thiago marthendal
Os jovens e adolescentes querem outra política. Preferem opinar nas redes sociais, participar de ongs, de programas educativos e religiosos, de manifestações públicas, a se filiarem em algum partido político. Páginas 6 e 7
Jovens Desengajados, mas nem tanto ís la s rie
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Página 8 Conheça a proposta de tornar o ensino cada vez mais digital e interativo nas escolas da rede estadual pela parceria firmada com o Google
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O investimento na estrutura física da escola Sape Ty Kó, já se reflete no ensino ministrado aos estudantes que aprendem a língua kaigang e a arte de seus antepassados
A Escola Altamiro Guimarães, de Antônio Carlos, referência em projetos diferenciados, apresenta a Mostra Cultural, envolvendo pais, alunos e professores.Veja as atividades artísticas apresentadas durante o evento
paulo manauar
Os jovens do 3º ano do Ensino Médio, do IEE, também querem outra política. É consenso entre os alunos da turma 353, que pousaram para foto, que o Brasil estaria melhor sem os partidos políticos. Eles preferem participar de projetos sociais.
Se você é daqueles que acredita que belas ações podem surgir de uma simples ideia, descubra um pouco mais sobre a história da Banda Marcial, do Instituto Estadual de Educação, que oferece um aprendizado musical com perspectivas de futuro.
osvaldo nocetti
nossa capa
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Em ano de eleições, o Escola Aberta conversou com os estudantes do Ensino Médio que participam de programas educativos ligados à política e ao voluntariado e que fazem a diferença em seus entornos. Leia nas páginas 6 e 7 outras formas de participação da juventude na política. Na foto os selecionados do programa Jovem Senador 2015
osvaldo nocetti
Os jovens preferem participar de ONGs, de programas educativos e religiosos, opinar nas redes sociais e em manifestações públicas, a se filiarem em algum partido.
Página 6 e 7 thiago marthendal
Editora, Beatriz Menezes dos Santos
De acordo com o Instituto Data Popular de 2016, um total de 60% dos jovens concorda que o País estaria melhor sem os partidos políticos. Ao mesmo tempo, 70% acreditam que o voto pode transformar o Brasil. Parece contraditório, mas é compreensível, pois negar a política, para eles, é um jeito de fazer política. E foi assim desde as manifestações de junho de 2013, que mostram os reflexos de uma juventude inquieta e insatisfeita com seus representantes. Como não se sentem representados, se afastam de estruturas formais de poder e se voltam a experiências concretas. Preferem participar de ongs, de programas educativos e religiosos, opinar nas redes sociais e em manifestações públicas, a se filiarem em algum partido. Outras pesquisas indicam que os jovens e adolescentes na faixa etária dos 15 a 18 anos até se interessam por política, mas ficam longe das urnas. Essa descrença se reflete no pequeno percentual de jovens que se candidataram nas últimas eleições federais : somente 6,39% dos candidatos tinham menos de 29 anos, de acordo com o IBGE. Nesse mesmo pleito, inúmeros jovens foram ouvidos pela Agência Brasil e contestaram o rótulo de despolitizados. Explicaram seu interesse pelas questões públicas como um envolvimento que se afastou das vias tradicionais. Assim, se ampliarmos esta noção de política para a ideia de participação pública e coletiva podemos perceber que eles têm um forte engajamento e são favoráveis a pequenas mudanças de atitude no cotidiano. Para entender melhor o que o que pensam os estudantes do ensino médio da rede pública estadual, o Jornal Escola Aberta conversou com alunos que se destacam pela representatividade e liderança em suas escolas e comunidades. A matéria também apresenta abordagens pedagógicas do tema, promovidos pelos professores, como visitas às câmaras legislativas municipais, muito bem aceitas pelos estudantes. Leia nas páginas 6 e 7. Nas demais páginas, o Jornal cede espaço para mostrar projetos de professores e alunos que contam histórias de sucesso das escolas catarinenses. Confira também os investimentos da Secretaria da Educação na infraestrutura da Escola Indígena localizada em Chapecó, e em programas que impulsionam os jovens para o ensino superior, como o Google for Education e o curso Pró-universidade. Leia também na contracapa sobre o projeto Saber Alimenta, que promove a formação de bons hábitos alimentares nos estudantes. Boa Leitura!
Índice
divulgação
Editorial
Página 12 Acompanhe as notícias da Secretaria de Estado da Educação
Expediente EDITORA Beatriz Menezes dos Santos - SC 01572 JP
EDITOR DE FOTOGRAFIA Thiago Marthendal MTE 5594/SC
PARTICIPARAM DESSA EDIÇÃO: Beatriz Menezes dos Santos, Cauê Andreosi, Thiago Marthendal, Dafnée Canello, Josiane Zago, Sérgio Teixeira, Janaína Mônego, Murilo Rosso, Dalva Pagnocelli e Paulo Manauar
FOTOGRAFIA Beatriz Menezes dos Santos, Cauê Andreosi, Thiago Marthendal, Sérgio Teixeira, Janaína Mônego, Murilo Rosso, Josiane Zago, Dalva Pagnocelli e Paulo Manauar
REVISÃO Manoel Celso Lopes DIAGRAMAÇÃO Cardápio Cartoon ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Edinéia Rauta Secretaria de Estado da Educação
secretaria de estado da educação
Artigo
futuras gerações THIAGO MARTHENDAL
Julia Siqueira da rocha Coordenadora estadual da BNCC e gerente de Políticas Educacionais para a Educação Básica - Secretaria de Estado da Educação
A
O PNE estabelece, ainda, a necessidade de uma Base Nacional Comum Curricular, que delimite, pelo direito de aprender, o que cada estudante brasileiro deve saber ao final de um ano letivo, de cada etapa escolar, de um ciclo ou segmento educativo. do documento da BNCC, que prevê no direito de aprender, o direito ao desenvolvimento das possibilidades éticas, estéticas e políticas, assim como o direito ao desenvolvimento das múltiplas dimensões humanas, em toda a educação básica.Ou seja, os educadores juntos organizamos o que deve ser ensinado e o desenvolvimento humano esperado desde o ingresso dos bebês no sistema formal de educação, até a conclusão do ensino médio. Quanto ao termo, Base Comum, esse nos ajuda a entender que se trata de assegurar o mesmo direito a todos os estudantes, produzindo um importante princípio de igualdade, sem, no entanto, retirar a possibilidade de aprender mais do que é considerado base ou, sem deixar de considerar e valorizar os saberes específicos, locais e regionais. Todo esse processo de construção coletiva teve início em setembro de 2015 e já recebeu mais de 12 milhões de contribuições de diversos setores sociais por todo o Brasil. Entre as contribuições para a segunda versão preliminar realizada por professores e especialistas em educação nos 26 estados e no Distrito Federal, estão as de Santa Catarina, feitas com a colaboração de mais de 300 profissionais, num esforço coletivo de produzir um país melhor via educação. osvaldo nocetti
O adolescente e o currículo Debate sobre o ensino médio no Brasil coloca em pauta modelos de flexibilização do currículo e o aprofundamento da questão diversidade. Esses foram alguns dos temas levantados durante o Seminário Estadual da BNCC, realizado em Julho, na Capital, com a contribuição de mais de 300 educadores catarinenses e estudantes do ensino médio. Na foto, os alunos que participaram do encontro, reforçando a garantia de seus direitos, com o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o secretário Eduardo Deschamps.
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Depois de uma looonga espera e muita expectativa, Pokémon Go foi finalmente lançado no Brasil. Com mais de 21 milhões de usuários ativos diariamente, somente nos Estados Unidos, o aplicativo de realidade aumentada (disponível para Android e IOS) virou rapidamente uma febre e é mais utilizado entre os jovens do que outros como Facebook e Snapchat. O jogo é uma febre. Além de praças, ruas e os locais mais variados, o jogo já invadiu as salas de aula e pode se transformar tanto em um desafio quanto em uma oportunidade para professores, por isso damos algumas dicas: REPRODUÇÃO
educação escolar no Brasil está aquém do que merecem os brasileiros. E não precisa ser pedagogo para saber disso. Não é incomum ter frequentado muitos anos de escola e na hora de colocar o piso em casa ter dificuldade para calcular a quantidade de cerâmica a ser comprada. Ou mesmo, tendo terminado o ensino médio não saber escrever uma carta. E não se trata apenas de ter problemas com a ortografia, pois a dificuldade está em se expressar, em escrever com sentido. Os exemplos são infinitos e se estendem para os saberes da história, da geografia, da química, das artes. O que se ensina e o como se ensina nas escolas é o que se convencionou chamar de currículo. Entretanto, o currículo é mais abrangente e envolve a complexidade dos contextos escolares e é também a seleção de saberes que determinados grupos elegem como os mais importantes em determinado tempo e espaço histórico. Desta forma, aprender língua portuguesa, matemática, física, entre outras disciplinas, é um direito do estudante e obrigação da escola em ofertá-las, não importando se é do sistema público ou privado de ensino. A questão é o que e o como se ensina dentro destes componentes curriculares. O Plano Nacional de Educação prevê uma mudança de paradigmas educacionais, pensando nas futuras gerações. Estabelece, ainda, a necessidade de uma Base Nacional Comum Curricular, que delimite, pelo direito de aprender, o que cada estudante brasileiro deve saber ao final de um ano letivo, de cada etapa escolar, de um ciclo ou segmento educativo. Com essa proposta, os profissionais da educação estão escrevendo a terceira versão
divulgação
Educar para as
Utilizar os ginásios da escola para atividades em grupo Muitas escolas são marcadas dentro do jogo como “pokestops”, locais onde os alunos se reúnem para pegar itens e Pokémons. Permita e estimule então que seus estudantes organizem torneios no ginásio e utilizem as redes sociais para divulgá-los. Organizar passeios em parques e museus Um projeto interessante para se fazer é, junto com os alunos, organizar um passeio mapeando e estudando o local visitado. Durante o encontro o professor pode variar os momentos de explicação e momentos de exploração e “caçada Pokémon”. Promover a integração entre os alunos Um dos pontos mais elogiados do aplicativo é a interação que ele promove entre os jogadores. Algo que pode incentivar a construção de relações sociais entre alunos de diferentes círculos e reduzir a incidência de bullying.
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THIAGO MARTHENDAL
Destaque
Atraídos pela
música THIAGO MARTHENDAL
Com importante função social, a orquestra de percussão, sopro e metais do IEE envolve 115 alunos e já arrebatou 12 troféus em competições nacionais e estaduais Por CAUÊ ANDREOSI
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ma simples conversa bastou para a criação da Banda Marcial do Instituto Estadual de Educação (IEE). O diretor Vendelin Borgueson entrou em contato com o professor de música e fanfarra, Rafael Haskel, que lhe apresentou a proposta de atrair crianças e jovens para o mundo da Música. Proposta aceita, nascia assim, em 2013, a Banda Marcial, orquestra de percussão sopro, metais do IEE. De lá pra cá cerca de 500 alunos já representaram a escola e a Capital catarinense em 80 eventos, dentre competições estaduais, nacionais, festivais, festas, desfiles e cerimônias cívicas. Hoje, 115 alunos fazem parte do projeto, que rendeu três viagens excursionais e 12 troféus conquistados. Haskel informa que muito antes dele, houve um grupo de fanfarra no IEE, formada pelo professor Zequinha, pioneiro dos trabalhos na instituição. “Nossa proposta foi ampliar a fanfarra e fazer algo diferente, que pode, inclusive, se tornar uma carreira para os jovens”, reforçou. Segundo Vendelin, o ensino técnico de música dá suporte aos estudantes que desejam se aprofundar nos estudos. “Se aqui se
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empenharem e conquistarem uma graduação em Música, eles não encontrarão grandes dificuldades na continuidade do aprendizado, que os tornarão profissionais qualificados”, afirma. Música na formação dos jovens “Gosto de tocar, porque vejo a música como uma arte e uma válvula de escape para nossas vidas, cheias de pressão por decisões que iremos tomar em breve”, disse a estudante de 8ª ano do ensino fundamental, Leticia Vieira. Especialista em tambores, ela não esconde o quanto precisava e o quanto cresceu por meio do com- O esforço de ensaiar aos sábados pode ser compensado no futuro com a realização promisso assumido com a Banda. profissional. O professor Haskel é o grande incentivador do projeto. “Desde que eu entrei, há mais de dois anos, amadureci muito e pude desenvolver de forma mais natural poderei dar continuidade ao meu Participações em 2016 a minha personalidade”, concluiu. dom, na própria banda do bataO ex-aluno do ensino médio, lhão”, vibrou o garoto. Para o professor, a realização AGOSTO Wesley dos Santos, trompetista, Copa de Bandas e Fanfarras da Guerra do conta como pretende dar uma profissional e pessoal se deu a parContestado guinada na carreira, a partir das tir do convívio com os alunos e ao SETEMBRO habilidades musicais conquista- fato de presenciar o crescimento das em treinamentos do professor de cada um, individualmente. “É Desfile Cívico do dia 07 Rafael. “Deram-me a oportuni- emocionante acompanhar o cresNOVEMBRO dade de aprender algo que sem- cimento dessa molecada e fazer 1° concerto da Banda / Orquestra de Metais do I.E.E pre quis e que amo e, além disso, parte de algo tão bom para a vida Campeonato Estadual de Bandas e Fanfarras agora que me alistei no exército, deles”, destacou.
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Intercâmbio virtual
Interação
cultural pelo esporte Escola catarinense e italiana trocam experiências sobre as Olimpíadas por meio do Whatsapp e Facebook e promovem o estudo da língua estrangeira Josiane Zago, ADR de Videira
Prática da língua italiana
JOSIANE ZAGO
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escola Governador Bornhausen, de Arroio Trinta, no meio oeste catarinense, integra o projeto de Intercâmbio cultural por meio do esporte, com a escola italiana “Liceo Delle Scienze Umane E. Gianturco”, da cidade de Potenza, região da Basilicata, na Itália. Os grupos de contato e relacionamento foram intensificados nas duas ferramentas midiáticas, Facebook e Whatsapp, e são alimentados por eles com frequência. Com início este ano, o projeto envolve estudantes do terceiro ano do ensino médio da escola com outros 16 estudantes italianos. A ideia se deve ao fato de a unidade estar inserida em uma comunidade de descendentes italianos e tem, na grade curricular desde 1995, a língua estrangeira. Em 2013, com a instituição do Gemelaggio (cidades gêmeas), entre Arroio Trinta e San Paolo de Piave, na Itália, as relações foram ampliadas.
Segundo o professor da escola catarinense, Silvano Abati, o objetivo é estimular e aperfeiçoar a língua estrangeira por meio da prática entre os estudantes. “É uma parceria muito positiva, pois além de apresentar a língua italiana para esses alunos, eles têm a oportunidade de colocar em prática todo o conhecimento no diálogo, trocando experiências, aprendizados, e, especialmente, gerando integração”, afirmou. O intercâmbio de conhecimento acontece de duas formas: na apresentação multidisciplinar dos trabalhos e ações desenvolvidas nas escolas, e, de forma aberta, onde todos podem se relacionar abordando assuntos diversificados e até curiosidades sobre os dois países, por meio das ferramentas. O professor Silvano Abati orienta a conversação dos estudantes catarinense com o grupo italiano. Na foto Giliane Cividini, Jenefer Junior Manenti e Diego Carvalho trocam experiências e fazem amizades
Diferenças e semelhanças no ensino JOSIANE ZAGO
A estudante Valesca Inês Hoeltgebaum apontou a diferença do Ensino Médio na Itália, onde o período é de quatro anos e segue um padrão diferenciado, direcionando para as áreas humanas ou as exatas. Carla Lais Manenti falou das músicas e dos bailes, bem diferentes dos que acontecem no Brasil. A estudante Viviane Costa destacou as amizades “Conheci a Eliana, uma estudantes italiana, filha única e ficamos muito próximas. Uma amizade para a vida toda”, ressaltou.
O estudante Jenefer Junior Manenti, que também integra um grupo de danças italianas em Arroio Trinta, destacou a importância de resgatar essa herança cultural deixada por descendentes italianos. “As danças, os pratos típicos, os jogos italianos, tudo é motivo de muita curiosidade por parte dos estudantes da Itália. Nós contamos a nossa experiência e eles ficam sabendo mais sobre a nossa cultura e as semelhanças”, afirmou.
Intercâmbio
As alunas Valesca Inês Hoeltgebaum, Carla Lais Manenti e Viviane Costa utilizam Whatsapp para comunicação com grupo italiano
secretaria de estado da educação
O projeto partiu do Consulado Italiano no Brasil, que propôs colaboração e parceria telemática sobre áreas de interesse compartilhado. Um dos temas centrais refere-se ao rol do esporte como veículo pela construção de uma cidadania global, visando as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Para concretizar o intercâmbio, o Ministério Italiano de Instrução e Pesquisa, da Itália, que supervisionará as operações, escolheu onze escolas brasileiras, sendo uma delas a EEB Governador Bornhausen. O projeto tem duração de três anos com previsão de viagens de intercâmbio
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dalva pagnocelli
Papo cabeça
O que os jovens pensam da Por Beatriz Menezes dos Santos
DIVULGAÇÃO
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“
E
u não gostava muito de política”, disse Bruno Rech, o primeiro colocado de Santa Catarina no Parlamento Jovem Brasileiro/2016, um dos programas que mexem com a cabeça dos estudantes da rede pública de ensino ao propiciar a reflexão crítica sobre o processo legislativo. O jovem parlamentar, que terá a oportunidade de experimentar, de 26 a 30 de setembro em Brasília, a jornada de trabalho de um deputado federal, comenta
que “observando o cenário atual e todos os problemas que o nosso país vem enfrentando, me conscientizei que a renovação do Congresso Nacional depende somente de nós”. Filho de agricultores, Rech, aluno da Escola Frei Manoel Philippi, de Imbuia, pretende contribuir com a comunidade onde vive, por meio do Projeto de Lei que prevê o Incentivo à pesquisa e divulgação das propriedades minerais e os benefícios dos remineralizadores do solo.
O outro selecionado na etapa estadual do Parlamento/2016, Klaus Eduardo Lennertz, da Escola Carmem Seara Leite, de Garuva, também participará da vivência do processo legislativo na Capital federal, com o Programa de Auxílio aos Estudantes de Cursos Superiores Técnicos. Lennertz, preocupado com o deslocamento entre cidades vizinhas e os custos que isto acarreta, destaca que o auxílio facilitará o acesso ao ensino superior.
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Em qualquer enquete que se faça nas escolas, os jovens e adolescentes não escondem sua decepção com a economia, com classe política, com o jeitinho brasileiro. De forma geral, para eles, política é uma coisa chata, de velhos, sinônimo de promessas não cumpridas e de corrupção. No entanto, os jovens acordaram e desejam participar de transformações do País, só que a sua maneira.
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política
Bruno pretende contribuir com a comunidade onde vive
Opinião nas redes sociais A Jovem Senadora catarinense de 2015, Emanuelle Hannoff Pilon, disse que apesar de não participar de grêmio estudantil, acredita na participação do jovem e vai votar pela primeira vez. “Nas redes sociais eu não faço campanha por político, ou partido algum, mas também não escondo minhas preferências. Quem me conhece sabe quem, ou o quê eu procuro seguir”, afirma. Emanuelle estuda na Escola Samuel Sandrini, de Orleans, e verificou, com frustração, que grande número de candidatos com vários anos de mandato não trouxeram benefício algum para sociedade. Miguel Angelo Fabrin, vencedor nacional do Programa Jovem Embaixador/2015, gosta de participar de debates políticos, mas em seu facebook procura ser cauteloso ao
dar opiniões. “Prefiro evitar conflitos desnecessários”, diz. O estudante, que foi merecedor de uma viagem aos Estados Unidos, no final do ano passado, representou o Brasil com seu projeto de ouvidoria, propondo participação ativa na política. Fabrim explica que começou a desenvolver algo similar no Grêmio da Escola Benjamin Carvalho de Oliveira, de Ipumirim. Para a vencedora estadual do Parlamento Jovem/2015, Helena Filippi Fermino, tanto na escola, como na sociedade, o mais importante é dar o exemplo. E é isso que ela faz na Escola Cacilda Guimarães, de Vidal Ramos, onde estuda. “Liderar pelo exemplo” é o seu lema e, na política, isso é evidente. As pessoas seguem quem lidera de maneira íntegra”, conclui. (Colaboração de Thiago e Cauê)
ESCOLA ABERTA
Aula de cidadania
A Câmara de Vereadores de Concórdia recebeu os estudantes do ensino médio para um bate papo sobre as atividades do legislativo municipal Por Dalva Pagnocelli - ADR de Concórdia
dalva pagnocelli
Nas aulas de Sociologia da Escola Vidal Ramos Júnior, de Concórdia, os alunos do Ensino Médio debateram sobre a política atual e conheceram o trabalho dos vereadores
A 40 dias das eleições municipais em todo o País, a Escola Vidal Ramos Júnior, de Concórdia, proporcionou uma aula nada convencional aos alunos do ensino médio. Alguns pontos importantes do cenário político atual entraram em debate nas aulas de Sociologia: o que os jovens pensam sobre a política atual, qual o impacto das movimentações populares, qual a importância do voto facultado aos jovens de 16 anos? A discussão, porém, não permaneceu na
escola, pois cerca de 60 estudantes do 2º ano do Ensino Médio Regular e Inovador, todos na faixa etária de 15 a 17 anos, foram assistir a uma Sessão Ordinária na Câmara de Vereadores do Município. Acompanhados pelos professores Ivanir Bertân e Vanesa Kirt, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer o espaço onde são realizadas as sessões, saber o posicionamento dos legisladores sobre temas atuais e o que significa os termos: indicação, proposição, aprovação, deliberação.
Os professores ressaltaram que a grande maioria dos alunos nunca tinha assistido a uma Sessão e os outros nem conheciam o estabelecimento público. #FicaAdica Voltando à sala de aula o debate continuou. Na mesa redonda coordenada pelos professores, alguns jovens declararam suas decepções com o trabalho dos vereadores e com a situação política atual. Ressaltaram a
pouca importância que certos membros do legislativo municipal deram a eles. Outros, mais otimistas, gostaram do que viram e deram um voto de confiança aos políticos. Até insistiram em dizer que poderão, em um momento futuro, ocupar uma das cadeiras da Câmara. Disseram que tinham uma visão um pouco distorcida dos políticos locais, mas a partir da visita, mudaram de ideia ao observar que existem políticos sérios e preocupados com as necessidades da população.
janaína mônego
E se você fosse Prefeito? Disciplina de Oratória e Poesia desperta o senso crítico dos estudantes quanto à política na escola Dom Vital, de Ponte Serrada Janaína Mônego - aDR de Xanxerê janaína mônego
A escola tem papel fundamental na formação do aluno enquanto cidadão. É ali, na sala de aula, que os professores, por meio das disciplinas, iniciam a construção do conhecimento e o despertar do senso crítico. Em Ponte Serrada, a Escola Dom Vital encontrou por meio da oratória uma forma de incentivar os alunos a compreender, participar e contribuir com a sociedade em que vivem. A atividade faz parte da grade curricular do Ensino Médio Inovador, na disciplina de Poesia e Oratória. Os alunos dos 1º e 3º anos do Ensino Médio elaboraram textos e apresentaram suas propostas, elencando as necessidades do município para melhorar a qualidade de vida.
Jordana alerta sobre a importância do saneamento básico
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Concurso de oratória Para a diretora da escola, Nádia Poletto, por este ser um ano de eleições municipais é importante despertar o olhar dos alunos para as ações emergentes que precisam ser feitas no município. “Estamos inseridos em um município que tem um dos piores IDHs do Estado, conforme dados do IBGE. Precisamos conscientizar os alunos e fazer com que eles tenham a percepção do que é preciso melhorar na nossa comunidade”, enfatizou. O trabalho rendeu um concurso e a primeira eliminatória aconteceu em sala de aula. Na etapa final, realizada na Câmara de Vereadores, uma comissão formada pela imprensa e professores,escolheu a melhor oratória
O concurso proporcionou debates sobre o período eleitoral e a política
Propostas e soluções A atividade teve como tema central Se você fosse prefeito de Ponte Serrada, o que faria?. Os alunos realizaram bate papo em sala de aula mediada pela professora da disciplina, Ivaci Barbieri, e a partir da discussão elaboraram as propostas para a resolução dos problemas levantados e posteriormente realizaram textos dissertativo/argumentativo. “As eleições municipais são realizadas de maneira geral de forma agressiva, ofensiva, entre candida-
tos e eleitores. O que buscamos é conscientizar os alunos tanto sobre o período eleitoral, quanto sobre a consciência política de pensar no todo”, explica Nádia. Jordana Vitória é aluna da 1ª série e tem 15 anos. Ela ainda não vota, mas já tem convicção do que precisa ser melhorado no município, como o saneamento básico. “Com o trabalho tivemos a oportunidade de perceber os problemas da cidade e apontar soluções”, explica a estudante que achou uma forma de participação que pode mudar o seu entorno.
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márcio andré
Pela educação com o A Secretaria da Educação é a primeira instituição estadual no País a firmar parceria com a multinacional americana de serviços online para a implantação do programa Google for Education nas escolas
Programas
Gestão inovadora
integra o cinema na escola Por Dafnée Canello
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e acordo com a diretora, Luciane Neves, projetos extracurriculares como o de cinema vão ao encontro da realidade e interesses da comunidade. Dentre as atividades do Pipoca Movie está a produção de um curta-metragem com a participação dos jovens que já faziam parte do Programa Mais Cultura. Para viabilizar o projeto, os estudantes aprendem as etapas de pré-produção, produção e pós-produção, além de noções de fotografia. O resultado do trabalho é atestado pelo aluno João Pedro Morais, do 8º ano, que adquiriu conhecimentos de edição e de fotografia, as quais aplica em suas viagens. “Agora, tenho outro olhar ao enquadrar as imagens”, declara. O Coordenador do projeto na escola, Márcio André Macedo, informa que o documentário está previsto para ser lançado em outubro, na Capital. Formação valoriza o PNE e a Proposta Curricular Como parte do programa que busca especializar a gestão escolar na rede estadual, as Gerências Regionais de Educação, sob a coorde-
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nação da Secretaria da Educação, promovem, desde o início do ano, os Seminários Gestão Democrática e o Papel do Gestor. O objetivo é o acompanhamento dos Planos de Gestão, elaborados no ano passado pelos diretores escolares, para o período 2016 a 2019. A formação está fundamentada nos documentos da Proposta Curricular de Santa Catarina, no Plano Estadual de Educação (PNE) e nos cadernos orientadores de Gestão Escolar, Núcleo de Violências na Escola (Nepre) e Prógestão. A coordenadora de Gestão Escolar na Secretaria da Educação, Maristela Fagherazzi, explica que esta é a etapa de orientação e os resultados apresentados nos encontros são avaliados dentro das quatro dimensões da gestão: administrativa, pedagógica, física/infraestrutura e financeira. O CURSO Com carga horária total de 120h, subdividido em 64h presenciais e 52h à distância, na plataforma e-Proinfo, o curso tem seu término previsto até dezembro em todas as Regionais.
Pela parceria, os alunos e professores, dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, receberam uma conta exclusiva de e-mail Google e estão tendo acesso a nove aplicativos que vão incentivar e agilizar a interação entre alunos e professores. No ano passado, o Google for Education foi implantado no Instituto Estadual de Educação (IEE), da Capital, de forma piloto, para que professores e alunos pudessem interagir dentro e fora de sala de aula, testando os aplicativos e alternativas digitais.
osvaldo nocetti
O Plano de Gestão da Escola Irineu Bornhausen, que envolveu os estudantes em um curso de produção audiovisual chamado Pipoca Movie, foi um dos destaques do Seminário que discutiu o papel do gestor escolar na Grande Florianópolis. Os seminários estão sendo realizados pelas Gerências Regionais da Educação, até dezembro
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om a proposta de tornar o ensino cada vez mais digital e interativo nas escolas da rede estadual, a Secretaria está ampliando a parceria firmada com o Google em 2015. Nesse semestre, o programa foi implantado em 36 escolas estaduais, uma em cada Gerência Regional de Educação, beneficiando cerca de 22 mil alunos e mais de 1.800 professores. Posteriormente, a iniciativa será estendida a todas as escolas da rede estadual para que possam receber as ferramentas.
Por motivo de segurança e privacidade, professores, gestores e alunos só podem trocar mensagens e arquivos entre si. Com o app Google Sala de Aula, o aluno pode criar, compartilhar e corrigir tarefas. No Google Drive, aluno e professor terão cinco terabytes (5.120 gigabytes) de armazenamento disponível para arquivar trabalhos, documentos, fotos e muito mais.
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Vitrine
Eu cheguei lá Inspire-se com a conquista de Semildo Eischstaed e conheça suas novas metas após concluir o ensino médio aos 76 anos por Murilo Rosso, ADR de Caçador
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Qualificação para o trabalho
doença que o abalou profundamente. “Fui ao chão, tive síndrome do pânico e os médicos me davam de 4 a 6 % de chances de vida”, relembra. Quando venceu a doença, o aposentado não pensou duas vezes e no início do ano passado voltou a estudar.
Semildo ressalta que o motivo que o fez voltar a estudar foi a vontade de também voltar a trabalhar. “Eu não posso ficar parado, e sem ensino médio eu não conseguia nem me inscrever em uma seleção de emprego. Agora eu já posso competir de igual para igual”, conta otimista. (Legenda) Noites em claro, persistência e muita dedicação. Foi dessa forma que Semildo afirma ter conseguido concluir o ensino médio com todas as notas acima de 8. “Perdi muitas noites de sono me preocupando com a lição do dia seguinte. Mas as pessoas nunca devem dizer que não sabem ou que não conseguem sem ao menos tentarem”, aconselha àqueles que desejam voltar a estudar. Em 2014, já com 75 anos, o idoso foi surpreendido por uma
Ensino superior
murilo rosso
emildo Eischstaed, que completa 77 anos em setembro, é um exemplo para todas as pessoas que não conseguiram frequentar a escola em tempo certo. Na sua idade, a maioria dos brasileiros está aposentada e não pretende mais enfrentar uma sala de aula. No entanto, o gaúcho de Palmeiras das Missões (RS) e radicado em Caçador, no Meio-Oeste catarinense, não quer parar de estudar. No dia 5 de agosto Semildo recebeu o diploma do Ensino Médio, após cursar por um ano e meio o CEJA do município. Neste período, lutou contra um câncer e venceu a doença. Na formatura, o idoso foi aplaudido de pé e apontado como um exemplo de superação. Após receber o certificado, ele revelou sua próxima meta: fazer duas faculdades, Agronomia e Filosofia, além de voltar a trabalhar. “Falaram-me que eu já fiz minha parte, mas não existe isso. Oscar Niemayer com 107 anos ainda conseguiu montar um lindíssimo projeto de uma biblioteca”, afirma Semildo.
Porém os planos não param por aí. Após conseguir boa nota no Enem, Semildo está aprovado para iniciar o curso de Engenharia Ambiental, na Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). A ideia dele é eliminar matérias e no próximo ano passar para Agronomia. A escolha pelo curso é simples, mas de uma importância imensurável. “O meu objetivo principal é ajudar a natureza. Em minha casa tenho uma horta que não uso agrotóxico. Quero ampliar esse conceito por meio de um projeto”, explica. Outra meta é cursar Filosofia, embora Semildo já seja formado pela vida.
sérgio texeira
A família na escola Por Dafnèe Canello
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José Trindade Antunes, natural de Caçador, aposentado, acompanha a escola Professor Domingos da Costa Franco desde sua fundação, em 1986. O fato do filho e dois netos crescerem e se formarem lá, fortaleceu ainda mais o vínculo que perdura até hoje. Aos 69 anos, Antunes acompanha a rotina escolar da neta, Álida Antunes José acompanha a vida escolar da neta dos Santos, de 9 anos e está sempre envolvido nas ativida- alunos. É incrível o respeito e des escolares. “Se eu fico em casa admiração que todos têm por é por pouco tempo, logo arranjo ele. Todos os dias o senhor José uma desculpa pra ir à escola fazer aparece, está sempre envolvido com alguma coisa. Sua presenalguma coisa”, comenta. A assistente de Educação, ça é muito valorizada”, diz. Atualmente, ele se dedica à horAngela Freitas Pereira, conta do cuidado do aposentado ta, uma oficina do Projeto Mais com o ambiente escolar. “Ele Educação, e ensina aos alunos o sempre teve interesse em aju- valor de plantar e colher alimendar, cortando a grama, cuidado tos sem agrotóxicos. Ensina sodo jardim, e ainda orienta os bretudo o valor de seu exemplo.
Inspiração olímpica Por Sérgio Teixeira- ADR de Canoinhas
Na escola Júlia Baleoli Zaniolo, de Canoinhas, os alunos do 1° ano do Ensino Médio realizaram o projeto Olimpíada na Escola. A atividade fez parte dos conteúdos da disciplina de Artes, com o objetivo de envolver
os alunos no espírito esportivo, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Os trabalhos estão expostos no hall de entrada da escola para que a comunidade escolar possa prestigiar. “Trouxemos as Olimpíadas para a escola
em forma de maquetes e mini cenários, representando diversas modalidades olímpicas”, destaca a professora responsável pelas atividades, Ana Paula Zamboski. A diretora Sonia Stelzner destaca a criatividade dos trabalhos.
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Arte
A Mostra Cultural da Escola Altamiro Guimarães, de Antônio Carlos, valoriza trabalhos coletivos e expõe com criatividade os conteúdos curriculares
cauê andreosi
Cultura compartilhada
Por Cauê Andreosi
A
grande participação da comunidade na 1ª edição da Mostra Cultural, da Escola Altamiro Guimarães, de Antônio Carlos dá uma idéia de sua importância no município. A exposição foi realizada em agosto, mas a proposta é um pouco mais antiga.“Nós fazíamos sempre a Feira de Ciências e vimos que não era suficiente para tanta inspiração. Professores e alunos que gostavam mais da área de humanas nos mostraram o desejo de uma feira também voltada a este segmento. Começamos a discutir a possibilidade em 2014”, explicou o diretor Jucélio Schimidt. No evento inaugural, a escola recebeu cerca de 300 pessoas que acompanharam os 97 trabalhos expostos nas salas de aula, áreas internas e pátio.
Os alunos do ensino médio e fundamental se expressaram com liberdade e criatividade por meio de apresentações de danças, teatros, músicas, exposições e a criação de um museu inspirado da 2ª Guerra Mundial. Inspiração e envolvimento Os integrantes da banda de rock Young Love, Clovis Silveira, Daniel Hillenser, Deivid Rosa e Eduardo Guesser, do 1º ano do ensino médio, gostam do gênero musical por influência dos pais e se apresentaram em público pela primeira vez. “Foi muito legal ver o pessoal pulando com a nossa música. E se não fosse pela escola, isso não aconteceria. E esse momento único que vivemos não existiria”, afirmou.
O Grupo de Danças Típicas representou com criatividade os conteúdos adquiridos em sala de aula
osvaldo nocetti
cauê andreosi
As alunas do Grupo de Danças Típicas falam da experiência de bolar coreografias de diferentes culturas. “Foi muito legal porque agora conhecemos danças da França, Irlanda e Alemanha”, destacou. Valorização na comunidade As meninas da exposição Evolução da Fotografia, Beatriz Pauli, Mayara de Souza e Paloma Neves, do 1º ano do ensino médio, aproveitaram que o dia da fotografia ia coincidir com a mostra e bolaram um trabalho bem bacana.
“Foi bom porque todo mundo ajudou. Não são todas as escolas que se preocupam em unir todo mundo no mesmo propósito como a nossa escola faz”, disse Beatriz. A assessora da escola, Rosemeri Schimidt, vibra com o sucesso do evento. “Ao ver os pais e demais membro da comunidade que vieram ajudar e prestigiar, chegamos a conclusão de que deu certo o nosso trabalho. Isso é gratificante demais. Certamente repetiremos todo ano”, concluiu.
Gincana estudantil promove ações de voluntariado por Sérgio Teixeira - ADR de Canoinhas sérgio teixeira
A
Escola Irmã Maria Felícitas, em Canoinhas, realiza a Gincana Estudantil, um trabalho social e interdisciplinar voltado aos alunos e a toda comunidade. As atividades são realizadas de março a dezembro e fazem parte do Plano de Gestão Escolar, que aborda questões de voluntariado, solidariedade, disciplina, meio ambiente e saúde. Segundo a diretora, Adalgiza Maziero, esses temas são valorizados tanto na escola como nas famílias. “O
objetivo do projeto é mais que praticar boas ações. É promover o envolvimento do estudante com a realidade da escola e da sociedade”, afirma. “ Tarefas As tarefas, que iniciaram em março, vão desde apresentações culturais na escola até campanhas de arrecadação de produtos de higiene para instituições necessitadas, como as doações de mais de 1.350 produtos de higiene para a Casa Mater Rainha da Paz.
No Dia do Estudante, comemorado em 11 de agosto, a escola promoveu o resgate de livros de literatura. Todos os alunos se envolveram, junto aos pais e vizinhos, arrecadando mais de 100 livros para a biblioteca da escola. Para o mês de outubro está prevista a arrecadação de brinquedos pelo Dia da Criança, limpeza e organização da escola, a ginástica laboral e o uso do uniforme. No final do ano, a turma vencedora receberá como premiação, uma viagem cultural à Curitiba.
Nas campanhas foram arrecadados produtos de higiene e livros
10 / SETEMBRO de 2016
secretaria de estado da educação
paulo manauar
Espaço Escolar
Encontro do passado com o presente Na escola indígena Sape Ty Kó, a arte milenar dá sentido ao ensinar e aprender Por paulo manauar, adr DE CHAPECÓ
O professor Ederson Nascimento ensina aos alunos a língua e a cultura que aprendeu com seus antepassados
E
m Chapecó, o artesanato indígena e a cultura dos antepassados Kaigang’s continuam a ser perpetuados para as novas gerações no novo prédio da Escola Indígena de Educação Fundamental Sape ty kó. Recém-inaugurada, a escola atende 180 alunos do ensino fundamental, que aprendem além da língua kaigang, de seus antepassados, a confeccionar cestos, balaios, colares, arco e flecha e outros artesanatos, orientados pedagogicamente pelo professor indígena, Ederson Nascimento. Para o diretor, Lirio Cassol, o novo prédio é a realização do sonho da comunidade indígena. “É um trabalho desafiador, porque ali são ensinadas duas culturas, a indígena e a cultura dos conteúdos curriculares. Agora a cultura e a tradição indígena estão juntas, com mais qualidade’’, afirma. Na escola, trabalham 25 funcionários, sendo 23 indígenas, dos quais 15 são professores. Somente o diretor e o professor de informática não são indígenas.
O secretário da Educação, Eduardo Deschamps, presente na inauguração, destacou que na Região Oeste o Governo Estadual, junto com as universidades regionais e a Funai, está fazendo um trabalho muito importante na formação de professores indígenas e também na estabilização da língua kaigang. “Isso contribui para a preservação da língua materna, dos costumes e da cultura indígena em todo o Estado”, destacou. Oficinas de artesanato O professor, que atua no projeto há três anos, observa que os alunos passaram a se interessar mais pelas atividades depois que a escola ficou pronta e o espaço para
atividades foi ampliado. Conta que apreendeu a arte com seus pais e avós, e que está muito feliz, pois além de ser educador, está passando às futuras gerações os ensinamentos milenares que recebeu. Nascimento fez a faculdade de Ciências da Natureza por meio de bolsa de estudos, em uma universidade particular de Chapecó. Para confeccionar os objetos, o professor recolhe o material, como a taquara e outros utensílios, que são solicitados aos pais, ou doados pela oficina de artesanato da própria aldeia. A aluna Kaine Marcolin, 9 anos, disse que são as casinhas de passarinhos o que ela mais gosta de confeccionar. Ezequias Nascimento, 10 anos, adora fazer arco e flecha e acha fácil aprender.
paulo manauar
Investimento Na obra foram investidos pelo Governo do Estado R$ 820 mil, juntamente com recursos do Fundo Nacional da Educação (FNDE/ MEC) Estrutura • 15 salas • laboratórios • biblioteca • área de convivência coberta
Outras obras na Região Além da EIEF Sape Ty Kó, estão sendo realizadas outras obras no município, como a ampliação do CEDUP de Chapecó e da EEB Valesca Parizotto, e o processo de construção de uma nova escola, no Bairro Líder, que terá capacidade para 700 alunos.
O secretário da Educação, Eduardo Deschamps, estava presente na entrega da obra que fazia parte do sonho da comunidade indígena
secretaria de estado da educação
SETEMBRO de 2016 / 11
Notícias
Educação forma hábitos
alimentares saudáveis e.e.b Comendador rocha - laguna - beatriz mnezes
Por edinéia rauta
A Secretaria de Estado da Educação e a Sadia, assinaram em agosto o termo de cooperação do projeto Saber Alimenta, implantado na Grande Florianópolis. Até 2018 o programa poderá ser estendido às demais escolas da rede beneficiando cerca de 500 mil alunos
Formação de professores
As escolas da rede estadual já oferecem uma alimentação balanceada e o projeto vem para somar
I
mplantado de forma piloto em 20 escolas da Grande Florianópolis, a iniciativa é resultante da parceria entre a Sadia, a Jamie Oliver Food Foundation (JOFF) e o Estado catarinense, que será o único do Brasil a oferecer o programa em escolas públicas. O objetivo é criar oportunidades para que os alunos se tornem protagonistas de hábitos alimentares mais saudáveis na escola e em suas famílias, por meio da formação dos educadores.
Secretário da Educação no CNE edinéia rauta
Fique sabendo
O secretário da Educação, Eduardo Deschamps, faz parte do Conselho Nacional de Educação (CNE) desde o mês de junho. Na solenidade em Brasília, o ministro José Mendonça Bezerra Filho nomeou 12 novos conselheiros e reconduziu um. Deschamps é a quarta representação catarinense no CNE e fará parte da Câmara de Educação Básica. O secretário preside ainda o Consed e é também conselheiro dos Conselhos Estadual de Educação, Consultivo do EduLab 21, mantido pelo Instituto Airton Senna, e de Governança, do Movimento Santa Catarina pela Educação, mantido pela FIESC. O professor de Língua inglesa, Rodrigo Ogliari Coelho, da Escola Campos Sales, de Bocaína do Sul, venceu a etapa nacional do programa Líderes Internacionais em Educação (ILEP/2016). Como prêmio, em janeiro de 2017, ele viaja aos Estados Unidos para curso de aprimoramento com professores selecionados dos outros estados da federação.
12 / SETEMBRO de 2016
Secretaria da Educação, Osmar Matiola, as atividades complementam o curso de Formação em Educação Alimentar e Nutricional, oferecido, desde o início do ano, aos professores da rede. “Queremos disseminar as boas práticas alimentares e, com isso, trabalhar fortemente a função social da escola, que é transmitir conhecimento que promova mudança de atitude e valores para o bem social em busca de qualidade de vida”, afirma.
Adaptado à realidade brasileira, o programa formatado em parceria com a JOFF e com o apoio da Lynx Consultoria é baseado no Kitchen Garden Project, já introduzido pelo chefe britânico nas escolas do Reino Unido. No Brasil, apenas uma escola particular de São Paulo adota o mesmo sistema. Após a avaliação dos resultados, o Saber Alimenta poderá ser estendido a todas as escolas da rede até 2018, beneficiando aproximadamente 500 mil alunos.
Projeto piloto Na Grande Florianópolis, o projeto piloto contemplará mais de 500 alunos do ensino fundamental, na faixa etária de 6 a 10 anos. Para introduzir o conteúdo programático no currículo escolar, mais de 40 educadores, entre professores e especialistas pedagógicos participam de encontro de formação, que soma 40 horas. De acordo com o diretor de Articulação com os Municípios da
Os professores são instruídos por meio de palestras e materiais didáticos sobre como cobrir o currículo tradicional, inserindo informações dos alimentos nas aulas e, desta forma, promover mudanças efetivas na alimentação de seus alunos. O conteúdo pedagógico inclui receitas práticas desenvolvidas por Jamie Oliver e adaptadas pelo próprio chef, considerando os ingredientes mais acessíveis no Brasil, como banana, maçã, mandioca, abacaxi, entre outros. Segundo os participantes, desta forma é possível incentivar um consumo maior de frutas, legumes e verduras e ensinar a importância de reservar mais tempo para o preparo e consumo dos alimentos.
IDEB 2015 e o destaque de Santa Catarina O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), apresentado pelo MEC, na última semana, mostra que Santa Catarina alcançou uma expressiva melhora nos resultados do ensino fundamental, anos iniciais, mas não alcançou as metas dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. O secretário da Educação e presidente do Consed, Eduardo Deschamps, explica que o resultado nos anos iniciais se deve, em grande parte, ao trabalho feito em conjunto com os municípios. Nesta etapa, a rede estadual atingiu o indicador de 5,9, crescendo 0,2 pontos. Também nos anos finais, a rede estadual aumentou seu desempenho de 4,1 para 4,7. “O bom desempenho está relacionado com as ações promovidas pela Secretaria da Educação, como o Programa (PNOA) que desde 2014 oferece aulas de reforço no contraturno escolar. Porém, a grande preocupação nesse momento é o ensino médio. Não só a rede estadual, mas também a rede privada do Estado apresentaram baixo desempenho. Apesar de a rede estadual estar entre os melhores resultados do Brasil em
relação a prova de conhecimento (Português e Matemática), a taxa de reprovação e abandono ainda é muito elevada. “Precisamos fazer um esforço significativo para atrair o nosso aluno e oferecer a ele um ensino médio adequado a sua realidade”, defende Deschamps. Anos Iniciais EEB Altamiro Guimarães – 7,8 (Antônio Carlos) EEB PROF LEA MARIA AGUIAR LEPPER –7,7 (Joinville) EEB PROF GUSTAVO AUGUSTO GONZAGA – 7,6 (Joinville) EEB TENENTE ANSELMO JOSÉ HESS – 7,5 (Luiz Alves) EEB BULCÃO VIANA – 7,3 (Praia Grande) EEF GOVERNADOR LACERDA – 7,3 (Videira) EEB DOM PEDRO II – 7,3 (Caibi) EEB DÉLIA REGIS – 7,3 (Coronel Freitas)
Anos Finais EEB FELICIANO NUNES PIRES - 6,3 (Florianópolis) EEB PROF LEA MARIA AGUIAR LEPPER - 6,3 (Joinville) EEF SAGRADO CORACAO DE JESUS - 6,2 (Canoinhas) EEB SAO VICENTE - 6,2 (Itapiranga) EEB SAO BENTO - 6,2 (São Bento do Sul) EEB MADRE BENVENUTA - 6,2 (São João do Oeste)
secretaria de estado da educação