thiago marthendal
Projeto da Escola Profº Luiz Sanches da Trindade, Seara
O DESPERTAR Da Ciência
Olhar o mundo através de um microscópio ou descobrir algo por meio de um experimento enche as crianças e jovens de satisfação, além de desenvolver a capacidade inventiva, enriquecendo-os no despertar de vocações. Os projetos
apresentados na Feira Estadual de Ciências e Tecnologia aproximam os estudantes do universo científico. Páginas 6 e 7
O prazer da descoberta ís la s rie
Em nome da professora Andreia Manzoni Mariani, de Xanxerê, o Escola Aberta homenageia os profissionais responsáveis pela formação de tantos outros e que enfrentam inúmeros desafios para levar o conhecimento e o aprendizado a seus alunos
A XI Feira Estadual de Ciência e Tecnologia realizada no IEE, em Florianópolis, mobilizou professores e alunos
Página 8 A Escola Coronel Antônio Lehmkuhl, de Águas Mornas, promove o concurso de cartazes sobre diversidade sexual para fomentar discussões sobre o tema
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DIVULGAÇÃO
Conheça o projeto do Presídio Regional de Xanxerê que utiliza a leitura como forma de remissão de pena
Página 10 Saiba como a Escola André de Souza, de Imbituba, apresentou um salto no Ideb/2015
Página 11 Na Escola Cecília Vivan, de Salto Veloso, a Dengue foi um dos pontos de largada dos estudos para criação de uma horta sustentável
Expediente EDITORA Beatriz Menezes dos Santos - SC 01572 JP
EDITOR DE FOTOGRAFIA Thiago Marthendal MTE 5594/SC
REVISÃO Manoel Celso Lopes
PARTICIPARAM DESSA EDIÇÃO: Beatriz Menezes dos Santos, Cauê Andreosi, Thiago Marthendal, Dafnée Canello, Janaína Mônego, Josiane Zago, Vandro Welter
FOTOGRAFIA Thiago Marthendal, Osvaldo Nocetti, Janaína Mônego, Josiane Zago, Vandro Welter, Rosimere Renz Simon
DIAGRAMAÇÃO Cardápio Cartoon
2 / NOVEMBRO de 2016
Página 5
Páginas 6 e 7
JANAÍNA MÔNEGO
Eduardo Deschamps Secretário de Estado da Educação
O Museu da Escola São Lourenço, de Iporã do Oeste, é o único espaço que resguarda a história local
DIVULGAÇÃO
“Muito mais do que prêmios e troféus, a maior recompensa que os alunos podem levar da Feira é a troca de experiências, os contatos e os conhecimentos adquiridos“
Página 4
THIAGO MARTHENDAL
Editora, Beatriz Menezes dos Santos
O lúdico torna-se educativo quando aplicado de forma a despertar a curiosidade a respeito do mundo e da vida, tornando-se estímulo para descobertas e criações. Com essa perspectiva, a XI Feira Estadual de Ciência e Tecnologia, promovida pela Secretaria de Estado da Educação, no IEE, em Florianópolis, serviu para estimular novas ideias nos estudantes das escolas públicas catarinenses. Por incorporar tal conceito, as feiras ou mostras de ciências têm se constituído em importante espaço pedagógico para o desenvolvimento de diversas potencialidades, que muitas vezes não ocorrem no espaço formal da sala de aula. Os mais de 80 projetos, em sua maioria, voltados a alternativas simples de utilização da tecnologia para melhorar a vida do homem e das gerações futuras, foram concebidos de forma multidisciplinar, por cerca de 200 alunos sob a orientação de professores. Além de incentivar nos jovens a atividade científica, a experiência significativa promove a integração da escola com a comunidade. A construção de uma casa ecológica, de um braço mecânico, ou de um espaço de reciclagem, por exemplo, permite que os alunos obtenham conhecimento de maneira lúdica e prazerosa e ainda desenvolvam habilidades científicas como a observação, descoberta, comparação, análise e síntese. Estas criações, dentro e fora da sala de aula, têm sido apontadas como causas do crescente interesse pela disciplina de Ciências nas escolas. O secretário da Educação, Eduardo Deschamps, que visitou os estandes e falou no encerramento da Feira, disse que “muito mais do que prêmios e troféus, a maior recompensa que os alunos podem levar da Feira é a troca de experiências, os contatos e os conhecimentos adquiridos“, afirmou. Nesta última edição de 2016, o jornal Escola Aberta abordou o tema Escola Sustentável, com ênfase na atenção à saúde. Leia na página 3, o artigo da coordenadora de Políticas nas Diversidades, Maria Benedita Prim, sobre as premissas da Educação Ambiental que deve manter uma relação sadia e responsável com o meio ambiente. Na página Central, conheça os projetos vencedores da Feira de Ciências e Tecnologia. Nas demais páginas, ressaltamos iniciativas de sucesso das escolas estaduais. Boa leitura e um feliz ano novo!
Índice
Feira Estadual de Ciências e Tecnologia
VANDRO WELTER
Editorial
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Edinéia Rauta Secretaria de Estado da Educação
Página 12 Notícias da educação
Sobre a matéria O que os jovens pensam da política, esclarecemos: “Meu nome é Miguel Angelo Fabrin, tenho 16 anos, e nasci na cidade de Ipumirim-SC. Em 2015 fui selecionado para participar do programa Jovens Embaixadores 2016, onde fui representar minha cidade, minha escola, e meu trabalho voluntário nas cidades de Washington-DC, Brasilia-DF e Portland-OR. A viagem foi realizada do dia 5 ao dia 31 de janeiro. Referente à participação política em redes sociais, adoro discussões com troca de ideias, e busco sempre problematizar os problemas mais pertinentes da nossa sociedade. Não gosto de impor a minha opinião como verdade universal, mas adoro debates ácidos e pontos de vista fortemente formulados.”
secretaria de estado da educação
Artigo
Escola Espaço Sustentável e de saúde
Mestre em Educação e coordenadora de Projetos e Ações Multidisciplinares Secretaria de Estado da Educação
A escola, dentro dessa abordagem, não pode deixar de vivenciar atitudes de economia ao evitar descartáveis, economizar luz, reutilizar água, papéis e material escolar, assim como deve reproduzir atitudes de respeito entre todos
Partindo ainda do conceito Escolas Educadoras Sustentáveis, proposto pelo MEC, a Educação Ambiental deve manter uma relação sadia, responsável e sensibilizada com o meio ambiente, minimizando a devastação ambiental com o desenvolvimento de
tecnologias e recursos apropriados (hortas escolares, pomares, recuperação de matas ciliares, telhados verdes, coleta da água da chuva, dentre outros. Esses espaços têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e propagar sua influência para as comunidades nas quais se situam. E a escola, dentro dessa abordagem, não pode deixar de vivenciar atitudes de economia ao evitar descartáveis, economizar luz, reutilizar água, papéis e material escolar, assim como deve reproduzir atitudes de respeito entre todos. Assim, no campo metodológico, a educação ambiental está interligada ao conceito, desdobramentos e organização das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas (Com-Vidas), na elaboração da Agenda 21, e na realização das Conferências Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. É importante a articulação nesses fóruns para a execução de ações e discussões além do meio ambiente físico escolar, contextualizando a saúde local, destacando os cuidados com a prevenção de doenças e com a gestão dos fatores ambientais nocivos à saúde. Dessa forma, a educação ambiental se propõe a fomentar processos continuados que possibilitem o respeito à diversidade biológica, cultural, étnica, juntamente com o fortalecimento da resistência da sociedade a um modelo devastador das relações de seres humanos entre si e destes com o meio ambiente. E assim assume sua importância estratégia de atenção primária à saúde, reforçando seu compromisso com mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes, que devem se realizar junto à totalidade dos habitantes, de forma permanente, continuada e para todos.
Daydream
REPRODUÇÃO
THIAGO MARTHENDAL
Maria Benedita Prim
A
formação integral dos sujeitos da educação básica tem fomentado maiores possibilidades de criação e transformação positivas na sociedade. A Educação Ambiental insere-se nessa formação geral, com uma perspectiva crítica e transformadora da realidade, devendo ser abordada de maneira participativa, contextualizadora e interdisciplinar. Com essa visão sistêmica, a Secretaria de Estado da Educação lançou o projeto Escola como Espaço Educador Sustentável e Promotor de Saúde em articulação com o programa do Governo estadual Todos contra a Dengue e passou a orientar as escolas da rede, a partir de conceitos alicerçados na gestão, no currículo, no espaço físico e na comunidade, em diálogo constante com o Projeto Político Pedagógico de cada unidade de ensino. Pelo projeto, nos próximos anos, em cada semestre, as escolas elegerão temas diferentes, sempre em consonância com o ambiente e a saúde.
A popularização e os novos usos da realidade virtual não param de crescer. Da mesma forma, os ambientes virtuais para educação e entretenimento estão se tornando cada vez mais comuns e provavelmente serão a grande aposta para os próximos anos. De olho nessas possibilidades, o Google lançou o DayDream VR, sua mais nova plataforma de realidade virtual que utiliza o celular do usuário como tela. Apesar de não ser o primeiro equipamento do tipo a ser lançado, o DayDream está chamando a atenção pelo baixo preço (US$ 79), além da leveza e do conforto oferecidos. Para utilizá-lo, basta colocar o celular no visor e o equipamento vem acompanhado, pela primeira vez, de um controle que pode ser usado para comando simples no aparelho, ou para navegação no ambiente virtual, já que conta também com sensores de movimento.
Lego
Education
WeDo REPRODUÇÃO
THIAGO MARTHENDAL
Feira Estadual de Ciências e Tecnologia As Ciências estão tão presentes no cotidiano e de forma tão natural que muitas vezes nem percebemos. Foi o que demonstraram os estudantes nos 82 projetos apresentados na Feira Estadual de Ciência e Tecnologia, realizada no Instituto Estadual de Educação (IEE), na Capital. Na foto, a pesquisa Casa Ecológica de Santa Catarina, da Escola Paulo Schieffler, de Caçador, atraiu a atenção dos visitantes que ouviram as explicações sobre o conceito de casa auto-sustentável, que pode servir de exemplo em regiões de muita chuva, por ser econômica e voltada ao meio ambiente.
secretaria de estado da educação
Os blocos de montar mais famosos do mundo estão sendo muito usados em plataformas escolares e jogos educativos. Pensando nisso, a própria LEGO está disponibilizando para usuários de Windows 10 e 8.1 o aplicativo WeDo 2.0. O WeDo 2.0 é gratuito e voltado à criação e desenvolvimento de experimentos científicos, usando os divertidos blocos de montar. Oferece 17 projetos de engenharia, tecnologia e programação para serem experimentados pelos jovens, com ou sem a supervisão de um adulto. Além disso, o programa também traz 40 horas de material que pode ser usado como base para projetos motivadores e inspiradores.
NOVEMBRO de 2016 / 3
Destaque
Museu Escolar Fonte de aprendizagem Vandro Welter
Por Vandro Welter - ADR Itapiranga
O Museu da Escola São Lourenço, de Iporã do Oeste, com mais de 1.000 objetos catalogados, conta a história dos colonizadores de forma rica e contextualizada
A
experiência do Museu da Escola São Lourenço, no interior de Iporã do Oeste, desperta a curiosidade de moradores da regional de Itapiranga. A iniciativa, implantada em 2012, apresenta-se como uma nova ferramenta de conhecimento e busca atender às diretrizes curriculares nacionais. A ideia do Museu surgiu durante as aulas de história no Ensino Médio Inovador (EMI). Antes disso aconteciam pequenas exposições de objetos durante as aulas. Atualmente todas as disciplinas do EMI
realizam pesquisas in loco e abordam diferentes aspectos de forma interdisciplinar para contextualizar a história da colonização, mais especificamente, das dez comunidades rurais atendidas pelo educandário. Outro propósito da unidade de ensino é a valorização da história dos pioneiros. E pelo fato de despertar a curiosidade e interesse da comunidade regional, o Museu, atualmente aberto à visitação em horário escolar, tornou-se o único espaço no município que resguarda a história local.
Mais de 1.000 objetos catalogados
Durante as aulas de história é possível contextualizar e fazer a ligação entre o conteúdo e a prática
Matheus Borsa
Podermos visualizar a vida dos antepassados. Até para fugir um pouco desse mundo tecnológico, pois esses objetos não estão mais em uso.
Vandro Welter
Os alunos são incentivados a trabalhar os mais de 1.000 objetos oriundos de moradores da comunidade escolar. Os materiais coletados foram catalogados e transformados em documentos e encontram-se disponíveis no espaço construído para o Museu. A diretora da escola, Rosiméri Renz Simon, explica um pouco a trajetória de implantação. Segundo ela, o educandário havia destinado apenas uma sala para o Museu, mas o ambiente ficou pequeno devido à grande quantidade de objetos. “Em 2014 iniciamos a construção de um galpão, com auxílio de alunos, professores e da comunidade”. Mas o melhor da história aconteceu em 2015, quando a Associação de Pais e Professores (APP) adquiriu e implantou uma casa em estilo colonial, resguardando o estilo germânico.
Vandro Welter
Vandro Welter
Os objetos catalogados estão expostos no espaço adquirido pela APP
O Museu Escolar fica aberto à visitação e é o único espaço no município que resguarda a história local
Gisele Hemsing
Lideranças em destaque Parlamento Jovem Brasileiro
Felipe Eduardo Klowaski, da Escola José Bonifácio, localizada no município de Pomerode, foi selecionado dentre 50 estudantes de Santa Catarina no programa Jovem Senador/2016.
Os alunos Bruno Rech, de Imbuia, e Klaus Eduardo Lennertz, de Garuva, vencedores da etapa estadual do programa Parlamento Jovem Brasileiro foram à Brasília conhecer e vivenciar a rotina dos deputados.
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Os jovens das escolas públicas Vinicius Longen, Julia Mafra e Ana Carolina Ribeiro representarão Santa Catarina na seletiva nacional do Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM). O projeto do MEC valoriza o protagonismo juvenil, abrindo espaço para diálogos sobre temas como inclusão educativa, participação cidadã, direitos humanos, diversidade de raça, etnia, gênero e integração regional.
A Embaixada dos Estados Unidos divulgou os nomes dos 50 estudantes da rede pública selecionados para participar do Programa Jovens Embaixadores 2017, sendo dois deles catarinenses. Lucas dos Santos da Silva Cunha de Navegantes e Maria Eduarda Silverio Gaspar de Imbituba representarão o Estado no EUA em janeiro. A viagem dos Jovens Embaixadores será de 13 de janeiro a 4 de fevereiro de 2017. Durante essas três semanas, eles passarão pela capital dos EUA, Washington, DC.
secretaria de estado da educação
divulgação
divulgação
Jovem Senador
Professor
Por Janaína Mônego ADR de Xanxerê
Em nome da professora Andreia Manzoni Mariani, de Xanxerê, o Escola Aberta homenageia os profissionais responsáveis pela formação de tantos outros e que enfrentam inúmeros desafios para levar o conhecimento e o aprendizado a seus alunos
E
m frente à sala de aula, uma tartaruga gigante e outras tantas tartaruguinhas pintadas e coladas na parede anunciam o assunto que está sendo tratado de forma interdisciplinar, com os alunos do 3º ano, das séries iniciais. Esse curioso cenário próximo à sala da professora Andreia Manzoni Mariani, na Escola Joaquim Nabuco, em Xanxerê, já é um convite para aguçar a curiosidade e conhecer a causa de tanto sucesso entre os pequenos. Um dos seus grandes diferenciais é a forma original, descontraída e criativa de ensinar. Lá dentro, a novidade é ainda mais expressiva. Andreia, junto com os alunos e os pais,
Andreia é professora há 22 anos. Natural de São Paulo, formada em Pedagogia e Letras, além do Magistério, a professora adotou Santa Catarina como o Estado do seu coração. Lecionou em escolas no município de Xaxim e desde 2013 atua na Escola Joaquim Nabuco, em Xanxerê. “Nesse tempo vivi experiências fantásticas”, afirma. Na Joaquim Nabuco, Andreia leciona os alunos do 3º ano das séries iniciais, que adoram suas aulas. “O que eu mais gosto é quando ela faz a matemática divertida. Ela faz o doce, traz para a sala. Aí a gente estuda a matemática com os doces e depois come. Ela é muito legal”, conta a aluna Brenda Caroline Vaz, de nove anos. O diretor da escola, Giovani Vargas, comenta que Andréia é uma professora extremamente comprometida e dedicada aos alunos. “Ela procura criar um vínculo além dos alunos, com as famílias também e ela mantém contato direto. O trabalho que ela realiza tem dado bons frutos para a nossa escola”, enfatizou. A paixão pela profissão e pelos alunos é a grande motivação de Andréia para seguir firme como educadora. “Sou apaixonada pelos meus alunos. São as minhas realizações. Cada sorriso, cada acerto e descobertas me levam ao êxtase”, finaliza a professora.
secretaria de estado da educação
A vez da borboleta Criatividade é a marca registrada de Andreia. Ano passado, a sala de aula contou com um borboletário. Os alunos acompanharam o crescimento da lagarta até se tornar uma linda borboleta. Eram os próprios alunos e seus pais que cuidavam da alimentação da lagarta. “Foi mágico quando os alunos presenciaram a transformação e o nascimento das borboletas. Foi como se tudo fizesse sentido para eles e eu senti que tinha cumprido o meu papel de educadora, pois consegui mostrar na prática o que os livros apenas representam em fotos e palavras”, enfatiza.
Janaína Mônego
Carreira
construíram um habitat para a Jujuba que é uma tartaruga tigre d´água, que veio da reserva Romanetto, no Paraná. “Notei que os alunos andavam muito agitados e sem concentração. Então desenvolvi um projeto com quelônios, ou seja, tartarugas. Eles pesquisaram, assistiram vídeos, aprenderam sobre elas e fizeram grandes descobertas”, explica. Em todas as disciplinas a Jujuba é utilizada como forma de relacionar o conhecimento de forma prática. Além disso, o comportamento dos alunos mudou já que os quelônios são calmos e precisam de tranquilidade. “Minha maior alegria é ver a felicidade nos olhos dos meus alunos”, conta Andreia.
Janaína Mônego
“Sou apaixonada pelos meus alunos”
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Feira de Ciências e Tecnologia
Com trabalhos voltados à robótica, automação, geração de energia limpa, ferramentas inclusivas, saúde e música, a XI Feira Estadual de Ciências e Tecnologia, organizada anualmente pela Secretaria de Estado da Educação, já faz parte do calendário das escolas da rede estadual. Mais de 6 mil pessoas tiveram a oportunidade de acompanhar os 80 projetos desenvolvidos por cerca de 200 alunos com a abordagem de diversos temas. O resultado de todo esse trabalho foi avaliado por profissionais da educação, que destacaram os primeiros lugares do Ensino Fundamental, Médio e Profissional.
THIAGO MARTHENDAL
A atração pela ciên
A Feira permitiu aos estudantes vivenciarem conceitos científicos presentes no cotidiano. Na foto o Braço Hidráulico, que facilita as atividades humanas, foi realizado pelos alunos da escola La Salle, de Maravilha Por cauê andreosi
D
ouglas Ribeiro, aluno do Ensino Médio, no IEE, demonstra entusiasmo ao falar de planos profissionais envolvendo a Ciência. “Sou fascinado. E ano que vem pretendo trabalhar duro para estar aqui na etapa estadual, competindo com os meus amigos. Meu sonho é ser professor de ciências”, afirma.
Maria Fernanda Lupwig, do 3º ano, da mesma escola, destacou as atividades práticas proporcionadas pela Feira, que segundo ela, prepara os alunos para a vida adulta. “O meu trabalho favorito é o que fala do funcionamento do coração humano, pois nos deixa aptos a ajudarmos alguém, quando necessário”, explica.
Sonhando com a carreira na área da Engenharia Espacial, Luiza Adria Cidral e Maria Cristina Stacheski, da Escola Prof Jandira Avila, de Joinville, desenvolveram o trabalho intitulado Parece com memória fotográfica, na intenção de fazer colegas do Estado enxergarem arte em forma de luzes noturnas. “Estar aqui é uma oportunidade única e que nos motiva a continuarmos firmes no
nosso propósito”, completou a jovem cientista. Um dos idealizadores do projeto Gerador Piezoelétrico, que utiliza a água da chuva para gerar energia elétrica, Lucas Kleinshmidt, conta como ele e seu companheiro Lucas Bar desenvolveram o projeto. “Pesquisamos muito sobre o que poderia ajudar a nossa cidade que costuma ter grandes enchentes”, explica.
Ferramentas pedagógicas inclusivas Escola Professor Heleodoro Borges de Jaraguá do Sul Ensino Profissional
O
primeiro lugar na categoria Educação Profissional coube ao projeto Recursos Pedagógicos para Trabalhos com Deficientes Visuais na Educação. O tema abordado pelas alunas Estéfani Witthoeft e Shaiane da Silva se deve à preocupação com o grande número de deficientes visuais exis-
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tentes no mundo, que de acordo com as estatísticas, até 2020 chegará a quatro milhões. “Com os recursos pedagógicos adaptados que demonstramos na Feira é possível trabalhar a inclusão escolar e social”, afirmam. O projeto se desenvolveu em várias etapas com o objetivo de for-
mar uma consciência inclusiva nos alunos do Curso de Magistério, que serão os futuros educadores. Emocionadas, as professoras orientadoras Vera Lúcia de Oliveira e Maristela Penteado informaram que o trabalho será levado em 2017 para a Feira N acional (Mostratec), realizada no Rio Grande do Sul.
ESCOLA ABERTA
ncia e tecnologia Produção orgânica com sustentabilidade THIAGO MARTHENDAL
Escola Professor José Duarte Magalhães de Jaraguá do Sul Ensino Médio Por cauê andreosi
O
s alunos Danrlei Dräger e Alaís Cristina Dräger, orientados pelo professor Elcio Matkevicz, foram classificados em primeiro lugar do Ensino Médio com o projeto A Importância dos Microrganismos Eficientes. Criaram um trabalho capaz de avaliar de forma experimental os resultados de uma produção orgânica, com utilização de microrganismos eficientes, os quais permitem a decomposição e multiplicação dos nutrientes no solo, beneficiando as plantas com o objetivo de divulgar seus benefícios e as diversas formas de utilização. Segundo o professor Matkeviz, a pesquisa mostrou aos alunos que o Brasil ocupa o 1º lugar no ranking mundial de consumo de agrotó-
xicos, dede 2008, de acordo com a ANVISA. Para Danrlei, o fato de viverem em zona rural, os levou a vislumbrar o desenvolvimento do projeto. “Estávamos vendo substâncias tóxicas sendo pulverizadas nas lavouras e distribuídas e queríamos mudar essa realidade. É gratificante ver que foi reconhecido como um bom trabalho”. Alaís, irmã de Danrlei, acredita que a maioria das pessoas já sabem dos perigos dos agrotóxicos.“Acho importante que tomem conhecimento do nosso projeto porque é algo positivo pra sociedade. Todo esse cenário pode ser transformado com a ajuda dos microrganismos eficientes, melhorando a qualidade de vida de todos que vivem perto ou longe das lavouras”, afirma.
osvaldo nocetti
secretaria de estado da educação
1º lugar - Shaiane Rayssa da Silva e Estefani Al1ves Vieira Maria Witthoeft, da EEB Prof Heleodoro Borges, de Jaraguá Do Sul, com o projeto Recursos Pedagógicos Para Trabalhos Com Deficientes Visuais Na Educação Professor Orientador: Vera Lúcia Gomes de Oliveira
3º Lugar - Guilherme da Silva Amaral e Emili Machado Morais, do Cedup Abilio Paulo, de Criciúma, com o projeto Bike Solar Professor Orientador: Crislaine Custodio Serafim Ensino Fundamental
Escola Pe Izidoro Benjamin Moro de Lindóia do Sul Ensino Fundamental Por Beatriz menezes
O
Educação Profissional
2º lugar - Braian Patrick Orsi e Matheus Samuel Huchak , da EEB Francisco Mazzola, de Brusque, com o projeto Chapa X Prata Professor Orientador: Eloi Voltolini
Aprendizagem de Química com os perfumes
projeto Emoção e Criatividade em Perfumes, classificado em primeiro lugar do Ensino Fundamental, foi a pesquisa das estudantes Laura Luiza Fiorentin e Maria Júlia Nicolau, orientadas pela professora de Química, Janete Aparecida Simoni. O tema escolhido faz parte do conteúdo da disciplina e também do cotidiano das pessoas, pois quem não gosta de perfumes? - perguntavam elas. A resposta foi o desenvolvimento da produção artesanal de aromatizantes, perfumes e desinfetantes, no Laboratório da escola, cuja venda na comunidade se reverte para a compra de novos frascos. Laura diz que ao trabalhar com as ‘misturas’, aprenderam desde a destilação de ervas, plantas e flores, existentes no entorno da escola, até chegar à produção final. A participação na Feira foi muito importante, pelo meio do estudo conheci coisas novas, além da troca de experiências”, afirma.
OS PROJETOS VENCEDORES
Maria Júlia destaca que a química dos perfumes é uma atividade econômica crescente e importante fonte de renda para muitas empresas.“Criamos também desinfetantes de kaiaki e eucalipto e já estamos vendendo na comunidade. Pretendemos ampliar o projeto e até patenteá-lo”, informa. A professora orientadora de Laboratório de Química, Janete Simoni, explica que o trabalho foi realizado de forma multidisciplinar, com o objetivo de tornar prático o ensino de Ciências, envolvendo os alunos de forma atrativa, por meio da extração de essências de plantas que se encontram na natureza, e na escola, como a canela. “ Além de ser uma atividade econômica em expansão, proporcionou aos alunos o incentivo à produção de aromatizantes, perfumes e desinfetantes com baixo custo”, conclui.
1º lugar - Laura Luisa Fiorentin e Maria Julia Nicolau, da EEB Pe Izidoro Benjamim Moro, de Seara, com o projeto Emoção e Criatividade em Perfumes Professor Orientador: Janete Aparecida Simoni 2º Lugar - Leonardo Vieceli Flesch e Mirela Dias, da EEB Marino Pisani, de Campos Novos, com o projeto Twu Nay- Lixo Eletrônico Não É Lixo Professor orientador: Fernanda Aparecida Silva Dias 3º Lugar - Dariel Kappes e Ketlin Vitória Hammerschmitt, da EEF Padre Joao Rick, de Itapiranga, com o projeto Espantássaros: Repelente Eletrônico Professor orientador: Daniele Friedrich Ensino Médio 1º Lugar - Danrlei Dräger e Alaís Cristina Dräger, da EEB Prof Jose Duarte Magalhaes, de Jaraguá do Sul, com o projeto A Importância dos Microrganismos Eficientes Professor orientador: Elcio Paulo Matkevicz 2º Lugar - João Lucas Pereira de Mello e Alan Peterson Freitas de Jesus, da EEB Vidal Ramos Junior, de Lages, com o projeto Protótipo de um Stair-Trac (Dispositivo Mecânico Otimizado) Professor orientador: Luisa Manoela Marian 3º Lugar - Daniel Marcos Kehl e Gabrieli Junges, da EEB La Salle, de Maravilha, com o projeto Braço Hidráulico, Facilitando Atividades Humanas Professor orientador: Andréia Donida dos Santos
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Diversidade
Por Dafnée Canello
O Concurso de Cartazes sobre Trans-LesboHomofobia e Heterossexismo sensibiliza os jovens para a criação de um mundo mais humano e igualitário, na Escola Coronel Antônio Lehmkuhl, de Águas Mornas
F
alar de diversidade sexual e de gênero ainda é um tabu na sociedade. Mas o tema está no dia a dia, na rua, dentro de casa e, especialmente, em um dos ambientes que unem os mais diversos gêneros e personalidades, que é a escola. Para fomentar a discussão e ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o assunto, a Escola Coronel Antônio Lehmkuhl, de Águas Mornas, promoveu o I Concurso de Cartazes sobre Trans-Lesbo-Homofobia e Heterossexismo, partindo do tema Escola é lugar de respeito às diferenças e construção da igualdade, que foi abordado de forma interdisciplinar na sala de aula. Desde o início do ano, mais de 300 estudantes estão engajados no projeto idealizado pelos professores Maria Gabriela Abreu, de Língua Portuguesa e Literatura, e Robson Ferreira Fernandes, de Endivulgação
Na foto o professor Robson Fernandes com a gerente de Educação, Elisete Soares, que participou da premiação na Grande Florianópolis
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sino Religioso. “No momento em que levamos uma discussão construtiva sobre bullying homofóbico, violências homo-lesbo-transfóbicas, heterossexistas, racistas e sexistas, acabamos interagindo com o outro, o que amplia o raciocínio e favorece na construção da igualdade”, friza Fernandes. A qualidade das informações O mesmo trabalho foi desenvolvido pelo professor, na Escola Conselheiro Manoel Philippi, também de Águas Mornas. Nos cartazes sobre discriminação, padrões de vida criados pela sociedade, reivindicações dos movimentos LGBT, adoção por casais homossexuais, entre outras questões, ficaram registradas nas imagens que dizem tudo sobre cidadania. A aluna do 9º ano, Karine Vambömmel, diz que “é na escola que recebemos informa-
ções com mais qualidade e temos abertura para esclarecer dúvidas e debater. Muitas vezes, quando tentamos falar sobre isso com nossos pais, eles evitam ou mudam de assunto, porque infelizmente, para muitas pessoas, falar sobre esse tema ainda é um tabu”, contribui. Segundo as alunas do 1º ano do ensino médio, Maria Luiza Magalhães e Taíse Miranda, os trabalhos promovem respeito pelo próximo e auxiliam na construção da igualdade e no futuro humanitário. “O projeto tem um compromisso muito importante, como lutar contra a opressão, que a orientação sexual de cada um jamais deve ser motivo de vergonha”, afirma Taíse. Foram mais de 50 premiados no concurso da Escola Coronel Antônio Lehmkuhl. Os primeiros lugares ganharam uma viagem ao Beto Carrero e os segundos e terceiros um passeio para conhecer o projeto Tamar da Capital catarinense.
Prêmio Direitos Humanos Há quatro anos desenvolvendo o projeto com alunos da rede pública estadual, o professor orientador Robson Fernandes, ganhou o Prêmio Direitos Humanos, do Governo Federal em 2015 e diz que deseja expandir a ideia.“A intenção é que os jovens se conscientizem que há possibilidade de termos um mundo mais justo, humano, igual e tolerante”, enaltece o professor licenciado em história e atuante da rede estadual de ensino há seis anos. Os professores destacam ainda que a interdisciplinaridade entre os conteúdos de Ensino Religioso e Literatura foi inspirada pelos conceitos filosóficos de Marshall Berman, e com os pensamentos de Michel Foucault. Os cartazes que provocaram a reflexão e a criatividade mereceram destaque na Feria de Ciências da escola.
secretaria de estado da educação
divulgação
Construção da igualdade na sala de aula
Vitrine
A leitura que transforma Detentos de Xanxerê têm a oportunidade de estudar e por meio da leitura podem redimir a pena
por Janaína Mônego - ADR de Xanxerê
A
leitura nos leva a lugares jamais vistos. E é por meio dos livros que os detentos do Presídio Regional de Xanxerê têm a oportunidade de viajar além do cárcere, incentivados pelo projeto que utiliza a leitura como forma de remissão de pena. Cerca de 60 presos participam do projeto, realizado por meio de uma parceria interinstitucional, que prevê a cada livro lido no mês, a redução da pena em quatro dias. Para o desenvolvimento do projeto foi contratado pelo Centro de Educação de Jovens e Adultos
(CEJA), o professor de Literatua, Ronivaldo de Paula, que dá aulas na unidade prisional, quatro dias por semana. O professor entrega aos detentos as obras literárias e, ao final da leitura, ouve as histórias contadas por eles. Durante a leitura, o CEJA também disponibiliza dicionários para que, na medida em que apareçam palavras desconhecidas, os detentos possam procurar o significado de cada uma e enriquecer seu vocabulário. Os livros são disponibilizados pelo CEJA e pelos parceiros do projeto.
Mudança de atitude e lazer Como forma de incentivar a prática da leitura, o professor de Paula realiza a contação de histórias. O cenário, mesmo que de prisão, se transforma com as histórias contadas pelo professor. As gargalhadas são a trilha sonora daqueles que pouco ouvem a sonoridade do mundo lá fora, entre grades e paredes. Assim, a contação de histórias é uma forma de lazer, além de incentivá-los à
fotos: janaína mônego
A sala de aula dentro do presídio O Centro de Jovens e Adultos também atende na unidade prisional 25 detentos do Ensino Fundamental, que cursam as disciplinas específicas do semestre, como Língua Portuguesa, Ciências e Artes. Já no Ensino Médio estudam 11 alunos, mas todos os detentos têm a oportunidade de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). As aulas no presídio estão disponíveis tanto para os alunos do regime fechado quanto ao do regime semiaberto. Karla Girardini é professora de Língua Portuguesa e para ela a educação é fundamental no processo de ressocialização. “Além do acesso ao trabalho, um dos pilares do processo de ressocialização do preso é o acesso à educação. A alfabetização, a instrução escolar e a formação técnica são elementos mínimos necessários para que a reintegração do preso em sociedade seja bem sucedida”, explica.
leitura. Segundo a diretora do CEJA, Eva Santina Rodrigues, o professor também trabalha com a mudança. “A discussão vai além da leitura propriamente dita, e viaja pelo conhecimento como um todo”, afirma. A Gerente do Presídio Regional de Xanxerê, Marionice Fávero, explica que apenas os presos em caráter provisório não têm a oportunidade de aderir ao projeto. “Para o condenado, o projeto é de suma importância, já que a educação tem poder transformador”, conclui.
O direito à remissão pelo estudo
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Em Xanxerê, a remição pela leitura iniciou em 2013 quando a juíza de Direito, Paula Silva, instituiu o benefício por meio de uma portaria, de acordo com a Lei Federal nº 12.433, de 29/06/11, que dispõe sobre a remição da pena. O projeto é uma parceria entre as Secretarias de Estado da Justiça e Cidadania e da Educação, Poder Judiciário, Ministério Público e Unoesc.
Do presídio para a enfermagem Pedro (nome fictício) é um exemplo de transformação. Ele cursou as disciplinas ofertadas pelo CEJA e concluiu o Ensino Médio no Presídio Regional. Prestou vestibular e iniciou a Faculdade de Enfermagem. No quarto semestre do curso, ele conta como o estudo dentro do Presídio mudou sua vida. “Foi muito importante pra mim. Eu foquei no estudo e fui buscar meu sonho. Esta oportunidade transformou a minha vida”, disse. Para a diretora do CEJA, Eva Rodrigues, o aluno é um grande exemplo de mudança de comportamento, novos interesses e visão de mundo. “Temos orgulho da pessoa que ele é hoje”, salienta. Na semana em que a reportagem visitou o Presídio Regional, ele já estava no final da sua pena. Segundo Pedro, a educação ajudou a abrir as portas da prisão.
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Ensino
Gestão democrática
faz a diferença
por cauê andreosi
O
salto de 1,7 pontos apresentado pela Escola André de Souza, na última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb/2015), se deve à gestão diferenciada, que envolve as famílias, professores e alunos. Enquanto a grande maioria das escolas públicas obteve rendimento moderado, a unidade saiu da média 1,8 em 2013, para 3,5, em 2015. Segundo o diretor Mário Oliveira, uma boa gestão escolar deve ser totalmente democrática e escutar a todos, antes de colocar em prática novas estratégias educacionais. Ciente de que o bom planejamento faz a diferença, Oliveira destaca que o envolvimento dos professores foi fundamental para o sucesso da escola.
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Companheirismo e diálogo são as chaves do bom desempenho da Escola André de Souza, de Imbituba, que apresentou grande rendimento nos anos finais do ensino fundamental no Ideb/2015
Oficinas temáticas
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A escola, considerada padrão em ensino, vem proporcionando ao longo de cinco anos projetos diferenciados aos seus alunos. Esportes, jogos de tabuleiro, dança, teatro, estudos em contraturno e música são alguns dos temas trabalhados por meio de oficinas oferecidas aos estudantes. O estudante do 1º ano do ensino médio, Vitor Manoel Pires, acredita que a boa recepção ao modo de pensar de cada um aproxima a escola das crianças e adolescentes de Imbituba. “A direção é muito legal com a gente. Em algumas escolas, os alunos têm um pouco de medo da direção, mas aqui isso não acontece. Por isso, eu tenho a minha escola como uma segunda casa”, comenta.
Canoinhas bem na foto Releitura de trabalhos dos fotógrafos canoinhenses Fátima Santos, Carolina Carvalho e Jonathan Leôncio, realizada pelos alunos da Escola Frei Menandro Kamps, de Três Barras, valorizam as belas imagens do município de Canoinhas 10 / NOVEMBRO de 2016
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trabalho de releitura das fotos feita pelos alunos na disciplina de Arte, durante o 3° bimestre, envolveu cerca de 80 alunos do 3° ano do Ensino Médio – educação geral. Segundo a professora Marina Schpanski, que coordenou a exposição, o objetivo é valorizar o ambiente em que os alunos vivem: o Bairro São Cristóvão e a própria escola. “A intenção foi mostrar o ambiente lindo que vivemos e muitas vezes nem notamos. Os alunos buscaram um olhar diferente sobre diversos lugares do bairro
sérgio teixeira
POR Sérgio Teixeira da Silva - ADR de Canoinhas
e da escola, e o resultado foi surpreendente”, enfatiza a professora. A diretora Denise Regiane Bueno Voigt se diz encantada com a beleza das fotos. “Trabalhos com um olhar diferenciado sobre nossa escola, nosso bairro, e as imagens são lindas, muitas vezes passavam até despercebidas no dia a dia”. Também foram realizadas apresentações de trabalho dos 6°, 7°, 8° e 9° ano, com maquetes, orientações e conscientização sobre o trânsito, na presença de autoridades educacionais.
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Espaço Escolar
Saúde e sustentabilidade:
duas faces da mesma moeda O projeto voltado à saúde, na Escola Cecília Vivan, de Salto Veloso, começou com o combate ao mosquito Aedes aegypti e culminou com a criação de uma horta sustentável, irrigada automaticamente por josiane zago - adr de videira
Estufa ecológica Os alunos, sob a coordenação dos professores Simão Abatti e Nailde Hauwetter, realizaram vários estudos e pesquisas até que chegaram a um modelo ideal de horta. Em vez de usar o plástico em suas laterais e teto, utilizaram as garrafas, devidamente colocadas e acondicionadas para promover o isolamento térmico necessário à estufa e para que não ocasionasse problemas com a criação e a proliferação do mosquito. Os bambus e as garrafas foram os materiais sustentáveis usados na estufa de 3x2m, com um custo de aproximadamente R$50,00. A escola adquiriu ainda manta asfáltica e parafusos para os acabamentos. Assim, a escola, que já contava com um sistema de compostagem e cisterna, foi completada com a estufa ecológica. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos antes do final do ano, com a conclusão da estrutura e a plantação das primeiras mudas. “Percebemos que podemos ser agentes de um futuro melhor. Que devemos cuidar melhor do lixo que produzimos e que grande parte dele pode ser reaproveitado. Um aprendizado que surge aqui, dentro da escola, mas que pode ser facilmente desenvolvido em qualquer residência”, explicaram os estudantes.
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fotos: josiane zago
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que o mosquito Aedes aegypti tem a ver com uma horta sustentável? Esses dois temas, saúde e sustentabilidade, que a primeira vista, podem parecer distantes, na verdade são causa e efeito de um grande problema de saúde pública que foi abordado pelos alunos do 2º ano da Escola Cecília Vivan, de Salto Veloso, no Meio Oeste catarinense. O projeto teve início em março, quando os estudantes saíram pelas ruas de Salto Veloso à procura de focos do mosquito e observaram o volume expressivo de garrafas pets jogadas no meio ambiente. Desde então surgiu a ideia de dar um destino correto a esses materiais, um dos principais criadouros do mosquito. O projeto contou com a participação de toda a escola. Por meio de uma gincana foram recolhidos mais de três mil unidades de garrafas pets que, posteriormente, foram utilizadas para a criação de uma horta sustentável. Segundo a diretora, Regina Ansilieiro, os grandes beneficiados com a atividade são as pessoas da comunidade. “É muito importante que a escola cumpra com o seu papel social e de desenvolvimento”, afirmou.
Irrigação automática Juntamente com o projeto sustentável, a turma do 2º ano desenvolveu outro aprendizado paralelo. Por meio da tecnologia, foi criado um sistema de irrigação automatizado por gotejamento, utilizando eletrodos. O sistema é constituído por componentes eletrônicos de sucata e serve para a medição da umidade do solo e seu trabalho é realizado com condutividade elétrica. De acordo com os professores coordenadores, Abatti e Nailde, o aprendizado foi além da prática. “O conhecimento que se pretendeu com esse projeto não foi somente o de matemática, física ou de tecnologia. Vai para a vida, pois o reaproveitamento é mais do que uma opção é uma oportunidade de manter o equilíbrio entre o meio ambiente e a produtividade”, finalizaram.
Saiba mais O sistema de irrigação automática faz a leitura, por meio de eletrodos, do nível de umidade do solo. Quando o nível for atingido, os eletrodos passam a conduzir eletricidade, o que obstrui o funcionamento de uma bomba d’água, interrompendo o fluxo nas mangueiras do sistema de irrigação. Quando o solo está quase seco, a condutividade elétrica cai muito. A partir daí os eletrodos param de conduzir eletricidade e acionam a bomba que está instalada em uma caixa de captação de água da chuva do telhado do ginásio de esportes. A bomba faz com que a água circule pelas mangueiras de irrigação que tem pequenos furos, permitindo assim o gotejamento e a irrigação do solo.
NOVEMBRO de 2016 / 11
Notícias
Show de aula com
M
ais de 300 estudantes da Grande Florianópolis tiveram a oportunidade de visitar a exposição Gaudí Barcelona 1900, que esteve no Masc, na Capital, entre os meses de setembro e outubro. O espanhol, ícone do modernismo catalão, desenvolveu 46 maquetes e 25 peças entre objetos e mobiliário.
Cronograma ano letivo de 2017 A Secretaria de Estado da Educação e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/SC) unificaram o calendário escolar das redes estadual e municipais para 2017. O alinhamento das redes é importante para que pais, alunos e profissionais da educação possam programar cursos e usufruir de férias e feriados ao mesmo tempo, além do transporte escolar que é feito em conjunto.
Início das aulas:
6 de fevereiro – professores; 13 de fevereiro - alunos Recesso escolar:
17 a 30 de julho
Formação de professores:
17 a 21 de julho
Início do 2º semestre:
31 de julho
Término:
15 de dezembro
Uma das escolas que proporcionou aos alunos o roteiro cultural foi a Dom Jaime Câmara, de Ribeirão da Ilha, buscando incentivar a cultura artística reconhecida mundialmente e comentada em sala de aula. A aluna do Ensino Médio Inovador, Bianca da Cunha, conheceu a história de Gaudí nas aulas de Arte. “Foi importante conhecer de perto
Eduardo Deschamps presidente do CNE O secretário de Estado da Educação de SC, Eduardo Deschamps, assumiu o Conselho Nacional de Educação (CNE) no dia 6 de outubro, em Brasília. Com isso, deixa a presidência do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Educação (Consed). Santa Catarina já teve outros conselheiros no CNE, porém é a primeira vez que um representante catarinense assume a presidência da entidade. “Para além de uma grande honra é uma grande missão. Temos vários assuntos importantes que entrarão em pauta no Conselho nos próximos dois anos, que é o tempo de mandato. Entre eles: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a reforma do Ensino Médio, o sistema nacional de educação, a lei de responsabilidade educacional, o regime de colaboração e a implementação efetiva do Plano Nacional de Educação (PNE)”, explica Deschamps.
Recursos para Santa Catarina O anúncio da liberação de R$ 9,9 milhões foi feito em recente visita do ministro da Educação, José Mendonça Filho, em Blumenau. O recurso será dividido entre Estado e municípios e servirá para a finalização de obras e intervenções pontuais na área da Educação. Durante o encontro, o ministro fez a abertura do FNDE Soluções Locais. Como forma de encurtar distâncias e estreitar laços, o projeto é um espaço, em eventos públicos, no qual gestores e técnicos estaduais e municipais de educação podem tirar dúvidas e sanar pendências específicas sobre a implantação e operação de programas federais no setor.
12 / NOVEMBRO de 2016
a obra do artista, mas também é muito legal poder dividir essa experiência com outros colegas e até com a família”, acrescenta. Uma das propostas do Ensino Médio Inovador é justamente sair do modelo tradicional de ensino, para despertar a curiosidade e o senso crítico nos alunos. “O contato direto e presencial com obras de
THIAGO MARTHENDAL
THIAGO MARTHENDAL
Antoni Gaudí, um dos arquitetos mais admirados do século, despertou o interesse dos estudantes catarinenses que tiveram o privilégio de conhecer cerca de 70 obras expostas no Masc, em Florianópolis
Gaudí
arte é a melhor maneira de apreciar, estudar e conhecer um artista”, diz a professora de artes, Maria Cristina Fabi, responsável pela iniciativa. “Os ganhos obtidos com o passeio cultural foram enormes. Agora a turma fará um seminário para expor questões e curiosidades das obras arquitetônicas sobre casas, parques, etc.”, disse.
ACTS 2017-18 A Secretaria da Educação já está planejando a contratação de professores para os próximos dois anos letivos. Um total de 41 mil profissionais da educação se inscreveu no concurso de professores Admitidos em Caráter Temporário (ACTs). A prova foi realizada dia 23 de outubro e a relação preliminar dos candidatos classificados será divulgada no dia 10 de novembro. Mais informações no site www.acafe.org.br.
Matrículas As escolas da rede estadual já iniciaram o processo de matrículas para o próximo ano letivo. Entre os principais critérios, as unidades de ensino levam em conta o endereço do aluno para que ele seja matriculado em escola mais próxima de sua residência ou do trabalho dos pais. Documentos: • Certidão de nascimento ou documento de identidade, histórico escolar, atestado de vacina ou declaração dos pais/responsáveis pelo aluno, assegurando estar em dia com a vacinação. Datas: • 24 a 28/10 - Rematrícula • 24/11 a 02/12 - Matrículas de novos alunos • 01 a 06/02/17 - Nova oportunidade de matrículas
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