Reescrita dos Contos de Fadas 4CT

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Arthur Pereira Abrão “É melhor que fale por nós a nossa vida, que as nossas palavras.” (Gandhi, Mohandas)

OS TRÊS LADRÕES Era uma vez três ladrões. Eles formavam uma equipe e juntos faziam vários roubos. Uma vez eles roubaram uma joalheria e, com esse roubo, conseguiram dinheiro suficiente para uma vida inteira. O lucro foi dividido igualmente entre Valter, Miguel e Pedro. Então os três decidiram se separar e seguir cada um a sua vida. Valter decidiu continuar com a carreira criminosa. Miguel decidiu aproveitar sua vida ao máximo gastando todo seu dinheiro sem se importar. Já Pedro decidiu investir seu dinheiro em uma loja, lavando, assim, seu dinheiro, pois temia ser preso. Não demorou muito para a polícia começar a investigar o roubo. Quem comandava a investigação era Bruno, um renomado detetive, conhecido tanto pela polícia quanto pelos bandidos. Para eles Bruno era conhecido como o lobo mal, pois perseguia incansavelmente as suas “presas”. Alguns meses depois, Valter foi preso roubando um posto de gasolina, e depois condenado por esse e por seus outros crimes. Após algumas semanas da prisão de Valter, Miguel começou a ser investigado. Passado algum tempo ele também foi preso e condenado. Bruno ofereceu aos dois uma diminuição da pena caso eles entregassem seu outro parceiro. Mas ambos negaram por não saberem onde estava Pedro e também por desconhecerem seu verdadeiro nome, já que os três usavam nomes falsos em seus roubos. Alguns anos se passaram e Bruno decidiu se aposentar e ter uma vida simples com sua esposa. Pedro tornou-se um grande empresário e até hoje não existem suspeitas sobre ele. Miguel foi libertado após algum tempo e hoje trabalha como garçom em uma lanchonete. Já Valter continua preso até hoje, sofrendo as maiores torturas e atrocidades dentro da cadeia.


Beatriz Carvalho da Costa “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existem. ” (Oscar Wilde)

A MENINA DA CAPA BRANCA Em uma pequena vila há muito tempo atrás, morava uma menina com sua família. Ela se chamava Anne e era pura como a neve, e como a tradição da vila dizia, enquanto permanecesse virgem, deveria usar uma capa branca. Num sábado, como de costume, a menina ia até a casa de sua tia entregar algumas frutas do pomar que cultivava em sua própria casa. Anne era pura e delicada, porém ela sempre teve vontade de se aventurar e quebrar a rotina. Contudo, desde que era pequena, sua mãe sempre falava para ela se afastar dos homens, para não confiar neles e Anne iria descobrir a verdade disso naquela tarde. Então a menina foi para a casa de sua tia. Quando se deparou com a opção de dois caminhos, lembrou que sua mãe sempre dizia para ela ir pelo mais comprido, que não havia movimento, porém nesse dia a menina decidiu ir pelo mais rápido, que passava na frente de uma carpintaria onde lenhadores costumavam trabalhar. A menina seguiu seu caminho até que se deparou com um animal selvagem. Anne começou a ficar desesperada, quando de repente um lenhador apareceu, assim salvando sua vida, e a menina lhe perguntou o que poderia fazer para retribuir o favor e o lenhador só pediu para acompanha-la até a casa de sua tia. A menina, sem muito entender, cedeu e os dois continuaram a caminhada. Quando chegaram à casa de sua tia, o lenhador novamente perguntou se poderia acompanha-la, mas desta vez até dentro da casa e novamente a menina cedeu, os dois entram na casa e não viram ninguém. A menina chamou sua tia, mas ninguém lhe respondeu, então ela andou um pouco pela casa e vendo que o lenhador estava cansado da viagem e do trabalho, lhe ofereceu uma xícara de chá. Sem cerimônia, o lenhador aceitou, mas quando a menina chegou na cozinha, se deparou com um bilhete de sua tia falando que havia saído para uma viagem nas montanhas. Após terminar o chá, ela informou o lenhador que sua tia estava em uma viagem, e no meio da frase de Anne, ele a interrompe dizendo que já sabia disso. A menina, assustada, tenta fugir, mas o lenhador tranca as portas, assim prendendo-a dentro da casa. Ele disse que seria rápido e que seria melhor


que ela cooperasse. Sem reação por parte dela, o lenhador foi para cima da menina e, após terminar, a menina corre para sua casa, deixando para trás sua capa branca e a sua pureza também.


Bruno Solon Viana “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Antoine Lavoisier)

OS TRÊS ASSASSINOS Era uma vez uma vizinhança bem tranquila onde todos os animais viviam suas vidas pacatas. O lobo era o responsável por manter a vila segura, pois a floresta ao seu redor era amaldiçoada e, a qualquer instante, monstros poderiam sair dela. Contudo, há anos que nada saía de lá e isso fazia com que os animais não se lembrassem do perigo que corriam, mas, apesar de tudo, a tranquilidade surpreendentemente reinava no vilarejo. Certo dia, como de rotina, o lobo foi ver a “situação” da floresta e, de repente, se deparou com três criaturas, as quais estavam na penumbra, portanto não identificou o que realmente estava perante ele. Ficou um pouco receoso, porém resolveu se aproximar. Quando chegou mais perto, observou que eram apenas três porquinhos. Com isso, logo lhes ofereceu ajuda e os convidou para irem à vila, todavia é claro que antes fizera um pequeno interrogatório para saber mais sobre eles. Percebeu que eram quietos, falavam apenas o necessário e, às vezes, nem isso. Entretanto, o protetor da vizinhança confiou absurdamente neles e os apresentou para os demais. Então, os novos “moradores” já estavam bem acomodados em sua casa, que era realmente apenas uma, pois eles queriam ficar juntos. Entretanto, com o passar dos dias, a tranquilidade daquele lugar acabou, porque alguns animais haviam desaparecido. Logo todos desconfiaram dos “recém chegados”, contudo o lobo não deixou o povoado tirar medidas precipitadas e achou melhor investigar mais a fundo aquele caso, mas só depois de passar na floresta para o monitoramento de costume. Quanto mais o lobo se aproximava da floresta, mais sentia um odor insuportável, parecido com algo já em estado de decomposição. Ao adentrar lá para saber o que era, ele viu os corpos dos animais desaparecidos. Muito assustado e aterrorizado com a cena, voltou imediatamente para o povoado. Contudo, ao chegar, notou que todos haviam desaparecido e esse mistério permanece até hoje na vida do lobo, que ainda busca por respostas.


Gabrielle dos Santos Nunes “Não, eu nunca fiz isso!” (Senhora)

PÓS-CRÉDITOS: ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS Passaram-se dez anos desde minha última ida ao País das Maravilhas. Depois que assumi os negócios do meu pai, nunca pensei em voltar. Tenho experimentado coisas nova, a terrível expressão “ser responsável”. E agora estou aqui novamente, na estranha sala quadriculada preta e branca, mas alguma coisa está errada, ou melhor, certa. Só há uma porta, do tamanho que uma porta deve ser e não há nenhuma bebida

ou

bolo

que

faça

eu

encolher

ou

crescer;

tudo

está

tão...

Normal?

– Que estranho! – pensei – Tudo está tão normal! Não há pessoas maravilhosas e incomuns que repetem uns aos outros, não há animais que falam ou pessoas inesquecíveis, como o Chapeleiro. Então, lá fui eu, em direção ao castelo da Rainha Branca, procurando respostas. Tudo destruído! Não havia nada, até que uma graciosa borboleta azul veio em direção ao meu ombro e

pousou. –Absolem?,perguntei. –

Não,

Absolem

morreu

Alice.

Você

Sou

muito pode

tempo. me

Meu

nome

dizer

é

o

Absolino,

que

e

você

aconteceu

é?

aqui?

– Já ouvi falar de você e não se parece nada com o que me disseram. Não parece ter tido coragem para

enfrentar

a

Rainha

Vermelha,

muito

menos

decapitar

o

Jaguadarte.

– É, mas eu fiz e consegui trazer a paz aqui, pelo menos por um tempo... Responda minha pergunta! – As bruxas malvadas do Oeste e Leste aconteceram! Levaram todos e destruíram tudo. Foram para a cidade

das

Esmeraldas Foi

e você

m

Oz.

que

Preciso me

da

sua

trouxe

ajuda! aqui?

– Não faço ideia de quem a trouxe. Agora pare de fazer perguntas e vamos logo. Continuamos Continua...

andando,

até

nos

depararmos

com

uma

estrada

de

tijolos

amarelos.


Guilherme Buosi Neto “A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas.” (Karl Marx)

JOÃO INFIEL E O PRÍNCIPE MALDITO Em um reino distante, um rei estava gravemente doente e, sentindo a chegada da morte, ordenou que lhe trouxessem seu empregado mais fiel, João Infiel. Após alguns minutos de conversa, o rei pediu ao empregado que não deixasse o filho entrar de maneira nenhuma na última sala do corredor. Depois dessa conversa, o rei faleceu. João viu, nessa situação, uma maneira de se tornar mais do que um simples empregado: um rei. Para conseguir tal façanha, ele teria de descumprir o que havia prometido ao rei. E assim o fez. João levou o príncipe até a sala proibida e o jogou lá, esperando que algo de ruim ocorresse com o pobre príncipe, de preferência, a morte. De certo modo, o príncipe morreu, pois, ao cair na sala, o mal contido lá dentro entrou no corpo do jovem transformando-o em um ser maligno sedento por vingança. Infiel estava pulando de felicidade por ter se tornado o rei, mas, ao olhar para trás, viu a porta se abrir e o que havia sobrado do jovem príncipe, que, ao ver João, partiu para cima dele arrancando seu coração com apenas um golpe e jogando-o na lama para apodrecer.


Gustavo Vicentini de Oliveira “O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein)

TRAIDORA TRAÍDA Após viverem uma grande aventura, os porcos são avisados que sua amiga, Chapeuzinho Vermelho, foi raptada pelo lobo, e que o mesmo estaria pedindo dinheiro para libertar a moça. Se fosse há alguns anos, eles não estariam maduros para embarcar nesse conto, mas, depois de tudo o que passaram, arriscaram-se para salvá-la. Em uma noite escura, saíram procurando Chapeuzinho em seus novos carros. Definitivamente, não eram mais jovens, agora já eram adultos. Mesmo sendo mais velhos, assustaram-se ao entrar na Floresta dos Cadáveres. Os mortos levantaram e perseguiram os animais. Fantasmas, lobisomens e vampiros os aterrorizavam. Corajosos, pisaram fundo no acelerador e desbravaram a floresta até encontrarem um pequeno barraco com a luz acesa. Naquele lugar, avistaram uma velhinha e, confusos, foram perguntar se ela havia visto um lobo passando com uma garota. A resposta foi negativa. Convidados para tomar um café, entraram na casa e, sem desconfiar de nada, degustaram o alimento oferecido pela senhora. Logo caíram no sono, e acordaram com uma forte dor. Ao lado dos porcos, cortando-os em partes, estava a maquiavélica Chapeuzinho Vermelho e rindo, sentado, estava o lobo, pensando no jantar que teria naquele dia. Indignados com essa traição, os irmãos não entenderam como sua amiga fora capaz de cometer tamanha desumanidade. Ela tinha se tornado aliada do lobo em suas crueldades e os seus sentimentos não existiam mais. A um fio da morte, imploravam pela vida, o que de nada valeu. Sem sentimentos, como sempre, os novos amigos desfrutaram de um delicioso jantar, e, logo após a refeição, mais uma traição: o lobo, por pura malvadeza matou a moça, e fugiu com a avó da dela, em busca de novas vítimas.


Henrique Ulman F. De Almeida “O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.” (Oscar Wilde)

O INÍCIO DE TUDO Em uma época tão distante quanto a idade das palavras, criaturas miteriosas reinavam em nosso mundo, um mundo diferente do atual, um mundo sem luz. Essas criaturas, não sei como chamá-las, elas criaram o que nós vivemos, essas criaturas criaram a vida. Elas se dividiram em três, uma criou as montanhas e os cânions, outra criou os mares e os lagos, e outra criou as florestas e o seres vivos. Essas entidades, depois de criarem o mundo, se uniram para cuidar dele. Uma simbolizava o poder, outra a sabedoria e a última a coragem. Assistiram o lugar que criaram se desenvolver, evoluir, se transformar. Viram a vida se iniciando, se acabando, e se levantando novamente, civilizações sendo criadas e seres se desenvolvendo. Contudo, junto com toda essa beleza, também se desenvolveu o ódio, a tristeza e a trapaça. Viram guerras acontecerem. Pensaram, refletiram e resolveram aparecer para a sua criação, não como eram, mas se transformando em sua própria criação. Ensinaram o amor, a paz e a união, mostraram como todos podiam ser felizes com aquilo que lhes dera. Quando se sentiram satisfeitos, foram embora, porém essas criaturas eram ariscas, sempre queriam ser melhores que os outros, obter poder, sabedoria e coragem. Chega a ser engraçado. O que os seres almejavam eram os próprios criadores, então muitos sinais e escolhidos foram mandados para esse lugar, para pregar o ensinamento que os criadores não conseguiram pregar. Por um tempo aquilo funcionou, mas novamente guerras e mais guerras aconteceram, muitas vezes até por crenças diferentes e seus criadores, desesperados, não sabiam o que fazer, até que uma ideia apareceu, eles mandavam sinais. Sinais para alcançar o que tanto os seres almejavam: serem deuses. Esses sinais eram para pregar o amor, a paz e a caridade. Muitos seres buscaram isso. Criaram crenças e mais crenças. E esses criadores, muito felizes com os resultados, foram descansar. Você deve conhecê-los. Em algumas religiões os chamam de deus, em outras, espíritos evoluídos, mas na verdade são apenas criaturas que buscaram evoluir.


Isabella Pereira Dourado “O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo.” (Mahatma Gandhi)

A CINDERELA NA ESCOLA Era uma vez uma garota de catorze anos que sofria muito com sua madrasta desde que seu pai morreu. Seu nome era Gabriela. A doce menina adorava estudar, mas muitas vezes era proibida pela megera de sua mãe postiça. Gabi estava terminando o nono ano do ensino fundamental e sua escola deciciu que haveria, no fim do ano, uma festa de formatura para todos os formandos, mas sua madrasta não a deixou participar. No dia do baile, Gabi chorava em sua casa até receber uma mensagem em seu celular: “vá até a varanda”. Ao chegar ao lugar ordenado, uma magia brilhante rodou sobre seu corpo. A menina com roupas pobres agora se tornara uma verdadeira princesa. Além de toda transformação, alguém deixara um bilhete dizendo que uma limusine a esperava na porta de casa. Ao chegar ao baile, Victor, o menino mais bonito da escola, logo se apaixonou por Gabriela e eles dançaram a noite toda. Quando dera meia-noite, toda a magia acabou e a menina saiu correndo, deixando para trás apenas sua sapatilha cor de rosa. Victor procurara a menina pela cidade toda, experimentando aquela sapatilha em todas que via pela frente. Ele estava apaixonado. Ao chegar à escola, cabisbaixo, seus olhos se encontraram com o da garota e seus corações se reconhecerem imediatamente. Era o começo de um novo amor.


José Eduardo Pires de Oliveira “A cura para o tédio é a curiosidade. Não existe cura para a curiosidade.” (Ellen Parr)

A ESCOLA AMALDIÇOADA Era uma vez uma linda garota chama Annabelle que estava passando enfrente a uma escola muito bela, no centro de Ribeirão Preto. Toda a escola estava com as luzes apagadas, exceto a útlima sala do último andar. Esta luz lhe chamou a atenção e uma voz dentro de sua cabeça sussurrou para que ela fosse em direção à sala de aula. Então, quando ninguém estava olhando, ela pulou o muro da escola e se embrenhou pelos corredores afora. Ao chegar ao último andar, no último corredor, Annabelle caminhou rumo à última porta onde, ofegante, parou. Com o coração disparado, colocou a mão na maçaneta, girou e entrou. Neste exato momento, a luz se apagou de súbito. Ela tentou acender a luz novamente, apertando o interruptor, mas nada aconteceu. Então, ela procurou desesperadamente pelo seu celular, pegou-o da bolsa e acendeu a lanterna do Iphone, todavia se arrependeu instantaneamente... Um fantasma segurando uma boneca toda ensanguentada disse com uma voz fria e baixa, quase como um sussurro: “Entregue-me... sua... alma”. No outro dia acharam o corpo dela mutilado e com a boneca ao seu lado. O brinquedo estava com uma faca na mão e um sorriso maldoso.


Júlia Oliveira Valentin “A diferença entre o veneno e o remédio é a dose.” (Autor desconhecido)

AMBICIOSAMENTE CHAPEUZINHO Era uma vez uma linda moça chamada Chapeuzinho Vermelho. Sua família era muito rica, mas ela ainda não possuía tal riqueza. Ela era uma menina muito ambiciosa, por isso, junto com seu amante, formulou um plano para ganhar a herança de sua avó, uma velhinha muito rica, cujo marido acabara de morrer. Sua avó vivera toda a sua vida dentro de uma floresta, pois gostava da calmaria e quietude daquele lugar. A mãe de Chapeuzinho pedia a ela, rotineiramente, que levasse mantimentos à avó. Um dia, a mãe de Chapeuzinho pediu a ela que levasse doces para sua avó. No caminho para a casa da velinha, Chapeuzinho passou na casa de seu amante, apelidade de Lobo, para pegar veneno, parte do plano para pegar a riqueza da velinha. Chegou à casa da avó, lhe deu os doces e a viu morrer. Para que ninguém desconfiasse que havia sido ela quem matou a avó, Chapéu foi até a floresta e gritou por ajuda. O inesperado aconteceu: um homem que caçava por perto ouviu seus gritos. O caçador levou ela e sua avó ao hospital, mas, para a felicidade de Chapeuzinho, a pobre velinha não resistiu. Como planejado por Chapéu e Lobo, a avó deixou tudo o que tinha para a neta. Chapeuzinho e Lobo então pegaram o dinheiro, saíram do país e viveram felizes para sempre.


Júlia Pimenta de Paulo “Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis.” (Charles Chaplin)

A LOBA MÁ Começando com o tradicional “Era uma vez”, era uma vez uma linda moça sem um pingo de inocência que possuía cabelos longos e ruivos. Ela se chamava Miley e sempre andava com um capuz vermelho em sua cabeça. Um belo dia, sua mãe pediu para que ela levasse uma cesta de doces para sua avó, mas lhe falou para ir pelo caminho mais longo, pois o mais curto era perigoso. Miley já estava acostumada a não ouvir sua mãe e ir sempre pelo mais perigoso, onde se encontrava com seu amante às escondidas. Após sair de casa, Miley estava entediada, mas logo se animou quando viu que se aproximava da casa abandonada onde ela e seu amor platônico se encontravam. Quando entrou na casa, Miley o viu sem roupa e já começou a tirar a sua. Após um tempo, era possível escutar do lado de fora da casa gritos e gemidos e isso se repetiu durante horas, até que os barulhos pararam e então ela saiu toda marcada em direção à casa de sua avó, mas não viu que seu amante a seguia. Quando chegou à casa de sua avó, entrou com um sorriso insuportável, como normalmente fazia, mas com uma surpresa: os doces que estavam na cesta estavam envenenados, feitos por ela e sua querida mãe para sua doce avó comer. Miley logo deu os doces para a avó e ficou sentada assistindo entusiasmadamente à sua morte. A avó parou de respirar e foi ficando roxa, até que finalmente morreu. Miley comemorou e logo deu um jeito no corpo. Primeiro ela acendeu uma grande fogueira do lado de fora da casa, depois cortou o corpo em pedaços e os jogou na fogueira. Bem nessa hora, seu amante apareceu e eles começaram a discutir, mas, em meio a tapas, acabaram indo para a cama novamente na casa de sua falecida avó. No dia seguinte, após uma noite longa, Miley pensou e achou melhor matar seu amante para que ninguém soubesse o que havia acontecido com sua avó. Aproveitando a fogueira que ainda estava acesa, cravou uma faca no peito de seu amante e o jogou no fogo. Depois de o corpo virar pó, ela resolveu voltar para casa e, quando chegou, sua mãe estava à porta desesperada e logo lhe perguntou: – Deu tudo certo? A vingança está feita?


Miley respondeu “sim” e as duas se abraçaram, choraram, riram, até que a realidade veio à cabeça da mãe, que foi se sentindo cada vez pior por ter praticamente matado sua mãe e, alguns dias depois, ela se suicidou. Miley agora vive sozinha e com raiva da própria mãe por ter se matado. Ela queimou a casa onde elas viviam e passou a morar no caminho mais curto da floresta, roubando doces e devorando criancinhas.


Laura Rabelo .C. Ferreira “Simplesmente amo demais as pessoas, tanto que fico triste pra caralho” (Kurt Cobain)

A JOVEM DE VERMELHO Tudo começou quando a jovem mulher foi para a cidade grande para fazer uma prova e entrar em uma faculdade de agronomia para ajudar a sua família no campo. Chegando lá, foi direto para uma república onde iria se hospedar. O tempo passou e ela havia feito a prova e passado na faculdade, então suas colegas da república combinaram de se encontrarem em uma boate para comemorar. Após a aula, a jovem vestiu seu vestido vermelho, que usava em ocasiões especiais, pegou a estrada e foi para a balada. Já era noite e no meio do caminho ela se perdeu, então encostou o carro e pediu informação para um homem misterioso que estava na rua. Ele havia dito para ela seguir pela estrada de terra, ela desconfiou, mas seguiu a informação. Na estrada estava tudo escuro e a jovem estava com a sensação de estar sendo seguida, então de repente alguma coisa entrou na frente do carro e ela desviou, mas acabou mandando o carro direto ao barranco. O carro desceu o mesmo com voracidade e bateu de frete a uma árvore, e então uma sombra subiu em cima do automóvel, mas um fazendeiro que percebeu que algo havia acontecido foi socorrer a jovem e aquela sombra sumiu. A jovem mulher acordou na cama de um hospital com sua família ao redor sem saber o que estava acontecendo, então ela virou a sua cabeça em direção a porta e viu o homem que havia lhe dado a informação. Assustada, ela pediu para voltar para a casa com a família e eles não compreenderam porque a parente queria abandonar tudo, mas vendo as condições em que ela se apresentava, eles consentiram e a levaram após sua alta do hospital. E até hoje há um mistério no ar, pois ainda não se sabe quem tentou matar a jovem de vermelho.


Leonardo F. de Moraes Rosa “Quando Deus quer, sabe como é que é.” (Lucas Lucco)

A BELA E O MAFIOSO O empresário Lucas estava voltando para sua casa quando se lembrou de que não tinha comprado o presente de 15 anos de sua filha. No trajeto, em uma esquina, observou, em um jardim de uma mansão, a rosa mais bela de todas. Estacionou o carro e resolveu pegá-la para levar de presente para sua filha. Mas, no momento em que estava cortando o talo, apareceu o dono da casa, muito alterado, e gritou: – Após o corte dessa rosa, sua alma será entregue a mim! O empresário, assustado, disse que faria o que ele quisesse, mas o homem só queria sua alma e se não voltasse no outro dia, seria perseguido pelos seus comparsas. Lucas foi embora muito tenso. Chegando em casa, reuniu a família, menos a filha, e contou-lhes o ocorrido e deu-lhes um aviso: – Amanhã partirei e vocês nunca mais me verão. A filha, por estar atrás da porta, escutou tamanha tragédia e, sentindo-se culpada, resolveu ir em seu lugar. Dirigiu-se à mansão e se apresentou como substituta do pai. O “tosco” dono da casa aceitou sua presença de tão bela que a moça era. Os dias se passaram e o malvado foi se apaixonando enquanto ela sonhava constantemente com um estranho homem, que era casado e adorava roubar joias. Um dia, sua esposa cansou e lhe propôs que parasse. Mas um tiro sem rumo acertou-a e, onde caiu o sangue, nasceu a roseira que é a mesma que seu pai havia cortado. Todos os dias ela sonhava com esse estranho e foi ligando-o ao dono da mansão. Ela percebeu que o amor estava tomando o coração dele, fazendo com que seu lado bom aparecesse ou desabrochasse como a rosa. Por causa disso, ela também se apaixonou por ele. Ele começou a liberá-la para sair e ver sua família, mas sentia muito a sua falta. Os dois então resolveram iniciar um namoro e ver no que ia dar.


Leonardo Vidal “O único lugar onde sucesso vem antes de trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein)

JOÃO E O CANAVIAL João era um menino do interior que morava em Ribeirão Preto e sempre passava o verão na casa de seus avós, que tinham uma fazenda, e nessa fazenda tinha cana a perder de vista. No último verão, ele tinha ajudado o avô a administrar a plantação. Ele ficou encantado e, ao final da temporada, João quis levar algumas sementes para sua casa, e lá tentar cultivá-las. Seu avô lhe deu sementes transgênicas. João as levou para Ribeirão Preto, as plantou no quintal e cuidou delas. Dezoito meses depois, elas estavam gigantescas, cerca de 1 km de altura. João chamou seu avô para ver a planta. Senhor Cido, avô de João, adorava contar histórias e, ao ver o tamanho daquela cana de açúcar, contou ao menino a história “João e o pé de feijão”, que atiçou sua curiosidade para explorar o que havia lá em cima. No dia seguinte, Cido e João subiram até o topo, usando o helicóptero do avô. Lá em cima havia almas de barões do café e toda a fortuna deles. Como seu avô já era rico e muito medroso, eles desceram ‘’correndo’’ de lá. Tempos depois, aquele pé de cana continuou a aumentar e incomodar os habitantes da cidade, que temiam que aquilo caísse, porém não podiam fazer nada. Misteriosamente, no dia em que seu Cido morreu, a planta virou cinzas.


Luiz Eduardo Mancijo Schiavi “Livros foram feitos para serem lidos e re- lidos, não para enfeitar estantes.” (Luiz Schiavi)

CHAPEUZINHO ROSA Era uma vez uma menina muito delicada que andava pela floresta com calma, com medo de estragar as unhas dos pés. Ela foi chamada de Chapeuzinho Rosa porque seu capuz era cor de rosa. O caçador, vendo aquela beleza de menina com cabelos bem cuidados, pele brilhante e dentes brancos, queria se casar com ela. Na primeira vez, ela não aceitou. Mas na segunda, querendo se aproveitar dele, pediu que a carregasse, com medo de sujar os pés, e depois aceitaria. Seu antigo namorado, um camponês, vestiu-se de lobo para assustar o caçador e pegar de volta o que ele achava que era seu. Quando tentou assustar na primeira vez, o caçador quase o atropelou, pois estava distraído e não o viu. Da segunda vez, o caçador quase o matou com o seu machado. Da terceira vez, o camponês (ainda vestido de lobo) o desafiou para uma luta. Se o caçador fosse esperto, o camponês nunca teria vencido, mas tropeçou em uma pedra e caiu. O camponês venceu e queria se casar com Chapeuzinho Rosa, mas ela não quis, pois o camponês não conseguia carregá-la.


Mateus Martins Nicolussi “Quando o grande ganha, o único argumento do pequeno é dizer que foi roubado.” (Corinthians Mil Grau)

JOÃO E MARIA Era uma vez um menino chamado João e sua irmã Maria. Ambos viviam com o pai e a madrasta. Eles eram uma família pobre com pouquíssima comida. Um dia, as crianças saíram com o pai para brincar e para se lembrarem do caminho de volta, João jogava no chão pequenos pedaços de um precioso filé que tinha. Pararam de andar ao chegar em um lago onde descansaram, porém o cheiro de carne deixado pelo garoto atraiu o poderoso olfato de lobos que os encontraram facilmente. Quando o pai percebeu a presença da matilha que ameaçava os filhos, disse para correrem em disparada. No meio do percurso, Maria torceu o pé e caiu. O irmão a pegou no colo e saiu em busca de ajuda. Após trinta minutos de perseguição, a família escondeu-se em um beco. Repousando da exaustiva maratona, foram encontrados pelos lobos novamente. A menina começou a gritar e chamou a atenção de um grupo de caçadores que passava por perto. Os homens, armados com M4A1, atiraram nos bichos, salvando os coitados que tiveram o que comer por muitos anos.


Matheus Simionato Firmino “Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo”. (Nemo Nox)

BELA E O CRIMINOSO Em uma cidade do interior do estado existia um comerciante, José, que tinha três filhas. A mais jovem chamava-se Bela, era linda e de temperamento doce. Suas duas outras irmãs, não tão belas assim, eram menos paparicadas pelo pai. Um dia José teve de ir à capital comprar mercadorias para a sua loja, pois lá sairia por um preço que lhe agradava. Mas, para não deixar suas filhas tristes, ele prometeu que traria um presente para cada uma delas. As duas irmãs mais velhas pediram presentes caros, como perfumes e maquiagens, enquanto Bela permanecia quieta. Seu pai lhe perguntou: – E você, Bela, minha filha, o que gostaria de ganhar? A menina, sabendo de que a situação de seu pai financeiramente não era a melhor, comoveu-se e pediu: – Pai, lá na capital, eu sei que existem parques lindos, eu gostaria que você colhesse uma flor como presente para mim. José partiu de madrugada pegando o primeiro horário de ônibus para o seu destino. Após concluir todos os afazeres na capital, a saudade por suas filhas batia muito forte, com que fez concluir seus trabalhos rapidamente para logo vê-las. Já no trajeto de volta, muito cansado, porém feliz por ter concluído tudo que desejara antes do tempo esperado, faltavam algumas horas para chegar à sua cidade. Estava no distrito vizinho, quando um imprevisto aconteceu: devido a uma tempestade, o motorista perdeu o controle e o ônibus capotou. Desesperado, José saiu em busca de socorro naquele bairro com aparência de ser muito rico. Casarões rodeavam a pista onde ocorreu o acidente, mas não havia um sinal de vida no local. Uma casa chamou-lhe a atenção, muito iluminada com um jardim belíssimo a sua volta. Ele, sem saber o que fazer, decidiu entrar em busca de ajuda. Lá dentro, tamanha era a riqueza dos cômodos que já não se lembrava do acidente, nunca havia presenciado tanta riqueza em um lugar. Na mesa havia comidas e frutos fartos embelezando mais ainda o local, e pôs-se a comer.


Farto, José decidiu sair logo dali, mas antes, em um criado-mudo, viu centenas de perfumes e brincos e decidiu pegar ao menos um para suas duas filhas mais velhas. E para Bela, foi ao jardim em busca da flor mais elegante e cheirosa, quando, se deparou com um homem de aparência ríspida, com seus 130 quilos cobertos por tatuagens. – O que está fazendo em minha casa? Você sabe com quem te metes? José se defendeu, mas em nada adiantou. O homem o ameaçou de morte, traficantes daquele local não tinham remorso algum. O mercador jogou-se de joelhos implorando que visse pela última vez suas três filhas. O criminoso então ordenou que, após uma semana, voltasse ele ou uma de suas filhas ao local. Se isso não acontecesse, ele iria caçar e matar toda a família. Sem opção, o homem, apavorado, voltou para sua casa e pediu ajuda para resolver esse problema. Bela se propôs a ir. De nada adiantavam os protestos do pai, a menina já estava decidida e não iria deixar seu pai morrer assim. Passaram-se sete dias e ela foi ao local misterioso Chegando à morada do monstro, encontrou tudo como lhe havia descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva. Pôs-se então a visitar o casarão e, qual não foi a sua surpresa, quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição com caracteres dourados: "Apartamento de Bela". Entrou e se encontrou em uma grande ala do local, luminosa e esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim. Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta. Abriu-a com cautela e se encontrou diante do traficante. Amedrontada, retornou e fugiu através das salas. Alcançada a última, percebeu que fora seguida pelo criminoso. Sentiu-se perdida e já ia implorar piedade ao terrível ser, quando este, com uma voz gentil e suplicante, lhe disse: – Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpe, mas não sou tão mau assim. Espero que a minha companhia, um dia, possa ser agradável a você. Eu gostaria de te pedir para que me acompanhe nesse almoço que está servido na mesa. Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, Bela consentiu e ao fim da tarde compreendeu que aquele homem não era malvado. Passaram então algumas semanas, a moça ainda morava lá e a cada dia se sentia mais afeiçoada por ele, que sabia revelar-se muito gentil, culto e educado. Uma tarde o homem, timidamente, levou Bela a um parque para fazerem um piquenique e lhe disse: – Bela, a partir do momento no qual você veio morar comigo, a minha vida mudou. Descobri que me apaixonei por você e parei com aqueles meus crimes temerosos. Eu gostaria de tornar nosso relacionamento mais sério, você aceitaria namorar comigo? A moça, pega de surpresa, não soube o que responder e, para ganhar tempo disse:


– Para tomar uma decisão tão importante, quero pedir conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo. O homem pensou um pouco, mas tanto era o amor que tinha por ela que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após uma semana voltaria. Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos, pois a imaginava já morta pelo criminoso. Pulou-lhe ao pescoço e a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu que já haviam passados bem mais de sete dias. Uma noite, em sonhos, pensou ver o homem morto devido a uma briga. No sonho, seu corpo estava perto do jardim. Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente para sua casa. Perto da roseira encontrou-o à beira da morte. Então, Bela o abraçou forte, dizendo: – Não! Não morra, acreditava que eu apenas sentia afeição por ti, mas agora com esse sofrimento, percebi que eu amo você. Aquelas palavras tocaram sua alma e fizeram com que ele ganhasse forças para abrir os olhos e dar seu último sorriso, coisa que só fazia ao lado de Bela.


Víctor Costa Pinho “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” (Albert Eistein)

OS TRÊS PORQUINHOS Meus irmãos e eu éramos conhecidos por praticar assaltos em toda vila. Isso deixava todos irritados. Chegou um dia em que as pessoas exigiram que nós deixássemos a cidade. Nós não aceitamos, e decidimos ficar escondidos em nossas casas. Ainda praticávamos os assaltos, mas de uma forma “amenizada”. Ao descobrirem que ainda estávamos na cidade, mandaram um agente especial atrás de nós, que portava uma máquina capaz de destruir tudo, ou simplesmente, jogar tudo pelos ares. Ao saber disso, meu primeiro irmão Bob, um maconheiro, decidiu fugir para casa de meu irmão Valdisney, alegando que sua casa tivera sido destruída pelo tal agente. Quando Valdisney ficou preocupado, ele também o temia, pois roubara sua moto, achava que ele poderia ter um ódio ainda maior. Então, meus dois irmãos vieram para minha casa, que ao invés da deles era feita decentemente, construída como uma verdadeira fortaleza, sem palhas ou madeiras, mas sim tijolos. Quando eu soube do agente, eu tremi, pois sabia que, de todos nós, eu era o mais odiado pela cidade. Não deram cinco minutos e o agente chegou, ele disse para abrirmos a porta, mas nada fizemos. A paciência do agente chegou a acabar, fazendo-o usar sua arma para destruir minha casa, porém esta não funcionou. Ele teve de entrar pela chaminé, o que nos surpreendeu. Ele nos capturou e nos levou presos, agora, divido uma cela com meus irmãos, e escrevo esse “relato”. É a única forma de me expressar, já que nos arrancaram as línguas, para que nunca mais falássemos com ninguém.


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