Jornal Escola Aberta - Agosto 2008

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Santa Catarina • Agosto 2008

ESCOLA EM CONSTRUÇÃO As formas dos edifícios públicos estão diretamente ligados ao caráter simbólico que cada instituição pretende assumir frente à sociedade Fotos Osvaldo Nocetti

Beatriz Menezes dos Santos

O diálogo entre pedagogia e arquitetura escolar define o rumo dos recursos públicos destinados à construção de escolas. De 2007 a 2008, os estudantes da rede pública estadual foram beneficiados com a inauguração de 17 novas escolas, cujos investimentos somaram R$ 27.556.496,00. Além dessas unidades, estão em construção no Estado, mais 44 obras previstas para serem concluídas até o primeiro semestre de 2009. Os espaços esportivos também mereceram a atenção do Governo do Estado com investimentos na ordem de R$ 6.061.796,0021 que foram aplicados na construção de 21 novas unidades, dentre quadras e ginásios de esportes. Ainda estão em andamento outros 39 espaços destinados à prática desportiva prevendo recursos de R$ 9.448.410,00. De acordo com a Gerência de Operações da Secretaria de Estado da Educação, as novas instalações escolares, inauguradas este ano, estão equipadas com mobiliário completo, igualmente novos. As salas de informática possuem computadores, impressoras e móveis adequados; cadeiras, carteiras e armários, para as salas de aula, dos professores e da administração. Os corredores ganharam bebedouros. Foram adquiridos ainda ventiladores e aparelho de arcondicionado. Além disso, as bibliotecas estão recebendo acervos com livros didáticos e de literatura. Assim, a medida que crecem os investimentos aplicados no patrimônio escolar, o panorama arquitetônico das escolas vai mudando. Escuta-se seguidamente a frase: se alguém que tivesse morrido há 100 anos acordasse hoje, a única coisa que saberia reconhecer seria o espaço escolar, porque nele tudo permanece igual. Porém, para as escolas públicas catarinenses esta afirmação não é verdadeira. Um gerenciamento voltado à aprendizagem e alicerçado por recursos públicos consolida as conquistas anunciadas pelos instrumentos de avaliação que colocam a educação de Santa Catarina

Em 2007 e 2008 foram inauguradas 17 novas escolas que somam recursos de R$ 2,7 milhões. Até 2009 serão concluídas mais 44 unidades, totalizando investimentos de R$ 7,1 milhões

como destaque nacional. São medidas que representaram um salto qualitativo e demonstram a preocupação dos gestores da Educação com a função da estrutura física no desenvolvimento dos estudantes. No entanto, não são somente os investimentos que demonstram a preocupação da instituição com espaço escolar. Entender a escola como construção social implica compreendê-la

no seu exercício cotidiano, na qual as pessoas não são agentes passivos diante da estrutura. Nesse sentido, vem merecendo a atenção de pedagogos, arquitetos e gestores, a idéia de que a arquitetura e a ocupação do espaço revelam muito da educação que se pratica e que se praticava. As edificações contam a história das relações entre a escola e sociedade, dos

alunos entre si e com os professores, as prioridades dos governantes, falam sobre idéias e disputas políticas que têm como palco a cidade e seus prédios. Estão impregnadas de significados e indícios que podem ser estéticos, políticos, econômicos e sociais. As escolas, como qualquer organização que produza cultura, são testemunhas, são retratos de gerações.


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