Reescrita dos Contos de Fadas 4CM

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Aline Miho Takeuchi “O amor é veneno. Um doce veneno, sim, mas mata do mesmo jeito.” (George R.R. Martin)

OS TRÊS DESEJOS Era uma vez um jovem muito pobre, filho de um falecido alfaiate, que vivia com sua mãe na área pobre de um reino. Um dia eles encontraram um velhinho que pedia algo para comer, mas como não tinham nada a oferecer, os dois acabaram ignorando-o e o senhor jurou vingança, pois procurava pessoas que fossem gentis com ele. Esse homem, na verdade, era um bruxo que se passava por velho e, após algumas horas, ele deixou um objeto na porta da casa deles. Quando o jovem viu o objeto, ele o pegou e esfregou para tirar o pó, quando uma névoa verde saiu de seu interior. Parecia uma alucinação, mas não era. Aquela fumaça dizia algo na mente do jovem. O que ele entendeu foi que tinha direito a três desejos a qualquer momento, mas iria obter uma dívida por cada um. Quando voltou a si, estava caído em frente a sua casa, entrou e então fez seu primeiro desejo ainda na dúvida se tudo aquilo era verdade ou não. O primeiro desejo foi que ele e sua mãe não vivessem mais na miséria e, sem perceber, eles já estavam em outro lugar, maior, mais bonito e elegante. Usavam trajes mais refinados e logo o jovem percebeu que se encontrava na área nobre do reino, onde ao fim estava o palácio do rei. Os dois viviam bem, com comida e conforto, até que um dia o rei anunciou que sua filha procurava um homem para se casar e, caso não encontrasse nenhum, ela se casaria como o filho de Vizir. O jovem logo ficou interessado na princesa e, mesmo não tendo nenhuma exigência, apenas para se exibir, ele fez seu segundo desejo. Tornar-se um príncipe. Quando deu conta de si, viu que já estava com roupas mais elegantes e então foi direto ao palácio para pedir a mão da pincesa. Contudo, havia uma fila de homens na porta do deslumbroso monumento. Então, acabando com seus desejos, ele pediu para que todos desistissem da filha do rei para ele não ter concorrência. Foi aí que, de um segundo para o outro, todos os homens que estavam na sua frente sumiram e logo o jovem correu para dentro e convenceu a majestade a deixá-lo se casar com sua descendente.


O bruxo observava tudo de seu espelho que havia herdado de uma velha amiga. O jovem já havia feito seus três desejos e logo ele teria que pagar suas dívidas. A primeira foi no baile do casamento, no momento em que o rei abençoava o dois, quando sentiram um cheiro estranho e de repente conseguiram apagá-las, o rei já estava morto. No outro dia, o reino inteiro estava em luto. O rei já cremado e suas cinzas dentro de um pote. A mãe do jovem e a princesa rezavam, quando alguém desconhecido usando um véu preto esbarrou no pote e o quebrou. O pó foi subindo quando o futuro rei percebeu que estava formando no céu algo como uma sombra com um rosto repugnante, e então, ele se deu conta de que aquele demônio havia matado sua mãe, enquanto todos que se encontravam em pânico. Ali se fora a segunda dívida. Passaram-se dois dias e a princesa decidiu ter relações sexuais com seu marido para gerarem futuros herdeiros para o reino, já que coisas horrorosas haviam acontecido. Os dois tiveram uma ótima noite e após nove meses, quando os dois filhos estavam nascendo, percebeu-se que não eram bebês, e sim feras, criaturas horripilantes, mas fruto dos dois. O jovem viu que sua mulher estava morta e então saiu correndo disparado à porta, quando um dos filhos o mordeu e arrancou-lhe um pedaço de sua perna O homem que estava cuidando do parto era o bruxo. Estava rindo daquela desgraça, que começou com uma pequena lâmpada, e que, assassinado pelos próprios filhos amaldiçoados, morto estava Alladin.


Ana Carolina Olmedo Minto “Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior mas também de acordo com uma necessidade” (Albert Einstein)

BRANCA DE NEVE DA MODERNIDADE Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os cabelos pretos como o ébano. Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente. O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico, para o qual perguntava todos os dias: — Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu? — És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! — respondia ele. Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita, encantadora e meiga. Todos gostavam muito dela, exceto a rainha, pois tinha medo de que Branca de Neve se tornasse mais bonita que ela. Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a se vestir com trapos e a trabalhar na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando, passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por todos. Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho: — Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu? — Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela! A rainha então ficou furiosa e o espelho logo falou a ela: — Porém, minha rainha, tem um jeito de te tornares a mais bela. Fazendo uma cirurgia plástica em seu nariz, ficarás a mais bela novamente. A rainha então logo foi à procura de seu cirurgião, Fábio Delaculy, e depois da cirurgia, ficou tão bela que fora chamada pra trabalhar como modelo em Nova York. E nunca mais viu Branca de Neve novamente.


Ana Gabriela P. C. Guilherme “Tudo que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” (Roberto Shinyashiki)

CHAPEUZINHO CHANEL Havia uma mulher muito bonita chamada Chapeuzinho Chanel. Sua família era muito rica e morava nos Jardins, em São Paulo. Contudo, uma coisa que ninguém sabia era que quando Chapeuzinho tirava sua capa vermelha, ela se transformar em um lobo, mas apenas em noite de lua cheia. Certo dia, sua mãe, que estava muito ocupada com seus compromissos, pediu um favor à Chapeuzinho Chanel: que ela levasse para a sua avó, que morava no Morumbi, um par de brincos de diamantes, que ela havia comprado para presenteá-la no seu aniversário. Sua mãe lhe recomendou que fosse pelo caminho mais demorado, porém mais seguro, mas como Chapeuzinho era teimosa, não obedeceu à mãe e resolveu pegar o caminho mais rápido, porém mais perigoso. Quando Chapeuzinho estava em seu carro indo para a casa de sua avó, ela percebeu que seu pneu havia sido furado. Então, sem opção, ela teve que ir a pé pela favela (Paraisópolis) até a casa de sua avó, que por sinal morava não tão longe dali. No caminho, um rapaz morador da favela observou aquela menina linda e bem vestida caminhando sozinha e resolveu fazer-lhe companhia, mas antes colocou sua roupa mais sofisticada. Foi até ela e falou que iria acompanhá-la, pois ali não era um lugar seguro. Durante a caminhada, o rapaz soube onde a menina iria e que sua avó era riquíssima. A intenção do rapaz não era das melhores. Quando chegaram à casa da avó, Chapeuzinho convidou-o para entrar, pois ela o achou muito gentil. Quando ele entrou, sem demora pegou uma faca que estava guardada em seu solo e a colocou no pescoço de Chapeuzinho ameaçando matá-la caso ela não passasse todo o dinheiro e as joias. Contudo, antes que ele conseguisse o que queria, Chapeuzinho tirou a capa vermelha e, como era meia noite de lua cheia, ela se transformou em um lobo e o devorou.


Ana Sofia Freire Teotônio “Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.” (Autor Anônimo)

BELLA DOPADA Era uma vez uma linda menina que possuía cabelos loiros e brilhantes, os olhos da cor do céu e o sorriso mais cínico já visto. Essa menina se chamava Isabella, era filha do prefeito de Ribeirão Preto e a pessoa mais rebelde e mimada da cidade. No ano de 1592, tinham acabado de criar uma bebida totalmente proibida para menores de dezoito anos, que se chamava cerveja. O prefeito então decretou que qualquer jovem que tomasse um gole sequer daquela bebida seria dopado por uma alta quantidade de uma substância chamada Netsk e dormiria o resto de seus dias. Bella, com muita vontade e achando que sairia impune, tomou um pouco da bebida. Seu ato foi visto através das câmeras de segurança da cidade. Desta vez, o prefeito não conseguiu livrar sua filha do crime. A menina então recebeu altas doses do remédio na veia e então vegetou, sem consciência, até que um imprevisto aconteceu. Os cientistas não sabiam que o efeito da Netsk transformaria a menina em uma criatura terrível. A garota transformou-se em um vampiro e destruiu toda a população de sua cidade, não restando nem sua própria família. Hoje em dia, esse ser continua vagando pelas cidades e fazendo muitas vítimas por seu caminho.


Ananda Naciben Pires “Perder-se também é caminho.” (Clarice Lispector)

O LOBO Era uma vez uma jovem muito curiosa e teimosa, seu nome era Chapeuzinho Vermelho. Ganhava esse nome, pois sempre usava seu capuz vermelho. Era órfã, sua mãe havia morrido há muito pouco tempo. Morava com sua avó, a mesma que tinha lhe dado o capuz. Sua avó era muito protetora e nunca a deixava sair sem o capuz, pois dizia que sua cor espantava os lobos. Os tempos estavam perigosos, um enorme lobo vagava à noite pela vila onde moravam e matava várias pessoas. Chapeuzinho era sempre muito aberta com sua avó, e vice-versa. Porém, escondia um segredo: era apaixonada pelo filho do lenhador. Certas noites, eles saíam da cama e iam vagar pela floresta, o que sua avó não permitia. Mesmo a vovó alertando a garota sobre todos os perigos que corria, ela não tinha medo de desobedecê-la. As mortes eram cada vez maiores, devido ao lobo. Por isso, a avó ficava cada vez mais preocupada. – Está usando o capuz que lhe dei, não é, Chapeuzinho? – Claro, vovó! – mentia a menina. A verdade era que sempre se esquecia de usá-lo. Certa vez, Chapeuzinho acordou, misteriosamente, no meio da floresta e teve que voltar para casa antes que sua avó percebesse sua falta. A garota não contou nada a ninguém. Era a coisa mais estranha que já havia acontecido com ela. Em uma noite, a avó acabou descobrindo sobre o filho do lenhador, a paixão secreta de Chapeuzinho. Proibiu-a de se encontrar com ele, pois achava que essa relação era muito perigosa. Chapeuzinho e sua avó brigaram, e por raiva, a menina jogou seu capuz na avó e se trancou em seu quarto. – Abra a porta, Chapeuzinho! Você não entende o quanto é arriscado! – Não, vovó! Eu não entendo mesmo! A garota pulou a janela de seu quarto e correu em direção ao seu amado. Quando o encontrou, já era tarde da noite, porém lhe contou toda a história. Então, de uma maneira diferente, os olhos de Chapeuzinho começaram a pesar e, sem poder evitar, ela caiu no chão. O filho do lenhador tentou ajudá-


la, mas, de repente, notou o que estava acontecendo. Chapeuzinho estava tomando a forma de um grande animal: estava se transformando em um lobo. Era ela o lobo, o assassino, o monstro que vagava pela vila. O jovem começou a correr, mas muito menos rápido que o lobo e foi derrubado. O lobo, que antes era a garota, sem poder se controlar, devorou-o. A avó de Chapeuzinho, todo esse tempo, vinha escondendo o grande segredo de sua família. Era uma maldição, passada de geração em geração. O último herdeiro da família se transformava em um grande lobo, todas as noites, e o capuz vermelho era a única forma de evitar a transformação. A avó não tentava proteger Chapeuzinho do grande lobo, mas sim de si mesma.


Arthur Almeida da Costa Rocha “As coisas mais belas da vida não são vistas e nem ouvidas, mas sentidas.” (Helen Keller)

CACHINHOS DOURADOS E OS TRÊS URSOS Em uma cidadezinha no interior da Europa, durante as férias de verão, é muito comum os jovens irem acampar nos bosques e desfrutar da natureza. Certo dia, uma garota conhecida como Cachinhos Dourados, apelidada com esse nome por causa da coloração clara de seus cabelos, e seus quatro amigos decidiram acampar em uma floresta próxima à sua cidade, mas não avisaram suas famílias, pois sabiam que seus pais não permitiriam. Quando chegaram ao local escolhido, após se instalarem e terem feito uma fogueira, ocorreu uma forte chuva que apagou o fogo e desarmou suas barracas. Um dos integrantes do grupo, muito assustado, gritou: – Nós devemos pegar o carro e sair daqui! – Não podemos! Várias árvores caíram e bloquearam a estrada! – um dos indivíduos respondeu. – Vamos entrar na caverna para nos proteger dessa tempestade! Cachinhos Dourados soltou um berro ao ver a cavidade. Ao entrarem na caverna, eles ficaram esperando até que esse fenômeno natural passasse, porém, depois de algumas horas, viram uma família, composta por três ursos, vindo em direção à gruta. Com medo, eles saíram correndo de lá e resolveram se estabelecer no carro, até que a polícia rodoviária chegasse para remover os troncos. As autoridades, quando chegaram, retiraram os pinheiros da estrada e o grupo voltou para sua cidade e nunca mais acamparam sem pedir permissão aos seus pais e avisarem a sua família.


Caio Dias Rodrigues da Silva “O que é escrito sem esforço em geral é lido sem prazer.” (Samuel Johnson)

O SUPER PINÓQUIO Em uma bela manhã, Jãopeto estava sem fazer nada e resolveu inventar um boneco de cobre. Em sua invenção, ele colocou alguns produtos químicos que seu pai lhe deu de presente em seu aniversário. Depois de pronto, só faltou ele viver. Jãopeto ficou anos e anos estudando uma forma de trazer o bonequinho à vida. Após cinco anos, o tal boneco veio ao mundo, e Jãopeto o apelidou de Pinóquio. Pinóquio não só veio ao mundo como um boneco, mas sim como um super-herói. Salvou o mundo inúmeras vezes e ficou muito rico e famoso após participar de vários filmes. Até que um dia, bandidos muito bem armados assaltaram o Banco Central em um plano perfeito. Pinóquio foi tentar salvar o banco dos assaltantes, mas o que ele não sabia é que os bandidos tinham uma arma com um produto que dissolvia o cobre, e infelizmente Pinóquio morreu.


Cárila Covas “Sonhe alto, curta a vida, ame mais.” (Autor desconhecido)

JOSÉ E MARINA Em um bairro pobre do Rio de Janeiro, viviam José e Marina. Eles eram filhos do viúvo Antonio, que já tinha sua segunda esposa, pois a primeira havia falecido há muitos anos. O motivo da morte, ninguém descobrira até hoje. Antonio era um homem de quarenta anos e não tinha muitas condições de sustentar seus filhos. Então, sua atual esposa impôs que ele fosse à beira do mar e deixasse as crianças lá, assim baixariam os custos da casa e os dois adultos teriam uma vida na classe média. O homem ficou meio em dúvida no começo, porém aceitou a “proposta”. Sexta-feira (13) foram o pai e os dois filhos em uma sorveteria antiga de Copacabana, à beira mar. As crianças, conscientes das condições de seu pai, pegaram o sorvete mais barato. Depois ficaram algumas horas conversando e lembrando as histórias que já haviam passado. Um tempo depois, Beatriz, sua atual esposa que o tinha mandado fazer aquela coisa absurda, ligou muitas e muitas vezes para o celular de Antonio, mas não tinha retorno. Como seu marido não dava “sinal de vida”, ela acabou pegando no sono. Passaram-se dias e dias e nada de Antonio retornar pra casa. Enquanto Beatriz sofria por seu marido não voltar, Antonio estava vivendo sua vida com a ajuda de fadas que tinham aparecido naquela noite de sexta-feira, aconselhando-o que o melhor seria deixar qualquer outra pessoa do que seus filhos, já que eles eram seu maior tesouro. Então foi o que Antonio fez. Para ajudar na sobrevivência, José e Marina, começaram a fazer shows na praça e seu pai ajudava administrando o dinheiro recebido. Depois de alguns meses, jutaram todo o dinheiro arrecadado e compraram uma boa casa. Beatriz? Bom, ninguém sabe. Ela desapareceu e ninguém, verdadeiramente, sabe nada sobre seu paradeiro.


Débora Andrade Quintino “Sonhos não têm pernas, mas você tem! Então corra atrás deles.” (Autor desconhecido)

MARIELA Era uma vez uma garota de dezesseis anos. Ela era belíssima, tinha os cabelos dourados e seus olhos eram como diamantes, mas sua infância não fora a melhor. Com seis anos, sua mãe fora brutalmente assassinada pela amante de seu pai, o qual era dono de um zoológico. A amante e seu pai casaram-se e a madrasta mudou-se para sua casa acompanhada de suas terríveis filhas, que eram da mesma idade de Mariela, porém, tremendamente horrorosas. Mariela foi obrigada a trabalhar no zoológico da família. Ela era responsável por alimentar os animais. Para a infelicidade da menina, aos quinze anos, um jacaré estraçalhou sua perna direita quando ela ia alimentá-lo. Desde então, Mariela passou a cuidar apenas da bilheteria do zoológico. Certo dia, os moradores da cidade ficaram sabendo que uma representante de uma empresa de próteses passaria por ali à procura de uma modelo / testadora oficial de próteses para pernas e que todas as interessadas deveriam ir ao centro de convenções para se apresentar e competir pela vaga. Mariela comentou sobre a novidade com a família e a madrasta logo correu para a internet para saber quanto a modelo iria receber. Desesperada por dinheiro que era, disse às filhas que o valor valeria a pena e que, se uma delas se candidatasse a amputar uma das pernas, as outras duas teriam que amputar para terem mais chances de uma das duas receberem o cargo. E foi o que aconteceu. A madrasta chamou um médico clandestino e pagou para que amputasse uma perna de cada filha. No dia do evento, a madrasta e as duas filhas foram, deixando Mariela para trás, a qual, na porta de casa, pôs-se a chorar. A velha vizinha, vendo a situação, ajudou a garota, lavou seus cabelos, emprestoulhe um vestido de sua filha e, por fim, chamou um táxi para levar a garota, mas ela deveria estar na porta do centro de convenções exatamente à meia-noite, pois era o horário em que o táxi voltaria para buscá-la. Nem sua madrasta nem suas “irmãs” a reconheceram. Mariela se apresentou e aguardou. Um pouco antes de anunciarem a vencedora, ela teve que ir embora. Como ela não apareceu para assinar o contrato, os representantes disseram que, na manhã seguinte, visitariam todos os endereços das


participantes. Quando eles chegaram à casa das irmãs participantes, Mariela abriu a porta e eles a reconheceram. Ela conseguiu o cargo, nunca mais retornou para sua “família” e foi feliz para sempre.


Felipe Greghi Binda. “Os homens de poucas palavras são os melhores.” (William Shakespeare)

CHAPEUZINHO VERMELO E SUA AK Em um belo dia, Chapéu Vermelho pegou sua AK e foi tomar um drinque em um bar no meio da floresta. Ao chegar lá, ela se apresentou ao garçom e pediu uma tequila. Vários homens a encararam por pensar que aquele lugar não era para mulheres. Numa certa hora, já de saco cheio, Chapéu retirou seu capuz e gritou "Aqui não é lugar de mulher?!”. Alguns homens disseram “Nós gostaríamos que se retirasse e não acabasse com a nossa bebida". Ela os chamou de bichas, e um dos homens tirou uma faca do balcão e tentou atacá-la, mas ela pegou sua AK e fuzilou todos os homens do bar. Ao sair do bar, faminta, ela foi caçar lobos para o jantar. Ao encontrar o maior lobo da noite uivando, ela atirou e acertou na barriga do animal fazendo com que ele caísse ainda vivo. Ela, então, o matou com uma faca e o fez cozido numa fogueira. Quando ela ficou satisfeita, levou o que sobrou do lobo para casa de sua avó para que a carne não estragasse. Ao chegar lá, ela cumprimentou sua avó, beijou-a e foi para seu quarto guardar suas coisas e dormir.


Flávia Rossini Darwin “O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.” (Charles Darwin)

JOÃO E MARIA Em um cortiço, no Rio de Janeiro, morava uma família muito pobre, constituída pelo pai e a madrasta desempregados e duas crianças: João e Maria. Como a família era miserável, não tinha dinheiro suficiente para comprar comida para os quatro e, por isso, o pai e a madrasta resolveram abandonar seus filhos na rua. João e Maria andavam pela cidade revirando latas de lixo em busca de alimento, mas era impossível saciá-los com os pequenos restos de comida que aqueles menos arruinados deixavam. Os dois irmãos também perguntavam de casa em casa se os moradores poderiam lhes oferecer algo comestível, entretanto, eram poucos que realizavam esse pequeno ato de compaixão. Visto que a fome apenas aumentava e que já estavam desnutridos, começaram a invadir casas e roubar alimentos e dinheiro, pois foi a única solução encontrada pelos garotos para se manterem vivos. Certo dia, João e Maria estavam invadindo uma casa muito atraente (em relação às casas daquelas redondezas), quando foram pegos pela dona da moradia furtando várias e várias guloseimas que havia lá. Furiosa, porém astuciosa, ela fingiu não estar com raiva e lhes ofereceu vários outros doces que estavam escondidos pela casa. Enquanto as crianças comiam, a mulher ligava para a polícia. Passaram-se alguns minutos, a polícia chegara e entrou na casa. A mulher, que havia parado de fingir ser bondosa, soltara toda a sua raiva e gritou para o policial, dizendo para levar João e Maria para a cadeia. O homem, ainda mais maldoso que a dona da casa, atirou nos dois pequenos irmãos e, ainda, inventou o estúpido pretexto de que aquelas duas crianças estavam tentando enfiar a "tão generosa" mulher dentro do fogão e queimá-la viva.


Gabriela Paranhos Chaguri “A saudade é a maior prova de que o passado valeu a pena.” (Autor desconhecido)

DUAS CARAS Era uma vez um belo rapaz, muito rico, que já estava cansado de tanto procurar pela mulher de seus sonhos. Todas as mais belas moças que ele encontrava sempre tinham algum defeito. Numa noite, enquanto ocorria uma terrível tempestade e o rapaz assistia à televisão, sozinho, bateram a sua porta. Quando abriu, deu de cara com a moça mais linda que já havia visto em toda sua vida. Ela estava toda molhada devido à chuva, por isso ele a deixou entrar e se secar. A pobre moça disselhe que estava perdida e lhe perguntou se não podia passar a noite em sua casa. O rapaz, por sua vez, deixou, porém armou um plano para ver se a garota era mesmo confiável. Ele colocou notas de dinheiro ao lado do colchão em que ela iria dormir e, se no outro dia, elas ainda estivessem ali, era porque a moça era confiável. Quando amanheceu, o rapaz percebeu que a garota já havia se levantado e estava tomando café. Então ele foi conferir se o dinheiro estava lá ou não. Viu que não estava e, quando foi expulsá-la de sua casa, a mulher mordeu-lhe o pescoço, matando-o. Ela então arrastou o corpo até o enorme jardim da casa e o enterrou, sem deixar rastros. Pegou toda a fortuna do rapaz, colocou em uma mala e fugiu. Os vizinhos, percebendo o sumiço do homem, chamaram a polícia, porém não encontraram nada. Ninguém nunca conseguiu afirmar o que houve com o rapaz, mas uma coisa é certa, a ‘linda moça’ era, na verdade, uma ladra demoníaca.


Guilherme Vallada Kitayama “O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que você superou no caminho.” (Abraham Lincoln)

ERA UMA VEZ... Era uma vez uma bela moça chamada Branca de Neve. Dizia uma lenda que ela conseguia transformar palha em ouro, mas ninguém conseguira comprovar, pois a garota era mantida presa e feita de escrava por sua madrasta e suas duas irmãs. Um dia ela foi obrigada a ir à cidade, que ficava depois da floresta, para comprar tecidos. Em seu caminho, Branca encontrou um lobo que tentou atacá-la, mas a menina correu muito, até que percebeu que já havia despistado o animal. Quando finalmente chegou à vila, uma bruxa lá presente a raptou e, sem hesitar, a trancou em um quarto, na mais alta torre. A malvada mulher ordenou que Branca transformasse um monte de palha em ouro. Apesar das histórias, a menina não possuía esse dom. Foi então que apareceu um homenzinho, que lhe ofereceu ajuda em troca de um favor: caso um dia tivesse uma criança, a mesma seria destinada a ele. A moça recusou, e na manhã seguinte foi amaldiçoada pela temível bruxa. A maldição citava que, em seu próximo aniversário, a garota espetaria o dedo na agulha de uma roca e cairia em um sono profundo, que só poderia ser quebrado com o beijo de um amor verdadeiro. E então a menina foi solta. Em seu caminho de volta para casa, desesperada, a moça sentou-se e começou a chorar, quando então ouviu uma voz falando com ela. Era um belo príncipe, com cabelos negros e lisos e olhos azuis, mas pelo fato de nunca ter conhecido um homem assim tão majestoso, fugiu assustada. Sem perceber, deixou um de seus sapatos no caminho, o qual foi pego pelo, agora apaixonado, filho do rei. Branca chegou em casa e foi punida por suas irmãs e madrasta, sendo trancada no porão por um longo tempo. Meses depois, a maldição se concretizou. A garota espetara seu dedo e caíra em um sono profundo. Ainda estava sendo procurada pelo príncipe, que, depois de muito buscá-la, finalmente a encontrou. O belo homem então lhe deu um beijo de amor verdadeiro, que a despertou. Casaram-se e viveram felizes para sempre.


Heitor Henrique A. Carreira “Nunca pilote mais rápido que seu anjo da guarda.” (Heitor Carreira)

CHAPEUZINHO AZUL Era uma vez... Toda história de fada encantada começa com “Era uma vez”, logo não poderia ser diferente nesta história. Era uma vez uma menina que só andava de chapéu azul. Todo mundo a chamava de Chapeuzinho Azul. Um dia, Chapeuzinho Azul entrou pela floresta que rodeava o lugarejo onde morava, à procura de flores azuis para enfeitar seu belo vaso azul. Cantando uma bela canção, como bela é toda canção de contos de fada, Chapeuzinho Azul estava concentrada em sua busca, quando surgiu, em um canto da estrada, um lobo. Ele não era tão grande, não era tão feio, não tinha uma boca enorme nem os olhos eram assim, mas queria ser mau. Vestia-se de mau, fazia cara de mau, às vezes até era mau e gostava de dizer quer era, embora, não fosse tão mau assim. Entretanto, estava na idade do lobo e, como todo lobo nesta idade, queria devorar as meninas que encontrasse nas estradas por onde ele andava. Devorar no bom sentido, é claro! O lobo perguntou a Chapeuzinho o que ela fazia por ali sozinha. A garota respondeu: – Ah, querido lobo, estou procurando por flores azuis para enfeitar o meu vaso azul. – Menina, disse o lobo, eu sei onde você pode encontrar belas rosas azuis. – Rosas azuis? – perguntou espantada Chapeuzinho Azul. Olha, seu lobo, não existem rosas azuis. Existem flores azuis, rosas rosas, rosas vermelhas, mas rosas azuis nunca eu ouvi falar que existissem, acho que só mesmo em meus sonhos. – Mas existem! Eu conheço um lugar no meio da floresta que tem um monte de rosas azuis, as mais lindas do mundo – disse o lobo. Olha, menina, não existem sonhos impossíveis, existem sonhos não realizados e, se você já sonhou, um dia, encontrar as mais belas flores, entre elas rosas azuis, eu posso levá-la até o lugar onde as encontrará. – Eu quero sim! Sempre sonhei que um dia eu iria encontrar a mais rara e bela rosa azul entre todas as flores , disse, entusiasmada, Chapeuzinho Azul e saiu esperançosa seguindo o lobo pelos caminhos da floresta.


Chegando numa clareira, Chapeuzinho viu, sob os raios de sol, um mar de rosas azuis. Ficou encantada e disse para o lobo: – Nossa... lobo! Eu nunca vi tantas rosas juntas e todas são azuis. – Pois é, menina do chapéu azul! Eu não disse que sabia onde encontrar rosas azuis?! Tudo que a gente quer muito se consegue. Você queria muito rosas azuis, aqui estão elas. O que você deseja mais? – Eu queria muito encontrar um príncipe encantado azul, desses que só existem em contos de fada. – Príncipes encantados azuis não existem. Existem príncipes brancos de olhos azuis – quase todos são assim. Podem existir príncipes morenos, mulatos, amarelos e até negros de olhos azuis, mas totalmente azuis eu nunca ouvi falar que existissem. – Querido lobo, você me disse que tudo que se deseja muito se pode conseguir! Eu quero muito conhecer um príncipe encantado azul! – É verdade, eu falei, mas nunca ouvi falar que existissem homens azuis. Talvez lá no céu, noutro planeta, mas aqui na Terra, na floresta, onde eu conheço todos os caminhos, troncos, tocas e até folhas... Não, eu nunca vi um único homem azul. – retrucou o lobo. – Lobo! – exclamou a menina – por que os seus pés estão ficando azuis? As suas mãos também. O seus pelos estão ficando azuis. Você está ficando todo azul. – O lobo, então, transformado em um príncipe encantado azul, disse para Chapeuzinho Azul: – Eu era um lobo não muito mau, nem muito bom, que gostava de devorar as meninas que andavam pela floresta sem saber para onde iam e o que buscavam. Mas, assim que vi você, meu coração foi tocado pela magia dos contos de fada e o príncipe, que eu pensei nem mais existir dentro de mim, aflorou como a mais rara e bela flor do mais belo jardim. – Que bom, meu querido príncipe encantado, eu sempre quis muito encontrá-lo e povoavas os meus sonhos de menina. Qual o seu nome? – Meu nome é qualquer um que você queira me dar, porque sempre estarei ao seu lado quando precisares de mim, disse o príncipe, ex-lobo, ex-malvado, ex-devorador de menininhas, ex-personagem de outros contos que não eram de fadas. E o seu? – Meu nome é Menina Apaixonada Por Você – disse a Chapeuzinho Azul – ex-menina perdida na floresta, ex-sonhadora à procura de príncipes encantados, ex-sozinha caminhando nas estradas escuras da vida. E os dois se casaram e foram felizes para sempre. Como todo conto de fadas com final azul e feliz.


Isabela Tazinaffo Gaona “O amor verdadeiro resume-se confiança e amizade.” (Keila Marques)

BELA ACORDADA Era uma vez um palácio em que viviam um rei e uma rainha. Um dia o reino todo entrou em festa quando descobriram que a rainha estava grávida. Essa alegria continuou durante toda a gravidez, até que chegou o dia do nascimento. A beleza daquela criança encantou todos, então os pais decidiram chamá-la de Bela. A menina recebeu muitos presentes bons, mas um deles foi uma maldição que dizia que quando ela completasse dezesseis anos, adormeceria e só poderia acordar com um beijo de amor verdadeiro. O tempo passou e Bela fez dezesseis anos, mas ninguém tinha se lembrado da maldição até que ela caiu no chão entrando em um sono profundo. Seus pais passaram meses procurando homens que pudessem quebrar a maldição, mas o esforço foi em vão. Em um dia, enquanto o rei e a rainha jantavam, uma senhora apareceu no palácio dizendo que sabia um jeito de Bela acordar. No começo eles não acreditaram na história, mas, como não tinham outra opção, decidiram tentar. A mulher sentou-se ao lado da princesa e disse palavras de confiança como “você não precisa de um homem para ser feliz” e “você ainda achará um príncipe encantado”. Quando todos menos esperavam, Bela acordou. O reino entrou em festa novamente e todos perceberam que nenhuma mulher, sendo princesa ou não, precisava de um príncipe encantado para ser feliz.


Isabela Yamakami A. Coelho “We were born to be real, not to be perfect and I have the right to be strange.” (Tumblr Quotes)

QUEM É MAIS BELA DO QUE EU? Era uma vez uma rainha, com longos cabelos castanhos, olhos tão escuros que eram quase pretos, pele morena e corpo perfeito, mas, além de sua beleza extrema, a rainha, apesar de bem jovem, com vinte e poucos anos, era extremamente inteligente, adorava livros e poesia, tanto quanto adorava o pequeno ser em seu ventre que estava para nascer. A jovem rainha e seu marido ficaram muito felizes com a descoberta. Seu marido havia ficado especialmente feliz, pois ele teria um herdeiro ou herdeira. Em outros tempos, o rei havia sido amaldiçoado e transformado em uma fera. Ele sempre tinha pesadelos com isso, mas sua esposa sempre o acalmara, porém naquele dia, ele precisaria de várias esposas. Os gritos da rainha o deixavam em pânico, já que as portas do palácio estavam sendo arrombadas e ela estava em trabalho de parto. Guardas cercavam o quarto e, no momento em que as portas foram derrubadas, o rei escutara o som mais lindo de sua vida: o choro de sua filha ao nascer, saudável, porém em perigo. A rainha mesmo estando acamada pegou uma espada, disposta a proteger a filha. Os invasores, de armaduras negras, invadiram o castelo aparentemente com um único objetivo: matar a todos. No momento em que chegaram aos aposentos reais, o caos começou. Os guardas lutavam e caíam bravamente. Eles eram poucos, porém estavam vencendo. Quando os inimigos começaram a recuar, um deles, com a espada em pingo, avançou no intuito de matar a recém-nascida, porém ele nunca chegaria até ela. A espada cravara-se no peito da jovem rainha, que, para proteger a filha, usara seu corpo como escudo. O rei gritara e avançou sobre o invasor, matando-o, para logo depois ajoelhar-se e chorar sobre o corpo de sua amada esposa. O rei desamparado jurou vingá-la, mas com o tempo, foi esquecendo tal promessa, pois, depois de alguns anos, ele se casou com uma jovem tão bela quanto cruel. Sua maldade dominou o rei até matá-lo, deixando a jovem princesa em suas mãos. Todos achavam um tanto estranho a madrasta possuir um exército de guardas com armaduras negras e sempre perguntar a um grande espelho "quem é mais bela do que eu?”.


Juliana D’Angelo “Se Branca de Neve não tivesse mordido a maçã, ela não teria beijado o príncipe. Às vezes temos que arriscar para que as coisas aconteçam.” (Carolina Ribeiro)

PRINCESA BRANCA E OS SETE MONSTROS Princesa Branca nasceu em um dia muito bonito, havia sol e os pássaros cantavam. Todos do reino foram visitar a princesinha, mas a pessoa mais inesperada foi uma vidente que chegou toda louca dizendo que havia tido uma previsão que envolvia a bela e inocente princesa Branca. O Rei e a Rainha então receberam a velha e ela fez a seguinte afirmação: – Majestades! A filha de vocês é uma menina amaldiçoada e, aos seus dezessete anos, engravidará de sete filhos. Essas sete crianças ao crescer vão se unir e tentar destruir o reino. Eles serão conhecidos por todos como “Os sete monstros”. O Rei e a Rainha acharam que a velha estava louca e só a agradeceram pelo aviso e após ela virar as costas riram da cara dela. A princesa foi crescendo e ficando cada vez mais bela, passou- se muito tempo até que faltava cerca de uma semana para ela fazer dezessete anos. Seus pais relembraram que, em seu nascimento, a vidente havia dado aquele aviso sobre os “Sete monstros” e, para precaver que essa maldição não ocorresse, os pais de Branca a proibiram de casar, ter filhos ou até mesmo se relacionar com qualquer homem. E, para ter certeza de que nada ocorreria, trancaram-na em seu quarto. Em uma bela noite em que o Rei e a Rainha saíram para uma festa em outro reino, um jovem muito bonito, mas misterioso, que era o guarda pessoal da princesa, entrou no quarto da jovem. Assustada, ela deu um berro, mas, ao ver que era seu guarda, sorriu e disse: – O que faz aqui, guarda? E ele responde com doçura: – Ó Princesa, o amor que sinto por ti é tão grande que tudo que mais desejo é passar uma noite ao teu lado. A princesa, sem pensar muito, respondeu: – Ó guarda, sonho com nossa união há um bom tempo...


A Princesa arrancou sua roupa e se deitou ao lado do belo jovem em sua cama, onde tiveram uma noite inesquecível. Passaram-se algumas semanas e Branca começou a passar mal, vomitar e ter mal estar. Seus pais logo já começaram a desconfiar de que a jovem estava grávida e não sabiam o que fazer. Depois de muito pensar e pensar, os pais da bela moça tiveram uma ideia. Eles não queriam apelar para este lado, mas se preocupavam muito com essa gravidez e a maldição. Os pais de Branca lhe deram uma maçã mortal. Eles não queriam perder sua filha, mas o reino era mais importante. Um dia o Rei e a Rainha deram a maçã a sua filha, mas com muito aperto no coração. A Princesa, ao morder a maçã e engolir o pedaço que havia em sua boca, caiu no chão. Os pais da jovem, muito arrependidos, morderam também a maçã e morrem ao lado dela.


Lígia Harumi V. B. Tanaka “Dinheiro é número, e números nunca acabam. Portanto, se você busca dinheiro para ser feliz, sua busca pela felicidade nunca acabará.” (Bob Marley)

A DONZELA SEM MÃOS Era uma vez, há muitos anos, um reino que se encontrava em crise. Todos, exceto a realeza, passavam fome e miséria, em especial uma família que tinha sua casa na estrada, e por causa do movimento escasso, vivia a miséria da miséria. Certo dia, o homem dessa família foi trabalhar, mas, enquanto caminhava por entre as árvores, outro homem com belas vestes apareceu e prometeu riqueza a ele. No entanto, o desconhecido impôs uma condição: dali a três anos, ele cobraria sua dívida, que era o que estava atrás de sua casa. O lenhador, que não era bobo, aceitou e, o homem suspeito que levava consigo uma energia negativa, foi-se embora. Enquanto o pai da família voltava para casa, pois ficaria rico e não precisaria mais trabalhar, encontrou sua filha, desesperada, vestindo nobres trajes e caindo em lágrimas. Ela relatou ao seu pai que sua mãe tinha virado ouro maciço, instantaneamente, enquanto pendurava as roupas no varal, e que a humilde casa, virara uma mansão. O homem nunca estivera tão feliz e triste simultaneamente. Passaram-se três anos. Tudo continuava na calmaria possível. A estátua havia ganho um lugar no quintal da casa. De repente, o misterioso homem, agora desmascarado diabo, surgiu para levar a estátua embora. Como estava muito pesada, ele foi obrigado a cortar fora as mãos da donzela. Quando fez isso, o pai e a filha partiram em ataque ao diabo, mas acabaram sendo mortos. A mulher, paralisada, assistiu à morte de sua família. Ela chorou. Chorou muito. Nunca experimentara uma dor tão intensa. Seu sofrimento de ver as pessoas mais amadas de sua vida morrerem por ela era inacabável. Suas amargas lágrimas dissolveram o ouro que a envolvia e mantiveram longe o odioso capeta. Porém, suas mãos permaneceram caídas ao chão, sem vida e cobertas pelo nobre metal. Em um ato de desespero, começou a correr, hesitanto por ter deixado suas mãos no chão. A mulher que antes era feliz, mesmo que pobre, exalava uma energia negativa potente de tal forma que afastava todos os males, tanto que nem o mais bravo dos vilões atreveu-se a chegar perto da senhora. Após andar por muitos dias, a mulher que perdera toda sua família avistou um humilde vilarejo, e ali se


estabeleceu. Décadas se passaram e a vida da senhora que já fora uma estátua, estava um inferno. Nunca se esqueceu daquele homem que a transformou em ouro, matou sua família, cortou suas mãos, e agora infernizava sua vida. Cansada de ser tudo isso, matou-se em pedido de piedade e, finalmente, teve paz.


Maria Victória B. Cascaldi “Os homens pensam que possuem uma mente, mas é a mente que os possui. Há pessoas que amam o poder, têm outras que o poder de amar.” (Bob Marley)

JOÃO E MARIA – CAÇADORES DE BRUXAS Quando pequenos, João e Maria tinham uma vida muito feliz na cidadezinha onde moravam. Os seus vizinhos desconfiavam que sua mãe era uma bruxa, e então queriam matá-la. No dia que eles foram colocar fogo em sua mãe, o pai os levou para a floresta para que eles não vissem o sofrimento da mãe. A mãe morreu e os meninos cresceram sozinhos, eles foram presos por uma bruxa que os fez comerem muitos e muitos doces até que João ficou diabético. Eles queriam matar todas as bruxas de uma vez só, pois acreditavam que foi por elas que sua mãe morreu, então uma vez a cada dez anos acontecia a mais famosa das luas, a lua vermelha. Para as bruxas negras conseguirem a vida eterna, elas tinham que recrutar doze crianças no dia de seu aniversário e fazer um ritual de magia negra. Quando João e Maria descobrirem isso, eles entenderam realmente o sumiço das crianças. Uma menina da cidade os ajudou nessa descoberta. João e Maria descobriram que essa menina era uma bruxa branca assim como sua mãe e que ela não faz mal a ninguém, só ajudava. No dia da lua vermelha, João, Maria e a bruxa branca foram até o local onde todas as bruxas da região iam se encontrar para fazer o ritual. Eles montaram armadilhas e se armaram com venenos. E foi assim que os três acabaram com todas as bruxas daquela região.


Otávio Silva Andrade 4Cm “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.’' (Charles Chaplin)

CINDERELLA DO SÉCULO XXI Era uma vez um viúvo que tinha uma linda filha chamada Cinderella, mas todos a chamavam de Cindy. Com o passar dos anos, ele começou a se sentir muito só e resolveu casar novamente. Casou-se com uma viúva que tinha duas filhas, por sinal muito invejosas. Elas eram mal educadas e mimadas. Na ausência do seu padrasto, elas implicavam muito com Cindy. Um dia, o pai de Cindy, já com uma idade elevada, faleceu e a vida de sua filha piorou ainda mais. Em uma tarde, as meninas ficaram super empolgadas, pois viram na internet que o garoto mais popular e bonito do colégio iria fazer uma grande festa no seu aniversário e que todas as garotas do colégio estavam convidadas. Cindy pediu dinheiro para a madrasta para que pudesse comprar um vestido novo, porém ela se recusou. Cindy disse que a herança deixada pelo pai também pertencia a ela, mas nada adiantou. Porém, ela não se deu por vencida e começou a pensar em uma maneira de ir à festa super produzida e arrumada. Foi então que ela viu, no mural de seu prédio, que vários moradores estavam precisando de uma serviçal doméstica. Mais que depressa Cindy aceitou a proposta e, em pouco tempo, conseguiu juntar um bom dinheiro para gastar no shopping. Comprou um belo vestido de grife e passou horas no salão de beleza, além de acrescentar ao seu visual um anel de cristal que era de sua mãe. Na festa, os convidados não tiravam os olhos de Cindy, e suas irmãs nem a reconheceram. Ao vê-la, o aniversariante logo foi tirá-la para dançar. Eles conversaram e se divertiram a noite toda, mas, quando Cindy percebeu que já era muito tarde e que suas irmãs já estavam indo embora, saiu correndo sem se despedir do garoto e muito menos ter passado seu Whatsapp para ele. Na pressa, o anel escorregou de seu dedo, mas o garoto o encontrou e guardou com muito cuidado, pois o anel poderia ser uma forma de ajudá-lo a encontrar Cindy novamente.


No dia seguinte, ele viu cuidadosamente todas as fotos da festa e encontrou uma com Cindy. Fez vários cartazes com sua foto com a seguinte mensagem: Procuro esta garota por quem me apaixonei. Te encontro hoje depois da aula na quadra. Quando o sinal tocou anunciando o término da aula, ele foi correndo para a quadra. Chegando lá, encontrou três garotas, uma delas era Cindy, as outras duas eram as irmãs dela que por sinal tinham alguma esperança de um dia ficar com aquele garoto. Mas ele logo percebeu que Cindy era a garota da festa. No mesmo instante, ele colocou em seu dedo o anel que serviu perfeitamente. Então ali mesmo ele a pediu em namoro. As filhas da madrasta ficaram de boca aberta e, dias depois, Cindy foi morar com sua tia e conseguiu, legalmente, sua parte na herança de seu pai. Anos mais tarde, eles se casaram e tiveram uma vida longa e feliz.


Raquel Motta Riboldi “No fim, o que a gente sente mais falta é do futuro.” (Luís Fernando Veríssimo)

VÉU VERMELHO Ela caçava as pessoas, as assustava e as destroçava, mas antes ela era uma menina doce, gentil e meiga. Ninguém poderia prever o seu asqueroso destino. Torturada, abusada e destroçada, foi assim que ela foi deixada na floresta, com um fino véu vermelho amarrado em uma trouxa com os seus pequenos e despedaçados membros. A pobre garota nunca foi lembrada, nem uma única lágrima foi derramada pelo seu desaparecimento. A jovem foi condenada a vagar pela floresta até que fossem encontrados os seus pedaços. Todos os viajantes que passavam por ali eram como um prêmio para ela. Seu único desejo era que um deles a encontrasse. Mas aqueles miseráveis ignorantes lhe deixavam louca. Enquanto ela estava morta e condenada, eles reclamavam de suas vidas apesar de serem completamente saudáveis. Então ela os matava. A

última

coisa

que

eles

conseguiam

enxergar

era

um

véu

vermelho.

Quando o rei se deu conta de que a floresta era a única forma de entrar no reino, e de que todas as pessoas que ousaram atravessá-la estavam mortas, isso se tornou um problema, pois a comida já faltava. Não se sabia o que estava matando as pessoas e ninguém ousava ir descobrir. O espírito da jovem, percebendo que as pessoas estavam evitando a floresta, viu uma oportunidade para, mais uma vez, se vingar quando viu uma jovem

andando

pela

floresta.

No reino, ouviu-se um grito estridente, anunciando a chamada da garota, que, assustada, corria com um pergaminho em suas mãos. Ao entregá-lo ao rei, a jovem ainda conseguiu dizer: “Ela veio se vingar, ela não vai parar, ela..." Nesse momento a jovem morreu. O rei pegou o pergaminho de suas mãos e leu: "Meu corpo deve

encontrar,

para

a

floresta

eu

deixar".

O rei ficou louco, alguém os havia amaldiçoado. Ele logo mandou os caçadores para a floresta para encontrar o tal corpo. Mas nem todos voltaram. Os que voltaram nunca estavam inteiros, porém ainda diziam: "O véu vermelho os matou".


Thais Massita Hasimoto “Em cada estante das nossas vidas, temos um pé nos contos de fadas e outro no abismo.’’ (Paulo Coelho)

PRÍNCIPE ADORMECIDO Para a festa de batizado da princesa Aurora foram convidadas doze fadas para serem suas madrinhas, pois achavam que, se convidassem 13, esse número traria azar. As madrinhas presentearam sua afilhada com vários dons, como beleza e coragem. No meio da festa, surgiu a décima terceira fada, na verdade, uma feiticeira que, com ódio por ter sido rejeitada, raptou Aurora. Ainda faltava uma fada para presentear a princesa. Então essa fada fez um comunicado para todos os príncipes de todos os reinos: quem resgatasse Aurora, a tal fada iria abençoar o casamento e a união desse mais novo casal. Passaram-se dezesseis anos e ninguém tinha conseguido, pois a feiticeira acabara matando quase todos os príncipes. Então, um príncipe muito corajoso, bonito e forte a enfrentou. Quando estava quase conseguindo derrotá-la, ela lançou-lhe uma magia e ele desacordou. A princesa viu o ocorrido e começou a chorar muito. A feiticeira Malévola foi abraçá-la e disse que era para seu bem. Nesse abraço, Aurora pegou um fuso de uma roca e matou Malévola. Aurora saiu correndo e sentou-se ao lago do príncipe e pôs-se a chorar. Depois de alguns minutos, ela o beijou. Ele levantou-se e eles se beijaram. O príncipe levou Aurora de volta para seu reino. Como prometido, o casal foi abençoado e eles viveram felizes para sempre.


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