Santa Catarina • Agosto 2008
ESCOLA EM CONSTRUÇÃO As formas dos edifícios públicos estão diretamente ligados ao caráter simbólico que cada instituição pretende assumir frente à sociedade Fotos Osvaldo Nocetti
Beatriz Menezes dos Santos
O diálogo entre pedagogia e arquitetura escolar define o rumo dos recursos públicos destinados à construção de escolas. De 2007 a 2008, os estudantes da rede pública estadual foram beneficiados com a inauguração de 17 novas escolas, cujos investimentos somaram R$ 27.556.496,00. Além dessas unidades, estão em construção no Estado, mais 44 obras previstas para serem concluídas até o primeiro semestre de 2009. Os espaços esportivos também mereceram a atenção do Governo do Estado com investimentos na ordem de R$ 6.061.796,0021 que foram aplicados na construção de 21 novas unidades, dentre quadras e ginásios de esportes. Ainda estão em andamento outros 39 espaços destinados à prática desportiva prevendo recursos de R$ 9.448.410,00. De acordo com a Gerência de Operações da Secretaria de Estado da Educação, as novas instalações escolares, inauguradas este ano, estão equipadas com mobiliário completo, igualmente novos. As salas de informática possuem computadores, impressoras e móveis adequados; cadeiras, carteiras e armários, para as salas de aula, dos professores e da administração. Os corredores ganharam bebedouros. Foram adquiridos ainda ventiladores e aparelho de arcondicionado. Além disso, as bibliotecas estão recebendo acervos com livros didáticos e de literatura. Assim, a medida que crecem os investimentos aplicados no patrimônio escolar, o panorama arquitetônico das escolas vai mudando. Escuta-se seguidamente a frase: se alguém que tivesse morrido há 100 anos acordasse hoje, a única coisa que saberia reconhecer seria o espaço escolar, porque nele tudo permanece igual. Porém, para as escolas públicas catarinenses esta afirmação não é verdadeira. Um gerenciamento voltado à aprendizagem e alicerçado por recursos públicos consolida as conquistas anunciadas pelos instrumentos de avaliação que colocam a educação de Santa Catarina
Em 2007 e 2008 foram inauguradas 17 novas escolas que somam recursos de R$ 2,7 milhões. Até 2009 serão concluídas mais 44 unidades, totalizando investimentos de R$ 7,1 milhões
como destaque nacional. São medidas que representaram um salto qualitativo e demonstram a preocupação dos gestores da Educação com a função da estrutura física no desenvolvimento dos estudantes. No entanto, não são somente os investimentos que demonstram a preocupação da instituição com espaço escolar. Entender a escola como construção social implica compreendê-la
no seu exercício cotidiano, na qual as pessoas não são agentes passivos diante da estrutura. Nesse sentido, vem merecendo a atenção de pedagogos, arquitetos e gestores, a idéia de que a arquitetura e a ocupação do espaço revelam muito da educação que se pratica e que se praticava. As edificações contam a história das relações entre a escola e sociedade, dos
alunos entre si e com os professores, as prioridades dos governantes, falam sobre idéias e disputas políticas que têm como palco a cidade e seus prédios. Estão impregnadas de significados e indícios que podem ser estéticos, políticos, econômicos e sociais. As escolas, como qualquer organização que produza cultura, são testemunhas, são retratos de gerações.
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EDITORIAL
O espaço público da escola Beatriz Menezes dos Santos
Em função do debate sobre a democratização do espaço público, emergem propostas que propõem dar um sentido pedagógico ao espaço escolar, o que está chamando a atenção de gestores, pedagogos e arquitetos. Nas escolas públicas de Santa Catarina está superada a visão tradicional, de apenas construir mais salas para atender a oferta de classes nas áreas de grande demanda. Aqui, para colocar em pauta a relação espaço/aprendizagem, a construção das novas escolas leva em conta a educação que queremos. A preocupação de quem edifica se volta para além do prédio, para o seu diálogo com a comunidade escolar.
A arquitetura escolar entende o espaço como formador da cultura, da memória e da imagem da escola A adequação dos espaços escolares às Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), do Governo Federal, faz com que escolas públicas e particulares busquem ampliar suas áreas. No entanto, essa operação demanda um alto custo. Otimizar esse espaço e criar ambientes de uso múltiplo deve ser pensado na hora do planejamento arquitetônico. Assim, a criação de rampas de acesso, refeitórios e salas de aula adapta-
Jornalistas: Beatriz Menezes dos Santos/ 01572JP Suely de Aguiar/ 00416 Homero Gastaldi Buzzi/ 02096/80RP Silvia Letícia Daleffe/ JP/SC 1422 Letícia Povoas/ SC 02219JP
das aos alunos das 1ª séries, o "cantinho da leitura”, salas de tecnologia e informática e áreas para a educação especial, compreendem um novo anseio da sociedade buscando garantir a inclusão de estratos sociais que sempre foram deixados à margem pelas instituições. De acordo com a descentralização administrativa do Governo do Estado, a gestão dos espaços físicos escolares é de competência das Secretarias de Desenvolvimento Regionais, a quem cabe eleger prioridades, programar levantamentos, estimar custos e executar ações de melhoria destes ambientes , assim como a produção de projetos de engenharia necessária à viabilização das obras. Desta forma, a Secretaria de Estado da Educação determina que todas as normas técnicas que regulamentam as condições de adequabilidade dos ambientes devem ser observadas quando da elaboração dos projetos de engenharia para as novas escolas. Nesse sentido, orienta que sejam adotados os critérios normativos de segurança contra incêndio, sirenes, lâmpadas e setas, sistema de vigilância orgânica, em áreas que apresentam altos índices de violência, além da vigilância eletrônica já existente nas escolas com maior número de alunos. Alerta ainda que os técnicos façam averiguações periódicas nos equipamentos esportivos, assim como o pronto reparo, quando constatadas deficiências, como forma de garantir preventivamente a segurança das crianças e jovens que freqüentam as escolas. As ações voltadas à estrutura física das escolas é apenas
um dos vértices do programa Educação: Construindo Qualidade, lançado em junho, mobilizando cerca de 1500 gestores educacionais com o objetivo de consolidar o planejamento estratégico da instituição. Dando continuidade ao programa, a Diretoria de Educação Superior, está desenvolvendo estudos a distância que acontecem no ambiente virtual da Rede Catarinense de Pesquisadores em Educação. Estão envolvidos no processo 150 formadores em 50 salas com 30 diretores de escolas, num total de 44 horas. A etapa on line representa um novo olhar sobre o fazer pedagógico, abordando questões que vão desde as habilida-
des no uso da web, até a troca de experiências, com a meta de criar um sistema de avaliação institucional no Estado para melhorar ainda mais os índices de aproveitamento escolar. Em 2009 prosseguem os encontros, com a discussão do tema Gestão Curricular – fios que tecem o ensino aprendizagem e, o encerramento, previsto para 2010, vai debater a relação entre Educação e Trabalho. Nesta 6ª edição do Escola Aberta destacamos na página central o panorama dos instrumentos nacionais de avaliação, com o foco nas ações que determinaram os resultados positivos da educação catarinense. A apresentação de índi-
As ações voltadas à estrutura física das escolas é apenas um dos vértices do programa Educação: Construindo Qualidade ces que alcançam as metas do Ministério da Educação encontram-se expressos em gráficos na contracapa. Na página 5, confira a entrevista com o senador Cristóvão Buarque sobre a polêmica lei que instituiu um piso salarial único para os professores. Boa leitura e até a próxima edição.
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Editora Responsável: Beatriz Menezes dos Santos / 01572JP Fotografia: Osvaldo Nocetti Diagramação: Ivan Girardi Junior Revisão: Antônio Carlos Pereira
A comunidade assume uma importância cada vez maior no processo educacional. A sinergia entre pais, professores e alunos dão sentido à gestão escolar
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Política de Educação Superior e o exercício da cidadania *Mariléia Gastaldi Lopes
A Constituição Estadual garante a centenas de jovens, economicamente carentes, o auxílio por meio de Bolsas de Estudo e de Pesquisa, mas em contrapartida a sociedade deseja que os estudantes cumpram com as suas condicionalidades, que é a do envolvimento em projetos sociais com visão educativa, e em programas de pesquisa propostos pelas instituições nas quais estejam matriculados. No período de 2003 a 2007, a Secretaria de Estado da Educação repassou recursos para o pagamento de 112 mil bolsas de estudantes de graduação das Instituições de Educação Superior vinculados ao sistema ACAFE e ao sistema AMPESC, perfazendo um investimento de cerca de 182 milhões de reais. É um recurso bastante significativo e representa a possibilidade de inclusão da população de baixa renda à Educação Superior. Proporcionar aos jovens uma formação acadêmica constitui um avanço para o crescimento individual assim como representa fator contributivo para o desenvolvimento local, regional e nacional. Os projetos sociais com visão educativa são aqueles em que a comunidade é beneficiada com ações que geram oportunidades de conhecer, compreender e transformar a realidade social, favorecendo o exercício da cidadania, quando possibilitam um intercâmbio inteligente entre os saberes acadêmicos e os saberes da comunidade. A articulação da teoria com a prática se viabiliza em centenas de ações, tais como: apoio à terceira idade, com cursos da área da saúde; apoio pedagógico através de cursos para estudantes em recu-
peração de conteúdos; gincanas culturais; cursos de dança; apoio às escolas nas diversas modalidades de espor te; criação de hor tas comunitárias e escolares; curso de inclusão digital; cursos de arte; contador de histórias; programas de palestras em diferentes áreas, enfim, centenas de atividades que se desdobram por todo Estado. Os estudantes beneficiados com a bolsa do ar tigo 170 desenvo l ve m , t a m b é m projetos de pesquisa, apoiando os professores proponentes dos projetos e contribuindo nas inúmeras equipes, como pesquisadores. Por intermédio da experimentação e inovação metod o l ó g i c a c o nt r i buem para a transformação do contexto local e regional na perspectiva d a p ro d u ç ã o d o conhecimento novo. Outra vez é a teoria e prática fortalecendo o ensino e validando as funç õ e s p r i m o rd i a i s das Universidades: a pesquisa; o ensino e a extensão. A Secretaria de Estado da Educação, por meio da Diretoria de Educação Superior realizará, neste ano, em parceria com as Instituições de Educação Superior o "lº Seminário e Mostra Científica do Programa de Bolsas de Estudo e de Pesquisa do Artigo 170 da Constituição de Santa Catarina". Assim, a Mostra Científica, além de proporcionar uma avaliação da atuação dos acadêmicos beneficiados pelas Bolsas, possibilita divulgar o número de projetos sociais e pesquisas realizadas em favor do desenvolvimento local e regional.
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Art. 170 da Constituição Estadual amplia o acesso de jovens ao ensino superior
*Mariléia Gastaldi Lopes é Doutora em Educação e Diretora de Educação Superior da Secretaria de Estado da Educação
ENQUETE – ARTIGO 170 "As bolsas de estudo proporcionadas pelos recursos do Estado contribuem para viabilizar a permanência de estudantes economicamente carentes no ensino superior, assim como as bolsas de pesquisa que abriram importantes oportunidades de inserção destes estudantes na iniciação científica e na descoberta de novos talentos." Professor Eduardo Deschamps, reitor da FURB
"A transformação dos recursos previstos no artigo 170 da Constituição Estadual em bolsas de estudo e de pesquisa, permitiu que número significativo de estudantes carentes pudesse alcançar formação profissional, nas mais diversas áreas do conhecimento. Do ponto de vista educacional, parte dos recursos foram transformados em investimentos que asseguraram a ampliação das edificações, instalações e equipamento de laboratórios, expansão de acervos bibliográficos, titulação do pessoal docente e qualificação de pessoal técnico administrativo" Darcy Laske, secretário Executivo da ACAFE
"Graças ao artigo 170 muitos estudantes podem concluir a graduação e também realizar trabalhos de pesquisa e extensão, o que permite a articulação entre a teoria e a prática. Além disso, amplia o acesso de pessoas com deficiência ao ensino superior." Paulo Scarduelli, coordenador do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá
"O artigo 170, para quem veio do interior como eu, representa a realização do meu maior sonho: poder concluir a graduação. Por ser deficiente visual sou beneficiado com a bolsa integral, pois sem ela não teria condições financeiras de continuar estudando. Josué Leandro da Costa Coelho , acadêmico do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá
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Destaques
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Divulgação
Jovens se destacam na Educação Preventiva Suely de Aguiar
Doenças sexualmente transmissíveis e AIDS, entre os adolescentes, são alguns dos temas abordados no cotidiano escolar pelos estudantes Rodrigo Reis Silveira e Anderson Tranotti, ambos da região de Rio do Sul. Alunos das escolas de Educação Básica Henrique da Silva Fontes (Rio do Sul) e Adolfo Boeving (Trombudo Central), respectivamente, os jovens são
os destaques dessa edição do Jornal Escola Aberta. Rodrigo é autor do Projeto Multimídia, intitulado “Sem Dúvida”, apresentado durante o 7º Congresso Brasileiro de Prevenção de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), realizado em junho desse ano em Florianópolis. Anderson par ticipou da Mostra Nacional de Saúde e Prevenção na Escola e do Congresso Nacional de DST/HIV/AIDS, também realizado em junho. Ele
Rodrigo apresentou o projeto durante o 7º Congresso Brasileiro de prevenção de DST/AIDS
representou Santa Catarina no Por meio do Projeto MultiConselho Nacional Gestor e plicadores de Informação em debateu com jovens, de todo o DST/HIV/AIDS , viabilizado Brasil, sobre o kit pelo Núcleo de de Prevenção EduEducação Prevencativa, que será tiva (NEPRE) da A vida sexual distribuído nas Gerência Regional unidades escolade Educação de do jovem res , e sobre a Rio do Sul, estubrasileiro "polêmica" máquidantes das escona de preservatilas da rede públiinicia cada vos, com previsão ca estadual vêem para ser entregue vários vez mais cedo realizando daqui a 3 anos. trabalhos na área.
Idealizado pela Secretaria de Estado da Educação, os NEPREs têm como principal desafio prevenir e acabar com uma série de problemas ligados à sexualidade, violência e outros de aspectos relevantes entre os adolescentes que estudam nas escolas da rede pública. Esses, por sua vez, têm a missão de transmitir todas as informações à comunidade, concretizando mais uma ação de cidadania.
Silveira é o autor do vídeo educativo
Anderson discute com os jovens a distribuição de camisinhas
Tranotti quer debate com a comunidade Motivado pelo sucesso da 1ª Mostra quando colocar em prática. Ressaltou tamRegional de Educação Preventiva, promovi- bém a importância de, ao se tratar desses da pela Gered de Rio do Sul, Anderson Tra- assuntos, ter muito cuidado e respeitar as notti, da EEB Adolfo Boving, diferenças regionais existentes do município de Trombudo Ao escolher a entre o Sul e as Regiões NorCentral, inscreveu seu trabalho te e Nordeste do Brasil. para a Mostra Nacional de É fundamental que a metodologia Saúde e Prevenção na Escola escola trabalhe com medidas para a e para o Congresso Nacional de prevenção, tendo em vista de DST/HIV/AIDS, realizado que a vida sexual do brasileiEducação em junho passado. O jovem ro inicia cada vez mais cedo. No entanto, Anderson alerta representou Santa Catarina no Preventiva, para que tudo seja feito com Conselho Nacional Gestor e muito cuidado, clareza e delise reuniu com adolescentes deve-se cadeza como o tema merece. de todo o Brasil, para discutir respeitar a Ele informa que Santa Catarisobre a distribuição de Kits na é o primeiro estado no Brade Educação Preventiva nas diversidade sil a ter o Programa Saúde e escolas e sobre a polêmica Prevenção nas Escolas desde máquina de preservativos, cultural 2002. Futuramente, o jovem prevista para ser entregue Anderson pretende participar daqui a três anos. Anderson ressaltou que essas medidas só poderão de outros encontros em âmbito nacional ser aplicadas após ampla discussão com a para tomada de decisões sobre outras comunidade escolar e, principalmente, ações que serão organizadas, em parceria com os pais, para depois saber como e com a Unesco e Unicef.
A preocupação com a incidência da gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis e pelos casos de proliferação do HIV, entre os adolescentes, levou o estudante Rodrigo Reis Silveira, 17 anos, a elaborar o Projeto Multimídia, intitulado “Sem Dúvida”. O estudante apresentou o projeto durante o 7º Congresso Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e AIDS, realizado em junho, em Florianópolis. Ao lado de doutores das áreas da Educação e da Saúde, o jovem rio-sulense fez parte de uma das mesas de debate. Foram inúmeras as perguntas do público ao único jovem presente nas discussões. Tímido no início, o garoto, de aparência frágil, mostrou a que veio e proferiu palestra sobre o Projeto em que vem trabalhando. Integrante do Núcleo de Prevenção e Educação e aluno do 3º ano do Magistério
da Escola de Educação Básica Henrique da Silva Fontes, de Rio do Sul, Rodrigo participa de projetos de Educação Preventiva desde os 15 anos. Além do trabalho como técnico em informática, que realiza durante o período vespertino, e das aulas à noite, o tempo de Rodrigo está praticamente tomado entre os estudos e a participação em trabalhos com jovens e crianças. "Sinto-me muito honrado em ter participado de um debate com pessoas tão gabaritadas e espero que a experiência da nossa escola sirva de exemplo", ressalta o estudante. O Projeto é desenvolvido com alunos da EBB Professor Henrique da Silva Fontes. O nome do vídeo "Sem Dúvida" surgiu porque o objetivo do projeto é que todos os estudantes saiam das palestras e dinâmicas promovidas na escola sem nenhuma dúvida sobre a temática de prevenção das DSTs e AIDS.
Não deixar nenhum estudante com dúvidas é o principal objetivo do Projeto
Palavra do Mestre
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Piso salarial está no centro da polêmica Cristóvão Buarque defende a federalização como forma de garantir educação de qualidade Beatriz Menezes dos Santos
O projeto que institui um piso único de R$ 950,00 para os professores trouxe a pauta da Educação para o centro do debate polítco nacional. De autoria do senador Cristóvão Buarque (PDT- DF), o projeto que foi votado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e aprovado por unanimida pelo plenário, no mês de julho, tem causado polêmica entre governadores, prefeitos e secretários de educação de todo o país. Professor, Cristóvão Buarque acredita que o Brasil somente dará o salto de qualidade para seu futuro por meio da educação e que, sem um professor minimamente remunerado, isso nunca acon-
tecerá. Em seu currículo traz uma bagagem que lhe dá autoridade para falar do tema, pois além de educador e candidato à presidência da República com a bandeira Educação, foi Governador do DF, Ministro da Educação e é atualmente professor da UnB, da qual foi reitor de 1985 a 1989. Formado em Engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco, e doutorado em Economia pela Sorbonne, Paris, disseminou a noção de que a educação não é mero serviço ou direito assistencial, e sim a única maneira de construir um país moderno, solidário e eficiente. Para o Escola Aberta, falou sobre a federalização da educação e do impacto que a lei do piso representa no orçamento dos Estados. Fotos Divulgação
Educador acredita que o piso de R$ 950,00 a ser implantado até 2010 é apenas o início de uma longa caminhada
EA - A educação básica tem sido aponhoras, e, na maior parte das nossas escolas, tada por todos os segmentos da sociea regra é que a criança fique até a merenda dade como ponto de partida para o e, depois da merenda, vá embora. desenvolvimento econômico do país. No entanto, segundo relatório da OrgaEA - Enquanto a maioria das nações nização para a Cooperação e Desenvolmais ricas dá prioridade ao ensino vimento Econômico (OCDE), o Brasil é fundamental e médio, no Brasil é difeum dos países que menos investe na rente, pois aplicamos três vezes mais área. Enquanto a média mundial da aplina Educação Superior. Como resolver cação do PIB na educaessa distorção? ção é de 7%, nós investiCB - A proposta que faço mos apenas 5%. Isso e deve haver outras - é que “Se a deve mudar? a gente federalize a educaCB – Concordo que seria ção por cidades , que a educação mais estratégico formar uma Nação brasileira adote cidapopulação preparada para boa é cara, a des inteiras e que, nessas responder às necessidades cidades, transforme-se radimá educação calmente o estado da edude um país que cresce, colocando a educação em pricação de base. Que possaé ainda meiro lugar e ultrapassando mos, nessas cidades adotaesse patamar. Devíamos ter das pelo Governo Federal, mais cara" hoje, na educação, o mester salários elevados, com mo empenho que temos professores responsáveis e para com o futebol. No futebem dedicados, em prédios bol, todos começam cedo porque jogam bonitos e bem equipados, criando uma com as mesmas regras em qualquer lugar; população que vai ler, porque ali se colomas, nas escolas, as regras são múltiplas. cariam bibliotecas, teatros, cinemas. FarHá escola em que a regra é de oito horas se-ia a educação completa nessas cidade aula; outra, seis horas; outra, quatro des.
Alguns podem perguntar por que em algumas e não em outras. Porque não é possível fazer em todas ao mesmo tempo. Nem professores nós temos em quantidade suficiente para fazer essa revolução. Nem computadores nós temos em quantidade suficiente. Nada se faz de uma maneira só no país inteiro. Não dá para revolucionar a educação em todo o Brasil de uma vez. Nem dá para fazer em todo o Brasil aos pouquinhos, como se a gente melhorasse um pouquinho em cada cidade, em cada uma das 180 mil escolas. Mas a gente pode escolher um conjunto de cidades, espalhadas, não em um só Estado, inclusive cidades com características diferentes. E aí, em quatro anos, pelos meus cálculos, mil cidades teriam todas as suas escolas com a mesma qualidade que a gente deseja para todas as escolas do Brasil daqui a vinte anos. Em mais 4 anos, mais 1,5 mil cidades; em mais 4 anos, já poderíamos fazer em 2 mil cidades e, por fim, em mais 4 anos, a gente teria concluído todo o Brasil com toda a educação no nível que a gente quer para daqui a 20 anos. E a única maneira de fazer isso é pela federalização.
senadores, deputados, do próprio presidente da República, a aprovação desse projeto (que, inclusive, foi de minha autoria) dependeu de todo o Congresso. Contudo, não vejo o mesmo empenho dos parlamentares em outros projetos que considero igualmente importantes. Como disse, foi um primeiro passo. Vamos aguardar... Mas o que eu costumo dizer é que o político vai atrás do que a população quer. Quando falta segurança, o político fala mais nesse item. É assim com saúde, impostos. Por isso, acho que se o eleitor exigir educação, os políticos falarão mais sobre o tema.
EA - A forma como a lei foi aprovada tem causado divergências entre governadores, prefeitos e secretários de educação. Como o senhor avalia esta situação? CB- Trata-se de uma resistência tão forte como aquela que aconteceu depois lei da Abolição, em 13 de maio de 1888, quando diversos fazendeiros tentaram derrubar a lei, mesmo depois de aprovada, e outros, vendo que não dava para derrubar a Lei, usaram um subter fúgio: EA - A nova lei que instiapresentaram um projetuiu um piso salarial to de lei no Congresso, nacional para o magisténo Parlamento de então, rio é uma antiga aspirapedindo indenização ção da categoria. Um pelos escravos libertos. salário mais alto garanNão podemos deixar te a qualidade do ensique, no século XXI, no público? Ou é ape120 anos depois da "Devíamos ter nas o começo? Abolição, outros se volCB - É apenas um cometem contra a educação. para a educação o Os prefeitos e governaço. Eu li um dia desses, uma matéria em que se dizem que há mesmo empenho dores perguntava a uma pespouco dinheiro. Como soa, na Finlândia – que é há pouco dinheiro? que temos para considerado o país com Todas as contas que a melhor educação no são feitas, e acho que com o futebol" mundo – qual era o estão erradas , não segredo da Finlândia. E a estão prevendo, por pessoa disse: os professores, lá, para exemplo, a econômica que vai se fazer serem professores estão entre os melhocom menos professores doentes, com res quadros da sociedade. Para ser promenos repetência quando o professor fessor tem que ser muito, muito, muito tiver mais tempo para orientar o aluno. bom naquele país. Para isso, paga-se Mas vamos supor que o número muito, muito bem. Isso não se quer fazer. esteja certo: serão R$10 bilhões. A renÉ preciso ter um salário condizente para da do Estado brasileiro, nas três unidaatrair os melhores quadros. R$ 950,00 é des, vai além de R$ 840 bilhões. O últiinsuficiente, mas é o primeiro passo. mo cálculo é mais do que R$ 840 O piso dá dois saltos: um pouquinho bilhões. Como não podemos tirar 10 de na criação de um piso de R$ 950,00, que 840? É claro que pode. é muito pequeno; segundo, nessa determiE se o Estado de São Paulo, que é o nação de que a carga de trabalho não será mais rico do Brasil, com uma renda per toda ela gasta dando aula, uma parte é capita maior do que a de muitos países estudando, preparando a aula, corrigindo os ricos do mundo, não tiver dinheiro, peça ao trabalhos. Apesar disso, há hoje uma resisGoverno Federal. Esta é a luta: exigir do Pretência muito forte. sidente da República, deste Congresso, de nós que aprovamos a lei, mais dinheiro para EA - Embora o senhor afirme que a edufinanciar o buraco — se existir — para cumcação é um tema pouco explorado prir o piso salarial. pelos parlamentares, porém, neste Por isso, estou debatendo com a caso, houve um grande esforço conjunConfederação Nacional dos Trabalhadoto para a aprovação desta lei que apreres da Educação a idéia de, em defesa senta aspectos polêmicos, com o estada lei do Piso, fazermos uma mobilizabelecimento de um piso único nacional ção nacional com todos os dois milhões e o aumento das horas atividades . seiscentos mil professores do Brasil. Um Como implementar essa nova política? dia inteiro, vamos parar para debater CB - Apesar do empenho de vários como defender a Lei do Piso.
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Especial
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Escolas catarinenses posicionadas entre as melhores do país na avaliação do INEP Suely de Aguiar
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), Prova Brasil, Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), são ferramentas de avaliação que permitem traçar um diagnóstico das escolas públicas e privadas de todo o país. A partir dos resultados do IDEB, Governo Federal, Estados e Municípios têm as informações necessárias para definir políticas e implementar projetos nas unidades escolares. Na última década, Santa Catarina vem despontado no cenário brasileiro, ficando no t o p o d o ra n k i n g n a c i o n a l . Dados divulgados , recentemente, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (INEP) demonstram que, em 2007, o estado catarinense obteve média total de 54,53 no Enem, ocupando o
segundo lugar dentre todas as escolas públicas brasileiras. O exame, dirigido a alunos do terceiro ano ou concluintes do E n s i n o M é d i o é re a l i z a d o anualmente e, apesar de ser facultativo, registra a cada ano grande número de estudantes inscritos. Complementando o processo de avaliação dos estudantes de dois em dois anos, são promovidos o SAEB e a
O IDEB avalia as habilidades em leitura e matemática dos estudantes das 4ª e 8ª séries e do 3º ano do ensino médio
Prova Brasil, que avaliam as habilidades em Língua Portuguesa, com destaque para leitura e, Matemática, focando a solução de problemas. A Prova Brasil é aplicada a alunos de 4ª e 8ª série do ensino fundamental, da rede pública e urbana, e oferece resultados referentes a cada escola participante. Já o SAEB avalia, além de alunos da 4ª a 8ª série, também alunos do 3º ano do ensino fundamental, de escolas da rede pública e privada, localizadas nas áreas urbanas e rurais, e apenas parte dos estudantes das séries avaliadas participam da prova. As duas avaliações juntas, somadas às informações sobre o rendimento escolar coletados pelo Censo da Educação Básica, fornecem o resultado do IDEB, indicador que aponta o desempenho dos estudantes de todo o país. Além destas avaliações , este ano, está sendo
A meta é melhorar ainda mais os indicadores nacionais e criar um sistema de avaliação em Santa Catarina implementada a Provinha Brasil, elaborada pelo INEP, que servirá como instrumento de avaliação da alfabetização, aplicada a alunos da 2ª série do ensino fundamental, porém sem finalidade classificatória. Dentre as escolas públicas estaduais, Santa Catarina e São Paulo são os estados que obtiveram a melhor média de aprovação nas séries iniciais e finais,
sendo que no 3º ano do Ensino Médio, Santa Catarina liderou o ranking com média 4,0. Foram avaliadas, na rede estadual, 709 escolas das séries iniciais, seis delas alcançaram a meta do MEC para 2021, obtendo nota 6. Dentre elas estão as escolas Vidal Ramos Júnior (6,4), de Concórdia, Coronel Antônio Lehmkuhl (6,3), de Águas Mornas, e duas de Joinville, Professor Gustavo Augusto Gonzaga (6,3) e Conselheiro Mafra (6,2). Nas séries finais foram avaliadas 795 escolas, das quais 75 % d e s t a s a p re s e nt a ra m média superior às das redes estaduais do Brasil (3,6). Entre as primeiras colocadas estão a Escola de Ensino Fundamental Sagrado Coração, de Canoinhas; Dom Felício Cesar da Cunha Vasconcelos, de Irani. Na Capital, o destaque vai para as escolas Hilda Teodoro Vieira (séries iniciais) e Edith Gama Ramos (séries finais).
Escola Edith Gama Ramos é destaque em Florianópolis A melhor média da rede estadual, nas séries finais, foi a da Escola de Educação Básica Edith Gama Ramos (5,0), localizada no bairro Capoeiras, em Florianópolis. Nessa unidade escolar a leitura é dos melhores instrumentos para que os estudantes tenham bons resultados em todas as disciplinas. O Projeto de Incentivo à Leitura implantado no ensino fundamental é colocado em prática na Biblioteca e no espaço equipado com TV, DVD e Vídeo. " Os alunos que passaram de ano ou de bimestre, ao terminarem a prova, vão diretamente para esses espaços onde dedicam o tempo à lei-
O incentivo a leitura é o segredo do sucesso
tura", informa o diretor José Antônio Dainez. Para ele, boa parte do bom desempenho dos alunos da Escola Edith Gama Ramos se deve, também, ao Projeto de Valorização do Professor. Com a promoção de cursos de atualização, reuniões e conversas e debates, os 28 professores se sentem mais valorizados. "Procuramos ver o lado positivo dos fatos, evitando o lado negativo e não utilizando a crítica vazia", enfatiza. Entre os outros projetos desenvolvidos pela unidade escolar se destacam os de preservação ao meio ambiente e o de saúde bucal. Em parceria com a Universidade Federal de Santa Catariana, a escola implantou um gabinete odontológico para prestar atendimento aos 700 estudantes, da educação infantil e de 1ª a 8ª série do ensino fundamental. A maioria desses alunos reside em locais onde se concentram muitas famílias de baixa renda. Apesar disso, o índice de aproveitamento dos jovens e das crianças é muito bom. "Estamos muito satisfeitos com os resultados do IDEB que representam um prêmio para nossos alunos e professores", comemora Dainez.
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Média de Aprovação coloca o Estado em 1º lugar Santa Catarina e São Paulo são os estados que obtiveram a melhor média de aprovação nas séries iniciais, com 93,1% e 94,5%, e nas finais, 87,4% e 89,2%, respectivamente, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). No ensino médio, o estado catarinense conquistou a primeira colocação no ranking nacional, com 83,7%, e São Paulo a segunda, com 83%. Mesmo ocupando lugar de destaque nos indicadores de avaliação
nacional, a meta da Secretaria de Estado da Educação é melhorar esses índices e criar um sistema estadual de avaliação da educação básica. Quando se compara o crescimento da média de aprovação dos dois estados no período de 2005 a 2007, Santa Catarina leva vantagens, apresentando crescimento de 1,60%, nas séries iniciais, 1,14% nas finais e 2,66% no ensino médio. No estado de São Paulo, verifica-se uma queda de 0,76% nas séries iniciais e de
0,47 nas finais, enquanto no ensino médio, registrou o crescimento de 1,80%, menor taxa se comparada com a de Santa Catarina (2,66%). Os educadores afirmam que as metas alcançadas pelo IDEB e o crescimento na taxa de aprovação em 2007 se devem, principalmente, à qualificação dos professores , o aumento de vagas nas escolas, especialmente na faixa etária entre 6 a 14 anos e da diminuição da evasão escolar.
Centro de Educação Girassol representa bem a rede municipal Pela segunda vez consecutiva, o Centro Municipal de Educação Girassol (Cemeg), pertencente à rede municipal de São José do Cedro, conveniada ao Sistema Positivo de Ensino, conquista o 1º lugar em Santa Catarina, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). No IDEB até a 4ª série, o Cemeg passou do índice 6,3 em 2005 para 7,3 em 2007, sendo as maiores médias no Estado, nas duas etapas da avaliação. Até a 8ª série a média conquistada é 6,0 em 2007 ficando na 3ª colocação em nível estadual. A média do IDEB nacional passou de 3,8 em 2005 para 4,2 em 2007 até a 4ª série e de 3,5 para 3,8 em 2007 até a 8ª série. "A família CEMEG sentese orgulhosa e feliz, pois o índice alcançado representa o resultado do comprometimento de todo o município com uma educação de qualidade", declara a diretora do Centro, Doceli Conte. O Girassol atende 166 alunos da Educação Infantil (maternal, jardim e pré), 195 alunos de 1ª à 4ª séries e 119 de 5ª a 8ª do Ensino Funda-
mental e conta com 43 funcionários. A escola oferece atividades extraclasses como música, computação e desenho. A busca de parcerias foi fundamental para o sucesso da instituição que tem o apoio do Banco do Brasil para manter o Coral Vozes. A escola também se destaca no esporte. Participa da Maratoninha realizada na Capital, onde conquistou o 1º lugar no Estado. O Atletismo é outro esporte em que o Centro investe e incentiva a participação dos alunos, sendo que alguns já se destacam nacionalmente. A diretora lembra ainda que, além de ter participado do Soletrando no ano de 2007, onde a escola conquistou o 2º lugar do Estado, nos próximos dias, a unidade escolar participará de mais uma etapa do quadro exibido no Programa do Hulk, da Rede Globo. "Vamos, novamente, em busca de mais conquistas”, ressalta. O Cemeg também vai participar do Concurso Nacional de JINGLES, promovido pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) Conselho Municipal Antidrogas (Comad).
O índice alcançado representa o resultado do comprometimento de todo o município com uma educação de qualidade
Uma nova visão de gestão escolar é responsável pelo sucesso da escola nas avaliações
Projeto pedagógico coletivo envolve a comunidade e eleva a média da Escola Vidal Ramos Júnior A Escola de Educação Básica Vidal Ramos Júnior, da rede pública estadual de Concórdia, está entre as dez primeiras (até 4ª série) que ultrapassaram a meta do Ministério da Educação (MEC) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2007. A unidade escolar obteve média 6,4, enquanto que a meta do MEC era 6,0. A diretora, Nerci Galvão Kugelmeyer, atribui os bons resultados a um projeto pedagógico coletivo, envolvendo a comunidade, além do trabalho dos professores. Também ressalta a importância da gestão escolar, concentrada nas ações pedagógicas. "Estamos comemorando um trabalho coletivo, que começou a ser resgatado em 2006, com o
Projeto de Incentivo à Leitura, motivando o aluno ao conhecimento",declara. O projeto pedagógico com os 718 estudantes, de pré ao ensino médio, dos quais 105 estudam nas séries iniciais, resgata valores como: respeito, responsabilidade, solidariedade, integridade e eficiência. "Procuramos articular esses valores ao conhecimento, motivando os alunos ao aprendizado", afirma. Para a diretora, a busca incessante pela qualidade da educação contribui para que sua escola ocupe lugar de destaque nos indicativos educacionais de avaliação. No entanto, deixa bem claro que para isso é necessário um trabalho de médio prazo.
"Acompanho o cotidiano dessa escola há muitos anos e tudo tem sua história", salienta. Uma nova visão de gestão escolar é outro ponto destacado pela diretora. "Trabalhamos com uma gestão de resultados e com isso todos ganham: escola, comunidade e município", ressalta a diretora que é habilitada em Administração Escolar. A Escola Vidal Ramos Júnior está localizada na zona urbana do município de Concórdia e atende uma demanda de crianças e jovens de outros quatro bairros próximos e de mais quatro que necessitam de transporte escolar. Em 2007, foi construído um ginásio de esportes e um laboratório de informática.
Escola de São José do Cedro ficou em 2º lugar no Programa Soletrando de 2007
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Projetos
Santa Catarina • Agosto 2008
Educação Especial supera desafios A Escola BB Pedro Paulo Philippi há 15 anos atende alunos com necessidades especiais Texto e fotos: Sílvia Letícia Daleffe*
Aos sete anos, Renato chegou na Escola de Educação Básica Pedro Paulo Philippi com o pai e a mãe. Em São Paulo não havia ensino especial para deficientes visuais e Santa Catarina representou uma esperança para a família. Foi o primeiro aluno cego a ser atendido pela professora Gloris Belli, no início da década de 90. "Um aprendeu com o outro. A diferença está na vontade dos pais", desabafa a professora, atualmente diretora da unidade. Nem a escola e o Brasil estavam preparados para o desafio: atender de forma especializada, alunos com qualquer tipo de deficiência. Atualmente, Renato Alexandre Tenca, 21, cursa o segundo ano da faculdade de Letras, na Univali, a maior instituição privada de Santa Catarina. Os vinte colegas de sala não têm este tipo de deficiência e buscam aprender no cotidiano. Uma das alunas diz que ficou apreensiva no dia em que formou dupla com Renato para um trabalho. "Pedi para que a professora aumentasse o número de componentes do nosso grupo, pois não saberia lidar sozinha com um cego. Descobri no mesmo dia que era algo absolutamente normal", observa. Há 15 anos a Escola Pedro Paulo Philippi é referência em Ensino Especial. Atende 20 alunos nas deficiências visual, mental e auditiva. No ensino médio, os estudantes cegos substituem aos poucos a máquina braile pelo notebook. A região de Itajaí recebeu seis equipamentos por intermédio da Fundação Catarinense de Educação Especial e a metade foi disponibilizada para estudantes da Escola. O computador é usado nas aulas e permite digitar o conteúdo das disciplinas, editar textos, acessar à Internet, entre outros recursos que facilitam o aprendizado. Na 5ª série, a única diferença é na estrutura funcional da sala de aula. Dois professores para trinta alunos. Seis estudantes são surdos e acompanham a aula por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). "Vamos ampliar este conhecimento por que precisamos nos comunicar sem barreiras", informa a diretora. A escola planeja curso de capacitação e dessa vez irão incluir as merendeiras e as ajudantes de serviços gerais.
Alunos surdos são inseridos no ensino regular
Este é o sinal que a caminhada é longa. A rede pública está em processo de inclusão e há resistências dentro de algumas escolas. Desde 2006, a Política de Educação Especial preconiza que o Estado deve atender todos os tipos de deficiência de forma especializada. Os alunos estudam em salas com pessoas sem deficiência, para total integração. Paulo Henrique, 11, tem colegas surdos. “Sei todo o alfabeto de sinais por que aprendi observando", diz. O processo é recente e demonstra a realidade. Tanto que cresce o número de jovens e adultos com deficiência mental ou algum tipo de transtorno nos cursos supletivos e de alfabetização. Todos são inseridos em salas
com alunos sem deficiência. As aulas acontecem no Centro de Educação de Jovens e AdultosCEJA- um dos únicos de Santa Catarina com este tipo de atendimento. O centro fica anexo à escola PPP e é coordenado pela professora Valéria Mello. A integradora de Educação Especial e Diversidade, Lucélia Sardá, com experiência de 24 anos na área, acredita que ainda falta informação para as famílias. "Muitos pais ainda não querem colocar os filhos em salas do ensino regular e profissionais da rede têm receio deste trabalho. Devemos aceitar a diversidade humana", pondera. *Assessora de Imprensa da SDR de Itajaí
Renato que cursa a faculdade de Letras já pode substituir a máquina de BRAILE pelo notebook
Obras
Santa Catarina • Agosto 2008
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Fotos: Homero Gastaldi Buzzi
No ano do centenário, escola inaugura as novas instalações Homero Gastaldi Buzzi
Com instalações totalmente novas, alunos, professores e a comunidade da Escola Paulo Zimmermann, de Rio do Sul, festejaram, dia 23 de julho, os 100 anos do educandário. O evento teve muita música e atividades culturais na presença de autoridades políticas e educacionais. A escola que atende cerca de 900 alunos recebeu investimentos no valor de R$ 1.043.265,69 e apresenta uma estrutura que pode ser considerada modelo no país, com ginásio de esportes, auditório, biblioteca, laboratórios de ciências, hall de entrada, pátio interno, jardins, muros e cozinha/laboratório para que os deficientes visuais possam aprender a cozinhar. Além das salas de aula, cantina, banheiros e salas dos professores, as adaptações do prédio escolar foram realizadas de acordo com a Lei da Acessibilidade (decreto 5.296/04) permitindo o deslocamento dos alunos que usam cadeira de rodas, muletas ou bengalas. Os corrimões para cegos e outras adaptações próprias para o pleno atendimento ao estudante com necessidades especiais também foi pensado. A escola recebeu uma sala de informática que apresenta uma estrutura diferenciada. De acordo com o diretor Fábio Alexandrini, da Secretaria de Educação, estas salas permitem maior integração entre os professores e alunos. “Com apenas um computador, conectado a 12 monitores, dezenas de alunos acessam simultaneamente sob a visualização do professor”, explica. A reconstrução da área total de 2.520 metros quadrados iniciou em novembro de 2007. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Regional investiu ainda mais R$ 1.043.265,69 em obras de ampliação e reforma nas escolas da região.
Um pouco da história
EEB Paulo Zimmermann: a arquitetura escolar deve contemplar novas propostas pedagógicas
Homero Gastaldi Buzzi, é assessor de imprensa da SDR de Rio do Sul
A história do Paulo Zimmermann começou em 1908, quando missionários enviados de Berlim reuniram-se com colonos do distrito blumenauense de Bella Aliança e fundaram uma comunidade escolar eclesiástica, que, em 1915, tornou-se particular e, em 1917, pública. Em seguida, no ano de 1925, a escola instalou-se na Avenida Rio Branco, tendo como professor George Schultz, nomeado, em 1926, diretor da escola. Em 1927, a unidade escolar passou a ser denominada como Grupo Escolar Paulo Zimmermann, em homenagem ao ilustre blumenauense nascido em 23 de julho de 1862 e eleito três vezes prefeito de Blumenau. Finalmente, em 2003, a instituição foi reconhecida e autorizada a funcionar como Escola de Educação Básica. Atualmente, é dirigida por Neuza Cacciatore, atendendo 902 alunos de todos os bairros rio-sulenses. Estão matriculados 486 estudantes no ensino fundamental, 376 no ensino médio e 40 pelo serviço especializado de educação especial. Destes, 20 são deficientes auditivos e 20 deficientes visuais. No hall da unidade escolar encontra-se o marco do centro geodésico do Estado de Santa Catarina.
EE Paulo Zimmermann segue padrões de infra-estrutura garantidos na Lei da Acessibilidade O ensino para 40 alunos deficientes visuais e auditivos da escola Paulo Zimermmann estabelece um novo parâmetro no atendimento às necessidades dos estudantes que a escola atende. As aulas são ministradas duas vezes por semana em dias alternados, devido ao horário de trabalho dos alunos, pois todos estão empregados. "No outro período eles freqüentam o Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), onde se formam no Ensino Fundamental ou no Médio, conforme o caso, pois a maioria quer
ingressar no Ensino Superior, explica a professora de Educação Especial e Diversidade, Monika Denzer Martins, que ensina a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Na escola estudam alunos cegos e surdos na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio com idades que variam de 3 até 37 anos. Rodrigo Aleixo, 29 anos, diz que uma das razões que o levaram a estudar foi para mostrar às pessoas a importância da LIBRAS. "Essa língua de sinais é a minha língua materna e o Português é o segundo
idioma que os deficientes auditivos aprendem", destaca o jovem. Ele chama a atenção para a importância de mostrar à sociedade que pode exercer a cidadania, manter-se no mercado de trabalho, ter uma família e levar a vida adiante. Atualmente Rodrigo trabalha na Metalúrgica Rio-sulense. A professora Monika "briga" pelos direitos dos seus alunos , que até então eram escondidos da comunidade pelos próprios familiares . Segundo ela "há muita coisa por vir ainda, pois estamos com uma revolução em curso
e os alunos querem fazer tudo a que tem direito!". E isto, certamente, não é só dotar calçadas ou prédios públicos com rampas para cadeirantes. O professor "Pedrão", como é conhecido Pedro da Silva, que leciona Educação Física há 20 anos, ressalta que "as melhorias realizadas anteriormente nem se equiparam a esta realizada agora". Ele explica que todos percebem a mudança, além dos alunos, professores, os pais e a comunidade escolar inteira. "Como a escola é central e abriga alunos de todos os bairros de Rio
do Sul, as melhorias acabam se refletindo na auto estima dos cidadãos", afirma. As alunas Daniela Scharff e Andressa Willrich, ambas cursando a 7ª série no período matutino, concordam com o professor. Daniela diz que e "o próprio ensino melhorou com novos equipamentos, mais limpeza e os estudantes estão mais estimulados a estudar". Andressa garante que "a escola com tradição centenária e toda nova, toda reformada, vai garante a boa qualidade de ensino da Paulo Zimermann.
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Santa Catarina • Agosto 2008
NOTÍCIAS Ziraldo e seus Amigos A Secretaria da Educação vai distribuir às escolas que oferecem o ensino fundamental ainda neste semestre, os kits da coleção “Ziraldo e seus Amigos” composta por nove maletas com doze livros cada. Os cerca de 420 mil estudantes de 1ª a 9ª séries serão beneficiados com obras diferenciadas de acordo com as séries em que estudam. Cada uma das séries terá direito a duas coleções que serão trabalhadas em sala de aula. As coleções de livros abordam assuntos do dia-a-dia das crianças e adolescentes, contribuindo para o estímulo e desenvolvimento da leitura. As
obras integram o Projeto “Planeta Leitura” da Editora Melhoramentos e os seus títulos seguem os conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, destacando temas como ética, saúde, pluralidade cultural, meio ambiente, entre outros. De forma agradável e simples, os textos vêm acompanhados de lindas ilustrações. O Projeto original apresenta como diferencial a capacitação para professores e prevê a visita do autor Ziraldo Alves Pinto nas unidades escolares. Os acompanhamentos pedagógicos têm por objetivo instrumentalizar e motivar os educadores.
Ciências e Tecnologia
Salas de tecnologia e Informática
Carteiras Reguláveis
Valorizar e incentivar a pesquisa científica nas escolas de educação básica é o principal objetivo da III Feira de Ciências e Tecnologia da Educação Básica, que a Secretaria de Estado da Educação promove nos dias 24 e 25 de outubro. O evento será realizado no Instituto Estadual de Educação, localizado no centro de Florianópolis, e vai premiar os projetos de alunos selecionados na etapa regional. Esses participarão da Semana Nacional de Ciências e Tecnologia, da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão e do Seminário de Iniciação Científica, promovidos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Os trabalhos escolhidos na etapa estadual representarão Santa Catarina na FENACEB, feira nacional patrocinada pelo Ministério da Educação, no Distrito Federal, e na Mostra Internacional de Ciências e Tecnologia, no Rio Grande do Sul.
A Secretaria da Educação concluiu a entrega de 6 mil cadeiras giratórias com 3 mil mesas para as 426 salas de tecnologia e informática que fazem parte do Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação), do MEC. Desenvolvido em parceria com o MEC, o programa distribui computadores e impressoras e a Secretaria entra com as instalações e o mobiliário. Na aquisição do mobiliário, a Secretaria da Educação investiu em torno de R$ 1,6 milhão nas instalações, além dos R$ 15 milhões destinados a compra de 413 salas diferenciadas, perfazendo um total de 839 escolas com acesso à tecnologia educacional.
Os cerca de 6 mil alunos com seis anos de idade que cursam a primeira nas escolas públicas estaduais não terão dificuldades para se adaptar ao mobiliário das salas de aula. A Secretaria da Educação entregou 20 mil carteiras reguláveis para proporcionar mais conforto às crianças desta faixa etária. Na aquisição das carteiras, a instituição investiu aproximadamente 4,3 milhões.
Fanfarras
Jovem Parlamentar Estudantes do 3º ano do Ensino Médio têm até o dia 4 de setembro para se inscreverem no Concurso Parlamento Jovem 2008. O objetivo do projeto é propiciar aos alunos a participação de uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília. Os participantes deverão criar um projeto de lei sobre temas nas áreas de Agricultura e Meio Ambiente; Saúde e Segurança Pública; Economia, Emprego e Defesa do Consumidor; Educação, Cultura, Esporte e Turismo. Serão selecionados dois projetos de alunos que representarão Santa Catarina na 5ª sessão do Parlamento Jovem no Distrito Federal, de 10 a 14 de novembro.
Mesas de Refeitório e Armários Com o objetivo de melhorar a estrutura física das escolas, a Secretaria da Educação, este mês, distribuiu 2 mil mesas destinadas aos refeitórios das escolas de ensino fundamental, além de 2 mil armários para salas de aula e mais de 300 escrivaninhas para as secretarias das escolas. No total, estão sendo investidos cerca de R$ 3 milhões nesta ação, sendo que R$ 1,9 milhão foi destinado às mesas de refeitório que têm capacidade para acomodar 14 crianças. Na compra de armários e escrivaninhas, o investimento foi de R$ 1,3 milhão.
Alunos das escolas da rede pública estadual terão um incentivo a mais para as comemorações da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro. A Secretaria da Educação está distribuindo Fanfarras Escolares para as Gerências Regionais de Educação, que as repassarão para as escolas que desejam formar uma banda. Já foram enviadas 112 bandas e o término da distribuição está previsto até o dia 20 de agosto.
SDR Concórdia desenvolve Programa Boa Postura da Coluna Vertebral A Gerência de Educação da Secretaria Regional de Concórdia desenvolve desde o mês de maio o Programa "Boa Postura da Coluna Vertebral". O programa é originário da Semana da Boa Postura instituída pelo governador Luiz Henrique, através da Lei 14.304 de 11 de janeiro de 2008, e que deve ser comemorada anualmente no mês de abril. As atividades vem sendo desenvolvidas em todas as escolas da rede estadual nos sete municípios de abrangência da SDR Concórdia.
Mutirão da Pintura O Mutirão da Pintura, que teve início em março de 2008 com a recuperação de 250 unidades de ensino, prossegue com a entrega das tintas para a segunda etapa, que prevê a recuperação de mais 200 escolas. Na pintura dos estabelecimentos de ensino da rede pública estadual, estão sendo aplicados cerca de R$ 2,9 milhões. As tintas da segunda etapa já foram enviadas às Gerências Regionais de Educação e serão distribuídas às unidades escolares que já prestaram contas da primeira etapa.
Perfil
Santa Catarina • Agosto 2008
Professor Olegário: um apaixonado pela profissão
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“Eu não sei ficar sem dar aulas”
Foto: Taíza Dolzan
Letícia Póvoas*
Passaram-se 35 anos em escolas públicas e privadas de Blumenau e a vontade de sair das salas de aula continua zero. Essa é a história de Renato Olegário, hoje com 55 anos, professor de química das turmas de Ensino Médio da EEB Santos Dumont e das turmas do segundo ano do Ensino Articulado do SENAI, ambas escolas de Blumenau. Para ele, educador é uma profissão de tempo integral. "A banalização da arte do magistério por aqueles que estão professores, mas não se identificam ou não tem postura de professor, é a grande responsável pela pouca importância que se dá à escola e ao ato de ensinar hoje", explica. Antes de se tornar professor, Olegário pensou em ser padre e chegou a ser seminarista. Com 14 anos começou a trabalhar, mas descobriu a profissão que queria seguir aos 21. Foi com esta idade que ele entrou pela primeira vez em uma sala de aula, quando cursava a Licenciatura Curta em Ciências e a atividade fazia parte do currículo. De lá para cá, descobriu-se um apaixonado pela profissão, pelo ensinar e pelos alunos. Deixou o emprego que tinha e mergulhou na educação em 1974. Olhando para este professor que hoje é também formado em Química, com especialização em Ensino de Ciência e escrevendo monografia para a segunda especialização, desta vez em Ensino de Química, dá para perceber que a educação é o que ele realmente escolheu para sua vida. "Eu não dou aula, eu me divirto três períodos", afirma ele que está atualmente com 56 horas de aula divididas
seis meses e ele voltou a dar aula. entre manhã, tarde e noite. "E Outra tentativa surgiria cinco anos tenho certeza que meus alunos depois, e com uma nova e definitise divertem também", completa. va volta ao quadro, ao giz e à E não é para menos, com escola. Daí para frente nunca mais um perfil sincero e divertido, este largou sua vocação. Mesmo quanprofessor cativa todos os estudando foi diretor continuou lecionantes que passam por ele, e que do, e no momento de optar pela em todo este tempo de magistédireção ou pelo ensino, escolheu rio já somam cerca de 10 mil. "Se as salas de aula do Ensino Médio, você levar a coisa a ferro e fogo, como fez a maior parte de sua você cria um inimigo pessoal e carreira. profissional", comenta o professor que acredita que é preciso consiCom tantos anos de estudo e derar a importância da disciplina prática educacional, o professor para a vida do educando. "É preavalia a educação de hoje. "Não tensão esperar que existe aprender sem todos os seus alunos ensinar. Se você ensi“Se você gostem de sua maténou, mas os seus aluensinou, ria da mesma forma nos não aprenderam, que você". então você não ensimas seus O que Renato nou", explica. "Se isso alunos não Olegário realmente acontece é preciso aprenderam, repensar a postura gosta é estar dentro da sala de aula, estar como educador, às então você em contato com os vezes a maneira como não ensinou” você demonstra o alunos, ensinado e aprendendo com eles. assunto é que não é a Sim, porque para ele, um bom correta para aquele público". educador precisa antes de tudo, Em relação às novas mídias e aprender. Mas, logo no início de ferramentas educacionais, "a leitusua careira, motivado por melhora do mundo hoje é totalmente res salários, Olegário tentou outros diferenciada", diz ele ao se referir caminhos. Em 1981 foi trabalhar as transformações da educação como químico. A tentativa durou durante os anos que atua como
requer empenho, disciplina e professor. "Antigamente o profesmétodo. A consecução dos objesor era o canal de informação, tivos requer muitas vezes noites hoje a janela pro mundo é a tela mal dormidas e sacrifício de alguda televisão e do computador", mas horas de lazer que não se exemplifica. Com os novos meios traduzem em algo prazerosa. Mas de educação, com a internet e a apreensão do conhecimento, quantidade de informação que os agora eu sei, é muito prazeroso", alunos recebem, é dever do proexemplifica. fessor fazer com que o aluno consiga discernir E o que é ser entre o que é útil e o “Antigamente bom professor? Olegáque é incorreto. Para rio vê como bom eduo professor Olegário, é preciso cador aquele que alia fazer o aluno conhecer era o canal de o saber aprender ao e se interessar pelo informação” quesito conhecimenassunto, e para isso, to. Segundo o educadeve-se partir da realidor, a facilidade de dade para aprender o conceitual. relacionar-se e a aproximação Quanto à escola, o professor com as pessoas que interagem acredita que ela necessita resgapermite uma comunicação mais tar seu valor como fonte de efetiva entre aquele que aprende conhecimento formal. As situae aquele que ensina. E o conhecições não-formais tendem a ser mento dá a necessária segurança sempre mais interessantes no e confiança naquilo que se ensina. sentido de despertar no aluno Os próximos planos deste uma curiosidade por aquilo que, profissional contemplam um curso no momento, a escola se lhe prode mestrado e outro de doutorapõe a ensinar. "Alguém disse aos do, além da aposentadoria que nossos alunos que estudar é pradeve vir em 2011. Mas ele avisa: "zeroso e lúdico. Mas se o aluno Depois que eu me aposentar, vou não identificar naquilo que está fazer concurso de novo e voltar a estudando algo que lhe seja útil lecionar, porque eu não sei ficar isso não será verdadeiro", argusem dar aula". menta. "O processo de aprender *Assessoria de Imprensa da SDR de Blumenau
Olegário cativa os estudantes da Escola Santos Dumont, de Blumenau, com divertidas aulas de química
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ESCOLAS DE SANTA CATARINA ESTÃO
ENTRE AS MELHORES DO PAÍS