafio Sebrae, o maior jogo de empreendedorismo para universitários, prepara jovens para o mundo corporativo.
Foto: Divulgação
PÁG. 27 - ARTIGO
PÁG. 10 – CAPA
O articulista da Revista Soluções, Carlos Hilsdorf, dá dicas para que as empresas tornem-se mais inovadoras e competitivas.
Foto: Wilson Vieira/Videographic
PÁG. 24 – COMPORTAMENTO
PÁG. 60 - SERVIÇO
“Alô. Em que posso ajudá-lo (a)?”
O setor de Call Center é um dos que mais empregam no País e cresceu 550% nos últimos 10 anos, segundo dados da ABT.
PÁG. 48 – FEIRAS E EVENTOS
FICAFE 2009: conquistas e novos desafios
ABRI MINHA EMPRESA !
Produtores de café comemoram obtenção de certificação 4C e aguardam liberação de registro de Indicação Geográfica.
E AGORA ?
Comece 2010 com o ‘pé direito’
O ano que começa será melhor que 2009? Confira a opinião de especialistas e também dicas para planejar melhor o seu negócio.
PÁG. 64 – MERCADO
Projeto leva conteúdos técnicos para novas empresas
PÁG. 14 - CAPACITAÇÃO
Abri minha empresa! E agora? auxilia empresários na gestão de seus negócios, com informações atualizadas.
Funcionários felizes, produtividade maior
PÁG. 52 – FEIRAS E EVENTOS
Cresce o número de organizações que buscam e aplicam programas para garantir a interação entre seus colaboradores.
Sebrae/PR é Top de Marketing 2009
Campanha de inovação, para micro e pequenas empresas, ganha categoria Educação e Ensino.
PÁG. 34 – TENDÊNCIA
Na onda do Orkut e do Twitter
Transformação no campo
Produtores rurais do Paraná apostam em planejamento e administram suas propriedades rurais como empresas.
PÁG. 38 - ASSOCIATIVISMO Mais que uma ‘mão na roda’
PÁG. 23 – ARTIGO Foto: Divulgação
Professor da FGV do Rio de Janeiro, José Castanhar faz uma análise da crise financeira mundial e seu impacto nos negócios.
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Empreender atende 207 núcleos setoriais no Paraná. Confira a história de empresários que participam do Programa.
Foromic reúne especialistas no Peru
Fórum internacional, realizado em Arequipa, pelo BID, discutiu a importância do microcrédito para pequenas empresas.
PÁG. 68 – GIRO PELO PARANÁ
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
PÁG. 18 - CAPACITAÇÃO
PÁG. 54 – FEIRAS E EVENTOS
Comunidades virtuais formadas pelas redes sociais tornamse as ferramentas da internet mais populares e utilizadas no mundo.
Foto: Agência La Imagen
PÁG. 28 – TENDÊNCIA
Um apanhado dos principais acontecimentos e eventos envolvendo o Sebrae/PR no Estado.
PÁG. 72 - ARTIGO PÁG. 56 – FEIRAS E EVENTOS
ENINC mostra inovação para a construção civil
Evento em Maringá divulgou novas tecnologias que, se bem utilizadas, podem alavancar o setor.
Foto: Arquivo Sebrae
Coaching oferece ferramentas e oportunidades para o desenvolvimento empresarial. Confira as dicas do coach Maurício de Paula.
Foto: Agência La Imagen
Pessoas e empresas mais eficientes
Confira o artigo de Allan Marcelo de Campos Costa, diretor-superintendente do Sebrae/PR. Ele faz um balanço sobre o empreendedorismo e as micro e pequenas empresas em 2009.
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Editorial
Sebrae/PR – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná Jefferson Nogaroli Presidente do Conselho Deliberativo Allan Marcelo de Campos Costa Diretor Superintendente Julio Cezar Agostini Diretor de Operações Vitor Roberto Tioqueta Diretor de Gestão e Produção Expediente Coordenação Renata Todescato Gerente de Marketing e Comunicação Edição/Jornalista Responsável Leandro Donatti Registro Profissional - 2874/11/57-PR Adriana Schiavon Gonçalves Especialista em Marketing
Nesta edição, o leitor da Revista Soluções encontrará entrevistas, artigos de opinião e reportagens especiais sobre tendências, capacitação, serviços, comportamento, feiras e eventos, associativismo e mercado, com foco no empreendedorismo e nas micro e pequenas empresas. A matéria de capa - Comece 2010 com o ‘pé direito’ – traz uma análise, com entrevistas concedidas por especialistas, sobre como será o cenário econômico em 2010. As projeções são otimistas, razão pela qual os empresários de micro e pequenas empresas precisam estar preparados. Coaching, endomarketing, redes sociais, inovação na construção civil, conquistas e desafios dos cafeicultores, empreendedorismo entre jovens, produtores rurais e núcleos setoriais mais fortes são alguns dos temas apurados por nossa equipe de repórteres. Outro destaque desta edição é uma conversa com Gustavo Cerbasi, que esteve recentemente em Cianorte, no noroeste do Estado, para falar com os empresários sobre finanças. Para o especialista, os empresários de micro e pequenas empresas devem otimizar custos, se quiserem crescer.
Reportagens: Adriana Ribeiro, Adriano Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Katia Michelle Bezerra, Leandro Donatti, Luciana Baroni, Mirian Gasparin, Octávio Rossi e Sílvio Oricolli. Fotos: Claiton Biaggi, Cristiane Shinde, Hugo Harada, Luiz Costa, Marcos Zanella e Wilson Vieira. sebrae@pr.sebrae.com.br http://asn.sebraepr.com.br Críticas e comentários, mande um e-mail para revistasolucoes@pr.sebrae.com.br Anuncie na Revista Soluções: publicidade.revistasolucoes@ pr.sebrae.com.br Impressão Artes Gráficas Renascer Ltda. (Mult-graphic) Design Gráfico e Diagramação Ingrupo//chp Propaganda Tiragem 20 mil exemplares Periodicidade Trimestral ISSN 1984-7343
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Boa leitura! Leandro Donatti, o editor
Dever cumprido A Revista Soluções, uma publicação trimestral do Sebrae/PR para empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas, inicia em 2010 o seu terceiro ano de veiculação. Os dois últimos anos foram marcados por conquistas e desafios. A base de leitores que entra em contato com o Sebrae/PR, por meio de e-mails, para receber a publicação cresce a cada edição. Sinal de que o empreendedorismo e as micro e pequenas empresas são temas que despertam o interesse coletivo. O desafio permanente de nossa equipe continua sendo, sem dúvida, a busca incessante por informações, análises e orientações técnicas traduzidas, que contribuam, de forma simples e prática, para o fortalecimento e implementação dos pequenos negócios.
tões para que possamos cada vez melhor atendê-lo. O Sebrae/PR, que durante todo o ano leva soluções empresariais para os 399 municípios do Paraná, sente-se honrado em brindar 2010 com uma nova edição da Revista Soluções, cheia de conteúdos que, se absorvidos, podem ajudar a fazer a diferença.
Renata Todescato,
gerente de Marketing e Comunicação do Sebrae/PR
O momento é de renovarmos nossas intenções: a Revista Soluções está em permanente construção. E você, empreendedor e empresário de micro e pequena empresa, é peça-chave nesse processo. Envie suges-
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em seu negócio investindo em marketing, em qualificação das pessoas, se fortalecendo como empresa para que, em momento de estabilidade, possa otimizar seus custos.
Enriquecer é uma questão de escolha Para especialista em finanças, as pessoas, assim como as empresas, podem escolher o caminho do enriquecimento, com atitude e disciplina Por Octávio Rossi
“Enriquecer é uma questão de escolha.” É com essa frase que o mestre em Administração e Finanças pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Gustavo Cerbasi, abre seu site que reúne dicas, informações e consultorias. Cerbasi, autor de oito livros, dentre os quais “Cartas a um jovem investidor”, diz que estamos vivendo mais e, com isso, pensar no futuro é quase que uma obrigação. “Pensar no futuro financeiro também é quase que um dever. Por isso, é importante pensar em investimentos que garantam meios de viver melhor e com comodidade”, prega Cerbasi nas palestras que vem realizando em todo o Brasil. “Do futuro, chegamos ao presente.” A dica do especialista então é cortar os desperdícios. “Cortar desperdícios não significa cortar o que nos faz bem, como por exemplo, aquele cafezinho com amigos antes de começar o expediente de trabalho. Muitas vezes, grandes ideias surgem do improvável. O desperdício que devemos cortar é com os juros e, para isso, a disciplina e planejamento são fundamentais”, aconselha Cerbasi. A convite do Sebrae/PR, Associação Comercial e Industrial de Cianorte (ACIC) e do Conselho do Jovem Empreendedor de Cianorte, o especialista em finanças desembarcou no Paraná, em novembro deste ano, para falar sobre “Como organizar sua vida financeira”. Cerbasi concedeu em Cianorte entrevista à Revista Soluções. A seguir os melhores trechos. Revista Soluções – Enriquecer é mesmo uma questão de escolha? Gustavo Cerbasi – Enriquecer é uma questão de escolha, independentemente da renda, da situação social. As pessoas
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podem escolher o caminho do enriquecimento, com atitude e disciplina, detalhando um método que podem seguir. O que está por trás de todo o processo de enriquecimento são os ingredientes, a lógica e a postura que a pessoa tem que ter diante dos investimentos, dos fatos, das dúvidas, do excesso de informações. Revista Soluções – Informações demais podem atrapalhar? Cerbasi - Sim. Hoje, vivemos um excesso de informações. Todo mundo ouve falar de investimentos e acaba misturando tudo. As pessoas precisam realizar simulações quanto às escolhas e caminhos que podem ser seguidos e as consequências desses caminhos, desde a disciplina de poupança, o momento certo em comprar uma casa própria ou alugar e outras formas de administrar suas finanças. Revista Soluções – Quais são os erros mais comuns cometidos pelos brasileiros, quando o tema são as finanças pessoais? Cerbasi – Podemos citar pelo menos cinco: desprezo aos pequenos valores; desprezo a uma boa negociação; ser direto na hora da compra; não saber aonde quer chegar; e ausência de percepção financeira. São erros cometidos pelas pessoas que lhes “roubam” as economias. Vícios, aqueles erros que, necessariamente, não são nossos, mas que a gente carrega junto com o comportamento da sociedade. Revista Soluções – E os ingredientes da abundância financeira, que o senhor sempre tem falado em suas palestras? Cerbasi - Os quatro ingredientes para abundância financeira são o tempo Como você lida com seu tempo? Administrar bem o tempo é o primeiro passo; os juros compostos - Ganhar sobre o que foi
ganho e investir de forma inteligente; as decisões inteligentes - Não agir por impulso e sim por percepção financeira para aplicação de dinheiro; e o dinheiro - Fazer o dinheiro trabalhar para você e não o contrário. Revista Soluções – Quando o senhor fala sobre finanças, existe algo de experiência pessoal nas suas orientações? Cerbasi – Tem sim, mas prefiro colocar como “vivência pessoal”. A base de minha filosofia tem a ver com meu conhecimento em matemática financeira e contabilidade. Os argumentos para colocar em prática minha filosofia têm a ver com minha experiência no atendimento a famílias que fiz entre 2001 e 2007, passando orientações sobre finanças, sobre contratos e assuntos relacionados à administração. Revista Soluções – Para os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas, saber administrar as finanças é um desafio. É possível aplicar conceitos de organização financeira pessoal numa empresa? Cerbasi – Toda minha filosofia, quase 100% dela, vem das finanças dos negócios. Comecei como consultor de empresas, consultor de finanças dos negócios, contabilidade, na área de balanço. Aos poucos, fui traduzindo a área de finanças dos negócios para a realidade das pessoas. Muitas das reflexões que eu faço, como por exemplo, sobre comprar ou alugar uma casa, vêm da lógica dos pequenos negócios. Eu pergunto: qual é, por exemplo, a orientação para uma empresa jovem? Comprar seu espaço, comprar seu computador, comprar seu veículo de entregas? Não. A orientação para quem está começando seu negócio é terceirizar, alugar, dar consistência
Revista Soluções – A sua recomendação para os empreendedores então é que, em vez de fazer um financiamento num banco e comprar um barracão, assumindo uma dívida, o melhor seria alugar o barracão? Cerbasi – Exatamente. Principalmente se está no começo, crescendo e expandindo seu negócio. Tem que experimentar o mercado e saber o momento em que pode dominá-lo. É como um voo. Quando a empresa estiver vivendo um momento de estabilidade, é hora de procurar formas para otimizar custos, buscar para si o lucro, por exemplo, que o locador tem. É nessa hora que o empreendedor vai verticalizar seu investimento comprando seu espaço, sua frota, rede de comunicação, coisas que não são recomendadas no início. Revista Soluções – Crise econômica mundial. O presidente Lula, num determinado momento, disse o Brasil enfrentaria uma “marolinha”. Como o senhor, que trabalha com finanças, interpretou as declarações do presidente? Cerbasi - O Lula foi feliz e sensível em seus argumentos. Realmente, a crise não chegou ao Brasil. Ela atingiu muito isoladamente alguns segmentos da sociedade, principalmente o segmento da exportação. Houve um abalo principalmente por causa do desemprego, fechamento de fábricas, mas isso foi proporcionalmente, comparado ao mercado, muito pouco. O que houve no Brasil foi uma “crise de confiança” e não crise econômica quando você não consegue vender, não consegue comercializar. As pessoas perderam a confiança no mercado. Houve no Brasil uma dúvida muito grande quanto ao futuro. As empresas começaram a se retrair com medo de uma possível perda. Houve, por exemplo, desinvestimento. Num segundo momento, quando a crise se deu não como superada, mas como administrada, houve uma correria atrás de reinvestimentos, para tapar os buracos abertos. Revista Soluções – Na sua avaliação, a crise atrapalhou o surgimento de novas empresas? E como agir em tempos de turbulências? Cerbasi – A crise, no momento em que ela chegou, jogou um balde de água fria numa conquista muito grande para o Brasil que foi a conquista do grau de investimento estrangeiro, quando houve
uma grande migração de investimentos para o País, que seria o fomento definitivo para a expansão das pequenas empresas. Com a crise, parte do capital estrangeiro ficou em seu país de origem tapando os buracos. Revista Soluções – E qual a consequência disso? Cerbasi - Com isso, houve um atraso evidente nos negócios no Brasil e o que a gente vê agora é um movimento de retomada no processo de crescimento. A minha percepção é que já existe recurso disponível suficiente para a expansão dos pequenos negócios. O que está faltando é qualidade nas propostas. Se não me engano, em 2008, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ficou sem conceder 50% dos recursos para crédito que tinha disponível. Ou seja, havia dinheiro à disposição. Era algo assim: - O mercado está aqui, nos deem os projetos! Revista Soluções – Como reverter isso? Cerbasi - O Sebrae, nesse sentido, talvez seja o maior responsável pelo desenvolvimento, pela correção dessa carência no Brasil. Existe uma consciência do crescimento do crédito, existe uma consciência crescente de que antes do negócio ser bom é preciso provar que ele é bom, e, com isso, as pessoas estão começando a entender qual é o papel do crédito. Acredito que, nos próximos anos, acontecerá uma desova de crédito no Brasil, recursos que estão represados e que começarão a chegar às mãos dos empreendedores e empresários de micro e pequenos empresas, que, não raros os casos, estavam usando mal o dinheiro disponível na praça. É muito comum pequenas empresas que nascem com capital próprio na aquisição de bens e que recorrem ao mercado financeiro para cobrir a falta de caixa, o que é uma incoerência. Tem que ser o contrário, deve-se usar recursos de terceiros para financiar a estrutura e usar o capital próprio para cobrir o planejamento. O empresário ainda não descobriu esse caminho, de chegar ao banco, seduzindo e dizendo: Você me dá o seu dinheiro que eu vou fazer bom uso! Esse argumento ainda não está sendo totalmente explorado. S
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
“Quando a empresa viver um momento de estabilidade, é hora de procurar formas para otimizar custos, buscar para si o lucro”
Foto: Divulgação
Gustavo Cerbasi
Gustavo Cerbasi
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Comece 2010 com o ‘pé direito’ Ano eleitoral, Copa do Mundo e aceleração das obras do PAC trarão um novo dinamismo à economia brasileira Por Mirian Gasparin
Diferente do cenário de um ano atrás, quando as projeções econômicas e financeiras apontavam para uma retração, 2010 começa com a expectativa de ser um período altamente promissor. Além de ser ano eleitoral e de Copa do Mundo, eventos que por si só trazem um novo dinamismo para a economia, 2010 será diferente para o Brasil, que deve crescer entre 5% e 6%, bem acima da média de 3% projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Na avaliação dos especialistas, três fatores terão influência no ano que começa: eleições, Copa do Mundo e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As eleições acabam movimentando todos os setores da economia. A Copa do Mundo gera uma demanda adicional de eletrodomésticos, alimentos e bebidas, confecções (camisas da seleção), fogos de artifício, entre outros. Já o PAC, capitaneado pelo PT que tem candidato à sucessão presidencial, promete estar na arena de debates. O partido promete manter e efetivar políticas que resgatem o investimento público e privado em infraestrutura. Como pano de fundo, há também para 2010 a expectativa de recuperação das principais economias mundiais, pois vários países já passaram da fase do ‘purgatório’. O quadro favorável da economia deve ser aproveitado pelas empresas de qualquer ramo e tamanho, para se organizarem e planejarem melhor os seus negócios. A recuperação da crise financeira de proporções globais foi mais rápida do que se imaginava para os brasileiros, destaca o diretor do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF/PR), Nelson Oliveira. Desta forma, todo o planejamento e estratégias a serem tomados pelas empresas a partir de agora devem contemplar uma dose de cuidado. “O cenário é positivo. Está havendo melhor distribuição de renda, o que resultará em maior demanda de produtos e serviços das classes C, D e E. Esse é um bom caminho para os empresários analisarem”, afirma. A economista-chefe da Link Investimentos, Marianna Costa, diz que o grande destaque da economia brasileira é o aumento da demanda interna, que foi favorecido pelo acesso ao crédito, incentivo à formalização do trabalho, queda dos juros e pela elevação do poder de consumo. “Países como a China e a Índia também têm uma forte demanda interna, mas o que diferencia o Brasil é o seu sis-
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tema financeiro que resistiu muito bem à crise global. Devido às muitas crises do passado, nosso sistema financeiro se mostrou muito mais capaz de lidar com o enxugamento do crédito”, ressalta. Marianna Costa também concorda que as empresas deverão encontrar em 2010 um ambiente de negócios mais promissor no mercado doméstico. Isso, porém, poderá levar a economia a correr alguns riscos como a elevação das taxas de juros e dos índices inflacionários. Nesse sentido, a economista da Link Investimentos aconselha os empresários a fazerem desde já um planejamento financeiro levando em conta a alta dos juros e da inflação. Para o professor de Política Econômica e Análise Conjuntural da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e economista, Vamberto Santana, todo esse otimismo que se evidencia é uma prova que o País superou as suas limitações e venceu o medo com relação à situação financeira global. Para ele, não se deve negar que o quadro atual é resultado da participação do governo que reduziu as taxas de juros que começaram 2009 em 13,75% e devem encerrar em 8,75% ao ano, a diminuição da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, incluindo caminhões e ônibus, produtos da chamada linha branca e materiais de construção. Além do que a inflação vem se mantendo nos patamares pré-estabelecidos e o crédito continua abundante no mercado. “O PIB do segundo trimestre apresentou crescimento em relação ao primeiro e o terceiro e quarto trimestre também tiveram incremento positivo, o que sinaliza boas perspectivas para 2010”, explica Santana. De acordo com o professor da UFPR, o empresariado já pode vislumbrar boas perspectivas de vendas. Vamberto Santana explica que as classes C, D e E, que geralmente não costumam poupar, com a melhoria da renda e as expectativas de manutenção do emprego, vão dirigir seus recursos para o consumo. Ele lembra que o salário dos trabalhadores, em sua maioria, teve um ganho real em 2009. Só o salário mínimo apresentou
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Empresários devem fazer desde já um planejamento financeiro levando em conta uma possível alta dos juros e da inflação
Foto: Divulgaçãoa
Cenário otimista
A economista-chefe da Link Investimentos, Marianna Costa
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Nelson Oliveira, diretor do IBEF/PR um aumento entre 3% e 4% acima da inflação.
As vendas devem ser feitas com cuidado, com análise rigorosa do crédito para não ter surpresas com a inadimplência
Para os empresários, Vamberto Santana aconselha que a partir de 2010 eles trabalhem dentro de um novo horizonte, que inclui um mercado mais competitivo. “O sucesso das empresas vai depender da eficiência, com a redução dos custos e da margem de lucro e a busca por menores preços da matéria-prima.” O crédito, na opinião de Santana, continuará sendo um fator importante para o crescimento das vendas. Segundo ele, o financiamento é importante tanto para o consumidor quanto para as empresas. No caso específico das empresas, existem linhas vantajosas de financiamento em bancos públicos e privados e dependendo do porte, a companhia poderá buscar recursos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para expansão de loja, aumento de chão de fábrica, aquisição de uma franquia ou abertura de novos supermercados. O diretor do IBEF/PR, Nelson Oliveira, chama a atenção para as perspectivas favoráveis do microcrédito. “Existe uma alta demanda por parte de recursos, mas os empresários precisam de um acompanhamento, além da consciência de que o crédito se destinará somente às atividades empresariais. Os recursos que entrarem no caixa devem ser usados apenas para alavancar as vendas e nunca confundir caixa com fluxo de caixa, como a maioria faz.” Embora nos últimos meses de 2009 houvesse o aquecimento da demanda, em al-
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guns setores, a demanda interna não foi suficiente para que o setor industrial trabalhasse com capacidade plena. Segundo o professor da UFPR, hoje as indústrias, na média, estão trabalhando com uma ociosidade entre 18% e 20%, o que pode ser considerado um nível aceitável no contexto da economia.
Planejamento Quando se fala em empresa bem-sucedida, a palavra mais pronunciada por executivos, administradores e economistas é planejamento. Em meio à tradicional correria de final de ano, pelo menos um compromisso não pode ser deixado de lado pelos empresários, de qualquer ramo e tamanho do negócio. Trata-se do planejamento das atividades de 2010, feito com base no balanço de 2009 e à luz de novas oportunidades e exigências legais. As grandes empresas têm departamentos e pessoas especializadas para “pensar” e “decidir”. Entretanto, é preciso que essa cultura de planejamento se estenda também para as micro, pequenas e médias empresas, alerta o diretor do IBEF/ PR, Nelson Oliveira. Isso amplia a oportunidade de negócios, facilita a gestão e pode levar à efetiva redução de custos na área tributária. Segundo o coordenador do curso de Administração da Escola de Negócios da Universidade Positivo, Daniel Rossi, o planejamento é a função básica da administração e os negócios somente darão certo nas empresas que planejam. “O empresário aumenta a rentabilidade da sua empresa quando investe em técnicas de planejamento e gestão, ou seja, em or-
Rossi aconselha os empresários a planejarem seus negócios em função do crescimento da economia. Para ele, até então o que se constatava em termos de Brasil é que o empreendedor abria uma empresa por necessidade. Entretanto, esse quadro já está mudando e em 2010 o empreendedor se lançará no mercado por oportunidade. “O perfil dos empresários está mudando. Hoje ele está mais instruído e melhor preparado. Ao seu favor em 2010 contará com o crescimento da economia. Com isso, as grandes empresas terceirizarão e quarteirizarão mais os produtos e serviços beneficiando as micro e pequenas empresas”, prevê Rossi. O coordenador do curso de Administração da Universidade Positivo recomenda alguns cuidados por parte dos empresários. “O excesso de confiança depois de passada a angústia pode ser prejudicial porque não combina com planejamento. O empresário deve estar atento às notícias econômicas e quem planeja aumentar o seu negócio deve estar sempre informado.” Na opinião do diretor da Credit Solution, Luiz Afonso Cerqueira, o quadro favorável para 2010 deve ser aproveitado pelas micro e pequenas empresas para se organizarem mais e controlarem melhor o caixa. As vendas devem ser feitas com cuidado, com a análise rigorosa do crédito para não haver surpresas com a inadimplência. Ele também recomenda uma administração de compras firme com negociação de prazos com os fornecedores. “Fechando uma boa negociação de compras, o empresário certamente terá um ganho melhor.” Quanto aos estoques, Cerqueira é da opinião que este item deve ser administrado na ponta do lápis e os empresários devem se programar para estocar o mínimo possível. Ele informa que, por conta da redução do IPI, empresas que comercializam a chamada linha branca e materiais de construção fizeram estoques adicionais, antecipando as compras de 2010. Os demais segmentos devem ter muito cuidado para não se estocarem excessivamente. Os juros estão baixos, mas mesmo assim o diretor da Credit Solution não aconselha o uso do cheque especial ou da conta garantida. “A opção é fazer operações curtas de capital de giro com pagamentos parcelados. Crescer somente com recursos adequados através de linhas
Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen
Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen
ganização, liderança e controle”, destaca.
Jackson Bittencourt, economista com prazos mais longos que estão disponíveis em cooperativas de crédito, agências de fomento e em alguns bancos oficiais. No Sebrae/PR, o empresário encontrará apoio no sentido de encontrar as fontes mais adequadas de financiamento.”
Emprego Com a economia crescendo, o nível de emprego deve aumentar. Segundo cálculos do coordenador do curso de Economia da Escola de Negócios da Universidade Positivo, Jackson Bittencourt, um crescimento do PIB de 5% em 2010 permitirá a criação de 2 milhões de empregos, dos quais 60% dos novos postos de trabalho serão gerados pelas micro e pequenas empresas.
O planejamento é a função básica da administração e os negócios só darão certo nas empresas que planejam
Diante dos investimentos das grandes empresas para atenderem a maior demanda por produtos e serviços, os micro e pequenos estabelecimentos serão também estimulados a investirem em seus negócios, seja como parceiros ou fornecedores, completa Bittencourt. Para o diretor do IBEF/PR, Nelson Oliveira, o maior problema hoje no setor de emprego é o despreparo dos profissionais para assumir determinadas funções. Segundo ele, para salários na base da pirâmide há ainda outros agravantes. “O Brasil tem uma legislação trabalhista muito paternalista, o que cria dificuldades para a ascensão natural das pessoas que queiram crescer. Além do mais, há a falta de comprometimento do trabalhador com seu emprego”, assegura. Na sua avaliação as oportunidades de emprego sempre continuarão aparecendo, mas o grande desafio é preparar tecnicamente os trabalhadores. S
Para saber mais sobre como se organizar para 2010, acesse o site do IBEF/PR, no www.ibefpr. com.br. O site da HSM Brasil, br.hsmglobal.com, também sempre traz artigos interessantes e análises sobre o momento econômico. Não perca!
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Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Foto: Agência La Imagen
Coaching
Pessoas e empresas mais eficientes Processo oferece às pessoas as ferramentas e as oportunidades que elas precisam para se desenvolverem Por Adriana Ribeiro
Maurício de Paula, coach A palavra coaching, que em português significa treinamento, foi usada originalmente nos esportes para denominar a atividade da pessoa que ajuda um atleta a treinar. A partir daí, ela se espalhou para várias áreas. Adaptada à linguagem corporativa, na década de 1980, nos Estados Unidos, tornou-se um processo de desenvolvimento profissional que está ganhando cada vez mais popularidade nos negócios por ser considerada uma das formas mais gratificantes de tornar pessoas e empresas mais eficientes. Ao contrário do que a tradução remete, coaching não é um treinamento e sim um processo que oferece às pessoas as ferramentas e as oportunidades que elas precisam para se desenvolverem. Maurício de Paula, um dos primeiros profissionais a atuar como coach no Brasil, diz que esse processo tem como foco o desenvolvimento de performance ou de carreira. “O coach busca ajudar seu cliente, o coachee, a conhecer melhor seus recursos e, consequentemente, fazer melhor uso deles em busca de resultados. Ele é o ‘olhar externo’ que ajuda o cliente a perceber pontos que, sozinho, muitas vezes ele não consegue enxergar”, explica.
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Em resumo, o coaching não significa dizer às pessoas o que devem fazer, mas sim ajudá-las a avaliar o que estão fazendo levando em consideração seus objetivos, valores e sonhos. É uma espécie de autodesenvolvimento, onde as pessoas fazem as perguntas e também devem encontrar as respostas. Há várias formas de se aplicar o coaching. Uma das mais comuns é a realização de sessões individuais, desenvolvidas com prazo determinado. Criador de uma metodologia própria, iniciada em 1997, quando o coaching passou a ser desenvolvido no Brasil, Maurício de Paula diz que a duração do processo que aplica varia de acordo com o tipo de necessidade do cliente. As sessões semanais acontecem, normalmente, durante três a seis meses. Durante o processo, o coach aborda os aspectos comportamentais, os resultados e a carreira do cliente. O trabalho é desenvolvido em cima de casos reais. O coachee leva os relatos de sua vivência na empresa e a partir dessas informações são abordados os aspectos comportamentais. “Olhamos a estrutura e a cultura da empresa, as metas e as estratégias que o cliente constrói, suas aspirações, sua visão de futuro. Enfim,
o apoiamos para que busque a melhor performance e os melhores resultados, tudo alinhado com o que lhe faz feliz”, diz. Maurício de Paula, que também é psicólogo, explica que, nesse processo, o agente principal é o cliente e que o coach é apenas um facilitador que direciona à luz no que ele chama de “zonas de sombra”. Segundo ele, o coaching mexe bastante com as pessoas, por entrar em pontos sensíveis considerados muitas vezes feridas. É por isso que o vínculo de confiança entre coach e coachee é fundamental para o sucesso do trabalho. “Quando o cliente está aberto para o processo, ele consegue transformar problemas em oportunidades. Muitos profissionais e empresários, ao final do trabalho, se tornam ‘experts’ em lidar justamente com aquilo que outrora estava sendo suprimido, escondido, dado à dificuldade de se trabalhar sozinho aqueles pontos”, diz. É comum os empresários e os profissionais procurarem o coaching quando estão com problemas. Maurício de Paula diz que essas dificuldades podem ser de relacionamento com o líder ou colegas
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Foto: Agência La Imagen
sócio, Juliano Wisnievski, estão trabalhando para o Brasil. Até então a produção era destinada a exportações esporádicas, para mais de dez países, entre quais Inglaterra, França, Alemanha e Espanha. A atuação era restrita porque os dois mantinham outros empregos na iniciativa privada, o que reduzia o tempo de dedicação à Camoa. Percebendo que o mercado era favorável e com capacidade de investimento, Juliana e Wisnievski decidiram, em 2008, pedir demissão nas empresas onde trabalhavam para se dedicarem exclusivamente à Camoa Brasil. Antes viajaram por alguns países para conhecer o mercado internacional. Na volta, abriram uma loja-piloto, em Santa Catarina, para saber o que os
clientes procuravam, e em 2009 buscaram o Sebrae/PR para aprender a estruturar melhor a empresa. “Fazer coaching foi fundamental. Aprendi a me conhecer, a esclarecer dúvidas, a trabalhar mais eficientemente e a selecionar critérios de atuação”, diz. Segundo Juliana, o coaching trabalha a reflexão e incentiva a reação. “Eu saía tão empolgada das sessões que no dia seguinte já estava colocando em prática o que eu aprendia e decidia fazer.” Com representantes trabalhando em seis estados do País e com uma perspectiva de aumentar as vendas em 40% em 2010, Juliana já tem uma certeza: vai fazer coaching pelo menos duas vezes por ano para se manter atualizada e motivada. S
Tipos de coaching: Juliana Loureiro Ferlini, coachee
O ideal é procurar o coach quando simplesmente se quer conquistar melhores resultados
de trabalho ou na liderança de equipe, no planejamento de ações, na identificação de melhores decisões ou quando se percebe a carreira estagnada. O coach pode ajudar nessas situações. Sozinho, muitas vezes, o empresário ou o gestor tem dificuldades de perceber onde estão os pontos que bloqueiam o desenvolvimento da empresa. Mas, segundo Maurício de Paula, o coaching também pode ser importante para que as pessoas se organizem melhor, atuando na empresa de forma planejada. “O ideal é procurar o coach quando simplesmente se quer conquistar melhores resultados. Com isso, o empresário pode atuar de forma mais profissionalizada, se antecipando aos problemas”, diz. Entre os benefícios do coaching estão o crescimento em maior velocidade, alinhamento junto às equipes, eficiência e capacitação no trabalho. Em relação aos indivíduos, o processo ajuda a clarear os objetivos de vida, dando maior energia para alcançá-los. O coaching também ajuda as empresas na manutenção de funcionários, a evitar despesas com a repetição de treinamentos e também com a queda de produtividade quando empregados deixam a empresa. Por causa dos benefícios e ganhos que pode gerar, o coaching é visto como um
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investimento importante para profissionais e empresas. Os valores mais praticados no mercado estão entre R$ 150,00 e R$ 350,00 a sessão. Antes de contratar um coach, o indivíduo precisa saber se realmente está aberto para ouvir e refletir. O coach nada poderá fazer se o cliente não estiver aberto a se conhecer e promover mudanças de atitudes. O próximo passo, também importante, é buscar indicação do profissional que pretende contratar.
Autoconhecimento Juliana Loureiro Ferlini decidiu fazer coaching depois de ter conhecido o processo de desenvolvimento no Sebrae/PR, durante o programa de competitividade para empresas do setor do vestuário desenvolvido pela entidade. Sócia-proprietária da Camoa Brasil, fabricante de moda praia e esportiva, ela iniciou as sessões em setembro deste ano, para melhor estruturar a empresa. “Embora a Camoa já exista há quatro anos, eu ainda tinha muitas dúvidas sobre o mercado, como atingir metas, traçar estratégias e até sobre como lidar com os funcionários”, conta. Depois de sete sessões de coaching, ela se diz confiante para enfrentar os novos desafios implantados em 2009.
Coaching de vida
Coaching executivo
Trabalha os aspectos da vida do cliente, sejam pessoais ou profissionais, na saúde ou nos relacionamentos.
Para profissionais de alto nível que queiram melhorar sua liderança e tomada estratégica de decisões.
Coaching de carreira Destinado às pessoas que querem encontrar um emprego, mudar de carreira ou voltar ao mercado de trabalho.
Coaching para esportes Estimula o jogador e aprimora suas técnicas no esporte que escolhe.
Sozinho, o gestor tem dificuldades de perceber onde estão os pontos que bloqueiam a empresa
Sucesso
Coaching de negócios Aplicado no ambiente de trabalho para aprimorar questões profissionais. Normalmente, é aplicado a gerentes dentro da empresa.
Coaching de equipe Aplicado a equipes de negócios que buscam melhor desempenho, para que trabalhem fácil e eficientemente.
Para saber mais sobre o tema, leia “O sucesso é inevitável: coaching e carreira”, lançado em 2005 pela Editora Futura; e “O A do CHA – avaliação por competências pelo líder-coach – O feedback com evidências”, que chegou ao mercado no mês passado, pela All Print Editora. Os dois livros são de Maurício de Paula. Acesse ainda o site www.gestaodecarreira.com.br, para aprofundar o tema.
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Este foi o primeiro ano que Juliana e seu
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ciar o negócio e não apenas fazer a parte operacional. E para mim, esse aprendizado foi fundamental”, conta. Para ela, o segredo do sucesso está na persistência, mas também na vontade de melhorar. “Hoje, a minha clientela só aumenta e quero ampliar meus negócios também para poder atender a todos com a mesma qualidade”, comemora.
Foto: Zanella
Empreendedor Rural
Transformação no campo Produtores do Paraná apostam em planejamento e administram suas propriedades rurais como empresas Por Katia Michelle Bezerra
Maristela Rosin Pancera, produtora rural
Maristela começou a fazer doces e salgados em casa e a vender para os vizinhos de sua propriedade, no sudoeste do Paraná. Não nega que o começo foi difícil, mas a perseverança e a dedicação não a deixaram desistir. Em pouco tempo, a divulgação “boca a boca” dos produtos de Maristela chegou a cidades vizinhas e hoje ela já planeja passar da produção caseira para industrial, adquirindo máquinas e equipamentos profissionais, para dar conta da produção. Atualmente, ela produz cerca de 50 unidades diárias de cada produto, como pães, cuques e bolos. Toda a produção é feita dentro de casa, com a ajuda da cunhada, Lucilda Pancera, do irmão e do marido, que após trabalharem na lavoura, ainda dão uma ajuda na produção caseira durante a noite. Tudo para atender a clientela, que aumenta a cada dia. “O que me ajudou a ter a ideia de trabalhar com isso e não desistir foi o curso de empreendedor. Eu aprendi a geren-
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Apesar do nome sugestivo, a propriedade não produz apenas mudas de palmito, mas investe cada vez mais em mudas ornamentais e de reflorestamento, além de mudas econômicas, como café e eucalipto. São 40 espécies de mudas nativas produzidas e 25 de mata ciliar, além de quatro tipos de palmeiras e 13 variedades de café, uma produção que já está expandindo os limites do Paraná, estado que mais consome a produção, e chegando ao sul de São Paulo, que recentemente começou a encomendar mudas da propriedade. O projeto começou em 2003, quando Faria decidiu ingressar na primeira turma do Empreendedor Rural para compreender e analisar as possibilidades de sua propriedade. “Eu sabia plantar, mas senti necessidade de entender melhor o meu negócio, de fazer uma análise do mercado e saber para onde eu poderia crescer”, conta o técnico. Nesse sentido, ele revela, o Programa atendeu 100% a demanda do agricultor. “Fazer a muda não é difícil. O complicado é saber as etapas de comercialização e como atender corretamente ao cliente”, complementa.
O segredo do sucesso está na persistência, mas também na vontade de melhorar e transformar
Júlio Cesar Faria, técnico em agropecuária Foto: Wilson Vieira/Videographic
A paranaense Maristela Rosin Pancera enxergou no Programa Empreendedor Rural uma possibilidade de mudar a sua realidade. Ela entendeu o mecanismo do empreendedorismo e como boas ideias podem ser responsáveis pela guinada na vida profissional. Depois de participar do Programa, em outubro de 2008, ela deixou o trabalho na lavoura e na produção de leite com o marido para se dedicar a um sonho: o de trabalhar com a panificação.
O exemplo de Maristela não é o único. O Programa Empreendedor Rural já capacitou mais de 17 mil produtores paranaenses. Em apenas quatro anos, o técnico em agropecuária Júlio Cesar Faria deu um salto na produção de mudas que mantém em sua propriedade, em Nova Fátima, norte do Paraná. Pulou de 60 mil mudas produzidas, em 2004, para a impressionante marca de um milhão de mudas em 2008. O avanço na produção aconteceu depois de muito planejamento e após o agricultor ingressar no Programa, em 2003. Foi a partir daí que ele começou a investir cada vez mais em tecnologia, planejamento e mão de obra no Viveiro Esplanada dos Palmitos Jussara.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Ele começou trabalhando praticamente sozinho, com a ajuda da família. Hoje já são quatro funcionários fixos, além de 10 pessoas que realizam trabalhos temporários. “Além de conseguir me planejar, depois do Programa senti que estou ajudando também a minha região. Gerando empregos diretos e indiretos”, conta.
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Foto: Hugo Harada/Agência La Imagen
Foto: Zanella
Evandro Garlett, produtor rural
Modelo em 23 estados brasileiros, o Programa já capacitou mais de 17 mil produtores paranaenses
O viveiro de 12 mil m2 fica no Sítio Vitória, no Bairro dos Messias, em Nova Fátima. Quando começou a produzir as mudas de forma sistematizada, Faria não imaginava que pudesse chegar tão longe e em tão pouco tempo aumentar significativamente a produção no espaço. “Isso só foi possível com muito planejamento e trabalho”, comemora. Mas Faria não pretende parar por aí. Já tem novos projetos de modernizar a propriedade. Já instalou estufas, passou a trabalhar com irrigação elétrica e mecanizou boa parte da produção. A partir de janeiro de 2010, quer trabalhar também com mudas clonais “que garantem 95% de uniformidade”, conforme ensina o técnico. Expandir os limites da venda das mudas também está nos planos do produtor, que aposta na profissionalização como uma fórmula de crescimento.
Atualização Não por acaso, o Programa Empreendedor Rural tem ajudado a transformar a realidade dos produtores locais, que enxergam na atualização e no aprimoramento uma possibilidade de crescimento. São casos como o do produtor Evandro Garlett, que, por meio do Programa, transformou sua experiência em
exemplo na região de Pinhal de São Bento, próximo a Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Ele fez o Programa em 2005 e apresentou um projeto para aumentar a produção de leite da propriedade da família, de 23 hectares. Já plantava fumo e milho, mas acreditava que podia desenvolver melhor as possibilidades da propriedade do pai. Ele tinha apenas seis vacas, que produziam cerca de 3,5 litros de leite por dia. Por meio do projeto desenvolvido por ele, conseguiu aumentar o número de animais (agora são 15) e consequentemente da produção de leite. Mas o que mais o deixou satisfeito é que isso foi possível mantendo os mesmos animais anteriores também. “Foi só uma questão de planejamento. Hoje, as mesmas vacas que eu tinha antes produzem muito mais”, conta. Depois do projeto implantando por Garlett, as mesmas vacas da propriedade aumentaram a produção para cerca de 6 litros de leite diário. “Eu consegui melhorar a ordenha, as condições de trabalho e também a produção”, salienta o produtor de 28 anos. Na propriedade, ele trabalha com o irmão e a mulher. Para o secretário de Agricultura do município, Alfredo dos Santos, casos como o de Evandro se transformam em exemplo para toda a comunidade. “Não só a produção dele aumentou. Ele se destacou também pelo cuidado com a propriedade e a preocupação com o meio ambiente. O exemplo dele acaba influenciando as propriedades próximas”, ressalta o secretário.
Mudança A produtora Roseli Serber Jacomel, de 41 anos, também é um exemplo de transformação. Quando soube da turma
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do Programa Empreendedor Rural em Tapejara, na região central do Estado, exclusiva para mulheres, logo se interessou. Roseli enfrentou a resistência do marido e dos filhos, de 15 e sete anos, para se matricular no Programa e acabou conquistando um sonho. “No começo eles achavam que eu não ia sobrar tempo para família, mas consegui me organizar”, conta. Logo a família toda passou a apoiá-la. “Eles perceberam que era para o meu próprio bem e para o bem da família”, diz. A produtora rural trabalhava na região desde criança, plantando soja e milho, mas nem imaginava como o trabalho poderia ser organizado fora do campo. Com o curso, aprendeu a agendar o plantio, planejar o que vai colher e organizar a venda de forma mais estruturada. “Agora estou aprendendo a lidar com o computador para organizar ainda melhor toda a papelada”, conta Roseli, orgulhosa de poder ajudar o marido na organização da propriedade rural da família. “As mulheres não podem ficar apenas em casa, sem ter conhecimento do que acontece na propriedade. É preciso se atualizar e o Programa Empreendedor Rural é um ótimo caminho para colocar isso em prática”, defende.
Cara nova “O Programa Empreendedor Rural mudou. Passou por transformações e melhorias que reforçam ainda mais seu objetivo, que é dar oportunidade aos produtores pensarem e executarem ações que visam um futuro melhor”, informa Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado do Paraná (Senar-PR). No Paraná, o Programa capacita produtores, desde 2003. Modelo em 23 estados brasileiros, o Empreendedor Rural muda as propriedades rurais e o modo de pensar dos produtores.
Roseli Serber Jacomel, produtora rural
O dinamismo da agropecuária exige atualização constante de mão de obra, gestão e novas tecnologias
E é exatamente para estimular a capacidade de pensamento e transformar produtores rurais em empreendedores com recursos para gerir e modificar o próprio negócio que o Programa Empreendedor Rural passou a ter um foco ainda mais comportamental. “O objetivo é dar autonomia para o produtor na tomada de decisões e no planejamento de sua atividade. Esse é o foco do Programa e, para isso, ele foi agora remodelado”, explica Meneguette.
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Artigo
Afinal,
foi só uma “marolinha” José Cezar Castanhar
Jefferson Nogaroli, presidente do Sebrae/PR Os conteúdos do Programa foram atualizados, inclusive com a introdução de matérias referentes à legislação que norteiam as atividades rurais. “O dinamismo da agropecuária exige uma atualização constante, seja na mão de obra, seja na gestão ou na utilização de novas tecnologias”, salienta o presidente da FAEP, complementando que o produtor rural precisa estar antenado com essas mudanças. “Por isso, o Programa Empreendedor Rural também precisa ser constantemente atualizado”, assinala. “Os instrutores também passaram por atualização, buscando um maior aprimoramento”, diz o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli. Ele salienta também que, com as mudanças no Programa, que passa a ter 15 módulos e 17 encontros semanais, a troca de experiências será uma das estratégias para estimular o empreendedorismo entre os produtores. A reformulação do Programa nasceu da experiência e da necessidade de atingirse um aprendizado mais efetivo e surgiu da própria experiência nas diversas turmas, aliada à percepção técnica dos gestores do Senar-PR e Sebrae/PR.
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“O Programa Empreendedor Rural contribui gradativamente para que o produtor rural torne-se um empreendedor”, enfatiza Jefferson Nogaroli. Entre as mudanças mais significativas do Programa Empreendedor Rural está o reforço do módulo que fala sobre o desenvolvimento humano. A partir dessa abordagem, é possível fazer uma análise das fases do desenvolvimento do homem, entender a própria história e compreender as mudanças necessárias para o aprimoramento e evolução. O módulo estimula a contextualização de cada realidade e ainda propõe atividades que ajudam o produtor rural a analisar os próprios problemas e ver as possibilidades de crescimento dentro de uma perspectiva social. O módulo Desenvolvimento Humano e Organizacional do Programa Empreendedor Rural aborda as fases do desenvolvimento do homem, determinado pelas forças genéticas e pela realidade que o cerca, e promove uma relação com as fases de desenvolvimento das empresas rurais. A abordagem do desenvolvimento humano dentro do Programa Empreendedor Rural ajuda a entender a importância do planejamento estratégico. S Foto: Senar-PR
Desenvolvido numa parceria entre as entidades, a experiência com o Programa Empreendedor Rural tem ajudado os produtores a transformar a sua realidade e a realidade das famílias que vivem nas propriedades rurais. Para participar do Programa, são necessários alguns requisitos, como ter segundo grau completo, ser produtor rural ou ser filho de produtor rural, o que estimula a sucessão familiar e o
progresso das regiões, além de conter o êxodo rural.
Mais informações podem ser obtidas no
www.empreendedorrural.com.br.
Ágide Meneguette, presidente da FAEP
A afirmação do presidente Lula de que o “tsunami” da crise financeira internacional que se formou no ano passado não chegaria ao Brasil e que, se chegasse, seria apenas uma “marolinha”, provocou polêmica e acaloradas discussões. O presidente foi alvo de severas críticas quando a economia sofreu um forte abalo no último trimestre do ano passado, resultando numa queda de 3,6% no PIB e numa queda ainda mais forte do PIB industrial que recuou 7,4%. Em seguida a essa retração da economia, observou-se um aumento expressivo da taxa de desocupação, que passou de 6,8% em dezembro de 2008 para 9% em março de 2009, parecendo indicar que os efeitos da crise poderiam ser mais graves do que o previsto pelo presidente.
nuou a entrar num ritmo fortíssimo no Brasil, provocando uma forte valorização do real e obrigando o governo, inclusive, a taxar com uma alíquota de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de 2% o capital estrangeiro de curto prazo (inferior a um ano), num esforço para impedir uma valorização ainda maior da moeda brasileira.
Mas, para surpresa da muitos, a economia começou a se recuperar fortemente já no segundo trimestre de 2009 e o balanço do desempenho dos indicadores econômicos neste final do ano parecem comprovar a avaliação do presidente. Senão vejamos: já existe consenso de que teremos um crescimento positivo em 2009, provavelmente entre 1% e 2%. A balança comercial deve ter um saldo da ordem de US$ 25 bilhões neste ano e a taxa de desocupação deverá fechar o ano novamente abaixo de 7%. E o mais importante é que essa notável recuperação foi fruto de iniciativas e virtudes do próprio País. De fato, a rápida recuperação foi possível graças à combinação de medidas agressivas do governo, como a redução de impostos e das taxas de juros, à manutenção do dinamismo do mercado interno brasileiro, para o qual contribuíram de forma importante os empreendedores brasileiros, responsáveis por centenas de milhares de pequenas e médias empresas.
Para o governo:
O desempenho sólido do País em face daquela que foi denominada a mais grave crise econômica mundial em 80 anos atraiu a atenção do mundo para o Brasil. O investimento estrangeiro conti-
E o melhor é que o cenário para 2010 é ainda mais positivo, com previsão de que o crescimento volte a superar os 5%. Esse parece ser um momento propício para pensarmos sobre as nossas “resoluções para o ano novo”. Nesse sentido, permito-me oferecer algumas sugestões para o governo e para os empresários.
1) Estender os benefícios do corte de impostos para setores em que a participação de pequenas e médias empresas é mais importante, como móveis, calçados, confecções;
3) Investir na melhoria da gestão, o que envolve: treinamento e qualificação de funcionários, dos níveis técnicos aos níveis gerenciais, obtenção de certificação, investir em tecnologia de informação (a melhoria da gestão trará como benefício não só a melhoria de desempenho da empresa, mas também a melhoria na capacidade de identificar e explorar novas oportunidades). O ano de 2009 pode ser um divisor de águas para o Brasil, ficando marcado como o ano em que o Brasil provou que é um país sério. O reconhecimento que o Brasil obteve este ano torna o País mais poderoso, econômica e politicamente, mas traz mais responsabilidades. Entre essas responsabilidades está a de tornar nossa economia mais moderna, competitiva e nossa sociedade mais justa. As pequenas e médias empresas serão, como sempre, parte da solução desses novos desafios. S
2) Desenvolver novos e mais eficazes mecanismos de financiamento para os empresários de pequenas e médias empresas, ampliando e diversificando a experiência do cartão BNDES. Para os empreendedores: 1) Aproveitar as oportunidades que vão surgir e se ampliar em setores como: construção civil e obras públicas, construção naval, as várias cadeias do agronegócio, produtos orgânicos em geral, móveis (que são estimulados com o crescimento da construção), além dos vários segmentos de comércio e serviços; 2) Ficar atento às possibilidades relacionadas ao setor de franquias, especialmente desenvolvendo produtos e serviços para serem franqueados, pegando carona num mercado interno em forte expansão;
Foto: Divulgação
Foto: Faciap
O Empreendedor Rural passou a ter um foco ainda mais comportamental, para estimular a capacidade de pensamento
José Cezar Castanhar
é engenheiro civil, doutor em Gestão e professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro
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Desafio Sebrae
Jovens buscam negócio próprio Jogo de empreendedorismo prepara universitários para o mundo corporativo Por Adriana Ribeiro
O Brasil ocupa hoje o terceiro lugar no ranking mundial dos países que possuem o maior número de jovens empreendedores. São 3,82 milhões de pessoas, na faixa etária de 18 a 24 anos, comandando seus próprios negócios. O País perde apenas para o Irã e a Jamaica, de acordo com a última Pesquisa GEM (Global Entrepeneurship Monitor), divulgada este ano e que traz estatísticas sobre o empreendedorismo em 43 países.
Mais qualificados, os jovens empreendedores ajudam a aumentar as taxas de sobrevivência das empresas brasileiras. Cechin calcula que de todos os empreendimentos que surgem no País, 75% conseguem ultrapassar os dois primeiros anos de vida, considerados cruciais para o sucesso do negócio. “Quanto mais preparados estiverem os empreendedores, mais sustentáveis serão seus negócios”, diz o coordenador estadual.
Seguindo essa tendência nacional, os jovens paranaenses também buscam cada dia mais o empreendedorismo. Não há estatísticas estaduais, mas sabe-se que o Paraná contabiliza boa parte dos 15% dos jovens brasileiros que hoje apostam num negócio próprio. “O número de faculdades e universidades e a própria situação econômica do Estado contribuem para isso”, avalia Emerson Cechin, coordenador estadual de Empreendedorismo do Sebrae/PR.
Uma prova de que os jovens paranaenses estão dispostos a empreender, em vez de procurar um emprego com carteira assinada, está no número de inscritos que participaram do Desafio Sebrae 2009, jogo que simula o dia a dia de uma empresa virtual. “A competição tem o objetivo de estimular a participação dos jovens numa competição de negócios onde vão desenvolver os chamados comportamentos empreendedores duráveis. Durante o jogo, eles precisam planejar e desenvolver liderança, reflexão e espírito de equipe”, explica Cechin.
O acesso à educação e a formação em nível acadêmico, importante para a gestão de um negócio, são também fatores que apontam para uma nova realidade: os jovens vêm se tornando cada vez mais empreendedores por oportunidade do que por necessidade, como acontecia anos atrás. De acordo com Cechin, hoje de cada três negócios que surgem no País, dois acontecem por circunstâncias adequadas e favoráveis.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Os jovens estão se tornando cada vez mais empreendedores por oportunidade
Dos 130 mil estudantes universitários de todo o País que participaram do jogo este ano, 20.015 eram do Paraná, o que colocou o estado em primeiro lugar no número de participantes. Em números absolutos, o Paraná ficou à frente de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo, que possuem
Foto: Claiton Biaggi
Equipe Comigo Não Tem Perigo, de Cascavel, vencedora da etapa estadual do Desafio Sebrae
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Artigo
Carlos Hilsdorf
Quando estamos à frente de uma empresa devemos utilizar todas as nossas forças e reduzir, tanto quanto possível, nossas fraquezas. Isso significa: tirar o máximo proveito de nossos acertos e corrigir nossos erros com agilidade. A capacidade de adaptação rápida é a mais importante vantagem competitiva nesse momento da economia mundial. Empresas inovadoras adaptam-se melhor e mais rápido.
Equipe Les Amis, de Curitiba, segundo lugar na disputa nacional do Desafio Sebrae as maiores populações universitárias do País. Além do número de inscritos, os estudantes paranaenses também se destacaram no Desafio Sebrae pela capacidade de empreender. Na tarefa de gerir uma fábrica de brinquedos artesanais – tema do Desafio 2009 – os paranaenses abocanharam o segundo lugar nacional na competição que já é considerada o maior jogo de empreendedorismo para jovens do mundo. A primeira colocação, anunciada no dia 17 de novembro, em Brasília, foi conquistada por uma equipe do Espírito Santo, que ganhou como prêmio uma viagem à Espanha, onde conhecerão centros de empreendedorismo. A vitória paranaense ficou por conta da equipe Les Amis, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que já havia conquistado o segundo lugar na etapa estadual. Natália Carvalho Simões, integrante da equipe que teve ainda a participação de Rafael da Motta, Henrique Chate, Otávio B. Júnior e Laurieni Pereira, diz que o Desafio Sebrae foi uma oportunidade de colocar em prática as informações de análise de mercado que aprende na sala de aula. Todos os integrantes do grupo estão no primeiro ano das faculdades de Economia
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e Ciências Contábeis. A falta de experiência e a pouca idade – eram os mais jovens do jogo – fez com que, inicialmente, eles não esperassem ir tão longe. “Estamos começando a faculdade, foi nosso primeiro desafio e nossa primeira vitória”, comemora. Das 4 mil equipes paranaenses inscritas, a Comigo Não Tem Perigo, de Cascavel, também se destacou na competição, que este ano bateu recorde de participantes no País. Campeã da etapa estadual, a equipe chegou a ir para a semifinal nacional do jogo, mas acabou eliminada. Luís Antônio de Marchi, que integrou a equipe formada por acadêmicos da União Educacional de Cascavel (Univel), das Faculdades Unipan e da Faculdade Assis Gurgcz (FAG), diz que saiu do jogo se sentindo capacitado para realizar um grande sonho: ser empresário. “Quero abrir uma empresa de informática”, conta o estudante do terceiro ano do curso de Tecnologia em Análise de Desenvolvimento de Sistemas da Univel. Antes, ele pretende fazer uma pós-graduação em Administração, para garantir o sucesso do negócio. Marchi conta que também se preparou para participar do Desafio Sebrae. “Só conheci o jogo no último ano da faculdade, mas isso me motivou a estudar e ten-
tar vencer”, conta. A equipe Comigo Não Tem Perigo também teve a participação de Bruna Barbosa, Daiane Machado e Marcos Roberto da Cruz. Em dez anos de existência, o Desafio Sebrae registrou a participação de 600 mil estudantes universitários de cursos de graduação de todo o Brasil. Um estudo do Sebrae revela que 34,09% deles já abriram ou têm intenção de abrir um negócio, enquanto outros 58,3% consideram a hipótese. Mário Roberto da Silva faz parte dessa estatística. Ele participou do Desafio Sebrae 2008, quando já planejava abrir o próprio negócio. Mas, segundo ele, a competição foi decisiva no processo de capacitação. “O principal benefício proporcionado pelo Desafio foi a autocrítica”, conta. No final de 2008, Mário Roberto colocou em prática o projeto de ter uma empresa. Junto com um sócio, Rodrigo Antunes, ele criou a Camphedgex, uma corretora de valores. Com a sede em Curitiba e um escritório em Ponta Grossa, a empresa vem registrando um crescimento de 35% ano mês. Com o sucesso dos negócios, Mário Roberto já planeja a expansão para outras regiões do Estado. S
Empresas inovadoras oferecem condições para que seus profissionais criativos possam transformar a criatividade em inovação. A criatividade é um fim em si mesma, a inovação é um meio de agregar valor à vida e aos negócios. Inovação é criatividade com utilidade!
Para que nossas empresas se tornem inovadoras e competitivas, precisamos estabelecer uma cultura de inovação. Vejamos algumas dicas: 1) Eliminar as barreiras à inovação, tais como: excesso de regras, punição a tentativas infrutíferas, rigidez e relações hostis entre as pessoas. 2) Fornecer um motivo (daí motivação) pelo qual devemos nos dedicar à busca do novo. 3) Cativar as pessoas, reconhecendo, valorizando e premiando as inovações que tragam valor aos clientes e ao negócio como um todo. 4) Manter acesa a chama da reinvenção. 5) Tratar os erros como ensaios para o sucesso e não como perda de tempo. 6) Comemorar as vitórias obtidas com a introdução de inovações. 7) Lançar novos desafios que provoquem as pessoas a se superarem continuamente.
Diante das dificuldades, pergunte-se junto à equipe: Quais as oportunidades que podemos encontrar ou criar, partindo dessas dificuldades? Envolva as pessoas – isso é FUNDAMENTAL! Nossos colaboradores precisam perceber que vivemos um sonho coletivo, que possuímos uma missão em comum e que toda e qualquer conquista é uma vitória de todos. Se esquecermos essas questões básicas, as pessoas terão medo de realizar suas tentativas de inovação; não se sentirão motivadas a buscar a superação e acabarão por achar que seus esforços só trazem benefícios para a empresa. Isso põe tudo a perder...
Jamais desestimule as pessoas. Valorize suas tentativas, oriente, reoriente, envolva-se, colabore e, sobretudo, demonstre apreciação e gratidão. Seus colaboradores responderão com níveis sempre crescentes de inovação e resultados positivos para os negócios! O futuro é um lugar que somente será habitado pelos mais competentes! S
Envolva a todos, inove e vença!
Sucesso é esporte coletivo, todos precisam estar envolvidos, alinhados e devem ser beneficiados com os resultados alcançados! Além de gratidão (virtude altamente recomendada), reconhecimento também é demonstração de justiça e inteligência, características que só farão bem aos negócios e às relações entre as pessoas. Adapte-se mais rápido que a concorrência! Inove mais com mais frequência que a concorrência! Isso garantirá sua vantagem competitiva, permitirá margens de lucro mais elevadas e criará uma cultura que irá se transmitindo a cada novo colaborador que vier a fazer parte da empresa. Uma vez que esta cultura estiver estabelecida, mesmo que ocorra a saída e entrada de colaboradores, você não precisa se preocupar em recomeçar do zero. A cultura da inovação associada à atitude de reconhecimento e valorização das pessoas vale mais que qualquer treinamento. Neste caso, o dia a dia treina as pessoas continuamente... Lembre-se: ao tentar inovar e adaptarse, as pessoas erram. Seja objetivo com relação aos erros, mas entusiasta com relação às possibilidades de acerto. Quando trabalhamos com pessoas de valor, a maioria dos erros provém de tentativas de acerto.
Foto: Divulgação
Foto: Claiton Biaggi
Os jovens vêm se tornando cada vez mais empreendedores por oportunidade do que por necessidade
Envolva a todos, inove e vença
Carlos Hilsdorf Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha). Economista, pós-graduado em Marketing pela FGV e consultor de empresas. Autor do best seller “Atitudes Vencedoras”, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Referência nacional em desenvolvimento humano. Site oficial: www.carloshilsdorf.com.br
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Endomarketing
Funcionários felizes, produtividade maior Cresce o número de organizações que buscam e aplicam programas para garantir a interação entre seus colaboradores Por Adriana Ribeiro
Para ser competitivo hoje é preciso muito mais do que determinar a missão, a visão, os objetivos e as metas de uma empresa. Com a transformação do mundo dos negócios, o talento e o conhecimento tornaram-se diferenciais competitivos e, com o fator humano em alta, é quase impossível garantir o sucesso de um negócio e a lucratividade de uma organização sem valorizar a relação entre a empresa e seus funcionários. Pensando nisso, é cada vez maior o número de organizações que têm buscado e aplicado programas que garantam a interação entre seus colaboradores para criar um bom clima organizacional e, consequentemente, melhorar seu relacionamento com o cliente externo. É o chamado endomarketing, uma nova área da administração que adapta estratégias
do marketing tradicional, normalmente aplicado no meio externo, para uso no ambiente interno das corporações. Sua missão: engajar os funcionários nos objetivos empresariais. Renato Zancan Marchetti, doutor em Ciências da Gestão: Marketing e Comportamento do Consumidor e professor de Marketing da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o endomarketing é um conjunto de ações de mobilização, incentivo e comunicação, desenvolvidas de forma integrada junto ao público interno de uma organização. “É importante porque possibilita uma melhor compreensão dos objetivos e metas da empresa”, diz. Para Marchetti, que também é diretor da Axer Estratégia e Estudos de Marketing Ltda., o envolvimento emocional dos
funcionários e a capacidade das empresas de agregar relações afetivas adquiriram hoje muito peso no processo de desenvolvimento das empresas. “É importante que os empresários pensem em preços e índices de mercado, mas isso só pode ser feito de forma adequada se a capacitação das pessoas que trabalham nas organizações for elevada. Estamos vivenciando uma transformação na sociedade e na economia mundial que é essencialmente baseada no conhecimento e no capital intelectual, o que são fatores críticos para o sucesso das empresas hoje e no futuro”, diz. Marcelo Miyashita, consultor líder da Miyashita Consulting e professor de Marketing da Cásper Líbero, da PUC-SP e da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), todas em São Paulo, também garante
que as pessoas são fundamentais para o sucesso de uma empresa. “Mas não adianta tê-las sem organização, processos e estratégias. Por outro lado, não existe estratégia que gere resultados sustentáveis e perenes sem a colaboração e envolvimento das pessoas. Pessoas podem se sacrificar para vencer dificuldades estruturais que não foram resolvidas na hora de definir uma estratégia, mas elas não conseguirão manter a motivação e o nível de qualidade por muito tempo”, diz. Segundo Miyashita, a empresa tem que assumir sua responsabilidade, compreender que as pessoas podem se adaptar, mas que isso tem um limite. “A empresa precisa fornecer uma estrutura de trabalho alinhada com suas ambições. Aí sim as pessoas podem dar um show.” Ao contrário do que se pensa, as estratégias de envolver e sensibilizar os funcionários não devem ser usadas apenas por grandes corporações. Afinal, sempre há espaço para melhoria de operações e de resultados por meio do endomarketing em todas as organizações, independente de seu porte. No contexto de uma grande empresa, o endomarketing é atualmente indispensável, segundo Renato Marchetti, pois facilita a comunicação interna e a oferta de um atendimento mais efetivo à satisfação dos clientes. “Seja no lançamento de novos produtos ou no desenvolvimento de ações promocionais, o primeiro público a ser atendido é o interno. Não há como satisfazer ou fidelizar o cliente se o pessoal envolvido em seu atendimento não estiver mobilizado para isso”, explica. Marchetti, no entanto, considera que a comunicação interna acontece mais facilmente dentro das pequenas empresas. Por outro lado, a falta de condições de aporte faz com que nesses locais aspectos relacionados a incentivos - como a participação em resultados e prêmios por alcance de metas - e à mobilização – como a participação no plano de negócios e treinamento nem sempre são usados. Miyashita também considera mais fácil a aplicação do endomarketing dentro das pequenas empresas. “Um empresário de microempresa, até por estar mais próximo de suas poucas pessoas, comparativamente, compreende as limitações e qualidades de sua equipe e leva sim isso em consideração na hora de definir suas estratégias de mercado”, diz. Nesses locais acontece também o inverso: a definição de estratégias de mercado e a busca da adequação
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das pessoas aos novos desafios. Para o professor paulista, na verdade, o endomarketing é um desafio maior para as grandes empresas, que precisam agir como as pequenas, na formulação de estratégias de mercado alinhadas às características de seus colaboradores. Como o endomarketing é um processo de estratégia, uma ação que acontece de dentro para fora, sua formulação é de responsabilidade da área estratégica da empresa, seja a alta gestão ou qualquer setor de decisão sobre negócios. Sua operacionalização cabe à área de gestão de pessoas ou recursos humanos. Tanto para as pequenas quanto para as grandes empresas, o endomarketing deve levar em conta as mesmas fases e regras para sua implantação. O que muda, de acordo com o porte da empresa, são os recursos usados. A primeira medida a ser tomada é definir a estratégia de mercado da empresa, levando em consideração sua equipe e vice-versa. Deve-se fazer uma análise da situação, avaliando o clima organizacional e a satisfação do público interno. Em seguida, a empresa deve definir os objetivos a serem atingidos, compreender a característica da equipe e áreas e decidir as mudanças necessárias para que a empresa possa atender às estratégias.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
O endomarketing adapta estratégias do marketing tradicional, aplicado no meio externo, para uso no ambiente interno das corporações
Na terceira fase está a definição dos diversos públicos a serem atendidos pelas ações de endomarketing e a revisão ou criação de processos de trabalho entre as pessoas. Na sequência, a empresa deve capacitar as pessoas estrategicamente, comunicando sobre as estratégias e trabalhando ações de marketing interno que garantam a correta compreensão. Aqui são feitos os desdobramentos das ações de comunicação interna, mobilização e incentivos por público, definição de prazos, responsabilidades e orçamentos. Por último deve ser construído um conjunto de indicadores para avaliar as ações desenvolvidas junto a cada público e o programa de maneira geral. Com pouco mais de dez anos sendo desenvolvido no Brasil, o endomarketing ainda tem seu conceito pouco conhecido pelos empresários brasileiros. Mas, segundo Miyashita, está cada vez mais evidente para esses empresários que as estratégias precisam ser sustentadas. “Não há mais espaço para campanhas de ocasião e crescimento por tentativa e erro. O sucesso agora vem muito mais de trabalho, olhando para fora e para dentro.”
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Caso de sucesso
Não há mais espaço para campanhas de ocasião: o sucesso vem muito mais de trabalho, olhando para fora e para dentro
O Magazine Luiza, uma das três maiores redes de varejo de móveis e eletrônicos do Brasil, é um exemplo de empresa que usa o endomarketing para engajar seus colaboradores. Com mais de 13 mil funcionários trabalhando em 455 lojas distribuídas em sete estados, a empresa também oferece serviços financeiros como cartão de crédito, empréstimo, consórcio, seguros e pagamento de contas. A inovação nos negócios e na gestão de pessoas faz com o Magazine Luiza seja reconhecido até mesmo fora do País. O caso da empresa que é estudado hoje em uma das disciplinas de Administração da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em 2006, a empresa foi escolhida pelo Capital Group, fundo internacional de investimentos, como a organização com o melhor potencial de crescimento no Brasil. Há 11 anos, a Rede integra a lista das Melhores Empresas para se Trabalhar, segundo pesquisa do Instituto Great Place to Work. A história de sucesso começou em 1992, quando Luiza Helena assumiu a superintendência da empresa. Na época ela implantou a “política de portas abertas”, que teve um grande impacto em todo o modo de gestão que a empresa viria a ter. A primeira medida, que surpreendeu os colaboradores do escritório central, foi a derrubada das paredes e das divisórias entre as mesas e os departamentos.
Depois disso, outros recursos e procedimentos foram adotados objetivando a proximidade e transparência entre as pessoas. “O diálogo, o falar e o ouvir são instrumentos de grande valor, aplicados em todas as tomadas de decisão ainda hoje. Os recursos foram sendo alterados e adaptados aos novos tempos, mas a essência permanece cada vez mais viva”, diz a assessoria de imprensa do Magazine Luiza. No desenvolvimento do endomarketing, o Magazine Luiza usa como premissa a “transparência total”, o que garante, segundo a assessoria, a transparência nas relações, em todos os aspectos, para todos os níveis. “A informação é considerada uma ferramenta de trabalho imprescindível, e que deve ser disponibilizada a todos, de forma fácil, útil, clara e objetiva”, diz. Seguindo essas premissas, o núcleo de Relações Institucionais, criado em 2005, estruturou os canais de comunicação para fazer com que a essência e a cultura da empresa seja valorizada, propagada e fortalecida. Foram escolhidos veículos eletrônicos, que possibilitam velocidade na manutenção e atualização das informações e também a participação dos colaboradores através de pesquisas, enquetes, fóruns, recados e espaços interativos. A Rádio Luiza é um dos principais canais de comunicação, porque sua programação é dirigida para dois públicos prioritários do Magazine Luiza: os colaboradores
TV Luiza: programas feitos pelos próprios colaboradores e os clientes que estão nas lojas. Por isso, o conteúdo é atualizado diariamente. Todas as manhãs os funcionários de todas as unidades ouvem o Bom Dia da Liderança, com uma mensagem de motivação, informação e sintonização de alguma liderança da empresa. A Rádio Luiza cumpre também um papel de formação e educação. Para isso, tem quadros e vinhetas com assuntos como qualidade de vida (dicas de saúde e alimentação), cidadania (informações sobre direitos da criança e dos idosos), prevenção (campanha contra a dengue). Há ainda a TV Luiza, que tem seus programas feitos pelos próprios colaboradores, especialmente pelas lideranças, que se revezam semanalmente para falar sobre diferentes assuntos: ofertas, campanhas, procedimentos, comportamento. Os programas são transmitidos todas as quintas-feiras, às 7h45, e são assistidos por todos os funcionários. Além das demais lideranças, a superintendente Luiza Helena usa o canal com frequência para falar de valores, cultura e programas participativos na empresa.
Os funcionários têm participação ativa no Magazine Luiza
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Desde 2007, a TV Luiza passou a ser usada também como canal de treinamento. Em parceria com os fabricantes e fornecedores do Magazine Luiza são oferecidas capacitações sobre tendên-
cias, aprofundamento no conhecimento dos produtos comercializados, tecnologia e diferenciais. O Magazine Luiza também tem o Portal Luiza (intranet) que é considerado hoje, em pesquisas de satisfação com os colaboradores, o principal canal de comunicação da empresa. Nele as pessoas buscam informações úteis para seu trabalho. Todo conteúdo é produzido e mantido internamente, pelo núcleo de Relações Institucionais. Os assuntos são orientações, ferramentas de trabalho, notícias, comunicados, atualização de códigos e preços, detalhamento de assuntos abordados na TV Luiza. Mesmo sendo principal fonte de consultas - uma grande “central de dados” acessível a todos - o Portal Luiza também auxilia na realização de pesquisas, inscrições, avaliações, coleta de opiniões e diálogos sobre assuntos estratégicos. O diretor de vendas e marketing, Frederico Trajano, por exemplo, usa sempre o recurso do Fórum, lançando alguns assuntos e se disponibilizando para responder as dúvidas dos colaboradores, que efetivamente participam. Todas as notícias publicadas têm espaço para comentários dos funcionários.
O envolvimento emocional dos funcionários e a capacidade das empresas agregarem relações afetivas adquiriram peso
Todas as manhãs, em todas as lojas da empresa, a primeira atividade é a reunião matinal, implantada no início de
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Sebrae/PR, Renata Todescato, conta que um dos desafios da ação de endomarketing foi encontrar a melhor forma de envolver os colaboradores, toda a organização. “Com games temáticos e um quiz interativo, de forma descontraída, a campanha Sinergia aborda questões sobre história, programas, projetos e soluções do Sebrae/PR. Bem como questões relacionadas ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas, expertise da organização.”
2007 pelo departamento de vendas, para garantir o alinhamento, avaliação, reconhecimento, redirecionamento e estratégias para o dia. A reunião acontece em 15 minutos, todos os gerentes cumprem um roteiro básico e também realizam inovações para garantir a motivação da equipe.
Além de visitarem e reunirem-se permanentemente com as equipes das lojas, os gerentes regionais também participam de reuniões bimestrais. O objetivo é alinhar os resultados globais, passar as diretrizes para a região, esclarecer dúvidas, ajudar na solução de eventuais problemas e divulgar os resultados de cada unidade. Os gerentes das unidades que cumpriram suas metas de Lucro Gestão concorrem a um sorteio de R$ 5 mil. Há ainda a teleconferência semanal com os regionais, que é usada para avaliar os resultados, discutir os assuntos estratégicos do momento, eventuais problemas. Os colaboradores que desejam fazer reclamações também têm um canal de comunicação. É o Disque Denúncia, que pode ser usado por todos aqueles que testemunharem ou forem vítimas de situações que desrespeitem o Código de Conduta Ética da empresa. Mas as pessoas também podem usar o telefone, email e cartas como recurso para sugerir, reclamar, criticar, agradecer, elogiar, enfim, expressar sua opinião em relação a qualquer assunto. Em 1994, a empresa também implantou o Conselho de Colaboradores. Em cada uma das unidades da empresa – lojas, centros de distribuição, escritório central – um grupo é eleito anualmente para participar das tomadas de decisão junto às lideranças. Nas lojas, o Conselho ajuda os gerentes a decidir sobre promoções, admissões e demissões, por exemplo. O espelho é outra dinâmica usada pelo Magazine Luiza para motivar seus colaboradores e melhorar o atendimento final. A técnica consiste em reunir um grupo de trabalho e fazer uma rodada de elogios e pontos fortes para um dos integrantes, e depois uma rodada de aspectos que a pessoa precisa trabalhar melhor. Alternadamente, cada um dos participantes recebe o retorno de todos do grupo. Com essa dinâmica, realizada pontualmente, todos têm a oportunidade de falar e ouvir o que pensam a respeito das pessoas à sua volta, evitando assim que se propaguem boatos ou que se consolidem mal entendidos nos locais de trabalho.
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A participação dos colaboradores do Sebrae/PR na campanha Sinergia se dá em um ambiente virtual. Para acessá-lo, os colaboradores devem entrar num endereço próprio, checar as informações e explicações acerca do funcionamento da campanha e clicar no link “Mundo Sinergia”. O login e
senha foram enviados por e-mail para cada colaborador, e são utilizados nos respectivos campos para que a pessoa acesse o ambiente virtual. Ao acessar o Mundo Sinergia, cada usuário poderá escolher um personagem circense – tema central - e personalizá-lo com sua própria foto. Neste ambiente virtual temático, o colaborador poderá interagir com objetos, participar de jogos e conversar com os demais colegas que estejam online. O site foi desenvolvido pela agência Ingrupo//chp e os resultados, 15 dias após o lançamento da campanha, já podiam ser percebidos. Os colaboradores do Sebrae/PR aderiram à campanha e muitos têm demonstrado interesse em participar. (Colaborou nesta reportagem Leandro Donatti) S
Passo a passo para implantar endomarketing na sua empresa Definir a estratégia de mercado da empresa, levando em consideração sua equipe e vice-versa; Fazer uma análise da situação, avaliando o clima organizacional e a satisfação do público interno; Definir os objetivos a serem atingidos, compreender a característica da equipe e áreas e decidir as mudanças necessárias para que a empresa possa atender às estratégias; Definição dos diversos públicos a serem atendidos pelas ações de endomarketing e a revisão ou criação de processos de trabalho entre as pessoas; Capacitar as pessoas estrategicamente, comunicando as estratégias e trabalhando ações de marketing interno que garantam a correta compreensão;
Peças da campanha de endomarketing do Sebrae/PR
Fazer desdobramentos das ações de comunicação interna, mobilização e incentivos por público, definição de prazos, responsabilidades e orçamentos;
Campanha Sinergia O Sebrae/PR deu um passo importante em 2009 ao lançar em setembro uma campanha de endomarketing envolvendo todos os seus colaboradores. Três áreas - Gestão de Pessoas, Gestão Estratégica e Marketing e Comunicação – foram acionadas para desenvolver o trabalho, até dezembro de 2009, englobando as cinco regionais do Sebrae/PR, bem como os 11 escritórios que integram a entidade. “A campanha Sinergia é uma oportunidade ideal para os colaboradores demonstrarem conhecimento sobre a estrutura do Sebrae/PR, aprofundando a sua compreensão sobre cotidiano corporativo e interagindo de forma mais eficiente. Uma ação de endomarketing que ajuda a formar nossos colaboradores, que passam a incorporar os conceitos da organização e a desenvolver cada vez mais suas competências”, analisa Alba Silva Anastacio
Soares, gerente de Gestão de Pessoas do Sebrae/PR. Para Luiz Marcelo Padilha, gerente de Gestão Estratégica do Sebrae/PR, ganham os colaboradores, mas sobretudo a organização. “Nossos colaboradores foram chamados, por meio de uma ação de endomarketing, a compreender melhor o plano de ação do Sebrae/PR, seu mapa estratégico para o período de 2010 a 2012. Esta foi uma maneira adotada para comunicar a estratégia de atuação e, de certa forma, permitiu ao colaborador perceber sua contribuição no rumo que a organização está tomando. Para atender a quantidade de empresas previstas, por exemplo, a entidade precisa contar com o quadro de colaboradores afinado, falando a mesma língua”, assinala Padilha.
Construir um conjunto de indicadores para avaliar as ações desenvolvidas junto a cada público e o programa de maneira geral.
Jefferson Nogaroli, no lançamento da campanha Sinergia
A bibliografia disponível sobre o tema é extensa: Endomarketing, de Analisa de Mederios Brum, Editora Ortiz, Porto Alegre 1994 - neste livro, a autora apresenta sua teoria sobre Marketing Interno; Endomarketing: Educação e Cultura para a Qualidade, de Wilson Cerqueira, Editora Qualitymark, Rio de Janeiro - análise do Endomarketing na cultura organizacional próqualidade total; Endomarketing: Empresários Versus Executivos, de Thomas R. Horton e Peter C. Reid, da Makron Books, São Paulo - traz entrevistas com presidentes, executivos, gerentes de vários níveis em mais de 100 empresas, sobre o tema; Marketing: Gerenciamento e Serviços, de Christian Grönroos, Editora Campus, Rio de Janeiro; Inside-out Marketing - How to create an internal Marketing Strategy, de Michael Dunmore, da Kogan Page, Londres - editado em inglês, esse livro apresenta a teoria do Marketing Interno e identifica alguns modelos para aplicação em projetos de mobilização interna.
A gerente de Marketing e Comunicação do
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Redes Sociais
Na onda do
Orkut e do Twitter As comunidades virtuais formadas pelas redes sociais tornam-se as ferramentas da internet mais populares e utilizadas no mundo todo Por Maigue Gueths
A internet decididamente mudou o modo de vida das pessoas. O mundo perdeu suas delimitações por localizações geográficas, apresentando uma realidade virtual sem fronteiras. As pessoas passaram a usar a internet para tudo: para se informar, pesquisar, procurar amigos, relacionar-se, comprar e vender. Nunca se conheceu e interagiu com tantas pessoas diferentes, nunca se teve tantos amigos como em um perfil do Orkut ou tantos seguidores como no Twitter. Não por acaso, as comunidades virtuais formadas pelas redes sociais, como o Orkut, Twitter, Flickr, Facebook, entre outros, tornaram-se as ferramentas da internet mais populares e utilizadas no mundo todo. O Brasil não é exceção. O País ocupa o segundo lugar em números de acessos a redes sociais, sendo que cada usuário brasileiro visita, em média, 1.220 páginas de sites de relacionamento por mês, gastando em média 6h30 com redes sociais, de acordo com estudo feito pela Consultoria com Score. Outra pesquisa revela, ainda, que, dos 48 milhões de internautas brasileiros, 80% participam de alguma rede social e 73% leem blogs. Trata-se de um público virtual respeitável, que não passa desapercebido pelas empresas. “A internet trouxe uma nova lógica. Uniu pessoas por afinidade, mudou a maneira de pesquisar, se comunicar e de comprar. Hoje todo mundo pesquisa preço e opinião sobre produtos na web. Há o fato evidente que todos passam muito tempo na frente do computador, então a chance de ser impactado por uma ação de uma marca é enorme. Não estar na rede é no mínimo perder uma oportunidade de negócio. Fazer parte dela é amplificar essas opor-
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tunidades”, diz Andréa Dunningham, diretora executiva do iDig – Instituto Digital, empresa sediada no Rio de Janeiro que oferece capacitação sobre novas tecnologias de internet, com foco no universo corporativo e nas novas oportunidades de negócios. Pesquisa recente feita pelo iDig revelou que a presença de uma empresa no Twitter é capaz de dobrar a quantidade de mensagens postadas sobre a marca nessa rede. A pesquisa, feita com objetivo de entender o uso do Twitter pelo mercado corporativo, analisou 91.145 mensagens trocadas no microblog sobre 50 marcas de relevância nacional, durante o período de 20 de setembro a 24 de outubro de 2009. Das 50 empresas pesquisadas, 42% têm perfil no Twitter. Apesar de serem minoria, as empresas com perfil na rede corresponderam a 74% das mensagens sobre marcas.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
“O Twitter tem resposta muito rápida. As pessoas falam diretamente com você, retransmitem suas mensagens e se sentem fazendo parte da empresa. Nas redes, você pode criar grupos de consumidores que curtem as mesmas coisas e ainda ir mais longe: deixar eles serem cocriadores do seu produto, trazendo-os para dentro do processo produtivo da empresa.” Como exemplo, cita o caso da Camiseteria, uma pequena empresa que vende suas camisetas apenas pela internet e que atua em interação direta com seus consumidores. Hoje, cerca de 12% das vendas de camisetas da loja nascem no Twitter. Para as empresas, as redes significam poder desfrutar de um grande tráfego de usuários, ter fácil acesso a todos os interessados e, principalmente importante
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Planejamento é fundamental
O importante, segundo Cláudio Torres, professor do MBA em Marketing Digital e Novas Mídias da Universidade Positivo e autor do livro “A Bíblia do Marketing Digital”, é planejar a ação. “As empresas, às vezes, gastam muito recurso tentando agir na internet sem saber o que fazer, entram no Orkut, no Twitter, mas não sabem como obter resultados”, diz.
Foto: Luiz Costa/Agência La Imagen
Torres recomenda um método de planejamento que inclui sete passos:
Claudio Torres,
Deise Bautzer, consultora em Reestruturação Estratégica
Para ela, o marketing digital nas redes expandiu tanto principalmente por causa do baixo custo de produção. Apenas com o uso de uma câmara digital, por exemplo, o empreendedor pode fazer uma peça publicitária, seja um filme ou áudio, e lançá-la direto em uma rede social. “A dispersão é quase zero, a mensagem vai direto para quem ele quer atingir”, diz, ressaltando que encontrar o público-alvo é apenas uma questão de pesquisar nas comunidades. Andréa Dunningham lembra que os consumidores estão nas redes, cabendo às empresas se aproximarem de seu públi-
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co-alvo com uma boa proposta. “Acho que o melhor caminho é sempre agir com transparência. Quando a gente vai numa festa, não chega numa rodinha, atropelando. Acho que as empresas devem chegar nas redes com a mesma conduta que teríamos em uma festa: apresentar-se e contar sua história”, diz. Com transparência, segundo ela, a empresa poderá interagir em comunidades já estabelecidas, criar suas próprias comunidades, oferecer conteúdo de qualidade para seu público-alvo e, principalmente, poderá ouvir seus consumidores “e aprender com isso”. A consultora em tecnologia móvel, Bia Kunze, e editora do blog “garotasemfio. com.br” também acredita que o conteúdo é fundamental. “Há diversas empresas usando o Twitter para divulgar promoções. Mas é preciso ir além, criar uma interatividade. Uma aproximação real aumenta a confiança das pessoas na marca”, afirma. Como exemplo, cita o caso de um fabricante de cosméticos e perfumaria que tem um blog com dicas de ma-
quiagem e beleza. Apesar do blog não fazer propaganda, a marca estará aliada às informações ali prestadas. E é isso o que o consumidor busca na internet: informação. Dentro das redes, as ferramentas à disposição são diversas. “Pode-se começar um blog ou abrir uma conta no Twitter com zero de investimento, e o próprio dono do negócio escrevendo”, cita Bia Kunze. Deise Bautzer reforça, ainda, que micro e pequenas empresas podem usar as redes fazendo pesquisas de perfil, identificação de novos nichos de mercado, processos de fidelização de clientes, estruturas virtuais para troca de informações e mais uma infinidade de estratégias complementares de marketing. S
Para saber mais, leia os livros Inovação: Repensando Organizações, escrito por Deise Bautzer, e A Bíblia do Marketing Digital, por Claudio Torres.
2. Criar uma rede forte de relacionamento ligada ao negócio, ouvindo os consumidores. Empresas que visem às classes A ou B devem usar o Twitter e Facebook; se visam classes C ou D, o Orkut. Ele cita ainda a rede Linkedin, voltada para relacionamentos profissionais. 3. Produzir E-mail Marketing, uma ferramenta que ainda funciona, desde que com informações úteis para o consumidor. 4. Usar o Marketing Viral, mecanismo que usa a rede de contatos das mídias sociais para multiplicar a exposição da empresa. Para isso, é preciso oferecer algo ao consumidor que ele tenha interesse em repassar para outros. Por exemplo, uma marca de ração para cães faz convênio com várias ONGs e aquela que for mais votada dentro do site receberá ração de graça. Tanto as ONGs como seus simpatizantes irão multiplicar mensagens repassando e-mails e pedindo votos para suas listas. 5. Fazer publicidade online. Para isso é preciso fazer um plano de mídia. Geralmente, o mais vantajoso é anunciar em nichos. Por exemplo, para uma empresa de Curitiba pode valer mais a pena fazer propaganda em pequenos blogs e sites da cidade, do que em portais gigantes, que são mais caros. Ele também cita as publicidades gratuitas, em forma de filmes no Youtube ou arquivos powerpoint no Slide Share. 6. Fazer pesquisa Offline. Pesquisas são caras, mas na internet, não. Pesquisas de opinião podem ser feitas em redes, como o Orkut e Twitter.
Foto: Divulgação
para as micro e pequenas, economia nos investimentos que teria que fazer no mundo real. “Com esse cenário é impossível imaginar qualquer empresa que não esteja conectada monitorando e usando as redes sociais como um espaço interativo para conhecer e desenvolver novos nichos de mercado”, avalia Deise Bautzer, consultora em Reestruturação Estratégica, coordenadora do curso de Marketing da Universidade Positivo.
professor de Novas Mídias
1. Definir o público-alvo para saber que tipo de conteúdo produzir. Nesse item, ele recomenda a criação de um blog dentro do site da empresa, o que vai favorecer que a marca seja encontrada em sites de busca como o Google.
7. Monitorar os resultados. A empresa pode implantar no seu site uma importante ferramenta, o Google Analytics, que permite monitorar suas visitas, revelando quantos acessos à página, de onde vêm, dentre outras informações.
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Empreender
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Mais que uma ‘mão na roda’ Programa que trabalha sobrevivência das micro e pequenas empresas atende 207 núcleos setoriais, no Paraná Por Sílvio Oricolli
Aliás, o Programa, implantado no Paraná em 1998, em síntese, tem exatamente esse objetivo, pois visa elevar a competitividade e consequentemente a sobrevivência das micro e pequenas empresas ao incentivar a união dos empresários, para que, por meio do associativismo, se modernizem, reduzam custos, ganhem competitividade e busquem novos mercados, conforme explica André Luis Rossi, coordenador do Programa Empreender do Sebrae/PR. Atualmente o Empreender, que está presente em 56 associações comerciais e empresariais do estado, conta com a participação de 2.233 empresas divididas em 207 núcleos setoriais, justamente porque acreditam que a união de esforços pode ter como resultado o aumento da rentabilidade de seus negócios. Marcio Vieira, superintendente da Faciap e gestor do Empreender, ressalta que, para atingir esse objetivo, deve-se buscar melhorar a gestão das empresas, o que, em síntese, é a essência do Programa, de origem alemã e que chegou ao Brasil, em 1991, ao ser implantado em Santa Catarina. “O Empreender comprova sua eficiência, ao reduzir a taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas que estão envolvidas nos núcleos setoriais”, afirma Vieira.
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Foto: Claiton Biaggi
“Graças ao Empreender, em 90 dias tomei decisões importantes e inclusive antecipei metas.” A declaração é do empresário Felix Bombardelli, dono da Gráfica Jofel, que fica em Toledo, no oeste do Paraná. Ele credita ao Programa, uma parceria da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e Sebrae/PR, a tomada de decisão e já antecipa que pretende investir ainda mais em sua empresa a fim de se adequar à demanda e, sobretudo, ganhar competitividade do mercado.
Felix Bombardelli, empresário Por isso, o Empreender é um programa de incentivo à atualização do empreendimento, tanto na busca de outros mercados e tecnologias, como também em despertar o empresário para a necessidade de ter novas posturas diante dos desafios, sejam os atuais ou os que porventura tiverem de enfrentar em outras ocasiões, além de desenvolver lideranças empresariais. Tudo isso conduz para o aumento da competitividade das micro e pequenas empresas no mercado e, consequentemente, a sua sobrevivência. E visando melhorar essa competitividade, busca-se, agora, aprofundar a questão da gestão, tomando por base o modelo de excelência de gestão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), como esclarece Vieira. Mas para saber o que o empresário quer para a sua empresa, como estão as práticas de gestão, enfim, para avaliar a estratégia de gestão, o Empreender incorporou o Prosperar - Programa de Excelência em Performance Empresarial, uma solução inédita desenvolvida pelo Sebrae/PR para avaliar a performance e medir a evolução das empresas participantes, por segmento e setor. “Esse tipo de avaliação permite, com a participação de consultores da Faciap e
técnicos do Sebrae/PR, analisar os pontos fortes e fracos do empreendimento em relação aos ambientes interno e externo e, a partir daí, formatar um plano de ação”, afirma o superintendente da Faciap, ao explicar que isso implica em mudança de cultura, ao alterar um pouco a sua rotina. “Conseguimos que o empresário, por não dispor de muito tempo, por ter um empreendimento familiar ou por ser o ‘faz tudo’ na organização, para ver o que sua empresa está fazendo no cenário competitivo, repense essa rotina e contribua para que possamos ajudá-lo a fazer um diagnóstico real do empreendimento visando sanar falhas e fortalecêlo para que ganhe e se consolide no mercado”, acrescenta.
Implantado em 1998, o Empreender atende 2.233 empresas, de 56 das associações comerciais e empresariais do Estado
André Rossi explica que, para isso, o empresário que participa do Empreender preenche um autodiagnóstico de sua empresa pela internet, proposto pelo Prosperar e obedecendo aos critérios da FNQ, que medem a gestão e a competitividade das empresas. “As informações ficam reunidas no nosso banco de dados, sempre respeitando o sigilo e o anonimato. Cruzando esses dados, geramos indicadores de competitividade no segmento e no setor, defi-
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Fotos: Claiton Biaggi
nem para tal finalidade. Uma central de compras não deve funcionar como um atacadista, mas como a reunião do poder de barganha das empresas, não visando lucros, portanto”, explica, ao acrescentar que “atualmente fechamos a implantação de uma Central de Negócios em Araucária com empresários de supermercados”. André Rossi adianta também que está em negociação a implantação de outras centrais de negócios de mecânica pesada, mecânica leve e de supermercados no oeste do Estado. Ele informa que, ainda neste ano, foi implantado o Programa Capacitar, mecanismo de excelência em gestão que objetiva estruturar, fortalecer e elevar o desempenho organizacional de 30 associações co-
merciais no Paraná para que elas tenham ainda mais representatividade e força em suas regiões. “Entendemos que se fortalecermos essas entidades nos locais onde atuam e na melhoria de seus produtos e serviços, alavancaremos resultados para o Empreender.” André Rossi lembra que a metodologia está sendo implantada em etapas e esse trabalho vem sido conduzido pelos consultores regionais da Faciap com a tutoria do consultor Andreas Dohle e sua equipe. A primeira etapa foi o diagnóstico das entidades, identificando potencialidades e dificuldades. Todas já elaboraram o planejamento estratégico e financeiro. “É um programa que traz inovação e grande impacto nas associações co-
merciais, pois o planejamento estratégico vai resultar em um conjunto de instrumentos gerenciais para que elas possam ter mais controle de seus serviços e oferecer atendimento ainda mais eficaz para os empreendedores de suas cidades”, diz. Ao concordar com a importância do Capacitar, Vieira destaca que ele foi eleito, em 2007, o melhor programa de cooperação entre entidades empresariais pelo prêmio World Chambers Congress. Com resultados surpreendentes, já foi implantado em Minas Gerais e em alguns estados do Nordeste. “As entidades que participam desta primeira etapa serão referência para a ampliação e abrangência do programa a partir de 2010”, completa. S
Hermes João Inácio, empresário nindo um indicador de competitividade para cada empresa. Além disso, ao mensurar o desempenho da empresa, ele terá vantagens como poder apresentá-la no site do Programa, abrindo oportunidades para novos negócios e dando a ela um visual mercadológico”, acrescenta.
Bons resultados Bombardelli, que mantém a Gráfica Jofel há 23 anos e atualmente tem oito funcionários, tem um portfólio que vai desde um simples impresso até a edição de livros e revistas para atender a demanda em Toledo e outros municípios da região oeste. Ele tinha consciência de que precisava fazer algo para aumentar a eficiência do empreendimento, com investimentos visando à modernização tanto de gestão como em tecnologia para reduzir custos e ganhar competitividade. Por isso, até não consegue conter a satisfação ao dizer que há quatro anos vinha pensando em adquirir uma impressora maior e um computador mais sofisticado para melhorar o setor de artes gráficas. E isso acabou se realizando em pouco tempo. Ele diz que começou a participar do Empreender há 90 dias, quando definiu as expectativas. Entre elas, a aquisição dessas máquinas até março de 2010. “Antes eu pensava em comprar, mas não colocava nada no papel e o tempo ia passando. Mas, agora, foi tudo planejado, com critérios e orientação. Por isso, conseguimos antecipar o cumprimento das metas, com a compra das máquinas. E já temos outros planos, mas antes vamos
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cumprir o processo que envolve esses dois primeiros investimentos, o que leva uns dois anos. Se de um lado o Prosperar me ensinou a ter coragem para assumir as coisas, por outro lado, mostrou que o planejamento das etapas é imprescindível para o sucesso da empresa”, constata. Hermes João Inácio, proprietário da Constrular Materiais de Construção, também em Toledo, garante que o Empreender e as ferramentas que coloca à disposição dos empreendedores são muito importantes porque lhe oferece a oportunidade de aperfeiçoamento, em seu segmento específico, inclusive dos funcionários, por meio de ações em busca de soluções tecnológicas. “O Prosperar foi um dos melhores pontos, porque possibilita ao empresário fazer o planejamento estratégico e a tomar decisões baseadas nesses planejamentos. Com isso, é possível dar objetividade às ações, quando antes só se ficava no querer e não se estabelecia metas e prazos. Agora, no entanto, determinamos o que fazer no curto, médio e longo prazo”, revela, o empresário, que está no mercado há 19 anos e emprega 36 pessoas. Inácio já contabiliza avanços em sua empresa. Cita, por exemplo, a remodelação da loja, por meio de uma análise do ambiente, quando “percebi que havia algumas ‘fraquezas’ e desenvolvemos um plano de ação para saná-las, o que já foi feito”. Outra questão estava relacionada à perda de mercado por não participar de licitação pública. “Isso também foi sa-
nado, com a criação de um setor interno voltado exclusivamente para este segmento”, acrescenta.
Mais soluções Segundo André Rossi, do Sebrae/PR, no sentido de ampliar a força, a união e, sobretudo, a competitividade das micro e pequenas empresas participantes do Empreender, o Sebrae/PR disponibilizou ainda, aos participantes do Empreender, o Programa Centrais de Negócios, que proporciona vários benefícios aos empresários, como a comercialização organizada por meio de compras e vendas conjuntas; instalações e equipamentos de propriedade e uso coletivo; capacitação da mão-de-obra através de cursos coletivos; desenvolvimento conjunto de pesquisa tecnológica e mercadológica e busca conjunta de informações.
Programas Prosperar, Centrais de Negócios e Capacitar também são oferecidos nos núcleos setoriais do Empreender
Para isso, as suas principais áreas de atuação são as de Compras conjuntas; Plano de marketing e de vendas em conjunto; Capacitação da mão-de-obra; Centros de distribuição; Design de lojas e Linhas de crédito. O coordenador do Empreender diz ainda que “o baixo poder de negociação do empresário da pequena empresa compromete a competitividade e a produtividade de seu negócio frente ao concorrente de maior porte”. “Para inverter essa situação desfavorável, a solução é aumentar o volume de cada compra, conseguindo melhores preços e maiores prazos de pagamento. Isso pode ser alcançado com compras conjuntas sendo compartilhadas entre um grupo de empresas, que se reú-
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Informação
Semana da Pequena Empresa reúne cerca de 10 mil pessoas no Paraná Evento realizado pelo Sebrae/PR, de 5 a 9 de outubro, divulgou a importância do empreendedorismo
Instituída pela primeira vez em 2006, a Semana da Pequena Empresa tem como objetivos divulgar a importância do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas e apresentar, para todo o Estado, as soluções do Sebrae/PR para quem já é empresário e também para os empreendedores que buscam informações para serem donos dos próprios negócios. “É um dos eventos mais importantes do Sebrae/PR, que abre suas portas para falar sobre o empreendedorismo e sua representatividade”, diz o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa.
Por Leandro Donatti
O dia 5 de outubro, Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, foi comemorado durante a Semana da Pequena Empresa. A data, instituída simbolicamente para marcar o início da vigência do primeiro Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, em 5 de outubro de 1999, foi destaque em todos os escritórios e pontos de atendimento do Sebrae/PR, instalados no Estado. “O Sebrae/PR sempre aproveita o dia 5 de outubro para refletir sobre como estão os pequenos negócios, seus desafios e
suas conquistas no Paraná”, assinala o diretor-superintendente. Todas as palestras-magnas oferecidas pelo Sebrae/PR na quarta edição da Semana da Pequena Empresa lotaram. Foram cerca de 3,5 mil pessoas somente na palestra do técnico da Seleção Brasileira de Vôlei, Bernardinho, em Curitiba; cerca de 1,8 mil, na palestra do economista e consultor de empresas Carlos Hilsdorf, em Pato Branco; 1,2 mil, na palestra do alpinista Waldemar Nicleviz, em Cascavel; 1,3 mil na palestra do astronauta brasileiro Marcos Pontes, em Maringá; e 800 pessoas na palestra do consultor de empresas Waldez Ludwig, em Londrina.
Foto: Agência La Imagen
Cerca de 10 mil empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas do Paraná participaram, de 5 a 9 de outubro, da quarta edição da Semana da Pequena Empresa, uma realização do Sebrae/PR. Cinco palestrasmagnas e cinco encontros com lideranças políticas e empresariais, realizados respectivamente em Curitiba, Pato Branco, Cascavel, Maringá e Londrina, marcaram a programação deste ano. A entidade arrecadou com a Semana da Pequena Empresa cerca de 9 toneladas de alimentos não-perecíveis, doados para instituições assistenciais e filantrópicas.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
“A procura intensa pelas palestrasmagnas mostrou para o Sebrae/PR o quanto os empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas do Paraná estão em busca de informações, estão interessados em conhecer experiências empreendedoras e melhorar a qualidade de seus empreendimentos. Bernardinho, Hilsdorf, Niclevicz, Marcos Pontes e Waldez Ludwig falaram sobre persistência, planejamento, superação, inteligência, vocação, visão, vanguarda e atitude, características fundamentais para o sucesso, hoje, de um pequeno negócio”, avalia Allan Marcelo de Campos Costa. O diretor-superintendente do Sebrae/ PR destaca ainda o significado dos encontros com lideranças políticas e empresariais, promovidos pelo Sebrae/ PR, durante a Semana. “Os encontros serviram para reafirmar a parceria do Sebrae/PR e das entidades em favor dos pequenos negócios no Paraná. Em Londrina, por exemplo, foi sancionada a Lei Geral Municipal da Micro e Pequena Empresa, uma prova de que juntos, Sebrae/PR, poder público e iniciativa
Bernardinho, técnico da seleção de vôlei
Cerca de 9 toneladas de alimentos não-perecíveis foram doadas para instituições assistenciais e filantrópicas
Foto: Zanella
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Foto: Claiton Biaggi
Empreededores e empresários de todo o Estado participaram da Semana
Clube Pinheiros em Pato Branco ficou lotado
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O astronauta frisou que, para o empresário, para o empreendedor ou para a vida de qualquer pessoa, o importante é saber aproveitar as oportunidades, que, muitas vezes, surgem inesperadamente. “Você deve estar preparado para abraçar as oportunidades que passam à sua frente disfarçada de trabalho”, brincou Marcos Pontes.
3,5 mil pessoas participaram de palestra no Paraná Clube zação e de adquirir novos conhecimentos. Para o Sebrae/PR, uma oportunidade de mostrar o que de melhor oferece para os pequenos negócios”, assinala.
Conhecimento
Representatividade
A Semana da Pequena Empresa é um evento feito para mostrar a importância da informação no mundo dos negócios. A taxa de sucesso das micro e pequenas empresas no Paraná, de acordo com pesquisa divulgada recentemente, é de 75%. A pesquisa analisou a mortalidade dos pequenos negócios abertos entre 2003 e 2005 e os fatores de sobrevivência e fechamento, nos dois primeiros anos. De cada 100 negócios abertos no Paraná, 75 em média dão certo, conseguem manter-se de portas abertas.
As micro e pequenas empresas movimentam a economia. Os pequenos negócios geram empregos, renda e dão dinamismo aos municípios. O empreendedorismo também está presente no campo, com a profissionalização do agronegócio. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 6 milhões de micro e pequenas empresas formais e mais de 10 milhões informais.
“Os outros 25 negócios que não sobrevivem revelam ter algo em comum. Seus empreendedores não buscaram qualquer auxílio técnico para o gerenciamento dos negócios e tomada de decisões. Muitos agiram por impulso e sem qualquer respaldo técnico, o que para o Sebrae/PR é causa certa para a mortalidade de micro e pequenas empresas.” Segundo Allan Marcelo de Campos Costa, os empreendedores precisam estar preparados, aliar planejamento e conhecimento, para não perder as oportunidades que se apresentam com a globalização.
O Anuário do Trabalho 2008, estudo do Sebrae Nacional e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta 450 mil empresas formais no Paraná e 565 mil informais. As micro e pequenas empresas respondem por 60% dos empregos com carteira assinada, dado confirmado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os pequenos negócios movimentam 44% da massa salarial no Estado e representam 99% dos estabelecimentos formais.
Diferencial competitivo
Na palestra-magna intitulada “A Busca da “O Sebrae/PR é parceiro nesse proces- Excelência”, o técnico da Seleção Brasileiso. Desenvolve soluções sob medida para ra de Vôlei, Bernardinho, falou do início os pequenos negócios.” O diretor-supe- de sua carreira e do aprendizado de mais rintendente diz que, com o apoio do Se- de 20 anos como treinador das seleções brae/PR, a taxa de sucesso das micro e feminina e masculina de vôlei, sempre fopequenas empresas pode chegar a 80%, cando na realidade do empreendedorisde acordo com levantamentos internos mo.de O técnico Empreededores e empresários todo deu dicas de como superar feitos opela entidade. “A Semana dada Pe-Semana crises, citando exemplos de trabalhos Estado participaram quena Empresa é um momento de atuali- práticos aplicados com a “escola brasilei-
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ra de vôlei”, reconhecida no mundo todo por sua supremacia. Bernardinho comparou sua realidade de empresário com a dos presentes no evento e contou um pouco das dificuldades superadas no início da criação de seu primeiro negócio, um restaurante no Rio de Janeiro que, hoje, conta, além de uma matriz, com mais sete filiais. Economista por formação, Bernardinho buscou o Sebrae como forma de apoio para montar o restaurante. “A grande força do crescimento está no questionamento. Em qualquer área, somos pressionados por resultados e acredito que, como empresário, assim como técnico, minha mudança e meu crescimento vieram da capacitação”, afirmou.
O primeiro trabalho do astronauta, ainda jovem, foi de “aprendiz de eletricista”, na extinta RFFSA, rede ferroviária federal. Desde a sua entrada na Academia da Força Aérea (AFA), em 1981, até o embarque na nave espacial russa Soyuz, em 2006, foram 25 anos de muita persistência, estudos e sacrifícios e toda essa experiência de vida, Marcos Pontes comparou aos empresários. “Muitas grandes empresas surgiram pequenas, num fundo de quintal e hoje são gigantes que geram empregos e ajudam a movimentar a economia do País. Tenho certeza de que isso não aconteceu da noite para o dia e foi à custa de muito trabalho. Quando se está em um empreendimento deve haver per-
Relacionando sua realidade de treinador de equipes de grande sucesso à realidade de dificuldades dos empreendedores, Bernardinho apontou a importância de se ter um diferencial competitivo. “Capital é importante para o treinamento de pessoa e investimentos em tecnologia, mas nenhum desses fatores é decisivo para o sucesso. O fator humano, de saber escolher as pessoas certas para formar as melhores equipes e obter o sucesso também é importante, mas apenas faz parte de uma somatória de estímulo ao desenvolvimento do talento de cada pessoa do time”, avaliou.
Componentes do sucesso “São três os componentes do sucesso: propósito, desafio e satisfação.” Foi assim que o primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes deu início à sua palestramagna “Supere desafios, atinja suas metas e conquiste seu espaço”, em Maringá, durante a Semana da Pequena Empresa.
Riscos e superação Comparando o topo de uma montanha, para um alpinista, com a liderança no mercado, para um empresário, Waldemar Niclevicz falou em Cascavel sobre suas aventuras, evidenciando, com o uso de imagens e vídeos, questões que vão além da superação de desafios. Segundo Niclevicz, o longo caminho até chegar ao topo das montanhas, que dura, em média, dois meses, é fundamental para se alcançar o pico mais alto. “Assim como numa empresa, é preciso planejamento, informação, treinamento, equipe bem preparada, muito cuidado com as decisões e principalmente sensibilidade para saber a hora certa de desistir, ou de continuar”, aconselhou. A lição que Niclevicz levou, durante a Semana da Pequena Empresa, girou em torno dos sonhos, dos objetivos, da firmeza nas decisões, da coragem e ousadia, de quem resolveu abandonar a vida confortável, a carreira militar, desapontando o próprio pai, para fazer o que gostava. “Eu acreditei no meu sonho, com muita fé em Deus e em mim mesmo, mas me preparei. Muitas vezes tive que desistir, estando bem próximo de conseguir alcançar meu objetivo. Mesmo sendo frustrante, essa é uma característica que precisamos aprimorar. Assim como nas decisões de uma empresa, é necessário conjugar o emocional com o racional e ter a noção clara do nosso propósito, do que queremos de verdade. Existem inúmeras oportunidades, não podemos nos limitar a apenas uma.”
Waldemar Niclevicz, alpinista
O Sebrae/PR aproveita o dia 5 de outubro para refletir sobre como estão os pequenos negócios, seus desafios e conquistas
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
privada, podem atuar em benefício das micro e pequenas empresas.” Para Allan Marcelo de Campos Costa, os encontros serviram ainda para tornar público o plano estratégico do Sebrae/PR para 2010.
sistência”, completou Marcos Pontes. Foto: Claiton Biaggi
Foto: Agência La Imagen
Contando um pouco de sua história e relembrando as dificuldades enfrentadas, desde jovem até chegar ao espaço, o astronauta comparou sua trajetória de luta e conquista com as barreiras enfrentadas pelos empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas em começar uma atividade e, acima de tudo, não desistir. Desta forma, o astronauta explicou os três os componentes do sucesso. “Deve-se atingir o propósito, superar os desafios e conquistar a satisfação com prazer e dever cumprido”, disse Marcos Pontes, que também é empresário.
Marcos Pontes, astronauta brasileiro
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Foto: Zanella
A Semana da Pequena Empresa é um evento feito para mostrar a importância da informação no mundo dos negócios
Foto: Wilson Vieira/Videographic
Carlos Hilsdorf, palestrante Momento de reflexão
Consumidor no controle
Foram quase duas horas de palestra, mas ninguém deixou o Clube Pinheiros, em Pato Branco. Carlos Hilsdorf manteve o público concentrado nos temas abordados como o empreendedorismo da nova década, o novo modelo de negócios, a era da convergência e suas tendências, as competências para uma carreira de sucesso e como obter melhores resultados em empresas familiares. O conferencista usou até números de mágica para conduzir o público à reflexão, motivar e fornecer ferramentas acessíveis, de fácil assimilação e aplicação prática, para a obtenção de resultados superiores através do aprimoramento de competências essenciais para o sucesso na carreira e nos negócios.
Arrancando gargalhadas da plateia, Waldez Ludwig rebateu, durante sua palestra em Londrina, a desumanização que ocorre dentro das organizações e conceitos como chefe, código disciplinar, avaliação de desempenho, recrutamento e seleção, plano de cargos e salários. O consultor em gestão empresarial explicou que a Era do Consumidor é marcada pelo poder que ele tem em determinar o rumo das empresas.
Um dos temas trazidos pelo palestrante foi a chamada Era da Convergência, seus desafios e oportunidades. Hilsdorf explicou que o mercado tem cada vez mais espaço para produtos multifuncionais, com a integração, inclusive, de produtos e serviços. “Acaba a divisão. Não se vende mais um ou outro. O produto vem agregado com os serviços e é isso é uma tendência”, alertou. O palestrante citou de exemplo o aparelho de telefone celular, que hoje traz uma série de aplicativos. “Hoje, na hora comprar um celular, o consumidor opta por um aparelho multifuncional e com vários serviços. Ele é tudo isso e também um telefone”, ilustrou. Na sua explanação, Hilsdorf deixou evidente algumas tendências para negócios que envolvam produtos e serviços para público feminino, para crianças e adolescentes, idosos, que Empreededores e empresários de todo tenham sustentabilidade e que tragam, o Estado participaram da Semana dentro dessa característica de convergênWaldez Ludwig, cia, a inovação. consultor de empresas
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“O consumidor está no controle do ponto de vista da produção. Tanto faz o tamanho da empresa, é preciso ter por trás uma ciência chamada administração. Não dá para ser diferente. O consumidor não decide uma compra por preço, a não ser que sejam duas coisas iguais. Hoje, o empresário tem que agradar a quatro gerações. A era das grifes marcadas pelo status acabou. Hoje o jovem compra o conceito da marca. Qualidade é o que cada cliente sente”, comentou Waldez Ludwig. Dentre as dicas deixadas pelo consultor em gestão para se constituir uma empresa estão a gestão colaborativa inclusive com a concorrência, gestão do conhecimento, compartilhamento de liderança, aprendizagem ativa, inovação estratégica, prospecção do futuro, valorização ética e responsabilidade social. (Colaboraram nesta reportagem Adriano Oltramari, Andrelise Daltoé, Cleide de Paula, Luciana Baroni e Octávio Rossi) S Conheça as soluções do Sebrae/PR para empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas no
www.sebraepr.com.br.
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Cafés Especiais
FICAFE 2009: conquistas e novos desafios Produtores comemoram obtenção de certificação 4C, aguardam o registro de Indicação Geográfica e conquistam Unidade de Padronização e Armazenamento Por Cleide de Paula
Luiz Fernando de Andrade Leite, presidente da ACENPP, diz que edição deste ano triplicou em relação a do ano passado. Destaca que o Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro, iniciativa iniciada há três anos, trouxe uma mudança de conceitos e motivou a criação da ACENPP. “Com o Programa, a região norte do Paraná passou a ser conhecida como zona produtora de cafés de excelente qualidade, houve um aumento no número de projetos, e, com isso, a nossa responsabilidade aumentou também”, avalia Andrade Leite. Esta edição incluiu rodadas de negócios, mesa de debates, salas de provas, minicursos e palestras sobre temas como gestão de propriedades, mecanização, manejo, cenários do agronegócio e inovação tecnológica e gerencial na cafeicultura. A FICAFE é o lugar certo para aqueles que procuram dicas sobre como identificar e preparar um café especial ou desejam atuar como baristas - os profissionais no preparo de bebidas com café. A FICAFE 2010 será realizada nos dias 11 e 12 de novembro do próximo ano.
A ACENPP fechou um contrato para venda de 1.080 sacas de café diferenciado tipo cereja descascado que serão entregues em outubro do ano que vem pelo valor de R$ 320 a saca. Na avaliação de Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR em Jacarezinho, a FICAFE 2009 foi um sucesso. Para ele, o caso do produtor de café especial, Wagner Coelho, avaliado como melhor café da Feira, é um exemplo de como vale a pena investir em qualidade. O produto que antes era comercializado por R$ 240 a saca, hoje atinge R$ 700. Wagner Coelho, de Nova Fátima, obteve a mais alta pontuação no concurso melhor café especial da FICAFE 2009 e foi contemplado com uma viagem a Porto Seguro, na Bahia.
A ACENPP recebeu no dia 4 de setembro a certificação oficial 4C Código Comum para a Comunidade Cafeeira
“O balanço da FICAFE 2009 é o melhor possível. Tivemos um aumento de vendas, de número de expositores e de público. O relacionamento entre os elos da cadeia cafeeira que se desenvolvem nes-
Foto: Wilson Vieira/Videographic
Trinta expositores de empresas fabricantes de embalagens para mudas, pulverização, equipamentos para colheita e torrefação, fertilizantes, tratores, irrigação, processamento do café e defensivos agrícolas apresentaram aos visitantes da FICAFE 2009 as últimas novidades do mercado.
Durante o maior evento da cafeicultura paranaense, foram comercializados 13 lotes de cafés especiais. A Empório Café da Casa deu o lance mais alto por um lote de cafés especiais que foi R$ 748. A proprietária do Lucca Cafés Especiais, Georgia Franco de Souza, adquiriu oito lotes de cafés especiais ao custo de R$ 650 a saca. A empresa Café Suplicy, de São Paulo, negociou lotes por R$ 600.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Conhecimento e oportunidade são palavras que sintetizam a segunda edição da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – FICAFE 2009, evento de negócios idealizado para reunir a cadeia cafeeira e permitir que produtores de cafés especiais ofertem e apresentem seus produtos no mercado nacional e internacional. A FICAFE é apenas um dos resultados do Programa Cafés Especiais do Norte do Paraná, uma iniciativa do Sebrae/PR
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em parceria com Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro (ACENPP) e outras entidades. Realizada entre os dias 5 e 6 de novembro no Pavilhão de Convenções do Centro de Eventos de Jacarezinho, a FICAFE 2009 reuniu 3,5 mil visitantes de mais de 30 municípios do Paraná e São Paulo. Pessoas com diferentes interesses foram atraídas pela qualidade, objetividade, organização e a extensa programação do evento.
O percentual de cafés especiais no mundo é de 2%, o que significa que a cada 100 sacas de cafés produzidas, somente duas são especiais
Foto: Wilson Vieira/Videographic
FICAFE 2009 recebe mais de 3,5 mil visitantes em Jacarezinho
Exposição de cafés especiais
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conduta regulado por boas práticas que visam à sustentabilidade social, econômica e ambiental na várias fases do processo como plantio, colheita, pós-colheita e comercialização do café.
Doação Durante a FICAFE 2009, o ministro Stephanes, que esteve presente no evento para receber o título de cidadão honorário de Jacarezinho, anunciou a cessão do antigo armazém do Instituto Brasileiro do Café (IBC) em Jacarezinho, para uso da ACENPP.
Foto: Wilson Vieira/Videographic
São oportunidades de negócios e um evento que traz à discussão questões inovadoras na área mercadológica
Foto: Wilson Vieira/Videographic
Especialistas conferem qualidade dos grãos
Ministro Reinhold Stephanes
se evento e a diferença que faz o produtor mudar a percepção, deixando de se focar em commodity para apostar num café de qualidade são os pilares do sucesso”, diz Capello, que recebeu durante o evento um troféu em reconhecimento ao seu desempenho e trabalho no Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro.
produto tradicional do especial. Esse é um evento que reúne novas tecnologias, novas propostas e permite que os produtores mostrem seus produtos para os compradores. Esse é um bom momento onde quem tem algo especial para vender encontra o comprador certo”, comenta Stephanes.
Consolidação
Bons frutos
O gerente da Regional Norte do Sebrae/ PR, Heverson Feliciano, entende que, ano a ano, a FICAFE se consolida no calendário de eventos do setor. “O evento nasceu pequeno há três anos e hoje aumentou bastante. São muitas oportunidades de negócios e, sobretudo, é um evento que traz à discussão questões inovadoras na área mercadológica. Os lotes são cada vez mais selecionados, o que agrega mais valor ao produto”, assinala.
Luis Fernando de Andrade Leite, presidente da ACENPP, cita algumas conquistas dos cafeicultores do norte pioneiro em 2009. A fundação de uma Central de Compras, o pedido de registro de Indicação Geográfica do norte pioneiro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e a conquista da Certificação 4C são os efeitos do trabalho em conjunto e reflexos do empenho das entidades que apoiam o projeto.
Na opinião do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, que participou da FICAFE 2009, a produção de cafés especiais é uma forma de os produtores terem mais renda. “Há um bom mercado para cafés especiais e a demanda tende a crescer. É muito bom que os cafeicultores se especializem em cafés especiais porque é uma alternativa de obter maior renda”, aponta Stephanes. Para o ministro da Agricultura, a FICAFE é uma oportunidade para que a cadeia cafeeira conheça os produtores que acreditaram no Programa Cafés Especiais do Norte Pioneiro. “Para quem visita a Feira, é uma chance de diferenciar o
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O imóvel doado possui área de 55 mil metros quadrados e irá abrigar a Unidade de Armazenamento e Padronização de Café Especial produzido no norte pioneiro, evitando que os produtores precisem se deslocar para outros municípios para rebeneficiar sua produção, processo que uniformiza os grãos, dando mais qualidade e sabor à bebida.
Cafés pra lá de especiais Cafés produzidos de forma sustentável, utilizando tecnologia de ponta e
gestão nas propriedades, cultivados numa área propícia à produção de cafés de excelente qualidade apresentam atributos únicos. Solos férteis e uma combinação perfeita de latitude e altitude conferem aos cafés especiais do norte pioneiro do Paraná o equilíbrio perfeito dos atributos doçura, corpo, acidez e sabor residual. Os cafés especiais dessa região têm notas de aroma e sabor que variam de floral cítrico, a chocolate e caramelo. O percentual de cafés especiais no mundo é de 2%, o que significa que a cada 100 sacas de cafés produzidas, somente duas são de cafés especiais. Para um grão de café ser considerado especial, não deve apresentar nenhum defeito primário como grãos pretos, verdes ou ardidos. Uma prova ‘cega’, feita por especialistas que analisam amostras de cafés retiradas dos lotes em quantidades de 300 gramas e dão notas de acordo com a classificação da Specialty Cof-fee Association of America (SCAA), determina se um café é ou não especial. Para um café ser certificado como especial a nota recebida tem que ser acima de 80.
Programa Cafés Especiais O Programa Cafés Especiais do Norte do Paraná surgiu em 2006 e resulta da articulação do Sebrae/PR, Associação Paranaense de Cafeicultores (APAC), Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Foi desenvolvido para estimular a produção de cafés com atributos únicos, divulgar o nome da região como área tradicional na produção de cafés de excelente qualidade e organizar os cafeicultores de forma a proporcionar melhores condições de produção e comercialização dos grãos, por meio do associativismo, técnicas de gestão de propriedades, certificação, inovação tecnológica e marca territorial. S
Os compradores que não puderam comparecer à Feira e tiverem interesse em adquirir lotes não comercializados na FICAFE 2009 podem conferir a lista disponível no site www.ficafe.com.br.
A ACENPP recebeu no dia 4 de setembro a certificação oficial 4C - Código Comum para a Comunidade Cafeeira. Essa certificação internacional dá à ACENPP o direito de comercializar café 4C e se estende para as mais de 100 propriedades que integram o grupo. O 4C é uma associação aberta, criada na Suíça e atualmente localizada em Bonn, na Alemanha, da qual participam cerca de 130 membros incluindo produtores de café, torrefadores, responsáveis pela comercialização, processadores de café, comércio e indústria, sindicatos, ONGs e outros parceiros. Os participantes seguem um código de
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Inovação
Sebrae/PR recebe Top de Marketing 2009 Campanha de inovação, para micro e pequenas empresas, ganha categoria Educação e Ensino
Foto: Agência La Imagen
Por Leandro Donatti
O Sebrae/PR foi um dos vencedores do Top de Marketing 2009, prêmio anual organizado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil - Seção Paraná (ADVB-PR). “Faça Diferente Educação Sebrae por Meio de Mídias Integradas”, uma campanha do Sebrae Nacional focada na importância da inovação para micro e pequenas empresas e que no Paraná foi trabalhada pelo Sebrae/PR com empreendedores e empresários em todo o Estado, foi selecionada como o melhor case de vendas e marketing na categoria Educação e Ensino. O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa, a gerente de Marketing e Comunicação do Sebrae/ PR, Renata Todescato, e a consultora e especialista em Marketing do Sebrae/ PR, Adriana Gonçalves, receberam o Prêmio em nome da entidade, no dia 24 de novembro no pequeno teatro da Universidade Positivo, em Curitiba. “As mídias envolvidas no “Movimento Faça Diferente” foram rádio, internet, workshops presenciais, central de atendimento (call center), vídeos e material impresso”, explica Renata Todescato. No Paraná, os programas de rádio com o tema inovação foram veiculados em 53 emissoras, entre rádios comerciais e rádios comunitárias, e foram ao ar de segunda a sexta-feira, durante os meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro em horários variados e com reprises diárias, atingindo um público de 1.033.905 ouvintes. “Ao todo, foram 120 programas com duração média de três minutos cada um”, contabiliza Adriana Schiavon Gonçalves. A campanha também trabalhou com o “Blog Faça Diferente”. Foram registrados 22,4 mil acessos durante o período 15 de abril a 7 de outubro de 2009, com destaque para Curitiba, Apucarana, Cascavel e Londrina, que registraram 11.950, 5.103, 3.038 e 2.324 acessos, respectivamente. Consultores da Unidade de Desenvolvimento de Soluções (UDS) do Sebrae/PR, especialistas em inovação, tiraram dúvidas sobre o tema. O Blog, que ainda está no ar, dispõe de diversos recursos. Além de ouvir os programas de rádio que ainda estão disponíveis para serem ouvidos por meio de downloads e podcasts, os usuários podem receber informações complementares sobre o tema, tirar dúvidas, debater os temas apresentados durante os programas e participar de promoções.
Da esquerda para direita: Allan Marcelo de Campos Costa, Julio Sampaio, da ADVB-PR, Renata Todescato e Adriana Gonçalves
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O “Blog Faça Diferente”, que pode ser acessado no www.facadiferente.sebrae.
com.br, traz também uma novidade tecnológica: jogos de “realidade aumentada”, uma linha de pesquisa dentro da ciência da computação que lida com integração do mundo real e elementos virtuais ou dados criados pelo computador, onde um código impresso é posicionado junto à webcam do usuário, proporcionando acesso a um item geralmente animado e/ou holográfico. Os workshops presenciais, que também fizeram parte da estratégia de marketing do “Movimento Faça Diferente”, contaram com a participação de 1.772 empresários em 18 cidades do Paraná. A Central de Relacionamento do Sebrae/PR colaborou com a campanha por meio de atendimentos realizados a empresários que ligaram para tirar dúvidas e participar das promoções. No total, foram registrados mais de 230 cadastros de novas empresas, até 10 de outubro de 2009. A campanha de marketing foi trabalhada em todo o Estado, com o uso de rádio, internet, jornal, revistas, central de relacionamento, impressos, ações promocionais e também de forma presencial por meio de ‘patrulhas’ itinerantes realizadas em bairros da Curitiba, com alta concentração de empresas do comércio varejista. Com a campanha de marketing, os empresários de micro e pequenas empresas paranaenses puderam perceber que a inovação é algo simples que pode ser incorporada no dia a dia das empresas. “A inovação não é apenas de processos, procedimentos, serviços, mas sobretudo de atitude”, assinala o diretor-superintendente do Sebrae/PR.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
No Paraná, os programas de rádio com o tema inovação foram veiculados em 53 emissoras, entre rádios comerciais e rádios comunitárias
Allan Marcelo de Campos Costa disse, na cerimônia de premiação, que toda a equipe do Sebrae/PR está feliz com o Top de Marketing 2009. “É um reconhecimento ao trabalho que estamos desenvolvendo. Esse prêmio envolve duas palavras-chave que são a educação empreendedora e a inovação. A missão do Sebrae/PR é mostrar que as micro e pequenas empresas podem inovar sim, numa sociedade empreendedora que assume as rédeas do próprio sucesso.” Além do Sebrae/PR, venceram o Top de Marketing 2009 marcas reconhecidas no mercado como a Positivo Informática, Amil, Ford Metropolitana, Condor, Senai, Hotel Slavieiro, RIC TV, Construtora Rossi e Sicredi. A premiação foi no pequeno auditório do Teatro Positivo. S
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Sem Fronteiras
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Foromic reúne especialistas no Peru Fórum internacional, realizado em Arequipa, pelo BID, discutiu a importância do microcrédito para pequenas empresas Por Leandro Donatti
Representantes do Sebrae/PR participaram do XII Fórum Interamericano da Microempresa - Foromic 2009, organizado pelo Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O Foromic, realizado de 30 de setembro a 2 de outubro em Arequipa, no Peru, é um fórum reconhecido internacionalmente por discutir boas práticas e novas tendências, com foco em microfinanças e micro e pequenas empresas. Mais de 1,2 mil especialistas dos setores público e privado participaram das discussões. Os representantes do Sebrae/PR integraram delegação do Sistema Sebrae, comandada pelo diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto do Santos. Além do Paraná, participaram do Foromic representantes do Sebrae em Santa Catarina, Pará, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “No Foromic, são discutidas as melhores práticas, metodologias e estratégias para promover e apoiar as microempresas. Os temas dessa edição chamaram a
O Foromic traz exemplos de projetos, focados em microcrédito e ações de agrupamentos de microempresas, que servem de referência
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atenção porque retrataram experiências bem sucedidas em países como México, Japão, Espanha, Austrália e Brasil, o que deu elementos inclusive para se avaliar o real impacto da crise mundial”, avalia o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli. Nogaroli, que participou do evento, defende a ampliação do acesso ao crédito para micro e pequenas empresas, bem como a criação de um ambiente institucional, marcado pelo associativismo e união de esforços, que dê condições para os pequenos negócios concorrerem em igualdade com grandes grupos. Segundo ele, o debate em torno do microcrédito ganhou, felizmente, novos contornos nos últimos anos em países como o Brasil. O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR diz que experiências como as Sociedades de Garantia de Crédito, que estão em processo de instalação nas regiões noroeste, oeste e sudoeste do Paraná, são fundamentais para o acesso dos pequenos ao crédito. As sociedades
de garantia tornam o crédito acessível aos pequenos negócios, atuando na concessão de garantias exigidas pelas instituições financeiras. Para Nogaroli, o maior desafio nesse tema é a criação de mecanismos que viabilizem de fato o microcrédito para os empresários que atualmente não são atendidos pelos bancos tradicionais. Segundo ele, os bancos trabalham geralmente com valores bem acima que os necessários, por exemplo, para a movimentação de pequenos negócios. O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR destaca que a programação do Foromic, neste ano, incluiu inúmeros temas do momento no mundo corporativo. Nogaroli cita alguns dos assuntos discutidos nas plenárias, sessões técnicas, treinamentos e oficinas, como finanças responsáveis, marco regulatório,
Estande do Sebrae o uso da tecnologia em microfinanças, turismo sustentável, a inovação para conquistar novos clientes e o desenvolvimento e avanços para produtos já estabelecidos, como o microseguro. Nogaroli lembra que fóruns como o realizado em Arequipa oferecem aos participantes oportunidades para conhecer e interagir com investidores privados, instituições de fomento e de microfinanciamento, agências de desenvolvimento, empresas de consultoria e serviços de apoio às micro e pequenas empresas como o Sistema Sebrae. “O Foromic é um palco para a discussão de soluções coordenadas. Uma oportunidade de os países participantes, diante de realidades comuns, discutirem planos conjuntos.” Além de Nogaroli, participaram do Foromic o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Allan Marcelo de Campos Costa, e o diretor de Operações, Julio Cezar Agostini.
Sebrae CDT-AL Os técnicos do Sebrae/PR que atuam no Centro de Desenvolvimento de Tecnologias para a Integração Transfronteiriça de Micro e Pequenas Empresas do Mercosul e América Latina - Sebrae CDT-AL, em Foz do Iguaçu, também estiveram presentes no Foromic. O fórum, de repercussão internacional, serviu para ampliar a rede de contatos. Instalado no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae CDT-AL é uma unidade de excelência para a integração transfronteiriça de instituições que apoiam as micro e pequenas empresas brasileiras do Mercosul e América Latina. Uma iniciativa do Sebrae Nacional, Sebrae/PR, Itaipu Binacional, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e instituições paraguaias e argentinas, que hospedará, a médio prazo, a vanguarda do conhecimento sobre integração produtiva de regiões fronteiriças.
“O intercâmbio com os representantes de outros países, no Foromic, foi muito útil para dosarmos e direcionarmos nossas ações no Sebrae CDT-AL, sobretudo junto aos nossos potenciais parceiros”, diz o gerente da Regional Oeste do Sebrae/PR, Orestes Hotz. Segundo ele, o evento forneceu ainda, ao seu final, um panorama dos principais temas que envolvem as micro e pequenas empresas e o seu acesso ao microcrédito. “São problemas comuns aos nossos que podem ser resolvidos, de repente, conjuntamente, seja por meio da transferência de tecnologia ou articulação de projetos de cooperação.” Para o consultor do Sebrae CDT-AL, Luiz Antonio Rolim de Moura, o Foromic é, sem dúvidas, um ponto de convergência de todas as instituições que trabalham com crédito na América Latina. “Nenhum projeto é levado adiante se não se mostrar viável. O Foromic sempre traz exemplos de projetos, focados em microcrédito e ações de agrupamentos de microempresas, que acabaram dando certo e que servem de referência.” O Sebrae CDT-AL, de acordo com o consultor, precisa e tem como meta, acompanhar esses fóruns internacionais, até para conhecer as propostas de desenvolvimento socioeconômico a partir destes bons exemplos das micro e pequenas empresas latinoamericanas. O consultor do Sebrae/PR, com atuação também no Sebrae CDT-AL, em Foz, Augusto Stein, destacou a qualidade dos projetos apresentados no Foromic. Bem como a abrangência de públicos diversos, dentre os quais mulheres, jovens, agricultores e comerciantes. “O Foromic é uma porta de entrada para o Sebrae CDT-AL iniciar novos intercâmbios com instituições de apoio às micro e pequenas empresas de países da América Latina”, assinala Stein. S
Fóruns como o realizado em Arequipa oferecem aos participantes oportunidades para conhecer e interagir
Movimentação no Foromic 2009
Quer conferir os temas que foram discutidos no Foromic? Acesse: www.foromic.com.br
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Construção Civil
dos os parceiros na realização do evento. “A capacidade de mobilização do Sebrae/PR e de todas as regionais do Sinduscon, aliada à grande participação de universidades e dos diversos elos da cadeia produtiva, contribuiu para o sucesso do ENINC”, afirma Edvaldo Pires Correa. O coordenador estadual destaca o alto nível técnico dos palestrantes, responsáveis pelos painéis e oficinas.
ENINC mostra inovação para construção civil
Participaram do ENINC 2009 especialistas como o gerente de Gestão de Tendências do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), Marcelo Pio; o sócio do Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum e diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS), Cláudio Teitelbaum; o setorista da Construção Civil do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marco Antônio Nunes Bastos; o presidente da Comissão de Materiais, Equipamentos, Serviços e Técnicas (COMAT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sarkis Nabi Curi; e o diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Clayton Campanhola, dentre outros.
Participantes conheceram novas tecnologias que, se bem utilizadas, podem alavancar o setor Por Cleide de Paula e Octávio Rossi
rir materiais e visitaram um showroom com a exposição de equipamentos inovadores, alternativas que auxiliam o processo de construção, reduzem custo e tempo de uma obra. De acordo com o gerente da Regional Noroeste do Sebrae/PR, Luiz Carlos da Silva, o ENINC levou para Maringá e Região ótimos exemplos de inovações tecnológicas focadas no setor da construção, desde palestras para os vários segmentos até a mostra de produtos e sistemas no showroom. “Para nós, foi uma realização impor-
tante. O ENINC superou as expectativas, tanto de público quanto nas várias palestras e produtos que foram oferecidos para os participantes. O ENINC foi um marco na construção civil não só de Maringá, mas também de todo o Estado, mostrando que a inovação é fundamental para o crescimento do setor”, avalia o gerente regional do Sebrae/PR. Para o coordenador estadual da Construção Civil do Sebrae/PR, Edvaldo Pires Correa, o balanço do ENINC 2009 superou as expectativas, graças ao empenho de to-
Segundo o gerente da Unidade de Programas Estaduais (UPE) do Sebrae/PR, José Gava Neto, o mercado da construção civil oferece oportunidades. Mas para aproveitá-las, há necessidade de investir-se em inovação, para atender a demanda dos consumidores, cada vez mais exigentes. “Isso demonstra a importância na busca de atualização e conhecimento. E tudo isso foi exposto durante o ENINC. Temos agora o desafio de, ano após ano, fazer um ENINC cada vez melhor”, enfatiza o gerente. Gava Neto informa que a terceira edição do ENINC, que acontece em 2010, será em Curitiba.
Construções sustentáveis No Brasil, 80% da população vivem em cidades, 46% da água tratada escoam pelo ralo, 24% das doenças resultam de riscos ambientais evitáveis e a construção civil consome 50% de vários recursos extraídos da natureza nas suas várias fases. Esses dados evidenciam a necessidade do País investir em construções sustentáveis. Esse foi um dos temas abordados por Cláudio Teitelbaum, sócio do Escritório de Engenharia Joal Teitelbaum e diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS), durante ENINC, em Maringá.
Controlador de produtividade das obras, analista de engenharia e engenheiro de prospecção são algumas das novas profissões no setor
Para Cláudio Teitelbaum, o País precisa avançar muito em sustentabilidade. Ele ressalta que sustentabilidade é diferente de produto ecologicamente correto. “Tem que estudar as tecnologias antes de aplicar. Sustentável é aquilo que é economicamente viável e tem impacto social. Não há algo plenamente sustentável. O que existe são soluções mais sustentáveis que processos tradicionais”, diz Cláudio Teitelbaum.
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
Maringá foi a capital da inovação em outubro deste ano. Aproximadamente 3 mil pessoas participaram do Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil ENINC 2009, uma realização do Sebrae/PR e do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Região Noroeste do Paraná (Sinduscon-NOR/ PR), de 28 a 30 de outubro. Especialistas, empresários de micro e pequenas empresas, empreendedores e estudantes de todo o Brasil participaram das palestras, oficinas e painéis. Durante o evento, os participantes puderam confe-
Para o consultor do Sebrae/PR em Maringá, Joversi Rezende, o ENINC ofereceu, durante os três dias de evento, oportunidades para que todos que estão diretamente ligados ao setor da construção civil pudessem ter contato com materiais e produtos de outras parte do País e também reciclarem seus conhecimentos. “Tivemos a participação de pelo menos 3 mil pessoas de todo o Paraná e de outros estados. Público focado em conhecer novidades da construção civil. Com isso, percebemos a vontade dos empresários e empreendedores em buscar novas tecnologias para o mercado de trabalho”, finaliza o consultor.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
3 mil pessoas participaram do ENINC 2009, em Maringá
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Atração cultural anima evento em Maringá Um exemplo de construção sustentável é o residencial Príncipe de Greenfield, em Porto Alegre, com 11.307 m2 construídos. O projeto conservou a mata nativa do terreno e conta com elevador ecológico, telhado verde, ar condicionado com gás ecológico, vidros duplos e bicicletário para incentivar que os moradores reduzam o uso dos automóveis. Placas solares são usadas para aquecer água, a iluminação é feita por lâmpadas econômicas e toda a mobília utiliza madeira certificada. As torneiras e chuveiros possuem sistemas de redução de vazão. Durante a obra do condomínio foi iniciado um pomar herbário que inicialmente forneceu frutas aos operários e hoje abastece os moradores. O paisagismo foi desenvolvido com plantas nativas. Cláudio Teitelbaum explica que a grande maioria das soluções sustentáveis utilizadas no Príncipe de Greenfield pode ser aplicada a qualquer tipo de construção. O tratamento de água e esgoto desse residencial gera economia de 40%. O modelo de eficiência energética permite que os moradores reduzam os gastos em 30%. O custo de um empreendimento sustentável é apenas 3% maior em relação aos convencionais . “A aceitação dessas obras é muita boa. Após o lançamento desses condomínios todas as unidades são vendidas num prazo que varia de 30 a 45 dias”, destaca Cláudio Teitelbaum.
Novas profissões Controlador de produtividade das obras, analista de engenharia, engenheiro de prospecção e gestor de informação da construção são as novas profissões que serão demandadas pelo setor da construção civil nos próximos anos. A informação foi repassada pelo doutor em Estudos Prospectivos e gerente de Gestão de Tendências do Serviço Nacional de
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Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), Marcelo Pio, durante o ENINC. Marcelo Pio conta que a descoberta das novas profissões é resultado de estudos feitos pelo Senai para identificar, por meio das tendências, quais serão as mudanças no perfil dos futuros profissionais da construção civil. Segundo ele, esses dados impactam em mudanças na oferta de educação profissional. “Conhecer as ferramentas de gestão é fundamental. Quem está começando na área, tem que enxergar o futuro para garantir a sua empregabilidade. Essas tecnologias vão impactar na formação de mão de obra”, garante Marcelo Pio. A metodologia adotada pelo Senai envolveu duas prospecções, uma tecnológica e outra organizacional. A prospecção tecnológica envolveu 21 especialistas; 77 tecnologias foram pesquisadas. Foi dividida em tecnologia de difusão rápida (que deve atingir 70% do mercado) e tradicional (deve atingir 30% do mercado nos primeiros cinco anos e 70% nos últimos). “Os estudos analisaram as tecnologias que vão ser utilizadas pelas empresas de construção civil nos próximos dez anos, o que vai acontecer se essas tecnologias se difundirem, quais serão as mudanças tecnológicas e organizacionais e que novas atividades, habilidades e atitudes os profissionais vão ter que desenvolver”, assinala Marcelo Pio. Nos próximos anos, a construção civil deve adotar as seguintes tecnologias emergentes específicas: sistemas estruturais, aditivos superplastificantes, formas metálicas para estruturas de concreto, estruturas mistas de concreto e aço e alvenaria estrutural de blocos de concreto. Além disso, sistemas de vedação, portas e janelas prontas, alvenarias racionalizadas, gesso acartonado, equipamentos a
Um dos temas de destaque nos debates e apresentações do ENINC foi o desenvolvimento sustentável na construção civil. Especialistas, empresários, empreendedores e estudantes que participaram do evento afirmaram que a legislação atual exige que as construtoras e demais empresas da cadeia produtiva da construção civil tornem-se responsáveis pelo descarte de resíduos e materiais, após a finalização das obras. Com esse foco, a estudante de Umuarama e proprietária de uma empresa de gesso instalada em Goioerê, Rita Veríssimo, participou do ENINC 2009. Sua intenção foi buscar inovações especialmente voltadas ao tema meio-ambiente. “Sempre fui uma ambientalista e me interessei pela geração de materiais com propostas renováveis. As tendências de sustentabilidade estão em alta no ramo de construção civil e, aqui, conheci propostas interessantes de produtos como gesso, divisões e aquecimento solar que podem ser utilizadas para tornar a rotina de trabalho de minha empresa mais barata, rápida e ecologicamente correta.” O estudante de Engenharia Civil de Presidente Bernardes, interior de São Paulo, e estagiário da Construtora Viemelo, Gustavo Oliveira, cita a importância da preocupação com o desperdício por parte das empresas de construção civil. “Conheci diversos tipos de produtos novos e eficientes para diminuir a produção de resíduos na construção civil e participei de oficinas muito interessantes sobre esse tema. Acho que as construções ecológicas são uma das grandes tendências para o futuro e os profissionais precisam estar atentos para isso”, diz Gustavo Oliveira. Douglas Previato, empresário da Construtora Fenícia, empresa de incorporações, construção, fábrica de blocos e imobiliária, também ficou muito satisfeito com o grande destaque oferecido pelo ENINC às tecnologias voltadas à sustentabilidade na construção civil. “Nossa empresa diferencia-se na região pela preocupação com a racionalização e descarte de resíduos, por isso vim ao evento buscando justamente informações sobre esse tema e gostei do que vi”, comenta.
Autoridades participaram da abertura oficial Conhecimento O presidente da Comissão de Materiais, Equipamentos, Serviços e Técnicas (COMAT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Sarkis Nabi Curi, destacou no ENINC a formação de profissionais qualificados para atuarem em segmentos diferenciados e o contato com o universo acadêmico, como um dos pontos de maior relevância para o empresariado, especialmente de negócios de pequeno porte. “As parcerias com universidades são de fundamental importância para que as pesquisas acadêmicas cheguem à realidade empresarial. Dessa forma, pretende-se modernizar a construção civil nacional”, afirmou Nabi Curi. Clayton Campanhola, diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entende que a atualização constante de conhecimentos voltados à sustentabilidade socioambiental na construção civil e o aumento do ciclo de vida dos produtos são excelentes tendências a serem exploradas pelos estudantes. Além disso, o presidente da ABDI fala da importância da personalização na construção civil, que também pode ser uma importante ferramenta de diferenciação para os profissionais que estão entrando no mercado.
Ascensão A construção civil brasileira vive um momento de franca ascensão, em grande parte proporcionada pelo acesso da classe BC às linhas de financiamento nacionais destinadas à compra de imóveis. É o que afirma a gerente de Serviços da Representação de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal, Aurora Aparecida de Reis Araújo. Conferencista do ENINC, Aurora Araújo destaca o
segmento de construção de moradias populares como o mais promissor da construção civil para os próximos anos. “As empresas e o segmento acadêmico precisam enxergar as moradias populares como um mercado potencial para a construção civil e um segmento prioritário no Brasil. O empresário que investir em processos inovadores que envolvam questões de economia e reaproveitamento de materiais certamente atingirá um nicho importante, em que o ganho em escala pode gerar excelentes lucros”, afirma Aurora Araújo. Ainda de acordo com a representante da Caixa Econômica, o governo federal está muito otimista quanto ao poder dos setores envolvidos com a construção civil, apostando em seu desenvolvimento. “Os empresários podem ter certeza de que contarão com apoio prioritário das entidades ligadas ao poder público para investir em novas tecnologias, inovação, profissionalização e qualificação do setor”, diz Aurora Araújo.
O ENINC superou as expectativas, tanto de público quanto nas várias palestras e produtos que foram oferecidos para os participantes
Parceria O ENINC 2009 foi uma realização do Sebrae/PR e Sinduscon-NOR/PR. O evento contou ainda com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Governo Federal, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (CREA-PR) e pela Prefeitura de Maringá. E teve o apoio da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM), do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), doSindicato dos Revendedores de Materiais de Construção de Maringá e Região (Simatec), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi) e do Sinduscon Oeste, Sinduscon Norte e Sinduscon Paraná. S
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
Novidades
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa
laser para controle geométrico de obras e sistemas de pallets para transporte de materiais deverão se difundir rapidamente nas obras civis.
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Relacionamento
De um lado da linha, um cliente em busca de atendimento rápido, ágil e direto. Do outro lado, um atendente treinado para resolver as mais diversas situações em tempo recorde. Esse sistema aparentemente simples é um desafio a ser conquistado pelas centrais de relacionamentos no País, já que hoje toda empresa, seja de pequeno, médio ou grande porte, precisa estar preparada para oferecer um serviço de qualidade.
Alô. Em que posso ajudá-lo (a)?
Segundo dados da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), o Brasil é a segunda maior base de Call Center do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São 400 mil posições de atendimento em vários setores (o financeiro é o que mais emprega).
Por Katia Michelle Bezerra
Nos últimos dez anos, o setor deu um salto de crescimento de 550% e a expectativa para 2010 é que sejam empregados cerca 1,2 milhão de funcionários. “E a tendência é aumentar cada vez mais, principalmente pela realidade da população. O cliente tem um tempo cada vez mais curto e precisa encontrar canais de atendimento rápidos”, revela a consultora de call center Adriana Neves, que acumula 17 anos de experiência na área.
Call Center é um dos setores que mais empregam no País e cresceu 550% nos últimos 10 anos
Ela salienta que o setor de Call Center é o “cartão de visita” da empresa. “O cliente não quer saber se está falando com a Maria ou Pedro, mas sim que está sendo bem atendido pela empresa que ele confia. No Call Center, o atendente representa a empresa”, reforça. O maior desafio, portanto, é o treinamento. Buscar gestores competentes
para o serviço, que exige treinamento e especialização, é fundamental para a empresa. “O funcionário precisa ter uma visão sistêmica em relação à gestão de pessoas, uma boa infraestrutura e tecnologia, além de estar informado sobre os processos da empresa. Este é o grande tripé do Call Center”, salienta. Algumas dicas para conquistar a excelência no atendimento, de acordo com Adriana Neves, é manter o “sorriso na voz”, a empatia (o atendente deve se colocar no lugar do cliente) e sempre tentar soluções já no primeiro contato para evitar o que se chama na área de “empurrão burocrático”.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Integração Desde 2008, a Central de Relacionamento do Sebrae atua de forma integrada. Ou seja, de todo o País é possível ligar para o mesmo número 0800. A ligação é transferida automaticamente para a região de origem do telefonema. Todos os estados contam com o serviço - incluindo o Pará, que não fazia parte da lista, mas que inaugura em dezembro sua central, também interligada ao serviço nacional. São 500 profissionais de teleatendimento espalhados pelo País, divididos proporcionalmente por cada estado. São profissionais treinados para atender as principais dúvidas do cliente. A coordenadora nacional do Projeto Central de Relacionamento do Sebrae, Romilda Torres, conta que as principais dúvidas referem-se à abertura de empresa e,
Aline Stonoga,
Foto: Agência La Imagen
Foto: Agência La Imagen
supervisora técnica da Central de Relacionamento do Sebrae/PR
Equipe de atendimento do Sebrae/PR
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do Sebrae e as ligações são automaticamente direcionadas para a equipe paranaense.
A diferença dessa central exclusiva para
Serviço: Central de Relacionamento do Sebrae: 0800 570 0800 Central de Relacionamento Sebrae Dekassegui (para ligações do Japão): 0120-98-2366.
Call Center Central de Relacionamento no Paraná foi treinada para atender dekasseguis recentemente, ao Empreendedor Individual, figura jurídica criada para auxiliar na formalização de empreendedores informais. Mas os funcionários também são treinados para fazer pesquisas e também levantar o grau de satisfação dos empreendedores e participantes dos cursos e serviços oferecidos pelo Sebrae. Tanto para atender as dúvidas dos clientes como para o serviço de pesquisa, o setor adota um código de ética que defende algumas regras, como uma abordagem simpática e evitar algumas gafes “imperdoáveis” para o serviço. “Deve-se evitar ligações nos finais de semana, por exemplo, e sempre pedir a permissão do interlocutor para começar a abordagem”, ressalta Romilda. A qualificação do setor tem dado resultados surpreendentes. Em 2006, os 10 estados que contavam com o serviço de teleatendimento, por exemplo, já registraram 700 mil atendimentos por ano. Número que cresceu para 1 milhão em 2006 e 1,2 milhão em 2007, respectivamente. Em 2008, como o início da integração, 1,5 milhão de atendimentos foram registrados pelo Sebrae e em 2009, com todos os estados integrados
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(exceto o Pará, que começa o serviço em dezembro) foram registrados 1,7 milhão até outubro, com expectativa de fechar 2009 com 2 milhões de atendimentos. “O ideal é que todas as dúvidas sejam solucionadas na primeira ligação, mas como a gama de serviços do Sebrae é grande, há algumas consultas que precisam de análise especialistas e então retornamos a ligação num outro momento”, explica Romilda. Ela salienta ainda que a nova legislação que regulamenta o setor não se aplica ao do Sebrae. No ano passado, o Ministério da Justiça definiu novas regras para o serviço de Call Center. Entre as principais novidades da regulamentação estão o tempo máximo de espera por atendimento de 60 segundos, a obrigatoriedade do atendimento ser gratuito e 24 horas por dia e a proibição do repasse da demanda do cliente por vários atendentes. O Sebrae já seguia algumas dessas recomendações, mas outras como a obrigatoriedade de funcionar 24 horas, não são necessárias para os serviços oferecidos. “Isso se aplica mais ao setor financeiro, às empresas de plano de saúde, telefonia, água e luz, por exemplo”, explica Romilda.
Referência No Paraná, o setor de Call Center existe há 11 anos. É considerado referência e influenciou a implantação do projeto nacional. São cerca de 12 mil ligações mensais, receptivas e ativas. Ou seja, tanto de interessados em sanar dúvidas sobre os produtos e cursos ofertados quanto de ligações para empreendedores e usuários dos serviços do Sebrae. Abertura de empresas, financiamento e informações sobre o empreendedor individual são os temas mais procurados por quem liga para o 0800, segundo informa a gestora da Central de Relacionamento do Sebrae/PR, Cristiane Regina de Almeida. São 24 atendentes para atender as dúvidas dos paranaenses. Desde setembro, o grupo também atua em um serviço exclusivo, uma central de relacionamento direcionada somente para os dekasseguis. O serviço gratuito recebe ligações os brasileiros que emigraram para o Japão em busca de oportunidades profissionais e que buscam orientação profissional e melhores oportunidades de investimentos no retorno ao Brasil. Do Japão, eles podem ligar gratuitamente para o serviço
Algumas tendências do setor: • Contact Center com comunicações unificadas utilizando uma única infraestrutura para prover e gerenciar uma série de aplicações de comunicação tais como sistema de mensagens (voz, e-mail e texto). • Cliente ser sempre atendido por alguém que conhece. • Interação com departamentos de logística, planejamento de produção e financeiro. • Contact Center IP multivirtual – sistema que integram telefone, chat, e-mail, dentre outros.
Curiosidades: • O principal setor contratante de Call Center é o de serviços financeiros, seguido pelos de varejo, telecomunicações, seguros, saúde e editora/gráfica. • Mais da metade dos Call Centers (76%) foram implantados após o processo de privatização do setor de telecomunicações, em 1998, mostrando que o ambiente mais competitivo permitiu a redução nos custos de implantação. • Na hora de conquistar clientes, a estratégia mais utilizada pelos Call Centers é a entrega de um serviço diferenciado (63%). • A grande maioria dos atendentes é composta por mulheres (76,8%). • O tempo médio inicial de treinamento observado na pesquisa da ABT, é de 4,4 semanas. Nos Call Centers próprios, essa média é de 5,4 semanas e nos terceirizados é de 3,5 semanas.
•Aumento do uso de ferramentas de BI – Business Intelligence.
Fonte: Associação Brasileira de Telesserviços (ABT).
• Busca por produtividade (workforce management, discagem automática, SLA -níveis de serviços)
http://www.abt.org.br/
O que as empresas vêm buscando • Aumento da capacidade de atendimento (Investimento). • Ferramentas de “work-flow”/CRM. • Diminuição dos custos operacionais. • Melhoria no gerenciamento das informações. “Falta de informação gera desconforto”. Foto: Agência La Imagen
Foto: Agência La Imagen
Para receber as ligações do outro lado do mundo, o serviço teve sua jornada ampliada em duas horas. Os dekasseguis podem ligar para o número entre 6 e 20 horas, no horário brasileiro (entre 18 e 8 horas no Japão). Por telefone, terão acesso a informações sobre os programas do Sebrae, empreendedorismo e abertura e gestão de um negócio. “O serviço é voltado para sanar dúvidas e ajudar quem que voltar para o Brasil e montar um negócio aqui”, conta Cristiane. Para atender as dúvidas, os atendentes foram treinados com informações específicas do projeto Dekasegui Empreendedor, mantido pelo Sebrae desde 2005, e também sobre a cultura japonesa.
os dekasseguis e a central e relacionamento brasileira, além do direcionamento específico, é que o 0800 nacional reúne dúvidas que geralmente podem ser sanadas na primeira ligação. “Já a central dos dekasseguis, são dúvidas mais específicas e que muitas vezes depende de um consultor específico também . O que fazemos é pegar todos os dados do cliente e encaminhar uma consultoria por e-mail”, diz Cristiane. Em ambos os serviços, a meta é desligar o telefone com a satisfação dos dois lados da linha: a sensação de ter sido bem atendido e a certeza de ter sanado as dúvidas do interlocutor. S
• Comunicação clara, concisa, coloquial e convincente. • Motivação. • Gravação de todos os processos de atendimento. • Aumento da participação do telemarketing ativo – melhorar performance. Fonte: Adriana Neves, consultora do grupo AM3 com 17 anos de experiência na área
Suzana de Córdova,
coordenadora da Central de Relacionamento do Sebrae/PR
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Apoio técnico
Projeto leva conteúdos técnicos para novas empresas no Paraná Abri minha empresa! E agora? auxilia novos empresários na gestão de seus negócios, com conteúdos técnicos atualizados Por Leandro Donatti
ABRI MINHA EMPRESA !
E AGORA ?
Acompanhar as micro e pequenas empresas desde o seu nascimento. Com esse objetivo, o Sebrae/PR e a Junta Comercial do Paraná fecharam no segundo semestre de 2009 uma parceria que beneficia todas as novas micro e pequenas empresas com registro na Junta Comercial. O Projeto Abri minha empresa! E agora? tem como desafio auxiliar os empresários na gestão de seus empreendimentos, sobretudo nos dois primeiros anos após a abertura da empresa, considerado o período mais crítico. “As micro e pequenas empresas em geral apresentam um alto índice de encerramento, principalmente no primeiro ano de funcionamento”, explica o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini. Algumas empresas dão lucro no início, muitas passam por um período de ajustes e viabilização, e outras não chegam a dar lucro e quebram. A falta de preparo para uma gestão competente é uma das principais causas. Pensando nisso, Sebrae/PR e Junta Comercial juntaram esforços. A orientação aos novos empresários paranaenses, com o Projeto Abri minha empresa! E agora?, se dá por meio do envio de conteúdos técnicos, um conjunto de informações necessárias para os primeiros passos da micro e pequena empresa. Os fascículos da Série Abri minha empresa! E agora? são mensais, de leitura rápida, com ilustrações e alertas sobre o novo negócio. Ao todo, são 10 fascículos que trabalham diferentes temas de interesse, desde a formação do preço, técnicas de atendimento, obtenção de lucro até temas mais complexos como orientaçõ es sobre a tomada de decisões. A remessa dos cinco primeiros conteúdos é feita pelo correio. Os demais ficam disponíveis para download. Mês a mês, todas as empresas registradas a partir de abril de 2009 estão recebendo o material gratuitamente. No primeiro mês, as novas empresas recebem um kit contendo o primeiro fascículo, uma carta de apresentação do projeto, uma pasta para arquivar os fascículos e um cartaz-lembrete, contendo um resumo das dicas apresentadas no conteúdo para que o empresário tenha fácil acesso às informações. No segundo mês, a empresa recebe nova carta explicativa, o segundo fascículo e mais um cartaz cartaz-lembrete. Ao receber a terceira edição, a empresa é convidada a confirmar o interesse de continuidade de recebimento pelo 0800 570 0800, do Sebrae/PR. Só
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continuam recebendo os fascículos as empresas que confirmarem interesse. Ao receber o oitavo fascículo, é realizada uma avaliação de resultados e coletas de informações sobre a efetividade do projeto. Ao final dos fascículos a empresa terá um guia completo para os seus primeiros anos de vida.
Chave do sucesso O sucesso de uma pequena empresa depende da sua gestão, que é enxergar o todo e ter capacidade de administrar os processos e os recursos que envolvem a empresa. A avaliação é de Julio Agostoni. Segundo ele, o Projeto Abri minha empresa! E agora? quer levar conhecimento em gestão para os novos empresários num momento crucial, que é o início das atividades da empresa. “Tem empresas que quebram sem saber o porquê estão quebrando. Não têm qualquer tipo de controle e precisam de ajuda para manter-se”, afirma o diretor. “Sem uma gestão eficiente, o novo empresário não consegue apurar corretamente os resultados, não trabalha com indicadores, não sabe se está crescendo ou se está tendo prejuízos. O conteúdo disponibilizado pelo Projeto é voltado para muitas questões. Queremos que as empresas abertas no Paraná nasçam fortes e comecem a pensar mais em gestão, planejamento, preço, produto, pessoas, concorrentes e mercado”, assinala o diretor de Operações do Sebrae/PR.
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Os conteúdos técnicos são fundamentais para enfrentar o mercado, cada dia mais competitivo
Para o presidente da Junta Comercial do Paraná, Julio Maito Filho, o envio dos conteúdos técnicos para os novos empresários paranaenses vai preencher uma lacuna daqueles empresários que buscam informação e conhecimento para obterem sucesso nos negócios, para conquistar o mercado. Segundo Maito Filho, a parceria firmada com o Sebrae/PR oferece um suporte técnico aos empresários que estão começando. “Esse suporte é indispensável e essencial, não só para que a empresa sobreviva, mas também para garantir o seu desenvolvimento”, avalia. S Mais informações sobre o Projeto Abri a minha empresa! E agora?
acesse:
www.sebraepr.com.br ou ligue:
0800 570 0800
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Títulos da Série
E AGORA ?
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Agora tem que dar certo: para dar certo, a prioridade é vender. Qualquer que seja seu ramo de negócio, a viabilidade de sua empresa depende do desenvolvimento de processos eficazes de venda.
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Desafio de melhorar os resultados: conhecer e medir são providências obrigatórias para geração de resultados.
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E agora, sem preço bom não haverá negócio: ser competitivo em preço é seu grande desafio daqui para frente, mas conseguir um volume de vendas que supere os gastos será sua primeira vitória.
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No retorno do investimento está a compensação: num mundo globalizado em que vivemos, com tudo mudando numa velocidade espantosa, a oportunidade de negócio deve ser avaliada firmemente.
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Empresa de sucesso resulta de boas decisões: quais são, daqui para frente, as decisões mais importantes? Que informação vale ouro para você decidir sobre o dia-a-dia de sua empresa?
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Ajudar na renda familiar é uma boa destinação do lucro, mas... entender a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica é dar o primeiro passo para uma gestão profissional.
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Minha meta é ter lucro: como o lucro não vem por acaso, é claro que seu esforço deve ser dirigido para realização de negócios lucrativos. Dominar seus custos é ter domínio de seu negócio.
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Vai ser melhor se a equipe estiver motivada: o bom atendimento ao cliente é o diferencial mais fácil de ser explorado por sua empresa.
Abri minha empresa para realizar meu sonho: sua empresa será viável se gerar lucro. O lucro só vem se a meta de venda for atingida.
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O Sebrae/PR é o parceiro certo para o desenvolvimento de sua empresa.
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Sebrae/PR
Entrevista Capacitação Comportamento Tendência Associativismo Feiras e Eventos Serviço Mercado Giro pelo Paraná
Maringá vai sediar a próxima edição da Feira do Empreendedor, de 25 a 29 de agosto de 2010. A Feira do Empreendedor é o maior evento de empreendedorismo no Brasil. A última edição realizada no Paraná foi em 2008, em Londrina, onde reuniu mais de 17 mil visitantes. O evento, sucesso de público e programação, recebeu o Prêmio Melhor Feira do Emprendedor Circuito 2008 – Região Sul/Sudeste, do Sebrae Nacional. A missão da Feira do Empreendedor no Paraná em 2010, que já está sendo organizada pela equipe técnica do Sebrae/PR, é proporcionar ambiente de oportunidades, conhecimento e inovação, que impulsione a concretização de sonhos, para quem tem interesse em montar um pequeno negócio. Assim como oferecer soluções para ampliar e modernizar empresas já estabelecidas.
Foto: Agência La Imagen
Paraná realiza nova edição da Feira do Empreendedor
Promoções movimentam ‘Vitrines na Calçada’ O domingo do dia 8 de novembro foi de festa para quem passou pela Rua Riachuelo, uma das vias comerciais mais antigas na região do entorno do Paço da Liberdade-SESC Paraná, em Curitiba. A Riachuelo foi fechada das 10 às 14 horas e pedestres puderam circular livremente entre vitrines montadas nas calçadas e atividades culturais das mais variadas. Foi a segunda edição do ‘Vitrines na Calçada’, uma das ações do Projeto ‘Nova Rua Riachuelo - A Rua do Reciclar, do Reinventar e do Reencantar’, uma realização do Sebrae/PR, Sistema Fecomércio, Prefeitura de Curitiba e Associação dos Moradores e Comerciantes da Riachuelo. Praticamente todas as lojas do comércio local abriram suas portas e montaram pequenos cenários com produtos expostos na calçada, especialmente móveis e roupas novas e usadas, as duas grandes vocações da Riachuelo. Os visitantes que passaram pela Riachuelo puderam negociar diretamente com os empresários, que estavam preparados para oferecer descontos, oportunidades de parcelamento e excelentes condições.
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Vem aí mais uma edição do Paraná Business Collection. Em 2010, o evento de moda e negócios adota uma nova estratégia, focada na força e tradição do mercado da região sul como referência nos lançamentos de Moda Inverno. A quarta edição está programada para acontecer de 22 a 26 de fevereiro, no Centro de Exposições Horácio Sabino Coimbra – Cietep, em Curitiba. Realizado pelo Sebrae/PR e Sistema Fiep, o Paraná Business Collection se consolida, a cada ano que passa, no calendário de moda nacional, ao lado outros eventos importantes como São Paulo Fashion Week e Fashion Rio. Assim como nas outras edições, a coordenação geral do Paraná Business Collection é do produtor Paulo Martins, da OX Comunicação de Moda, e da jornalista Nereide Michel, da Comunicação de Estilo.
Fotos: Agência La Imagen
O Paraná marcou presença na Feira Internacional de Turismo da América Latina (FIT), em Buenos Aires, na Argentina. O evento, realizado em novembro, reúne os protagonistas da indústria turística mundial e disponibiliza aos participantes um ambiente que gere novas relações comerciais, com novidades e destinos turísticos. Consultores do Sebrae/PR participaram do evento. Os destinos paranaenses mais promovidos e comercializados no evento foram Litoral, Curitiba e Foz do Iguaçu. Já os roteiros, organizados pelas operadoras de receptivo, tiveram como foco sol e praia, aventura, ecoturismo e turismo cultural. A Argentina é parceiro comercial do Paraná e do Brasil. Em números, o país vizinho é o principal emissor de turistas estrangeiros para o Brasil, responsável por mais de 18% do fluxo total de visitantes internacionais no ano passado. O Paraná teve um espaço especial, coordenado pela Secretaria de Estado do Turismo (SETU/Paraná Turismo), no estande reservado ao Brasil.
Foto: Divulgação
Litoral, Curitiba e Foz são destaques na FIT
Paraná Business será em fevereiro
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Foto: Agência La Imagen
Foto: Arquivo Sebrae/PR
Emilia-Romagna e Sebrae/PR mantêm escritório no Paraná
O posto avançado da região da Emilia-Romagna que desde 2008 funciona na sede do Sebrae/PR em Curitiba vai continuar operando nas instalações da entidade em 2010. O anúncio foi feito no final de novembro, numa reunião técnica entre a vice-presidente da Região da Emilia-Romagna, Giuseppina Muzzarelli (foto), e dirigentes do Sebrae/PR. O posto avançado é fruto de um acordo de cooperação entre o Paraná e Emilia-Romagna e serve como apoio para o desenvolvimento de projetos entre as duas regiões. A representante da Emilia-Romagna para Assuntos de Cooperação Internacional – Brasil/América Latina, Alessia Benizzi, é a responsável em coordenar as ações de cooperação entre o Paraná e a região italiana e permanece no Estado, no ano que começa. Na oportunidade, Giuseppina Muzzarelli e Marco Capotaglio, responsável pela área de Políticas Europeias e Relações Internacionais da Região da EmiliaRomanga, discutiram com representantes do Sebrae/PR propostas de novas parcerias entre o Paraná e a região italiana, classificada nos últimos anos como uma das 15 regiões mais ricas de Europa. Entre as áreas prospectadas como elos de cooperação estão o setor de vestuário, agronegócio e turismo, este com foco no segmento alimentar.
Bairro Empreendedor fecha 2009 com 97% de aprovação O Programa Bairro Empreendedor encerrou as atividades deste ano em Maringá com resultados positivos e animadores. A parceria entre Sebrae/PR e Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, levou um conjunto de soluções empresariais para 239 micro e pequenas empresas, distribuídas em bairros da cidade. As empresas atendidas pelo Programa em 2009 foram pequenos empreendimentos localizados no entorno das avenidas Pedro Taques, Palmares, Morangueira, Alexandre Rasgulaeff e Sophia Rasgulaeff. Consultores realizaram um diagnóstico que levantou pontos fortes e também identificou oportunidades para a melhoria das empresas. Com essas informações, um plano de ação foi desenvolvido para oferecer soluções pontuais às demandas dos empresários. Ao todo foram 2.393 horas de consultorias, 415 horas de capacitação empresarial e 1.702 pessoas treinadas e capacitadas. Uma pesquisa do Sebrae/PR junto aos participantes do Bairro Empreendedor apontou 97% de índice de satisfação, o que demonstra o sucesso do Programa em Maringá que completa seu terceiro ano de atividades. A mesma pesquisa mostra que os bairros demonstram crescimento no comércio local, ganhando autonomia e fidelizando seus clientes fazendo com que eles fiquem no bairro.
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Seminários marcam encerramento do VarejoMAIS O Sebrae/PR e o Sistema Fecomércio/PR realizaram em novembro e dezembro cinco grandes seminários de encerramento das atividades do Programa VarejoMAIS - Mais Vendas, Mais Competitividade em 2009. O Programa, que tem como objetivo tornar o comércio varejista mais competitivo, atingiu 67 cidades do Paraná em 2009, nas modalidades VarejoMAIS, VarejoMAIS Segunda Fase e VarejoMAIS em Ação. Ao todo, 1.533 empresas foram atendidas. Nos seminários, que foram realizados em Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná; em Londrina, no norte; em Maringá, no noroeste; em Cascavel, no oeste; e Curitiba, região centro-sul do Estado, aconteceu a entrega do Prêmio “O Melhor do Varejo MAIS 2009”, nas categorias referência e revelação, para empresas com melhor desempenho avaliadas no decorrer do Programa. Em todo Estado, 453 empresas de 15 municípios participantes do VarejoMAIS concorreram ao Prêmio, que é uma forma de homenagear as empresas que melhor aplicaram os conceitos repassados durante o Programa e, com isso, também cresceram. As empresas premiadas receberam o troféu que simboliza o Deus Mercúrio, o protetor do comércio, e poderão utilizar, pelo período de um ano, um selo que indica sua classificação em materiais gráficos e visuais. Com duração média de dez meses, o VarejoMAIS tem como objetivo o aumento da competitividade das empresas por meio da profissionalização da gestão e desenvolvimento das pessoas.
Região sudoeste já tem garantidora de crédito A região sudoeste do Paraná constituiu a terceira garantidora de crédito no Brasil. No final de novembro, foi empossada a diretoria e conselhos da Sociedade de Garantia de Crédito do Sudoeste do Paraná (SGC Sudoeste), cujas operações deverão iniciar no primeiro semestre de 2010. A SGC é uma iniciativa da Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste, Sebrae/PR, Coordenadoria das Associações Comerciais do Sudoeste do Paraná (Cacispar) e da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop). A SGC Sudoeste tem como objetivo principal viabilizar o acesso ao crédito para micro e pequenas empresas, atuando na concessão de garantias exigidas pelas instituições financeiras. O diretor de Administração de Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, lembrou que, quando em operação, a SGC será um mecanismo para facilitar o acesso ao crédito e reduzir custos. “É um passo enorme para o desenvolvimento regional, porque está em jogo o poder de mercado frente aos agentes financeiros. Com a garantia líquida e certa, o crédito fica mais barato e acessível”, projeta. O Sebrae vai participar como cotista da SGC, junto com prefeituras, grandes empresas e bancos cooperativos. O processo de criação da SGC iniciou em 2004, dentro do Fórum da Mesorregião do Mercosul, realizado em Pato Branco.
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Um ano de superação Allan Marcelo de Campos Costa
nas empresas paranaenses buscaram informações técnicas e conhecimento ao longo de 2009 como nunca. Apenas o Sebrae/PR registrou mais de 40 mil consultorias às micro e pequenas empresas em 2009, o que sinaliza que nossos empreendedores parecem estar convencidos de que o conhecimento é, de fato, o seu melhor aliado.
As micro e pequenas empresas resistiram à crise com determinação. O Paraná encerra 2009 com um número significativamente maior de micro e pequenas empresas do que em 2008. Os pequenos negócios foram responsáveis pela geração, em média, de 60% das novas vagas de trabalho oferecidas no ano que passou. Enquanto as grandes demitiram, a maioria das pequenas empresas manteve seus quadros de colaboradores.
E é neste espírito que encerramos o “ano da crise”. Em 2009, o Sebrae/PR fez esforços importantes para aumentar a sua capilaridade e, desta forma, poder levar suas soluções aos 399 municípios paranaenses. Não medimos esforços para criar meios de acompanhar o desenvolvimento dos nossos clientes, criando soluções como o Prosperar, um importante instrumento de alavancagem da competitividade dos pequenos negócios. Buscamos cumprir nosso papel de agentes de desenvolvimento, trabalhando em parceria com mais de 250 municípios paranaenses que já municipalizaram a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o que faz do Paraná o estado com mais municípios com a Lei Geral já regulamentada. Buscamos levar o empreendedorismo à juventude paranaense através do Desafio SEBRAE, jogo de empresas no qual o Paraná foi o Estado com o maior número de inscritos no Brasil, com mais de 20.000 estudantes participantes. Atingimos mais de 10.000 empreendedores durante a Semana da Pequena Empresa trazendo ao nosso estado alguns dos nomes de maior destaque da gestão empresarial. Trabalhamos com mais de 8.000 pequenos negócios atuantes em setores estratégicos da economia do nosso estado buscando apoiar o desenvolvimento não apenas daquelas empresas, mas de todo o setor nos quais elas atuam.
Um quadro como este, em que mesmo em momentos de turbulência percebemos o aumento no número de novas empresas e o protagonismo dos pequenos negócios, é o melhor indicativo de como o empreendedorismo vem sendo encarado cada vez mais como uma alternativa de desenvolvimento. E agora, com os bons ventos soprando novamente, é hora de se preparar para iniciar 2010 com o ‘pé direito’. Na sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de confiança dos empresários, já em outubro, atingiu seu maior valor desde 2005. Estima-se que apenas a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 injetem algo em torno de 20 bilhões de dólares ao ano na economia brasileira até o final da década que vem, além de gerarem impacto em 55 diferentes setores. Os investimentos no pré-sal se multiplicam e as perspectivas para o agronegócio são excelentes, afinal, um mundo em crescimento come melhor e demanda mais produtos agrícolas. Em outras palavras, é hora de crescer! É muito positivo o fato de que as peque-
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E não poderia ser diferente. A dinâmica do mundo empresarial e, principalmente, o papel cada vez mais relevante dos pequenos negócios no processo de de-
senvolvimento aumenta a nossa responsabilidade e nos impulsiona no rumo à excelência. Temos convicção de que 2010 será um ano sem precedentes para os pequenos negócios no Paraná. E queremos, sempre e de forma decisiva, continuar cumprindo nosso papel de estar ao lado da Pequena Empresa Paranaense, apoiando, informando, facilitando, educando, e, principalmente, vibrando a cada conquista dos milhares de empreendedores paranaenses que têm no Sebrae um parceiro. S
Anúncio Foto: Mauro Frasson/Arquivo Sebrae/PR
O ano de 2009 se iniciou sob a pesada perspectiva de uma crise financeira global sem precedentes. Felizmente, se a crise não foi apenas uma “marola”, também não representou o fim dos tempos. E no Brasil, e em especial no estado do Paraná, um dos protagonistas da acelerada recuperação tem nome e sobrenome: Micro e Pequena Empresa.
Allan Marcelo de Campos Costa é diretor-superintendente do Sebrae/PR. Mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e Mestre pela Universidade de Lancaster, Inglaterra, tem MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC Business School, é pós-graduado em Desenvolvimento Gerencial pela FAE/CDE e cursou o Programa de Desenvolvimento de Dirigentes Empresariais do INSEAD, França. Coautor do livro “Electronic Business in Developing Countries”, possui artigos publicados no Brasil e no exterior, em países como Chile, África do Sul, Reino Unido, Holanda, Hungria e Eslovênia.
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